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Conceitos:

Sintoma - Freud e Lacan

- Freud:
1. Sintoma (antes de 1900): como produto de um conflito psíquico gerado por
um acontecimento traumático. - Histéricas - Fantasias produtoras de
sintomas
2. Entre 1900 - 1920: Mensagem do inconsciente - sintoma é a realização de
um desejo - produdo transfigurado pelo impulso de satisfação do
inconsciente da libido, e pela proteção exercida pelo recalque
3. Após 1920: como efeito lacuna, mensagem passível de interpretação e como
satisfação pulsional, que resiste ao tratamento analítico - restabelecer uma
suposta homeostase que teria sido quebrada pelo conflito psíquico - uma
resposta a uma satisfação insuportável
- Lacan:
1. Como mensagem ao Outro, sintoma como metáfora - significante de um
significado recalcado da consciência do sujeito -sintoma só é interpretado na
ordem do significante
2. Sintoma como modo de gozo ( que não coincide com o prazer, mas leva o
sujeito em direção ao seu pior - pulsão de morte) - tentativa de
tamponamento da falta fundamental - resultado de uma estrutura marcado
por uma falta - sofrimento e satisfação
3. Sintoma como criação e invenção do sujeito - sintoma é o trabalho de todo
sujeito para dar conta do Real - uma nova forma de lidar com seu sintoma -
sinthoma (amarra o simbólico, real e imaginário ), no lugar onde falha o nó - o
sujeito possa se valer do seu sinthoma e não estar submetido a ele.

Registros Lacan:

- Simbólico: Ordenador da cultura


- Imaginário: relação entre semelhantes, de um indivíduo com outro, especular
- Real: O que está fora da experiência analítica

Pulsão

- Freud desenvolveu duas teorias da pulsão:


1. Teoria da Libido: Pulsões do ego (autopreservação, conservação do indivíduo) e
pulsões sexuais (manutenção das espécies)
2. Pulsão de Vida e Pulsão de Morte
- Pulsão, na definição de Freud em um primeiro momento, é um representante
psíquico de uma energia *libido) que leva ao movimento, do aparelho psíquico. A
fonte da pulsão é dentro do organismo
Desejo

- O desejo se opõe ao gozo, faz limite a ele.


- O desejo, é o desejo do desejo do Outro
- Desejar já implica, necessariamente a falta
- O desejo aparece como um elemento essencial da experiência humana, que emerge na
linguagem e só por ela, revelando-se inconsciente, e só podendo ser contornado num
processo interminável.
- ‘’ Com a hipótese do Inconsciente e a proposta do Campo Lacaniano, podemos pensar a
impossibilidade de uma complementação na relação sexual. O outro pode causar o
desejo, mas não o satisfazer, porque o que desejamos é anular a falta e o gozo nos atira
para o excesso sem limite. Por isso, a realidade do gozo indica uma ética nova, diferente
daquela proposta pela consciência, onde o bom é fazer o bem. Assim, nossa vida
pulsional, que nos lança para extremos, vai exigir uma prática nova. Nesse sentido, a
linguagem vai fazer o papel de pacificadora e estabilizadora da perturbação do corpo
causada pelo gozo. A Psicanálise se apresenta como um tratamento pela linguagem. O
desejo movimenta a cadeia de significantes, distanciando corpo e gozo. O gozo faz com
que o corpo fique numa relação de exclusão com a cadeia da linguagem. Nesse sentido,
o desejo, ao movimentar a demanda em relação ao Outro, possibilita uma barreira e um
limite ao gozo. ‘’

Transferência

- Forma de amor
- Surge na experiência analitica
- Para Lacan o amante é o sujeito do desejo e o amado é aquele que nesse par, possui
alguma coisa
- O amante caracteriza-se por aquilo que lhe falta, porém ele não sabe precisamente o
que lhe falta, com a inocência própria do inconsciente; sabe apenas que algo falta. O
érômenos é aquele que é amado: ele não sabe que o outro vê nele o objeto de seu
amor, e que este constitui sua atração. Entre eles, o amante e o amado, não há
nenhuma coincidência, pois o que falta a um não é o que o outro possui
- O amor como relação de objeto diz respeito ao campo do imaginário, por isso Lacan
propôs uma solução simbólica que é a saída pelo significante. O amor como significante
é uma metáfora, posto que metáfora é substituição, pois é na medida em que o amante
enquanto sujeito da falta substitui a função do objeto amado que se produz a
significação do amor, a saber, o intercâmbio dos lugares. Essa solução simbólica que
põe limite ao engessamento imaginário do amor proposto pela teoria das relações de
objeto, só é possível se ambos os polos, o amante e o amado, estiverem imersos na
linguagem.
- Lacan- a metáfora do amor. Aqui, um amado se comporta como amante.
- o que inicia o movimento de acesso ao outro que nos é dado pelo amor é o desejo pelo
objeto amado, na medida em que o outro enquanto visado no desejo é visado como
objeto amado.
- A transferência é, pois, nos dizeres de Freud e Lacan, algo que se assemelha ao amor,
que põe em causa o amor, já que ela se articula ao que falta ao sujeito e que ele vai
encontrar na análise, a saber, o desejo próprio e singular de cada um. A bem dizer,
inicia-se por uma demanda de amor e se tem como resposta a colocação do sujeito no
circuito do desejo. - ‘’Alcançar o status desejante, em falta, é crucial para mover o
vivente da condição de objeto apassivado e submetido aos caprichos do Outro. ‘’
- ‘’ O desejo é, portanto, o ponto de gravidade, ou seja, o ponto de equilíbrio do amor, na
medida em que torna desejante aquele que é amado, ofertando-lhe com isso a
oportunidade de atingir uma região singular e essencial do ser – a do desejo, como
aquilo que se refere ao sujeito, que o constitui e faz com que se enraíze num destino
particular’’

‘’ Trata-se, então, de fazer surgir, com a transferência, o desejo como resposta, como
“essa outra mão que se estende para nós, bem como seu desejo”. É por desconhecer o
desejo do Outro que o sujeito é possuído por um amor que Freud nomeou amor de
transferência e que Lacan, por sua vez, definiu sua função: remeter ao desejo. o sujeito
que se trata de alcançar, via amor de transferência, é o sujeito do desejo e não o do
amor. O amor é meio, é veículo para se alcançar um fim: a condição desejante que
emergirá pelo viés da fala e da linguagem sob a forma de um buraco induzido pela
demanda de amor feita ao Outro de vir responder à falta. ‘’

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