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Introdução
Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. é uma espécie encontrada em vários
estados do Brasil, de Mato Grosso a Minas Gerais. Trata -se de uma árvore que
ocorre principalmente em cerrados e matas de galerias, com germinação de
sementes ocorrendo de 7 a 20 dias (Salomão et al., 2003). Em Mato Grosso, a
espécie é conhecida popularmente como ipê -amarelo, paratudo e ipê-amarelo-do-
cerrado. As árvores são utilizadas para ornamentação, construção civil e como
recurso medicinal. Como a planta é bem adaptada a terrenos secos, essa espécie
também é útil para plantios em áreas degradadas de preservação permane nte
(Lorenzi, 2002; Guarim -Neto e Morais, 2003).
A necessidade crescente de mudas com características desejáveis e
resistência às condições adversas exige dos viveiristas a formulação de substratos
adequados, que propiciem um controle de qualidade eficiente e seguro,
principalmente para as espécies nativas (Salomão et. al., 2003). Assim, o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a germina ção da semente de T. ochracea em
diferentes substratos, desenvolvimento inicial e sobrevivência das plântulas.
Material e Métodos
A pesquisa foi conduzida na cidade de Cáceres/MT. As sementes foram
coletadas em setembro de 2008 no perímetro urbano em Cáce res/MT. Uma amostra
de sementes (n=100) foi levada ao laboratório para um teste preliminar de
germinação. Estas foram dispostas sobre uma camada dupla de papel germiteste
em placas de Petri com dez repetições contendo dez sementes. Aos 30 dias foram
observados 82% de germinação.
Em viveiro, foram testados os seguintes substratos: C - areia; S1 - substrato
comercial; S2 - areia + terra preta + substrato comercial (1:1:1); S3 - substrato
comercial + palha de arroz não carbonizada (1:1); S4 - substrato comercial + pó de
serra curtido (1:1) em um delineamento experimental inteiramente casualizado com
cinco tratamentos, cinco repetições e dez vasos por parcela contendo uma semente.
As sementes foram semeadas a 1 cm de profundidade em vasos plásticos de 200
mL sob sombrite 50%. As regas e coleta de dados foram feitas diariamente, no
período da manhã. Foram calculados emergência (%E), velocidade de emergência
(EG), índice de velocidade de emergência (IVE) conforme Borghetti e Ferreira (2004)
e os dados de altura das plântulas (AP - cm) e a quantidade de folhas por plântula
(QFP) foram tomados aos 30 dias.
O transplante das plântulas foi realizado 60 dias após a semeadura, em um
substrato elaborado com terra de cerrado + esterco de galinha (3:1) e seguindo as
recomendações para as condições de cultivo propostas por Cunha (2005). Aos 120
dias, foi avaliada a sobrevivência (%S) das mudas.
Resultados e Discussão
A emergência das plântulas foi observada a partir do quarto dia do ensaio e
sete dias após a semeadura já era possível visualizar as diferenças entre os
substratos testados. O aspecto das plantas em viveiro é apresentado na Figura 1 .
No viveiro, os substratos S1, S3 e S4 tiveram desempenho superior aos 82%
observados no laboratório. Os valores médios de %E aos 30 dias, VG e IVG para os
diferentes substratos são apresentados na Tabela 1.
Tabela 2. Altura das plântulas (AP) e quantidade de folhas por plântula (QFP) aos 30
dias e sobrevivência (%S) de plântulas de T. ochracea, 120 dias após a semeadura.
Referências Bibliográfic as
BORGHETTI, F.; FERREIRA, A.G. Interpretação de resultados de germinação. In:
Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004, p.209 -222.
CUNHA, A.O.; ANDRADE, L.A.; BRUNO, R.L.A. et al. Efeitos de substratos e das
dimensões dos recipientes na qualidade das mudas de Tabebuia impetiginosa (Mart.
Ex d.c. Standl). Revista Árvore, v.29, n.4, p.507 -516, 2005.