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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Humanas

Gabriella Nunes Claudio

RELATÓRIA FINAL DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DOCÊNCIA


COMPARTILHADA NO ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)

Belo Horizonte

2022
Gabriella Nunes Claudio

RELATÓRIA FINAL DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DOCÊNCIA


COMPARTILHADA NO ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS)

Relatório de atividades desenvolvidas para o


Estágio Obrigatório Docência Compartilhada
no Ensino Fundamental do Curso de História-
Licenciatura, da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais.
Orientador: Pr. Ma. Jacyra Antunes Parreira
Área de concentração: Departamento de
Educação.

Belo Horizonte

2022
SUMÁRIO

1. Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- 3

2. Caracterização da Escola -------------------------------------------------------------------- 3

2.1 Projeto Político Pedagógico ---------------------------------------------------------- 4/5

2.2 Currículo de História ------------------------------------------------------------------ 5/6

3. Atividades desenvolvidas no Estágio ---------------------------------------------------- 6/7

3.1 Metodologias utilizadas pelos professores ----------------------------------------- 7/8

4. Análise Conclusiva -------------------------------------------------------------------------- 8/9

Referências Bibliográficas -------------------------------------------------------------------- 10

Anexos ----------------------------------------------------------------------------------------- 11/13


1. Introdução

O Estágio Obrigatório Docência Compartilhada no Ensino Fundamental (anos finais)


é uma disciplina que permite a aproximação entre o estudante de licenciatura e a prática
pedagógica em sala de aula. Dessa forma, as atividades realizadas possibilitam o
conhecimento dos recursos e estratégias utilizadas no ensino de História no Ensino
Fundamental, entre o 6° ano e o 9° ano. Com isso, o estudante tem a oportunidade de
colocar em prática os aprendizados obtidos na faculdade com o auxílio de um profissional
da área, se habituando ao ambiente escolar e as práticas pedagógicas.
A escola escolhida para a atividade foi a Escola Municipal Dona Quita, localizada na
Rua Totó Marcelino, n° 361, Bairro Adeodato, Santa Luzia- MG. Cadastrada no CNPJ
com o número 18.715.409/0001-50. A instituição oferece vagas para alunos do Ensino
Fundamental II, de sexto a nono ano.
O estágio foi iniciado no dia 07 de março de 2022 e finalizado no dia 03 de maio de
2022. Durante este período acompanhei dois professores, Cida Aparecida da Silva e
Mateus Vinicios Afonso Rocha, em turmas do sétimo ao nono ano, sendo elas 703, 802,
803, 901, 902, 904, 905 e 907. Estive presente na escola de segunda a quarta-feira e em
algumas sextas-feiras, sendo assistida pela supervisora da escola, Cintia M. S. Ambrósio.
Dado o exposto, o presente relatório tem por objetivo expor as vivências e atividades
desenvolvidas por mim com os alunos da instituição e com os professores da disciplina
de História.

2. Caracterização da Escola

A Escola Municipal Dona Quita oferece vagas para estudantes do 6° ano ao 9° ano,
nos turnos da manhã e da tarde, situados em Santa Luzia nos bairros próximos a
instituição. Recentemente, passou por melhorias e recebeu equipamentos tecnológicos,
como projetores e lousas digitais, em todas as salas. Além disso, a escola tem duas
quadras, sendo uma de areia, vestiários e cantina. Sua autorização para funcionamento
veio através da Portaria n°680/93 da Secretária Estadual de Educação, que a integrou a
Rede Municipal de Ensino de Santa Luzia e, consequentemente, ao Sistema Público de
Ensino de Minas Gerais.

2.1 Projeto Político Pedagógico

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O Projeto Político Pedagógico é aberto à consulta do público, mas somente dentro das
dependências da escola, não sendo permitido fotografá-lo ou fazer cópias do mesmo.
Dessa forma, dada as limitações impostas, abaixo serão apresentadas as principais
informações contidas no documento, sendo elas os objetivos específicos da escola e a sua
organização administrativa.
A Escola Municipal Dona Quita traz como objetivos particulares do seu processo de
ensino-aprendizagem: desenvolver as potencialidades dos alunos, tendo em vista as
características dos indivíduos e as diferenças entre eles; estabelecer a sondagem de
aptidões dos estudantes, objetivando orientá-los em suas escolhas posteriores; instituir
estudos permanentes que se adequem aos métodos e processos de ensino-aprendizagem
vigentes no contexto específico; estabelecer intercambio continuo entre a comunidade e
a escola; incentivar a autonomia do corpo docente na elaboração de atividades e projetos
que influenciem a autonomia dos estudantes; desenvolver, através das práticas de ensino-
aprendizagem, o espírito de indagação nos alunos, tornando-os sujeitos ativos nesse
processo.
Além disso, o Projeto Político Pedagógico também estabelece a organização
administrativa da escola, mas deixa claro que o funcionamento da estrutura dependerá da
legislação vigente. A Escola apresenta algumas repartições, como diretoria, vice-
diretoria, supervisão/coordenação, secretária, serviços pedagógicos, orientação
educacional, orientação psicológica, vagas de estágio curricular, biblioteca, serviços de
aperfeiçoamento pessoal, serviços gerais, cantina e uma associação de pais e mestres.
Todos os setores trabalham em conjunto visando propiciar um ambiente favorável ao
cumprimento dos objetivos expostos acima.
2.2 Currículo de História

O currículo de História na Escola segue os parâmetros da BNCC e, em partes, os


livros didáticos disponibilizados pela Prefeitura luziense. Entretanto, como nem todas as
turmas têm acesso a esse material, algumas atividades precisam ser adaptadas.
A professora Cida, responsável por quase todas as turmas de 9° ano- somente a 907
tem o Mateus como professor-, organiza o conteúdo tendo em vista as considerações da
BNCC, assim como o professor Mateus. Dessa forma, são abordados conteúdos
relacionados as Guerras Mundiais, a Revolução Russa, o Totalitarismo etc. Em relação à
História do Brasil, o objeto é a Primeira República e os seus desdobramentos.

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As turmas de 7° e 8° ano são responsabilidade do professor Mateus, que também
segue as diretrizes da BNCC e os livros didáticos. No sétimo ano, o conteúdo estava um
pouco atrasado, devido a pandemia, o professor, em concordância com a outra professora
desse período, resolveram fazer uma revisão dos conteúdos do sexto ano antes de
iniciarem um novo. Dessa forma, iniciou-se o ano estudante as Civilizações Antigas e
posteriormente encaminhou-se para o conteúdo do 7° ano, a Idade Média. Já no oitavo
ano, o objeto de estudo é o mundo contemporâneo, sendo abordados assuntos como
Iluminismo, Revolução Francesa, Revolução Industrial, Revoluções na América Ibérica
etc.

3. Atividades desenvolvidas no Estágio

Durante o período de realização do estágio acompanhei a professora Cida nas turmas


de nono ano e o professor Mateus nas turmas de sétimo e oitavo ano. Assisti as aulas
expositivas e falei quando julguei oportuno- importante destacar que os dois professores
sempre me deram liberdade para me expressar durante as aulas-, auxiliei na realização e
correção de atividades, acompanhei a aplicação e correção de provas, presenciei conflitos
envolvendo a professora e os alunos e todas as vivências que um estágio pode
proporcionar.
Além dessas atividades, também ministrei 6 aulas nas turmas de nono ano sobre o
Sistema Capitalista e o Sistema Socialista, como proposto pela professora Cida e
incentivado pelo professor Mateus. A sugestão veio após a exposição do conteúdo
relacionado a Revolução Francesa, observou-se uma certa dificuldade por parte dos
alunos em assimilar o que seriam esses dois sistemas. Dessa forma, a professora Cida
sugeriu que eu desse uma aula visando sanar essa questão, tendo em vista que a sua
compreensão é de fundamental importância para os estudantes.
Nas turmas 901, 902, 903, 904 e 905, que são da professora Cida, optei por não usar
slides, porque não era de costume da professora fazê-lo. Dessa forma, elaborei um mapa
mental, como a professora costumava fazer em suas aulas expositivas, tentando
estabelecer os principais pontos dos dois sistemas e as divergências quando comparados.
Para isso, busquei expor durante a minha fala o contexto de surgimento do capitalismo,
revisitando algumas questões como o modo de produção feudal, tendo em vista que os
alunos não viram esse conteúdo na escola, devido a pandemia, a Revolução Industrial e
o liberalismo econômico. Depois, ao falar sobre o socialismo, optei por apresentá-los Karl
Marx e suas principais considerações sobre o sistema capitalista e o proletariado, depois

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falei mais diretamente sobre o socialismo enquanto meio de transição ao comunismo e as
principais características desses sistemas. Durante e no final da exposição, os alunos
tiveram liberdade para expressas suas opiniões e dúvidas.
Já na turma 907, responsabilidade do professor Mateus, optei por utilizar os slides
assim como o professor. O conteúdo da aula foi o mesmo das outras turmas, a única
diferença é que pude utilizar mais imagens e tornar a exposição mais dinâmica. O
professor se sentiu mais à vontade para participar da aula e fez comentários, ajudou na
explicação e a responder as dúvidas dos alunos, mas, tudo isso, respeitando o meu
momento.
No geral, os alunos foram muito receptivos à aula ministrada por mim, participaram
fazendo comentários e perguntas, além de se manterem em silêncio e atentos durante as
minhas falas. A turma 905, contudo, surpreendeu a mim e a professora Cida devido a
qualidade do debate e das interações que surgiram principalmente ao final da exposição.
Os alunos começaram a se questionar sobre a importância da liberdade e da igualdade
dentro de um sistema político-econômico, buscando um meio termo entre ambos. Criou-
se um debate em que alguns tomaram partido e defenderam o sistema socialista e outros
o capitalista, argumentando sobre a importância de se garantir a liberdade e a igualdade
aos cidadãos, outros alunos, entretanto, tentaram mediar os dois pontos de vista fazendo
a defesa de um sistema que considerasse os dois pontos.

3.1 Metodologias utilizadas pelos professores

Embora os dois professores seguissem a mesma ordem de exposição do conteúdo, no


caso das turmas de nono ano, as metodologias utilizadas costumavam se diferenciar
bastante, ambos tinham métodos muito característicos. Por serem de gerações bem
diferentes, acredito que o contexto de formação influenciou grandemente a forma como
os dois organizam e ministram as suas aulas. Contudo, os considero, cada um a sua
maneira, excelentes professores, sendo muito enriquecedor aprender com os dois.
A professora Cida utiliza métodos de ensino mais tradicionais, recorrendo muitas
vezes ao quadro e ao livro didático. Contudo, também traz algumas metodologias
participativas para a aula sempre que possível, como os mapas mentais, estratégia muito
utilizada. Além disso, a professora procura continuamente manter os alunos concentrados
na explicação, fazendo perguntas, utilizando comparações, estabelecendo relações entre
o presente e o passado etc. No geral, enquanto ex aluna da professora e estagiária, percebi
que muitas coisas se mantiveram, como, por exemplo, os textos utilizados, as atividades,

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os exemplos, as piadas, mas observei também um movimento de aproximação com as
novas metodologias e a utilização de tecnologias em sala de aula, como o celular. A
professora estimulava e promovia atividades em que os alunos podiam utilizar o aparelho
para realizar consultas. Sobre os métodos de avaliação, a professora divide os pontos entre
as atividades, que são dadas quase que diariamente, uma avaliação secundária e a
avaliação principal, que envolve todas as disciplinas da escola.
Já o professor Mateus opta por metodologias mais modernas em suas aulas, como os
slides, os vídeos, os documentários, as músicas, as imagens, os filmes etc. Em uma aula
sobre a Revolução Industrial, por exemplo, o professor mostrou através de um GIF como
funcionava as primeiras máquinas à vapor. Além disso, as atividades propostas por ele
eram mais dinâmicas, como foi o caso da atividade “rotação por estação”, onde a turma
foi dividida em 4 grupos, cada conjunto de mesas simbolizava uma estação, cada estação
tinha uma tarefa diferente a ser executada dentro de um prazo de 6 minutos, quando
finalizada a tarefa trocava-se de posição. O professor também buscava propor atividades
de reflexão que desenvolvessem o pensamento crítico dos alunos e a escrita, por exemplo,
em uma atividade sobre a liberdade de expressão, conceito herdado da Revolução
Francesa, os alunos deviam analisar o caso em que o youtuber Felipe Neto chamou o
presidente Bolsonaro de genocida no Twitter, os estudantes deveriam se posicionar e dizer
se o youtuber havia ou não ultrapassado os limites da liberdade de expressão, justificando
a sua resposta. Em atividades como essa, o professor não considerava trechos ou ideias
copiadas da internet. Sobre os métodos de avaliação, não havia diferenças dos métodos
da professora Cida, os pontos eram divididos entre as duas avaliações e as atividades
realizadas em sala de aula ou em casa.

4. Análise Conclusiva

Considero a experiência de fundamental importância a minha formação enquanto


professora de história. Durante o estágio, pude conviver com dois professores diferentes,
mas extremamente dedicados a profissão, que me ensinaram muitas coisas e
possibilitaram uma maior aproximação com a realidade da profissão. Além disso, aprendi
sobre as estratégias e possibilidades de trabalhar o mesmo conteúdo de formas diferentes,
atendendo as demandas de cada turma. Aprendi também sobre a importância de planejar
as aulas com antecedência e estabelecer um cronograma, mas sempre levando em
consideração as necessidades dos alunos e validando as suas opiniões.

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Ademais, essa aproximação com o ambiente escolar me possibilitou vivenciar, além
das experiências positivas, todas as tensões e os conflitos entre os sujeitos que ocupam
esse espaço diariamente. A docência exige diariamente a nossa capacitação para lidar com
situações assim, o que requer muita paciência e diálogo. Cada aluno(a) chega à escola
com uma história que vai impactar diretamente no seu processo de aprendizagem,
enquanto professores devemos estar dispostos a enxergá-los como sujeitos ativos nesse
processo e permitir o desenvolvimento de suas potencialidades. Acredito que o maior
aprendizado que tive nesse período foi o de perceber que o aluno definitivamente não é
uma página em branco. Professor e aluno precisam trabalhar em conjunto para que de
fato o processo de ensino e aprendizado funcione.

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Referências Bibliográficas

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SANTIAGO, Theo. Introdução. In: SANTIAGO, Theo. Do Feudalismo ao
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Anexos

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