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Sala de aula nos moldes da década de 1970 Sala de aula nos moldes da década de 1980
Fonte: histeducg2.blogspot.com Fonte: sjose.com.br
1. Introdução
Qual foi o primeiro pensamento que veio à sua mente quando você observou as imagens
acima? Pense bem antes de seguir adiante na leitura deste texto. São imagens do século
passado, quando as novas tecnologias de comunicação e informação ainda engatinhavam e
tinham presença inexpressiva nas salas de aula. No entanto, desde o final do século XX e, de
forma mais incisiva neste início do século XXI, tornou-se impensável desenvolver uma
educação de qualidade dissociada das novas possibilidades tecnológicas que permeiam a
sociedade.
1
Engana-se quem pensa que apenas a educação recebe os impactos das novas tecnologias.
Todas as áreas do mercado precisam das máquinas para qualificar e agilizar as relações
mercadológicas. E na sua vida pessoal (familiar), quais são os impactos das novas
tecnologias? Analise um pouco como é a sua relação com alguns equipamentos como: celular,
computador, internet, videogame, MP3, MP4, Ipod, Ipad, etc. É fato que o conhecimento
nunca esteve tão acessível à humanidade, mas também é clara a necessidade de filtrar as
informações publicadas na rede mundial de comunicação.
2. O mundo virtual
Você consegue imaginar o mundo do século XXI sem conexões virtuais? Imaginar o fim das
Redes Sociais? Ou da própria Internet? Isto é impossível no contexto atual, não é mesmo? Na
verdade, na segunda década do século XXI assistimos a ampliação das conexões virtuais.
Cidades como Londres1, São Paulo2 e Belo Horizonte3 criaram espaços públicos com acesso
gratuito à Internet. Há inclusive, cidades brasileiras que tem 100% de cobertura wireless: a
amazonense Parintins, a fluminense Piraí e a paulista Sud Mennucci4.
Nos Estados Unidos, quem viaja de trem ou ônibus entre New York e Boston, por exemplo,
conta com acesso gratuito à Internet durante o trajeto 5! Há inclusive, tomadas para recarregar
notebook, Ipad ou celulares com acesso à rede mundial. Até mesmo em vôos domésticos nos
EUA oferecem serviços gratuitos de Internet 6. Também é muito comum anúncios de Internet
grátis nos cafés e restaurantes espalhados por Manhattan (área mais povoada de New York).
1
A promessa da prefeitura de Londres é que até a Olimpíada de 2012 toda cidade tenha acesso gratuito à
Internet. Leia em: http://mapadelondres.org/2011/08/olimpiadas-londres-internet-graca/.
2
É cada vez mais raro um Shopping Center em São Paulo que não oferece Internet gratuita. Além disso, o
governo paulista criou Infocentros onde as pessoas se cadastram para usar a rede mundial de comunicação
gratuitamente: http://www.hostpobre.com/endereco-infocentro-sao-paulo-internet-de-graca-do-governo.html.
3
É possível conectar-se gratuitamente na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Leia a
lista completa de locais com acesso gratuito à Internet em Belo Horizonte: http://thibireis.info/2010/02/acesso-
gratuito-a-internet-em-belo-horizonte/.
4
Leia reportagem: http://webmais.com/cidades-brasileiras-com-internet-wireless-gratis/.
5
E não é só nas viagens intermunicipais. Nos trens que ligam Boston às cidades da região metropolitana também
há conexão gratuita à Internet.
6
Mais detalhes: http://dicasdeferias.com/tag/google-oferece-internet-gratis-em-voos/.
2
A Organização das Nações Unidas7 publicou, no início de junho de 2011, um relatório que
denuncia que desconectar uma pessoa é uma violação aos direitos humanos. Para a entidade, a
Internet é uma rede de informação, isto é, privar o acesso ao ambiente virtual vai de encontro
ao parágrafo 2, do artigo 19, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos 8, criado em
1966. O texto reza que: “Toda pessoa terá o direito à liberdade de expressão; esse direito
incluirá a liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza,
independente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, de forma impressa
ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha”.
3. Linear x não-linear
As perguntas são simples, mas as respostas nem tanto. Como a rede mundial de comunicação
pressupõe liberdade, parte dos(as) internautas acaba se “perdendo” no emaranhado de
7
Veja esta e outras notícias no site: http://www.onu-brasil.org.br/.
8
Leia o documento na íntegra: http://www.oas.org/dil/port/1966%20Pacto%20Internacional%20sobre
%20Direitos%20Civis%20e%20Pol%C3%ADticos.pdf.
9
Leia a notícia completa no site: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2011/06/chines-vende-rim-para-
comprar-ipad.html.
10
Leia a notícia completa no site: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2011/07/viciado-em-xbox-e-
morto-por-coagulo-no-sangue-apos-sessao-de-12-horas-de-jogo.html.
3
possibilidades apresentadas. Ao contrário de outros meios de comunicação, a Internet
possibilita a leitura não-linear. Como assim? A leitura linear é a padrão: os livros começam na
página 1 e terminam na página 100. Então o lemos do início ao fim, na ordem indicada pelo(a)
autor(a). Já na Internet, fazemos nosso próprio caminho a partir dos links, ou seja, podemos
fazer um caminho de leitura completamente diferente daquele imaginado pelo(a) autor(a). É a
não-linearidade.
Quer um exemplo? Você pode estar procurando detalhes sobre a História do Brasil e pode
“cair” em um texto cujo parágrafo inicial tem um link que te leve à história de uma cidade,
como o Rio de Janeiro. Você clica e sai do texto inicial sobre a História do Brasil. No texto
relativo a esta cidade, o(a) internauta pode clicar em outro link que conta detalhes sobre as
Olimpíadas que acontecerão na capital fluminense em 2016. Perceberam? O objetivo era saber
detalhes da História do Brasil, mas no final da navegação você acabou buscando informações
sobre um evento esportivo mundial que acontecerá somente daqui a quatro anos! Ao mesmo
tempo em que a Internet tem um emaranhado de possibilidades para ampliar o nosso
conhecimento, ela também pode nos levar a horas de navegação em conteúdos que não
acrescentam nada ao nosso cotidiano. Tempo perdido.
Outro ponto que chama atenção na Internet é a possibilidade de escolha em relação à televisão
e ao rádio. Você já deve ter notado que os jornais impressos diários trazem a programação dos
principais canais de televisão abertos. Está lá: 19 horas, novela tal; 21 horas, jornal tal, etc. A
programação é aquela divulgada e ponto final11: não há escolha. Com a Internet é diferente.
Você é quem monta sua própria programação e ela pode ser uma multiprogramação! Para
começar, você pode montar sua própria rádio. Há sites, como o UOL 12, que permitem que
você escolha um cardápio de músicas (são centenas de artistas de diferentes estilos) para
escutar, e na ordem que julgar mais adequada. Isto é, enquanto navega em outros sites há
possibilidade de escutar as músicas prediletas gratuitamente.
11
Nos Estados Unidos a televisão digital já permite voltar (assim como acontece com DVDs) programas que
você perdeu, gravar os conteúdos diretamente no aparelho de TV, colocar em câmera lenta e até assistir dois
canais ao mesmo tempo na mesma tela. Contudo, ainda não há possibilidade de adiantar o conteúdo previamente
definida por cada emissora.
12
Se você ainda não conhece, veja como funciona a rádio UOL: http://www.radio.uol.com.br/#/home.
4
Quando se fala em televisão do século XXI não podemos deixar de citar o Youtube 13. Criado
em 2005, o site permite que as pessoas escolham os conteúdos para assistir nos momentos que
julgar mais conveniente. Você monta a sua própria grade de programação. E tem mais:
qualquer pessoa pode criar seu próprio canal de televisão, onde poderá postar os vídeos,
divididos por áreas, para chamar atenção para fatos que acontecem na vida pessoal ou
profissional. O Youtube fez tanto sucesso que em apenas um ano no ar chamou atenção da
gigante Google, que comprou o site R$ 3,55 bilhões. Um detalhe: os criadores do Youtube,
Chad Hurley e Steve Chen tinham, em 2005, 28 e 26 anos, respectivamente.
As redes sociais, talvez, sejam a invenção de maior sucesso no mundo pós-internet. Orkut,
Facebook, Linkedln, Qpasa, Twitter, MSN, ICQ, Blog e Second Life são apenas alguns dos
ambientes on-line onde as pessoas trocam informações, postam fotos e vídeos e até mesmo
estudam. Isto mesmo! As redes sociais não existem apenas para entretenimento. Elas também
são fontes de informações e troca de idéias que podem ajudar no seu desenvolvimento pessoal
e profissional. Há grupos de estudo on-line que fazem reflexões e debates a cerca de pontos
como filosofia, sociologia, antropologia e outros incontáveis.
13
Mais detalhes sobre o Youtube na matéria: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,AA1306288-
6174,00.html.
14
Há algumas redes sociais que já permitem que você escolha quem pode e quem não pode acessar as fotos e
vídeos que você posta no seu perfil.
5
- O Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) do Izabela Hendrix pode até ser
chamado de rede social. Afinal de contas, é um ambiente on-line onde docentes e discentes
trocam informações sobre determinados assuntos acadêmicos. Neste ambiente, você deve usar
a linguagem formal e não o “internetês”. Abreviações e linguagens informais são
completamente descartáveis no ambiente acadêmico. Lembre-se que o SIGA arquiva todo o
registro da sua vida acadêmica, por isso pense bem antes de entregar uma atividade ou enviar
uma mensagem para docentes e/ou discentes.
- Não há filtro (ou censura, como dizem alguns estudiosos) na Internet. Desta maneira,
um doutor em fitoterápicos e uma criança de 10 anos podem ter um site e/ou blog sobre
assuntos ligados à natureza. A dica que fica para busca de informações confiáveis é que você
confie navegue em sites: de profissionais formados(as) em uma área específica; oficiais de
governos (municipal, estadual ou federal) e sites de instituições de ensino. O MEC, por
exemplo, criou o portal Periódicos16, onde podemos encontrar milhares de publicações de
diferentes áreas do conhecimento. O próprio Google17 disponibiliza, na íntegra e
gratuitamente, milhares de obras (livros e revistas) via Internet.
- Para finalizar, não podemos deixar de citar a Wikipédia 18. Trata-se da primeira
enciclopédia “aberta” do mundo. Nela, qualquer internauta pode inserir, editar e excluir
conteúdos. Você sabia? Se quiser, pode contar a História do Brasil do seu jeito! Esta
liberdade, no entanto, também gera dúvidas. Todas as pessoas que escrevem para o Wikipédia
tem conhecimento suficiente para transmitir os dados de maneira correta? Se você usa (e
gosta) do Wikipédia, uma dica: sempre confirme as informações em fontes mais seguras,
como livros e revistas científicas. Afinal de contas, nem todo mundo faz o uso adequado das
facilidades proporcionadas pela rede mundial de comunicação.
Vamos navegar?
Referências
15
Leia mais sobre o assunto: http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/empresas-vasculham-
web-antes-de-contratar/10075/.
16
Mais detalhes no endereço: http://www.periodicos.capes.gov.br/.
17
Entre na área de livros do Google: http://books.google.com.br/bkshp?hl=pt-BR&tab=pp.
18
Página inicial: http://pt.wikipedia.org/.
6
BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 1999, 115 p.
CREPALDE, Ricardo. Sistema de Gestão de Aulas – criando cultura para o Ensino a
Distância e melhorando o processo de ensino-aprendizagem pela internet. São Bernardo do
Campo: São Paulo, 2003, p. 133-142.
RECORDER, Maria José. Informação eletrônica e novas tecnologias. São Paulo: Summus,
1995.
VIGNERON, Jacques e OLIVEIRA, Vera Barros de. Sala de Aula e Tecnologias, São Paulo:
Editora Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), 2005, 142 p.
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