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Estudo de Ruptura de Barragens

utilizando o HEC-RAS 2D
Lorêdo Vianini Neto
loredo.Vianini@gmail.com
Loredo.Vianini@pimentadeavila.com.br
(31) 99265-2610
Dados de entrada para modelagem de ruptura de barragens
no Hec-Ras 2D:
• Modelo Digital do Terreno (MDT);
• Hidrograma de ruptura ou dados da barragem e do reservatório
Opção 1: O Hidrograma de ruptura pode ser obtido no HEC-HMS
Dados necessários para obtenção do Hidrograma de ruptura no HEC-HMS:
o Curva cota-volume do reservatório (definição do volume que será desprendido do reservatório);
o Curva de Descarga do sistema extravasor (cenário de dia chuvoso);
o Dados da Barragem: Cota da Crista; cota do fundo da brecha (terreno); largura da barragem; geometria do terreno
no eixo da barragem;
o Geometria e tempo de formação da brecha;
Opção 2: O Hidrograma de ruptura pode ser obtido no próprio Hec-Ras:
Dados necessários para obtenção do Hidrograma de ruptura no HEC-RAS:
o Curva cota-volume do reservatório ou MDT primitivo;
o Curva de Descarga do sistema extravasor (cenário de dia chuvoso);
o Dados da Barragem: Cota da Crista; Fundo da Brecha (terreno); Volume propagado do reservatório;
Critério de parada da modelagem hidráulica
• Finlândia: 50 km;
• Canadá (alguns estados): 3 horas para chegada da frente da onda;
• GRAHAM (1998) sugere 30 km;
Experiência norte-americana (com base em 23 rupturas de
barragens 1960 a 1997 que resultaram em 318 vítimas mortais):
• 50% das vítimas até 4,8 km;
• 99% das vítimas até 24 km;

(ANA, 2015)
Critério de parada da modelagem hidráulica
Critério hidrológico
• Dia Chuvoso: Vazão de pico do hidrograma de ruptura inferior
à vazão do curso de água para um determinado período de
retorno (ex. TR = 100 anos);
• Dia Seco: Vazão inferior à vazão de débito de margens plenas
(TR = 2 anos).
Critério hidráulico
• FEMA (2013): Fluxo contido dentro da calha, confluência com
mar, baía ou grande reservatório;
• FEMA (2013): Inundação abaixo de 2 pés (0,61 m) entre cheia
natural e induzida;
• Nenhuma edificação ou infraestrutura importante atingida.
Estudo de caso: Barragem da Pampulha
Contexto histórico
Finalidades: Abastecimento; Contenção de cheias para viabilizar a ampliação
do campo de aviação (atual Aeroporto da Pampulha). Ponto de partida para
urbanização local.
1936 - 1938 → Crista: El. 797,60 m - 12,6 m altura;
1943 → Ampliação + 5 m (Crista: El. 802,60 m - 17,6 m altura) JK (1940-45);

Fonte: www.museuvirtualbrasil.com.br
Contexto histórico da Barragem da Pampulha
1954 → Ruptura

Dia 16 de abril → início das surgências

Fotografias registradas antes da ruptura da barragem


Fonte: Vargas et al. (1955)
Contexto histórico da Barragem da Pampulha
1954 → Ruptura 20 de abril

Fotografias registradas antes, durante e logo após a ruptura da barragem


Fonte: www.museuvirtualbrasil.com.br
Contexto histórico da Barragem da Pampulha

1954 → Ruptura

Impactos

Impactos da ruptura da Barragem da Pampulha em 1954. Fonte: Jornal Estado de Minas, http://www.em.com.br/
Contexto histórico da Barragem da Pampulha
1954 → Início da reconstrução
1958 → Reinauguração, Ampliação + 2,4 m (Crista: El. 805,00 m – 20 m altura)
Posteriormente diversas modificações no sistema extravasor

O sistema extravasor atual (2016) é composto por :


• Side channel com soleira vertente na elevação 801,00 m;
• Tulipa na elevação 801,50 m.
• Descarga de fundo, acoplada ao vertedor tulipa.

Fotografias registradas em visita do dia 5 de junho de 2015


Compilação de dados para modelagem hidrológica
• Dados Hidrológicos:
– Área de drenagem;
– Parâmetros físicos e hidrológicos das bacias de contribuição;
– Chuvas de projeto.
• Volume do reservatório: → Definição das curvas cota-volume.
– Batimetria;
– Topografia primitiva;
– Topografia recente.
• Características do sistema extravasor: → Definição da curva de
descarga resultante.
• Características da barragem: → Definição da brecha de ruptura
(de acordo com cada cenário).
Nome AD (km²) Importância Subdivisão
Compilação de dados Sarandí 41,3 42,0% 24
Ressaca 21,5 21,9% 8
Área de drenagem: 98,3 km² Água Funda
Mergulhão
16,5
3,4
16,8%
3,5%
12
3
(45%→BH ; 55% → Contagem) Olhos dágua 2,8 2,8% 2
Baraúna 1,9 1,9% 1
Subdivisão da área de drenagem: Tijuco 1,8 1,8% 1
AABB 1,4 1,4% 1
9 bacias principais (8 afluentes diretos + 1 C.D.) Contribuição Direta 5,0 5,1% 1
54 sub-bacias Lagoa
Total
2,7
98,3
2,7%
100%
1
54

Área de drenagem 98,3 km²

≈80%

Arranjo das bacias tributárias do reservatório da Barragem da Pampulha. Fonte: Imagem de satélite Google Earth (2015)
Compilação de dados Canais
Modelo Topológico (HEC-HMS)
Chuva de Projeto
Equações IDF → Equação regionalizada proposta por Guimarães e Naghettini
para a Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH (1998):
0,5360
𝑖 𝑇,𝑑,𝑗 = 0,7654𝑑 −0,7059 𝑃𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝜇 𝑇,𝑡

TR = 10.000 anos → Dano potencial associado. USBR (1977)


Distribuição isoietal da chuva de projeto (AD> 25 km² )→ Elípses (CHOW et al., 1998)

Distribuição isoietal padrão para cálculo da chuva de projeto (CHOW et al., 1998) na bacia
hidrográfica da Barragem da Pampulha. Fonte: Imagem Google Earth
Evolução do Volume do reservatório da Barragem da Pampulha
• Entre os anos 1979 e 1996, volume ≈ 4,6 Mm³ de sedimentos (CPRM, 2001;
Salim et al, 2004). → Parque Ecológico

Fonte: Adaptado Resck et. al (2007)


Volume do reservatório da Barragem da Pampulha

Crista

Vtrânsito de Cheias Soleira do


Extravasor
Vágua
VSólidos
Vbrecha
(sedimentos)
VSólidos
Terreno natural

Volume obtido na
Volume obtido na Volume obtido
topografia e batimetria
topografia primitiva na batimetria
Volume do reservatório da Barragem da Pampulha

Batimetria + Topografia

Batimetria da Barragem da Pampulha de Novembro de 2014 e topografia de aerolevantamento a laser de 2008


Fonte: (Sudecap/Consominas/Prodabel - 2015)
Volume do reservatório da Barragem da Pampulha

Topografia Primitiva

Cartografia da Barragem da Pampulha de 1936


Fonte: (Prodabel/2015)
Curva de Descarga do Sistema Extravasor da Barragem da Pampulha
Curva de descarga - Tulipa
Curva de descarga – Side Channel
Curva de descarga
Tratamento do MDT
Hec-Ras 5.0.7
Modelagem 2D
1- Criar um novo Project

2- Abrir o RAS Mapper

3- Criar um novo Terrain


1- Criar um novo Project

2- Abrir o RAS Mapper

3- Criar um novo Terrain


3.1- Abrir o Arquivo “.tiff”

3.2 – Verificar: Rounding e Cell Size

3.3 – Renomear Terreno


3.3 – Se der certo vai escrever na cor verde

3.3 – Clicar duas vezes no terrain e editar


as propriedade
3.3 – editar

3.4 – Terreno Criado


3.3 – editar (Terreno editado com curvas de nível e faixe de cores distribuída entre as elevações presentes no terreno)
5 – Colocar a imagem do Google de fundo
5 – Colocar a imagem do Google de fundo
6 – Misturar a imagem do google com o terreno (opcional)
7 – Gerar a área computacional (2D Flow Area)

7.1 – Definir o tamanho do Grid (células)


8 – Gerar a Storage Área (Ex:Reservatório de montante)
9 – Gerar a AS/2D Área Conn (Conexão entre as áreas. Ex: Barragem)
Nesta conexão pode ser colocado extravasor, brecha de ruptura, comportas, etc.
10 – Editar a AS/2D Área Conn (Conexão entre as áreas. Ex: Barragem)
10 – Editar a AS/2D Área Conn (Conexão entre as áreas. Ex: Barragem)
11 – Inserir Brecha de Ruptura
11 – Inserir Brecha de Ruptura
11 – Inserir Brecha de Ruptura (referencia de euação de previsão de brecha)

Retroanálise da brecha de ruptura de 1954

Formato trapezoidal aproximado

El. 802,60 m 75,0 m

1
17,6 m 1
29 m
1,4 1,2

Comparação do modelo digital 3D do Sketchup com fotografia da época


11 – Inserir Brecha de Ruptura (referencia de euação de previsão de brecha)

Retroanálise da brecha de ruptura de 1954


Evento de 20 de abril de
Dado de entrada/referência
1954
Elevação da crista (m) 802,60
Elevação da fundação da barragem (m) 785,00
Altura da barragem - Hd (m) 17,60
Altura da brecha –Hb (m) 17,60
N.A. normal de operação (m) 800,00
Altura do reservatório no momento da ruptura – Hw (m) 12,10
Volume de água até a soleira do extravasor (m³) 18.000.000
Volume total de propagado Vw (m³) – 70% 12.600.000
Elevação do N.A. para gatilho de desenvolvimento da brecha (m) 797,10

Largura Largura Largura Tempo de Área da Diferença


Autor média da fundo da topo da formação brecha de Área
brecha (m) brecha (m) brecha (m) (hh:mm) (m²) da brecha

Brecha reconstituída (1954) 52,0 29,0 75,0 - 915


Xu & Zhang (2009) 45,7 33,8 57,7 03:17 804 -12%
Froehlich (2008) 56,7 44,3 70 01:08 998 9%
Von Thun e Gillette (1990) 85,2 67,6 102,3 00:29 1.500 64%
12 – Inserir dados de volume do reservatório
13 – Colocar condições de contorno (Exutório por exemplo)
13 – Colocar condições de contorno (Exutório por exemplo)

1954
Cachoeira do Ribeirão da Onça
14 – Editar o grid na 2D Flow Área
15 – Computar a área 2D
16 – Inserir informações no Unsteady Flow Data (condições de contorno, etc..)
17 – Rodar o programa
18 - Resultados
18 - Resultados
18 - Resultados
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