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ATIVIDADE DE HISTÓRIA

LISTA DE EXERCÍCIOS:
✓ INTRODUÇÃO À HISTÓRIA
1ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO
Professor: Paulo

1. (Enem PPL 2021) Foi no século XVIII, nas terras de uma fazenda, que surgiu a Vila Distinta e Real de
Sobral. O desenvolvimento da localidade se deu por estar próxima ao Rio Acaraú, que ligava os estados de
Pernambuco, Piauí e Maranhão. O tombamento de Sobral trouxe, ainda, como peculiaridade no Ceará o
envolvimento dos moradores. Quem passa pela cidade pode ver construções que trazem os estilos
coloniais, ecléticos, art déco e vernaculares.

No interior do Ceará, município de Sobral guarda a arte colonial brasileira. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 14 jul. 2015 (adaptado).

A condição atribuída ao complexo arquitetônico da cidade, conforme mencionada no texto, proporcionou a


a) harmonização de espaços sociais.
b) valorização de reservas ecológicas.
c) ampliação de conjuntos residenciais.
d) manutenção de comunidades de pescadores.
e) preservação de artefatos de memória.

2. (Uel 2023) Leia a canção a seguir.

Eu faço samba e amor até mais tarde


E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã

De madrugada a gente ainda se ama


E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar

No colo da bem-vinda companheira


No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde


E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?

Não sei se preguiçoso ou se covarde


Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã

Chico Buarque. Samba e amor, 1970 (álbum Per un pugno di samba).

Com base na canção e nos conhecimentos sobre Teoria da História e História Contemporânea, assinale a
alternativa correta.
a) Cada cultura é marcada por uma concepção de tempo, que orienta os agentes históricos de forma
determinista, impossibilitando, portanto, a reinvenção do cotidiano por meio de práticas sociais.
b) A partir da Revolução Industrial, houve a emergência de uma nova concepção de tempo, marcada pela
utilização do relógio; entretanto, essa visão permaneceu circunscrita ao contexto histórico inglês.
c) O campo e a cidade são marcados por diferentes concepções e ritmos de tempo, sendo possível
ressaltar a dinâmica da natureza nas zonas rurais, desconectadas, no Brasil, de uma perspectiva
temporal capitalista.
d) O tempo encontra-se inscrito na própria materialidade que caracteriza o cotidiano, como o relógio, a
cama e o violão, indicando que suas diferentes percepções são impessoais e independem da dimensão
tangível.
e) O tempo envolve a percepção de um passado e uma expectativa de futuro, orientando, portanto, as
ações no presente e remetendo à historicidade que marca o cotidiano dos agentes históricos.

3. (Uel 2023) Leia os textos a seguir.

Texto 1

Anitta inaugura estátua de cera no museu “Madame Tussauds” de Nova York

“Eu me sinto importante, me sinto realmente fazendo história. A gente só tem cinco brasileiros nesse
museu.”
“Quero mudar o país, quero mudar a vida das pessoas e aí quando eu vejo isso eu sinto que realmente não
é só você ter uma estátua aqui no museu. É que aqui só estão pessoas que marcaram a história de alguma
maneira e para mim isso é genial e eu acho que como brasileiro, os brasileiros adoram vir para cá, meus
amigos já vieram, eles adoram vir pro museu Madame Tussauds. Aí você vê um brasileiro. Dá aquela
sensação de aquele patriotismo, aquela coisa de Brasil. Fico muito feliz de ser essa bandeira ambulante. Eu
estou amando”, afirmou a artista.

(CNN Brasil. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/anitta-inaugura-estatua-de-cera-


no-museu-madame-tussaudsde-nova-york/>. Acesso em: 10 dez. 2022.)

Texto 2

LEI Nº 14.038, DE 17 DE AGOSTO DE 2020


DOU: 18/08/2020

Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Historiador e dá outras providências.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos
do parágrafo 5º do Art. 66 da Constituição Federal, a seguinte Lei:
[...]
Art. 3º O exercício da profissão de Historiador, em todo o território nacional, é assegurado aos:

I. portadores de diploma de curso superior em História, expedido por instituição regular de ensino;
II. portadores de diploma de curso superior em História, expedido por instituição estrangeira e revalidado no
Brasil, de acordo com a legislação;
III. portadores de diploma de mestrado ou doutorado em História, expedido por instituição regular de ensino
ou por instituição estrangeira e revalidado no Brasil, de acordo com a legislação;
IV. portadores de diploma de mestrado ou doutorado obtido em programa de pós-graduação reconhecido
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES que tenha linha de
pesquisa dedicada à História;
V. profissionais diplomados em outras áreas que tenham exercido, comprovadamente, há mais de 5 (cinco)
anos, a profissão de Historiador, a contar da data da promulgação desta Lei.

Texto 3
O objeto da história é, por natureza, o homem. Digamos melhor: os homens. Mais que o singular, favorável
à abstração, o plural, que é o modo gramatical da relatividade, convém a uma ciência da diversidade. Por
trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem, [os artefatos ou máquinas], por trás dos escritos
aparentemente mais insípidos e as instituições aparentemente mais desligadas daqueles que as criaram,
são os homens que a história quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no máximo, um serviçal
da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali
está a sua caça.

(BLOCH, M. Apologia da História, ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p.54.)

A partir desses três textos, responda aos itens a seguir.

a) Relacione os três textos e descreva os diferentes modos de fazer História apresentados em cada um
deles.
b) Ao inaugurar uma estátua de cera feita a partir de sua imagem, a cantora Anitta diz: “me sinto realmente
fazendo história”.
Analise essa fala e aponte como os objetos podem auxiliar a entender a História.

4. (Pucpr Medicina 2023) Leia o texto abaixo.

Sem dúvida, nas origens da historiografia, os velhos analistas não se constrangiam nem um pouco com tais
escrúpulos. Narravam, desordenadamente, acontecimentos cujo único elo era terem se produzido mais ou
menos no mesmo momento: os eclipses, as chuvas de granizo, a aparição de espantosos meteoros junto
com batalhas, tratados, mortes de heróis e dos reis. Mas nessa primeira memória da humanidade, confusa
como a percepção de um bebê, um esforço constante de análise pouco a pouco operou a classificação
necessária.

BLOCH, March. Apologia da história ou ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 52-53.

I. Só são considerados fontes históricas textos escritos, as demais fontes são classificadas com pré-
históricas, pois foram produzidas antes do surgimento da ciência histórica.
II. O historiador deve, necessariamente, priorizar fontes imparciais, como documentos oficiais.
III. As fontes históricas não devem ser compreendidas como verdades incontestáveis. Como resultado da
produção humana, elas devem ser analisadas criticamente e confrontadas com outras fontes.
IV. São considerados fontes históricas: documentos textuais, vestígios arqueológicos, representações
pictóricas e registros orais.

Estão CORRETAS
a) III e IV.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) I, III e IV.
e) todas estão corretas.

5. (Upe-ssa 1 2022) Leia o texto a seguir:

“No mundo todo, os monumentos estão sob contestação. Na cidade de São Paulo, uma série de
monumentos vêm sendo questionados de várias formas por grupos e movimentos sociais. (...) O embate
público com os lugares de memória oficiais não diz respeito apenas aos monumentos, mas também ao
patrimônio arquitetônico e peças-chave dos acervos históricos do Estado de S. Paulo, como a Pinacoteca e
o Museu Paulista.”

Disponível em: https://sites.usp.br/demonumenta/demonumenta-apre/ Acesso em: 15 jun. 2021.

O trecho é a apresentação do projeto Demonumenta, da USP. Nos últimos anos, movimentos sociais têm
vandalizado, e mesmo destruído, monumentos urbanos.

Qual das alternativas abaixo retrata essa situação?


a)

b)

c)

d)

e)

6. (Unicamp 2022) É uma tarefa difícil realizar um diagnóstico do tempo presente. Definir o presente como
“época”? Os marcos canônicos (geralmente de natureza política) variam, sabidamente, ao gosto das
experiências nacionais. Na França, na península Ibérica e no Brasil, o marco que define o início da história
contemporânea é a Revolução Francesa. Na Alemanha e na Inglaterra, o historiador que se dedica à
história contemporânea trabalha preferencialmente com eventos posteriores à II Guerra Mundial.
Contemporânea, na Rússia, é a história posterior a 1918. Na Itália, por sua vez, trata-se do período que
advém após o Congresso de Viena (1814-1815).

(Adaptado de Helena Miranda Mollo, Sergio da Mata, Mateus Henrique de Faria Pereira e Flávia Varella,
Tempo presente & usos do passado. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. Posição Kindle: 107-111.)

A partir da leitura do texto, é correto afirmar que


a) o recorte temporal de História Contemporânea é natural e consensual entre as civilizações ocidentais e
resume o que podemos definir como História do Tempo Presente.
b) experiências traumáticas marcadas, por exemplo, pelas duas grandes guerras mundiais, definem nossa
experiência de tempo presente e delimitam o início da História Contemporânea.
c) as balizas cronológicas da História que definem as periodizações usadas pelas grandes narrativas
históricas e livros escolares são de natureza política, variando de acordo com as experiências nacionais.
d) os riscos de se construir narrativas múltiplas sobre a história do tempo presente tornam urgente uma
revisão histórica que estabeleça balizas cronológicas universais na linearidade do tempo histórico.

7. (Upe-ssa 1 2022) Em 1990, o autor espanhol Luís Soler escreveu:

“No Recife(...) acabei por me conscientizar a respeito dessa qualidade de arte popular e passei a sentir sua
penetração e significado junto ao povo, a me informar sobre o seu marcante cultivo no sertão nordestino (...)
as influências árabes não se diluíram nas terras ibéricas a ponto de estarem já deglutidas e
descaracterizadas entre os portugueses que colonizaram o Brasil. Ao contrário, elas predominavam, com
nítidos perfis, nos modos e no conceito de vida dos lusos-colonizadores, sendo precisamente no sertão
brasileiro que vieram a ser preservadas vivas e inteiras, incontaminadas pelos modismos evolutivos (...)”.

Disponível em: https://historiaislamica.com/pt/como-seculos-de-isl-em-portugal-deixaram-uma-forte-


influencia-muculmana-na-cultura-nordestina/?fbclid=IwAR1ah4WD6bxFkMj4Rxsq1kFoMNQxQgHHOA0-
pKFkMJnLksUBaUsJw3qmzyo Acesso em: 17 de jun. 2021.

Esse texto descreve a


a) imutabilidade da cultura popular.
b) cultura popular como fonte histórica.
c) extinção da cultura islâmica pós-conquista.
d) importância da cultura galega para a formação do Brasil.
e) ausência, na cultura nordestina, dos elementos europeus.

8. (Uel 2022) Leia o texto a seguir.

Num lugar escolhido da biblioteca do mosteiro [de Ulm] ergue-se uma magnífica escultura barroca. É figura
dupla da história. Na frente, Cronos, o deus alado. É um ancião com a fronte cingida; a mão esquerda
segura um imenso livro do qual a direita tenta arrancar uma folha. Atrás, e em desaprumo, a própria história.
O olhar é sério e perscrutador; um pé derruba uma cornucópia de onde escorre uma chuva de ouro e prata,
sinal de instabilidade; a mão esquerda detém o gesto do deus, enquanto a direita exibe os instrumentos da
história: o livro, o tinteiro e o estilo.

RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Ed. UNICAMP, 2007, p. 67.

Segundo a mitologia grega, Clio, a musa da história, é filha de Zeus e de Mnemósine, a memória.

Sobre memória e história, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.

( ) A memória é a recordação das coisas que ficaram no passado, desvinculada do presente e da


experiência histórica.
( ) A história é a forma de conhecimento que investiga aquilo que os seres humanos construíram no
tempo e no espaço; neste sentido, ela é materialista.
( ) A memória é mais verdadeira que a história, porque se relaciona com a experiência vivida pelo
indivíduo, e a experiência é mais fidedigna que a representação.
( ) A memória coletiva é aquela que, compartilhada por um grupo, substitui a história devido ao conceito
de experiência.
( ) A história utiliza-se dos veículos de memória para garantir a objetividade necessária a toda forma de
conhecimento.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, F, F, V.
b) V, V, V, F, F.
c) F, V, F, F, V.
d) F, F, V, V, F.
e) F, F, F. V. V.

9. (Enem 2022) Hoje sou um ser inanimado, mas já tive vida pulsante em seivas vegetais, fui um ser vivo; é
bem verdade que do reino vegetal, mas isso não me tirou a percepção de vida vivida como tamborete.
Guardo apreço pelos meus criadores, as mãos que me fizeram, me venderam, 6 pelas mulheres que me
usaram para suas vendas e de tantas outras maneiras. Essas pessoas, sim, tiveram suas subjetividades,
singularidades e pluralidades, que estão incorporadas a mim. É preciso considerar que a nossa história, de
móveis de museus, está para além da mera vinculação aos estilos e à patrimonialização que recebemos
como bem material vinculado ao patrimônio imaterial. A nossa história está ligada aos dons individuais das
pessoas e suas práticas sociais. Alguns indivíduos consagravam-se por terem determinados requisitos, tais
como o conhecimento de modelos clássicos ou destreza nos desenhos.

FREITAS, J. M.; OLIVEIRA, L. R. Memórias de um tamborete de baiana: as muitas vozes em um objeto de


museu. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, n. 14, maio-ago. 2020 (adaptado).

Ao descrever-se como patrimônio museológico, o objeto abordado no texto associa a sua história às
a) habilidades artísticas e culturais dos sujeitos.
b) vocações religiosas e pedagógicas dos mestres.
c) naturezas antropológica e etnográfica dos expositores.
d) preservações arquitetônica e visual dos conservatórios.
e) competências econômica e financeira dos comerciantes.

10. (Ufu 2022) O que Marc Bloch não aceitava em seu mestre Charles Seignobos, principal representante
desses historiadores "positivistas", era iniciar o trabalho do historiador somente com a coleta dos fatos, ao
passo que uma fase anterior essencial exige do historiador a consciência de que o fato histórico não é um
fato "positivo", mas o produto de uma construção ativa de sua parte para transformar a fonte em documento
e, em seguida, constituir esses documentos, esses fatos históricos, em problema.

LE GOFF, Jacques. Prefácio. In: BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história ou o ofício do
historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 19

O texto acima revela que a fonte histórica não é algo dado, mas construída, transformada em documento
pelo trabalho do historiador. Sendo assim,

a) explique o que é fonte histórica.


b) explique as diferenças entre as chamadas fontes voluntárias e as fontes involuntárias.

11. (Ufam-psc 1 2022) "Fundamentalmente nós fazemos um tipo de conhecimento que incide sobre a
produção da maneira como as pessoas pensam, sentem, agem, ou seja, incidimos diretamente sobre
valores. Por isso, a história é um saber que tem a ver com a dimensão ética e política, isto é, a história está
sempre remetendo à ética, à discussão de valores e à política, remetendo às nossas formas de perceber o
mundo, de se comportar, de se colocar diante do outro, de se colocar em relação à sociedade em que nós
estamos vivendo."

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. História: métier e prazer. Revista Espacialidades. 2008, vol. 1,
no.0. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/17592/11469. Acesso em:
07/09/2022.

No texto, o historiador Durval Muniz alerta-nos para a questão ética e política como elementos fundamentais
do ofício do historiador no cenário contemporâneo. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que:
a) os historiadores podem recorrer à imaginação para poderem criar fatos que deem suporte às suas
pesquisas.
b) ao interpretar as vivências humanas, os historiadores só devem utilizar como documentos as fontes
escritas.
c) os historiadores interpretam as experiências humanas ao longo do tempo. Logo, a leitura do passado ou
a produção de uma interpretação específica dos acontecimentos é construída com base em vestígios,
fontes e documentos.
d) ao pesquisar e escrever sobre a trajetória da humanidade, o historiador é capaz de reconstituir fielmente
o passado.
e) os historiadores investigam a vida pública e privada em seus múltiplos aspectos (econômicos, políticos,
etc.) e, a partir de então, estabelecem verdades absolutas e definitivas sobre os fatos pesquisados.

12. (Unicentro 2022) Leia o texto a seguir.

O conteúdo de um texto, cedo aprende o historiador, não pode se resumir à superfície de sua mensagem.
Há os entreditos, os interditos, os não-ditos, o vocabulário revelador. Se texto é falso, ou se ele mente, tanto
melhor, pois o historiador poderá perguntar: “por que mentes?” Não são raras as vezes em que o analista
irá encontrar o que procura precisamente nas contradições de um texto, seja ao nível do intratexto (as
contradições internas) ou ao nível do intertexto (as contradições que aparecem no confronto com as fontes).
Ao historiador, o texto costuma falar através dos seus detalhes mais insignificantes, como um criminoso que
fala através das pistas que deixa escapar descuidadamente.

(BARROS, José D´Assunção. O Campo da História, 4. Ed. Petrópolis: Vozes, 2004.)

Sobre o conteúdo da prática adequada de análise histórica expressa no texto, assinale a alternativa correta.
a) Ao nível do intertexto, quando a análise histórica exerce o seu papel fundamental, explicita-se a
contradição interna do texto.
b) Cabe ao historiador priorizar, de forma sintética, o que está explícito no texto, a fim de que a mensagem
não se perca.
c) Os insignificantes detalhes na análise de uma mensagem falsa são importantes para a compreensão do
autor do texto.
d) Se um texto é falso ou verdadeiro, o historiador logo o descobre ao analisar o que está no plano da
mensagem.
e) Segundo o autor do texto, uma análise criteriosa prescinde da compreensão dos entreditos, dos interditos
e dos não ditos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O historiador francês Marc Bloch (1886-1944), fuzilado pelos nazistas num campo de concentração, foi um
dos principais renovadores dos estudos históricos no século XX. Na obra Introdução à História, escrita no
cárcere, ele afirma o seguinte: “[...] o erudito que não tem o gosto de olhar à sua volta, nem os homens, nem
as coisas, nem os acontecimentos, ele merecerá talvez, como dizia o historiador belga Henri Pirenne, o
nome de um utensílio de antiquário. Renunciará tranquilamente a ser historiador.” Em outra passagem,
ressalta: “É quase infinita a diversidade das fontes. Tudo quanto os seres humanos dizem ou escrevem,
tudo quanto fabricam, tudo em que tocam, podem e devem informar a seu respeito.”

(BLOCH, Marc. Introdução à História. Lisboa: Europa-América, 1997, p. 101 e 114 (Adaptação).)

13. (Unicentro 2021) Com base no texto e nos conhecimentos sobre as fontes históricas, assinale a
alternativa correta.
a) As imagens, a oralidade e os objetos podem ser concebidos como fontes, mas complementares e,
portanto, secundárias, quando comparadas à documentação escrita.
b) Ao abordar fontes de determinado período histórico, o historiador deve considerá-las expressão da
verdade objetiva.
c) Considerando que a História é circunscrita aos grandes homens, as fontes são voltadas para a
documentação escrita pelas elites.
d) Diferentemente dos arqueólogos, que abordam objetos, os historiadores lidam com fontes escritas
produzidas pelo Estado.
e) Os historiadores podem lidar com diferentes tipos de fonte, concebidas como criações humanas que
contêm indícios sobre seu tempo.

14. (Enem 2020) A reabilitação da biografia histórica integrou as aquisições da história social e cultural,
oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. Mas não se
tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos grandes nomes, em formato hagiográfico – quase uma
vida de santo –, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não,
como testemunhas, como reflexos, como reveladores de uma época.”

DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, n. 19 jul.-dez. 2009.

De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado a história do indivíduo por se constituir como
possibilidade de
a) adesão ao método positivista.
b) expressão do papel das elites.
c) resgate das narrativas heroicas.
d) acesso ao cotidiano das comunidades.
e) interpretação das manifestações do divino.

15. (Unicentro 2020) No mundo da modernização, parece que o historiador perdeu seu ofício e o passado,
seu significado. Tudo muda muito rápido, e as invenções modernas agitam a sociedade. As dificuldades
para que a sociedade humana se estabelecesse e conseguisse construir uma cultura sofisticada foram
imensas. Busca-se o novo, não se valoriza, como antes, mais a experiência.

O texto apresentado
a) sintetiza bem as angústias e os desejos dos tempos modernos, em que o progresso encanta e há a
possibilidade, sempre crescente, de se atingir a harmonia social.
b) exalta o valor da experiência, cometendo um equívoco histórico.
c) é muito pessimista, pois a sociedade humana fez conquistas fabulosas e resolveu problemas
aparentemente insuperáveis com a chegada da globalização.
d) é bastante equivocado, pois nunca se teve tanta certeza sobre o valor do passado como nos tempos
atuais.
e) faz uma síntese de questões importantes para o historiador, num mundo de mudanças rápidas e
surpreendentes que, muitas vezes, não se preocupa em valorizar o passado.

16. (Enem PPL 2019) Para dar conta do movimento histórico do processo de inserção dos povos indígenas
em contextos urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos, foi necessário construir um método de
investigação, baseado na História Oral, que desvelasse essas vivências ainda não estudadas pela
historiografia, bem como as conflitivas relações de fronteira daí decorrentes. A partir da história oral foi
possível entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos índios urbanos no contexto da sociedade
nacional, bem como perceber os entrelugares construídos por estes grupos étnicos na luta pela
sobrevivência e no enfrentamento da sua condição de invisibilidade.

MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena nos entrelugares da fronteira
urbana. Patrimônio e Memória, n. 1, 2008.

O uso desse método para compreender as condições dos povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras
justifica-se por
a) focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes de especialização técnica.
b) permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das estatísticas oficiais.
c) neutralizar as ideologias de observadores imbuídos de viés acadêmico.
d) promover o retorno de grupos apartados de suas nações de origem.
e) registrar as trajetórias de sujeitos distantes das práticas de escrita.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[E]

O texto é direto ao afirmar que a cidade de Sobral guarda, na sua arquitetura, os estilos artísticos que por lá
passaram – “(...) quem passa pela cidade pode ver construções que trazem os estilos coloniais, ecléticos,
art déco e vernaculares (...)”. Logo, o complexo arquitetônico da cidade contribui para a preservação da
memória artística da mesma.

Resposta da questão 2:
[E]
Ao analisarmos o tempo percebemos, de imediato, que ele está relacionado ao passado e ao futuro, uma
vez que a existência do presente está atrelada àquilo que já vivemos e àquilo que ainda vamos viver. Logo,
o cotidiano dos agentes históricos, em sua relação com a questão temporal, está relacionado a isso,
também.

Resposta da questão 3:

a) Os três textos versam sobre a construção da História e o fazer histórico. O primeiro nos traz um episódio
que pode ser considerado um fato histórico. O segundo nos apresenta uma fonte (uma lei) que atesta o
reconhecimento do ofício de Historiador. E o terceiro analisa o ofício do Historiador a partir da opinião de
Bloch.

b) O “fazer História”, nesse caso, diz respeito ao feito alcançado, a saber: ser apenas a quarta
personalidade brasileira e ser representada no famoso Museu de Cera. Nesse caso, os objetos – a
estátua – são a materialização do fazer histórico.

Resposta da questão 4:
[A]

As afirmativas [I] e [II] estão incorretas. As próprias alternativas corretas já explicam o motivo. Fontes
arqueológicas e representações pictóricas, típicas do período anterior ao surgimento da escrita, são fontes
históricas. E, para o historiador, todas as fontes importam, não só aquelas consideradas oficiais ou
imparciais.

Resposta da questão 5:
[D]

A alternativa [D] mostra a pichação do monumento erguido em homenagem aos bandeirantes na cidade de
São Paulo. Ele foi vandalizado por grupos que questionam a imagem heroica dos bandeirantes, uma vez
que parte da sua atuação na História brasileira está associada ao extermínio indígena e negro.

Resposta da questão 6:
[C]

As cronologias utilizadas como referência temporal, como marcos históricos que delimitam passado e
presente, são narrativas históricas construídas pautadas no campo da política, de acordo com cada Estado
Nacional. Gabarito [C].

Resposta da questão 7:
[B]

O texto nos mostra que seu autor conseguiu aferir a presença da cultura árabe no Brasil através da análise
da arte popular no sertão nordestino. Ou seja, nos mostra o uso da cultura popular como fonte histórica.

Resposta da questão 8:
[C]

A questão aponta para a Memória e a História. A memória remete ao passado, porém está vinculada ao
presente. Não podemos afirmar que a memória é mais verdadeira que a história. A memória coletiva,
mesmo compartilhada, não substituiu a história. A história, por sua vez, utiliza-se da memória para garantir a
objetividade necessária a toda forma de conhecimento. Neste sentido, a história possui um caráter
materialista. Gabarito [C].

Resposta da questão 9:
[A]

A questão trata de Patrimônio Histórico. O texto busca dar aos objetos que habitam os museus vida própria
a partir da sua importância histórica e, também, da importância histórica daqueles que os criaram.
Resposta da questão 10:

a) É todo e qualquer registro produzido pela humanidade ao longo do tempo, produzindo informações
acerca das diferentes épocas históricas.
b) A principal diferença é que as fontes involuntárias não foram produzidas propositalmente para servir de
informação presente ou futura. São vestígios humanos produzidos involuntariamente.

Resposta da questão 11:


[C]

No excerto, o pensador Durval Muniz alerta-nos para a questão ética e política como elementos
fundamentais do ofício do historiador no cenário contemporâneo. Segundo ele, "Fundamentalmente nós
fazemos um tipo de conhecimento que incide sobre a produção da maneira como as pessoas pensam,
sentem, agem, ou seja, incidimos diretamente sobre valores. Por isso, a história é um saber que tem a ver
com a dimensão ética e política, isto é, a história está sempre remetendo à ética, à discussão de valores e à
política, remetendo às nossas formas de perceber o mundo, de se comportar, de se colocar diante do outro,
de se colocar em relação à sociedade em que nós estamos vivendo". Isso aponta para a responsabilidade
ética e política do historiador ao fazer o seu trabalho que é interpretar as experiências humanas ao longo do
tempo. Assim, a leitura do passado ou a produção de uma interpretação específica dos acontecimentos é
construída com base em vestígios, fontes e documentos. Gabarito [C].

Resposta da questão 12:


[C]

A opinião do autor é muito clara no excerto: “(...) se texto é falso, ou se ele mente, tanto melhor, pois o historiador
poderá perguntar: “por que mentes?” Não são raras as vezes em que o analista irá encontrar o que procura
precisamente nas contradições de um texto (...)”.

Resposta da questão 13:


[E]

O historiador francês Marc Bloch (1886-1944), foi um dos fundadores da Escola dos Annales em 1929 na
França. A escola rompeu com a tradição Positivista, ampliou a noção de documentos históricos
questionando conceitos como Pré-História. Segundo o historiador francês, “é quase infinita a diversidade
das fontes. Tudo quanto os seres humanos dizem ou escrevem, tudo quanto fabricam, tudo em que tocam,
podem e devem informar a seu respeito”. Imagens e oralidade são importantes fontes históricas. As fontes
históricas não devem ser vistas como expressão de uma verdade objetiva. A História não é circunscrita
somente aos grandes homens, todos os homens fazem história, conscientes ou não. Os historiadores
utilizam as mais diversas fontes, concebidas como criações humanas que contêm indícios sobre seu tempo.
Gabarito [E].

Resposta da questão 14:


[D]

Mary Del Priore nos mostra que o estudo de atores históricos de maneira individualizada “como
testemunhas, como reflexos, como reveladores de uma época” ajuda a integrar o entendimento social e
cultural de um determinado período, abrindo acesso ao cotidiano de diferentes comunidades a partir dos
laços desenvolvidos por esses atores.

Resposta da questão 15:


[E]

O texto versa sobre os desafios do ofício do historiador nos tempos modernos, afirmando que as inovações
nas formas de se produzir conteúdo e na comunicação fazem parecer que o passado não tem importância.

Resposta da questão 16:


[E]

O uso da História Oral é imprescindível para o entendimento e o estudo de sociedades que não tem a
língua escrita desenvolvida, como é o caso das populações indígenas brasileiras. É através dos relatos
falados de integrantes dessas sociedades que os Historiadores podem ajudar a contar a História desses
povos.

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