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Comitê Científico
Organizadores
Marcio de Lima Pacheco
Ronaldo Candido dos Santos
Diagramação: Marcelo Alves
Capa: Gabrielle do Carmo
164p.
ISBN 978-65-85725-98-9
DOI 10.22350/9786585725989
CDU 141:2-1:32
1 21
INTRODUÇÃO
2 33
PANORAMA HISTÓRICO-FILOSÓFICO DA RELAÇÃO ENTRE ESTADO E RELIGIÃO –
BREVE NOTAS
2.1 UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO INGLÊS ............................................................................................ 33
2.2 A REFORMA PROTESTANTE E SEU IMPACTO POLÍTICO E RELIGIOSO PARA A MODERNIDADE ........... 40
2.3 THOMAS HOBBES: CONTRIBUIÇÕES PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO DE LOCKE ................ 45
2.4 HOBBES - ORIGEM E CONSTITUIÇÃO DO ESTADO................................................................................ 49
2.4.1 ESTADO DE NATUREZA – ESTADO SOCIAL ......................................................................................... 53
2.4.2 PACTO SOCIAL ............................................................................................................................................. 58
2.5 A ANÁLISE HOBBESIANA SOBRE A RELIGIÃO ......................................................................................... 63
2.5.1 RELIGIÃO: CONCEITO E PAPEL SOCIAL ................................................................................................. 63
2.6 ENCONTROS E DESENCONTROS TEÓRICOS ENTRE THOMAS HOBBES E JOHN LOCKE .............. 73
3 79
LOCKE: POLÍTICA E RELIGIÃO – TOLERÂNCIA COMO FATOR DE EQUILÍBRIO
3.1 JOHN LOCKE – VIDA E OBRAS .................................................................................................................... 79
3.2 INFLUÊNCIAS AO PENSAMENTO DE LOCKE ............................................................................................ 82
3.3 LOCKE - ORIGEM E CONSTITUIÇÃO DO ESTADO .................................................................................. 86
3.3.1 ESTADO DE NATUREZA – ESTADO SOCIAL ......................................................................................... 89
3.3.2 CONVERSÃO DA SOCIEDADE EM SOCIEDADE POLÍTICA ................................................................. 92
3.4 LOCKE E SUA PERCEPÇÃO SOBRE A RELIGIÃO ...................................................................................... 94
3.4.1 A RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E A IGREJA ........................................................................................... 99
3.4.2 AMPLITUDE DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA .................................................................................... 104
3.4.3 OS DEVERES DA TOLERÂNCIA ............................................................................................................... 107
3.4.4 LIMITES DA TOLERÂNCIA ........................................................................................................................ 110
3.4.5 TOLERÂNCIA COMO FATOR DE EQUILÍBRIO ..................................................................................... 114
4 121
REFLEXO DO PENSAMENTO DE LOCKE NA ATUALIDADE
4.1 LIBERDADE RELIGIOSA ................................................................................................................................ 128
4.3 LIBERDADE DE EXPRESSÃO ....................................................................................................................... 135
4.3 DIREITO DE RESISTÊNCIA ........................................................................................................................... 140
4.4 A TOLERÂNCIA E SUA ATEMPORALIDADE COMO AGIR POLÍTICO E FATOR DE EQUILÍBRIO.. 146
CONCLUSÃO 151
REFERÊNCIAS 159
PREFACIO DEL LIBRO LA TOLERANCIA
LOCKE CÓMO EL FACTOR DE EQUILIBRIO
ENTRE POLÍTICA Y RELIGIÓN
Lourdes Ortiz Sánchez
1
Postdoctorado en Literatura, Lingüística y Discurso (UERN)/ Doctor en Filosofía/Metafísica (PUCSP)/
Magíster en Filosofía/Metafísica (UFRN)/ INEP/MEC Evaluador de Cursos de Ciencias Naturales, Biología,
Filosofía y Teología/ Especialista en Educación Superior Metodología por (FASA)/ Licenciatura en
Filosofía (UERN)/ Licenciatura en Teología Facultad Católica Dehoniana/; Licenciada en Portugués y
Español (UNICV), Licenciada en Biología por el Centro Universitário FAVENI; Licenciatura en Ingeniería
Civil de la UNP. Profesor y traductor de: latín, griego y hebreo/ Profesor de la Maestría en Filosofía de la
Universidad Federal de Rondônia. Cuenta con proyectos de investigación que se enfocan en: Análisis
del Discurso en Apps. Relaciones basadas en Dominique Maigueneau desde 2017, en el discurso
filoteológico de Feliciano de Narni, El discurso religioso en Aristide Serra; La cuestión litúrgica en la
Iglesia católica: entre Trento y el Concilio Vaticano II; La cuestión de las traducciones litúrgicas en la
iglesia occidental, Pedro Damião y la cuestión del silencio; Pablo Ricoeur; La cuestión de las ideologías
totalitarias en Eric Voegelin; Peter cantante; Antonio de Mello; Voltaire; John Locke y la tolerancia;
Intolerancia religiosa; Any Rand; Adela Cortina y el tema de la aporofobia; Dominique Maingueneau y la
cuestión del discurso; El discurso médico en la época contemporánea; La cuestión de Szomóru Vasárnap
de Rezsõ Seress; La concepción Artístico-Simbólico dentro de la Ontología contemporánea;
Existencialismo religioso en Gabriel Marcel; ¿A quién le interesa el MST y las Comunidades Eclesiásticas
de Base? Un bastión político dentro del ámbito eclesiástico; La educación y su gestión contemporánea
en Brasil; Metafísica en Edithit Stein; Educación de Refugiados y Emigrantes; La cuestión de la exclusión
del estudio de los filósofos de la Filosofía Moderna. La cuestión del discurso de (in)tolerancia feminista
en: Rawls, Virginia Woolf, Angela Davis, Sally Haslarger; Tomás de Aquino; Traducción de los textos de
Agustín de Hipona; Fenomenología de la Religión, Moral Sacramental, Doctrina Social; Historia de la
Iglesia Medieval, Liturgia cristiana, Ética social y ética cristiana, Miembro del Grupo de Teoría Política.
Contemporáneo vinculado al Departamento de Filosofía de la UNIR
2
Maestría en Filosofía Universidad Federal de Rondônia - 2021; ) Licenciatura en Derecho (Faculdade
Católica do Tocantins (2013); Licenciatura en Filosofía (Universidad Estadual de Goiás - 2009);
Licenciatura en Teología (convalidación - Pontificia Universidad Católica de Goiás (2008)
10 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
capaz de imponer la paz entre los ciudadanos, los cuales siempre están
en lucha unos contra otros. Y en cuanto a la Iglesia y el Estado no hay
ninguna posibilidad de cooperación, pues están siempre en pugna y eso
no se puede evitar. En cuanto a Locke, él enfatiza la racionalidad y la
igualdad de los seres humanos, su capacidad de ser libres, de tener por
naturaleza derechos y obligaciones; no desprecia la religión, sino que la
supone. Por lo tanto, lo mejor es la posibilidad del consenso al que se
puede llegar; en cambio, Hobbes busca la forma en que se pueda
coexistir, ya que el hombre es lobo para el hombre, no aprecia la religión
y, en cuanto a la pugna entre católicos y protestantes, él no acepta la
mediación de la Iglesia en la interpretación de la Biblia. Por lo tanto, su
concepto de tolerancia es muy limitado, cerrado y de poca extensión.
De Lima y Dos Santos conducen a sus potenciales lectores hacia la
tolerancia en cuanto virtud cívica, porque como lo enseñó Locke: los
seres humanos somos iguales, racionales, diferentes unos a otros; pero
se hace difícil la convivencia porque las condiciones de vida son muy
cambiantes. Por ejemplo, al pasar del mundo moderno al posmoderno
se hace necesario volver a definir términos de uso, y definirnos a
nosotros mismos, es como un volver a empezar, es la alborada de una
nueva época histórica. La pregunta obligada es sobre la pertinencia de
lo humano, de los valores humanos y, por lo tanto, de las virtudes
humanas. Sí, los seres humanos somos racionales, pero también
históricos y nos extraviamos a menudo para volver a encontrarnos a
nosotros mismos.
Después de la introducción se ofrece un capítulo sobre el panorama
histórico-filosófico de la relación entre Estado y religión. Es de notar
que los autores no se ciñen a la relación entre Iglesia Católica y Estado,
Lourdes Ortiz Sánchez • 13
09 de diciembre 2023
Universidad Autónoma de Zacatecas, México
ALGUMAS PALAVRAS SOBRE OS AUTORES
Francisco de Assis Costa da Silva
Agripino Dantas, de quem era muito amigo, e pelos meus, foi aprovado
no mestrado na UFRN. Consequentemente, fez o doutorado na PUCSP e
o Estágio Pós-Doutoral. Lembro, que na pandemia escrevemos um texto
intitulado Dépression et suicide: le silence de l’Église face aux souffrances
psychologiques du prêtre (2021) no qual chamávamos a atenção para os
cuidados psicológicos que deveriam ter os sacerdotes católicos durante
a pandemia. Ele, a cada momento, falava: “Existe uma falibilidade na
humanidade desses que pesquisamos, que não é notada por muitos, pois
eles (os sacerdotes) muitas vezes são vistos e fazem-se super homens.
Quando enveredamos sobre o assunto, notamos que a angústia revela a
verdade do humano e essa vem com o triste dado que 60 porcento dos
sacerdotes no mundo, já tiveram depressão”.
O Ronaldo destacou-se por sua inteligência, ainda no CDS, foi
encaminhado a realizar os estudos filosóficos na cidade de Cajazeira-PB
e teológicos no Rio de Janeiro. Mudou-se para Palmas no Tocantins,
onde Cursou direito, foi professor de diversas instituições de ensino
superiores e trabalha na Procuradoria do Estado de Tocantins.
Desejo a todos uma profícua leitura do texto adiante.
08 de dezembro de 2023.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1
INTRODUÇÃO
Civil, o filósofo afirma que os homens são por natureza, livres e iguais.
Inclusive, Locke, vai apresentar o estado de natureza como “um estado
de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as
posses e as pessoas conforme acharem conveniente dentro dos limites
da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de
qualquer outro homem”. (Locke, 1998, p. 377).
Locke também afirma que no estado de natureza o homem é
governado por uma lei de natureza que obriga a todos e consiste na
razão, por ser a razão que ensina aos homens que a consultam que,
sendo todos iguais e independentes, ninguém deveria prejudicar a vida,
saúde, liberdade, ou as posses dos outros.
Deste modo, tendo o homem, no estado de natureza, o exercício da
liberdade e o gozo pleno de todos os privilégios da lei da natureza, uma
vez que essa concedeu-lhe os poderes de preservação da propriedade,
incluindo vida, liberdade e bens, concedeu-lhe também o direito de
defesa contra as injúrias de outros homens e ainda o de punição, até
mesmo com a morte ou conforme se convença merecer o delito aos que
violarem esta lei de preservação da propriedade.
Portanto, a sociedade política se estabelece apenas quando os seus
membros renunciam ao direito de preservar a propriedade e punir os
que a ameaçam, colocando esse poder nas mãos de um corpo político
que não impeça aos homens de apelar à proteção da lei estabelecida.
Ainda segundo Locke, a finalidade da sociedade civil é evitar e
remediar as inconveniências do estado de natureza que são decorrentes
do fato de ser cada homem um juiz em causa própria.
Com uma sociedade em transformação, Locke (1973, p. 24) entendia
que “não é a diversidade de opiniões (o que deve ser evitado), mas, a
28 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
Mas, para que ninguém refira como pretexto para uma perseguição e uma
crueldade pouco cristãs a preocupação do Estado e o respectivo pelas leis:
para que, em contrapartida, outros, em nome da religião, não busquem a
licença dos costumes e a impunidade dos seus crimes; para que, digo eu,
ninguém, quer como súdito fiel do príncipe, quer como crente sincero, a
imponha a si ou aos outros, julgo que é preciso, antes de mais nada,
distinguir entre os assuntos da cidade e os da religião e definir os limites
exatos entre Igreja e o Estado (Locke, 1973, p. 2).
Além das cruzadas, outro grande evento que marcou a Idade Média
foi a Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Esse conflito foi um importante
marco do desenvolvimento europeu, ao preconizar a unificação de
territórios comandados, anteriormente, por nobres em duas nações: a
França e a Inglaterra. Os seus motivos foram pautados em disputas
territoriais e comerciais e acabaram promovendo a formação de um
exército nacional. É possível observar as alianças que possibilitaram a
unificação territorial na fala de Anderson:
A Guerra dos Cem Anos, ao longo da qual sucessivos reis ingleses, ao lado
de sua aristocracia, tentaram conquistar e subjugar vastas áreas da França
[...] foi travada essencialmente por companhias contratadas, alistadas com
base em pagamento em dinheiro, por iniciativa dos grandes senhores, para
servir à monarquia. Deviam obediência aos seus capitães; recrutamento nos
condados e mercenários estrangeiros forneceram as forças suplementares
(Anderson, 2004, p. 112-115).
Uma vez que não mais existia uma autoridade real vitoriosa para manter
unida a alta nobreza, a arcaica máquina de guerra medieval volta-se sobre
si própria, enquanto as rivalidades entre os grandes senhores feudais
36 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
em 1509, com quem teve uma filha, Maria Tudor. Todavia, o rei
apaixonou-se por Ana Bolena e para dissolver seu matrimônio recorreu
ao Papa Clemente VII, que foi contra a dissolução matrimonial. O rei
ignorou a lei canônica e concebeu matrimônio com Ana Bolena e,
consequentemente, o papa declarou a sua excomunhão. Diante da
atitude do Papa, Henrique VIII rompe com a Igreja Católica Romana e
funda a Igreja Nacional da Inglaterra, também denominada Igreja
Anglicana (Zierer, 1985, p. 78).
Mas, voltando para a realidade do contexto inglês, após
rompimento com o Vaticano, Henrique VIII, em 1534, por meio do Ato
de Supremacia aprovado pelo parlamento, estabeleceu que a partir de
então os monarcas ingleses seriam os chefes supremos do Estado e
também da Igreja Nacional Anglicana (Zierer, 1985, p. 79). O Ato de
Supremacia separou oficialmente os católicos ingleses da comunhão
com a Igreja Católica Apostólica Romana. Mas, a Igreja Anglicana
dividiu os católicos ingleses entre os que se tornaram católicos
anglicanos e os que permaneceram papistas e, esses últimos, a partir de
então, foram em diferentes situações, sujeitos às medidas persecutórias
a fim de que aderissem à religião do rei (Villey, 2005, p.384).
Após a morte de Henrique VIII, o trono passou para o seu filho
Eduardo Tudor, nomeado Eduardo VI, seu único descendente do sexo
masculino. Ocorre que, no momento de assumir o trono, o garoto tinha
somente 10 anos e, por isso, foi assessorado por Eduardo Seymour na
qualidade de Lorde Protetor do Rei. De fato, Seymour era o real
governante inglês. Como soberano, desenvolveu a Igreja Anglicana,
substituiu os ritos católicos por novos ritos, os cultos antes ministrados
em latim passaram a ser ministrado na língua inglesa e, em 1549,
38 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
1
Thomas Cranmer foi o Arcebispo de Cantuária (Canterbury), Sé Principal da Igreja da Inglaterra, durante
os reinados de Henrique VIII de Inglaterra e Eduardo VII de Inglaterra. A ele é creditada a autoria dos dois
primeiros volumes do Livro de Oração Comum (1549 e 1552), o qual estabeleceu a estrutura básica da
liturgia Anglicana por séculos e influenciou a língua inglesa. Foi uma importante figura da Reforma
Protestante na Inglaterra. https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/thomas-cranmer-biografia-
e-enfases-teologicas-reforma-500/ Acesso em: 12 dez. 2022.
Marcio de Lima Pacheco; Ronaldo Candido dos Santos • 39
Suponha-se que toda criança seria trazida até ela (a Igreja Anglicana) ao
nascer. Esperava-se que fosse batizada pelo clérigo local e enviada pelos
pais ou pelo patrão para ser catequizada nos rudimentos da fé. Se a pessoa
não fosse a igreja aos domingos, isso constituía um delito criminoso.
(Thomas, 1991, p. 135).
na Europa no século XVI, que teve como seu principal expoente o monge
alemão Martinho Lutero , que influenciado pelo movimento humanista
2
2
Martinho Lutero (1483-1546) nasceu no dia 10 novembro, na cidade de Eisleben, na região da Saxônia
(Alemanha) foi um sacerdote católico alemão, o principal personagem da Reforma Protestante realizada
na Europa no século XVI, que contestava o poderio da Igreja Católica, o comércio de cargos eclesiásticos,
a venda de dispensas, de indulgências e de relíquias sagradas Em 1505 Lutero ingressa no mosteiro
agostiniano em Erfurt, sendo ordenado sacerdote/padre da Igreja Católica dois anos depois, em 1509,
ano inclusive do nascimento de João Calvino (Jean Cauvin - Noyon Picardia, 10 de julho) uma região ao
norte da França e 95 km de Paris. Calvino era 26 anos mais jovem que o reformador alemão, o que fazia
dele parte da chamada segunda geração da Reforma Protestante. Em 31 de Outubro de 1517 Lutero
afixa na porta da igreja do castelo de Wittenberg as 95 Teses contra o abuso da absolvição ou
indulgências, sobretudo pelo monge dominicano Johann Tetzel. Dilva Frazão:
https://www.ebiografia.com/martinho_lutero/ Acesso em 19 de janeiro de 2023. O pensamento de
Lutero teve repercussão imediata na Alemanha (nos principados que compunham o que hoje
chamamos de Alemanha) e não demorou muito para que se alastrasse para outras regiões da Europa.
Muitos desses principados, antes integrados com o Sacro Império Romano-Germânico, aproveitaram-se
para adotar o luteranismo e assim se dissociar da Igreja e o Sacro Império. FERNANDES, Cláudio. "O que
é Reforma Protestante?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-
que-e-reforma-protestante.htm. Acesso em 19 de janeiro de 2023.
42 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
a reforma, a minimização do seu poder político. Esse fato fez com que o
cenário de estabelecimento do absolutismo se amplificasse e o
surgimento de monarquias absolutistas ao redor da Europa as
tornassem característica central da Idade Moderna (Skinner, 1996, p.
136). Um dos fatores de grande relevância na dissolução da influência da
Igreja na vida social era a aceitação da fé cristã pela prática do medo.
Na Idade Média, a visão estabelecida entre o inferno e o juízo final,
caracterizado por um ambiente de dor e sofrimento, de punições e
tristeza eterna, preconizava no imaginário social o medo de se ter esse
fim. Sendo assim, os fiéis, ao acreditarem nessas crenças e nos dogmas
impostos, obedeciam às cegas as determinações da Igreja. Os
praticantes da fé cristã, com o intuito de alcançarem o perdão e
evitarem a ida ao inferno, compravam essa absolvição do Apostolado,
que acabou acumulando grande quantidade de riqueza, de bens e de
terras.
Com a apresentação dos abusos realizados pelos membros do clero,
o controle absoluto que era pertencente à Igreja foi diluído; o poder
econômico passou a se relacionar com a figura do Estado Absolutista e
o poder espiritual foi dividido com as novas vertentes religiosas que
passaram a existir. Esse fato se torna evidente por conta da perda de
parte do terreno da Igreja para os símbolos monárquicos, que
preconizou intensas mortes resultantes dos conflitos religiosos
disputados com perseguições e atrozes execuções instigadas pela
intolerância religiosa.
Vale salientar que Lutero, precursor da reforma, enfrenta de forma
peremptória às pretensões de interferência da Cúria Romana, não
somente na vida interna da Igreja da Alemanha, mas na vida religiosa
Marcio de Lima Pacheco; Ronaldo Candido dos Santos • 43
3
João Calvino (1509-1564) foi um teólogo, líder religioso e escritor francês. Foi o pai do Calvinismo -
reforma protestante que impôs hábitos austeros e puritanos aos seus seguidores e que se espalhou por
vários países da Europa Ocidental. João Calvino (Jean Calvin) nasceu em Noyon, na região da Picardia,
no Norte da França, no dia 10 de julho de 1509. Filho do secretário episcopal da cidade ficou órfão de
mãe aos seis anos de idade, sendo confiado aos cuidados de um aristocrata amigo da família. Ainda
adolescente foi enviado para a Universidade de Paris para estudar Teologia. Em Paris, tomou contato
com as ideias de Martinho Lutero. Dilva Frazão: https://www.ebiografia.com/joao_calvino/ Acesso em
19 de janeiro de 2023
44 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
Com isto se torna manifesto que durante o tempo em que os homens vivem
sem um poder capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram
naquela condição que se chama de guerra; uma guerra que é de todos os
homens contra todos os homens - Capítulo XIII (Hobbes, 2003, p. 106).
54 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
fazer escolhas inclusive sobre o seu próprio governo. Dentro dessa nova
concepção, foi possível a instituição de um Estado Moderno e,
posteriormente, dito laico que não mais poderia reivindicar-se da
vontade divina para legitimar seu governo (Castelo-Branco, 2004, p. 3).
[...] homens dêem nomes diferentes a uma única e mesma coisa, em função
das diferenças entre suas próprias paixões. Quando aprovam uma
determinada opinião, chamam-lhe opinião, e quando não gostam dela
chamam-lhe heresia; contudo, heresia significa simplesmente uma opinião
determinada, apenas com mais algumas tintas de cólera (Hobbes, 2003, p. 93).
Em meio a tais riscos estaria então o Estado com seu poder e função
de promover a paz e os discursos religiosos, podendo levar os homens à
condição de guerra, de todos contra todos em decorrência das
diversidades doutrinárias contrapostas à obediência ao soberano
(Laskar, 2013). Em meio aos discursos religiosos, instrumentos
poderosos ligados ao imaginário social se traduziriam em forte arma de
controle e domínio. E a religião era um meio de atrelar os pensamentos
dos indivíduos em algo além do mundo material, ou seja, tentando
explicar a extensão para além do mundo terreno, assim interligando a
esfera espiritual com o plano frágil.
O Leviatã representava o poder soberano do Estado classificado por
Hobbes, mas com a confirmação da cultura e dos deuses esse caráter
Marcio de Lima Pacheco; Ronaldo Candido dos Santos • 67
A confissão com a boca é apenas uma coisa externa, não mais do que
qualquer outro gesto mediante o qual manifestamos nossa obediência; o
que qualquer cristão, mantendo-se em seu coração firmemente fiel à fé de
Cristo, tem a mesma liberdade de fazer que o profeta Eliseu concedeu a
Naaman, o sírio [...] Em seu coração, Naaman era crente; mas ao inclinar-se
perante o ídolo Rimmon negava efetivamente o verdadeiro Deus tanto como
se o houvesse feito com seus lábios [...] Podemos dizer que tudo aquilo que
um súdito, como era o caso de Naaman, é obrigado a fazer em obediência a
seu soberano, desde que o não faça segundo seu próprio espírito, mas
segundo as leis de seu país, não é uma ação propriamente sua, e sim de seu
soberano; e neste caso não é ele quem nega Cristo perante os homens, mas
seu governante e as leis de seu país (Hobbes, 2003, p. 265).
A lei civil é, para todo súdito, constituída por aquelas regras que o Estado
lhe impõe, oralmente ou por escrito, ou por outro sinal suficiente de sua
vontade, para usar como critério de distinção entre o bem e o mal; isto é, do
que é contrário ou não é contrário à regra (Hobbes, 2003, p. 225).
[...] estado de perfeita liberdade para regular suas ações e dispor de suas
posses e pessoas do modo como julgarem acertados dentro dos limites da
lei da natureza, sem pedir licença ou depender da vontade de qualquer outro
homem.
pelo qual seria melhor esquecer, já que foi muito debatido de forma
demasiadamente ruidosa (Locke, 1998, p. 197).
Com o advento da ruptura entre a Igreja de Roma e a Inglaterra
eram demandados novos ritos e parâmetros de culto. E dentro desse
contexto, discutia-se a respeito do que foi denominado por “coisas
necessárias” e “coisas indiferentes”. Em matéria religiosa, “coisas
necessárias” dizem respeito a todos os mandamentos divinos e
requisitos necessários para a salvação e para o viver santificado
(Marshall, 1994, 159).
Já as “coisas indiferentes” referem-se aos aspectos religiosos
relacionados aos cultos e/ou aos artigos da fé, que apesar de necessários
ao funcionamento da liturgia religiosa são prescindíveis para se
alcançar a salvação. Essas coisas, apesar de não serem prescritas por
Deus, eram necessárias para o funcionamento religioso. Para
exemplificar menciona-se elementos como o horário para início dos
cultos, a duração dos cultos religiosos, os dias que serão realizados e os
trajes religiosos utilizados para conduzir a liturgia. E tudo isso, apesar
de traçar parâmetros para dar funcionalidade e organização os cultos,
não são considerados algo proveniente de critérios para se determinar
a salvação (Locke, 1973, p. 13).
Um questionamento que se faz presente nesse momento é a
definição de quem seria o responsável para determinar o que estaria
abarcado no âmbito das “coisas indiferentes” e o que estaria no âmbito
das “coisas necessárias”? Locke parte de dois princípios para responder
esses questionamentos, liberdade e autoridade sob o enfoque da
legitimidade. Segundo o autor, os dois piores flagelos que podem incidir
sobre a humanidade são a tirania e a anarquia. Aduz que, geralmente, a
96 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
aquelas coisas que são necessárias, mas não são fundamentais para a
salvação. Locke argumenta que Deus, criador da humanidade e
profundo conhecedor de sua natureza, permitiu que uma parte do culto
ficasse indeterminada para ser complementada segundo o julgamento
humano e à luz de seus costumes e hábitos que apresentam variações a
depender dos diferentes povos e seus costumes (Locke, 2019).
Considerando os argumentos apresentados nesse tópico é possível
concluir que o magistrado tem poder e legitimidade para legislar sobre
as coisas indiferentes em âmbito religioso, visto que sobre estas não há
pronunciamento divino. Por este motivo os súditos se sujeitam às leis
criadas pelos magistrados no que se refere às “coisas indiferentes”.
De modo que uma igreja deve também ter suas leis, para estabelecer o
número e lugar das reuniões, para prescrever condições com o fim de
admitir ou excluir membros, para regulamentar a diversidade de funções,
a conduta ordenada de seus negócios, e assim por diante (Locke, 1973, p. 5).
em tal sociedade não se deve nem se pode fazer algo para obter bens civis
ou terrenos; e, não importa por que motivo, não se deve nela recorrer à
força, [pois] a força cabe unicamente ao magistrado civil, sendo à posse e o
uso de bens exteriores funções de sua jurisdição (Locke, 1998, p. 249).
104 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
[...] não importa a fonte da qual brota sua autoridade, sendo, porém
eclesiástica, deve confinar-se aos limites da Igreja, não podendo de modo
algum abarcar assuntos civis, porque a própria Igreja está totalmente
apartada e diversificada da comunidade e dos negócios civis. Os limites de
parte a parte são fixos e imutáveis (Locke, 1998, p. 253).
[...] seja qual for a dúvida em religião, o certo é que nenhuma religião em
que eu não acredite pode me ser útil ou verdadeira. Por isso, é inútil os
príncipes ordenarem seus súditos a pertencerem a sua própria igreja, sob o
pretexto de salvarem suas almas. Se eles acreditarem, irão por espontânea
vontade; se não, de nada valerá seu comparecimento. Portanto, por maior
que possa ser o pretexto de boa vontade e caridade, e a preocupação com a
salvação das almas humanas, os homens não podem ser forçados a ser
salvos, quer queiram quer não (Locke, 1998, p. 261).
110 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[…]
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias (Brasil, 1988).
1
Os evangélicos começaram a se envolver na política brasileira na década de 1960, por meio da
denominação O Brasil para Cristo, que à época, elegeu um deputado federal em 1961 e um estadual em
1966 em um estadual em 1966. Entretanto, as igrejas evangélicas só passaram a ter presença efetiva em
Marcio de Lima Pacheco; Ronaldo Candido dos Santos • 125
nosso sistema político na década de 1980, com uma maior inclusão de parlamentares cristãos em 1986,
com o fim do Regime Militar e início da Constituinte. https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-
cidadania/bancada-evangelica-congresso-tera-recorde-membros-proxima-legislatura/Acesso em
12/01/2023. A partir de 2003, esse processo se intensificou com a fundação da Frente Parlamentar
Evangélica do Congresso Nacional – FPE (popularmente conhecida como Bancada Evangélica), que
segundo levantamentos da presidência da bancada, até agora foram contabilizados 132 deputados e
14 senadores que deverão fazer parte da FPE na próxima legislatura, de 2023 a 2026. Os números
representam um recorde histórico em relação ao número de parlamentares integrantes da bancada, os
quais devem manter as pautas conservadores que orientam a atuação do grupo.
https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/a-bancada-evangelica-e-seu-projeto-de-poder/
Acesso em 12/01/2023.
126 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
com estas leis e punir seus transgressores com as penas prescritas por estas
leis, essas pessoas formam uma nação e estabelecem uma política ou
funcionários públicos (Locke, 1998, p. 323-325).
Locke deixa evidente que a religião não pode ser utilizada como
instrumento de coerção, domínio, manipulação ou mesmo ser exercida
por imposição, uma vez que a escolha íntima de cada pessoa em matéria
espiritual, dentre as diversas confissões religiosas existentes, aquela
que ele acredita que o conduzirá à salvação, deverá ser respeitada ou
tolerada.
Por isso, o pensador inglês vai defender de maneira enfática o
âmbito de atuação de cada uma dessas instituições ao dizer que o
magistrado civil e a Igreja devem preocupar-se exatamente com aquilo
que lhe é devido. O Estado deve regular os interesses civis, que, para
Locke são a vida, a liberdade e a propriedade. Por seu turno, a Igreja
deve voltar-se para assuntos relacionados a Deus e à salvação das almas.
A origem do Estado ou sociedades civis, e por via de consequência
as causas da existência de um poder político, são vinculados a interesses
temporais que não possuem relação direta com os interesses da religião.
Deste modo, como o poder político e o poder religioso possuem esferas
distintas de atuação, o Estado só pode voltar seu olhar às religiões de
seus membros quando essas vierem a interferir na ordem temporal
132 • A tolerância em Locke como fator de equilíbrio entre a política e a religião
Tendo isso por base, afirmo que o poder do magistrado não se estende ao
estabelecimento de algum artigo de fé, ou modos de adoração, pela força de
suas leis. Porque leis não têm força nenhuma sem penas, e penas neste caso
são absolutamente impertinentes, pois que não são apropriadas para
convencer a mente (Locke, 1973, p. 4).
Mas que uns não podem camuflar sua perseguição e crueldade não cristãs
com o pretexto de zelar pela comunidade e pela obediência às leis; e que
outros, em nome da religião, não devem solicitar permissão para a sua
imoralidade e impunidade de seus delitos; numa palavra, ninguém pode
impor-se a si mesmo ou aos outros, quer como obediente súdito de seu
príncipe, quer como sincero venerador de Deus: considero isso necessário
sobretudo para distinguir entre as funções do governo civil e da religião, e
para demarcar as verdadeiras fronteiras entre a Igreja e a comunidade
(Locke, 1973, p. 11).
E quem quer que em autoridade exceda o poder que lhe foi dado pela lei, e
faça uso da força que tem sob suas ordens para levar a cabo sobre o súdito
o que a lei não permite, deixa de ser magistrado e, agindo sem autoridade,
pode sofrer oposição como qualquer pessoa que invada pela força o direito
de outrem. [...] se a parte prejudicada encontrar remédio e os seus danos
reparados mediante apelação à lei, não haverá qualquer necessidade de
recorrer à força, que somente se deverá usar quando alguém se vir impedido
de recorrer à lei; porque só deve se considerar força hostil a que não
possibilita o recurso a semelhante apelação, e é tão só essa força que põe em
estado de guerra aquela que faz dela uso, e torna legítimo resistir-lhe
(Locke, 1998, p. 523).
2
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-publica-novas-regras-para-proibir-o-extremismo-
religioso/
Marcio de Lima Pacheco; Ronaldo Candido dos Santos • 147
quanto ainda há por se fazer para que o respeito aos direitos a vida, a
liberdade de expressão, a liberdade religiosa e aos bens materiais, fruto
do trabalho, dentre eles aqueles utilizados nos cultos e em sua liturgia,
sejam protegidos e garantidos pelo poder temporal.
O II Relatório sobre intolerância religiosa: Brasil, América Latina e
Caribe revela que, somente no ano de 2021, as notificações de ataques a
4
3
https://www.christianitytoday.com/news/2022/january/perseguicao-2022-paises-igreja-cristaos-
mortos-evangelho-pt.html
4
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000384250
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