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Utilizando a fotografia digital na harmonização facial

Article · January 2017


DOI: 10.24077/2017;623-CPT1318

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5 authors, including:

Analucia Gebler Philippi Elisa Oderich


Federal University of Santa Catarina Federal University of Santa Catarina
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Luis André Mendonça Mezzomo Patrícia Pauletto


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Utilizando a fotografia digital na harmonização

Coluna Prótese Total


facial
The use of digital photography at facial harmonization

Analucia Philippi1
Elisa Oderich1
Luis André Mendonça Mezzomo1
Patricia Pauletto2
Thais Marques Simek Vega Gonçalves1

Resumo
A utilização da fotografia digital em Odontologia, para diagnóstico e tratamento de
casos complexos, aumenta a previsibilidade dos resultados, a compreensão por parte do pa-
ciente frente às possibilidades de resolução e diminui a incorporação de erros ao processo.
Descritores: Planejamento de prótese dentária, projeto auxiliado por computador, pró-
tese total.

Abstract
The use of the digital photography in Dentistry, for both diagnosis and treatment plan-
ning of complex cases, increases the predictability of the outcomes, and patients’ under-
standing about the possibilities of resolution, as well as reduces the occurrence of errors
along the process.
Descriptors: Dental prosthesis design, digital design, protocols.

1
Prof., Dr. – UFSC.
2
Aluna de Mestrado - UFSC.

E-mail do autor: analucia.p@ufsc.br

13
Prosthes. Lab. Sci. 2017; 6(23):13-18.
Introdução
Nos últimos 20 anos, tem havido um grande avan- tal, aumentar as referências faciais enviadas ao técnico
ço nas tecnologias digitais, observado principalmente e auxiliar na seleção dos dentes2,4.
frente ao crescente uso de recursos como a fotografia No caso de reabilitações totais de um ou ambos os
odontológica digital. Ela tem tido um impacto imedia- arcos, o plano de tratamento deve ser guiado pela face,
to e profundo na Odontologia clínica, em parte por para obter resultados estéticos e funcionais. O maior
causa da possibilidade da visualização imediata da ima- desafio na reabilitação de pacientes com edentulismo
gem, e tem sido cada vez mais utilizada para diminuir a total tem sido relacionar a face ao modelo definitivo e
distância entre a clínica e o laboratório de prótese den- fabricar roletes de cera em harmonia com a face3.

Passo a passo
boca, avalia-se se o freio está adequadamente aliviado
Passo 1 – Instalação do rolete de cera e se a base de prova nesta região não está muito es-
Ao instalar a base de prova e o rolete de cera em pessa (Figuras 1 e 2).

Figura 1 – Aspecto inicial da paciente sem a prótese. Figura 2 – Sustentação labial adequada.

Passo 2 – Determinação do comprimento do plano


de cera
Para determinar o comprimento do plano de cera
inicia-se avaliando o comprimento do lábio superior e sua
mobilidade. Em média, deve-se deixar o plano de cera
cerca de 2 mm abaixo do tubérculo do lábio. Geralmen-
te as mulheres tem os dentes cerca de 3,4 mm abaixo
do lábio, e os homens 1,99 mm. A diferença entre o
comprimento do plano e a linha alta do sorriso deve ser
idealmente de no máximo 11 mm. Apesar de termos a
referência de valores médios, idealmente o comprimento
do dente deve reproduzir o desejo do paciente. A cons-
trução de um sorriso emocionalmente confiante depende
mais do que o paciente deseja do que de regras. Se o
paciente deseja que o dente fique pouco visível, deixe o
plano mais curto. Se a diferença entre o comprimento do
plano e a linha alta do sorriso for maior do que 11 mm,
considere a possibilidade de encurtar o comprimento do
Figura 3 – Quantidade de rolete de cera visível com sorriso aber-
plano ou discutir com o paciente a possibilidade de termi- to. Esta diferença corresponde ao comprimento do Incisivo cen-
nar o caso com um sorriso gengival (Figura 3). tral superior.

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Passo 3 – Determinação do plano oclusal horizontal plano de Camper (Figura 6) ou convergente para distal

Philippi A, Oderich E, Mezzomo LAM, Pauletto P, Gonçalves TMSV.


Utilizando a régua de Fox posicionada sobre o pla- (Figura 7). Remove-se cera da região posterior, se ne-
no oclusal, observa-se se ele está paralelo ao plano ho- cessário, para obter este paralelismo.
rizontal ou a linha bipupilar (Figuras 4 e 5)6.
Passo 5 – Determinação do corredor bucal
Passo 4 – Determinação do Plano de Camper Em uma vista frontal, deve haver um espaço entre
Em uma vista lateral, localiza-se o plano de Cam- a face externa dos dentes posteriores e a face interna
per. Esta referência anatômica passa do tragus auditivo da bochecha. Isto caracteriza a formação do corredor
à asa do nariz. O plano de cera deve ficar paralelo ao bucal.

Figura 4 – Falta de paralelismo da régua de Fox em relação à Figura 5 – Plano oclusal paralelo à linha bipupilar.
linha bipupilar.

Figura 6 – Plano oclusal paralelo ao plano de Camper. Figura 7 – Plano de cera convergente para distal.

Passo 6 – Seleção dos dentes anteriores Algumas das técnicas mais populares para a sele-
Existem várias técnicas para a seleção do tamanho ção do tamanho dos dentes anteriores são:
e formato dos dentes artificiais. Para a seleção dos a) A largura do incisivo central superior correspon-
dentes artificiais, existe praticamente um consenso na de à largura do incisivo central inferior acrescido de 1/3
utilização das proporções faciais. da largura do incisivo lateral inferior7.

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b) A distância intercanthal corresponde aos 4 dentes tamente aumenta a previsibilidade do resultado.
anteriores e acrescida de 42% aos 6 dentes anteriores1. A escolha do conjunto dependerá mais da prefe-
c) A distância dos seis dentes anteriores em curva rência do paciente e do profissional do que de regras,
corresponde à distância interalar acrescida de 31% (Fi- uma vez que as duas simulações parecem extrema-
guras 8 e 9)5. mente harmônicas, apesar da evidente assimetria da
d) Régua baseada na proporção RED – proporção face da paciente.
estética dental recorrente, utilizada no protocolo de Para a seleção do formato dos dentes artificiais,
DSD – Digital Smile Design3. ainda hoje, utiliza-se a Lei da Harmonia de Williams.8
A partir da fotografia digital obtida com a utilização Ele observou que, quando uma concordância entre
de uma régua milimetrada, o profissional pode facil- a forma do rosto e a do dente de um indivíduo acon-
mente fazer simulações de tamanhos de dentes e sele- tece, completa-se a harmonia dos traços fisionômicos
cionar o que mais corresponde ao desejo do paciente. do indivíduo. De acordo com ele, o formato do incisivo
Neste caso, ilustramos a possibilidade de reabilita- central superior corresponde à forma do rosto invertido
ção com dois tamanhos diferentes. e pode ser dividida em triangular, quadrada e ovóide.
O primeiro exemplo mostra a possibilidade da reabi- Assim Williams enunciou sua lei que passou a ser
litação a partir de um incisivo central com 8,5 mm de lar- conhecida com o nome de “Lei Harmonia de Williams
gura (Figuras 10-14). O segundo exemplo mostra a possi- ou Lei de Williams”. Lei de Williams: “Num indivíduo
bilidade com 9 mm de largura (Figuras 15-18). O desenho deve haver a concordância entre a forma do rosto e do
do contorno da resolução protética a partir das referências dente para que se completem os traços fisionômicos
faciais e posteriormente aplicados sobre a fotografia, cer- harmônicos”.

Figura 8 – Ilustração da relação da distância interalar, com a Figura 9 – Vista aproximada das referências faciais sobre o rolete
régua milimetrada presente no white balance® Gray Reference de cera. Observa-se a grande diferença entre cada lado do lábio
Card for dental photography e o rolete de cera. da paciente. Tanto de tamanho quanto de mobilidade.

Figura 10 – Planejamento do sorriso a partir do incisivo central Figura 11 – Vista aproximada do planejamento com 8,5 mm.
superior com 8,5 mm de largura.

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Philippi A, Oderich E, Mezzomo LAM, Pauletto P, Gonçalves TMSV.
Figura 12 – Dentes selecionados de acordo com a régua digital Figura 13 – Dente selecionado sem a régua.
RED e a preferência da paciente.

Figura 14 – Aspecto do desfecho planejado digitalmente. Figura 15 – Planejamento do sorriso a partir do incisivo central
superior com 9 mm de largura.

Figura 16 – Vista aproximada do planejamento com 9 mm. Figura 17 – Dentes selecionados com 9 mm.

Conclusão
Atualmente, os recursos digitais oferecem infinitas
possibilidades para o aprimoramento de nosso trabalho,
assim como o aumento da previsibilidade no resultado
de trabalhos extensos e complexos. Trabalho realizado
pelas acadêmicas Carla Hillesheim e Natalia Duarte no
Curso de graduação em Odontologia da UFSC.

Referências
1. Al Wazzan KA. The relationship between intercanthal dimen-
Figura 18 – Aspecto do desfecho planejado digitalmente, para o sion and the widths of maxillary anterior teeth. J Prosthet
dente de 9 mm de largura. Dent. 2001; 86(6):608-12.

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Prosthes. Lab. Sci. 2017; 6(23):13-18.
2. Coachman C, Calamita MA. Digital Smile Design: a tool for
treatment planning and communication in esthetic dentistry.
Quintessence Dent Technol. 2012; (5):103-11.
3. Coachman C, Calamita MA, Coachman FG, Coachman
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3D digital design for complete mouth implant rehabilita-
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4. Gomes VL, Goncalves LC, Costa MM, Lucas Bde L. Interalar
distance to estimate the combined width of the six maxillary
anterior teeth in oral rehabilitation treatment. J Esthet Restor.
Dent 2009; 21(1):26-35; discussion 6.
5. Gomes VL, Goncalves LC, do Prado CJ, Junior IL, de Lima
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mesiodistal width of the maxillary anterior teeth. J Esthet Res-
tor Dent. 2006; 18(4):196-205; discussion
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riso natural Cases Book. 2017; 118-41.
7. Philippi AG, Bragagglia L. Próteses totais. In: Volpato CA, et
al. Próteses Odontológicas: uma visão contemporânea – fun-
damentos e procedimentos. São Paulo: Editora Santos; 2012.
260-342p.
8. Williams JL. A new classification of human teeth with special
reference to a new system of artificial teeth. Dental Cosmos.
1914; 52:627-628.

Como citar este artigo:


Philippi A, Oderich E, Mezzomo LAM, Pauletto P, Gonçalves
TMSV. Utilizando a fotografia digital na harmonização facial.
Prosthes. Lab. Sci. 2017; 6(23):13-18.
DOI: 10.24077/2017;623-CPT1318.

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Prosthes. Lab. Sci. 2017; 6(23):13-18.

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