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Raiva

www.cfmv.gov.br/folder-todos-juntos-contra-a-
raiva/comunicacao/publicacoes/2020/08/03/#2

Prof. : Elayne Cardoso de Vasconcelos.


www.paho.org/pt/campañas/dia-mundial-contra-rabia-2020
Definição

Enfermidade infecto-contagiosa aguda, quase


sempre fatal, caracterizada principalmente
por sinais nervosos, ora representados por
agressividade, ora por paresia e paralisia.
Casos de Raiva humana segundo espécie
animal de agressor, 1986-2023*, Brasil

Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/raiva-humana
Número de casos de raiva animal em
cães e gatos, Brasil, 2002 a 2022*

Fonte: SVS/MS. Atualizado em 20/04/2023


Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/raiva-animal
A raiva em herbívoros tem sido notificada em
todos os estados e já registra 50.944 casos de
1999 até julho de 2022.
No ano de 2021, foram registrados no Brasil
661 casos de raiva, destes 642 em ruminantes.

(17%)
Demais estados apresentaram
(14,3%)
menos de 10% de casos.
(10,1%)

Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/raiva-animal
Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/arquivos-2023/atualizacoes-16-05-2023/tabela-6_2022.pdf
Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/arquivos-2023/atualizacoes-16-05-2023/tabela-6_2022.pdf
Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/arquivos-2023/atualizacoes-16-05-2023/tabela-6_2022.pdf
Fonte: www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/arquivos-2023/atualizacoes-16-05-2023/tabela-6_2022.pdf
História

Aristóteles, mordedura de cães “hidrófobos”


Causas originárias da raiva canina

Alimentos muito quentes, privação de água,


falta de satisfação do instinto sexual,
excitação nervosas intensas.

Zinke (1804), infecciosidade da saliva,


inoculando-a em cães sadios;
Gruner e Salm (1813), raiva em herbívoro;
História

Magendie e Breschet (1813), só uma


enfermidade raiva do homem e do cão;
Galtier (1879), capacidade contagiosa do tecido
nervoso;

Pasteur e cols. (1881 e 1889), centros nervosos


que continham o vírus;

Adaptava de tal forma ao SNC;


Desenvolvimento de métodos de imunização
anti-rábica;
História

Negri (1903), diagnóstico da doença;


observou em neurônios as inclusões.
Goldwasser & Kissling (1958), identificação do
vírus da raiva
Etiologia

Ordem: Mononegavirales
Família: Rhabdoviridae,
Gênero: Lyssavirus
Morfologia: Projétil
Vírion:Dupla Membrana
Fosfolipídica
Espículas Glicoprotéica
Nucleocapsídeo:Helicoidal
RNA
home.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/2004/Raiva.htm
Etiologia
Técnicas de biologia molecular
Utilização de anticorpos monoclonais (Mabs)
Desde 1996 a Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS)
Projeto para o estudo da epidemiologia molecular
do vírus da raiva isolado nas Américas e no
Caribe, que incluía a utilização de um painel de
anticorpos monoclonais cedido pelo Centers for
Disease Control and Prevention (CDC),
Atlanta, EUA.
Etiologia

Associar alguns reservatórios a variantes


antigênicas conhecidas do vírus da raiva.

Variante 2,
Cão, também isoladas de humanos e animais
silvestres;
Variantes 3,
Desmondus brasiliensis, também isolada de outras
espécies de morcegos, animais de companhia,
domésticos, silvestres terrestre e humanos;
Etiologia

Variante 4,
Tadarida brasiliensis, também isolada de outras
espécies não hematófogas e animais de
companhia;
Uma variante semelhante à variante 5,
Também relacionadas a isolamentos de morcegos
hematófagos em outros países, isolada de
morcegos não hematófagos e em animais de
companhia;
Etiologia

Variante 6,
Lasiurus cinereus, isolada de morcegos insetívoro
e um perfil que mostra reações positivas a todos
os Mabs utilizados, observada em amostras de
morcegos não hematófago, cão e humano.
Resistência

Pouco resistente à dessecação, a luz e ao calor,

T 80ºC em 2 minutos,
Luz solar, em 14 dias, a 30ºC.

Resistentes ao frio (congelamento resiste vários


anos)
Agentes químicos
Bastante sensível aos desinfetantes

Formaldeído possui bom efeito inativador


Receptividade e Susceptividade
Todos os mamíferos;
Diferenças em termos de susceptibilidade

Resistência

Alta Média Baixa


Cães Domésticos
Aves Cães Selvagens
Gatos
Bovinos
Gambás Cavalos
Ovinos
Caprinos
Primatas
Homem
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/416-2.pdf
Transmissão
Mamíferos domésticos
Cães, gatos

Mamíferos silvestres
Morcego (Desmodus rotundus ),
Sagüis (Callithrix jachus),
Raposas (Vulpes vulpes),
Coiotes (Canis latrans),
Lobos (Canis lupus),
Raposas-do-ártico(Alopex
lagopus),
Guaxinins (Procyon loton)
Morcegos hematófagos

Morcegos hematófagos, (A) vampiro-comum (Desmodus rotundus),


vampiro-de-asas-brancas (Diaemus youngi) e vampiro-de-pernas-peludas
(Diphylla ecaudata).

www.researchgate.net/figure/FIGURA-11-Morcegos-hematofagos-A-vampiro-comum-Desmodus-rotundus_fig8_303837222
Transmissão

cão
transmissor raiva urbana
Morcego
transmissor raiva rural
Animais silvestres (lobos, raposas, gambás)
reservatórios
Reservatório do vírus da raiva
raposa

guaxinin
meusanimais.com.br/raiva-em-animais-selvagens/

www.correiodamanhacanada.com/sobem-os-casos-de-raiva-com-65-animais-
infetados-em-hamilton/

lobo
meusanimais.com.br/raiva-em-animais-selvagens/
Reservatório do vírus da raiva
Morcego
frutívoros

Morcego
polinívoros

escolakids.uol.com.br/ciencias/morcegos.htm

Morcego insetívoros

escolakids.uol.com.br/ciencias/morcegos.htm

casadosmorcegos.wordpress.com/biologia/alimentacao/
Modo de Transmissão

Mordida
Aerossóis
Transplante córnea e órgãos infectados
Contaminação das mucosas

www.gentedeopiniao.com.br/colunista/montezuma-cruz/se-o-morcego-atacar-chame-o-governo
Modo de transmissão

Mordida morcego hematófago no homem

edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5030916/mod_resource/content/0/Aula_Raiva_2019.pdf
Epidemiologia

www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2020/01/SeminarioSPV-Belem_AlbertoBegot.pdf
Epidemiologia

HOMEM

ANIMAIS
DOMÉSTICOS

ANIMAIS SILVESTRES

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/416-2.pdf
Biologia do morcego hematófago

Desmodus rotundus
Suga 30 a 50 ml de sangue em cada fineartamerica.com/featured/vampire-
bat-desmodus-rotundus-portrait-

repasto; michael-patricia-
fogden.html?product=beach-towel

Volta na noite seguinte;


Adoece e morrem em 5 a 7 meses ou podem não
morrer .
Neuroesterilização

Reservatórios e transmitir a raiva


Patogenia da raiva silvestre

1- Um animal ou pessoa é mordido por um morcego


hematófago ou outro animal que esteja eliminando
vírus;
2- O vírus rábico é inoculado pela saliva contendo
partículas virais;
3- o vírus se difunde através os nervos até a
medula;

4- a incubação do vírus no corpo do animal é de


aproximadamente de 3 a 12 semanas;
Patogenia da raiva silvestre

5- Quando os vírus chega ao cérebro, sua


multiplicação é muito rápido, passa para as glândulas
salivares e o animal começa a eliminá-lo pela saliva

6- Os animais normalmente morre dentro de 7 dias


após início dos sintomas
Patogenia

www.dgav.pt/wp-content/uploads/2021/04/Plano_contingencia_Raiva_nov-2020.pdf
Sinais clínicos

Período incubação variável


Quantidade de vírus
Fatores individuais

Três tipos clínicos de raiva nos animais domésticos:

Raiva furiosa
Raiva paralítica
Raiva muda ou atípica
Sinais clínicos

Distúrbio de comportamento;
Parada da mastigação e deglutição;
Depressão ou agressividade;
Relaxamento dos esfíncteres;
Paresia e paralisia;
Decúbito lateral;
Coma e morte.
Sinais clínicos
Paresia e paralisia

ww3.panaftosa.org.br/Comp/MAPA/29794.pdf
ww3.panaftosa.org.br/Comp/MAPA/29794.pdf
Sinais clínicos

Decúbito lateral

Opistótono

Pedalagem
ww3.panaftosa.org.br/Comp/MAPA/29794.pdf
Sinais clínicos

Caprinos:
Depressão sem respostas a estímulos,
cegueira

ww3.panaftosa.org.br/Comp/MAPA/29794.pdf
Profilaxia

Vacinação
Quarentena, acompanhado de vacinação dos
animais importados;

Imunoprofilaxia
Imunidade passiva
Imunoglobulina anti-
rábica, persiste, no
máximo por apenas 21
dias.
www.saogoncalo.rj.gov.br/sao-goncalo-vacina-caes-e-gatos-contra-raiva/
Medidas de Controle

Controle populacional
Desmodus rotundus
anti-coagulante
www.to.gov.br/secom/noticias/equipes-reforcam-controle-de-

Método seletivo:
morcegos-que-causam-raiva-em-rebanhos/4btovvkunt6w

Direto
Indireto

Hemorragia causada pela intoxicação


por warfarina em Desmodus rotundus
(Foto: Silvia B. Silva) www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-
herbivoros-e-eeb/MANUAL_RAIVAHERBVOROS2009.pdf
Medidas de Controle

www.tricurioso.com/2019/05/25/por-que-os-morcegos-gostam-de-viver-
em-cavernas/

terrasubespeleo.blogspot.com/2009/11/o-lado-b-da-espeleologia.html
Medidas de Controle
Aplicação de
pasta
vampiricida
nos
ferimentos do
animal. (Fotos:
Rogério S.
Piccinini)

Aplicação de pasta vampiricida


nos ferimentos do animal.
(Fotos: Rogério S. Piccinini

Desmodus rotundus se alimentando


em ferimento tratado com pasta
vampiricida (Foto: Rogério S.
Piccinini).

/www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-
eeb/MANUAL_RAIVAHERBVOROS2009.pdf
Medidas de Controle

amazoniareal.com.br/especialista-faz-alerta-para-o-uso-de-veneno-em-morcegos-no-rio-unini/
Medidas de Controle

Educação sanitária na área animal


Promoção da saúde animal, humana e do meio
ambiente,

Conscientização e do consequente
comprometimento de todos os segmentos da
cadeia produtiva e da sociedade em geral.

Utilizados técnicas, recursos e meios de


comunicação
Medidas de Controle
a) comunicar ao Serviço de Defesa Sanitária Animal
mais próximo da sua propriedade sobre a suspeita
de raiva ou sobre a espoliação produzida por
morcegos hematófagos em animais na sua
propriedade ou região;
b) vacinar o rebanho;
c) aplicar substância vampiricida ao redor das
lesões recentes nos herbívoros, provocadas por
morcegos hematófagos;
d) comunicar a morte dos animais aos médicos
veterinários dos serviços oficiais.
Raiva humana – Manifestações clínicas

www.sanarmed.com/resumo-sobre-raiva-humana-completo-sanarflix
O pernambucano Marciano Menezes da Silva, de 24 anos, que
é morador de Floresta, no Sertão de Pernambuco, foi o
primeiro brasileiro e o terceiro no mundo a ser curado da
raiva humana. O jovem foi contaminado em 2008, quando tinha
apenas 16 anos e foi mordido por um morcego hematófago
contaminado.

Fonte: www.folhape.com.br/noticias/pernambucano-foi-o-primeiro-caso-de-cura-de-raiva-humana-no-brasil/32794/
Raiva humana – Primeira Cura de Raiva
Humana no Brasil

Paciente: 16 anos, sexo masculino:


Floresta – PE
Mordedura no tornozelo por
morcego hematófago
Início de sintomas: 06 de
outubro, 2008
Período de incubação: 29 dias
Recebeu 5 doses de vacina (4 antes de iniciar
sintomas)
Positivo: 22 de outubro, 2008
Protocolo de Willoughby, criado pelo
norteamericano Rodney, em 13 de out. 2008.
Legislação

Desde 1966, Divisão de Defesa Sanitária Animal,


Plano de Combate à Raiva dos Herbívoros,

Programa Nacional de Controle da Raiva


dos Herbívoros (PNCRH)

Visa ao efetivo controle da ocorrência da Raiva


dos Herbívoros no Brasil e não à convivência com
a doença.
Legislação

Meio da vacinação estratégica de espécies


susceptíveis;
Controle populacional de seu principal transmissor,
Desmodus rotundus,
associados a outras medidas profiláticas e de
vigilância, como a educação sanitária.
Adagri realiza ações de saneamento de focos de raiva dos herbívoros
8 de fevereiro de 2022 - 10:50 #Morcegos #RaivaDosHerbívoros

Os auditores fiscais agropecuários da Adagri, realizaram em janeiro


deste ano, ações de saneamento de focos de raiva em herbívoros no
município de Madalena, no Sertão de Canindé

Fonte: www.adagri.ce.gov.br/2022/02/08/adagri-realiza-acoes-de-saneamento-de-focos-de-raiva-dos-herbivoros/
População das cidades Produtores Rurais

escolas públicas, postos de Saúde, Faculdades


de Medicina Veterinária, estações de ônibus e
em lugares de grande circulação de pessoas.
www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/material-educativo-e-
comunicacao-de-risco
Produtores Rurais Produtores Rurais

www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/material-educativo-e-
comunicacao-de-risco

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