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14/04/2023, 16:36 ConJur - Credidio: Lei nº 11.

328 de Belo Horizonte: exemplo a ser replicado

OPINIÃO

Com a Lei nº 11.328/21, Belo Horizonte mostra


exemplo a ser replicado
24 de fevereiro de 2022, 18h07

Por Guilherme Simões Credidio

As iniciativas legislativas que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do


Brasil devem ser divulgadas, valorizadas e replicadas. É o caso da Lei nº 11.328, de 10 de
dezembro de 2021, de Belo Horizonte, a qual institui empreendedorismo e noções de
Direito e cidadania como temas a serem abordados no contraturno das escolas municipais
de educação integral.

Resultante do Projeto de Lei nº 157/21, de autoria


dos vereadores Ciro Pereira, Álvaro Damião,
Gabriel, Henrique Braga, Jorge Santos, Marcos
Crispim, Nikolas Ferreira, Reinaldo Gomes Preto
Sacolão e Wanderley Porto, a lei ordinária tem o
condão de promover uma transformação
qualitativa no ensino mineiro, uma vez que
possibilita que alunos a partir do sexto ano do
ensino fundamental sejam expostos a ferramentas
fundamentais para o desenvolvimento de negócios e para uma vida financeira sadia, para a
legalidade das condutas e para a vivência em comunidade.

O primeiro ponto da lei versa sobre o empreendedorismo. Segundo o Sebrae-SC,


empreendedorismo pode ser considerado "a capacidade que uma pessoa tem de identificar
problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo
positivo para a sociedade" [1]. Seu protagonista é o empreendedor, que é o sujeito que faz,
sai da zona de conforto e da área de sonhos e parte para a ação, sendo dotado de otimismo,
autoconfiança, coragem, persistência e resiliência [2]. A lei oportuniza o desenvolvimento
dessas competências aos estudantes de Belo Horizonte, permitindo que a capital mineira
lance as bases para a criação de novos negócios, com consequente futura geração de

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14/04/2023, 16:36 ConJur - Credidio: Lei nº 11.328 de Belo Horizonte: exemplo a ser replicado

empregos e arrecadação de tributos e, em última instância, desenvolvimento


socioeconômico.

O segundo ponto da lei trata das noções de Direito. É sabido que o Brasil é profícuo na
produção legislativa e que o empreendedor deve conhecer as bases legais do ambiente de
negócios em que atua para que conduza seus negócios dentro das balizas da legalidade e da
legitimidade. Os vereadores mineiros deram exatamente a oportunidade de que as escolas
municipais de educação integral forneçam os fundamentos para que os empreendedores
compreendam quaisquer normas com as quais venham a se deparar durante sua jornada
empreendedora. Não há dúvidas de que um contato prévio com a Constituição Federal, a
Constituição Estadual, a Lei Orgânica do Município, o Código Civil, o Código Penal e o
Código Tributário já tornaria a atividade empreendedora bem mais segura e eficaz.

O terceiro ponto da lei endereça as noções de cidadania. Ora, o empreendedor vive em


sociedade, devendo contribuir ativamente para que suas dores sejam aliviadas. Ter
consciência do seu papel como sujeito de direitos e deveres é essencial para que o estudante
empreenda com o objetivo de melhorar a sociedade em que vive. Ademais, o cidadão que
compreende como pode exercer de maneira ótima seus direitos civis e políticos certamente
contribuirá para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, ética, cooperativa e livre.

O quarto ponto da lei aborda a educação financeira. Os alunos poderão ter acesso a
conteúdos primordiais para uma vida financeira organizada, entre os quais matemática
financeira, noções de finanças e noções de investimentos. Somada ao conteúdo sobre
empreendedorismo, Direito e cidadania, a educação financeira conclui com chave de ouro
uma proposta para que o estudante de Belo Horizonte esteja bem equipado para navegar em
um mundo em constante transformação e que requer competências que o currículo
tradicional das escolas não oferece. Certamente, com essa lei, a Câmara Municipal de Belo
Horizonte lança a pedra angular para que seus estudantes sejam protagonistas nos próximos
anos.

A Lei nº 11.328/21 de Belo Horizonte é inovadora justamente por enxergar que existem
competências que seus estudantes devem dominar para que sejam promotores de
desenvolvimento socioeconômico. Não somente percebe a necessidade, mas oferta um
caminho seguro para que as escolas municipais de educação integral concedam
ensinamentos capazes de supri-la. Sem dúvidas, o Legislativo da capital mineira apresenta
aos brasileiros um exemplo a ser replicado, razão pela qual sugiro que outros vereadores
conheçam a Lei nº 11.328/21 e possam, inspirados pela sua atualidade, propor iniciativas
semelhantes em suas cidades. Eis uma proposta que pode contribuir para um Brasil que dá
mais certo a cada dia!
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14/04/2023, 16:36 ConJur - Credidio: Lei nº 11.328 de Belo Horizonte: exemplo a ser replicado

[1] Cf. https://www.sebrae-sc.com.br/blog/o-que-e-empreendedorismo.

[2] Cf. https://www.sebrae-sc.com.br/blog/o-que-e-empreendedorismo.

Guilherme Simões Credidio é professor de Direito Urbanístico e Ambiental no Centro


Universitário FAM, mestre em Administração pela Universidade de São Paulo (USP) e
especialista em Direito Administrativo pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Revista Consultor Jurídico, 24 de fevereiro de 2022, 18h07

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