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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DHESSICA SOARES BUENO RECKEL

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE A RELEVÂNCIA DAS


BORBOLETAS((LEPIDOPTERAS) PARA O EQUILÍBRIO AMBIENTAL PARA
PRODUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA

Santa Teresa
2021
DHESSICA SOARES BUENO RECKEL

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE A RELEVÂNCIA DAS


BORBOLETAS(LEPIDOPTERAS) PARA O EQUILÍBRIO AMBIENTAL PARA
PRODUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso


de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto
Federal do Espírito Santo campus Santa Teresa, como
requisito parcial para obtenção do título de graduação
de Licenciada em Ciências Biológicas.

Orientador: Profº M. Sc. Antonio Elias Souza da Silva

Santa Teresa
2021
(Biblioteca Major Bley do Instituto Federal do Espírito Santo)

R298L Reckel, Dhessica Soares Bueno.

Levantamento de informações sobre a relevância das


borboletas (Lepidopteras) para o equilíbrio ambiental para
produção de cartilha educativa / Dhessica Soares Bueno Reckel. –
2021.

68 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Prof. M.Sc. Antonio Elias Souza da Silva

Monografia (graduação em Ciência Biológicas) – Instituto


Federal do Espírito Santo, Coordenadoria do Curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas. Santa Teresa, 2021.

Inclui bibliografias.

1. Borboletas. 2. Ecologia. 3. Revisão Bibliográfica. 4. Cartilhas.


5. Divulgação. I. Silva, Antonio Elias Souza da. II. Instituto Federal
do Espírito Santo. III. Título.

CDD 23 – 570..07
DHESSICA SOARES BUENO RECKEL

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE A RELEVÂNCIA DAS


BORBOLETAS(LEPIDOPTERAS) PARA O EQUILÍBRIO AMBIENTAL PARA
PRODUÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso


de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto
Federal do Espírito Santo campus Santa Teresa, como
requisito parcial para obtenção do título de graduação
de Licenciada em Ciências Biológicas.

Aprovada em 16 de junho de 2021


DECLARAÇÃO DO AUTOR

Eu, Dhessica Soares Bueno Reckel, declaro, para fins de pesquisa acadêmica,
didática e técnico-científica, que este Trabalho de Conclusão de Curso pode ser
parcialmente utilizado, desde que se faça referência à fonte e ao autor.

Santa Teresa, 16 de junho 2021.

Dhessica Soares Bueno Reckel


RESUMO

Os insetos possuem fornecem coletivamente uma ampla gama de benefícios


ambientais, incluindo a relação ecológica com o ambiente em que vivem e serem
um indicador de ambiente saudável. Dentre esses, existem as borboletas, que
são de grande importância no equilíbrio ambiental, como polinizadoras ou como
bioindicadores de qualidade, respaldadas por inúmeras publicações sobre o
assunto. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo reunir um conjunto de
informações sobre as borboletas, para que os interessados possam conhecer
suas funções e benefícios para a natureza. Para tanto, foi realizada revisão
bibliográfica, contendo diversas informações, que vão desde a simbologia que
envolve esses insetos, até sua interação ecológica com o meio ambiente. Nesse
campo de ação reuniram-se informações e conhecimentos relativos à
caracterização, ciclo de desenvolvimento de vida, funções na cadeia ecológica
e potencial das lepdópteras. Além disso, revisou-se sobre a importância da sua
preservação e, finalmente, discorreu-se um pouco sobre algumas peculiaridades
ou curiosidades, envolvendo as principais diferenciações entre as mariposas e
as borboletas, componentes dessa importante ordem insecta. Ao final da etapa
de revisão bibliográfica, foi possível organizar uma cartilha educativa que irá
somar-se a outros instrumentos de divulgação nas escolas, como ferramenta de
uso pedagógico acreditando-se que possa contribuir para a sensibilização sobre
a relevância das lepdópteras, em especial, as borboletas na natureza. Através
desse levantamento foi produzido um instrumento educativo de forma simples e
conciso, para passar adiante essas informações nas escolas, esse instrumento
é intitulado como cartilha educativa. Após organizada, a cartilha foi divulgada na
escola David Roldi, para os alunos do 8º ano e também para alunos do Curso de
agronomia do IFES, Campus Santa Teresa, no sentido de observar sua
eficiência na função de auxiliar na aprendizagem. Na ocasião foram aplicados
questionários de validação da cartilha, onde os resultados dessa aplicação
revelaram que o referido instrumento se mostrou eficiente e adequado para a
aprendizagem dos alunos, reconhecendo a cartilha como um material didático
importante para a sensibilização dos interessados na temática abordada.

Palavras-chave: Borboletas. Ecologia. Revisão Bibliográfica. Cartilha.


Divulgação.
ABSTRACT

Insects collectively provide a wide range of environmental benefits, including the


ecological relationship with the environment in which they live and being an
indicator of a healthy environment. Among these, there are butterflies, which are
of great importance in the environmental balance, as pollinators or as quality
bioindicators, supported by numerous publications on the subject. Therefore, this
work aimed to gather a set of information about butterflies, so that those
interested can know their functions and benefits for nature. Therefore, a literature
review was carried out, containing various information, ranging from the
symbology that involves these insects, to their ecological interaction with the
environment. In this field of action, information and knowledge related to the
characterization, life development cycle, functions in the ecological chain and
potential of lepdopters were gathered. In addition, the importance of its
preservation was reviewed and, finally, some peculiarities or curiosities were
discussed, involving the main differences between moths and butterflies,
components of this important insect order. At the end of the literature review
stage, it was possible to organize an educational booklet that will be added to
other dissemination instruments in schools, as a pedagogical tool, believing that
it can contribute to raising awareness about the relevance of lepidopterans, in
particular, the butterflies in nature. Through this survey, an educational
instrument was produced in a simple and concise way, to pass on this information
in schools, this instrument is called an educational booklet. Once organized, the
booklet was disseminated at the David Roldi school, to 8th grade students and
also to students of the Agronomy Course at IFES, Campus Santa Teresa, in order
to observe its efficiency in helping to learn. At the time, questionnaires were
applied to validate the booklet, where the results of this application revealed that
the instrument was efficient and suitable for student learning, recognizing the
booklet as an important teaching material for raising awareness of those
interested in the topic addressed.

Keywords: Butterflies. Ecology Literature review. Primer. Disclosure.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ovos de lagarta 18


Figura 2 - Lagarta 18
Figura 3 - As crisálidas 19
Figura 4 - Borboletas já formada 19
Figura 5 - Flores da vegetação da Serra do japi- SP 21
Figura 5 - Significado segundo as cores das borboletas 23
Figura 7 - Diferença de mariposa e borboleta 25
Figura 8 - Borboleta do gênero Hylesia 26
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 - Quantidade de alunos participantes 32


Gráfico 2 - Você considerou que o material didático utilizado foi adequado em
relação aos objetivos do projeto 32
Gráfico 3 - A linguagem e as ilustrações contida no guia (cartilha) foram
satisfatórias 34
Gráfico 4 - Quanto aos textos, você considerou de modo geral interessantes 34
Gráfico 5 - Qualquer pessoa é capaz de compreender a cartilha? 35
Gráfico 6 - Você conseguiu aprender algum conteúdo através da cartilha
educativa sobre as borboletas 36
Gráfico 7 - Como você utilizaria está cartilha? 36
Gráfico 8 - Quais são os pontos fortes e fracos da cartilha 37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 11
2 JUSTIFICATIVA 13
3 OBJETIVOS 14
3.1 OBJETIVO GERAL 14
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS 14
4 REFERENCIAL TEÓRICO 15
5 METODOLOGIA 28
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 31
7 CONCLUSÃO 39
REFERÊNCIAS 40
APÊNDICES 44
11

1 INTRODUÇÃO

A sociedade é altamente dependente do setor agrícola para sobreviver, porém,


é sempre possível desenvolver uma agricultura sustentável, que leva em
consideração as questões ambientais e sociais, gerando produtos saudáveis,
que, ao serem consumidos, promovem uma qualidade de vida desejável.
Contudo, isso, em geral, não ocorre devido aos excessos praticados no uso de
produtos químicos: os chamados agrotóxicos (CHAGAS, 2018).

Porém, por haver desinformação generalizada ou apenas pelo imediatismo dos


produtores em resolver seus problemas de produção, ou ainda mesmo, por forte
pressão comercial e marqueteiras das casas de fomento agrícola, o que se
observa é que o emprego de produtos químicos na agricultura tem aumentado
cada vez mais prejudicando o meio ambiente (CHAGAS, 2018).

A adoção de produtos químicos é feita sob a égide da proteção das lavouras,


garantindo, supostamente o aumento da produção e nas atividades agrícolas
como um todo. O argumento principal que o setor defende é a suposta proteção
das plantas contra o ataque de pragas e doenças nas culturas. Assim
procedendo, sempre há impactos diretos e indiretos no meio ambiente, atingindo
especialmente a fauna e dentro desta se destacam os insetos (CHAGAS, 2018).

Os insetos formam uma das maiores classes do reino animal possuindo cerca
de 80.000 espécies (FIOCRUZ, 2018). Estes vivem em todas as regiões desde
as polares até as zonas tropicais. A maior parte dessas espécies de insetos,
cerca de 98%, desempenha um delicado e importante papel no equilíbrio
biológico natural, cuja perturbação pelo homem pode resultar no desequilíbrio
ambiental não só com o aparecimento de novas pragas, mas também com o
aumento da população de determinadas pragas que antes se mantinham em
equilíbrio (SILVA, 2019).

Os lepidópteros constituem uma das principais ordens de insetos, com


aproximadamente 146.000 espécies no mundo, sendo as mariposas
representadas por espécies predominantemente de hábito noturno e de hábito
diurno, as borboletas (HEPPNER, 1991). Na região neotropical, as borboletas
12

somam entre 7.100 (BECCALONI & GASTON, 1995) e 7.900 espécies


(HEPPNER, 1991). Enquanto no Brasil ocorrem entre 3.100 (BECCALONI &
GASTO, 1995) e 3.200 espécies (BROWN Jr & FREITAS, 1999).

As borboletas são de grande importância por realizarem interações ecológicas


dentro das comunidades as quais pertencem. As lepidopteras se destacam em
duas categorias de equilíbrio ecológico: como mutualística (função de
polinização) e predação (Herbívora).

No Brasil, as borboletas são objetos de estudo científicos (BROWN Jr, 1996),


podendo ainda ser usadas como indicadores em levantamento de fauna e
determinação de prioridades, planejamento e administração de reservas naturais
(BROWN Jr, 1992; BROWN Jr & FREITAS, 2002; EMERY et al, 2006).

Há pessoas que geralmente não levam em conta os serviços que o inseto presta
ao ambiente como polinizadores e como agentes de controle biológico, sendo
categorizados principalmente por atributos negativos como: praga, nojento e
perigoso (MODRO et al, 2011). Tal categorização gera atitudes violentas para
com estes seres (COSTA NETO & PACHECO, 2004), e a falta de interesse em
sua preservação. É necessário que as pessoas percebam o valor dos
polinizadores em suas vidas, comunidades, estados e país, tendo em vista que
os mesmos estão em declínio, prejudicando a própria produção agrícola que os
põe em risco (IMPERATRIZ-FONSECA, 2004).

As borboletas desempenham um importante papel nos ecossistemas atuando


como polinizadoras, fonte de alimento e como indicadoras do bem-estar do
ecossistema. Embora não tão eficientes quanto as abelhas (SNIGURA, 2017).
13

2 JUSTIFICATIVA

As borboletas têm diferentes cores e tamanhos, apresentam padrões que podem


fazer com que elas sejam confundidas com o lugar onde pousam. Algumas
espécies têm um importante papel: atuam como polinizadores da floresta, ou
seja, dispersam o pólen das flores e promovem a reprodução das plantas pela
mata. Mas como fazer para sensibilizar as pessoas sobre a sua relevância para
a natureza?

As borboletas são muito mais que um inseto bonito e delicado como as abelhas,
algumas lepidopteras estão em risco de extinção, o seu papel na polinização
assim como as abelhas é essencial para a sobrevivência das flores e plantas e
também servem para mostrar como está o equilíbrio ambiental de determinadas
áreas do planeta.

Através de uma revisão bibliográfica pretende-se reunir informações sobre as


lepidopteras (borboletas) e organizá-las na forma de uma cartilha educacional,
onde poderá contribuir para a sensibilização sobre a relevância das borboletas
na natureza como um agente polinizador e de equilíbrio ambiental, além de
demostrar algumas peculiaridades sobre este inseto como: a origem da palavra
borboleta e como esta surgiu, a simbologia e sua relevância.

Este trabalho tem como objetivo de informar as pessoas sobre a importância que
as borboletas têm para o meio ambiente e o que elas trazem para nossa forma
de pensar e agir, além de servir como um material de apoio para professores e
alunos sobre a preservação do ambiente e das borboletas.
14

3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

Reunir informações cientificas sobre as borboletas e suas funções na natureza


e algumas simbologias relativo ao inseto, tendo como produto final uma cartilha
educativa para divulgação e conscientização da educação ambiental que servirá
de consulta bibliográfica aos interessados na temática.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Elaborar uma revisão bibliográfica para dar base ao a um conjunto de


informações científicas sobre o inseto.
 Levantar peculiaridades acerca das simbologias das borboletas.
 Confeccionar a cartilha educativa que reúne as informações sobre o tema
 Realizar uma agenda de divulgação da cartilha na escola David Roldi e
com alguns alunos do Ifes Campus santa Teresa
15

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS BORBOLETAS NO MUNDO

A ordem Lepidoptera é composta pelas borboletas e mariposas, insetos


holometábolos (metamorfose completa), em geral, mastigadores de material
vegetal no estágio larval e sugadores de líquidos (néctar, seiva, água
enriquecida, material orgânico em putrefação) na fase adulta. Os adultos
normalmente possuem seis pernas e dois pares de asas revestidas de escamas,
variando em envergadura das asas de menos de 5,0 mm a mais de 30 cm, com
duração da fase adulta variando entre um dia a um ano (Brown Jr. & Freitas,
1999). As borboletas, em geral, possuem hábito diurno e são representadas por
seis famílias: Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Nymphalidae, Riodinidae e
Lycaenidae (LAMAS, 2004).

As borboletas podem ser separadas basicamente em duas guildas, quando


considerado o modo de alimentação dos adultos: 1) guilda das nectarívoras,
composta pelas famílias Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Hesperiidae,
Riodinidae e algumas subfamílias de Nymphalidae (que inclui algumas espécies
de Ithomiinae, Cyrestini, Apaturinae e Limenitidinae que são eventualmente
capturadas com iscas fermentadas); 2) guilda das frugívoras, representada
principalmente por espécies da família Nymphalidae, subfamílias: Satyrinae,
Brassolinae, Morphinae, Charaxinae, Biblidinae e pela tribo Coeini
(Nymphalinae) (DEVRIES ET AL., 1997; GOMES-FILHO, 2003; UEHARA-
PRADO, 2003; UEHARA-PRADO ET AL., 2004). No Brasil, há aproximadamente
335 espécies descritas de ninfalídeos frugívoros, com 11 espécies ameaçadas
(LEWINSOHN ET AL., 2005). Na Reserva Florestal Mata de Santa Genebra, há
210 espécies de Nymphalidae (BROWN JR. & FREITAS, 2000A; BROWN JR.,
2001), sendo 44 do grupo de frugívoras (GOMES-FILHO, 2003).

As lepidópteras compõem um dos grupos mais diversos entre os animais (Brown


e Freitas 1999), sendo cerca de 20 mil espécies registradas para o mundo e para
a Amazônia são pelo menos 1.800 espécies descritas. As borboletas são
divididas em dois grupos quando ao hábito alimentar dos adultos, que pode ser
nectarívoras quando se alimentam de néctar ou pólen das flores e frugívoras
16

quando se alimentam de fruta fermentada e seiva de plantas. O grupo das


nectarívoras por serem frequentes visitantes florais, podem ser úteis em
campanhas educativas, pois chamam a atenção do público em geral para tais
sistemas de vegetação (FREITAS ET AL. 2004)

Estes insetos têm um grande potencial para serem usadas como indicadoras de
ambiente equilibrado em levantamentos, determinação de prioridades,
planejamento e administração de reservas naturais, pois são fáceis de encontrar
e avaliar (BROWN JR., 1992). Isto se deve ao fato de serem, em geral, diurnas,
grandes e coloridas, tornando-as de fácil visualização. Além disso, são
diversificadas, facilmente amostradas e identificadas, comuns o ano inteiro e têm
rápidas respostas a alterações ambientais. Assim, borboletas podem fornecer
mais informações do que vertebrados (aves e mamíferos), principalmente em
habitats fragmentados e antropizados, onde muitas aves e mamíferos não estão
mais presentes (FREITAS ET AL, 2006).

Do ponto de vista do uso de espécies com potencial como bioindicadores, a


guilda das borboletas frugívoras apresenta vantagens práticas que facilitam o
estudo de suas populações, pois elas são sensíveis mesmo a pequenas
mudanças ambientais. Elas são facilmente capturadas em armadilhas contendo
isca fermentada, de modo que a amostragem pode ser simultânea e o esforço
padronizado em diferentes áreas. Os indivíduos podem ser soltos depois de
identificados, com um mínimo de manuseio, permitindo que um estudo não
destrutivo seja efetuado com confiança. Além disso, a atração da borboleta pela
isca, um recurso alimentar, reduz a possibilidade de capturas ao acaso presentes
em outros métodos (BROWN JR & FREITAS, 1999; UEHARA-PRADO, 2003).

A diversidade de borboletas na cidade de Santa Teresa, Espírito Santo, é grande


e consiste na comunidade mais rica da mata atlântica, com um total de 769
espécies registradas entre os anos de 1965 e 2000 (BROWN JR & FREITAS
2000a). A lepidopterofauna de Santa Teresa inclui onze espécies de borboletas
nas listas estaduais e brasileiras, dos animais ameaçados de extinção e outras
20 espécies indicadoras, raras e restritas os ambientes da região (BROWN JR
& FREITAS, 2000a).
17

A diversidade das lepidópteras (as Rhopalocera) (mais do que a riqueza) está


significativamente correlacionada tanto com a área de mata como com seu grau
de isolamento (BAZ & BOYERO 1995). As diferenças na diversidade entre
habitats podem ser atribuídas à variedade de condições apropriadas para as
borboletas, o que inclui fonte de néctar, água, lama e incidência de luz (BROWN
JR & HUTCHINGS 1997, TUMUHIMBISE ET AL. 2001) além da conectividade
entre áreas de mata e jardins cultivados (BROWN JR & FREITAS 2002).

4.2 O CICLO DE DESENVOLVIMENTO DE VIDA E SUA FUNÇÃO

O ciclo de evolução biológica de uma borboleta passa por quatro estágios, e em


cada estágio a forma, o habitat e o comportamento podem variar tanto que
poderíamos dizer que se tratam de quatro indivíduos distintos, se não
soubéssemos que se trata de um único. Do ovo nasce a lagarta, da lagarta
forma-se a crisálida, e da crisálida surge então a borboleta. Ovo, lagarta, crisálida
e borboleta. O principal objetivo de uma borboleta é a reprodução e manutenção
da espécie para outros fins de equilíbrio na Natureza. Mas sabe-se que ela não
tem consciência disso.

As informações sobre o ciclo das lepidópteras da 1ª, 3ª fase que se segue, foram
retiradas de artigo publicado por Evie dos Santos de Sousa da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Já a 2ª e 4ª fase foi retirada
do site google borboletas e mariposas.

 1ª fase do ciclo- ovo

Após a fecundação, as fêmeas começam a busca pela planta onde irão pôr seus
ovos. Os ovos são de diversas formas e colorações dependendo da fase de
desenvolvimento. Geralmente, tem preferência pelas plantas-alimento para o
desenvolvimento de suas lagartas. Na figura 1 mostra os ovos de lagartas em
uma folha de planta.
18

Figura 1: Ovos de lagarta

Fonte: Incaper- Amabílio José Aires de Camargo

 2ª fase do ciclo – larva

Nesta fase elas abrem caminho, comendo as cascas dos ovos em que estavam
contidas, e de imediato começam a comer as partes vegetais da planta em que
se encontram, cortando-as e mastigando-as com suas poderosas maxilas.
Devido a um determinado hormônio algumas lagartas não param de comer;
algumas comem durante o dia inteiro, outras o fazem durante toda a noite. A
diferença no tipo de alimentação da larva (plantas) e borboletas adultas (néctar,
frutas...). Isso permite que larvas e adultos coexistam, sem que se esgotem os
recursos naturais da região.

Durante essa fase elas são comedoras vorazes, elas se alimentam de plantas e
vão acumulando a energia até que esta seja suficiente para que possa passar
para a nova fase de desenvolvimento. Na figura 2 mostra a fase onde as lagartas
irão virar as borboletas.

Figura 2: Lagarta

Fonte: Incaper- Amabílio José Aires de Camargo


19

 3ª fase – pupa

A pupa, geralmente é encerrada dentro de um casulo de seda, construído pela


lagarta antes da pupação. Já no casulo, a lagarta sofre a última muda e se
transforma em pupa (crisálida). Na figura 3 as crisálidas também apresentam
variação na forma e coloração.

Figura 3: as crisálidas:

Fonte: Incaper- Amabílio José Aires de Camargo

 4ª fase – Adulto

Após a metamorfose completa, as borboletas adultas eclodem dos casulos e


esperam horas, para que as asas úmidas e encolhidas endureçam para se
adequarem ao vôo. A partir daí, iniciam a fase de acasalamento. E tem a
formação de uma nova fase de vida. Figura 4 mostra a fase final, a borboleta já
formada.

Figura 4. Borboleta já formada

Fonte: Incaper- Amabílio José Aires de Camargo


20

4.3. COMO AS LEPIDOPTERAS SÃO USADAS NA AGRICULTURA

Os lepidópteros possuem importância ecológica, econômica e médica. Como


qualquer ser na natureza, fazem parte da cadeia ecológica seja como imaturo ou
adultos. Os ovos podem ser parasitados por outros insetos, as lagartas servem
de alimentos para insetos predadores e parasitas, aranhas e até vertebrados
como pássaros, sapos, lagartos, roedores. Também podem ser parasitadas por
bactérias, fungos e vírus (SOUSA, 2018).

As pupas podem ser parasitadas por moscas e vespas. Estas começam a


parasitar desde a forma de lagarta. Quando se espera sair da pupa um adulto,
se surpreende com o aparecimento destes parasitas já adultos. Como adultos,
os lepidópteros podem ser suporte alimentar de outros insetos, aranhas,
pássaros, lagartos, sapos, morcegos e até gato doméstico (SOUSA, 2018)

Realizam também a polinização quando sugam o néctar das flores e carregam


pólen de uma flor para outra. Esses insetos parasitas e predadores, bem como
as bactérias, fungos e vírus são altamente usados no controle biológico de
pragas (SOUSA, 2018).

As lagartas servem de alimento para certos índios que as comem assadas. Os


casulos do bicho-da-seda asiático, com fio contínuo, dão a seda natural. A
criação dessas mariposas chama-se sericicultura. A planta-alimento das lagartas
é a amoreira. O bicho-da-seda brasileiro é a mariposa Rothschildia spp., o fio é
descontinuo. Está sendo estudada para a produção de seda (SOUSA, 2018).

As lagartas podem causar danos às culturas, por serem desfolhadoras,


consumindo folhas e às vezes deixam as plantas peladas. Existem lagartas que
comem outras partes dos vegetais: raiz, caule, flor e até o fruto, hábito que
chamamos herbívora. Há as que consomem grãos armazenados, cera de
colmeias e também roupas. A maioria consome plantas de jardins, hortaliças,
madeiras nobres, frutíferas, plantas cultivadas de modo geral (SOUSA, 2018).
21

As borboletas em geral não trazem danos a agricultura, mas sim ajudam na


polinização de muitas plantas. O que causa danos a plantação é a forma de
lagarta, quando estas eclodem dos ovos e se alimentam de folhas das plantas
cultivadas.

Em pesquisa realizada por BROWN & FREITAS (1999) indica para o Brasil, as
famílias Lycaenidae, Hesperiidae e Nymphalidae, respectivamente, as três mais
ricas em espécies, sendo que, alguns grupos da Família Nymphalidae são,
usados com indicadores de ambientes.

Em um total de 10.000 hectares de vegetação variada na Serra do Japi, Estado


de São Paulo, a diversidade e abundância de borboletas foram registradas mais
de 800 espécies de todos os tamanhos e cores, especialmente vistas nos meses
de verão e outubro, quando se juntam em lugares úmidos, no chão, flores de
Eupatorium, Mikania, Vernonia e Euphorbia que será mostrada na figura 5.

Figura 5: flores da vegetação da Serra do Japi - SP

Legenda: A – Flor de Eupatorium, B- Mikania, C- Vernonia, D- Euphorbia

BIEZANO et al. (1978) identificou 49 espécies de borboletas da família


Riodinidae nas Regiões (Pelotas e Arredores) e Missioneira (Santo Ângelo, Ijuí
22

e Arredores). As figuras de algumas espécies de borboletas estarão no apêndice


A.

4.5 IMPORTÂNCIAS DA PRESERVAÇÃO DAS BORBOLETAS

Os insetos são um importante elo entre os produtores e os consumidores, sendo


fundamental no fluxo de energia dos ecossistemas terrestre e aquático, além de
terem extrema importância na polinização das flores (REDE GLOBO
ECOLOGIA,2011).

Esses organismos também são importantes do ponto de vista econômico, pois


através da polinização das plantas tornam possível a existência de produtos
agrícolas. São os responsáveis pela produção de mel e seda, e também podem
ser excelentes modelos para estudos biológicos. Alguns grupos podem ser
considerados pragas agrícolas, como também vetores de doenças para seres
humanos e animais. Mas também podem ser utilizados como alimento pelos
seres humanos e na medicina (REDE GLOBO ECOLOGIA, 2011).

Os pesquisadores estão cada vez mais buscando meios de interpretar os sinais


da natureza em reação às ações humanas que vem cada vez mais causando
impactos no meio ambiente. Descobriu-se que as borboletas são um importante
método para que isso aconteça. Isso porque, alguns dizem que a presença de
borboletas em certos locais pode indicar o grau de impacto ambiental provocado.

Sua presença pode indicar uma continuidade de sistemas frágeis e comunidades


ricas em espécies, e sua ausência uma perturbação, fragmentação ou
envenenamento forte demais para manter a integridade dos sistemas e da
paisagem (NEW et al, 1995; BROWN JR, 1996; BROWN JR & HUTCHINGS,
1997; BROWN JR & FREITAS,1999).

4.6 SIMBOLOGIAS DAS BORBOLETAS NAS DIFERENTES CULTURAS

As borboletas são denominadas panapanás ou panapanãs têm origem da língua


indígena tupi: panapa'ná. Em sua etimologia a origem do nome "Borboleta"
deriva de "b belbellita", do latim: belo, bom. Elas fazem parte da ordem
Lepidoptera, são pertencentes das famílias Hesperioidea e Papilionoidea, que
23

formam o grupo "Rhopalocera" da classe Insecta. Os fósseis mais antigos de


borboletas que já foram encontrados, seriam pertencentes a um período entre
40-50 milhões de anos atrás (AUR,2018).

Segundo Deise Aur A borboleta tem várias simbologias, representações e


significados, em diversas culturas e variados povos. Por ser uma criatura que
passa por uma metamorfose para virar borboleta, muitos dos sentidos de sua
simbologia vão estar atrelados à sua transformação. Alguns desses sentidos
são: Despertar do ser; Renovação na forma de pensar, sentir e agir; Fase de
transformação da existência; O despertar da potencialidade do SER; Para
algumas religiões é símbolo da reencarnação; Na visão espiritual, representa o
desenvolvimento da Alma.

Algumas culturas antigas viam a borboleta como mensageira celestial. A


mensagem que as borboletas trazem estão associadas ao significado de suas
cores assim como segue na figura 6 a seguir:

Figura 6: significado segundo as cores das borboletas

Fonte: http://nerdfilosofante.blogspot.com/2012/10/borboletas.html

As diferentes borboletas trazem uma simbologia em que as cores delas trarão


uma mensagem para aquele dia em que seu viu a tal borboleta colorida alguns
dessas mensagens é: Borboleta Branca - paz, leveza, serenidade, diz-lhe que
tudo vai correr bem; Borboleta Amarela - representa a renovação, anuncia
mudanças e ventos favoráveis. Borboleta azul - simboliza a evolução e o
crescimento, podendo anunciar novidades positivas no campo profissional ou
familiar. Borboleta colorida - traz alegria e felicidade. Borboleta preta - esta é a
24

menos auspiciosa, os antigos acreditavam que ver uma borboleta preta


anunciava uma morte ou uma separação dolorosa (HELENA,2018).

Segundo Ana Luiza Fernandes a borboleta é um animal cheio de significado. Ela


é considerada símbolo da felicidade, da inconstância, da transformação, da
efemeridade e da beleza. Mas existem ainda muitos outros significados místicos
atribuídos a esse lindo ser da natureza, conheça-os:

 Na mitologia grega, a alma é representada pela borboleta.


 No Japão, a gueixa é simbolizada pela borboleta.
 No mundo sino-vietnamita (China e Vietnã) a borboleta é expressão de
longevidade.
 Nas Antigas Civilizações Astecas e Maias, a borboleta simbolizava o deus do
fogo Xiutecutli (conhecido também por Huehueteotl), cuja representação de
sua imagem contém um emblema peitoral de uma borboleta de obsidiana
(rocha vulcânica preta), como símbolo de poder divino.
 Para os Balubas e os Luluas do Kasai, do Zaire central, a borboleta e seu
ciclos estão associados às fases do ser humano e das etapas de experiência
da alma.
 Os iranianos e alguns povos turcos da Ásia central, acreditam que almas
desencarnadas visitam o mundo dos vivos, utilizando a forma de borboleta.
 Na mitologia irlandesa, a borboleta simboliza a alma livre da prisão do corpo
físico e da matéria.

4.7 DIFERENCIAÇÕES ENTRE BORBOLETAS E MARIPOSAS

As informações que se seguem referem-se entre as borboletas e mariposas e


foram retiradas de publicação elaborada por (MENEZES, 2018) para o site
ecoloja produtos e consciência:

As diferenças entre borboletas e mariposas baseiam-se em algumas


características em relação ao comportamento como quanto à forma de seus
corpos. A maioria das borboletas, por exemplo, são ativas durante o dia (hábito
diurno), enquanto a maior parte das mariposas prefere a noite (têm hábito
noturno).
25

Outra diferença entre essas duas lepidópteras é a posição das asas em relação
ao corpo - quando pousam as borboletas deixam suas asas elevadas, enquanto
as mariposas mantêm suas asas sempre abertas. As antenas são uma boa
forma de se identificar o lepidóptero observado. As mariposas têm as antenas
mais curtas, grossas e de aparência peluda, enquanto as borboletas geralmente
têm as antenas mais longas, de aparência lisa, tendo as extremidades
arredondadas como segue na figura 7.

Figura 7: diferença de mariposa e borboleta

Fonte: Terra Educação - Ana de Cássia

Uma diferença interessante é em relação à velocidade do vôo, as borboletas


podem voar até 20 km/h, enquanto as mariposas podem voar até 40 km/h. Muita
gente pensa que as mariposas apresentam apenas cores opacas e até usam
isso para identificá-las. Mas, algumas mariposas são tão coloridas quanto as
borboletas por isso são confundidas com elas.

As borboletas são importantes polinizadoras e alimentam-se de líquidos variados


(néctar que extraem das flores ou o suco dos frutos maduros que caem das
árvores). Ao contrário das mariposas, que quando jovem (lagarta) ingerem uma
quantidade enorme de folhas para terem reserva de energia para a fase adulta,
pois muitas espécies não se alimentam na fase adulta. Por isso, as mariposas
são às vezes consideradas pragas de plantações durante sua fase jovem.
Além de ser um animal notável, pela beleza e elegância, as borboletas diurnas
são muito importantes como bioindicadores, pois são sensíveis às mudanças
negativas em qualquer dos fatores ambientais dos quais dependam.
26

Elas alimentam-se de plantas específicas, sendo que uma abundância de


borboletas de diferentes espécies em uma área ou região indica existir grande
diversidade de plantas neste ecossistema. Uma brusca mudança ambiental afeta
quase que de imediato esses animais e o desenvolvimento regular de toda uma
população de borboletas, ao longo dos anos, indica que o meio ambiente está
funcionando regularmente nesse período.

As mariposas de colorações mais vibrantes habitam regiões tropicais, e muitas


delas podem ser venenosas. Normalmente essas espécies se alimentam de
folhas tóxicas absorvendo um pouco do veneno sendo assim acabam escapando
do cardápio dos pássaros. No Brasil, as mariposas do gênero Hylesia são as
principais responsáveis por acidentes com as pessoas.

Figura 8: borboleta do gênero Hylesia

Fonte: portal Scielo

4.8 O QUE É A CARTILHA EDUCATIVA

Os livros didáticos têm sido nomeados de forma diferenciada, dependendo da


época, das disputas pedagógicas e das propostas metodológicas sob as quais
são produzidos. Embora tenha a mesma finalidade, ou seja, servir de suporte
para o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita, seus objetivos têm sido
os mesmos, embora os formatos, muitas vezes, sejam diferenciados: inserir as
crianças no universo da cultura escrita, associada à formação nacional, moral e
cívica.
27

Os livros didáticos se encontram diversas denominações: carta, cartinha,


silabário, abecedário, livro de ABC, livro para ensino da leitura, passando por
cartilha, pré-livro e, mais recentemente, livro de alfabetização.

Especificamente no Brasil, as cartilhas eram inicialmente usadas para fins


religiosos na propagação dos ensinamentos do cristianismo, consistindo no meio
de comunicação dos missionários com a população local durante a ação
catequética (MOISÉS, 1971). Outro gênero das cartilhas durante a época
colonial e que persiste até os dias de hoje são as cartilhas destinadas para fins
de alfabetização, dando origem às primeiras cartilhas escolares
(SCHLICKMANN, 2001)

As ilustrações nas cartilhas associadas ao texto são úteis porque: reproduz, em


muitos aspectos a realidade; facilita a percepção de detalhes; reduz ou amplia o
tamanho real dos objetos representados; torna próximos fatos, lugares distantes
no espaço e no tempo e; permite a visualização imediata de processos muito
lentos ou rápidos (BACELAR, 2013)

É um material educativo impresso que tem a finalidade de comunicar informações


que auxiliem pacientes, familiares, cuidadores, comunidades a tomar decisões
mais assertivas sobre sua saúde (REBERTE, 2008), mas além de existirem
diversas cartilhas na área da saúde pode-se encontrar para fins educativos.
Cartilhas são materiais informativos e educativos sobre os mais diversos
assuntos; dessa forma, devem-se considerar os seguintes aspectos em sua
elaboração: adequação ao público-alvo; linguagem clara e objetiva; visual leve,
atraente e fidedignidade das informações.

Para que este material cumpra seu objetivo, é necessário que se estabeleça um
diálogo simples com seus leitores. Para tanto, sua elaboração deverá considerar
a utilização de formas de linguagens diferentes como a verbal e nas imagens
apresentadas que efetivamente se comunique com esse público-alvo trazendo o
interesse do público a ler a cartilha (GIORDANI,2020).
28

5. Metodologia

5.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Como já registrado anteriormente, este trabalho teve como foco a busca de


referências bibliográficas para o levantamento de informações sobre a Ordem
Lepidopteras com o propósito de produção de uma cartilha educativa sobre as
borboletas. Segundo Gil (1991) pesquisa bibliográfica acontece quando a
mesma é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente
de livros, artigos, periódicos e atualmente material disponibilizado na internet.

5.2 PÚBLICO ALVO

O público-alvo foram os alunos do 8° ano da Escola Estadual de Ensino


Fundamental e Médio David Roldi localizada no município de São Roque do
Canaã e alguns alunos do curso de agronomia do Instituto Federal do Espírito
Santo- IFES, Campus Santa Teresa. Para tanto, foram realizadas visitas
agendadas a este estabelecimento escolar David Roldi para a divulgação da
cartilha. Na ocasião foi aplicado um questionário como teste de validação da
cartilha apresentada, no sentido que verificar sua aceitação e eficiência, visando
reorientar eventuais pontos da mesma.

5.3 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA CARTILHA

O conteúdo teve como base uma revisão literatura para fundamentar os dados
que nela foram inseridos, com objetivo de sensibilizar, especialmente o público
alvo deste trabalho sobre as lepidopteras (borboletas).

Como fonte de revisão foram utilizados diversos artigo e sites com o conteúdo o
temático na forma de texto e fotos, pesquisados. Em geral, os artigos foram
pesquisados do portal Scielo, portal periódicos além dos sites da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais- Inpe, Fundação Osvaldo Cruz- Fiocruz, Portal Educação, Ministério
do Meio Ambiente- MMA, dentre outros.
29

Como critérios os conteúdos utilizados têm 20 anos ou mais, sendo da década


de 80 até o ano 2021 onde foram apropriadas as partes mais importantes e que
guardam relação com os objetivos deste trabalho.

5.3.1 PRODUÇÃO DA CARTILHA

Após feita a revisão de literatura e considerada suficiente procedeu-se a uma


análise completa do material levantado visando selecionar o conhecimento
reunido, que foi organizado seguindo os seguintes tópicos que fundamentaram
a organização e a produção da cartilha. Caracterização das borboletas no
mundo; ciclo de vida; a importância das lepidopteras na agricultura; curiosidades;
diferenças entre borboleta e mariposas.

5.3.2 TESTE DE VALIDAÇÃO DA CARTILHA

Como a expectativa é de produção de instrumento pedagógico que sirva de


ferramenta de apoio ao ensino, que prima por uma linguagem simples e que
contemple, ilustrações e curiosidades, procedeu-se a um teste de validação que
permitiu verificar seu potencial pedagógico e sua aceitação, perante o público
alvo.

Neste sentido conforme descreve Villela, 2004, para a avaliação do potencial


pedagógico da cartilha educativa, deve ser submetido a técnica de validação, ou
seja, a confirmação que o produto atende aos requisitos que serão
predeterminados e se está adequado para sua finalidade inicial, sendo essa
técnica um elemento chave para certificar que os requisitos e objetivos sejam
atendidos.

Essa validação foi realizada por alunos, onde estes responderam a um


instrumento de validação feito através do google formulários. Neste caso, foi
utilizado o teste de validação (apêndice B), a fim de avaliar o potencial didático
do material construído e se é válido integrá-lo a educação. O teste foi composto
por sete perguntas objetivas e discursivas referente a cartilha, cujas perguntas
foram:
30

1. Você considera que o material didático utilizado foi adequado em relação


aos objetivos do projeto?
2. A linguagem e as ilustrações contidas a cartilha foram satisfatórias?
3. Quanto aos textos, você os considerou, de um modo geral, interessantes?
4. Qualquer pessoa é capaz de compreender a cartilha?
5. Você conseguiu aprender algum conteúdo através da cartilha educativa
sobre borboletas?
6. Como você utilizaria está cartilha?
7. Quais são os pontos fortes e fracos da cartilha?

5.4 DIVULGAÇÃO DA CARTILHA

A divulgação foi feita na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio


“David Roldi” com os alunos de oitavos anos, sendo orientados pela aluna de
graduação de licenciatura em ciências biológicas Dhessica Soares Bueno
Reckel com a ajuda da professora da escola que cedeu suas aulas para a
divulgação da cartilha e ela repassou para os alunos o formulário de
validação. Divulgou-se também para alguns alunos do Ifes Campus Santa
Teresa do curso de agronomia.

Aos alunos dessa da educação fundamental foi realizada uma aula


explicativa para mostrar como é a cartilha, e o que eles iriam encontrar dentro
do instrumento educativo. A cartilha e o formulário de validação foram
entregues de forma virtual à professora, que deveria ler o instrumento
pedagógico dentro da sala de aula e após aplicar o formulário de validação.

Para os alunos do curso de agronomia o procedimento foi quase o mesmo,


ou seja, foram encaminhados de forma virtual, tanto a cartilha, quanto o
instrumento de avaliação. Porém, como apoio, ao invés de um professor, foi
utilizada uma estudante do curso, solicitando a mesma que contextualizasse
sobre a cartilha e coordenasse a explicação e o preenchimento dos
formulários.
31

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste item são apresentados e discutidos os resultados obtidos da pesquisa


bibliográfica que, de forma organizada, culminou na produção da cartilha
educacional.

A cartilha foi concebida com a intenção de ser mais um material didático, que
não tem a pretensão de esgotar o assunto, até porque o universo que delineia o
tema é extremamente vasto. A objetivo da sua produção, então, foi somar-se a
outros instrumentos de divulgação como ferramenta de uso pedagógico que
possa ser utilizada nas escolas de ensino fundamental e médio, afim de
contribuir para a sensibilização sobre a relevância das borboletas na natureza
como um agente polizador e bioindicador de equilíbrio ambiental, além, de
divulgar algumas curiosidades, onde surgiu e suas simbologias.

A intenção foi produzir nos alunos que fizerem uso desse material, e até mesmo
na escola que utilizar desse material didático uma visão de maior abrangência
da realidade sobre o porquê se deve preservar as borboletas para quando o
assunto vigente for a discussão sobre problemas ambientais, que elas possam
ser indicadoras para revelar como está o ambiente equilibrado ou não, buscando
uma educação mais humana e voltada preservação desse e de qualquer outro
ser vivo.

A cartilha cumpre, então o papel, de reunir um conjunto de informações


retratadas em textos curtos, linguagem simples, ilustradas com bastantes fotos
que facilita a compreensão do leitor, sem a qual, para se obter as informações
nela contidas, teria que acessar um rol de documentos técnicos já produzidos
sobre este assunto.

Para atender a esse propósito, tornou-se importante validar esse instrumento


pedagógico perante os alunos de uma Escola de nível fundamental, que após
ser feita uma contextualização para apresentação da cartilha, registrassem suas
impressões, através de registros tendo como referência um questionário com
perguntas que versaram sobre a adequação, o estilo de texto, facilidade de
32

compreensão das mensagens, linguagens e ilustrações do material didático. A


seguir, apresentam-se e discutem-se os resultados dessa validação.

Inicialmente foi feito um levantamento de quantos participantes iram participar


do teste de validação no sentido da obtenção dos dados suficientes e
necessários a inferir sobre a eficiência da cartilha, haja vista que nesses tempos
de pandemia tudo fica difícil obter colaboração em trabalhos dessa natureza.
Assim, obteve-se 20 (vinte) alunos, sendo 15 da escola David Roldi e 5 do Ifes-
Campus Santa Teresa.

A partir da aplicação do questionário, foram obtidos os seguintes dados:

Gráfico 1- Quantidade de alunos participantes.

Alunos da
25% Escola David
Roldi
Alunos do Ifes -
75% Campus Santa
Teresa

Fonte: autoria própria

Como pode ser observado pelo Gráfico 1, foram 75 % dos participantes foram
alunos da Escola David Roldi, localizada em São Roque do Canaã e 25% dos
participantes foram alunos do curso de agronomia do IFES Campus santa
Teresa.

Pergunta 1- Você considera que o material didático utilizado foi adequado em


relação aos objetivos do projeto?

Gráfico 2- Adequação da cartilha como material didático


33

Sim
100% Não
Em parte

Fonte: autoria própria

Os alunos participantes consideraram por unanimidade que a cartilha é


plenamente adequada em relação aos objetivos propostos pelo trabalho, pois
contempla informações e ilustrações que ajudar a entender a função e
importância das borboletas na natureza, lembrando que na contextualização
feitas pela graduanda de licenciatura e pela aluna da agronomia, incluía
contextualizar bem os objetivos do trabalho e consequentemente da cartilha.

Reportando-se à concepção de uma cartilha educativa, registra-se que sua


produção teve como base as recomendações para concepção e eficácia de
materiais educativos, de acordo com as características: conteúdo, linguagem,
organização, layout, ilustração, aprendizagem e motivação. Nesse sentido da
construção da cartilha pode-se ressaltar as palavras de Bacelar (2013) que:

As ilustrações nas cartilhas associada ao texto são úteis


porque: reproduz, em muito aspecto a realidade, facilita a
percepção de detalhes; reduz ou amplia o tamanho real dos
objetos representados; torna próximos fatos, lugares
distantes no espaço e no tempo e; permite a visualização
imediata de processos muito lentos ou rápidos (BACELAR,
2013).

Pergunta 2- A linguagem e as ilustrações contida na cartilha foram satisfatórias?

Gráfico 3- a linguagem e ilustrações da cartilha


34

Sim
100%
Não
Em parte

Fonte: autoria própria

Todos os participantes consideraram 100% que a cartilha está adequada em


relação aos objetivos propostos pelo trabalho, por apresentar informações e
ilustrações que ajudar a entender a função e importância das borboletas na
natureza.

Através dos dados coletados podemos considerar alguns pontos para saber se
o instrumento elaborado realmente tem algum propósito para a educação assim
como se achou os textos elaborados interessante, se foi possível para aluno
compreender o que se tratava aquele material produzido.

Pergunta 3- Quanto aos textos, você considerou, de modo geral interessante?

Gráfico 4- Quanto aos textos, você considerou, de modo geral interessante?

Sim
100%
Não

Fonte: autoria própria


35

Por unanimidade todos os alunos acharam todos os textos contido na cartilha


educativa interessantes, ou seja, está plenamente adequada para que os
participantes entendam o que se trata as borboletas.

Pergunta 4- Qualquer pessoa é capaz de compreender a cartilha?

Gráfico 5- Compreensão da cartilha

15%

Sim
Não
Em parte
85%

Fonte: autoria própria

Nesse ponto pode-se notar que houve mudança em relação de compreensão da


cartilha, de 100% dos participantes, por minoria 15 % não conseguiram
compreender o que estava escrito na cartilha, contudo os outro 85%
conseguiram entender bem o material.

A Cartilha é um recurso instrucional impresso, que serve como material de


estudo, facilita e fixa a aprendizagem. Facilita também a seleção dos conteúdos
de forma ordenada, a elaboração de Planos Instrucionais (instrumentos de
planejamento, que definem, em linhas gerais, objetivos a serem alcançados) e
determina os recursos instrucionais imprescindíveis para o treinamento
(Senar,2021). A cartilha além de ter seu recurso no modo impresso atualmente
se pode encontrar diversas cartilhas online com variados temas e assuntos onde
se pode aprender conteúdo de forma mais fácil do que em um livro didático, mas
será que é possível aprender conteúdos através de um recurso mais simples
como a cartilha.
36

Pergunta 5- Você conseguiu aprender algum conteúdo através da cartilha


educativa sobre as borboletas.

Gráfico 6- Foi possível prender algum conteúdo através da cartilha

10%

Sim
Não
Em parte

90%

Fonte: autoria própria

Neste ponto pode-se notar que quando se retrata em aprender algo, foi de fato
visto que 10% dos alunos entenderam a cartilha somente um pouco e não por
completa diferentes dos outros 90% que diz ter aprendido 100% dos conteúdos
trazidos dentro da cartilha que foi apresentado a eles.

Pergunta 6- Como você utilizaria está cartilha?

Gráfico 7- utilização da cartilha

Equilíbrio ambiental

15% Não sei


5%
Para o aprendizado sobre
10% 50% borboleta
Controle ambiental
20%

Quero ler um pouco todo


dia, as borboletas
chamam minha atenção

Fonte: autoria própria


37

Nesta pergunta é possível ver que os participantes deram diversas forma de


como eles poderiam utilizar a cartilha sobre as borboletas não somente para
preservação, mas também para controle ambiental, por chamarem a atenção,
para um aprendizado maior, ou não sabia como iria utilizar, mas com a maior
porcentagem foi a de equilíbrio ambiental. Quase todos os alunos poderão algum
dia utilizar este material para ensinar sobre o equilíbrio ambiental das borboletas.

Pergunta 7- Quais são os pontos fortes e fracos da cartilha:

Gráfico 8- Quais os pontos da cartilha

12
Boas ilustações
10
As borboletas
8

6 Imagens bem
explicativas
4 Cartilha perfeita

2
Não sei
0
Pontos Pontos Imagens que não
forte fracos precisavam aparecer
Fonte: autoria própria

Para saber mais o que os participantes acharam da cartilha foi feita uma
pergunta sobre os pontos forte e fracos do material, para saber o que poderia ter
sido feito para melhorar o material para ficar de acordo como seria o objetivo de
uma cartilha para seu aprendizado.

Em relação aos pontos fortes e fracos é possível ver que há muito mais pontos
fortes do que fracos, a cartilha foi de forma bem aproveita visto que os pontos
fortes se tratavam das ilustrações e textos descrito pelos alunos como perfeita.
Segundo Silva (2021) uma cartilha tem como significado:

A cartilha é um manual didático e um instrumento linguístico,


que descreve e instrumentaliza a língua (Silva, 2021).
38

No Brasil, a cartilha foi, desde a segunda metade do século XIX, material didático
fundamental para a iniciação dos brasileiros no mundo da escrita, para o acesso
a determinadas estruturas e funcionamentos da língua portuguesa como língua
nacional, para a construção de um imaginário sobre o que seja aprender a ler e
a escrever, conferindo uma identidade para os conhecimentos linguísticos, via a
construção discursiva de referentes, as operações de análise e de síntese, de
combinação e decomposição de palavras e frases; a construção em termos
lexicais, fonológicos e morfossintáticos de redes de memórias em que se fecham
espaços possíveis de interpretação, de derivas para sentidos outros
(Silva,2021).

As cartilhas chamadas de métodos construtivistas tendem a conter o ensino mais


claro e objetivo, pois trata o aluno como um ser pensante. Ou seja, levando-o a
pensar e agir por si próprio, esta cartilha não se preocupa com a perfeição da
ortografia, não se prende a escrita, e sim, com a interação no seu aprendizado,
sendo um aluno participativo e crítico (RIBEIRO, 2013).

Esse recurso didático tende a absorver e centralizar o trabalho de alfabetização,


na medida em que essa prática se encontra pautada e direcionada pela cartilha,
tornando duradoura a concepção de ensino de língua escrita que cristaliza e
neutraliza a linguagem, deslocando sua dimensão de interação, e construtivista
do conhecimento (RIBEIRO, 2013).
39

7 CONCLUSÃO

O trabalho de revisão bibliográfica elaborado se constituiu numa base


fundamental para o levantamento de um conjunto de informações que permite
concluir que a ordem Lepidóptera (borboletas) é muito importante para o
equilíbrio do meio ambiente.

Borboletas são muito utilizadas em estudos sobre conservação de habitats


degradados porque necessitam de plantas e habitats específicos para a sua
sobrevivência, e por essa razão são especialmente vulneráveis à degradação
ambiental, respondendo rapidamente às mudanças na vegetação e no clima
(ARAÚJO, 2009).

A partir da revisão que levantou essas e outras constatações, foi possível


organizar uma cartilha educativa que irá somar-se a outros instrumentos de
divulgação nas escolas, como ferramenta de uso pedagógico, acreditando-se
que possa contribuir para a sensibilização sobre a relevância das lepdópteras,
em especial, as borboletas na natureza. Para validação da eficiência e eficácia
da cartilha foi realizado um teste com os alunos da Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio David Roldi e Ifes –Campus Santa Teresa, onde foi
possível verificar sua aceitação como material educativo, além de contribuir para
os participantes, de forma significativa, ampliando o conhecimento de todos os
envolvidos a respeito da temática de que as borboletas têm um grande papel
fundamental para o equilíbrio ambiental.

Com os resultados do teste com os alunos participantes é possível concluir que


a mesma se mostrou eficiente como material educativo, pois revelou-se
adequada, principalmente por demonstrar concepção interessante, eficácia
como material educativo e mostrar-se adequada de acordo com as
características: conteúdo, linguagem, organização, layout, ilustração,
aprendizagem e motivação.

Para futuros trabalhos relacionados a borboletas pode-se fazer mais guias


referente a um município e destacar a espécies existentes ou criar dinâmicas
diferentes para ensinar equilíbrio ambiental junto com as borboletas
40

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44

APÊNDICES
45

Apêndice A- Lista das figuras de algumas espécies de borboletas

Papilionidae

Pieridae

Satyridae
46

Brassolidae
47

Nymphalidae
48

Apêndice B- APÊNDICE A- FORMULÁRIO DE VALIDAÇÃO

QUESTIONÁRIO DE VALIDAÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA SOBRE


LEPIDOPTERAS (BORBOLETAS)

Identificação do questionado

Área de atuação: ( ) aluno David Roldi ( ) Alunos da Agronomia

1. Você considera que o material didático utilizado foi adequado em relação aos
objetivos do projeto?

(A) Sim (B) Não (C) Em parte

2. A linguagem e as ilustrações contidas na cartilha foram satisfatórias?

(A) Sim (B) Não (C) Em parte

3. Quanto aos textos, você os considerou, de um modo geral, interessantes?

(A) Sim (B) Não (C) Em parte

4. Qualquer pessoa é capaz de compreender a cartilha?

(A) Sim (B) Não (C) Em parte

5. Você conseguiu aprender algum conteúdo através da cartilha educativa sobre


borboletas?

(A) Sim (B) Não (C) Em parte

6. Como você utilizaria está cartilha ?


49

7. Quais são os pontos fortes e fracos da cartilha?


50

Apêndice C- Cartilha educativa


51

Apresentação

Esta cartilha foi realizada como um dos resultados do desenvolvimento de


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Licenciatura em Ciências
biológicas do Institutto Federal de Ciência e Tecnologia, Campus Santa Teresa
e teve como suporte de informações uma revisão bibliográfica sobre a
importância das borboletas (lepidóptera) no Meio Ambiente.

Trata-se de um materia didático que não tem a pretensão de esgotar o assunto,


até porque o universo que delineia o tema é extremamente vasto. O objetivo da
sua produção, então, é somar-se a outros instrumentos de divulgação como
ferramenta de uso pedagógico que possa ser utilizada nas escolas de ensino
fundamental e médio afim de contribuir para a sensibilização sobre a relevância
das borboletas na natureza como um agente polizador e bioindicador de
equilíbrio ambiental, além de divulgar algumas curiosidades, onde surgiu e suas
simbologias.

A cartilha cumpre, então o papel, de reunir um conjunto de informações


retratadas em textos curtos, linguagem simples, ilustradas com bastantes fotos
que facilita a compreensão do leitor, sem a qual, para se obter as informações
nela contidas, teria que acessar um rol de documentos técnicos já produzidos
sobre este assunto.
52

SIMBOLOGIAS DAS BORBOLETAS NAS DIFERENTES CULTURAS

De acordo com sua etimologia a palavra borboletas vem da língua indígena e


são denominadas panapanás ou panapanãs cuja origem vem da língua indígena
tupi: panapa'ná. O nome "Borboleta" deriva de "belbellita", do latim: belo, bom.
Elas fazem parte da ordem Lepidoptera e são pertencentes das famílias
Hesperioidea e Papilionoidea, que formam o grupo "Rhopalocera" da classe
Insecta.

Figura 1 Hesperioidea e Papilionoidea

Segundo algumas crenças as borboletas apresentam várias simbologias,


representações e significados, em diversas culturas e variados povos.

Por ser uma criatura que passa por uma metamorfose (as fases do ciclo de vida)
para virar borboleta, muitos dos sentidos de sua simbologia vão estar atrelados
à sua transformação. Alguns desses sentidos observados através das borboletas
são: o despertar do ser; a renovação na forma de pensar, a forma de sentir e
agir; a fase de transformação da existência; o despertar da potencialidade do
ser; para algumas religiões é um símbolo da reencarnação que na visão
espiritual representa o desenvolvimento da alma.
53

Algumas das culturas antigas viam a borboleta como um símbolo de mensageira


celestial. As mensagens que as borboletas trazem estão associadas ao
significado de suas cores as quais existem diversas tonalidades diferentes.

Segundo Maria Helena as diferentes borboletas trazem uma simbologia em que


suas cores emitem uma mensagem para aquele dia em que se viu a tal borboleta
colorida. Algumas dessas mensagens emanam os seguintes significados (
HELENA,2018):

 Borboleta Branca - paz, leveza, serenidade, diz-lhe que tudo vai correr
bem;
 Borboleta Amarela - representa a renovação, anuncia mudanças e ventos
favoráveis;
 Borboleta azul - simboliza a evolução e o crescimento, podendo anunciar
novidades positivas no campo profissional ou familiar;
 Borboleta colorida - traz alegria e felicidade.
 Borboleta preta - esta é a menos auspiciosa. Os antigos acreditavam que
ver uma borboleta preta anunciava uma morte ou uma separação
dolorosa.

Figura 2- As borboletas e suas diferentes cores

Para cada povo existe uma forma diferente de referenciar e caracterizar o que
significa a borboleta alguns deles são:

 Na mitologia grega, a alma é representada pela borboleta.


 No Japão, a gueixa é simbolizada pela borboleta.
54

 No mundo sino-vietnamita (China e Vietnã) a borboleta é expressão de


longevidade.
 Nas Antigas Civilizações Astecas e Maias, a borboleta simbolizava o deus
do fogo Xiutecutli (conhecido também por Huehueteotl), cuja
representação de sua imagem contém um emblema peitoral de uma
borboleta de obsidiana (rocha vulcânica preta), como símbolo de poder
divino.
 Para os Balubas e os Luluas do Kasai, do Zaire central, a borboleta e seu
ciclos estão associados às fases do ser humano e das etapas de
experiência da alma.
 Os iranianos e alguns povos turcos da Ásia central, acreditam que almas
desencarnadas visitam o mundo dos vivos, utilizando a forma de
borboleta.
 Na mitologia irlandesa, a borboleta simboliza a alma livre da prisão do
corpo físico e da matéria.

Figura 3 O símbolo da borboleta na representando a alma

O ciclo de desenvolvimento de vida e sua função

Muitas pessoas pensam que as borboletas nascem como borboletinhas filhotes,


outras acreditam que elas nascem de uma folha que se transformou em lagarta.
Na verdade, elas nascem de ovos.

O principal objetivo de uma borboleta é a reprodução e manutenção de sua


espécie para outros fins como o de equilíbrio na natureza. Mas sabe-se que ela
não tem consciência disso.
55

Dizemos que o ciclo de vida das borboletas é formado por quatro fases.

A primeira é a fase de ovo – os ovos são colocados sobre folhas pela borboleta
fêmea adulta, após ter se acasalado com a borboleta macho da mesma espécie.
Os ovos são de diversas formas e colorações dependendo da fase de
desenvolvimento. Geralmente, tem preferência pelas plantas-alimento para o
desenvolvimento de suas lagartas.

Figura 4- fase ovo do ciclo

A segunda fase é quando os ovos que estavam depositados na planta-alimento


se transformam em lagartas, que podem viver alguns meses e se alimentar de
um ou de vários tipos de plantas. Há diferença no tipo de alimentação da larva
(plantas) e borboletas adultas (néctar, frutas...). Isso permite que larvas e adultos
coexistam, sem que se esgotem os recursos naturais da região. Durante essa
fase elas são comedoras vorazes, elas se alimentam de plantas e vão
acumulando a energia até que esta seja suficiente para que possa passar para
sua nova fase de desenvolvimento.

Figura 5- fase de lagarta do ciclo

A terceira fase é quando aos poucos as lagartas param de se alimentar e ser


transformam em pupas. A pupa é a terceira fase, onde as lagartas se encontram
56

em repouso, envolvidas por fios de seda. Ao atingir a fase de pupa (crisálida) a


larva constrói de fato o casulo.

Figura 6- fase de pupa do ciclo

E a quarta e última fase é após algumas semanas as pupas (casulo) se abrem e


delas saem as borboletas adultas já totalmente formadas para um novo cicio de
reprodução. De cada pupa pode sair uma borboleta macho ou uma borboleta
fêmea, que novamente vão se encontrar, acasalar e colocar mais ovos sobre as
folhas. No momento em que saem das pupas, as borboletas são muito frágeis e
não devem ser tocadas ou espantadas, deve se esperar horas até que as suas
asas úmidas e encolhidas endureçam para se adequarem ao voo até que suas
asas estejam perfeitamente esticadas.

Figura 7- fase final borboleta formada

Caracterização das borboletas no mundo

A ordem Lepidoptera é composta pelas borboletas e mariposas, insetos


holometábolos (possuem uma metamorfose completa), em geral mastigadores
de material vegetal no estágio larval e sugadores de líquidos (néctar, seiva, água
enriquecida, material orgânico em putrefação) na fase adulta. Os adultos
57

normalmente possuem seis pernas e dois pares de asas revestidas de escamas,


variando em envergadura das asas de menos de 5,0 mm a mais de 30 cm, com
duração da fase adulta variando entre um dia a um ano.

As borboletas podem ser separadas basicamente em duas guildas que na


ecologia significa um conjunto de espécies ou indivíduos que vivem de um
mesmo tipo de recurso, explorando-o de forma similar. Essencialmente, é um
agrupamento que tem como base a similaridade no uso de recursos pelas
espécies quando considerado o modo de alimentação dos adultos:

1) guilda das nectarívoras, composta pelas famílias Papilionidae, Pieridae,


Lycaenidae, Hesperiidae, Riodinidae e algumas subfamílias de Nymphalidae
(que inclui algumas espécies de Ithomiinae, Cyrestini, Apaturinae e Limenitidinae
que são eventualmente capturadas com iscas fermentadas);

Figura 8 Cyrestini

2) guilda das frugívoras, representada principalmente por espécies da família


Nymphalidae, subfamílias: Satyrinae, Brassolinae, Morphinae, Charaxinae,
Biblidinae e pela tribo Coeini (Nymphalinae). Ao final da cartilha haverá as fotos
de cada família das borboletas.

Figura 9 Charaxinae
58

No Brasil, há aproximadamente 335 espécies descritas de ninfalídeos frugívoros,


com 11 espécies ameaçadas segundo Lewinsohn, sendo cerca de 20 mil
espécies registradas para o mundo e para a Amazônia são pelo menos 1.800
espécies descritas.

As borboletas são divididas em dois grupos quanto ao hábito alimentar dos


adultos, que pode ser nectarívoras quando se alimentam de néctar ou pólen
das flores e frugívoras quando se alimentam de fruta fermentada e seiva de
plantas.

A diversidade de borboletas na cidade de Santa Teresa, Espírito Santo, é grande


e consiste na comunidade mais rica da mata atlântica, com um total de 769
espécies registradas entre os anos de 1965 e 2000 (BROWN JR & FREITAS
2000a).

A lepidopterofauna de Santa Teresa inclui onze espécies de borboletas nas listas


estaduais e brasileiras, dos animais ameaçados de extinção e outras 20 espécies
indicadoras, raras e restritas os ambientes da região. As diferenças na
diversidade entre habitats podem ser atribuídas à variedade de condições
apropriadas para as borboletas, o que inclui fonte de néctar, água, lama,
incidência de luz e além da conectividade entre áreas de mata e jardins
cultivados (BROWN JR & FREITAS, 2000a),

Pesquisa realizada indica para o Brasil, as famílias Lycaenidae, Hesperiidae e


Nymphalidae, respectivamente, as três mais ricas em espécies, sendo que,
alguns grupos da Família Nymphalidae são, usados com indicadores de
ambientes.

Em um total de 10.000 hectares de vegetação variada na Serra do Japi, Estado


de São Paulo, a diversidade e abundância de borboletas foram registradas mais
de 800 espécies de todos os tamanhos e cores, especialmente vistas nos meses
de verão e outubro, quando se juntam em lugares úmidos, no chão, flores de
Eupatorium, Mikania, Vernonia e Euphorbia (BROWN & FREITAS (1999).
59

Figura 10-A – Flor de Eupatorium, B- Mikania, C- Vernonia, D- Euphorbia

Diferenciações entre borboletas e mariposas

Borboletas e mariposas (as bruxas) fazem parte de uma mesma ordem de


insetos chamados lepidópteros – este nome significa asas que têm escamas,
por isso soltam aquele “pó” quando são seguradas ou contidas. Este pó que
elas soltam pode provocar alguma irritação nos olhos e nariz, mas não causam
cegueira.
Em geral, as borboletas são mais ativas durante o dia, são mais coloridas,
muitas delas pousam elevando as asas sobre as costas. Estas são algumas
características comuns, mas existem muitas espécies de borboletas que não se
enquadram em nenhum destes tipos.

Muitas vezes algumas borboletas podem ser vistas tomando sol, mantendo as
asas esticadas e abertas. Suas cores vão do branco aos tons mais escuros,
sendo menos vistosas. São ativas durante a noite e facilmente atraídas pela luz
das casas e postes.

Figura 11- diferença entre borboleta e mariposa

Uma diferença interessante é em relação a velocidade do vôo, as borboletas


podem voar até 20 km/h, enquanto as mariposas podem voar até 40 km/h.
Muitas pessoas pensam que as mariposas apresentam apenas cores opacas e
até usam isso para identificá-las. Mas, algumas mariposas são tão coloridas
quanto as borboletas e por isso são confundidas com elas.
60

Figura 12 Mariposa Luna

As antenas são uma boa forma de se identificar o lepidóptero observado. As


mariposas têm as antenas mais curtas, grossas e de aparência peluda, enquanto
as borboletas geralmente têm as antenas mais longas, de aparência lisa, tendo
as extremidades arredondada.

Como as lepidopteras são usadas na agricultura

Os lepidópteros possuem uma importância ecológica, econômica e médica.


Como qualquer ser na natureza, fazem parte da cadeia ecológica seja como
imaturo ou adultos. As lagartas servem de alimentos para insetos predadores e
parasitas, aranhas e até vertebrados como pássaros, sapos, lagartos, roedores.

Realizam também a polinização quando sugam o néctar das flores e carregam


pólen de uma flor para outra. Esses insetos parasitas e predadores, bem como
as bactérias, fungos e vírus são altamente usados no controle biológico de
pragas.

Os casulos do bicho-da-seda asiático, com fio contínuo, dão a seda natural. A


criação dessas mariposas chama-se sericicultura. A planta-alimento das lagartas
é a amoreira. O bicho-da-seda brasileiro é a mariposa Rothschildia spp., o fio é
descontinuo. Está sendo estudada para a produção de seda. As borboletas em
geral não trazem danos a agricultura, mas sim ajudam na polinização de muitas
plantas. O que causa danos a plantação é a forma de lagarta, quando estas
eclodem dos ovos e se alimentam de folhas das plantas cultivadas (SOUSA,
2018).
61

Figura 13 Rothschildia spp

Importâncias da preservação das borboletas

Os insetos são um importante elo entre os produtores e os consumidores, sendo


fundamental no fluxo de energia dos ecossistemas terrestre e aquático, além de
terem extrema importância na polinização das flores (Rede globo ecologia,2011).

Esses organismos também são importantes do ponto de vista econômico, pois


através da polinização das plantas tornam possível a existência de produtos
agrícolas.

Os pesquisadores estão cada vez mais buscando meios de interpretar os sinais


da natureza em reação às ações humanas que vem cada vez mais causando
impactos no meio ambiente. Descobriu-se que as borboletas são um importante
bioindicador para que isso aconteça. Isso porque, alguns dizem que a presença
de borboletas em certos locais pode indicar o grau de impacto ambiental
provocado.

A presença de certas espécies de borboletas pode refletir o que está


acontecendo no ambiente. É o que chamamos de bioindicadores: Observar
quantas espécies aparecem, se são abundantes, se ocorrem durante todo o ano
ou só em alguns meses, onde estão ocorrendo, se estão aparecendo espécies
que não eram vistas anteriormente. Estas observações podem indicar o quanto
uma área está sendo alterada, naturalmente ou pela ação do homem.

Sua presença pode indicar uma continuidade de sistemas frágeis e comunidades


ricas em espécies, e sua ausência uma perturbação, fragmentação ou
envenenamento forte demais para manter a integridade dos sistemas e da
paisagem. Algumas espécies de borboletas, como a Monarca e a Bela-dama,
62

migram longas distâncias, podendo chegar a 4.800 km. A migração das


borboletas contribuem, em grande parte, com a polinização e, dessa forma,
contribui para formação da vegetação paisagem (NEW et al, 1995; BROWN JR,
1996; BROWN JR & HUTCHINGS, 1997; BROWN JR & FREITAS,1999)..

Figura 14- Borboleta Monarca e Bela-dama

Fotos de espécies de borboletas as cinco famílias das guildas de


nectaríferos e frugívoros

Família Papilionidae

Família Pieridae

Família Satyridae
63
64

Família Brassolidae

Família Nymphalidae
65

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