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SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO


Tipo: PROCEDIMENTO Data: 01/11/2019

Título: Soldagem Número/Revisão:


P-003/0

ÍNDICE DE REVISÕES

REV. DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

0 EMISSÃO INICIAL.

AS INFORMAÇÕES DESTE DOCUMENTO SÃO PROPRIEDADE DA ANP, SENDO PROIBIDA SUA UTILIZAÇÃO FORA DA SUA FINALIDADE.

ELABORAÇÃO: APROVAÇÃO: FISCALIZAÇÃO/CLIENTE:

1 OBJETIVO
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P-003/0

Este procedimento tem por finalidade definir os critérios e as condições de execução de solda em
serviços e obras de manutenção industrial.

2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Este documento aplica-se aos canteiros de obra da ANP Engenharia e subcontratadas envolvidos nas
atividades de montagem de Equipamentos Industriais, fabricação e montagem tubulação e fabricação e
montagem de estruturas.

3 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

ASME-B 31.3 - Power Piping


ASME-B 31.3 – Process Piping
ASME-IX - Qualification standard for welding, brazing, and fusing procedures;
Welders; brazers; and welding, brazing, and fusing operators
AWS D1.1 - Structural Welding Code - Steel
Norma do Cliente, quando aplicável

4 DEFINIÇÕES
4.1 Certificado de Qualidade de Material
É o registro dos resultados de ensaios, testes e exames exigidos pelas normas especificadas pelo
fabricante do material.
4.2 Dispositivos Auxiliares de Montagem
São peças soldadas ou não à tubulação, utilizados provisoriamente, para se conseguir a ajustagem
entre as diversas partes a serem montadas e ainda possibilitar a manutenção desta ajustagem
durante a montagem, que podem ser dos tipos: “batoque”, “cachorro”, etc.
4.3 Grauteamento
É o enchimento com uma mistura de cimento, areias e aditivos, no espaço entre a base dos suportes
metálicos e as bases de concreto, após o nivelamento da base dos suportes metálicos.
4.4 Spools (peças)
É o conjunto de uma linha, formados, pelo menos, por um acessório e um trecho de tubo, ou pelo
menos, dois acessórios, que e pré-montado na oficina de campo (pipe shop).
4.5 Pré-Montagem.
É a montagem de um sub-conjunto (spool) do sistema de tubulação na oficina (pipe shop)
4.6 Pipe Shop
É a oficina de campo para a pré-fabricação.
4.7 Sobre Comprimento
É o comprimento adicional deixado nas pecas (spool) pré-fabricados, visando permitir eventuais
ajustes no campo.
4.8 EPS – Especificação de Procedimento de Soldagem
Documento que define os parâmetros essenciais e as faixas de aplicabilidade de um determinado
processo de soldagem.
4.9 IEIS – Instrução de Execução de Inspeção de Soldagem
Documento que define os parâmetros técnicos e práticos de execução e inspeção de um tipo de
solda, cuja emissão é específica em função do equipamento ou serviço a ser executado.
4.10 RQPS – Registro de Qualificação de Procedimento de Solda
É obtido da soldagem da peça de teste observando todos os parâmetros e condições especificados
na EPS, seguido de ensaios e exames.
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4.11 P-number
Agrupamento de metais de base.

5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


Preparação
Toda soldagem deve ser executada conforme previsto na norma ASME IX e projeto fornecido
pelo Cliente.
As juntas a serem soldadas devem estar protegidas contra chuva e ventos.
Os chanfros das juntas a serem soldados devem ser preparados de acordo com as dimensões
previstas no projeto.
A junta a ser ponteada ou receber soldas provisórias deve ser pré-aquecida, quando aplicável,
conforme temperatura definida no projeto.
Todo ponteamento incorporado à solda deve ser submetido à inspeção por exame visual, a fim de
garantir um depósito isento da qualquer defeito.
O ponteamento não incorporado deve ser removido completamente da região do chanfro, de
forma que não exista irregularidade que torne a soldagem inadequada.
As juntas devem estar isentas de óleo, graxa, ferrugem, tinta, resíduos do Ensaio por Líquido
Penetrante, areia, irregularidade e escória de oxicorte, depósito de carbono, escória e cobre
resultante do corte com eletrodo de carbono, numa faixa mínima de 20mm de cada lado das bordas.
A soldagem não deve ser executada quando a superfície da peca, em uma faixa de 150mm
centrada na junta a ser soldada, estiver úmida ou a uma temperatura inferior a 15º C. Nestas
condições, a junta a ser soldada deve ser aquecida por meio de chama a temperatura mínima de
50ºC na região.
As extremidades dos pontos de solda devem ser rebaixadas (unhas) a fim de facilitar a fusão e a
integração com a solda definitiva.
O aterramento das peças deve ser feito por meio de abraçadeiras do mesmo material ou
qualquer outro método que vise evitar pontos de contato (centelhamento) na superfície das peças.
Para a soldagem com processo TIG, a limpeza do chanfro e bordas deve ser ao metal brilhante,
em uma faixa de, aproximadamente, 10mm nos lados internos e externos.
Exceto para aços Cr/Mo, inoxidáveis e ligas de Níquel, irregularidades de escórias do oxicorte,
bem como os depósitos de carbono e cobre do eletrodo de goivagem, devem ser removidos por
esmerilhamento para garantir a remoção total da zona afetada pelo calor, não podendo esta remoção
ser menor que 1mm.
Quando forem empregados metais base e/ou de adição ligados em Cr/Mo, Cr/Ni, ou ligas de
Níquel, não deve ser utilizada a goivagem com eletrodos de carvão, mas sim através de
esmerilhamento, onde os discos devem estar de acordo com o requerido na especificação técnica.
Caso os metais base e/ou de adição não se enquadram no item anterior, pode-se realizar a
goivagem com eletrodos de carvão, sem necessidade de pré-aquecimento.
A soldagem sem a remoção prévia do verniz protetor do chanfro pode ser executada desde que
contemplada na especificação técnica.
Temperatura/Pré-aquecimento/Pós-aquecimento
No pré-aquecimento de tubulações é permitido o uso do maçarico tipo chuveiro, desde que seja
garantida a uniformidade da temperatura em toda junta e a chama produzida seja neutra.
A umidade deve ser removida por pré-aquecimento devidamente controlada.
O pré-aquecimento deve ser feito uniformemente ao longo da junta a ser soldada, por
queimadores a gás (maçarico de aquecimento/tipo chuveiro e/ou resistência elétrica).
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No caso das soldas provisórias e de ponteamento, o pré-aquecimento deve ser feito com
maçarico portátil (tipo chuveiro).
As juntas cujos diâmetros sejam maiores ou iguais a 12” devem ser pré-aquecidas com
resistência elétrica.
A faixa a ser pré-aquecida ou pós-aquecida deve ter uma largura de, no mínimo, 5 vezes a
espessura para cada lado da solda, porém nunca inferior a 80mm para cada lado.
A temperatura de pré-aquecimento deve ser aplicada conforme requerido no procedimento de
soldagem e será verificada no metal base, em todos os membros da junta, do lado oposto a fonte de
aquecimento, a uma distância não menor que 80mm da região a ser soldada.
Em aquecimento com chama, onde a temperatura somente possa ser verificada pelo lado da
fonte, o aquecimento deve ser interrompido, pelo menos, por 1 minuto para cada 25mm de espessura
da peça, antes da sua verificação.
A temperatura de internasse deve ser medida no metal de solda, do lado em que for depositado o
passe seguinte.
A temperatura de pré-aquecimento deve ser verificada com lápis de fusão ou pirômetro de
contato.
Para aços carbono, soldagem com eletrodo de revestimento básico e processo TIG, as peças
devem ser pré-aquecidas levando-se em consideração o carbono equivalente (CE), calculando a
seguinte fórmula:

CE = % C + %Mn + %Cr + Mo + %V + %Cu + %Ni


6 5 15

A temperatura de pós-aquecimento deve ser aplicada conforme requerido no procedimento de


soldagem e deve ser aplicada imediatamente a cada interrupção e a cada conclusão de soldagem da
junta.
Dispositivos Auxiliares de Montagem
Devem ser utilizados dispositivos auxiliares de montagem para permitir a contração transversal
das soldas, principalmente nos aços liga, visando minimizar a possibilidade de aparecimento de
trincas no passe de raiz.
O dispositivo auxiliar de montagem tipo “Batoque” é permitido somente para aço carbono P.
Number 1 e de material similar ao metal base.
O dispositivo auxiliar de montagem tipo “Cachorro” deve ser de material similar ao do tubo
(mesmo P. Number), caso não seja possível, deve ser feito um revestimento na região de contato
com o tubo, com metal depositado de composição química compatível com o mesmo. A espessura do
revestimento deve ser igual ou maior que a altura do cordão usado no ponteamento.
Os “Cachorros” devem ser soldados por apenas um lado, de cada lado do chanfro,
alternadamente e efetuados por soldadores qualificados, obedecendo aos parâmetros do
procedimento de soldagem.
A espessura do “Cachorro” deve ser, no máximo, igual ao maior dos seguintes valores: a metade
da espessura do tubo ou 5mm.
Os dispositivos auxiliares de montagem não devem ser removidos por impacto, e a área de solda
provisória após remoção, deve ser examinada visualmente.
A solda dos dispositivos auxiliares de montagem deve ser depositada, no mínimo, distante 25mm
das margens do chanfro.
A quantidade de dispositivos auxiliares de montagem (“Cachorro” e “Batoque”) por junta deve ser
limitada em:

TAMANHO DA QUANTIDADE DE
TUBULAÇÃO DISPOSIVOS
  4” 3
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4”    14” 4
14”    24” 5
  24” 1 a cada 300mm

Execução da Solda
As soldas devem estar indicadas em um Mapeamento de Soldagem em especificação técnica
fornecida pelo Cliente.
O arco elétrico de soldagem deve ser aberto no chanfro ou em uma chapa apêndice utilizada
para este fim.
A progressão de soldagem deve ser ascendente.
Na soldagem de juntas de topo verticais com eletrodo revestido de baixo hidrogênio, deve ser
empregada apenas a progressão ascendente, exceto no passe de raiz, quando removido total na
goivagem.
Na soldagem TIG deve ser empregada a proteção com gás inerte, na soldagem de raiz, pelo lado
interno da peca.
Não é permitida a interrupção da soldagem antes que se tenha completado, pelo menos o
segundo passe de solda.
Durante a soldagem, irregularidade como poro, escória e defeitos visuais devem ser removidos.
Deve-se evitar passes com espessuras superiores a 6mm.
O enchimento do chanfro pode ser realizado por processos de eletrodo revestido (o primeiro e o
segundo passes devem ser feitos pelo processo TIG com proteção gasosa, inclusive no verso da raiz
utilizando Argônio, com exceção de tubos de aço carbono, onde a proteção no verso não é
obrigatória).
O martelamento da solda com picadeiras não deve ser feito para as primeira e última camadas, e,
em qualquer caso, para espessuras inferiores a 15mm.
O martelamento da solda com picadeiras não deve ser feito nas peças onde são requeridos
ensaios de impacto.
A limpeza de escórias deve ser feita com martelo picador e escovas apropriadas antes da
deposição do próximo passe.
Respingos devem ser removidos por esmerilhamento. Aços inoxidáveis e ligas de Níquel devem
ter as superfícies adjacentes aos chanfros protegidos contra respingos e projeções das operações de
solda.
Para aço carbono (P nº1), os pontos de solda podem ser incorporados à solda final ou removidos.
Neste caso, fazer inspeção visual para verificar a correta penetração e isenção de qualquer defeito.
Toda irregularidade constatada durante estas operações deve ser sanada antes do próximo
depósito.
Quando requerido teste de impacto, a oscilação do consumível não deve exceder a 3 vezes o
diâmetro da alma do eletrodo revestido ou da vareta.
Quando requerido na especificação técnica, deve-se realizar o controle de oscilação máxima do
eletrodo nas soldas.
Caso a soldagem seja interrompida bruscamente devido a corte de energia elétrica, chuva, etc.,
deve-se proteger a junta com manta de amianto, a fim de causar um resfriamento lento ao metal.
Antes do reinício da soldagem, deve-se fazer inspeção com líquido penetrante.
Quando realizado o ensaio com líquido penetrante ou partículas magnéticas, após a goivagem, a
preparação da superfície para o ensaio deve ser, no mínimo, esmerilhamento.
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Reparos em Soldas
A extensão dos defeitos na solda ou metal de base deve ser avaliada através de inspeção
executada pelo Inspetor de Solda.
A remoção do defeito e a execução do reparo devem ser aprovadas pelo Inspetor de Solda;
Os mesmos requisitos de inspeção requeridos para as juntas soldadas devem ser aplicados aos
reparos destas, devendo ser levado ao conhecimento do Cliente para análise e sobre a possibilidade
de execução de 3 ou mais reparos na mesma região da junta soldada.
A posição e o tamanho dos defeitos devem ser marcados na superfície da solda ou metal de
base, diretamente sobre o local do defeito e do lado em que for executado o reparo.
Os defeitos da solda devem ser removidos por esmerilhamento ou goivagem, não se permitindo o
uso de maçarico oxi-acetileno.
Na possibilidade de acesso pelo interior do tubo, os defeitos que se encontrarem nas
profundidades superiores a 2/3 da espessura deste tubo, devem ser removidos pelo lado oposto.
Caso contrário, os reparos devem ser feitos pelo lado externo do tubo.
Após a goivagem, deve-se limpar por esmerilhamento ao metal brilhante e executar inspeção por
líquido penetrante.
Os defeitos cujas remoções não ultrapassem a superfície do material de base não devem
necessitar de reparos com solda, desde que haja concordância entre as superfícies. Essas áreas
devem ser inspecionadas conforme ensaio não-destrutivo especificado originalmente.
A região reparada deve ser inspecionada com líquido penetrante ou partícula magnética para a
verificação da remoção total do defeito.
Após soldada, a região reparada deve ser radiografada ou ensaiada conforme previsto pelas
normas técnicas aplicáveis.
Reparos de Metal Base
Materiais de base podem ser reparados por remoção de imperfeições ou depressões na
superfície interna ou externa por esmerilhamento, fazendo-se com que a área trabalhada não tenha
alterações bruscas em seu contorno e desde que o esmerilhamento não reduza a espessura abaixo
da mínima estabelecida pela especificação do projeto do equipamento ou tubulação.
A abertura excessiva da raiz pode ser corrigida com aplicação de passes de solda, utilizando-se o
mesmo tipo de consumível.
Goivagem com eletrodos de grafite é permitida desde que seguida de esmerilhamento ao metal
brilhante para garantir a remoção total da zona afetada pelo calor, não podendo esta remoção ser
menor que 1mm.
Grandes Aberturas
Todas as juntas devem apresentar uma abertura não superior à especificada pelo procedimento
de montagem. Caso isto ocorra, deve-se proceder da seguinte forma:
Deve ser realizada deposição de metal de solda em filetes, onde o metal de adição e processo de
solda devem ser idênticos ao empregado para o passe de raiz, até que os cantos da chama tenham
sido restaurados, atingindo a abertura desejada para a solda de união.
A região restaurada deve ser controlada imediatamente por exame de líquido penetrante e
incluída no exame radiográfico da junta.
Tratamento Térmico de Alívio de Tensões
O tratamento térmico de alívio de tensões deve ser realizado quando exigido pelo projeto.
Marcação das Juntas
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A junta soldada deve ser marcada com o número de identificação do soldador, com uso de
marcador industrial, punciomanento.
A marcação das juntas soldadas por mais de um soldador ou operador de soldagem deve
distinguir quem executa o passe da raiz; caso não seja removido, aquele que executa os passes de
enchimento e acabamento.
A marcação por meio de puncionamento somente é permitida para aço carbono, aço carbono-
molibidênio e aço cromo-molibidênio, a uma distância de 25mm da margem da solda, desde que esta
marcação não esteja exposta às condições de operação do equipamento que possam provocar
corrosão sob tensão.

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