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Instituto Federal Goiano câmpus Urutaí

Curso de Agronomia
Disciplina de Fitopatologia I

História da Fitopatologia

Prof. Milton Luiz da Paz Lima


Estrutura da Aula
• Fitopatologia na antiguidade
• Períodos históricos das doenças de plantas
– Período Místico
– Período da Predisposição
– Período Etiológico
– Período Ecológico
– Período Atual
Introdução
• “ Ciência que estuda as doenças de plantas e
todos os seus aspectos, desde diagnose e
sintomatologia, passando pela etiologia,
epidemiologia, ate chegar ao manejo.”
• Fitopatologia é nova, mas o conhecimento de
doenças de plantas é antigo.
• Associação de doenças de plantas e escassez
de alimentos.
Fitopatologia na antiguidade
Doenças de causas Místicas
• Homero 1000 a.c. e Velho Testamento 750 Ac.
causas místicas ou castigos divinos
• “eu vos feri com um vento abrasador e com
ferrugem a multidão de vossas hortas e de vossas
vinhas. Aos vossos olivais e aos vossos figueirais
comeu a lagarta; e vós não voltastes para mim,
diz o senhor” (Amós 4:9).
• Velho testamento: ferrugem dos cereais, doenças
das videiras, oliveiras, e outras plantas utilizadas
para a alimentação (Deuteronômio 28:22,
Gênesis 41:22-23; Ageu 2:7-18; Crônicas II, 6:28)
Referências de Doenças

Plantas
Ferrugem dos usadas para
Cereais alimentação
Doenças
Doenças de das da época
Videiras Figueiras
Doenças
Oliveiras
Fitopatologia na antiguidade
• Platão e Aristóteles (371-287 a.C) especularam
sobre origem e meio de cura das doenças.
• Teofrasto – sucessor de Aristóteles no Liceu,
Pai da Botânica. 1. Historia Plantarum e 2. De
causis Plantarum

As razões do
Uma história crescimento
das plantas vegetal
Fitopatologia na antiguidade
1843 – Papa Nicolau permitiu tradução para o ocidente – Publicação Teofrastos

• Demócrito (470 a.C) prevenção de requeimas


devido o uso de borras da extração de azeite
de oliva.
• Homero (1000 a.C) Enxofre poderia controlar
doenças
• Gregos e hebreus – doenças desfavores dos
deuses.
Fitopatologia na antiguidade
• Romanos – grandes agricultores
• Deus Robigus e Deusa Robigo (3000 aC) –
ferrugem do trigo. Culto a Rubigália – sacrifícios
de animais (cães e vacas). Queimando animais
vermelhos vivos.
• Idade média referências esparsas sobre doenças
– “Kitab al Felahah” catalogo de doenças em
arvores frutíferas e herbáceas.
• Progresso da Botânica e Micologia – aumento de
referencias sobre doenças de plantas.
Fitopatologia na antiguidade
• Romanos – grandes agricultores
• Deus Robigus e Deusa Robigo (3000 aC) – ferrugem
do trigo. Culto a Rubigália – sacrifícios de animais
(cães e vacas). Queimando animais vermelhos
vivos.
Fitopatologia na antiguidade
Descrição de doenças de árvores
frutíferas e algumas herbáceas
• Idade Média:

Árabes na Espanha Moura Século XII


Publicação - Ibn-al-Awan (Sevilha)
Períodos Históricos das Doenças de
Plantas
• Período Místico
• Período da Predisposição
• Período Etiológico
• Período Ecológico
• Período Atual
Período Místico
• Antiguidade até início séc. XIX.
• Ausência de explicação racional para doenças de plantas;
• Atribuição de causas sobrenaturais;
• 1755 - M. Tillet - cárie de fungo causada por fungo
• 1767 - Giovani T. Tozetti - ferrugens e carvões eram
causados por fungos
• 1728 - H.L. DuHamel de Monceau e Zadoks & Koster (1976)
– primeiro experimento em fitopatologia – inoculação com
sucesso de escleródios de Rhizoctonia violacea em diversas
espécies de plantas.
• Linneu – Sistema de Classificação Binomial – doenças de
plantas atribuídos a geração espontânea e perpetuidade
das espécies.
Doenças apresentadas de acordo:
1. Sintomatologia
2. 2. Classificação de acordo com o sistema binomial de Linneu
Período da Predisposição
• Início do século XIX – Associação plantas
doentes a fungos
• 1807 - Isaac N. Prévost – “Memoire sur la
cause immédiate de la carie ou charbon des
blés” – nota sobre a causa do carvão-do-trigo
– Tilletia tritici.
Compreendidos com FUNGOS
Exceção sem APARECIAM POR
Aceitos
desdobramento para GERAÇÃO
outras doenças ESPONTANEA
Período da Predisposição
• 1833 - Franz Unger - “Die Exantheme der
Pflanzen” – “As Lesões De Plantas” teoria que
as doenças seriam desordens nutricionais-
predispondo a fungos - via geração
espontânea – qq planta poderia produzir
fungo em certas condições - Ambiente.
Idéias Philipo Ré de Modena (Ita)
Semelhantes
Franz Julius Ferdinand Micologistas
Botânicos adeptos adeptos
Meyen(Ale)
Período da Predisposição
Berkeley (UK), irmãos Tulasne (FR), de Bary (Ale) e outros
Descrição
Outros
Uredinales
Ustilaginales Erysiphales
• 1845 De Bary – 1. provas científicas que a
doença era causada por um fungo –
Phytophthora infestans; 2. Ciclo de vida de
Puccinia graminis alternância com Berberis sp.
e trigo. Idéias aceitas pela comunidade.
Julius Kuhn, M.J. Berkeley, Irmãos Tulasne
Pai da Fitopatologia
Fitopatologia nasceu com a
publicação:
• Julius Kuhn (1825-1910) – “Die
Krankheiten der Kuturgewachse; ihre
Ursachen um ihre Verhutung”,
Doenças das plantas cultivadas,
causas e controle – pai da
fitopatologia moderna
Período Etiológico
• Kuhn e de Bary – deram início ao período;
• Catálogo das principais doenças e agentes causais;
• Louis Pasteur – Microbiologia se desenvolvia –
derrubada da teoria da geração espontânea (1860)
• Robert Koch (1881) – estabelece a determinação exata
dos patógenos
• Darwin – teria da evolução das espécies contrapunha a
perpetuidade das espécies – novos horizontes.
• Maior parte das doenças foram descritas como míldios,
oídios, ferrugens e carvões.
Período Etiológico
• T.J. Burril – relata a primeira bacteriose da pereira.
• 1886 - A.E. Mayer – aponta o carater infecioso do virus
• 1898 - M.W. Beijerink – menciosa contagium vivum fluidum,
referindo-se ao que mais tarde seria chamado de virus.
• Woronin – hérnia das crucíferas
• O. Brefeld – etiologia dos carvões
• H.J.A.R. Hartig – patologia florestal
• 1882 – Millardet – primeiro fungicida eficiente para
controle de doenças de plantas
• 1874 - P. Sorauer “ Handbuch de Planzenkrankheiten”
Manual de doenças de plantas – apresentava doenças
parasitárias e as doenças não parasitárias, alem do
reconhecimento dos fatores ambientais.
Bacteriose da Pera
Hérnia das crucíferas – Plasmodiophora brassicae
Carvão do milho – Ustillago maydis
Período Ecológico
• Marcado pela importância do ambiente na
manifestação da doença;
• Consideração de fatores edáficos, nutricionais.
Climáticos, sazonais e outros.
• Exemplos: temperatura do solo e ar, a
umidade, a intensidade de luz, a nutrição da
planta, a oxigenação, o fotoperiodismo, e
outros fatores, foram analisados.
Doenças passaram a serem
entendidas como fruto da interação
...
Período Ecológico
• Início de estudos de resistência e predisposição das
espécies vegetais aos diferentes patógenos.
• Surgimentos de conceitos de variabilidade de
patógenos, conceituação sobre formae speciales, raças
fisiológicas, variedades, biótipos, entre outros.
Experimentos em função do meio.
• Destaques: N.E. Stevens, H.H. Whetzel, L.R. Jones, J.C.
Walker, E.C. Stakman, J.G. Harrar, e outros.
• 1913 - E. Riehm fungicidas mercuriais orgânicos para
tratamento de sementes
• 1934 - W.H. Tisdalle e I. William fungicidas orgânicos
do grupo dos tiocarbamatos.
Período Atual
• Pesquisas básicas sobre fisiologia dos fungos, fisiologia
das plantas, progresso das doenças nas condições de
campo.
• Teoria da Interação planta-patógeno
• E.A. Gaumann, J.C. Walker, R.A. Ludwig, trabalhos
pioneiras sobre toxinas, enzimas, cadeia de infecção –
novas perspectivas.
• A. Gaumann (1946, Principles of Plant Infection) duas
abordagens:
– Abordagem fisiológica: doenças são relações fisiológicas
entre planta e patógeno
– Abordagem epidemiológica: baseada numa visão holística
de como a doença cresce no campo.
Período Atual
• Abordagem Epidemiológica desenvolvida mais
tarde por J.E. Vanderplank “Plant
disease:Epidemics and control (1963).
• Nos últimos anos a nova tendência segue para
a biotecnologia – período biotecnológico –
inicio na ultima década do século XX.

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