Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A contribuição de Lefebvre para o entendimento dos desdobramentos das relações sociais no
espaço foi um divisor de águas no pensamento desse tema. Até 1970, os métodos e
objetivações teóricas se debruçavam sobre um modelo de espaço enrijecido e estático. O
autor rompe esse pragmatismo imposto e nos apresenta uma dialética do espaço, entendendo
agora este como um produto das ações sociais. Diante do exposto, o presente trabalho tem
por objetivo realizar um recorte teórico sobre a produção do espaço, focando nas delimitações
propostas por Lefebvre (2000), bem como agregando outras teorias de análise espacial que
complementem as observações possíveis a partir deste modelo teórico. É importante
dimensionar a pretensão do presente texto, cujo intento não é elucidar todos os pontos da
referida observação, mas, em certo limiar, entender quais contornos se sobrepõem a outros
conhecimentos postulados que possam, de forma preliminar – e por que não, superficial – nos
fornecer caminhos para o aprofundamento do debate. Este está desenvolvido sobre uma
metodologia de análise narrativa. Com o trabalho foi possível realizar uma compreensão
preliminar sobre a referida teoria, aprofundando-se em conceitos, bem como evidenciando
algumas teorias de contato, como a teoria do desenho urbano de Del Rio (1990), da análise
visual de Cullen (1983) e da imagem da cidade de Lynch (1982).
INTRODUÇÃO
O debate sobre a produção do espaço e suas nuances é recente. Teóricos como Henri
Lefebvre, em seu livro A Produção do Espaço, se esforçaram para construir modelos teóricos
que norteassem as discussões sobre tal tema. O fato é que as ciências sociais se
apresentaram como modelo científico e metodológico – diga-se com bastante desprezo pelas
ciências naturais – ainda recente.
As considerações a respeito da produção do espaço iniciaram quando ocorreu a
mudança no entendimento sobre o espaço social e o tempo social – esse não mais um
resultado da natureza, de sua modificação ou associada como um simples fato da cultura,
mas um produto de relações. Schmid (2012) explica que até 1970 as questões relacionadas
às interpretações do espaço não atingiam o campo central do debate. A “virada espacial”
estaria ligada
aos processos combinados de urbanização e globalização: novas geografias
se desenvolveram em todas as escalas. Essas novas configurações espaço-
temporais que determinam o nosso mundo clamam por novos conceitos de
espaço correspondentes às condições sociais contemporâneas (SCHMID,
2012, p. 89-90).
MÉTODO
HENRI LEFEBVRE
DESENVOLVIMENTO
A dialética da tríade espacial de Lefebvre não se apresenta como uma separação
espacial. Apesar de sua divisão (percebido, concebido e vivido), tais partes se entrelaçam
sem uma ordem rígida e podem apresentadas de quantas maneiras forem possíveis. Se o
espaço (social) é um produto social, podemos dizer que ele é um produto do homem, sendo
o homem também produto do espaço. Com essa indicação, tal lógica pode ser aplicada a
todas as sociedades, que obviamente serão apresentadas com casos diferentes, mas com
unidade.
Lefebvre nos apresenta sua tríade como um contraponto à dualidade das demais
teorias, definida por ele como redução da ideia “a uma oposição, a um contraste, a uma
contrariedade; ela se define por um efeito significante: efeito de eco, de repercussão, de
espelho” (LEFEBVRE, 2000, p.67). Na definição, o espaço percebido corresponde ao espaço
da prática social de uma sociedade e é constituído da relação dialética entre dominação e
apropriação. Por intermédio de sua análise é possível entender a prática social da dada
sociedade, associando-se diretamente à realidade urbana e cotidiana por meio dos lugares
sociais de lazer, emprego, da vida privada e dos prazeres, e
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS