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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA

Geografia regional do
Brasil

Discentes: Matheus Gabriel dos Santos Cunha Matrícula: 202108440023


Raissa Carla Dos Passos Dias Matrícula: 202108440042
Flavio Mascarenhas De Almedia Matrícula: 202108440064
Marcos Vinicio Da Silva Soares Matrícula: 202108440040
Vinicius Souza de Abreu. Matrícula:202108440022

Turma: 315 (Noite)

Docente: Indira Rocha

Belém
2023
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 1° RESENHA:

VAINER, Carlos Bernardo. Interdisciplinaridade e estudos regionais. In: MELO, Jayro


Gonçalves
(org.). Região, cidade e poder. Presidente Prudente: GAsPERR, 1996, p. 11-32.

O texto do Carlos Bernado Vainer nos aponta os porquês junto das


problematizações das regiões nas quais são analisadas de diversas formas e pontos,
onde somos levados a sempre a um questionamento regional do porque daquela
maneira ser a correta e a outra errada, com a diferenciação das várias formas e fatores
como nos foi apresentado no texto relacionado a dicotomia educacional no ensino
superior.

Segundo Vainer a regionalização do pensamento partindo do pressuposto


acadêmico sempre esteve instaurado de forma evidente porém imperceptível sem uma
análise metodológica do fato em questão. O fato a ser analisado é o porque do curso X
ser superior ao curso Y sendo que ambos discutem métodos e teorias vinculadas a
ciências humanas, com uma breve análise do texto podemos perceber que por mais que
ambos discutam as ciências humanas o valor teórico educacional mais especificamente
o valor qualitativo do pensamento que é levado em consideração, elevando as disputas
materiais e simbólicas entre si que no caso aqui se enquadra onde um é mais superior e
o outro marginalizado.

A forma da regionalização sem o contexto por completo só passa a ser dados


levantados sem levar em consideração a organização de tal ponto e espaço de estudo
onde possa haver uma regionalização dentro da regionalização como uma escala micro
dentro de uma macro. Vários fatores podem exercer força sobre o regional como além
da diferença do pensamento o material visto é um grande norteador de diferenças
forçando a regionalização.

De fato, a regionalização pode ser uma ferramenta importante para entender as


diferenças entre as diferentes regiões geográficas do mundo e para analisar suas
características. Porém, é importante entender que a regionalização não deve ser
utilizada como meio de priorizar ou definir valores maiores ou menores entre diferentes
regiões. Como aponta Vainer em seu texto, essa localização reforça estereótipos e
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preconceitos, além de se basear em critérios muitas vezes arbitrários e pejorativas,


assim é importante conduzir a regionalização de forma crítica e metódica, levando em
conta todos os fatores relevantes é para evitar a criação de hierarquias baseadas em
valores qualitativos ou quantitativos.

Além disso, é importante considerar as regiões levando em conta as diferenças


econômicas, sociais, culturais, históricas e políticas que possam existir dentro da mesma
área geográfica. A consciência dessas diversas regiões pode ajudar a entender a
complexidade e as diferenças regionais.

 2° RESENHA:

COSTA, Rogério H. da (Rogério Haesbaert da), 1958-Regional-global: dilemas da região


e da regionalização na geografia contemporânea/Rogério Haesbaert. – Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2010.

1. Entre realidade empiríca e construção intelectual: a região como fato e


como artifício.

Segundo Paulo Freire, em suas teorias da região, a concepção de região pode


ser entendida tanto como um fato quanto como um artifício, isso significa que a realidade
empírica da região, como suas características geográficas, históricas e culturais, pode
ser vista como um fato objetivo e evidente. Por outro lado, a compreensão da região
também pode ser construída intelectualmente, como um artifício, por meio das
interações entre sujeitos e contextos sociais.
Na obra o autor traz o debate mais abrangente do que são essas possíveis
representações de região e diferentes leituras no dias de hoje, onde para ele persiste a
formulação e mutação da proposta quanto ao conceito de região e regionalização. A
priori, o autor expõem a concepção tradicional de região, quando compreendida
enquanto artefato, onde no passado era entendida como fato ou como artifício apenas
analítico. O autor discute momentos perspectivos onde ocorre a morte ou o fim da
região, e quais fatores contribuem para o declínio desse conceito, como a mudança da
refência de uma concepção regional para o espacial, e com a característica da região
sendo apresentada de diferentes formas, como espacias e variedades áreas ao tratar
em sociedade.
Assim, o texto cita autores como Bernard Varenius e Vidal de La Blache quais
possuem conceitos semelhantes aos de Ptolomeu, quais discutem a topografia com
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uma subdivisão das regiões individuais da terra. Em detrimento, frente as perspectivas


da globalização pós-moderna, onde a sociedade e o indivíduos passam por processos,
logo passariam por extinção a esses processos. Nesse víes, considera a região
enquanto artifício, uma abordagem construtivista, visto que é entendida como uma
experiência ou um assimilação indiviual do invdivíduo, onde para a principal afeição de
território e regionalização há a necessidade de olhar e compreender a região posterior
aos processos de globalização.

A. Abordagens “realistas”: a região/regionalização como fato ou evidência


empírica.

O objetivo é mostrar as diversas formas de enxergar a abordagem “realista” da


região/regionalização de cada autor. É observar que esse conceito pode ter varias
formas de diálogo dentro da proposta de cada escritor como uma visão naturalista, como
Vidal de La Blache, que enxerga a região como apenas um “dado” analítico. Nesse
sentindo, a regionalização não é vista como algo “ empírico”, mas sim de modo que para
ele a região é uma realidade autoevidente. Desse modo, o texto mostra as influências e
discordância de cada autor que propõe uma visão de mundo de acordo com seu modo
de ver o mundo a partir da sua realidade, de modo que Marx critica essa visão de
autores que tratam a realidade como um mero dado, de acordo com a visão dele o
espaço é “vivido” que é valorizar a prática e ver a região como algo muito além do mero
recurso analítico.

O texto buscar mostra também perspectivas de autores que decorrem sobre a


tentativa de interações entre estruturas (com a influência de Anthony Gilden) e a
humanistas que tem uma influência efetiva das regiões que devem ser consideradas
processos sociais. Pensamentos mais contemporâneos fazem criticas severas a esse
tipo de estrutura por está em um outro momento que propõe um caráter mais relativo
nas construções o conhecimento. Tendo vista que propõe uma valorização do
conhecimento pratico da geografia dentro da região/regionalização.

Nesse contexto, a leitura vai decorrendo com mais variados autores e suas
vivências mostrando tendência e visões completamente diferente de regionalização.
Mostrando que ao passa dos anos algumas visões vão mudando onde a geografia era
vista apenas uma coleta de dados até nas vivências do espaço como o um fato
importantíssimo para a identificação da região.
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B. Abordagens analítico-racionalistas e/ou construtivistas: a


região/regionalização como artifício intelectual

O texto apresenta diferentes concepções teóricas sobre a região na geografia,


destacando a distinção entre a perspectiva analítico-racionalista, predominante na
corrente neopositivista, e a abordagem construtivista. A primeira entende a
regionalização como um instrumento analítico simples para compreender a realidade,
enquanto a segunda afirma que a região é um construto social resultante de práticas e
interpretações sociais. Esse construtivismo social é fundamentado no idealismo
kantiano, que defende a impossibilidade de conhecer as coisas em si mesmas sem
imposição de categorias do pensamento sobre a experiência.
O texto também aborda a visão de Richard Hartshorne sobre a região como
construção intelectual que não pode ser definida como um objeto individual concreto,
mas sim como um artifício lógico e método de ensino. Ele considera que a região é
construída pelo pensamento filosófico sobre a geografia.
Por fim, é apresentada uma perspectiva de construtivismo não dicotômico que
destaca o caráter plural do conceito de região, buscando superar leituras duais entre o
racionalismo e o empirismo. Esse construtivismo plural visa enfatizar que o
conhecimento não vem apenas da empiria, mas também é resultado de nossas práticas
e interpretações sociais.

C. Abordagens normativa: a região como instrumento de ação.

Este modulo almejou discutir a região como um instrumento de ação, isso é, a


noção de região na geografia como um instrumento para a ação política e econômica.
Desta forma, trazendo a perspectiva normativa da região, no qual está não está
preocupada apenas em reconhecer o que é a região meramente como uma realidade
empírica, ou mesmo em apenas destrincha-la e avalia-la como um instrumento analítico,
e sim em propor ações efetivas na realidade prática.
Nesse sentido, o autor destaca a existência de duas formas distintas de
regionalização que devem ser separadas. A primeira é conduzida para fins acadêmicos,
com o objetivo de examinar e entender um processo social específico, e pode ou não ser
aplicada em projetos políticos. Em contraste, a segunda é concebida desde o início para
intervenções políticas ou planejamento, levando em conta todas as limitações e
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implicações envolvidas.
O texto aborda a concepção de região/regionalizações com foco na intervenção
política, destacando que não basta apenas conhecer a região em si, ou seja, o que ela
é, mas também estar ciente das limitações e requisitos específicos que permeiam a
ação prático-política. Para tanto, é essencial fazer concessões e utilizar um instrumental
adaptado ao tipo de ação ou resultado desejado pelo projeto ou plano em questão.
Ainda mais, o autor ressalta a importância de distinguir entre o papel do
Geógrafo acadêmico e o do gestor/administrador político. Com base nas teorias de
Pierre George sobre Geografia Ativa e Geografia Aplicada, o autor discute que a missão
da Geografia Ativa é a produção de conhecimento científico, enquanto a Geografia
Aplicada consiste na utilização dos dados fornecidos pela Geografia Ativa pelos
gestores/administradores.
O texto destaca igualmente que o caráter normativo da região, isto é, ela como
um instrumento de ação, não está restrito aos mecanismos do Estado, mas pode ser
estendido a diferentes grupos sociais que tentam redesenhar o espaço regional de modo
a subverter a antiga ordem e instituir novos mecanismos de reconhecimento e
redistribuição, tanto em relação às diferenças culturais quanto às desigualdades sociais.
A despeito de ter perdido importância ao longo das décadas, hodiernamente há uma
retomada dessa ciência, especialmente na Europa, em que as políticas de
regionalização se encontram em alta. A Geografia tem se reapropriado de elementos
regionais na forma de políticas específicas, como a noção de clusters ou arranjos
produtivos locais/regionais.
Por fim, destaca-se que essas abordagens não são mutuamente excludentes,
mas complementares. Cada uma delas deve ser interpretada em sua especificidade. Em
particular, a abordagem normativa está intimamente ligada à abordagem imaginada ou
idealizada. Nesse viés, a região é vista como um objeto de intervenção concreta e
construção pelos sujeitos sociais, especialmente o Estado. Essa construção pode ser
vista como uma forma de reconhecimento e redistribuição das desigualdades sociais.
Outrossim, ressalta a importância de compreender essas abordagens em sua
especificidade, já que cada uma delas tem implicações diferentes para a compreensão e
ação na região. É essencial notar que a região não é apenas um fenômeno natural ou
social, mas também um objeto de intervenção política. Desse modo, a região pode ser
construída e reconstruída pelos sujeitos sociais, a fim de alcançar fins específicos.

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