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17/02/2022

1. A Psique
Na Psicologia Junguiana, a personalidade como um todo é denominada Psique.
Essa palavra latina originalmente significa “espírito” ou “alma”, tendo, porém, nos
tempos modernos, passado a significar “mente”, como em Psicologia, a ciência da
mente. A psique abrange todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos tanto
conscientes quanto inconscientes. Funciona como um guia que regula e adapta o
indivíduo ao ambiente social e físico. “A psicologia não é biologia nem fisiologia, nem
qualquer outra ciência: é apenas esse conhecimento da psique”.
O conceito de psique sustenta a ideia primordial de Jung de que uma pessoa, em
primeiro lugar, é um todo (Para Jung o ser humano nasce como um todo, não como um
ser fracionado, e então o homem passa a se descobrir aos poucos e aceitando-se como
um todo, para ele nós buscamos a vida toda buscando compreender esse todo). Não
uma reunião de partes, cada uma das quais foi sendo acrescentada pela experiência e
pelo aprendizado, do mesmo modo como poderíamos mobilizar uma casa peça por
peça. Esse conceito de um todo original da personalidade talvez parece óbvio se não
fosse o fato de muitas teorias psicológicas afirmarem, ou implicarem que a
personalidade do homem vai sendo adquirida aos poucos e que somente mais tarde,
quando isso chega a acontecer, parece um tipo qualquer de unidade coerente e
organizada (Jung vê a psique e o ser humano como um todo). De modo explícito, Jung
rejeita tal concepção fragmentária da personalidade. O homem não luta para se tornar
um todo; ele já é um todo, ele nasce como um todo. O que lhe cabe fazer durante a
existência, afirma Jung, é desenvolver esse todo essencial até levá-lo ao mais alto grau
possível de coerência (Jung buscava fazer com que o paciente olhasse no que estava
inconsciente e pudesse chegar na individualização, que seria o processo total de
evolução, o autoconhecimento), diferenciação e harmonia, e velar - observar - para que
ele não se fracione em sistemas separados, autônomos e conflitantes. O trabalho de
Jung como psicanalista consistia em ajudar os pacientes a recuperar a unidade perdida
e a fortalecer-lhes a psique para que ela pudesse resistir a qualquer futuro
desmembramento (podem se distinguir três níveis da psique que são eles: a
consciência, o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo).

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