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Tutor(a):Gumissai R. Gumissai
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1.Introdução
O presente trabalho de pesquisa surge no âmbito da cadeira de Zoologia Geral, leccionada nesta
academia de ensino, cujo tema é:"Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica", com o
propósito identificar, descrever e exemplificar algumas regras internacionais de nomenclatura
zoológica.
1.4. Metodologia
Para a realização do trabalho, recorreu-se á pesquisa bibliográfica que consiste na leitura, análise
e interpretação de livros, artigos e revistas científicas que versam sobre o tema que constitui o
objecto em estudo.
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2. Regras internacionais de nomenclatura zoológica
As regras internacionais de nomenclatura zoológica são “um conjunto de regulamentações
destinadas a garantir a estabilidade e a uniformidade dos nomes científicos dos animais,
promovendo a comunicação eficaz e precisa entre os cientistas" (ICZN, 1999). Essas regras
foram estabelecidas pela Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN) e estão
documentadas no Código Internacional de Nomenclatura.
Género: Felis
Espécie: catus
A "Lei da Homonímia" na nomenclatura zoológica é uma regra que estabelece que, se dois
nomes científicos idênticos forem atribuídos a diferentes espécies, o nome que foi publicado
primeiro tem prioridade e o nome posterior (homônimo) é considerado inválido. Isso ajuda a
evitar confusões e a garantir que cada espécie possua um nome único e distinto na taxonomia.
Um exemplo clássico é o caso dos nomes "Lepus" e "Lepus" no gênero dos lebres. Em 1758,
Carolus Linnaeus usou o nome "Lepus" para uma lebre em sua obra "Systema Naturae".
Posteriormente, em 1816, Johann Illiger também usou o nome "Lepus" para uma subfamília de
mamíferos. No entanto, de acordo com a Lei da Homonímia, o nome "Lepus" de Linnaeus tinha
prioridade, e o nome "Lepus" de Illiger foi considerado inválido para a subfamília de mamíferos.
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2.3 Lei da prioridade ou sinonímia
Essa lei determina que, quando dois ou mais nomes científicos são propostos para o mesmo
táxon (grupo taxonômico), o nome que foi publicado primeiro tem prioridade e é considerado o
nome válido. Os nomes subsequentes, conhecidos como sinônimos, são considerados inválidos.
Exemplo: Um exemplo clássico é o caso do leão e do tigre. Carl Linnaeus descreveu o leão em
sua obra "Systema Naturae" em 1758, atribuindo-lhe o nome "Felis leo". Mais tarde, em 1758,
Linnaeus também descreveu o tigre com o nome "Felis tigris". Ambos os nomes pertencem ao
mesmo gênero "Felis", mas de acordo com a Lei da Prioridade, uma vez que "Felis leo" foi
publicado primeiro, é o nome válido para o leão, enquanto "Felis tigris" é considerado um
sinônimo inválido.
2.4. Tipos
Na nomenclatura zoológica, os "tipos" são espécimes específicos aos quais um nome científico é
associado. Esses espécimes são fundamentais para a estabilidade e precisão da nomenclatura,
pois servem como referência para garantir que cada nome seja aplicado consistentemente a uma
determinada espécie ou táxon. Existem vários tipos distintos na nomenclatura zoológica, cada
um com um propósito específico. Os tipos mais comuns incluem os tipos holótipo, parátipo,
lectótipo, neótipo e epítipo.
As regras gerais para a tipificação dos nomes científicos na nomenclatura zoológica incluem:
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1. Os nomes científicos são escritos em itálico (ou sublinhados quando a escrita manual não
é possível).
2. O gênero é sempre escrito com a primeira letra maiúscula.
3. O epíteto específico é sempre escrito em minúsculas.
4. Quando impresso, o nome científico deve ser acompanhado pelo nome do autor que o
descreveu pela primeira vez e o ano da publicação.
Gênero: Homo
Epíteto específico: sapiens
Nome científico completo: Homo sapiens (ser humano)
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organização e categorização das espécies de acordo com suas relações evolutivas. Esses niveis
são: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Género e Espécie.
Por exemplo:
Gênero: Panthera
Subgênero: Leo (subgênero dos grandes felinos, incluindo leões)
Espécie: Panthera leo (leão)
Na nomenclatura zoológica, são usadas várias abreviaturas para indicar nomes de autores que
descreveram ou publicaram taxonomia de espécies, bem como para indicar informações
específicas sobre a descrição original de uma espécie. Algumas das abreviaturas mais comuns
incluem:
1. "sp.": Abreviação de "species" em latim, usada para indicar uma espécie não
especificada em um gênero. Exemplo: Felis sp. (um felino não especificado).
2. "spp.": Abreviação de "species pluralis" em latim, indicando várias espécies não
especificadas em um gênero. Exemplo: Felis spp. (vários felinos não especificados)
3. "subsp.": Abreviação de "subspecies" em latim, usada para indicar uma subespécie.
Exemplo: Panthera leo subsp. persica (leão persa).
4. "et al.": Abreviação de "et alii" em latim, indicando "e outros" e sendo usada para
referir-se a múltiplos autores de um trabalho. Exemplo: Smith et al., 2005 (Smith e
outros, 2005).
5. "ssp.": Abreviação de "subspecies" em latim, usada para indicar uma subespécie.
Exemplo: Panthera leo ssp. leo (leão africano).
É importante observar que as abreviaturas podem variar e que o uso adequado delas depende do
contexto e das diretrizes do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
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3. Considerações Finais
Em conclusão, as regras internacionais de nomenclatura zoológica desempenham um papel
crucial na organização e comunicação no campo da zoologia. Estabelecidas pelo Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN), essas regras asseguram a uniformidade,
estabilidade e clareza na atribuição de nomes científicos aos seres vivos. Ao longo deste
trabalho, explorei os principais princípios e aspectos das regras de nomenclatura zoológica: O
ICZN estabelece directrizes rígidas para a formação de nomes científicos, garantindo que eles
sejam consistentes, uniformes e reconhecíveis em todo o mundo científico. A estrutura
hierárquica da nomenclatura zoológica, que vai do reino à espécie, permite que os cientistas
classifiquem os organismos de acordo com suas relações evolutivas e características
compartilhadas. A tipificação fornece uma base sólida para a identificação de espécies, géneros e
outros táxons, garantindo que cada nome tenha uma referência precisa.
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4. Referências bibliográficas
Mayr, E. (1982). The Growth of Biological Thought: Diversity, Evolution, and Inheritance.
Harvard University Press.
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