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CEMIG GERAÇÃO E

TRANSMISSÃO S.A.
BELO HORIZONTE - MG

RPPN GALHEIRO
REVISÃO DO PLANO DE MANEJO DA RESERVA
PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL
RPPN GALHEIRO

CONTRATO 1CEMG01F OS26 P01 TR10 PEND03 JULHO / 2014


BRANDT Meio Ambiente

EMPRESA RESPONSÁVEL POR ESTE RELATÓRIO


Razão social: Brandt Meio Ambiente Ltda. http: www.brandt.com.br

CNPJ: 71.061.162/0001-88 Diretor: Sérgio Avelar


Nova Lima / MG - Alameda do Ingá, 89 - Vale do Sereno - 34.000-000 - Nova Lima - MG
Tel (31) 3071 7000 - Fax (31) 3071 7002 - bma@brandt.com.br

EQUIPE TÉCNICA DA BRANDT MEIO AMBIENTE


ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DESTE DOCUMENTO
E RESPONSABILIZA-SE TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS
FORMAÇÃO /
TÉCNICO RESPONSABILIDADE NO PROJETO
REGISTRO PROF.
Engenheira Florestal
Henriqueta Bernardi CREA 100. 511/D Elaboração
CTF 5577999
Adm. Empresas
Leonardo Ivo CRA 27.237 Coordenação e elaboração
CTF 5868363
Biólogo
Diego Lara CRBio 70397 Gestão do contrato
CTF 2067350

EMPRESA RESPONSÁVEL PELA RPPN


Razão social CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A.
CNPJ 06.981.176/0001-58
Inscrição Estadual 062.322.131.0098
Av. Barbacena, 1200/13º andar - Santo Agostinho
Endereço
Belo Horizonte - MG - CEP: 30190-181
Contato Sede Rodrigo Vargas Amaral
Telefone (31) 3506-4068
e-mail rodrigo.amaral@cemig.com.br
Contato Regional Jose Pedro Vasconcelos Lucena, Edmundo Santiago de Oliveira
Telefone (34) 3074 0240 / 3074 0247
e-mail plucena@cemig.com.br; eso@cemig.com.br

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Sumário

1 - APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................7

2 - INFORMAÇÕES GERAIS ....................................................................................................................................8


2.1 - Histórico ........................................................................................................................................................8
2.2 - Certificação ...................................................................................................................................................9
2.3 - Acesso e Localização ...................................................................................................................................9
2.4 - Ficha Resumo da RPPN.............................................................................................................................13

3 - CARACTERIZAÇÃO DA RPPN .........................................................................................................................14


3.1 - Clima 14
3.2 - Relevo .........................................................................................................................................................14
3.3 - Hidrografia ..................................................................................................................................................15
3.4 - Espeleologia ...............................................................................................................................................15
3.5 - Vegetação ...................................................................................................................................................15
3.5.1 - Avaliação da Potencial Biodiversidade da Área .................................................................................20
3.5.2 - Vegetação da área de estudo .............................................................................................................27
3.6 - Fauna 35
3.6.1 - Entomofauna ......................................................................................................................................37
3.6.2 - Ictiofauna .............................................................................................................................................40
3.6.3 - Herpetofauna ......................................................................................................................................44
3.6.3.1 - Lissanfíbios..................................................................................................................................44
3.6.3.2 - Répteis ........................................................................................................................................46
3.6.4 - Avifauna ..............................................................................................................................................53
3.6.5 - Mastofauna .........................................................................................................................................62

4 - INFRAESTRUTURA E RELAÇÃO COM A COMUNIDADE ..............................................................................64


4.1 - Visitação .....................................................................................................................................................64
4.2 - Infraestrutura...............................................................................................................................................66
4.2.1 - Pessoal ...............................................................................................................................................66
4.2.2 - Estruturas Físicas ...............................................................................................................................67
4.2.3 - Atividades de operação e manutenção desenvolvidas na RPPN ......................................................71
4.2.4 - Combate a Incêndios ..........................................................................................................................73
4.2.5 - Sinalização ..........................................................................................................................................75
4.2.6 - Sistema de Gestão..............................................................................................................................76
4.2.7 - Coleta Seletiva ....................................................................................................................................77

5 - REVISÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA RPPN ...................................................................................78

6 - AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.........................................................................................79


6.1 - Evidências...................................................................................................................................................81
6.1.1 - Programa de Manejo ..........................................................................................................................81
6.1.2 - Programa de Uso Público ...................................................................................................................88
6.1.3 - Programa de Operacionalização ........................................................................................................89
6.1.4 - Programa de Integração com o Entorno.............................................................................................89

7 - ZONEAMENTO ..................................................................................................................................................90
7.1 - Zona de Administração e Visitação ............................................................................................................91
7.2 - Zona de Recomposição Florestal ...............................................................................................................92
7.2.1 - Áreas com pastagem exótica..............................................................................................................92
7.3 - Zona de Proteção .......................................................................................................................................93

8 - PROGRAMAS DE MANEJO ..............................................................................................................................94


8.1 - Planejamento e Estrutura do Programa de Manejo ...................................................................................94
8.1.1 - Programa de Gestão ...........................................................................................................................95
8.1.2 - Programa de Proteção ........................................................................................................................96
8.1.3 - Programa de Recomposição Florestal ...............................................................................................96
8.1.4 - Programa de Comunicação e Visitação .............................................................................................97

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................99

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ANEXOS ................................................................................................................................................................103
ANEXO 1 - PORTARIA N° 73-N, DE 6 DE SETEMBRO DE 1995 ..................................................................105
ANEXO 2 - PROJETO EXECUTIVO UNIDADE DE CONSERVAÇÃO GALHEIRO, LEME
ENGENHARIA LTDA.....................................................................................................................107
ANEXO 3 - CERTIFICADO ISO 14001 - SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL .............................................109
ANEXO 4 - MATERIAL DE DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL ..........................................................................111
ANEXO 5 - MAPA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL .......................................................................................113
ANEXO 6 - MAPA DE USO DO SOLO INTEGRADO À INFRAESTRUTURA.................................................115

Quadros

QUADRO 31. Formação e Usos – RPPN Galheiro.................................................................................................27

QUADRO 3.2 - Abundância aparente das espécies de Anuros, conforme observado no período 2002-
2004. ........................................................................................................................................................................45

QUADRO 3.3 - Lista de espécies de escamados - Período de 2002 a 2004. ........................................................46

QUADRO 3.4 - Hábitos típicos das espécies de aves. ...........................................................................................55

QUADRO 3.5 - Espécies coletadas em abril/2008 ..................................................................................................62

QUADRO 3.6 - Espécies de mamíferos ..................................................................................................................62

QUADRO 6.1 - Avaliação e Evidências...................................................................................................................80

Figuras

FIGURA 2.1 - Acesso e localização ........................................................................................................................11

FIGURA 3.1 - Mapa de Biomas de Minas Gerais ...................................................................................................17

FIGURA 3.2 - Blocos - diagramas das fisionomias ecológicas da Savana (Cerrado). ...........................................19

FIGURA 3.3 - Mapa de Zoneamento Ecológico Econômico - Integridade de Flora ...............................................21

FIGURA 3.4 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação ................................................................................25

FIGURA 3.5 - Mapa de Uso do Solo .......................................................................................................................29

FIGURA 3.6 - Distribuição para as dez famílias mais ricas em espécies nas áreas de coleta ..............................32

FIGURA 3.7 - Distribuição do número de espécies por ordem de insetos. ............................................................37

FIGURA 3.8 - Distribuição das famílias pelas distintas ordens de insetos. ............................................................38

FIGURAS 3.9 e 3.10 - Famílias de Hemiptera (A) e Diptera (B).............................................................................38

FIGURA 3.11 - Famílias de Coleóptera...................................................................................................................39

FIGURA 3.12 - Famílias de Hymenoptera...............................................................................................................39

FIGURA 3.13 - Distribuição de espécies entre ordens não-passeriformes registradas na RPPN de


Galheiro. ..................................................................................................................................................................54

FIGURA 3.14 - Distribuição de espécies entre famílias da Ordem Passeriformes registradas na RPPN de
Galheiro ...................................................................................................................................................................55

FIGURA 3.15 - Distribuição de espécies, de acordo com suas guildas alimentares na RPPN de Galheiro ..........56

FIGURA 8.1 - Diagrama com o resumo do Programa de Manejo da RPPN Galheiro............................................94

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1 - APRESENTAÇÃO

A BRANDT Meio Ambiente LTDA apresenta o documento: Adequação da Revisão do


Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Galheiro,
visando sua aprovação perante o órgão ambiental responsável por sua avaliação,
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, por meio de sua
Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação.

O trabalho foi contratado pela CEMIG Geração e Transmissão S.A., proprietária da


RPPN Galheiro, a qual “Agradece a todos aqueles, que de alguma forma
contribuíram para a criação, implantação, manutenção e gestão da RPPN
Galheiro”.

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2 - INFORMAÇÕES GERAIS

2.1 - Histórico
A RPPN Galheiro foi criada no ano de 1995, conforme Portaria n° 73-N, de 6 de
setembro de 1995 (anexo 1) conforme consta no processo nº 02015.004127/95-26, em
atendimento à Resolução CONAMA 010/87, vigente à época do licenciamento
ambiental da Usina Hidrelétrica Nova Ponte, que estabelecia como pré-requisito para o
licenciamento de obras de grande porte, a implantação de uma Estação Ecológica
pelo empreendedor como reparo aos danos ambientais causados pela destruição de
florestas e outros ecossistemas.

A escolha da área destinada à RPPN Galheiro teve início em 1992, quando foram
selecionadas trinta e cinco áreas potenciais para implantação e criação de Unidade de
Conservação conjunta para atendimento às exigências legais da construção das
Usinas Hidrelétricas Miranda e Nova Ponte. A seleção dessas áreas foi feita a partir de
indicações contidas nos relatórios de estudos de fauna e flora na área de influência
dos empreendimentos citados e foram realizados em 1987 e 1988.

Estudos posteriores, realizados ainda em 1992, restringiram as áreas escolhidas em


função de suas características dos meios físico, biótico e antrópico, resultando no
mapeamento preliminar da fitofisionomia e das interrelações geoambientais. A área
chamada, Complexo Galheiro foi então selecionada pelo seu potencial ecológico e
pela expressividade a nível regional.

Nesse contexto, antes da publicação da lei 9.985/2000, que instituiu o Sistema


Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, foi elaborado pela empresa Leme
Engenharia Ltda, o documento técnico chamado “Projeto Executivo - Unidade de
Conservação Galheiro”, baseado nos estudos ambientais para mapeamento dos solos
e levantamento da fauna e flora local da UHE Nova Ponte. Esses estudos, que tiveram
início em novembro de 1993, culminando com a apresentação do documento em
agosto de 1995, foram realizados concomitantemente ao processo de seleção e
aquisição da área para criação da Estação Ecológica. Maiores informações sobre o
histórico de sua criação e os processos envolvidos poderão ser encontrados,
considerando o cenário da década de 90.

Em dezembro de 2009, com o objetivo de fazer a adequação conceitual da Unidade de


Conservação criada, Estação Ecológica para Reserva Particular do patrimônio Natural,
categoria prevista na lei 9.985/2000 - SNUC, pertencente ao grupo de uso sustentável,
conforme artigo 21 e respectivos regulamentos, além de adequação ao roteiro
metodológico, foi apresentado ao ICMBio, o documento intitulado, Revisão do Plano
de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Galheiro, elaborado
pela empresa Manna & Toledo Planejamento Ambiental Ltda.

O documento apresentado recebeu contribuições e sugestões por meio da Nota


Técnica no 11/2012/COMAN/CGCAP/DIMAN/ICMBio, elaborada pela equipe da
Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação, assinada pela analista
ambiental Célia Lontra Vieira.

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A partir da incorporação das correções sugeridas e visando a elaboração de um


documento que atenda aos requisitos e objetivos que se espera de um plano de
manejo, foi utilizado o Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para
Reservas Particulares do Patrimônio Natural, IBAMA, 2004, como principal referência
dessa adequação.
O principal objetivo foi organizar o conteúdo já levantado, conforme correções
sugeridas, acrescentando informações faltantes, corrigindo possíveis deslizes
conceituais, culminando com a apresentação final do Plano de Manejo da RPPN
Galheiro ao ICMBio para aprovação.

Foram utilizados dados e informações contidas nos relatórios já elaborados, Projeto


Executivo Unidade de Conservação Galheiro, Leme Engenharia Ltda, Belo Horizonte,
agosto de 1995 (anexo 2) e Revisão do Plano de Manejo da Reserva Particular do
Patrimônio Natural - RPPN Galheiro, M&T Planejamento Ambiental Ltda, Uberlândia,
dezembro de 2009. Também foram obtidas informações de pesquisas e
pesquisadores e outras fontes de dados secundários.

No início do mês de maio de 2014 foi feita uma viagem de campo ao local onde foram
realizadas entrevistas com os responsáveis pela gestão e manutenção da RPPN, além
de visita aos principais locais da área, onde foi possível fotografar e coletar
informações que serviram de subsídio na elaboração do zoneamento e planejamento
da Unidade de Conservação.

2.2 - Certificação
Como informação adicional, tanto a UHE Nova Ponte, quanto a RPPN Galheiro são
certificadas em conformidade com a ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental desde
fevereiro de 2000, conforme certificado emitido em 10 de janeiro de 2012, validade até
09 de janeiro de 2015 (anexo 3).

2.3 - Acesso e Localização


A RPPN Galheiro localiza-se no município de Perdizes, região do Triângulo
Mineiro/Alto Paranaíba do Estado de Minas Gerais. A Unidade está a 422 km de Belo
Horizonte e 53 km de Araxá, sendo 37 km em estrada não pavimentada. Já em
relação à sede do município de Perdizes, está distante 38 km, com estrada também
não pavimentada.

Galheiro está situada entre os paralelos 19°10’S e 19º15’S e os meridianos 47°06’ e


47º11’W. Com uma forma aproximadamente triangular, tem dois de seus lados
limitados pelo reservatório (confluência dos rios Galheiro e Quebra-Anzol), sendo o
terceiro lado confrontando com propriedades particulares.

O acesso ao local pode ser realizado pela rodovia BR-452, e por estradas vicinais, que
se iniciam em Perdizes e próximas a Araxá. Pela sua condição lindeira ao reservatório
da UHE Nova Ponte, é também possível o acesso por embarcações até o ancoradouro
da Unidade.

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FIGURA 2.1 - Acesso e localização

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2.4 - Ficha Resumo da RPPN

Nome RPPN Galheiro


Proprietário CEMIG Geração e Transmissão S.A.
Representante Legal Jader Fernando R Nascimento
Responsável Técnico José Pedro Vasconcelos Lucena
Jader: (34) 3074-0217 jader@cemig.com.br
Contatos
José Pedro: (34)3074-0240 plucena@cemig.com.br
Endereço da RPPN Zona Rural - CEP: 38170-000 - Perdizes, MG
Telefone (34) 3831 6136
Área da RPPN 2.734,20 ha
Principal município de acesso Perdizes
Município(s) e estado(s)
Município de Perdizes, estado de Minas Gerais.
abrangido(s)
Entre os paralelos 19°10’S e 19º15’S e os meridianos 47°06’ e
Coordenadas geográficas
47º11’W.
Data e número do ato legal de
Portaria 73-N de 06/09/95
criação
Biomas e/ou ecossistemas Cerrado, cerradão, matas e campos.
38 km de Perdizes
Distância dos centros urbanos 53 km de Araxá
422 km de Belo Horizonte.
BR-452 e por estradas vicinais, que se iniciam em Perdizes e
Meio principal de acesso
próximas a Araxá.
Visitação de escolas e universidades da região, desenvolvimento
Atividades ocorrentes
de projetos de pesquisas e monitoramentos ambientais.

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3 - CARACTERIZAÇÃO DA RPPN

3.1 - Clima
O clima da região da RPPN Galheiro é tropical de altitude sendo um tipo climático
predominante nos planaltos e serras do Sudeste brasileiro, Planalto Central de Goiás,
Distrito Federal e na Serra de Maracaju em Mato Grosso do Sul. No Brasil, esse
domínio tropical de marcante individualidade abrange o sul de Minas Gerais e do
Espírito Santo e partes dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Mato
Grosso do Sul, onde altitudes acima de 500 metros determinam condições especiais
de clima. Apresenta temperatura amena, entre 18°C e 26°C, e amplitude térmica anual
entre 7°C e 9°C.

Na RPPN, o clima é caracterizado por um período chuvoso que vai de outubro até
abril, sendo o total anual da precipitação da ordem de 1.700 mm. O total de dias com
chuvas no ano é em media 120, com um coeficiente de variação de 25%, indicando
um regime de chuvas regular, resultando em uma região a salvo de estiagens
frequentes. A temperatura média anual é da ordem de 19,3°C, apresentando uma
significativa oscilação durante o ano, com a mínima absoluta de 1°C no inverno e
máxima absoluta de 35°C no verão. A umidade relativa média anual do ar é de 75%.

A velocidade média mensal do vento oscila entre 1 m/s a 2,7 m/s, com ligeira
intensificação no final do inverno e outono.

3.2 - Relevo
Domínio das Chapadas

As chapadas são representadas por superfícies planas, elaboradas sobre xistos do


grupo Araxá, quando posicionadas num nível topográfico superior ou sobre rochas do
complexo Granito-Gnáissico, quando posicionadas altimetricamente num nível inferior.

A variação altimétrica observada compreende um intervalo de 760 a 1000m, sendo


que as de menores altitudes compreendem, na maioria das vezes, interflúvios
arredondados localizados mais próximos da depressão do rio Quebra Anzol,
interpenetrando a mesma.

Os solos predominantes neste compartimento são:

- Latossolo Vermelho Escuro Álico e Distrófico;


- Latossolo Vermelho Amarelo Álico, sendo de textura argilosa.

Domínio das Encostas

Compreende a porção responsável pela ligação das chapadas com os fundos de vale,
ocupados pelo reservatório da UHE Nova Ponte.

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Este domínio compreende dois padrões distintos de evolução:

O primeiro refere-se às encostas do rio Galheiro, sendo áreas intensamente


dissecadas, originadas devido a uma intensa incisão fluvial retilínea, pela rede de
canais secundários da bacia do rio Quebra Anzol, encontrando-se elaborado sobre
xistos do Grupo Araxá ou rochas do Complexo Granito-Gnáissico.

O segundo padrão observado refere-se às encostas orientadas diretamente para o rio


Quebra Anzol, que apresenta um grau de dissecação diferente do anterior. Trata-se de
encostas esculpidas, em geral, sobre rochas básicas e ultrabásicas, xistificadas do
grupo Araxá, mas podem ocorrer também no domínio das rochas granito-gnáissicas.

No domínio das encostas predominam os solos Litólicos, textura argilosa cascalhenta


com substrato clorita xisto, acompanhados pelo cambissolo distrófico cascalhento,
textura média cascalhenta.

3.3 - Hidrografia
Com relação à sua rede de drenagem, a área apresenta cinco drenagens de 2ª ordem
(tributários do rio Quebra Anzol) e nove de 3ª ordem (tributários do rio Galheiro),
sendo que alguns destes foram inundados pelo reservatório. Algumas nascentes estão
localizadas na cota 900 m da borda da chapada, que constitui o 2º patamar
topográfico local. Esses cursos d’água estão bem distribuídos espacialmente e drenam
toda a área. Na RPPN existem cinco nascentes sendo que duas são consideradas
intermitentes.

3.4 - Espeleologia
Não foram identificadas cavidades subterrâneas na área abrangida pela RPPN
Galheiro.

3.5 - Vegetação
A RPPN Galheiro está localizada no município de Perdizes, Minas Gerais, em região
de domínio do Bioma Cerrado (IBGE, 2005). A Figura 3.1 apresenta o Mapa de
Biomas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005).

O Cerrado, segundo maior Bioma do país em área, originalmente ocupava mais de


dois milhões de quilômetros quadrados, o que representa cerca de 25% do território
nacional. Hoje a cobertura vegetal remanescente equivale a aproximadamente 50% da
área original do Bioma (MMA/IBAMA, 2011).

A vegetação original do Bioma Cerrado é bastante diversificada ao longo de sua


extensão, apresentando fisionomias campestres, onde há predomínio do componente
herbáceo; fisionomias savânicas, onde predomina o componente arbustivo-arbóreo; e
fisionomias florestais, nas quais predomina o componente arbóreo (BORGES &
MACIEL, 2003; RIBEIRO & WALTER, 2008).

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FIGURA 3.1 - Mapa de Biomas de Minas Gerais

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Para efeito de caracterização ambiental da área, foi utilizado o Manual Técnico da


Vegetação Brasileira (IBGE, 2012), em que o Cerrado foi subdividido em quatro
subgrupos de formação, de acordo a composição e estrutura dos estratos arbóreo,
arbustivo e herbáceo: Savana Florestada (Cerradão); Savana Arborizada (Campo
Cerrado, Cerrado Ralo, Típico e Denso); Savana Parque (Campo Sujo e Campo
Rupestre); e Savana Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo) (FIGURA 3.2).

FIGURA 3.2 - Blocos - diagramas das fisionomias ecológicas da Savana


(Cerrado).

Fonte: VELOSO, RANGEL FILHO E LIMA (1991)

Essa diversidade fitofisionômica pode ser explicada por se tratar de um Bioma de


grande extensão territorial, apoiado sobre diversas feições geológicas e, por isso,
apresentam grandes variações ambientais de classes de solo, altitude, latitude e
longitude, distribuição de chuvas ao longo do ano, susceptibilidade a incêndios e
variações de temperaturas. Toda essa riqueza encontra-se relacionada a bacias
hidrográficas que colocam o Cerrado na condição de berço de grande parte das águas
do continente sul-americano (PIVELLO & COUTINHO, 1996).

Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a


savana mais rica do mundo abrigando, nos diversos ecossistemas, uma flora com
mais de 11.000 espécies de plantas nativas (MENDONÇA et al., 1998), das quais
4.400 são endêmicas (MYERS et al.,2000). Devido à grande diversidade biológica e
ao alto grau de endemismos, associado ao alto nível de ameaça, o Cerrado é
considerado área prioritária para a conservação biológica, sendo um dos 34 hotspots
mundiais (MYERS et al., 2000; GIULIETTI et al., 2009).

Na região da RPPN Galheiro a vegetação nativa á composta por um mosaico de


fisionomias, dentre elas Savana Florestada, Savana Arborizada, Matas de Galeria,
Floresta Estacional Semidecidual além das áreas antropizadas em processo de
recuperação natural.

As áreas antropizadas remanescentes, que estão em processo de recuperação, foram


classificadas como pasto e estão descritas no item 7 deste documento.

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3.5.1 - Avaliação da Potencial Biodiversidade da Área

Para avaliar o potencial de biodiversidade da área foram realizadas análises quanto ao


Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais e informações do Atlas
de Biodiversidade de Minas Gerais.

Zoneamento Ecológico Econômico

O Governo do Estado de Minas Gerais iniciou em janeiro de 2003 um processo de


planejamento para a gestão pública do Estado. Dentre as diversas ações
implementadas, se destaca a elaboração do Zoneamento Ecológico Econômico de
Minas Gerais (ZEE), que objetivou como premissa técnica, subsidiar o planejamento e
orientação das políticas públicas e das ações em meio ambiente nas regiões, por meio
de um macro diagnóstico do Estado, viabilizando a gestão territorial, estimulando a
participação dos Conselhos Plurais, COPAM, CERH e Comitês de Bacia, com vistas à
sua gestão, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e
ambiental.

Sendo assim, foi feita uma análise do ZEE para o estudo em questão, utilizando-se o
limite de área da RPPN Galheiro como objeto de análise.

Segundo SCOLFORO, 2008, o fator condicionante da Vulnerabilidade Natural


representa as áreas que ainda apresentam certa integridade ecológica e que, portanto,
são mais vulneráveis à ação do homem. A influência do grau de conservação da
vegetação foi captada de maneira a conferir maior valor de integridade para áreas
mais preservadas.

A maior parte da área analisada apresenta integridade de flora muito alta com poucos
pontos compostos por camadas de integridade alta (FIGURA 3.3). Isto significa que a
maior parte da região analisada é composta por áreas bem preservadas e na periferia
há poucas áreas onde a flora nativa foi suprimida ou substituída por flora exótica.

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FIGURA 3.3 - Mapa de Zoneamento Ecológico Econômico - Integridade de Flora

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Atlas de Biodiversidade de Minas Gerais

A metodologia para a priorização de áreas para a conservação da biodiversidade em


Minas Gerais, em linhas gerais, consistiu no levantamento e cruzamento de
informações sobre temas biológicos e não biológicos. Foram levantados dados sobre
13 grupos temáticos, sendo sete grupos biológicos e seis não biológicos. Os grupos
biológicos considerados foram: Mamíferos, Aves, Répteis, Anfíbios, Peixes,
Invertebrados e Flora. Os seis grupos não biológicos foram: Políticas Públicas, Fatores
Abióticos, Unidades de Conservação, Aspectos Socioeconômicos, Desenvolvimento
Sustentável, Indicadores e Monitoramento Ambiental, sendo que os dois últimos
representam uma análise adicional com relação à primeira versão deste documento.

Conforme pode ser verificado na Figura 3.4, área de importância biológica é alta e está
inserida no bioma Cerrado. A área da RPPN Galheiro foi inserida como alta
importância para a conservação devido a alta riqueza de espécies da fauna e da flora
e por sofrer pressões da agricultura, agropecuária e isolamento regional.

Na distribuição das áreas pelos biomas, foram definidas 59 áreas na Mata Atlântica,
35 no Cerrado, 13 áreas de transição entre Cerrado e Mata Atlântica, quatro áreas de
transição entre Caatinga e Cerrado e uma área de transição entre Caatinga, Mata
Atlântica e Cerrado. Aproximadamente 55% das áreas constituem ou abrangem
Unidades de Conservação, o que influenciou a definição das ações emergenciais,
direcionadas, em sua grande maioria, para a implementação da Unidade e/ou de seu
plano de manejo. A ampliação da área protegida ou a mudança na categoria da
Unidade de Conservação foram também, por vezes, recomendadas.

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FIGURA 3.4 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação

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3.5.2 - Vegetação da área de estudo

A área de Cerrado é caracterizada por uma vegetação xeromorfa, que ocorre sob
distintos tipos de clima. Em alguns locais, apresenta estratos de vegetação lenhosa de
meso e microfanerófitos com altura média superior aos 10 m, sendo muito semelhante,
fisionomicamente, a Florestas Estacionais, apenas diferindo destas na sua
composição florística.

A Floresta Estacional Semidecidual é estabelecida em função da ocorrência de clima


estacional que determina semideciduidade da folhagem da cobertura florestal. Na
forma isolada, pode ocorrer, ainda, entremeada a formações savânicas, especialmente
na Região Centro-Oeste do estado de Minas Gerais.

O quadro 3.1 mostra a atual distribuição das formações e usos na área da RPPN.

QUADRO 31. Formação e Usos – RPPN Galheiro

Classificação Área (ha) %


Floresta Estacional Semidecidual 1.459,39 53,38
Mata de Galeria 449,65 16,45
Cerrado 770,86 28,19
Remanescente de pasto exótico 28,32 1,04
Infraestrutura 25,81 0,94
Voçoroca Estabilizada 0,17 0,01
Total 2.734,20 100,00

O mapeamento de uso e ocupação da área da RPPN Galheiro foi obtido utilizado a


caracterização realizada para o Inventário Florestal de Minas Gerais (2008). Os
principais ambientes identificados na RPPN Galheiro são: cerrado, floresta estacional
semidecidual, matas de galeria e pastos, conforme pode ser observado na figura 3.5.

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FIGURA 3.5 - Mapa de Uso do Solo

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Os primeiros estudos florísticos e faunísticos da RPPN Galheiro foram realizados em


1994, por uma equipe de especialistas de diversas áreas do conhecimento.

Na ocasião, foram coletadas 624 espécies de fanerogâmicas, representadas por


exsicatas com material fértil e estéril, distribuídas em 347 gêneros e 105 famílias. As
famílias que apresentaram maior número de espécies foram Asteraceae,
Melastomataceae, Rubiaceae e Fabaceae - Faboídeae. Estes números foram obtidos
em coletas aleatórias e nas parcelas permanentes demarcadas para os estudos
fitossociologicos. O índice de diversidade de Shannon Wiener para a área foi de 3,6.
Juntamente com os estudos fitossociológicos foram realizados os estudos
dendrométricos da área. Para o cerrado a média volumétrica é de 23,516 st/ha e para
a floresta estacional semidecidual é de 336,476 st/ha. A diferença entre estes valores
era esperada, pois tratava-se, respectivamente, de formação aberta e formação
fechada.

Os cerrados apresentam as melhores condições ambientais da área, por serem de


maior tamanho e estarem mais bem conservados. Por sua vez, os ambientes florestais
são os principais mantenedores da riqueza de espécies, ainda que os remanescentes
possuam tamanhos e graus de conservação menores.

Abaixo é descrito o último levantamento florístico realizado na RPPN Galheiro:

Entre 2002 e 2004, foram realizados novos levantamentos florísticos e faunísticos na


RPPN. Este levantamento foi realizado com recursos da CEMIG/ANEEL e
administrados pela Fundação de Apoio Universitário (FAU) da Universidade Federal
de Uberlândia - MG. Este projeto se justificou pela importância biológica que
representa esse patrimônio vegetal biológico para a região do Triângulo Mineiro e que
certamente servirá de referência para futuros estudos e como base para o manejo
adequado da RPPN Galheiro.

O levantamento florístico teve como objetivo realizar um novo inventário para a flora
de plantas vasculares da RPPN Galheiro. As coletas foram realizadas mensalmente
em nove áreas distintas que representam todas as fitofisionomias da área. Todos os
exemplares foram coletados em fase fértil e estão incorporados no Herbarium
Uberlandense do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia - MG.

Ao todo foram levantadas 739 espécies distribuídas em 355 gêneros e 108 famílias,
sendo que 75% das espécies foram coletadas nas diferentes formações de cerrado e
24% foram coletas em formações florestais. Somando a estudos anteriores realizados
nesta mesma estação chega-se a 1.216 espécies em 148 famílias.

As dez famílias mais ricas em espécies foram: Asteraceae, Fabaceae,


Melastomataceae, Rubiaceae, Malpighiaceae, Poaceae, Caesalpiniaceae,
Bignoniaceae, Myrtaceae e Euphorbiaceae, mostrado na Figura 3.6.

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FIGURA 3.6 - Distribuição para as dez famílias mais ricas em espécies nas áreas
de coleta

Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004.

As famílias Asteraceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Poaceae, Caesalpiniaceae,


Rubiaceae, Myrtaceae e Euphorbiaceae são as mais ricas em espécies no
componente herbáceo, subarbustivo e arbustivo em ambientes de cerrado,
confirmando a riqueza de espécies das famílias mais importantes encontradas na
RPPN Galheiro.

Se compararmos os resultados deste trabalho com aqueles apresentados por Leme


Engenharia Ltda. (1995), pode-se verificar um acréscimo nos números absolutos de
táxons levantados. Em termos de famílias existem 40 que foram exclusivas do
levantamento anterior (1995), e 43 exclusivas do presente levantamento, totalizando
148 famílias de plantas vasculares. Ao nível específico foram acrescentadas 551
espécies, com 188 espécies em comum (16% do total de espécies levantadas),
totalizando nos dois levantamentos 1.175 espécies de plantas vasculares.

As famílias Rubiaceae, Myrtaceae e Euphorbiaceae, que no presente trabalho


obtiveram destaque também foram importantes no inventário anteriormente realizado,
sendo que representam basicamente a mesma diversidade. Para as outras sete
famílias importantes em ambos os levantamentos (Asteraceae, Fabaceae,
Melastomataceae, Malpighiaceae, Poaceae, Caesalpiniaceae e Bignoniaceae) foram
encontrados números de espécies variáveis.

No caso da família Asteraceae essa variação foi expressiva, uma vez que no trabalho
anterior foram encontradas 49 espécies, e neste estudo foram amostradas 114
espécies. Isto provavelmente ocorreu porque esta família é mais representativa dos
estratos herbáceo e sub-arbustivo. Portanto, em trabalhos de fitossociologia onde o
critério de inclusão é a circunferência ou o diâmetro do caule, certamente a família
Asteraceae é pouco amostrada.

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Os estudos de levantamento florístico e as comparações florísticas vêm demonstrando


uma grande riqueza de espécies no bioma cerrado, e uma contínua variação na
composição florística ao longo de sua extensão.

A posição geográfica da área de estudo dentro do bioma Cerrado certamente contribui


para a alta riqueza de espécies encontradas. Outros estudos de inventário nessa
região tornam-se importantes para que iniciativas futuras como a recuperação de
áreas degradadas ou delimitação de áreas estratégicas para a conservação, não
sejam totalmente inviabilizadas.

Seguem abaixo as principais espécies identificadas na RPPN Galheiro:

Foto 1 - Bysonima coccolobifolia Foto 2 - Stryphnodendron adstringens


(Malpighiaceae). (Mimosaceae).
Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004 Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004

Foto 3 - Calliandra dysantha (Minosaceae). Foto 4 - Chamaecrista trichopoda


Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004 (Caesalpiniaceae).
Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004

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Foto 5 - Kieymeyera coriácea (Clusiaceae). Foto 6 - Pseudobombax tomentosum


Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004 (Bombacaceae).
Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004

Foto 7 - Ficus sp. (Moraceae). Foto 8 - Miconia ferruginata


Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004 (Melastomatacea).
Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004

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Foto 9 - Lippia lasiocalycina Foto 10 - Ouratea hexasperma


(Verbenaceae). (Ochnaceae).
Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004 Fonte: SCHIAVINI, et al., 2004

3.6 - Fauna
Típica de ambientes abertos e de matas, com presença de espécies ameaçadas de
extinção a nível nacional, a exemplo do guigó (Callicebus personatus) e do pica-pau-
rei (Campephilus robustus).

O mosaico de ambientes preexistentes dentro da área da RPPN possibilita a


ocorrência de espécies de ambientes abertos, como o lobo guará (Chysochyon
brachiurus) e o tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla), em estreita
proximidade com os primatas, a exemplo do guigó (Callicebus personatus) ou aves,
como o mutum-de-penacho (Crax fasciolata), essencialmente dependentes de habitats
florestados.

Foram registradas 264 espécies de aves, sendo 23 delas raras a nível regional. Trata-
se de uma riqueza expressiva, correspondendo a cerca de 75% das espécies
detectadas na região do triangulo mineiro (CEMIG/Leme, 1995, doc. 11.134-RE-G90-
214).

Os remanescentes da floresta estacional semidecidual ou mata subperenifólia que se


encontravam em estágio de regeneração apresentavam o maior índice de riqueza de
espécies (135), enquanto o cerrado apresentou o menor valor deste parâmetro (84).

Em relação ao índice de diversidade (Shannon-Wiener), estas duas formações


apresentaram também valores diferenciados: 4,3 a 4,9 para a mata em regeneração e
3,5 a 4,4 para o cerrado.

Para os mamíferos foram registradas 13 espécies de pequeno porte e 21 de médio e


grande porte, além de 2 espécies de quirópteros, num total de 36 espécies. A floresta
apresentou maior riqueza de espécies (9) que o cerrado (5), no que se refere aos
pequenos mamíferos. O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de 2,21 para a
área da Unidade de Conservação Galheiro, considerando-se somente os pequenos
mamíferos registrados nas três áreas de captura sistemática, demarcadas para este
estudo.

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Registrou-se a ocorrência de Callicebus personatus e Chrysocyon brachiurus,


espécies oficialmente ameaçadas de extinção, embora suas populações não sejam
ainda conhecidas. Os estudos de herpetofauna registraram a ocorrência de 39
espécies de ofídios, 3 de anfisbênios, 11 de lagartos e 20 de anfíbios, num total de 48
espécies, o que pode ser considerado expressivo para este grupo.

Entre as serpentes, Bothrops moojeni foi a mais frequente, sendo registrados 7


indivíduos. Quanto aos lagartos e anfisbênios, Mabuya frenata foi a mais frequente. O
registro de uma espécie de anfíbio do gênero Eleutherodactylus, ainda não identificada
a nível especifico, merece destaque, pois pouco se sabe sobre a distribuição deste
gênero em áreas de cerrado. A continuidade do estudo dos anfíbios, abrangendo um
ciclo sazonal completo deve elevar o numero de espécies ate agora registradas.

Finalizando, o estudo da entomofauna na Unidade de Conservação Galheiro registrou


a ocorrência de 78 famílias, dentro das quais foi possível identificar 26 gêneros e 16
espécies. Dentre as famílias registradas merece destaque a ocorrência de
Coenagrionidae e Hydroptilidae, por possuírem espécies bioindicadoras de qualidade
ambiental. Os ambientes florestais mostraram-se mais ricos, em relação ao numero de
famílias, gênero e espécies, que os ambientes de cerrado.

Para a avifauna, em especial, os ambientes secundários, representados pelas matas


em regeneração, apresentaram o maior índice de riqueza e espécies. Este fato está
relacionado à abundancia na oferta de recursos alimentares, típica destes ambientes.
Nas matas estudadas, tal oferta está ligada à vegetação arbustiva e às lianas, sendo
que as árvores altas, senis e esparsas, constituem importantes micro-habitats para
nidificação e/ou forrageamento de espécies das famílias Rhamphastidae, Psittacidae,
Picidae e Dedrocolaptidae, entre outras.

Em relação à fauna de vertebrados alados e terrestres, os resultados obtidos nos


levantamentos realizados no ano de 1994, embora qualitativos, indicam que a mesma
é diversificada se distribui pelos diversos ambientes. Espécies consideradas raras ou
ameaçadas de extinção como o guigó (Callicebus personatus) e do pica-pau-rei
(Campephilus robustus) e a jandaia-de-testa vermelha (Aratinga auricapilla) foram ali
registradas.

Entre 2002 e 2004, foram realizados novos levantamentos florísticos e faunísticos na


RPPN. No levantamento faunístico, elaboraram-se estudos envolvendo os grupos de
entomofauna, ictiofauna, herpetofauna, avifauna e mastofauna. Este levantamento foi
realizado com recursos da CEMIG/ANEEL e administrados pela Fundação de Apoio
Universitário (FAU) da Universidade Federal de Uberlândia - MG. Este projeto se
justifica pela importância biológica que representa esse patrimônio vegetal biológico
para a região do Triângulo Mineiro e que certamente servirá de referência para futuros
estudos e como base para o manejo adequado da RPPN Galheiro.

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3.6.1 - Entomofauna

No relatório, após praticamente dois anos de coletas e identificações, foi apresentado


o estado atual da diversidade da Entomofauna presente na RPPN Galheiro. Alguns
dos exemplares coletados, em bom estado de preservação, foram incorporados à
coleção do Museu de Biodiversidade do Cerrado. As formigas foram montadas e
identificadas por meio de chaves de identificação até gênero seguindo Bolton (1997).
A partir daí as mesmas foram identificadas até espécies de acordo com chaves
disponíveis para alguns gêneros, comparadas a outros espécimes já identificados ou
separadas em morfoespécies. Uma coleção de referência foi montada e depositada no
Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações da UFU.

Através de métodos não agressivos de amostragem entomológica fez-se, também, um


levantamento qualitativo da entomofauna da RPPN Galheiro. Foram observadas 474
espécies, pertencentes a 132 famílias de 25 ordens distintas de insetos (Figura 4).
Esses números superaram em muito o levantamento anterior para a área, que
registrou apenas 68 espécies, 78 famílias e 12 ordens de insetos. A RPPN Galheiro
possui uma alta e significativa diversidade de insetos, muito importante para a
biodiversidade de interações, tanto local, quanto regionalmente.

No que se refere às principais ordens de insetos identificadas, as que mais de


destacaram foram Coleoptera, Lepidoptera, Hymenoptera, Hemiptera e Diptera, nessa
respectiva seqüência (Figura 3.7).

FIGURA 3.7 - Distribuição do número de espécies por ordem de insetos.

Odonta
Orthopetra
Isoptera
Thysanoptera
Hemiptera
Neuroptera
Diptera
Coleoptera
Lepidoptera
Hymenoptera
Outras 15 ordens

Fonte: DEL CLARO, et al., 2004.

Com relação ao número de famílias observadas em diferentes ordens de insetos,


observa-se que Coleóptera continua à frente (Figura 3.8).

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FIGURA 3.8 - Distribuição das famílias pelas distintas ordens de insetos.

Odonta; 4; 3% Orthopetra;
Outras 15 4; 3%
Isoptera; 3; 2%
ordens; 18; 14%

Thysanoptera;
3; 2%
Hymenoptera;
13; 10%
Hemiptera; 25;
19%

Lepidoptera; 15;
11%

Neuroptera; 4;
3%

Coleoptera; 25;
19% Diptera; 18;
14%

Fonte: DEL CLARO, et al., 2004.

Entretanto, outras famílias aparecem em destaque como Hemíptera e Díptera. Nesse


ponto Hymenoptera, dada a peculiaridade do grupo, em possuir menos famílias com
um grande número de espécies, pode ter sua importância mascarada por táxons que
apresentam poucas espécies, porém distribuídas em muitas famílias. Pode-se
perceber isso claramente, quando se analisa, por exemplo, a ordem Hemíptera (Figura
3.9) e Díptera (Figura 3.10). Em Hemíptera, 33 espécies se distribuem em 20 famílias
distintas, o que revela a grande diversidade morfológica desse grupo. Já em Díptera a
distribuição é mais igualitária entre as famílias, mas também a abundância de famílias
no grupo mostra a grande variação morfológica que se reflete também sobre o uso do
habitat e nas funções ecológicas das distintas espécies. Embora Coleoptera apresente
tanto importância em número de espécies, quanto em número de famílias, a Família
Crysomelidae (Figura 3.11), se revelou uma das mais diversas em Galheiro, dentre as
famílias de insetos observadas na região.

FIGURAS 3.9 e 3.10 - Famílias de Hemiptera (A) e Diptera (B)

Miridae Culicidae
Muscidae
Reduviidae
Tabanidae
Syrphidae
Pentatomidae
Tipulidae
Membracidae Asilidae
Stratiomyiidae
Cocidae
Cecidomyiidae
Outras 20 Drosophilidae
famílias
Outras 9 famílias

A - Hemíptera B - Díptera
Fonte: DEL CLARO, et al., 2004.

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FIGURA 3.11 - Famílias de Coleóptera

Culicidae

Muscidae

Staphylinidae

Elatridae

Scarabaeidae

Cerambycidae

Chrysomelidae

Curculionidae

Coccinelidae

Outras 18 famílias
Fonte: DEL CLARO, et al., 2004.

Uma característica desse levantamento foi revelar que a ordem Hymenoptera pode ser
de peculiar importância para futuro monitoramento da área, assim como das outras
reservas da Cemig, além de parques estaduais e nacionais. Nessa ordem, uma única
família (Formicidae) se apresentou com impressionantes 72 espécies. Um número que
por si só, já supera todo o levantamento da entomofauna de Galheiro feito pela equipe
anterior (Figura 3.12).

FIGURA 3.12 - Famílias de Hymenoptera

Formicidae
Mutilidae
Vespidae
Pompilidae
Sphecidae
Apidae
Megachilidae
Pteromalidae
Ichneumonidae
Outras 4 famílias
Fonte: DEL CLARO, et al., 2004.

Entre os Hymenoptera Formicidae, o maior número de espécies encontradas


pertenceu à subfamília Formicinae (28), seguida por Myrmicinae (22); e o menor
número de espécies pertenceu às subfamílias Ecitoninae (2) e Pseudomyrmecinae (1).
Dentre os gêneros amostrados, o que apresentou o maior número de espécies foi
Camponotus (25), seguido de Pheidole (10); os gêneros Paratrechina, Heteroponera,
Eciton, Neyvamyrmex e Atta apresentaram somente uma espécie.

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Besouros (Coleoptera), borboletas e mariposas (Lepidoptera), abelhas, vespas e


formigas (Hymenoptera), percevejos (Hemiptera), moscas, mosquitos e pernilongos
(Diptera) e libélulas (Odonata), são insetos de maior tamanho, coloridos, com grande
importância ecológica, agropecuária e médico-sanitária, todos muito abundantes em
Galheiro, tanto em número de espécies, quanto de famílias. Besouros, moscas,
formigas e cupins (Isoptera), são táxons importantes nos processos de ciclagem de
nutrientes, pois agem como detritívoros, abrindo caminho para que os decompositores
possam atuar sobre a matéria animal e vegetal morta, quebrando-a em moléculas
essenciais aos processos nutricionais vitais das plantas. A abundância dessas ordens
na reserva de Galheiro indica um bom estado de preservação das interações da base
das cadeias tróficas na área. Também a boa representatividade de Odonata (libélulas),
Neuroptera, Ephemeroptera e de hemípteros aquáticos (Nepidae, Belostomatidae,
Velliidae, Gerridae), indioca que a qualidade das águas dos riachos e das margens da
lagoa parece ser satisfatória para a manutenção da vida vertebrada (principalmente
peixes e anfíbios) da região. Pode-se afirmar que a RPPN Galheiro possui a nosso ver
uma alta e significativa diversidade de insetos, muito importante para a biodiversidade
de interações, local e regionalmente.

3.6.2 - Ictiofauna

O levantamento da ictiofauna teve como objetivo realizar o inventário de peixes do


reservatório da UHE Nova Ponte, amostrados nos limites da RPPN Galheiro e nos
pequenos cursos de água dentro da RPPN. As informações sobre a diversidade
ictiofaunística da área, localizada de forma privilegiada a montante da UHE Nova
Ponte, servirão de referência para novos inventários e estudos futuros sobre a biologia
e ecologia da comunidade de peixes que irão se estabelecer na bacia do rio Araguari.
Esforços nesse sentido, certamente serão necessários para um diagnóstico preciso
das condições do reservatório.

Os peixes foram coletados em estações fixas e ocasionais nos corpos de água e ao


longo das margens que delimitam a RPPN Galheiro. Foram utilizadas redes de espera
de malhas 3, 4, 6, 8, 10, 12 e 14 cm totalizando um esforço de pesca de
aproximadamente 38 horas. Foram utilizados também: peneiras, puçás, covos,
caniços e varas com molinetes além de espinhéis com anzóis variados. Foi utilizado
também, embora sem sucesso, em uma única tentativa numa área próxima ao porto,
num período em que o nível do reservatório encontrava-se muito baixo, extrato de
timbó (rotenona), um método de amostragem muito eficiente e utilizado em açudes do
nordeste.

A identificação das espécies encontradas nesse inventário baseia-se nos dados


merísticos e morfométricos obtidos em laboratório, comparados com listas
comentadas e inventários de ictiofauna disponibilizados na literatura relacionada e em
consultas a especialistas.

Lembrando que neste mesmo inventário, foi adotado o nome científico do lambari do
rabo amarelo como Astyanax bimaculatus (Linnaeus), apesar de ter sido proposto a
denominação A. Altiparanae.

Da mesma forma, optou-se em manter a denominação do tucunaré como Cichla


ocellaris, embora alguns autores tenham proposto alteração para C. monoculus, fato
que merece melhor avaliação.

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No total, foram amostrados 897 exemplares, distribuídos em quatro ordens, nove


famílias, 22 gêneros e 37 espécies. Não foram contabilizados os pequenos
exemplares, predominantemente tetragonopterígeos, coletados em grande quantidade
com peneiras e puçás, que foram devolvidos à água, depois de subamostrados os
indivíduos necessários para a coleção depositada no Laboratório de Zoologia da
Universidade Federal de Uberlândia - UFU.

Apesar da metodologia de coleta ter sido ajustada para uma avaliação qualitativa, ao
contrário do esperado, encontrou-se a elevada ocorrência de espécies reofílicas, como
o corimbatá, piau, piapara, mandi e dourado, em especial nas amostragens de outubro
a dezembro, coincidindo, ambientalmente, com a elevação do nível do reservatório e
biologicamente com a época de reprodução. O sincronismo dessas condições
contribui para o sucesso dessas espécies na região, minimizando os riscos de
desaparecimento.

Certamente, a ocorrência de espécies migratórias na região está relacionada com a


localização favorável da RPPN Galheiro, uma área de transição entre ambiente lêntico
do reservatório, e lótico, proporcionado pelos trechos de ritral até as cabeceiras dos
rios Quebra Anzol e Galheiro, ambientes procurados por essas espécies durante os
deslocamentos reprodutivos. A alta ocorrência de espécies predadoras como o
tucunaré e a piranha é motivo potencial de preocupação como desestabilizadoras da
comunidade de peixes que aí se estabelece.

O pintado (Pseudoplatystoma corruscans) teve sua ocorrência registrada com apenas


um indivíduo em cada campanha de 2003. Não se sabe se o pintado ocorra em
número suficiente para a manutenção da espécie, ou se realmente estaria
desaparecendo do reservatório. É provável que, por serem extremamente ariscos,
raramente se aproximam da margem, e muito menos das redes de espera, fatores que
levam à subamostragem populacional. Considerando a biologia do pintado, da mesma
forma que o jaú, espécie não capturada nessas amostragens, quando no ambiente
natural, preferem águas profundas com fortes correntezas e bem oxigenadas. Com o
represamento, seu habitat modifica-se completamente, a correnteza desaparece,
provocando principalmente um decréscimo acentuado dos níveis de oxigênio nas
águas profundas do reservatório, que pode chegar próximo de 0 mg/l, tornando-se um
ambiente inóspito para a maioria das espécies de fundo.

Foto 11 - Dourado (Salminus maxillosus) Foto 12 - Mato grosso (Hyphessobrycon


capturado na região do ancoradouro. callistus) coletados com peneira nas
Fonte: PINESE, et al., 2004.
margens do reservatório.
Fonte: PINESE, et al., 2004.

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Foto 13 - Tetragonopterígeos coletados na Foto 14 - Piranha (Pigocentrus nattereri)


margem, entre a vegetação submersa com coletada na estação 02, no antigo leito do
a elevação do nível do reservatório. rio Galheiro.
Fonte: PINESE, et al., 2004. Fonte: PINESE, et al., 2004.

Foto 15 - Piapara (Leporinus obtusidens) Foto 16 - Piau (Leporinus sp.) três pintas
coletado na estação 02, no antigo leito do capturado próximo a confluência dos rios
rio Galheiro. Quebra Anzol e Galheiro.
Fonte: PINESE, et al., 2004. Fonte: PINESE, et al., 2004.

Foto 17 - Corimbatá (Prochilodus lineatus) Foto 18 - Trairão (Hoplias lacerdae)


coletado na estação 02, no antigo leito do capturado na estação 02, antigo leito do rio
rio Galheiro. Galheiro.
Fonte: PINESE, et al., 2004. Fonte: PINESE, et al., 2004.

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Foto 19 - Traíra (Hoplias malabaricus) Foto 20 - Pintado (Pseudoplatystoma


coletadas na estação 02, antigo leito do rio corruscans) amostrado nas proximidades
Galheiro. do ancoradouro.
Fonte: PINESE, et al., 2004.
Fonte: PINESE, et al., 2004.

Foto 21 - Cascudinho (Hypostomus sp.) Foto 22 - Candirú (Trychomycterus sp.)


coletado na estação. amostrado na RPPN de Galheiro, córrego
Fonte: PINESE, et al., 2004. da Mata Aparecida.
Fonte: PINESE, et al., 2004.

Foto 23 - Tucunaré (Cichla ocellaris) Foto 24 - Tilápia (Oreochromis niloticus)


amostrado na estação 01, próximo do capturada nas proximidades do
ancoradouro. ancoradouro.
Fonte: PINESE, et al., 2004
Fonte: PINESE, et al., 2004.

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3.6.3 - Herpetofauna

Foi realizado um reinventário dos Lissanfíbios e Répteis da RPPN Galheiro com


coletas mensais no verão e bimestrais no inverno.

Em relação aos Anuros, procurou-se pelas espécies percorrendo toda a reserva,


principalmente tentando alcançar corpos d´água como lagos, poças e canaletas de
enxurrada. Os Escamados, Crocodilianos e Quelônios foram procurados ativamente
durante o dia e a noite em todos os tipos vegetacionais e corpos d’água da reserva. As
espécies de Anuros foram classificadas de acordo com sua abundância aparente
como:

1. Abundantes: Aquelas espécies que muitos indivíduos foram encontrados durante


a estação reprodutiva;

2. Frequentes: Aquelas com atividade reprodutiva imprevisível em termos de tempo,


porém, quando ativas, vários indivíduos foram encontrados;

3. Raras: Aquelas que foram difíceis de serem encontradas, em qualquer tempo ou


locais.

Os Anuros e Escamados foram identificados com base em comparação de exemplares


(ou canto) com a literatura ou com exemplares depositados nas coleções do Museu de
História Natural da Universidade Estadual de Campinas (Campinas - SP) e Museu de
Biodiversidade do Cerrado (Uberlândia - MG). Espécimes testemunho das espécies
inventariadas foram depositados na coleção de Anuros do Museu de Biodiversidade
do Cerrado, da Universidade Federal de Uberlândia.

3.6.3.1 - Lissanfíbios

Foram identificadas 25 espécies Lissanfíbios na RPPN, todos Anuros. As famílias de


Anuros representadas foram Bufonidae (duas espécies), Hylidae (nove espécies),
Leptodactylidae (13 espécies.) e Microhylidae (uma espécie). Das 25 espécies
encontradas em nosso levantamento, sete delas não tinham sido previamente
registradas na reserva, as quais são: Hyla sp. n. (gr.circundata), Phyllomedusa sp. (aff.
ayeaye), Adenomera sp. (cf. andreae), Eleutherodactylus sp. (aff. juipoca),
Leptodactylus cunicularius, Proceratophrys sp. (cf. goyana) e Chiasmocleis
albopunctata. Destas espécies, pelo menos duas devem ser espécies novas para a
ciência (Hyla sp. n. e Phyllomedusa sp.).

Dessas 25 espécies, 23 foram identificadas com base em exemplares coletados em


campo, somente Physalaemus sp. (cf. fuscomaculatus) e Proceratophrys sp. foram
identificados somente com base nas vocalizações (espécimes de Proceratophrys sp.
foram coletados pelos funcionários da reserva).

Segue abaixo o Quadro 3.2 das espécies coletadas no levantamento e sua


abundância.

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QUADRO 3.2 - Abundância aparente das espécies de Anuros, conforme


observado no período 2002-2004.

Espécies Abundância Espécies Abundância


Eleutherodactylus
Bufo schneideri Frequente* Abundante
sp. (aff. juipoca)
Leptodactylus
Bufo sp. (cf. rubescens) Rara Rara
cunicularius
Hyla albopunctata Abundante Leptodactylus fuscus Rara
Leptodactylus
Hyla sp. n. (gr. circumdata) Abundante Rara
labyrinthicus
Leptodactylus
Hyla faber Rara Freqüente
mystacinus
Leptodactylus
Hyla goiana Abundante Rara
ocellatus
Odontophrynus
Hyla lundii Abundante Rara
cultripes
Physalaemus cf.
Hyla minuta Rara Rara
fuscomaculatus
Phyllomedusa sp. (aff. ayeaye) Rara Physalaemus cuvieri Freqüente
Physalaemus
Scinax canastrensis Abundante Rara
nattereri
Proceratophrys sp.
Scinax fuscovaria Freqüente Rara
(cf. goyana)
Chiasmocleis
Adenomera sp. (cf. andreae) Freqüente Rara
albopunctata
Barycholos ternetzi Abundante
Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Vale ressaltar que a espécie encontrada no Projeto Executivo realizada anteriormente


na RPPN Galheiro não foi re-encontrada neste levantamento é Elachistocleis ovalis, o
que pode ser devido à extinção local ou por se tratar de espécies raras na área. Foi
identificado a espécie de Scinax canastrensis tratada anteriormente como Scinax sp.
Atualmente se reconhece 26 espécies de Anuros em Galheiro. Destas, pelo menos
duas são novas para a ciência.

A maioria das espécies tem ampla distribuição nas áreas baixas (não serranas) do
Cerrado, porém algumas demonstram a identidade da reserva com áreas serranas e
com a Floresta Atlântica. Diversas espécies são raras na Reserva e a criação de
corpos d’água artificial poderia gerar condições para que se promovesse um aumento
de seus tamanhos populacionais e, consequentemente, sua conservação em longo
prazo.

A nova lista de Anuros ressalta a importância de Galheiro como refúgio da vida


selvagem numa região muito degradada pela ação humana e carente de reservas
naturais, como é o Cerrado do Triângulo Mineiro. O encontro de espécies de mata
chama a atenção para a importância da Reserva como abrigo de espécies que
dependem de remanescentes florestais.

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3.6.3.2 - Répteis

Durante o período de estudo foram encontradas 22 espécies de Escamados sendo 12


de Serpentes, uma de Amphisbaenidae, uma de Anguidae, uma de Microteiidae, duas
de Polychridae, duas de Scincidae, duas de Teiidae e uma de Tropiduridae (Quadro
3.3). Nenhuma espécie de Crocodiliano ou Quelônio foi encontrada.

Em comparação com outras áreas de Cerrado, a Reserva apresenta riqueza


expressiva (31 espécies) e os lagartos encontrados são típicos de formações do
Cerrado. Entre as espécies de serpentes, Bothrops jararaca apresenta distribuição
tipicamente florestal, e o encontro de espécies de mata chama a atenção para a
importância da Reserva como abrigo de espécies que dependem de remanescentes
florestais. A riqueza de espécies da Reserva é comparável a outras do Bioma Cerrado,
demonstrando que a área relevante em termos conservacionistas. O encontro de
espécies de mata chama a atenção para a importância da Reserva como abrigo de
espécies que dependem de remanescentes florestais.

QUADRO 3.3 - Lista de espécies de escamados - Período de 2002 a 2004.

Serpentes Anguidae
Boa constrictor Linnaeus Ophiodes striatus (Spix) Duméril & Bibron
Epicrates cenchria Linnaeus Microteiidae
Bothrops moojeni Hoge Micrablepharus atticolus Rodrigues 1996
Bothrops neuwiedii Wagler Polychridae
Crotalus durissus Linnaeus Anolis meridionalis Boettger (1885)
Micrurus frontalis Linnaeus Enyalius bilineatus Dumeril & Bibron (1837)
Apostolepis assimilis Reinhardt Scincidae
Chironius quadricarinatus Boie Mabuya frenata Cope (1862)
Leptodeira annulata Linnaeus Mabuya nigropunctata Spix, 1825
Philodryas olfersii Fitzinger Teiidae
Phimophis cf. iglesiasi Bailey Ameiva ameiva Linnaeus1758
Thamnodynastes cf. strigilis Thunberg Tupinambis merianae Duméril & Bibron, 1839
Amphisbaenidae Tropiduridae
Amphisbaena vermicularis Wagler Tropidurus sp.
Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Segue o registro fotográfico das espécies da Herpetofauna encontradas durante o


levantamento na RPPN de Galheiro.

Foto 25 - Bufo schneideri. Foto 26 - Bufo sp. (cf. rubescens).


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 27 - Hyla albopunctata. Foto 28 - Hyla sp. n. (gr.circumdata).


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004

Foto 29 - Hyla faber. Foto 30 - Hyla goiana.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 31 - Hyla lundii. Foto 32 - Hyla minuta.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 33 - Phyllomedusa sp. Foto 34 - Scinax canastrensis.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 35 - Scinax fuscovaria. Foto 36 - Adenomera sp. (cf. andreae).


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 37 - Barycholos ternetzi. Foto 38 - Eleutherodactylus sp. (aff.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. juipoca).
Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 39 - Leptodactylus cunicularius. Foto 40 - Leptodactylus fuscus.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 41 - Leptodactylus labyrinthicus. Foto 42 - Leptodactylus mystacinus.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 43 - Leptodactylus ocellatus. Foto 44 - Odontophrynus cultripes.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 45 - Physalaemus cuvieri. Foto 46 - Physalaemus sp. (cf.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. fuscomaculatus).
Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 47 - Physalaemus nattereri. Foto 48 - Proceratophrys sp. (cf. goyana).


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 49 - Chiasmocleis albopunctata. Foto 50 - Elachistocleis ovalis.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 51 - Boa constrictor. Foto 52 - Bothrops moojeni.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 53 - Bothrops neuwiedii. Foto 54 - Chironius quadricarinatus.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 55 - Leptodeira annulata. Foto 56 - Thamnodynastes cf. strigilis.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 57 - Amphisbaena vermicularis. Foto 58 - Ophiodes striatus.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 59 - Micrablepharus atticolus.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 60 - Anolis meridionalis.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

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Foto 61 - Enyalius bilineatus. Foto 62 - Ameiva ameiva.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

Foto 63 - Tropidurus sp. Foto 64 - Mabuya frenata.


Fonte: GIARETTA, et al., 2004. Fonte: GIARETTA, et al., 2004.

3.6.4 - Avifauna

Foi realizado o reinventário da Avifauna, a partir da determinação da riqueza de


espécies de aves, na RPPN Galheiro.

As espécies registradas foram classificadas de acordo com as seguintes guildas de


alimentação: nectarívora, carnívora, onívora, detritívora, granívora e frugivora.
Também foram categorizadas quanto a sua relação de dependência com o ambiente
florestal em: 1 - independentes; 2 - semi-dependentes; 3 - dependentes. Para
separação por hábitos foram consideradas as seguintes categorias: A - espécies
aquáticas; C1 - espécies exclusivamente campestres; C2 - espécies essencialmente
campestres; F1 - espécies exclusivas de ambientes florestais; F2 - espécies
essencialmente florestais.

Foram registradas 294 espécies de aves distribuídas em: 18 ordens, 45 famílias e 226
gêneros. Passeriformes foram à ordem mais representativa, incluindo 164 espécies
(56% do total). Entre as demais ordens, destacaram-se Falconiformes (22 espécies),
Apodiformes (19 espécies), Piciformes (16 espécies), Psittaciformes (12 espécies),
Ciconiiformes (12 espécies) e Columbiformes (10 espécies) (Figura 74).

As espécies de Falconiformes registradas em Galheiro se distribuíram em três famílias


e 14 gêneros. Oito novos registros foram adicionados para a reserva: Accipter bicolor,
Buteo albonotatus, Buteo brachyurus, Buteogallus urubitinga, Elanoides forficatus,
Geranospiza caerulescens, Micrastur ruficollis e Pandion haliaetus.

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A maioria das espécies foi registrada na área do Reservatório, tanto na água como
nas bordas das matas, sendo que algumas espécies foram observadas
exclusivamente nessa área (p.ex. Falco rufigularis e Pandion haliaetus). As famílias
Tyrannidae e Emberizidae incluíram a maioria dos Passeriformes, respondendo por
64% das espécies dessa ordem.

Entre as famílias não passeriformes, Trochilidae foi o maior destaque, sendo


representado por 16 espécies, o equivalente a 5% do total de espécies registrado em
Galheiro.

Em relação às guildas de alimentação, a maioria das aves foi insetívora (127 espécies;
43,0%), seguida de onívoros (65; 22,0 %). Destacam-se também carnívoros (31,
10,5%) e frugívoros (30, 10,0%). Quanto ao grau de dependência de ambientes
florestais, foram classificadas 276 espécies (93,9% do total), assim distribuídas: 218
(79,0%) semi-dependentes, 37 (13,4%) independentes e 21 (7,6%) dependentes.

Em termos de hábito, foram classificadas 276 espécies (93,9% do total). Desse total,
157 espécies são tipicamente florestais (57,0%) e 101 campestres (36,3%), sejam elas
exclusivas ou não dos ambientes. Quando consideradas exclusivas, as campestres
foram mais representativas com 30 espécies (10,9%), contra 19 espécies (6,9%)
florestais.

Foram encontradas 18 espécies de ambientes aquáticos (Quadro 3.4).

FIGURA 3.13 - Distribuição de espécies entre ordens não-passeriformes


registradas na RPPN de Galheiro.

Ciconiiformes; 9% Apodiformes; 15% Trogoniformes; 1%


Falconiformes; 17%

Caprimulgiformes;
6%
Charadriformes;
2%
Columbiformes; 8% Galliformes; 2%

Piciformes; 12%
Coraciiformes;
3% Pelecaniformes; 2%
Cuculiformes; 3%
Psittaciformes; 8% Gruiformes; 5%

Strigiformes; 3% Tinamiformes; 2% Anseriformes; 2%

Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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FIGURA 3.14 - Distribuição de espécies entre famílias da Ordem Passeriformes


registradas na RPPN de Galheiro

Pipridae; 4% Corvidae; 1% Furnariidae; 9%


Vireonidae; 2%
Rhinocryptidae;
1%

Tyrannidae; 34%
Thamnophilidae;
5%
Troglodytidae; 1%

Muscicapidae; 4%
Mimidae; 1%

Hirundinidae; 3%

Conopophagidae;
1% Dendrocolaptidae; Emberizidae; 30%
4%
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

QUADRO 3.4 - Hábitos típicos das espécies de aves.

Hábito típico das espécies Frequência de espécies


Exclusivamente Florestal 19 (6,9%)
Exclusivamente Campestre 30 (10,9%)
Essencialmente Campestre 71 (25,7%)
Essencialmente Florestal 138 (50,0%)
Aquático 18 (6,5%)
276 (100%)
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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FIGURA 3.15 - Distribuição de espécies, de acordo com suas guildas alimentares


na RPPN de Galheiro

DETRITÍVORO; 1% CARNÍVORO; 11%

ONÍVORO; 22%
NECTARÍVORO;
FRUGÍVORO; 10%
6%

GRANÍVORO; 7%
INSETÍVORO; 43%

Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Como potenciais polinizadoras foram encontradas 16 (5,4% do total) espécies e 109


(37,1%) dispersoras de sementes. Foram classificadas 147 espécies (50 % do total)
quanto ao status para conservação, de acordo com a seguinte distribuição: 39 (13,3%)
espécies endêmicas, sendo 28 (9,5%) endêmicas de Mata Atlântica e 11 (3,7%) de
Cerrado; 20 (6,8%) cinegéticas; 27 (9,1%) xerimbabo e 61 (20,6%) indicadoras de
qualidade ambiental.

Nas capturas, foram coletados 602 indivíduos de 111 espécies de aves distribuídas
em sete ordens, 20 famílias e 81 gêneros. 12 indivíduos capturados não foram
identificados em nível de espécie (3 Sporophila spp., 5 Elaenia spp., 1 Thalurania spp.,
2 Myiarchus spp., 1 Trochilidae sp1 e 1 Tyrannidae sp1). Duas espécies foram
registradas na RPPN Galheiro apenas em capturas (Elaenia parvirostris e Pipra
fasciicauda).

A riqueza de espécies de aves registrada no presente levantamento pode ser


considerada muito expressiva, uma vez que o número de espécies obtido corresponde
a 39% das 753 espécies de aves reconhecidas para o estado de Minas Gerais. Essa
avifauna é rica por diversos motivos, entre os quais destacamos a grande
heterogeneidade ambiental existente na área, composta por verdadeiro um mosaico
de ambientes. Essas áreas oferecem condições para sustentação de espécies com
exigências das mais variadas. O predomínio absoluto de espécies Passeriformes na
RPPN Galheiro não causa qualquer estranheza, uma vez que essa ordem inclui mais
da metade das cerca de 9.700 espécies de aves existentes em todo o mundo.
Espécies insetívoras são sensíveis a modificações no ambiente, principalmente devido
à redução de hábitat, destacando-se nesta guilda as espécies das famílias
Formicariidae e Furnariidae.

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Outra guilda que se destacou foi a de carnívoros, representada especialmente por


aves de rapina e piscivoras, que são de grande importância para o equilíbrio dos
ecossistemas, uma vez que elas desempenham papel regulador das populações de
suas presas. Isso reforça a necessidade de manutenção da integridade dos ambientes
presentes na RPPN Galheiro, em outras palavras, do esforço de conservação da área.

As formações aquáticas também se mostraram importantes para a manutenção da


avifauna local. Lembramos que diversas espécies de aves, como garças (Ardeidae),
biguás (Phalacrocorax brasilianus), biguatingas (Anhinga anhinga), águia-pescadora
(Pandion haliaetus) e martins-pescadores (Alcedinidae) utilizam essencialmente o
reservatório e suas margens para fins de alimentação ou nidificação.

Aparentemente pode-se considerar a existência de vegetação sob a influência do


Bioma Mata Atlântica na área, pois foram registradas 28 espécies endêmicas desse
bioma. Apesar de este número ter sido maior, a proporção dessas em relação às 199
aves endêmicas de Mata Atlântica são cerca de 14%, o que se mostra inferior aos
34% obtido entre as espécies endêmicas de Cerrado na reserva e as 32 encontradas
em todo o Brasil. Esses resultados reforçam o predomínio de fisionomias do bioma
Cerrado na RPPN Galheiro. Na comparação entre as áreas prioritárias, a
conectividade dos cerrados com as matas e reservatório parece ter influenciado o
maior número de espécies encontrado nas áreas de cerrado. A que se considerar, no
entanto, o maior esforço amostral desenvolvido nessas áreas em relação às matas.

Segue abaixo o registro fotográfico de algumas espécies amostradas durante o


levantamento na RPPN Galheiro.

Foto 65 - Coragyps atratus (urubu-de- Foto 66 - Milvago chimachima (gavião-


cabeça-preta). carrapateiro).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 67 - Cariama cristata (seriema). Foto 68 - Vanellus chilensis (quero-quero).


Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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Foto 69 - Aratinga leucophthalmus Foto 70 - Aratinga auricapilla (jandaia-de-


(periquitão-maracanã). testa-vermelha).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR,et al., 2004.

Foto 71 - Amazona aestiva (papagaio- Foto 72 - Ara ararauna (arara-canindé).


verdadeiro) se alimentando de sementes Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.
de ipê-amarelo.
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 73 - Melanopareia torquata (meia-lua- Foto 74 - Phacellodomus rufifrons (joão-


do-cerrado). de-pau).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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Foto 75 - Hylocryptus rectirostris (fura- Foto 76 - Tolmomyias sulphurescens (bico-


barreira). chato-de-orelha-preta).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 77 - Cnemotricc\us fuscatus Foto 78 - Casiornis rufa (caneleiro).


(guaracavuçu). Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 79 - Myiarchus tyrannulus (maria-de- Foto 80 - Myiodynastes maculatus


asa-ferrugem). (bem-te-vi-rajado).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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Foto 81 - Cyanocorax cyanopogon Foto 82 - Antilophia galeata


(cancã). (soldadinho).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 83 - Thraupis palmarum (sanhaço-do- Foto 84 - Ammodramus humeralis (tico-


coqueiro). tico-do-campo).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 85 - Sporophila caerulescens Foto 86 - Coryphospingus pileatus


(coleirinho). (galinho-da-serra).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

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Foto 87 - Saltator atricollis (bico-de- Foto 88 - Psarocolius decumanus


pimenta). (japu).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Foto 89 - Rupornis magnirostris Foto 90 - Speotyto cunicularia


(gavião-carijó). (buraqueira).
Fonte: JÚNIOR, et al., 2004. Fonte: JÚNIOR, et al., 2004.

Em 2008 desenvolveu o projeto "Taxonomia, biogeografia e conservação das aves


endêmicas do Cerrado", de responsabilidade de Leonardo Esteves Lopes, doutorando
em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre pela Universidade Federal de
Minas Gerais.

As coletas na RPPN Galheiro foram realizadas nos dias 16 e 17 de abril de 2008 e


foram coletados quinze indivíduos pertencentes a nove espécies de aves. Dentre as
espécies coletadas destaca-se Coccyzus euleri, que além de representar o primeiro
registro para a área, também representa o primeiro registro documentado dessa
espécie para todo o estado de Minas Gerais. Também deve ser destacada a coleta de
um representante do gênero Scytalopus, que tem sido comumente citado na literatura
para Galheiro como S. novacapitalis. Entretanto, a ocorrência dessa espécie na área
deve ser encarada com reservas, pois recentes estudos têm demonstrado a
complexidade taxonômica dos representantes brasileiros do gênero Scytalopus. Por
exemplo, foram descritas quatro espécies do gênero em território nacional nas últimas
duas décadas, e novas espécies ainda restam por serem descritas. Portanto, somente
com o avanço dos estudos taxonômicos é que será possível determinar a qual espécie
corresponde o indivíduo coletado. A coleta deste espécime deve ser considerada
como uma importante contribuição ao conhecimento taxonômico do grupo, pois a
região de Galheiro é um ponto biogeográfico chave na área de distribuição deste
gênero.

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QUADRO 3.5 - Espécies coletadas em abril/2008

Espécie Localidade
Casiornis rufus Cerradão
Coccyzus euleri Mata da Zilda
Conopophaga lineata Mata da Zilda
Dysithamnus mentalis mentalis Mata da Zilda
Elaenia cf. parvirostris Mata da Zilda
Lepidocolaptes squamatus Cerradão
Scytalopus sp. Entorno do alojamento
Suiriri suiriri affinis Macega
Thamnophilus caerulescens Cerradão e Mata da Zilda
Fonte: BRANDT, et al., 1997.

3.6.5 - Mastofauna

Também foi realizado um reinventário dos mamíferos da RPPN Galheiro. O novo


levantamento permitiu atualizar a lista de espécies da área e discutir as chances de
permanência de algumas populações, subsidiando estratégias de conservação e
manejo.

Foram levantadas 14 espécies neste trabalho de 2004 e capturados 138 animais,


sendo 9 Didelphidae, 60 Phyllostomidae, 12 Molossidae e 57 Muridae. As espécies
encontradas neste levantamento estão citadas na Quadro 3.6.

Quanto ao tipo de hábitat, 5 espécies (Chrysocyon brachyurus, Pseudalopex vetulus,


Conepatus semistriatus, Bolomys lasiurus e Calomys callosus) são exclusivas de
áreas abertas, 4 (Callicebus personatus, Cebus apella, Mazama americana e Agouti
paca) são exclusivas de floresta e as demais ocorrem nos dois tipos de ambientes.

QUADRO 3.6 - Espécies de mamíferos

Espécies encontradas
Família Didelphidae Família Mustelidae
Didelphis albiventris (gambá) Conepatus semistriatus (jaritataca)
Gracilinanus agilis (mucura) Família Felidae
Marmosa murina (mucura) Herpailurus yaguarondi (jaguarundi)
Monodelphis kunsi (catita) Leopardus pardalis* (jaguatirica)
Família Myrmecophagidae Leopardus tigrinus* (gato-do-mato)
Myrmecophaga tridactyla* (tamanduá-bandeira) Puma concolor* (suçuarana)
Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim) Família Cervidae
Família Dasypodidae Mazama americana (veado-mateiro)
Cabassous unicinctus (tatu-de-rabo-mole) Família Muridae
Dasypus septemcinctus (tatu-galinha) Bolomys lasiurus (rato-do-mato)
Euphractus sexcinctus (tatu-peba) Calomys callosus (rato-do-mato)
Priodontes maximus* (tatu-canastra) Nectomys squamipes (rato-d’água)
Família Phyllostomidae Oligoryzomys nigripes2 (rato-do-mato)

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Espécies encontradas
Família Didelphidae Família Mustelidae
Anoura caudifer (morcego nectarívoro) Oryzomys subflavus (rato-do-mato)
Carollia perspicillata (morcego frugívoro) Oryzomys capito (rato-do-mato)
Glossophaga soricina (morcego nectarívoro) Rattus rattus (rato-preto-das-casas)
Família Molossidae Família Hydrochaeridae
Molossops temminckii (morcego insetívoro) Hydrochaeris hydrochaeris (capivara)
Molossus molossus (morcego insetívoro) Família Agoutidae
Família Callithrichidae Agouti paca (paca)
Callithrix penicillata (sagui) Família Leporidae
Família Canidae Sylvilagus brasiliensis (tapiti)
Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) Família Cebidae
Chrysocyon brachyurus* (lobo-guará) Callicebus personatus* (sauá)
Pseudalopex vetulus (raposa-do-campo) Cebus apella (macaco-prego)
*Espécies listadas como ameaçadas (IBAMA 2003).
Fonte: FACURE, et al., 2004.

A alta riqueza faunística e a presença de espécies raras e ameaçadas de extinção


tornam a RPPN Galheiro uma das mais importantes Unidades de Conservação para a
preservação de mamíferos na região do Triângulo Mineiro.

Segue abaixo um registro das onças encontradas na Unidade de Conservação de


Galheiro.

Foto 91 - Onças registradas na RPPN Galheiro.


Fonte: Cemig, 2008

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4 - INFRAESTRUTURA E RELAÇÃO COM A COMUNIDADE

4.1 - Visitação
A RPPN Galheiro é aberta a visitação em atendimento aos programas de
conscientização e preservação do meio ambiente que fazem parte da cultura da
CEMIG. São esses projetos que a CEMIG vem desenvolvendo em todo o Estado,
inclusive na RPPN Galheiro.

O programa de educação ambiental é destinado a alunos de ensino médio e


fundamental de escolas públicas e particulares de todo o Estado. A empresa
disponibiliza suas instalações (RPPN Galheiro) para estudos práticos, visando o
conhecimento e sensibilização sobre as questões ambientais. As atividades do
programa auxiliam o corpo discente na realização dos seus projetos pedagógicos e,
consequentemente, contribui para uma educação renovadora, inserindo práticas
pedagógicas e integrando os jovens ao meio ambiente. Através das atividades nas
estações ambientais, a Cemig procura mostrar aos alunos e professores a importância
da preservação dos recursos naturais e culturais.

A RPPN Galheiro recebe ao longo do ano, visitantes de diversas instituições, escolas


e universidades desde 1998. Nessas visitas, há uma palestra de cerca de uma hora
sobre conscientização pessoal e ambiental, bem como sustentabilidade e sobre os
trabalhos que a CEMIG desenvolve na RPPN, seguida por uma visita ao ancoradouro
e à “Trilha dos Primatas”, para interação prática com o Meio Ambiente.

Foto 92 - Visitação de uma das escolas à RPPN de Galheiro.


FONTE: Cemig.

Foto 93 - Troca de informações ambientais dentro da Trilha dos Primatas.


FONTE: Cemig

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Foto 94 - Palestra no auditório da sede da


RPPN Galheiro.
FONTE: Cemig

A trilha na RPPN, que foi denominada como “Trilha dos Primatas”, segue um projeto
anteriormente realizado que teve como objetivo estruturar e desenvolver
especificações de placas indicativo-educativas e interpretativas, bem como,
recuperações e melhorias da mesma, com vistas a atender, principalmente,
estudantes de primeiro e segundo grau nos trabalhos de educação ambiental.

A Trilha dos Primatas também está aberta às pesquisas científicas de fauna e flora,
como também a grupos de terceira idade, que comumente visitam outras trilhas
similares em propriedades da CEMIG.
Nesta trilha aparecem situações pouco comuns às trilhas ambientais, que é a
ocorrência de três formações vegetais distintas, sendo a Floresta Estacional
Semidecidual, o Campo de Transição Floresta e/ou Mata/Cerrado e o Cerrado
propriamente dito, característico da região. A transição destes três ambientes é
reforçada através das sinalizações instaladas na trilha.

Ao longo do trecho é possível observar melhor as aves da região que utilizam o


cerrado como apoio na nidificação e alimentação.

Todo o trecho da trilha está bem sinalizado e bem conservado, indicando, além das
três formações vegetais distintas, as espécies de árvores existentes na trilha, e alguns
dos animais que habitam a unidade.

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Fotos 95 e 96 - Placa que indica o início da


“Trilha dos Primatas”.
Fonte: Brandt, 2014.

4.2 - Infraestrutura
Desde a sua criação, a RPPN Galheiro conta com funcionários exclusivos em sua
manutenção e com o tempo necessitou sofrer algumas alterações em sua
infraestrutura, o que resultou em melhoria na qualidade de vida de seus empregados,
bem como no atendimento aos visitantes.

4.2.1 - Pessoal

Atualmente a RPPN Galheiro é mantida com pessoal que reside na Unidade e os


responsáveis e coordenadores, que ficam na sede da regional em Uberaba.

São eles:

- Escritório regional em Uberaba:


 01 Gerente Regional;
 01 Coordenador Ambiental;
 01 Supervisor;
 01 Auxiliar de Meio Ambiente.

- Residentes na RPPN:
 01 Supervisor;
 03 Auxiliares de Meio Ambiente.

Todos os funcionários são terceirizados e fazem parte do contrato entre a Cemig e a


empresa Leserpa Levi Serviços Ambientais Ltda - EPP. O contrato segue os padrões
de exigência da empresa Cemig e toda a documentação legal (PPRA, PCMSO e ASO)
estão disponíveis no escritório da RPPN.

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4.2.2 - Estruturas Físicas

A infraestrutura física segue descrita abaixo e conforme pode ser observado, sofreram
alterações com o objetivo de melhoria das estruturas existentes:

- 01 portaria;
- 04 casas destinadas aos caseiros;
- 01 unidade administrativa composta por um auditório, um refeitório, uma sala de
procedimentos, e duas salas anexas;
- 01 alojamento para estudantes e pesquisadores;
- 01 campo de futebol;
- 01 depósito temporário de resíduos;
- 01 depósito de equipamentos e ferramentas para combate a incêndios;
- 01 torre de vigilância;
- 01 ancoradouro;
- 02 captações de água subterrânea (poço tubular) outorgadas.

Todos os prédios que contém banheiros e lavatórios dispõem de tratamento de esgoto


composto por fossa séptica, filtro e sumidouro.

A rede de energia elétrica é de responsabilidade da concessionária local (Cemig


Distribuição S.A.).

Fotos 97 - Placa que indica a entrada e portaria da RPPN.


Fonte: Brandt, 2014

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A RPPN Galheiro dispõe ainda de rede de telefonia externa e interna, radio


comunicação interna (VHF), computadores, televisores, antena parabólica, fogões,
geladeira, condicionadores de ar, barcos, caminhão pipa, retroescavadeira,
motocicleta, camionete, kits de primeiros socorros e EPIs para realização das
atividades e combate a incêndios.

Segue abaixo o registro fotográfico das reformas realizadas na RPPN Galheiro:

Foto 98 - Casa 2 antes da reforma. Foto 99 - Casa 2 após a reforma geral.


Fonte: Cemig, 2005. Fonte: Cemig, 2005.

Foto 100 - Casa 3 antes da reforma. Foto 101 - Casa 3 após reforma geral.
Fonte: Cemig, 2005 Fonte: Cemig, 2005.

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Foto 102 - Casa 4 antes da reforma. Foto 103 - Casa 4 após a reforma geral.
Fonte: Cemig, 2005. Fonte: Cemig, 2005.

Foto 104 - Auditório/refeitório Foto 105 - Auditório/refeitório


antes da reforma. após a reforma.
Fonte: Cemig, 2005. Fonte: Cemig, 2005.

Foto 106 - Escritório antes da reforma. Foto 107 - Escritório após a reforma.
Fonte: Cemig, 2005. Fonte: Cemig, 2005.

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Foto 108 - Alojamento antes da reforma. Foto 109 - Alojamento após a reforma.
Fonte: Cemig, 2005. Fonte: Cemig, 2005.

Foto 110 - Torre de vigilância, utilizada Foto 111 - Vista do reservatório da torre de
para verificar possíveis focos de vigilância. Ao fundo, avista-se a “Mata do
incêndio. Alaor”.
Fonte: Manna & Toledo, set/2009. Fonte: Manna & Toledo, set/2009.

Foto 112 - O acesso à RPPN Galheiro pelo Foto 113 - Vista da estrada interna, que dá
reservatório da UHE Nova Ponte, partindo acesso à portaria. Observar mosaico de
de Perdizes/MG. vegetação de Cerrado.
Fonte: Manna & Toledo, set/2009. Fonte: Manna & Toledo, set/2009.

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4.2.3 - Atividades de operação e manutenção desenvolvidas na RPPN

Abaixo estão descritas as principais atividades realizadas na RPPN e que constam no


contrato de Operação e Manutenção da RPPN Galheiro:

Inspeção aquática com utilização de barco:

- Inspeções aquáticas no entorno da RPPN com o objetivo de prevenir incêndios e


inibir a presença de terceiros. As inspeções são realizadas duas vezes no meio da
semana e nos finais de semana e feriados.

Inspeção visual através da torre de observação:

- No período de seca é realizada a inspeção visual por empregado que deverá ficar na
torre de observação em todos os dias da semana, no intuito de identificar focos de
princípio de incêndios.

Inspeção terrestre com utilização de moto:

- São realizadas inspeções com utilização de moto, para fiscalização das áreas de
divisas e estradas da RPPN com o objetivo de identificar princípio de incêndio e/ou
invasões de pessoas. Caso seja identificada alguma ocorrência é acionado o Plano
de Atendimento a Emergência (PAE) e/ou comunicado a Gerência.

Manutenção de cerca de divisa:

- Quando identificada a necessidade de manutenção na cerca de divisa da RPPN, tais


como: substituição de mourões de concreto, reparos na cerca de arame, etc., esta
será realizada assim que detectada.

Manutenção de aceiro da cerca de divisa:

- São realizadas capinas nos aceiros de cerca de divisa, com retirada de toda
vegetação.
- Manutenção de aceiros de margens de estradas e divisas,

Manutenção da trilha de Educação Ambiental:

- São realizadas as retiradas de galhos caídos e de vegetação ao longo da trilha, e


inspeção para identificação de animais peçonhentos, antecedendo as visitas de
Educação Ambiental.

Manutenção das instalações:


- São realizadas a manutenção e organização das instalações, inclusive com limpeza
de todos os móveis e eletrodomésticos existentes na RPPN.

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Recebimento de visitantes em atendimento ao programa de Educação


Ambiental:

- Será disponibilizada mão de obra para apoio ao representante da Cemig e/ou


atendimento a visitantes do Programa Educação Ambiental, quando houver.

Manutenção de gramados e jardim:

- São realizadas manutenções nas áreas gramadas e jardins, inclusive com poda das
plantas que ornamentam os mesmos.

Reparos hidráulicos, elétricos, de alvenaria e pintura:

- Será disponibilizada mão de obra para realização de pequenos reparos hidráulicos,


elétricos, alvenaria e pintura, quando necessário.

Manutenção de aceiro dos postes da rede elétrica:

- São realizadas manutenções nos aceiros dos postes da rede elétrica, quando
necessário, através de capina manual.

Manutenção no entorno de barracões/depósitos:

- São realizadas manutenções nas áreas externas dos barracões/depósitos utilizando


capina química ou manual, periodicamente.

Manutenção de drenagem de estradas:

- São realizadas manutenções na drenagem das estradas internas, sendo uma dessas
manutenções antes do período chuvoso.

Manutenção da sinalização no entorno da Estação Ambiental:

- São mantidas aceiradas as áreas em volta das placas orientativas internas e no


entorno da RPPN, bem como remanejadas quando necessário.

Seguem abaixo as especificações dos veículos e equipamentos disponíveis para a


manutenção e operação da RPPN:
- 01 veículo pick-up motor 1.4 a 1.8, cabine dupla, com capacidade para 5
passageiros, em bom estado de conservação, para transporte de materiais, pessoal,
fiscalização e coleta de lixo;
- 01 moto 125 CV, modelo Cross;
- 01 motor de popa para barco, potência de 25 CV;

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- 01 barco, de 5,0 metros, borda alta, de calado 25 cm;


- 01 motor elétrico de 44 libras, com bateria de 90 amperes;
- 01 roçadeira costal;
- 04 pulverizadores costais;
- Todos os EPI’s necessários para realização das atividades.

4.2.4 - Combate a Incêndios

Na RPPN Galheiro não há um histórico de ocorrência de fogo em seus limites. Tal fato
se deve à boa relação de vizinhança com os confrontantes, que quando necessitam de
realizar queimadas ou quando ocorrem incêndios em suas áreas comunicam aos
responsáveis e solicitam apoio. A RPPN dispõe de um caminhão pipa que fica à
disposição para eventuais emergências.

Foto 114: Galpão de equipamentos e ferramentas


destinados ao combate a incêndios.
Fonte: Manna & Toledo, 2009.

A Cemig possui ainda um Plano de Atendimento a Emergência - PAE que encontra-se


afixado em local visível no escritório da RPPN, conforme foto 115.

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Foto 115 - Plano de Atendimento a Emergência


Fonte: Cemig, 2014

Esses planos são verificados anualmente, com realização de simulados de


emergências ambientais para que seus empregados estejam aptos a solucionar
situações de emergência com maior eficiência e agilidade. Estes simulados ocorrem
em conjunto com os confrontantes e vizinhos.

Nestes simulados os principais envolvidos são: Cemig, Fazenda Santa Lúcia,


propriedade da AC Agromercantil, Fazenda Santa Rosalina, Fazenda Forquilha,
Polícia Florestal de Araxá, Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de
Perdizes e IEF.

As atividades contam ainda com palestras sobre combate a incêndios florestais, leis
ambientais, noções de primeiros socorros e o trabalho da empresa na área de
combate a incêndios florestais. São disponibilizados equipamentos e ferramentas a
serem utilizados no combate e prevenção de incêndio florestal.

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Seguem abaixo fotos que ilustram as atividades:

Fotos 116, 117 - Simulado para combate ao incêndio em área de parceiros.


Fonte: Cemig

Fotos 118, 119 - Simulado para combate a Incêndios e Primeiros Socorros.


Fonte: Cemig

4.2.5 - Sinalização

Foi desenvolvido um estudo denominado “Projeto de Sinalização da RPPN Galheiro”,


com o objetivo de dar uma nova identidade à Unidade de Conservação, sinalizando
todas as áreas da RPPN Galheiro, onde existam fluxos de pedestres, desde a “Trilha
dos Primatas” (utilizada para atividades de Educação Ambiental), até estradas e outras
áreas de infraestrutura.

Esta sinalização proporciona um impacto visual estimulante aos visitantes, através de


placas indicativas, educativas e interpretativas com apelos visuais diferenciados, de
forma clara e seguros.

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Seguem abaixo alguns exemplos de placas existentes atualmente na RPPN de


Galheiro:

Foto 120 - Placa interpretativa que indica a Foto 121 - Placa interpretativa dos animais
nome popular da árvore, ao longo da Trilha silvestres presentes na RPPN, na Trilha
dos Primatas. dos Primatas.
Fonte: Manna & Toledo/Set 2009 Fonte: Manna & Toledo/Set 2009

4.2.6 - Sistema de Gestão

A RPPN Galheiro mantem certificação na ISO 14001 desde fev/2000 (anexo 3). A
obtenção da certificação se deu através do Sistema de Gestão Ambiental da UHE
Nova Ponte que incluiu a RPPN em seus processos.
Atualmente, a RPPN esta incluída no Sistema Integrado de Gestão - SIG da Gerência
de Manutenção de Ativos da Geração Oeste - MG/OE e passa por auditorias externas
e verificações internas periodicamente conforme cronograma da gerência.

A documentação referente ao atendimento às diretrizes do SIG na RPPN Galheiro


está disponível na Unidade sendo:

- GSG-01 - Glossário do Sistema de Gestão


- MSG-01 - Manual do Sistema de Gestão
- PG-01 - Planejamento do Sistema de Gestão e do Desempenho dos Núcleos
- PG-02 - Identificação e Acompanhamento de Requisitos Legais e Outros Requisitos
- PG-03 - Identificação e Avaliação de Aspectos, Impactos, Perigos e Riscos
- PG-04 - Estruturação e Implementação dos Núcleos
- PG-05 - Realização do Produto e Controle Operacional
- PG-06 - Elaboração e Controle de Documentos e Registros
- PG-07 - Competência, Treinamento e Conscientização
- PG-08 - Comunicação, Participação e Consulta
- PG-09 - Preparação e Atendimento a Emergências
- PG-10 - Tratamento de Falhas, Não Conformidades, Incidentes, Reclamações e
Ação Corretiva e Preventiva
- PG-11 - Verificação Interna e Auditoria Externa
- PG-12 - Monitoramento, Medição e Análise Crítica Pela Direção
- PE-MG-03 - Processo Meio Ambiente

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- PO-MG-03 - Gerenciamento de Resíduos


- IT-MG/OE-10 - Recepção a Visitantes
- IT-MG/OE-18 - Reunião de Integração
- IT-MG/OE-1003 - Inspeções Gerais nas sinalizações de emergência, equipamentos
de combate a incêndio e de salvamentos
- IT-MG/OE-1004 - Inspeção dos extintores de incêndio
- IT-MG/OE-6101 - Proteção e Preservação da Fauna Silvestre
- IT-MG/OE-6009 - Operação e Manutenção da RPPN Galheiro
- Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos

4.2.7 - Coleta Seletiva

Na RPPN Galheiro é realizada a coleta seletiva, termo utilizado para o recolhimento


dos materiais que são passíveis de serem reciclados e que são previamente
separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis podem-se citar os
diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros. Essa separação na fonte evita a
contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e
diminuindo os custos de reciclagem.

A destinação final dos resíduos sólidos na RPPN Galheiro é realizada da seguinte


maneira:

- Primeiramente os resíduos são dispostos nos coletores de resíduos sólidos conforme


sua característica;
- Logo após, são levados para o depósito temporário de resíduos até sua destinação
final;
- O metal, em particular, é destinado para um almoxarifado central na Cemig;
- Os demais materiais recicláveis são encaminhados para a COOPERU - Cooperativa
de Catadores de Recicláveis de Uberaba, que dá o destino correto ao material;
- Os resíduos orgânicos (não passíveis de reciclagem, tais como de alimentação) são
destinados ao aterro sanitário localizado em Uberaba, conforme norma interna da
Cemig (IS 38) e legislação vigente.

Foto 122 - Detalhe coleta seletiva na Foto 123 - Depósito temporário de


Portaria. resíduos.
Fonte: Brandt, 2014. Fonte: Brandt, 2014.

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5 - REVISÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA RPPN

Revisados os objetivos específicos da RRPN Galheiro, estes estão alinhados com a


perspectiva de gestão adotada pela Cemig atualmente e seguem descritos abaixo:

- Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;


- Contribuir para a conservação e restauração da diversidade do bioma Cerrado;
- Proteger recursos hídricos e edáficos;
- Promover a recuperação (induzida e espontânea) de áreas alteradas pela ação
antrópica;
- Apoiar as pesquisas científicas e estudos científicos em seus limites;
- Influenciar regionalmente a sociedade em torno da importância da conservação e
proteção do bioma Cerrado;
- Promover a educação e interpretação ambiental.

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6 - AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O quadro 6.1 remete ao documento elaborado em 1995 e cita a estrutura do Plano de


Manejo proposto, com seus programas e respectivos subprogramas, além dos
objetivos e um resumo das evidências que comprovam seus cumprimentos.

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QUADRO 6.1 - Avaliação e Evidências

Programas Subprogramas Objetivo Avaliação Evidências

Proteger os recursos naturais e as instalações da A RPPN está visivelmente protegida e


Proteção Cumprido
RPPN e controlar a presença de visitantes. toda a visitação é controlada.
A RPPN tem sido alvo de diversas
Promover o conhecimento científico da flora e fauna
Investigações Cumprido pesquisas em parceria com
existentes na RPPN.
universidades.
Manejo Promover a recuperação induzida e/ou espontânea
Cumprido Recuperação espontânea diminuindo a
Manejo dos Recursos nas áreas antropizadas, buscando sua integração com
parcialmente área de pastagem de 26% para 1,04 %.
o ambiente da RPPN.
Registrar qualquer ocorrência de origem externa na A RPPN é vigiada constantemente e
Monitoramento RPPN, avaliando e acompanhando possíveis Cumprido nunca registrou incêndio desde a sua
interferências sobre a fauna e flora locais. criação.
Educação Ambiental e Proporcionar à população local e regional atividades
A RPPN recebe escolas para encontros
Interpretação de educação ambiental, ajudando o visitante na Cumprido
sobre educação ambiental.
Ambiental interpretação da RPPN.
Uso Público
Distribuição de informativos sobre a
Promover a inserção da RPPN junto às comunidades
Relações Públicas Cumprido RPPN e realização do Programa
locais e regionais.
Proximidade.
A RPPN é dotada de infra estrutura
Dotar a RPPN de infraestrutura física adequada ao seu
Infraestrutura Cumprido completa para o alcance de seus
pleno funcionamento e atingimento dos seus objetivos.
Operacionalização objetivos.
O recurso necessário para implantação
Administração Cuidar da implantação do plano de manejo. Cumprido
do plano de manejo foi investido.
Promover a divulgação da RPPN e sua importância
Seminários e reuniões são realizados
Conscientização Ambiental ambiental, incentivando sua proteção pelos moradores Cumprido
Integração com o periodicamente na RPPN.
confrontantes.
Entorno
Divulgar e aplicar a legislação ambiental aplicável na A legislação e o plano de manejo vêm
Controle Ambiental Cumprido
manutenção e gestão da RPPN. sendo cumpridos integralmente.

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6.1 - Evidências
Com o objetivo de chamar a atenção para os principais pontos que evidenciam o
cumprimento do plano de manejo, segue abaixo um breve descritivo das principais
atividades que nortearam a gestão da RPPN Galheiro desde a sua criação em 1995.

6.1.1 - Programa de Manejo

Toda a área da RPPN foi cercada conforme especificação do plano de manejo,


incluindo aceiro em toda a sua extensão que possui áreas de lavoura e gado como
confrontantes.

Sinalização distribuída por toda a área informa que ali está o limite de uma Unidade de
Conservação, indicando a proibição de entrada sem autorização, bem como caça e
pesca, são encontradas por toda a extensão do limite da propriedade.

Foto 124 - Sinalização nos limites da Foto 125 - Vista do aceiro.


RPPN. Brandt, 2014. Manna e Toledo, 2009.

A manutenção das trilhas, aceiros e estradas é feita constantemente pelos


funcionários da RPPN e ocasionalmente serviços como obras de drenagem ou
contenção podem ser feitas por empresa contratada e com apoio da prefeitura do
município de Perdizes.

Foto 126 - Estrada de acesso ao viveiro de Foto 127 - Limite da RPPN com detalhe da
aclimatação. Brandt, 2014 cerca de divisa. Brandt, 2014.

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Entre os subprogramas que compõem o Programa de Manejo, destaque para o


Subprograma de Manejo de Recursos, que demonstra que a recuperação espontânea
da vegetação, que juntamente com as medidas de proteção implementadas desde a
sua criação propiciaram melhoria na distribuição dos usos e formações existentes na
RPPN.

Em 1995, as áreas de pastagem, somadas aos remanescentes de agricultura


existentes, totalizavam 764,08 hectares, ou seja 28,05 % do total da área. Atualmente,
as áreas com remanescente de capim exótico, somadas àquelas onde estão
localizadas as infraestruturas construídas, representam 1,97% da área, totalizando
53,69 hectares.
Seguem abaixo as descrições das áreas em regeneração natural, citadas no
documento anterior e respectivas fotos atualizadas dos locais.

Garimpo do Jerônimo

A área denominada Garimpo do Jerônimo está localizado nas proximidades das


coordenadas UTM 273195 m E e 7873752 m S, zona 23 K e Datum WGS84.

Na foto 126 é possível visualizar os vestígios de um muro de pedras que foi construído
na época em que na área havia uma casa (foto 128), sede da fazenda de propriedade
do Sr. Jerônimo, hoje demolida, conforme indicado no Plano de Manejo de 1995.

Foto 128: antiga sede da Fazenda do Sr Jeronimo.


Cemig, Brandt, 2014.

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Atualmente a área onde estava a casa está recomposta devido à regeneração da


vegetação nativa, mas, ao redor da área do garimpo, próxima à estrada de acesso,
ainda há remanescentes de antigas pastagens exóticas (foto 130).

Foto 129 - Vestígio do muro de Foto 130 - Vista da estrada com


pedras na área. remanescente de pastagem.
Brandt, 2014. Brandt, 2014.

Cascalheira

A área pode ser localizada a partir das coordenadas UTM 274919 m E e 7872503 m S,
zona 23 K e Datum WGS84. O histórico da área era a retirada de cascalho para a
utilização em estradas vicinais.

Porém, a partir da criação da Unidade de Conservação a área foi deixada em pousio o


que possibilitou a regeneração natural de espécies típicas de Cerrado, principalmente
herbáceas e arbustivas, conforme pode ser observado nas fotos 13 e 132 abaixo.

O solo está coberto por gramíneas e arbustos nativos, com alguns indivíduos arbóreos
e não há foco erosivo.

Foto 131 - Regeneração natural Foto 132 - Detalhe de arbustos


na área da cascalheira em regeneração

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Voçoroca

A área conhecida como “voçoroca” possui dois pontos de atenção, que podem ser
encontradas a partir das seguintes coordenadas: 1) UTM 277556 m E e 7876040 m S,
zona 23 K e Datum WGS84. 2) UTM 277434 m E e 7875799 m S, zona 23 K e Datum
WGS84.

O primeiro ponto está relacionado a uma área com propensão à erosão, onde foi
realizado um manejo conservador do solo, como por exemplo, curvas em nível e
plantio de gramíneas, no intuito de conter o processo de erosão do solo.

É possível observar que o solo está coberto por vegetação rasteira e que associados a
estas áreas encontram-se regeneração espontânea de espécies arbóreas e arbustivas
pioneiras nativas.

O segundo ponto é uma ravina que está em processo de recuperação devido ao fato
da área ser pouco acessada por veículos e não haver gado pastando na propriedade.

Segundo Brandão (1985), quando a perturbação cessa ou reduz, espécies nativas são
capazes de colonizar áreas descontínuas nesses ambientes isoladas das intervenções
antrópicas, permitindo também o retorno da fauna adaptada ao gradiente vegetacional,
contribuindo assim para a sustentabilidade e recuperação do ambiente.

A ravina está inserida em um mosaico de vegetação rasteira, composta por pastagem


exótica e indivíduos isolados em regeneração, como, por exemplo: Solanum sp.,
Xilopia sp. e Miconia sp.

Foto 133 - Cabeceira da ravina Foto 134 - Visão a jusante da


em recuperação ravina

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Foto 135 - Área onde houve Foto 136 - Curva de nível com
construção de curvas de nível vegetação

O subprograma de investigações também merece destaque, visto que a RPPN


Galheiro é alvo constante de estudos e projetos de pesquisa, conforme descrito
abaixo:

Projeto Lobo Guará

O projeto Lobo Guará iniciou-se em 2004, na RPPN Galheiro, sendo uma sequência
do projeto que começou no Parque Nacional do Caraça. O projeto foi implantado
através de convênio entre a CEMIG e Fundação Zoobotânica, sendo a gestão pela
CEMIG e execução pela Fundação, com apoio logístico da gerência responsável pela
RPPN.

Como resultados do Projeto foram identificados 15 lobos na RPPN Galheiro, sendo


que quatro foram monitorados no período de 2004 a 2008, utilizando a metodologia de
radiotelemetria, permitindo assim estudar o comportamento desses animais, tais
como: alimentação, reprodução e ocupação na reserva.

Foto 137 e 138 - Lobo-guará capturado.


Fonte: Cemig, 2008.

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Foto 139 - Lobo-guará com filhote.


Fonte: Cemig, 2008

Este projeto foi concluído em 2008 e encontra-se na Fundação Zoobotânica e na


Superintendência de Sustentabilidade os relatórios dos monitoramentos realizados.

Projeto ASAS

A RPPN Galheiro, assim como as outras Unidades de Conservação existentes nas


instalações da Cemig, é cadastrada como abrigo no Projeto ASAS - Áreas de Soltura
de Animais Silvestres (ASAS), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA.
Nessas áreas, espécies da fauna provenientes de apreensões pela Polícia Ambiental
e pelo IBAMA são recuperadas, readaptadas e devolvidas à natureza em condição de
sobrevivência. O Projeto Asas visa à soltura, em áreas da unidade, de espécies
recém-apreendidas pelos órgãos de fiscalização, após passarem por avaliações
técnicas e por tratos veterinários.

O Projeto ASAS oferece condições para a distribuição geográfica histórica e atende as


exigências ambientais dos espécimes a serem liberados, evitando introdução de
espécies exóticas em relação às áreas cadastradas. As áreas destinadas ao projeto
são previamente estudadas com a realização de levantamento de fauna e flora e
cadastradas para receberem os animais destinados à soltura. O programa prioriza
sempre o bem-estar dos animais e lhes devolve a chance de cumprirem o importante
papel que têm na manutenção do equilíbrio ecológico. O projeto apoia as atividades de
fiscalização preventiva que, muitas vezes, interceptam o transporte de animais
silvestres brasileiros recém-capturados de forma ilegal e destinados ao comércio,
também ilegal, em centros urbanos.

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Foto 140: Registro do cadastro Foto 141: Viveiro existente


com o IBAMA do programa para a recuperação das aves
ASAS - Área de Soltura de do projeto ASAS.
Animais Fonte: Cemig, 2005.
Fonte: Manna & Toledo, 2009.

Foram reintroduzidos na RPPN, através do IBAMA, capivaras, catetos, onças


jaguatiricas e diversas aves.

Fotos 142, 143 - Animais soltos na RPPN Galheiro.


Fonte: Cemig, 2008.

O convênio firmado com o IBAMA referente ao projeto ASAS encerrou-se em 2012.

Pesquisas

Muitas pesquisas foram realizadas por grupos de diferentes áreas de estudo, com
destaque para a tese de doutorado da professora Khelma Torga, Doutora em Ecologia
e Conservação de Recursos Naturais da Universidade Federal de Uberlândia - UFU. O
tema da tese trata dos “Ectoparasitos em Aves e no ambiente em Áreas de Cerrado”
As palavras da professora Khelma demonstram a importância da RPPN para a
conservação do bioma Cerrado e os motivos da escolha de sua pesquisa:

“Em nosso país, somente recentemente (2009) a avifauna


vem sendo estudada por esse prisma e particularmente no
bioma Cerrado pouquíssimos são os estudos até agora.
Escolhi a RPPN Galheiro por sua importância para
conservação da fauna e flora, visto que é uma das poucas
reservas significativas de Cerrado que ainda restam na
região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba.”

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Além da tese de doutorado citada, a equipe da professora Celine de Melo, docente do


Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia - UFU, constantemente faz
uso das instalações da RPPN para suas pesquisas com destaque para o estudo
intitulado: “Uso de aves como biomonitores de qualidade ambiental em ambientes
florestais no Cerrado”.

Outros títulos de pesquisas realizadas ou em andamento:

- Uso de Micronúcleos em Aves no Biomonitoramento da Qualidade Ambiental em


Ambientes Florestais do Cerrado.
- Uso da Superfamília Tyrannoidea no Biomonitoramento de Fragmentos Florestais do
Cerrado
- Ocorrência de Hemoparasitos em Aves Silvestres da Mesorregião do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba
- Repertório Vocal e Variações no Canto de Aves em Diferentes Áreas Florestais no
Cerrado
- Efeito da Degradação Ambiental sobre as Redes de Interações entre Aves
Frugívoras e Plantas em Ambientes Florestais do Cerrado
- Análise de Micronúcleo em Aves Semidependentes de Ambientes Florestais do
Cerrado
- Síndromes de dispersão de sementes na Estação Ambiental Galheiro

O subprograma de monitoramento garante a vigilância da RPPN, 24 horas por dia e


nunca registrou incêndios florestais em seus limites desde que foi criada.

Por ser tratada institucionalmente como uma unidade da empresa Cemig, sua
proprietária, possui ISO 14001 (anexo 3) e com isso, procedimentos acerca do que
fazer em caso de emergência para atendimento o mais rápido possível.

6.1.2 - Programa de Uso Público

O objetivo desse programa é proporcionar à população local e regional atividades de


educação ambiental, ajudando o visitante a entender e interpretar os recursos naturais
existentes na RPPN. O destaque é para as visitas recebidas de escolas da região, que
podem caminhar pela Trilha dos Primatas (fotos 93 e 94) e observar a fauna e flora
local.

As visitas são programadas e sempre acompanhadas do responsável pela gestão da


RPPN. Além das visitas, palestras sobre meio ambiente foram realizadas sob
demanda e solicitação.

Cartazes e informativos sobre a RPPN Galheiro foram distribuídos em sindicatos,


prefeituras, cooperativas, entre outros versando sobre a existência e importância da
Unidade de Conservação no contexto local e regional. O material distribuído e utilizado
nas ocasiões citadas pode ser visto no anexo 4 deste documento.

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6.1.3 - Programa de Operacionalização

Toda a infraestrutura para a manutenção e gestão da RPPN foi disponibilizada para o


seu pleno funcionamento, incluindo as casas para que os funcionários responsáveis
pela sua guarda possam habitar, juntamente com as respectivas famílias.

Sistema de comunicação com sistema UHF, além de telefonia, veículos, tratamento de


água, fossa séptica, ou seja, toda a gestão da propriedade é feita de forma a causar o
mínimo de impacto sobre a fauna e flora locais. Todo o lixo reciclável gerado é
separado para que seja entregue à reciclagem.

Destaque para o trabalho de substituição da fiação da rede elétrica externa por cabos
isolados, evitando assim incêndios florestais e acidentes com a fauna local que a
utiliza em seus trajetos pela RPPN.

Foto 144 - Substituição da rede tradicional Foto 145 - Observar detalhe da rede
por rede isolada (tecnologia inédita na isolada.
ocasião). Fonte: Cemig, 2005
Fonte: Cemig, 2005.

6.1.4 - Programa de Integração com o Entorno

O trabalho de conscientização foi adequado à necessidade, desde a criação da RPPN,


pois se tratava de uma nova visão na gestão da propriedade rural tradicional.

Todo o trabalho de divulgação sobre a importância ambiental da RPPN junto aos


moradores do entorno foi realizado por meio de seminários anuais com a participação
de técnicos da Cemig e população local.

Na medida em que se estabilizou a questão, o ritmo dos seminários diminuiu em razão


da conscientização da população do entorno da RPPN e da boa convivência com os
confrontantes.

Parcerias são realizadas com o intuito de se fazer os aceiros e manter as conexões


entre remanescentes que abrigam reservas legais das propriedades vizinhas à RPPN,
formando corredores ecológicos.

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7 - ZONEAMENTO

De acordo com o primeiro documento elaborado intitulado Plano Executivo - Unidade


de Conservação Galheiro - Plano de Manejo (anexo 2), elaborado em 1995, três zonas
distintas foram propostas, definidas de acordo com as características e
potencialidades de cada área, bem como, suas afinidades de uso reunidas em cada
uma desses espaços.

Sendo assim, as zonas definidas em 1995 foram as seguintes:


- Zona Administrativa e Educacional
- Zona de Interferência Ambiental
- Zona de Preservação

Com o objetivo de adequar o documento à realidade atual, que incluem áreas já


recuperadas desde que foi criada a Unidade de Conservação, três zonas estão sendo
propostas nesse documento, como forma de agrupar as ações similares, atualizar a
nomenclatura e simplificar seu entendimento.

Sendo assim as zonas propostas são as seguintes:

- Zona de Administração e Visitação 25,81 hectares


- Zona de Recomposição Florestal 28,49 hectares
- Zona de Proteção 2.679,90 hectares

O mapa de Zoneamento Ambiental da RPPN Galheiro (anexo 5) mostra as divisões


propostas, apresentando fotos dos ambientes da área, sendo possível observar os
corredores ecológicos formados na junção com as reservas legais das propriedades
confrontantes.

O mapa do uso do solo (anexo 6), integrado às informações de infraestrutura, ilustrado


com fotos dos principais pontos de interesse, complementam a interpretação
ambiental da área da RPPN Galheiro.

Os objetivos, ações e planos a serem implantados e executados estão descritos no


item 8 deste documento, que trata dos Programas de Manejo.

Importante informar que há uma pequena diferença de 10,20 hectares detectada na


elaboração dos mapas, que deverá ser corrigida ao se providenciar a unificação das
matrículas dos imóveis que formaram a unidade de conservação, ação esta prevista
no item 8.1.1, Programa de Gestão.

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7.1 - Zona de Administração e Visitação


A Zona de Visitação compreende as áreas ocupadas pela infraestrutura administrativa,
de apoio técnico, de conservação e manutenção. É composta pelas edificações
destinadas à administração, moradia, vigilância, sala de procedimentos, alojamentos,
auditório, exposição, estradas principais, trilha, e demais estruturas utilizadas para as
atividades de educação ambiental.

Todas as estruturas que estão contidas na Zona de Administração e Visitação foram


reformadas para oferecer melhores condições aos visitantes, pesquisadores e
usuários da RPPN.

Foto 146: Vista geral da Unidade


Administrativa.
Fonte: Manna & Toledo, 2009

Durante a reforma executada, foram instalados alambrados nas residências, visando


dar maior segurança aos trabalhadores da RPPN. Próxima à casa 2 existe uma antiga
cerca feita de eucaliptos que, devido à idade (35 a 40 anos aproximadamente) , grau
de amadurecimento e integração na paisagem, permanecem onde estão, sob pena de
causar maiores danos ao ambiente caso seja feita qualquer intervenção para retirada
desses indivíduos.

Foto 147: Vista casa 2 com Foto 148: Vista sub bosque,
alambrado. embaixo da antiga cerca de
Fonte: Brandt, 2014 eucaliptos.
Fonte: Brandt, 2014

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7.2 - Zona de Recomposição Florestal


Conforme o levantamento realizado em 1995 na RPPN Galheiro, as áreas de
pastagens totalizavam 26,84% do total da área, de acordo com o Plano Executivo
(anexo 2), passando a 1,04%, conforme destaque abaixo.

7.2.1 - Áreas com pastagem exótica

As áreas com predominância de pastagens exóticas serão denominadas de Ponto 1;


Ponto 2; Ponto 3 e Ponto 4. Sendo que estas áreas estão localizadas nas seguintes
coordenadas:

- Ponto 1: UTM 274182 m E e 7875316 m S, zona 23 K e Datum WGS84;


- Ponto 2: UTM 275063 m E e 7871540 m S, zona 23 K e Datum WGS84;
- Ponto 3: UTM 273454 m E e 7875028 m S, zona 23 K e Datum WGS84;
- Ponto 4: UTM 276766 m E e 7875649 m S, zona 23 K e Datum WGS84.

As quatro áreas citadas acima, acrescidas daquelas chamadas Cascalheira, Voçoroca


e Garimpo do Gerônimo (capítulo 6), que já se encontram em processo avançado de
regeneração natural, somadas, totalizam 28,32 hectares, o que equivale a 1,04 % da
área total da RPPN.

Estas quatro áreas representam os remanescentes de pastagem exótica ainda


presentes na RPPN Galheiro e o objetivo é conduzir sua regeneração, integrando de
uma vez por todas à paisagem.

A área denominada de Ponto 1 era um antigo cafezal. Atualmente possui pastagem


exótica e alguns indivíduos arbóreos nativos em regeneração natural.

No restante das áreas as pastagens exóticas predominam e é possível observar a


regeneração natural de espécies arbóreas nativas aleatoriamente nas áreas.

Foto 149 - Ponto 1 Foto 150 - Ponto 2

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Foto 151 - Ponto 3 Foto 152 - Ponto 4

7.3 - Zona de Proteção


A Zona de Proteção é ocupada pela vegetação nativa, em qualquer estado de
conservação e não são realizadas intervenções e a vegetação encontra-se
preservada. Nesta zona são preservadas as espécies da fauna e da flora e os
recursos genéticos ai presentes, sendo permitido o uso científico e a educação
ambiental direcionada.

Suas formações florestais estão representadas por remanescentes regenerados e com


comprovada riqueza faunística. A vegetação que acompanha os cursos d’água,
presentes na área, também integra a zona de proteção.

Foto 153 - Vista panorâmica demostrando o predomínio da Zona de


Proteção.
Fonte: Brandt, 2014.

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8 - PROGRAMAS DE MANEJO

O objetivo geral dos programas de manejo é estabelecer as ações a serem


desenvolvidas nos limites da Unidade de Conservação.

8.1 - Planejamento e Estrutura do Programa de Manejo


Tendo em vista o cenário atual, conforme destacado neste documento, que fornece
subsídios para a adequação dos objetivos e Plano de Manejo, segue abaixo a
estrutura dos Programas de Manejo que irão nortear as atividades nos próximos anos
da RPPN Galheiro.

Assim, a estrutura apresentada abaixo mostra uma visão adequada à realidade e


novos tempos, de acordo com o desejo de sua proprietária, Cemig, apoiando-a a
alcançar suas metas por meio de seus indicadores de sustentabilidade, que a tornam
uma empresa de vanguarda no cenário nacional e internacional.

FIGURA 8.1 - Diagrama com o resumo do Programa de Manejo da RPPN Galheiro

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8.1.1 - Programa de Gestão

O objetivo do Programa de Gestão é desenvolver ações voltadas ao funcionamento e


gestão da RPPN, proporcionando condições para o alcance dos seus objetivos, além
de fornecer apoio às pesquisas científicas realizadas em seus limites.

As principais atividades desenvolvidas neste programa são:

- Cumprir o regimento interno da RPPN, sendo suas principais atividades descritas no


Contrato de Operação e Manutenção da RPPN Galheiro;
- Executar a manutenção de toda a área e de suas instalações;
- Manter o pessoal necessário à execução dos serviços administrativos e de apoio e
providenciar sua capacitação para realização das atividades;
- Manter a infraestrutura com móveis e equipamentos padronizados pelos projetos de
engenharia e arquitetura;
- Promover palestras e/ou cursos para o pessoal administrativo, versando sobre a
Unidade de Conservação;
- Zelar pelo patrimônio da unidade;
- Atender ao especificado no Sistema Integrado de Gestão;
- Verificar o atendimento à visitantes adequando os dias de visitação, o número
máximo de visitantes por dia, os tipos de veículos que serão autorizados a circular
na área, as normas para recepção de visitantes e as normas para coleta e deposição
final de lixo nos dias de visitas;
- Definir os sistemas e as áreas a serem vigiadas pelos funcionários contratados;
- Atender as determinações constantes no Contrato de O&M referentes aos períodos
para realização das atividades de conservação e reparação de cercas, aceiros,
estradas, sinalização, prédios e equipamentos;
- Permitir que somente os funcionários residirão na área da RPPN. Em cada uma das
casas destinadas a este serviço está demarcada uma área privativa, para uso dos
moradores;
- Promover palestras ou cursos para o pessoal fixo, e, em especial, para o pessoal
eventual, versando sobre os objetivos da unidade e as normas a serem observadas
para a sua conservação;
- Disponibilizar a RPPN para realização de pesquisas de fauna e flora, bem como,
para monitoramentos em atendimento a programas ambientais;
- Manter cadastro de visitantes da RPPN e suas demandas, como forma de
monitoramento para subsídio na avaliação da capacidade de suporte da área;
- Disponibilizar estrutura aos pesquisadores para realização de suas atividades,
priorizando, inclusive, a segurança dos mesmos;
- Requerer projeto de pesquisa dos pesquisadores para aprovação da Gerência,
contendo cronograma de atividades e os locais onde estarão fazendo suas
investigações, quando da realização de pesquisas na RPPN;
- Atualizar os dados da RPPN junto ao Cadastro Nacional de Unidades de
Conservação - CNUC;
- Articular-se com poder público local com vistas a captar recursos para apoio na
manutenção da RPPN, por meio da aplicação do ICMS ecológico;
- Obter a unificação das matrículas dos imóveis que deram origem à RPPN Galheiro,
junto à Receita Federal para obtenção do NIRF único;
- Realizar o georreferenciamento da propriedade da RPPN, após unificação.

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8.1.2 - Programa de Proteção

O objetivo deste programa é desenvolver atividades voltadas ao monitoramento,


vigilância e proteção da área da RPPN, incluindo ações preventivas contra incêndios e
possíveis ações externas que porventura posam desequilibrar o ambiente protegido.

As principais atividades desenvolvidas neste programa são:

- Manter as cercas de divisa em toda a área limite da RPPN Galheiro em boas


condições;
- Manter placas de advertência sobre restrições referentes à área (caça, camping),
onde seja possível o desembarque;
- Manter os aceiros nos limites da área;
- Manter sistema de controle da área, conforme contrato de O&M, exercido por
vigilância motorizada ou não, e por barco nos limites do reservatório;
- Manter as medidas necessárias à manutenção e segurança de estradas, trilhas e
ancoradouro, tais como obras de drenagem, contenção de deslizamentos e erosão;
- Manter a sinalização nas estradas de acesso à RPPN;
- Manter sinalização interna nos prédios da administração, sala de procedimentos,
auditório e áreas cuja entrada do público seja proibida ou restrita;
- Coibir caça e pesca;
- Manter barco em boas condições de uso, que poderá ser utilizado por pesquisadores
desde que não interfira nas atividades normais da área;
- Priorizar a fiscalização, principalmente nos limites do reservatório, nos finais de
semana e verão;
- Programar as atividades de manutenção e segurança de modo a não interferir com
atividades de pesquisa e visitação;
- Realizar anualmente, conforme programação do SIG, Simulado de Combate a
Incêndio, com a participação de empregados da Cemig, da Contratada e
participação da vizinhança;
- Treinar anualmente, conforme programação do SIG, os empregados da RPPN, a
identificar situações de emergência e a atender ao Plano de Atendimento a
Emergências do SIG referente à combate de incêndio.

8.1.3 - Programa de Recomposição Florestal

O objetivo deste programa é desenvolver ações voltadas à recomposição florestal de


áreas específicas da RPPN, buscando restaurar áreas que ainda possuem a presença
de pastagem, por meio de ações de proteção para regeneração, bem como o
enriquecimento florestal.

Em longo prazo, o objetivo é uma perfeita integração paisagística da área diretamente


afetada com os mais diversos cenários que o recebem.

As áreas onde há predomínio de capim exótico deverão ser manejadas para


impossibilitar a dispersão de suas sementes, impedindo assim o ciclo de sua
reprodução, possibilitando a regeneração natural de espécies arbóreas nativas.

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Esse programa deverá ser implantado seguindo a adoção das práticas de


conservação do solo com realização de manutenções periódicas. Inicialmente deverá
ser utilizada a prática de gradagem do solo nos locais onde predomina o capim exótico
no intuito de proporcionar a germinação das sementes de espécies arbóreas ali
existentes disseminadas pela fauna.

Caso esta técnica não apresente resultado satisfatório deverá providenciada a


avaliação por profissional da área para definir a adoção de outra metodologia.

Para garantir o controle de qualidade das medidas de reabilitação durante e


posteriormente à sua implantação, será instituída uma supervisão ambiental,
constituída por um técnico especializado que executará programas de visitas
periódicas às diferentes áreas.

8.1.4 - Programa de Comunicação e Visitação

O objetivo deste programa é manter informado o público interno e externo interessado


na conservação do meio ambiente e nas questões que envolvem a RPPN.

- Manter divulgação da importância da RPPN como área de proteção da fauna e da


flora na região;
- Manter divulgação da representatividade ambiental da RPPN a nível regional,
incentivando a sua proteção como bem social;
- Manter divulgação dos objetivos, recursos e disponibilidade da RPPN para
atendimento a pesquisas, projetos e visitação.
- Caracterizar e acompanhar a evolução dos fatores externos passíveis de afetar a
biota, localizados no entorno da Unidade;
- Promover ou participar de seminários com a população do entorno imediato,
utilizando metodologia participativa de planejamento, visando a integração e
conscientização de terceiros;
- Promover ou participar de treinamentos de combate a incêndios, com confrontantes
e vizinhos da RPPN;
- Disponibilizar estrutura e equipamentos em caso de emergências ambientais para o
entorno da Unidade;
- Acionar, sempre que necessário, os órgãos fiscalizadores para a correta aplicação
da legislação pertinente ao entorno da unidade.
- Manter divulgação da disponibilidade da RPPN para atividades de educação
ambiental para públicos diferenciados;
- Preparar palestras e material audiovisual nas atividades de educação ambiental;
- Manter a Trilha dos Primatas como única área presente na Zona de Proteção
destinada à visitação pública;
- Programar visitas e recebe-las atendendo normas deste Plano de Manejo e da
Legislação Vigente;
- Providenciar empregado para acompanhamento das visitas de forma que esteja
preparado para responder às questões sobre meio ambiente e sobre a RPPN;
- Informar que os grupos de visitantes terão, obrigatoriamente, um responsável que
apresentará previamente os objetivos da visita;

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- Atender solicitações para programação da área atentando para o número de


pessoas a visitar, evitando a presença de grupos numerosos ou de vários grupos
com interesses conflitantes;
- Divulgar os trabalhos e pesquisas realizadas na RPPN, bem como seus resultados.

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BRANDT Meio Ambiente

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ANEXOS

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ANEXO 1 - PORTARIA N° 73-N, DE 6 DE SETEMBRO DE


1995

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ANEXO 2 - PROJETO EXECUTIVO UNIDADE DE


CONSERVAÇÃO GALHEIRO, LEME ENGENHARIA
LTDA.

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ANEXO 3 - CERTIFICADO ISO 14001 - SISTEMA DE


GESTÃO AMBIENTAL

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ANEXO 4 - MATERIAL DE DIVULGAÇÃO


INSTITUCIONAL

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ANEXO 5 - MAPA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL

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ANEXO 6 - MAPA DE USO DO SOLO INTEGRADO À


INFRAESTRUTURA

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