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 Interpretar entrevistas compreensivamente, localizando informações explícitas e inferir uma informação

implícita;
 Identificar os diferentes tipos de variação linguística.

Vamos ler trechos de uma entrevista com o Dr. Marcos Bagno (escritor, tradutor, linguista e professor do
Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB), feita pela In-Traduções, revista da UFSC.
In-traduções (IT): Professor Marcos Bagno, em comunicação pessoal feita pelo senhor sobre a variante
linguística não padrão nos quadrinhos do Chico Bento, o senhor classificou como “pseudodialeto caipira” essa
variação presente na fala dos personagens da revistinha. Poderia nos dizer o porquê da escolha de tal termo
e discorrer sobre isso?

Marcos Bagno (MB): É preciso sempre deixar bem claro que as historinhas do Chico Bento, assim como as
músicas de Adoniran Barbosa, Luís Gonzaga, e os poemas de Patativa do Assaré não são uma
representação fiel de nenhuma variedade linguística verdadeira. Em todas essas manifestações o que existe
é uma “representação artística” de uma variedade linguística imaginada pelo autor. [...]

Marcos Bagno (MB): [...] Por isso, optei pela denominação de “pseudodialeto”, porque não é um dialeto
verdadeiro, é um dialeto “falso”, “fingido”, no sentido usado por Fernando Pessoa ao dizer que “o poeta é um
fingidor”. É a recriação artística de uma representação imaginária que o autor tem do que seja a variedade
linguística que ele tenta representar. [...]

In-traduções (IT): O senhor tem conhecimento de outras obras literárias em que é utilizado um
“pseudodialeto”? Em sua opinião, qual a relevância desse “pseudodialeto” na tradução literária?

Marcos Bagno (MB): Toda a nossa tradição literária regionalista se valeu da estilização de variedades
regionais do português brasileiro: Simões Lopes Neto, Valdomiro da Silveira, Jorge Amado, Guimarães Rosa,
Carmo Bernardes, Bernardo Élis, etc. Aqui, no entanto, já não cabe falar de “pseudodialeto” porque
eles não procuraram registrar “literalmente” essas variedades, como faz o Chico Bento, mas somente
“pincelam” o texto com vocabulário e construções típicas de suas regiões – ou, como no caso mais radical de
Guimarães Rosa, empreendem toda uma estilização da variedade que serve de base para seu trabalho
estético.
“(...) Por isso, optei pela denominação de ‘pseudodialeto’, porque não é um dialeto verdadeiro, é um dialeto
‘falso’,”... O entrevistado aponta seu posicionamento acerca da discussão. Você concorda com ele? Explique
como e por que você chegou a essa conclusão. (D01)

1- Leia o texto e responda:


“(...) Aqui, no entanto, já não cabe falar de ‘pseudodialeto’ porque eles não procuraram registrar ‘literalmente’
essas variedades, (...), mas somente ‘pincelam’ o texto com vocabulário e construções típicas de suas
regiões (...)” Bagno tem outra visão acerca da variação linguística presente na literatura. (D13) Como ele
demonstrou que ela é diferente da usada nas HQs? (D04)

2- Bagno tem outra visão acerca da variação linguística presente na literatura. (D13) Como ele
demonstrou que ela é diferente da usada nas HQs? (D04)
No trecho a seguir: (slide 7) “... Aqui, no entanto, já não cabe falar…” Qual é a relação que o termo
destacado estabelece? (D15)

3- Nesse texto, no trecho: “...o senhor classificou como ‘pseudodialeto caipira’ essa variação…”, qual é o
sentido produzido no uso do prefixo pseudo–, na palavra destacada?

A) falso.
B) inferior.
C) completo.
D) inacabado.
E) verdadeiro.

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