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QUESTÕES DE REVISÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Tema: Intervenção Federal e Estadual

1. Na hipótese de o Município não cumprir uma ordem judicial transitada em julgado, a


Constituição Federal prevê, expressamente, como possível consequência,
A) a intervenção Federal, a ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal.
B) a suspensão dos direitos políticos do Prefeito Municipal.
C) a intervenção do Estado a ser determinada pelo Tribunal de Justiça por deferimento
de representação.
D) a suspensão de repasses de recursos federais ao Município até que seja cumprida a
ordem judicial.
E) a intervenção estadual, em decorrência de reclamação constitucional, a ser
determinada pelo Superior Tribunal de Justiça.

Comentário: A questão versa sobre a Intervenção Estadual, onde o Estado-membro


intervirá em Município localizado em seu espaço territorial.

A Intervenção Estadual apresenta as mesmas características principiológicas da


intervenção federal, sendo excepcional e com hipóteses taxativamente previstas na
Constituição Federal, não podendo ser ampliadas ou modificadas pelo legislador constituinte
estadual.

Assim, nos termos do artigo 35, CF/88, temos que o Estado não intervirá em seus
Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada; não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; não tiver sido aplicado o
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde; o Tribunal de Justiça der provimento a representação
para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover
a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Assim, realizada uma abordagem ampassã sobre o tema, passemos à análise das
assertivas, a qual aborda especificamente o artigo 35, IV, CF/88.

a) ERRADO – As hipóteses de intervenção federal encontram-se no artigo 34, CF/88 e não


aborda a situação descrita na questão, onde deve ocorrer intervenção estadual.

b) ERRADO – Os casos de suspensão de direitos políticos encontram-se no artigo 15, CF/88,


não abarcando a hipótese do enunciado, que deveria conter mais informações se fosse o
caso de condenação criminal ou improbidade administrativa que pudesse ensejar a
suspensão dos direitos políticos do prefeito.

c) CORRETA - Trata-se de hipótese de intervenção estadual, estipulada pelo artigo 35, IV,
CF/88.

d) ERRADO – Tal hipótese não encontra respaldo legal.


e) ERRADO – De fato, ocorrerá intervenção estadual. Todavia, não há que se falar em
reclamação constitucional, tampouco a ser determinada pelo STJ. Na hipótese do artigo 35,
IV, CF/88, ou seja, quando o Tribunal de Justiça der provimento à representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial, será dispensada a apreciação pela
Assembleia Legislativa e o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato a ser
impugnado, se essa medida bastar ao reestabelecimento da normalidade.

É interessante lembrar que, nos termos da Súmula 637 do STF que “não cabe recurso
extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município".

GABARITO: LETRA C

2. Considerando as disposições atinentes à intervenção dos Estados nos Municípios


previstas na Constituição Federal, analise as seguintes assertivas:
I. É cabível intervenção dos Estados nos Municípios quando não tiver sido aplicado o
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde.

II. A intervenção dos Estados nos Municípios para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual depende de provimento, pelo Supremo Tribunal
Federal, de representação do Procurador-Geral de Justiça.

III. O decreto de intervenção estadual será submetido à apreciação da Assembleia


Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas e, se esta não estiver
funcionando, far-se-á convocação extraordinária no mesmo prazo de vinte e quatro
horas.

Quais estão corretas?


A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.

Comentário: A questão demanda o conhecimento da literalidade das disposições


constitucionais sobre a intervenção dos Estados nos Municípios, demonstrando a
importância da leitura atenta do texto da Constituição Federal.

Questões de análise de itens e posterior assinalação da alternativa correta


permitem que se use a estratégia de, havendo certeza sobre o erro ou acerto de
uma assertiva, descartar as que contenham (ou não) menção a ela. Como exemplo,
supondo que o item I esteja correto, é possível eliminar as alternativas "B" e "D".

Sabe-se que os entes federativos são autônomos, isto é, não há uma subordinação
de um município em relação ao Estado e deste para com a União. Entende-se por
intervenção como sendo a supressão temporária da autonomia de um ente
federativo em função de uma anormalidade ou exceção, que deve ser interpretada
de maneira restritiva.

Acerca da intervenção dos Estados nos Municípios, o artigo 35 da Constituição


Federal elenca as possibilidades para que isso ocorra: (I) deixar de ser paga, sem
motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; (II) não forem
prestadas contas devidas, na forma da lei; (III) não tiver sido aplicado o mínimo
exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde; ou (IV) o Tribunal de Justiça der provimento a
representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Passemos a analisar os itens.

O item I está correto, pois se coaduna ao disposto no artigo 35, III, da Constituição
Federal, isto é, o Estado pode intervir no ente municipal se este deixar de aplicar o
mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
e nas ações e serviços públicos de saúde.

Assim, é possível descartar as alternativas "B" e "D".

O item II está incorreto, pois nos termos do artigo 35, IV, da Constituição Federal, o
Estado intervirá no município quando o Tribunal de Justiça der provimento a
representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Logo, o
equívoco está em falar que o STF daria provimento, quando, em realidade, é o
Tribunal de Justiça. Frise-se que a representação será do Procurador-Geral de
Justiça (chefe do Ministério Público Estadual), adotando-se a simetria da
possibilidade de representação a ser feita pelo Procurador-Geral da República no
plano federal.

Assim, é possível descartar a alternativa "E".

O item III está correto, pois se coaduna ao disposto no artigo 36, §1º, da
Constituição Federal, que dispõe justamente que o decreto de intervenção, que
especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. Somado a isso,
o §2º desse mesmo artigo aduz que se não estiver funcionando o Congresso
Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
mesmo prazo de vinte e quatro horas.

Portanto, os itens I e III estão corretos.

Gabarito: Letra "C".


3. A intervenção de um Estado em seus Municípios é prevista na Constituição Federal de
1988 para casos excepcionais previstos expressamente. Sobre a possibilidade de
intervenção do Estado em seus Municípios, analise as afirmativas abaixo:
I. Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada; II. Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III. Não tiver sido
aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV. O Tribunal de Justiça der
provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.
Estão corretas as afirmativas.
A) I e II, apenas
B) I, III e IV, apenas
C) I, II e III, apenas
D) I, II, III e IV, apenas

Comentário: A questão exige conhecimento acerca da organização político-administrativa


do Estado, nos termos da Constituição Federal. Vejamos as assertivas comentadas a seguir:

I- Verdadeira. A dívida não ter sido paga sem motivo de força maior por 02 anos
consecutivos enseja a intervenção estadual (art. 35, I, CF)

“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada; [...]”

II- Verdadeira. A ausência de prestação de contas devidas pode ensejar intervenção . (art.
35, II, CF)

“Art. 35. [...] II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;”

III- Verdadeira. A não aplicação do mínimo exigido da receita municipal nas ações e
serviços públicos de saúde pode ensejar intervenção (art. 35, III, CF).

“Art. 35. [...] III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; [...]”

IV- Verdadeira. É legítima a intervenção que ocorrer para efetivar execução de lei, ordem ou
decisão judicial, bem também é legítima quando existir representação no Tribunal de
Justiça para assegurar princípios indicados na Constituição Estadual. (art. 35, IV, CF)

“Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:

[...] IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância


de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
ordem ou de decisão judicial.”
Agora vejamos as alternativas comentadas, lembrando que a questão pede a
alternativa Correta:

a) Incorreta. III e IV também são verdadeiras.

b) Incorreta. II também é verdadeira.

c) Incorreta. IV também é verdadeira.

d) Correta.

4. O Governo Federal decretou uma intervenção na área da segurança pública no Estado do Rio
de Janeiro que deverá vigorar até 31 de dezembro deste ano. Sobre a Intervenção Federal,
analise as alternativas e marque a CORRETA.
A) A União intervirá em seus municípios, quando deixar de ser paga, sem motivo de força maior,
por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
B) A Intervenção Federal será espontânea, quando o Presidente decretar intervenção para
assegurar o cumprimento dos “princípios constitucionais sensíveis”.

C) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos seus cargos.

D) A invasão de um Estado-membro por outro não caracteriza hipótese de intervenção federal,


mas sim decretação de estado de sítio pelo Presidente da República.

E) A Intervenção Federal será espontânea, quando o presidente a decretar para manter a


integridade nacional.

Comentário: Inicialmente, é interessante que seja realizada uma abordagem geral sobre o
tema “Intervenção Federal".

No que concerne aos princípios que regem a Intervenção Federal, podemos citar:

1) Princípio da excepcionalidade: tal medida sempre será excepcional, já que a regra no


federalismo é a autonomia do ente;

2) Princípio da Taxatividade: as hipóteses de intervenção estão taxativamente previstas no


art.34, CF/88, constituindo numerus clausus;

3) Princípio da Temporalidade: a intervenção sempre terá prazo certo.

Quanto ao conceito, segundo Bernardo Gonçalves Fernandes, a intervenção federal é


um ato de natureza política excepcional, que consiste na supressão temporária da autonomia
de um ente, em virtude de hipóteses taxativamente previstas na Constituição visando à
preservação da soberania da RFB e da autonomia dos entes federativos. Acontece sempre
do ente mais amplo para o ente menos amplo.

Salienta-se que, segundo o art. 36, CF/88, os procedimentos para intervenção variam
de acordo com as hipóteses estabelecidas no art. 34, CF/88. Vejamos:
- Art. 34, I, II, III e V: será decretada ex officio pelo Presidente da República, dependendo
apenas da verificação de motivos pelo Presidente, que apenas consultará o Conselho da
República e o Conselho de Defesa, sendo consulta meramente opinativa.

- Art. 34, IV: dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
impedido ou de requisição do Poder Judiciário coacto ou impedido via STF para o Presidente.
Aqui é interessante mencionar que, para a doutrina majoritária, há discricionariedade para
decretar a intervenção na solicitação realizada pelo Executivo/Legislativo e vinculação à
requisição realizada pelo Poder Judiciário via STF.

- Art. 34, VI, 2ª Parte (descumprimento de ordem judicial): dependerá de requisição do


próprio STF, STJ ou do TSE para o Presidente da República.

- Art.34, VI, 1ª Parte (inexecução de lei federal): dependerá de provimento do STF em


representação do PGR.

- Art. 34, VII (descumprimento de princípios constitucionais sensíveis): dependerá de


provimento o STF em representação do PGR. Nesse caso, a representação do PGR dá ensejo
a uma ADI Interventiva, atualmente regulada pela Lei nº12.562/2011.

Assim, realizada uma abordagem sobre os pontos principais do tema, passemos à análise da
questão, que versa sobre a Intervenção Federal na área da segurança pública ocorrida no
Estado do Rio de Janeiro. Passemos à análise das assertivas.

a) ERRADO – Como já mencionado na introdução, a intervenção ocorrerá sempre do ente


mais amplo para o ente menos amplo, ou seja, a União intervirá nos Estados e DF. Assim, a
União não intervém em Município, a não ser que seja em Município de Território da
União.

b) ERRADO - A intervenção será sem provocação e de forma espontânea nas hipóteses


do art. 34, I, II, III e V, quando somente dependerá de verificação de motivos por parte do
PR, que apenas consultará o Conselho da República e o Conselho de Defesa, sendo consulta
meramente opinativa. No caso do descumprimento dos princípios constitucionais sensíveis,
presente no art. 34, VII, CF/88, a intervenção dependerá de provimento o STF em
representação do PGR. Nesse caso, a representação do PGR dá ensejo a uma ADI Interventiva,
atualmente regulada pela Lei nº12.562/2011.

c) ERRADO – Conforme estabelece o artigo 36, §4º, CF/88, cessados os motivos da


intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.

d) ERRADO – O artigo 34, II, CF/88, estabelece que a União não intervirá nos Estados nem no
Distrito Federal, exceto para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação
em outra. Tal hipótese de intervenção será espontânea, somente dependerá de verificação
de motivos por parte do PR, que apenas consultará o Conselho da República e o Conselho
de Defesa, sendo consulta meramente opinativa.

e) CORRETO – O artigo 34, I, CF/88 estabelece que a União não intervirá nos Estados nem no
Distrito Federal, exceto para manter a integridade nacional. Tal hipótese de intervenção será
espontânea, somente dependerá de verificação de motivos por parte do PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, que apenas consultará o Conselho da República e o Conselho de Defesa, sendo
consulta meramente opinativa.

GABARITO: LETRA E

5 Um Estado brasileiro suspende o pagamento de sua dívida fundada por um período superior a
dois anos, sem uma justificativa plausível. Em uma situação como essa, fica permitido à União

A) realizar uma intervenção federal para reorganizar as finanças do Estado.


B) iniciar o rito ordinário para o impeachment do governador do Estado.
C) instituir um plebiscito para a anexação do Estado devedor a um outro estado.
D) acionar o STF com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade para que tome as medidas
cabíveis.
E) levar, para ser votada na Comissão Mista de Orçamento, proposta de transferência de
recursos para o Estado.

Comentários: Uma questão bem tranquila que cobra um conhecimento das


possibilidades de intervenção federal em Estado.

O enunciado relata que o Estrado suspendeu o pagamento de sua dívida por um período
superior a dois anos e sem justificativa. Ora, vejamos o art. 34 da CF:

"Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior; "

Exatamente o que cobra a questão, então é possível sim realizar a intervenção federal a
fim de reorganizar as finanças do Estado, desde que tenha ocorrido a suspensão de
pagamento de dívida conforme trata o enunciado.

GABARITO LETRA A

6. Com base no Sistema Constitucional Brasileiro, analise as assertivas que se seguem e


assinale a opção correta.

A) Poderá o Governador do Estado do Amazonas, mediante Decreto, dispor sobre


aumento salarial concedido aos Técnicos Administrativos da Secretaria de Educação.

B) Sendo a União omissa sobre normas gerais, o Estado do Amazonas poderá exercer a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Caso sobrevenha lei
federal no tocante as gerais, revogará a lei estadual no que lhe for contrário.
C) O Governador não poderá intervir no Município de Alvarães para garantir observância
de princípios estabelecidos na Constituição do Estado.

D) Caso o Governador do Estado do Amazonas participe de certame de Professor Efetivo


de Universidade Federal e seja aprovado, perderá o mandato eletivo no momento da
posse no referido cargo.

E) Poderá a União intervir nos Estados para assegurar a observância dos princípios
constitucionais direitos da pessoa humana.

Comentários: A presente questão versa acerca da organização político administrativa


dos entes federativos.

a)Incorreta. O Governador poderá, mediante decreto, dispor sobre organização e


funcionamento da administração estadual, quando não dispor acerca de aumento
de despesas para o Estado. Aplica-se o art. 84, VI, “a", da CF/88 em âmbito estadual.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante


decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b)Incorreta. O erro da assertiva está no fato de que se sobrevier uma lei federal que
verse sobre normas gerais, a lei estadual não será revogada e sim SUSPENSA no
que lhe for contrária. Para compreender o item é necessário ter conhecimento do
art. 24, § 3º e § 4º da CF/88.

CF, art. 24, § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º A
superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.

c)Incorreta. A assertiva está incorreta, pois o Governador poderá intervir no


Município em casos de não prestação de contas devidas, não aplicação de receita
mínima predisposta, não pagamento de dívida, por 02 anos consecutivos, e
inobservância dos princípios constitucionais estaduais, conforme prevê o art.
35 da CF/88.

CF, art. 35, IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

d)Incorreta. Caso o Governador seja aprovado no certame de Professor Efetivo da


Universidade Federal, ele NÃO PERDERÁ O MANDATO, mas somente ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função. Portanto, enquanto perdurar o mandato
de Governador, este ficará afastado do cargo de professor efetivo da universidade
federal para não perder seu mandato eletivo.

CF, Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se
de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;

e)Correta. CF, Art. 34, VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais: b) direitos da pessoa humana;

Gabarito da professora: E

7. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é correto afirmar sobre a intervenção:

A) O Estado intervirá em seus Municípios para repelir invasão estrangeira.

B) O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados
em Território Federal, exceto para manter a integridade nacional.

C) A intervenção da União nos Estados, visando garantir o livre exercício de qualquer dos
Poderes nas unidades da Federação, independe de solicitação do Poder coacto ou
impedido.

D) A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para pôr termo
a grave comprometimento da ordem pública.

E) A decretação da intervenção, nos casos de desobediência a ordem ou decisão


judiciária, dependerá de requisição do Congresso Nacional.

Comentários: A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que a Constituição


da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe sobre intervenção.

A– Incorreta - Não há hipótese de intervenção dos Estados em seus Municípios para repelir
invasão estrangeira, mas sim da União nos Estados. Art. 34, CRFB/88: "A União não intervirá
nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) II - repelir invasão estrangeira ou de
uma unidade da Federação em outra; (...)".

B- Incorreta - Não há hipótese de intervenção dos Estados em seus Municípios para manter
integridade nacional, mas sim da União nos Estados. Art. 34, CRFB/88: "A União não
intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional;
(...)".

C- Incorreta - A intervenção que busca garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
depende da solicitação Poder coacto ou impedido. Art. 34, CRFB/88: "A União não intervirá
nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) IV - garantir o livre exercício de
qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (...)". Art. 36, CRFB/88: "A decretação da
intervenção dependerá: I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do
Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a
coação for exercida contra o Poder Judiciário; (...)".

D- Correta - É o que dispõe a Constituição em seu art. 34: "A União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) III - pôr termo a grave comprometimento
da ordem pública; (...)".

E- Incorreta - Nesse caso, a decretação da intervenção dependerá de requisição do STF, do


STJ ou do TSE. Art. 36, CRFB/88: " A decretação da intervenção dependerá: (...) II - no caso
de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; (...)".

O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D.

8. A intervenção, enquanto o afastamento da tríplice capacidade do ente federativo, é

A) uma medida excepcional de supressão temporária da autonomia, fundada em


hipóteses taxativas constantes do texto da Constituição Federal.

B) uma medida perene de supressão definitiva de autoadministração, em hipóteses taxativas


previstas em lei complementar

C) um ato político de afastamento temporário da autonomia, em casos taxativos previstos


em decreto presidencial.

D) um ato político de afastamento perene e total da autonomia, cuja hipótese de incidência


resulta de ato legislativo de qualquer natureza.

Comentários: O art. 18, caput, da CF/88 preceitua que a organização político-


administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição Federal.

No entanto, excepcionalmente, a CF prevê situações (de anormalidade) em que haverá


intervenção, suprimindo-se, temporariamente, a aludida autonomia. As hipóteses, por
trazerem regras de anormalidade e exceção, devem ser interpretadas restritivamente,
consubstanciando-se um rol taxativo, numerus clausus.

9. Certo Estado foi condenado por sentença judicial transitada em julgado, proferida por uma
das Varas da Justiça Estadual, a pagar diferenças salariais devidas aos servidores públicos
autores da demanda. Expedido o precatório contra o Estado, a dívida não foi paga no prazo
constitucional, injustificadamente. Essa situação enquadra-se, em tese, entre as hipóteses de
decretação de intervenção federal no Estado, uma vez que

A) houve descumprimento de ordem judicial, estando a medida condicionada a provimento,


pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do Procurador-Geral de Justiça, sendo
cabível a interposição de recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal.

B) houve descumprimento de ordem judicial, estando a medida condicionada à


requisição do Supremo Tribunal Federal, considerando que a ordem descumprida
funda-se em comando de hierarquia constitucional.
C) caracterizado o não pagamento de dívida fundada, estando a medida condicionada a
provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação proposta pelo Procurador-
Geral da República, sendo cabível a interposição de recurso extraordinário ao Supremo
Tribunal Federal.

D) caracterizada obstrução ao exercício das atribuições do Poder Judiciário, sendo


desnecessária, para a prática da medida excepcional, requisição do Poder Judiciário,
bastando que o descumprimento da Constituição Federal pelo Estado esteja comprovado.

E) caracterizado o comprometimento da ordem pública, estando a medida condicionada a


provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação proposta pelo Procurador-
Geral da República.

Comentários: A questão exige conhecimento acerca da temática relacionada à Intervenção,


assim como da organização constitucional da administração pública. Analisando o caso
concreto e considerando o que estabelece a CF/88, é correto afirmar que: houve
descumprimento de ordem judicial, estando a medida condicionada à requisição do
Supremo Tribunal Federal, considerando que a ordem descumprida funda-se em
comando de hierarquia constitucional. Vejamos:

1) Temos a hipótese configurada de intervenção para prover decisão judicial. Conforme art. 34.
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: [...] VI - prover a
execução de lei federal, ordem ou decisão judicial.

2) Por se tratar de descumprimento de ordem judicial, a intervenção dependerá de requisição


do Supremo Tribunal Federal. Conforme Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: [...]
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral.

O gabarito, portanto, é a letra “b". Análise das demais alternativas:


Alternativa “a": está incorreta. Depende de requisição ao STF.
Alternativa “c": está incorreta. Conforme Súmula 733/STF - Não cabe recurso extraordinário
contra decisão proferida no processamento de precatórios.
Alternativa “d": está incorreta. Depende de requisição ao STF.
Alternativa “e": está incorreta. Não se trata de comprometimento à ordem pública.

Gabarito do professor: letra b.

10. Em função do quanto disposto pela Constituição Federal, é correto afirmar sobre as
Intervenções Federal e Estadual que

A) os Estados poderão intervir nos Municípios quando o Superior Tribunal de Justiça der
provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
B) é admitida no Brasil a intervenção per saltum, tanto no âmbito federal como estadual,
quando se vislumbre manifesto interesse da segurança pública.

C) a União Federal poderá intervir nos Estados membros para assegurar, dentre outros,
o princípio constitucional da autonomia municipal.

D) a União poderá intervir nos Estados membros e no Distrito Federal para reorganizar as
finanças da Unidade da Federação que suspenda o pagamento da dívida fundada por mais
de 1 ano consecutivo, salvo motivo de força maior.

E) cessados os motivos da intervenção federal, em regra, as autoridades que foram afastadas


de seus cargos a estes não retornarão, sendo necessário, no caso de mandatos eletivos, a
realização de novas eleições.

Comentários: 1) Enunciado da questão

Exige-se conhecimento acerca das Intervenções Federais e Estaduais.

2) Base constitucional (Constituição Federal de 1988)

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida


a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde. (Redação dada pela EC. nº 29, de 2000)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados
em Território Federal, exceto quando:

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou
de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes


voltarão, salvo impedimento legal.

3) Exame das assertivas:

A) ERRADA. Os Estados poderão intervir nos Municípios quando o Tribunal de Justiça (e não
Superior Tribunal de Justiça), der provimento a representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial, nos termos do art. 35, IV, da CF/88.

B) ERRADA. Não é admitida no Brasil a intervenção per saltum, uma vez que a União só pode
intervir nos Estados, nos termos do art. 34, caput, da CF/88, ou em Municípios localizados em
Território Federal, conforme art. 35, caput, da CF/88. Por sua vez, os Estados só podem intervir
nos seus Municípios, à luz do art. 35, caput, da CF/88.

C) CERTA. A União Federal poderá intervir nos Estados membros para assegurar, dentre
outros, o princípio constitucional da autonomia municipal, nos termos do art. 34, VII, c, da
CF/88.

D) ERRADA. A União poderá intervir nos Estados membros e no Distrito Federal para
reorganizar as finanças da Unidade da Federação que suspenda o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos consecutivos (e não 1 ano consecutivo), salvo motivo de força
maior, conforme art. 34, V, a, da CF/88.

E) ERRADA. Cessados os motivos da intervenção federal, em regra, as autoridades que foram


afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal, conforme art. 36, §4º da
CF/88..

Resposta: C.

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