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Os Lusíadas
Viana do Castelo
Abril de 2012
Os Lusíadas
Índice
Introdução 3
1ª Parte
Biografia de Luís de Camões 4
Origem da Obra 7
Época literária 8
Contexto socioeconómico 9
Contexto cultural 9
Análise estrutura do poema Os Lusíadas 11
Estrutura Externa 11
Estrutura Interna 11
Excerto Selecionado 12
Análise estrutura do excerto “Proposição” 13
Estrutura Externa 13
Localização do exceto no poema 13
Estrutura Interna 13
Análise Interpretativa 13
Planos Narrativos da Ação 15
Recursos Estilísticos 16
2ª Parte
Planificação da apresentação oral 19
Conclusão 20
Bibliografia 21
Webgrafia 22
Anexos 23
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Os Lusíadas
Introdução
3
Os Lusíadas
1ª PARTE
Biografia de Luís de Camões
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Os Lusíadas
Península Ibérica. Ao que tudo indica terá, sido aí que perdeu o seu olho direito, pois
é certo que quando partiu para a India já tinha essa deformidade, visto que numa
das cartas que de lá escreveu refere-se a esse facto como sendo já conhecido.
Após o seu regresso de Africa, julga-se que terá estado preso durante nove
meses devido a um desentendimento que culminou numa luta de espadas com
Gonçalo Borges, membro da casa real, contudo em Março de 1553 recebeu uma
carta do perdão do rei D. João III, sendo esta carta um dos poucos documentos
oficiais existente sobre Camões, que assim o poupa à justiça, exigindo-lhe apenas o
pagamento de uma multa e sugerindo o seu embarque para a Índia, poucos dias
depois, na qualidade de soldado embarcou para Goa na armada de Fernão Alvares
Cabral. Durante esta viagem o soldado participou em várias batalhas militares,
conheceu novos povos e novas civilizações, enfrentou diversas calmarias e
sucessivas tempestades marítimas, o que lhe proporcionou conhecimentos, para
que mais tarde tivesse composto de forma tão pormenorizada e fidedigna a
grandiosa obra Os Lusíadas. E na qual Camões se preocupou em “acentuar o valor
que atribuía ao «saber de experiência feita». Uma obra como Os Lusíadas nunca
poderia ter sido escrita por um intelectual de gabinete… aquilo que descreve, ele
próprio o viu e experimentou….” “Grandes Vidas Grandes Obras Biografias
Famosas” (1974: 13-14).
Ao fim de três anos de serviço militar foi formalmente dispensado, tendo
vagueado pelo oriente durante dezassete anos, dos quais pouco ou nada de sabe.
Sabe-se que foi durante esse período que escreveu Os Lusíadas, “ …aquele Inverno
que esteve em Moçambique, acabando de aperfeiçoar as suas Lusíadas para as
imprimir…” “Grandes Vidas Grandes Obras Biografias Famosas” (1974: 15), e que
passou por inúmeras dificuldades “ No meio de tudo o que se ignora e imagina,
apenas um facto se afigura contante e indubitável: a penúria em que viveu e as
dificuldades de toda a espécie que conheceu durante o seu longo «desterro».”, “ Em
Moçambique achamos aquele Príncipe dos Poetas, Luís de Camões, tão pobre que
comia de amigos…” “Grandes Vidas Grandes Obras Biografias Famosas” (1974:
15).
Porém, também prova há que realidade e lenda se misturam durante esse
longo período, pois,“Conta a lenda que, enquanto permaneceu em Macau, Camões
se dirigia para uma gruta à beira-mar, onde ao lado da sua amada chinesa,
Dinamene, escrevia, dia após dia, os versos de os Lusíadas. Porem, a própria gruta
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Os Lusíadas
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Os Lusíadas
Origem da Obra
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Os Lusíadas
Época Literária
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Os Lusíadas
Contexto Socioeconómico
Contexto Cultural
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Os Lusíadas
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Os Lusíadas
Estrutura Externa
O poema Os Lusíadas é composto por um total de 1102 estâncias,
distribuídas pelos dez cantos em que o poema se divide. O número de estâncias por
canto varia entre 87 no canto VII, e 156 no canto X.
Cada estância é uma oitava com o esquema rimático ABABABCC, assim, os
seis primeiros versos têm rima cruzada e os dois últimos têm rima emparelha.
Quanto aos versos perfazem um total de 8816, sendo na sua maioria decassilábicos,
com predomínio no decassílabo heroico, mas surgem também alguns de
decassílabo sáfico.
Estrutura Interna
A estrutura interna d’ Os Lusíadas segue a organização das epopeias
clássicas, assim sendo, divide-se em quatro partes, sendo elas:
Proposição - constitui a primeira parte do poema, e é aqui que se apresenta
o assunto e o herói do poema, sendo o assunto o relato dos feitos gloriosos dos
portugueses, e o herói é Vasco da Gama em representação do povo português.
Invocação - constitui a segunda parte do poema, e designa-se pela parte
onde o autor pede inspiração para escrever o poema. Luís de Camões invoca as
Tágides, Ninfas do Tejo, que são as suas principais musas inspiradoras. Ao longo do
poema, invoca ainda Calíope, musa da História.
Dedicatória - esta é a terceira parte da epopeia, é a única que é facultativa
nas epopeias clássicas, e é aqui que o autor dedica o poema a D. Sebastião.
Narração – constitui a quarta parte do poema, é onde se desenvolve o
assunto, onde Camões relata as façanhas do povo português.
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Os Lusíadas
Excerto Selecionado
Proposição
I
As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
II
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
III
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
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Os Lusíadas
Estrutura Externa
Estrutura Interna
Análise Interpretativa
Quanto aos heróis de tais feitos, Camões canta todo o povo português. Pois
através de uma análise às expressões pelo poeta utilizadas para se referir aos
heróis concluímos que Os Lusíadas abarcam todo o povo português,
nomeadamente:
Refere-se ao povo em geral.
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Os Lusíadas
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Os Lusíadas
que por isso nunca deverão ser esquecidos “E aqueles que por obras valerosas/ Se
vão da lei da Morte libertando”, pois uma das consequências da morte é o
progressivo esquecimento.
Camões finaliza a segunda estância com o verso “Se a tanto me ajudar o
engenho e arte.” Assim, o poeta pretende dizer que espera ter o conhecimento
suficiente e a técnica necessária, ou seja, talento e eloquência, para poder cantar
fielmente feitos de tamanha importância.
Com a terceira estância, Camões continua a engradecer o assunto que vai
tratar ao longo da epopeia portuguesa. Segundo ele, nunca em tempo algum se
praticaram feitos, nem mesmo imaginários, que possam ser comparados aos feitos
dos portugueses. Para tal, o poeta relembra heróis reais e fictícios da Antiguidade,
citando, no campo das navegações, Ulisses - “o sábio grego”, herói cantado por
Homero na Odisseia, e Eneias - “Troiano”, herói cantado por Virgílio na Eneida. E no
campo das conquistas, cita Alexandre Magno, rei da Macedónia, e o imperador
Trajano. Refere, então, o poeta que os feitos destes quatro heróis não são tão
gloriosos quanto os dos portugueses, e por isso, devem ser esquecidos, pois já não
são merecedores de serem lembrados, “Cessem do sábio Grego e do Troiano/ As
navegações grandes que fizeram;/ Cale-se de Alexandro e de Trajano/ A fama das
vitórias que tiveram;”. O motivo que apresenta para tais afirmações prende-se com o
facto dos feitos portugueses, a sua bravura e valentia serem inigualáveis, os quais o
poeta classifica como “o peito, ilustre Lusitano”.
Os feitos dos portugueses foram de tal valor, no campo das navegações, que
dominaram o mar, aqui representado por Neptuno, deus do mar. E no campo das
conquistas, que foram invencíveis, simbolizados aqui por Marte, deus da guerra. E
por isso apresenta a submissão dos deuses perante os portugueses.
Explicada toda a superioridade dos feitos do povo Luso, quer nas navegações
quer nas descobertas e conquistas, o poeta finda a terceira estância com os versos”
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,/ Que outro valor mais alto se alevanta.”,
superlativando, deste modo, o valor do herói que cantará.
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Os Lusíadas
Plano da Viagem
Narração dos acontecimentos ocorridos durante a viagem marítima de Vasco
da Gama até à Índia.
“Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,”
Plano da História
Relato dos factos marcantes da história de Portugal
“ E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando”
Plano do Poeta
Refere-se às considerações opiniões e até mesmo queixas do poeta, ou
quando ele fala de si próprio.
“Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.”
Plano da Mitologia
É formado pelas partes do poema em que há intervenção dos deuses, este
plano permite favorecer a evolução da ação, na medida em que uns deuses se
assumem como adjuvantes e outros como oponentes aos portuguese.
“A quem Neptuno e Marte obedeceram.”
Recursos Estilísticos
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Os Lusíadas
Sinédoque – consiste em tomar a parte pelo todo ou o todo pela parte, isto é, o
singular pelo plural ou o plural pelo singular.
Ex.: “Ocidental praia Lusitana”
Perífrase - consiste no emprego de muitas palavras para se exprimir o que se podia
dizer mais concisamente.
Ex.: “Ocidental praia Lusitana”
“Se vão da lei da Morte libertando”
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Os Lusíadas
Ex.: (toda a estância) - há uma supervalorização dos feitos heroicos dos portuguese.
“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.”
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Os Lusíadas
2ª PARTE
Planificação da apresentação oral
Conclusão
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Os Lusíadas
Bibliografia
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Os Lusíadas
NUNES, Helena Pires, SOARES, Lina Maria e MARQUES, Mª das Dores (2000),
Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, Mem Martin, Sebenta, Lda.
S.A. (1974), Grandes Vidas Grandes Obras Biografias famosas, Lisboa, Selecções
do Reader’s Digest.
Webgrafia
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Os Lusíadas
Anexos
Power point utilizado na apresentação oral
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