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APOSTILA – ORIENTAÇÃO PARA A 2ª.

FASE DO EXAME DE ORDEM, CONFORME O


PROVIMENTO 136/0AB.

Na prova prático-profissional é permitida, exclusivamente, a consulta à legislação sem


qualquer anotação ou comentário. Não é permitido o uso de material didático, tais como
Manuais, Livros de Doutrina, sendo também vedado o uso de apostilas ou material que possua
modelos de peças práticas.

1 - Fique atento à leitura do problema proposto e à fase processual que se encontra. Você deve
utilizar somente os dados fornecidos pelo problema, sem acrescentar algo alheio ao enunciado.
Não assine a peça e nem forneça quaisquer outros dados pessoais.

2 - Reserve cerca de 3 hs para a peça prático-profissional e cerca de 25 minutos para cada


questão, quando sua prova tiver tempo de duração de 5 horas.

3 - Antes de iniciar a elaboração da peça realize um pequeno rascunho, contendo um esquema


do que vai ser produzido, ou seja, anote qual a peça, para quem vai ser encaminhada, qual a
tese, qual o pedido etc. Após, inicie a feitura da peça.

4 - Durante a elaboração da peça e questões não utilize palavras repetidas. Cuidado para não
repetir a mesma palavra no início de parágrafos próximos, como também no mesmo parágrafo.

5 - Cuidado com os erros de grafia, acentuação e português. Eles podem levar à reprovação.

6 - Na prova prático-profissional, os examinadores avaliarão o raciocínio jurídico, a


fundamentação e sua consistência, a capacidade de interpretação e exposição, a correção
gramatical e a técnica profissional demonstrada.

7 – A procura dos temas nos Códigos deve ser feita a partir do índice alfabético remissivo. Isto
agiliza sua procura e, conseqüentemente, o tempo de prova será melhor aproveitado.

8 – Cada parágrafo feito deve ser analisado para que não reste nenhum erro, como também para
que o parágrafo seguinte não seja repetição do anterior.

9 – A letra apresentada pelo candidato deve ser legível, pois poderá correr o risco do
examinador não entendê-la ou até mesmo interpretá-la de modo diverso do que está realmente
escrito.

10 – As questões devem ser respondidas desde as primeiras linhas, e de forma objetiva, indo ao
cerne das questões.

11 – O Candidato deve iniciar a prova com a elaboração da peça profissional e, em seguida


responder as questões.

12 – Importante lembrar que o examinador fará a correção da prova analisando a conduta de um


profissional. Portanto, o uso de técnica profissional é imprescindível (boas frases, bons
parágrafos, comentários técnicos e adequados para o caso).

13 – O candidato deve utilizar de raciocínio jurídico, amparado por doutrina, jurisprudência e


Súmulas do STJ e STF.
LIBERDADE PROVISÓRIA

Observações Preliminares sobre a peça: “É uma peça comumente utilizada no meio jurídico
que visa colocar em liberdade indivíduo primário ou tecnicamente primário, com bons
antecedentes, residência e emprego fixos”.

Fundamentos Legais

Artigo 5º, inciso LXVI da Constituição Federal combinado com o artigo 310,
parágrafo único, do Código de Processo Penal.

Endereçamento

Essa peça é encaminhada a 1ª instância (a um Juiz de Direito ou Juiz Federal


competente).

Denominação do postulante
O indivíduo que ingressa – via procurador - com o pedido de liberdade
provisória recebe a denominação de REQUERENTE.

Prazo
Diferentemente de outras peças usadas na esfera penal, a liberdade provisória
não possui momento oportuno para ser requerida, podendo ser feita tanto em fase de inquérito
policial como durante a instrução – após o ajuizamento da ação penal.

Hipótese
Necessário frisar que essa peça é utilizada em casos em que haja prisão legal
provisória, obrigando o acusado a vincular–se a certas exigências, assegurando sua presença nos
atos processuais.

Forma
Compõe– se de uma única peça, instruída com documentos, quais sejam:
certidão de antecedentes criminais, comprovante de residência e de trabalho, dentre outros.

Observações imprescindíveis
São três os requsitos: primariedade, bons antecedentes e ausência dos motivos
autorizadores da prisão preventiva.
É uma peça onde não se adentra no mérito, porém instruída por documentos.

Casos práticos

A – O indivíduo foi autuado em flagrante delito, é primário.


B – Tício, preso em flagrante, é primário, reside no distrito da culpa e possui
emprego.
Modelo prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de ____,
Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)

Processo nº ___/___.
(pular 8 linhas)

_____, qualificado nos autos da prisão em flagrante em


epígrafe, via de seu advogado que esta subscreve (procuração inclusa), vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA com fulcro no artigo 5º,
inciso LXVI, da Constituição Federal, c.c. o artigo 310, parágrafo único do Código de Processo
Penal, expondo o que segue:
(pular 1 linha)
DA PRISÃO EM FLAGRANTE (DOS FATOS):
(pular 1 linha)
O requerente foi preso em flagrante delito, por infringir o
dispositivo legal do artigo ____ do ________________, relatando o auto de prisão em flagrante
que:____________________________ (fatos)
(pular 1 linha)
INFORMAÇÕES QUE PRESTA O REQUERENTE SOBRE SUA VIDA
PREGRESSA:
(pular 1 linha)
1 – possui residência fixa (doc. 1).
2 – primário (doc. 2).
3 – trabalha licitamente (doc. 3).
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Presentes, no caso em tela, os requisitos autorizadores da
Liberdade Provisória e ausentes motivos para manutenção da custódia cautelar, requer a Vossa
Excelência, após a oitiva do representante do “Parquet”, a concessão do pedido, expedindo – se
o competente alvará de soltura e demais formalidades inerentes ao ato.
(pular 1 linha)
P. deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data.
(pular 2 linhas)
Advogado_____________________
O . A . B ./ S. P. nº______________
CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Mévia, em conjunto com alguns colegas, acham por bem subtrair objetos que se
encontravam no interior de um caminhão. Neste mesmo momento chegam policiais e os
surpreendem. Todos confessam para o delegado diante duas testemunhas, lavrado o flagrante, os
delituosos são conduzidos ao cárcere. Mévia é primária e reside com seus genitores.
Questão: Como advogado de Mévia, adote a medida cabível para sua soltura.

2 – G, em companhia de três amigos, resolvem assaltar caminhões de carga na cidade de Itajobi


– SP, ocorre que na noite anterior à ação, G é abordado pela polícia que verifica a existência em
seu automóvel de um pente de arma de fogo. Ao ser interrogado na Delegacia, G confessa que,
juntamente com seus amigos, iria praticar roubo de cargas. Todos são presos em flagrante delito
pelo crime de formação de quadrilha ou bando. G trabalha como motorista de caminhão,
possuindo, também, residência certa e esteve envolvido, porém não condenado, em crimes de
mesma espécie.
Questão: Como advogado de G, adote a medida cabível para sua soltura.

3 – B, comerciante conhecido na cidade onde reside, vinha sendo, costumeiramente, vítima do


delito de furto. Desconfiado de A, comunicou a polícia, e juntos, em certo dia, decidiram
esperar escondidos dentro de seu estabelecimento comercial, a fim de que tal ato fosse
cometido. Após algum tempo, A adentrou no estabelecimento e furtou R$ 90,00, sendo autuado
em flagrante delito por infração ao artigo 155 do Código Penal. A trabalha no comércio vizinho
ao de B e mora com sua avó, sendo conhecido nos meios policiais pela prática de vários delitos,
porém não possui sentença condenatória transitada em julgado contra sua pessoa.
Questão: Como advogado de A, adote a medida cabível para sua soltura.

Pergunta:
4 - Asplênio, funcionário público federal, no horário de expediente, solicitou a Tarso a quantia
de R$ 2.000,00, em espécie, como condição para extraviar autos de processo criminal. Nesse
momento, Asplênio foi preso em flagrante, antes de extraviar o processo que se encontrava na
seção onde está lotado. Sabe-se, ainda, que Asplênio é primário e tem bons antecedentes.
Com base na situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, às perguntas a
seguir.Asplênio cometeu crime afiançável?
Que pedido, privativo de advogado, deve ser formulado para Asplênio ser solto?
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Observações Preliminares sobre a peça: “A peça em tela é utilizada quando a prisão em


flagrante possui mácula. Há uma prisão em flagrante ilegal, contendo vícios ou irregularidades,
tal como flagrante preparado, provocado dentre outras hipóteses”.
Fundamentos Legais
O relaxamento de prisão em flagrante tem amparo de nossa Carta Política, em
seu artigo 5º, inciso LXV.
Endereçamento
Da mesma forma que a Liberdade Provisória, esta peça é encaminhada a 1ª
instância (a um Juiz de Direito Competente de uma Vara Criminal, ou a um Juiz Federal).

Denominação do postulante
Também na mesma esteira da Liberdade Provisória, o indivíduo que ingressa –
via procurador – com o pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante recebe a denominação
de REQUERENTE.
Prazo
Como na Liberdade Provisória, o pedido de Relaxamento de Prisão em
Flagrante, não possui momento oportuno para ser requerido, podendo ser feito enquanto
perdurar a situação de ilegalidade.
Hipótese
Essa peça é utilizada em casos em que haja prisão em flagrante ilegal, ou seja,
quando o auto e prisão em flagrante possuir irregularidades, como no caso em que a pessoa após
cometer algum crime se apresenta espontaneamente e é presa em flagrante delito, ou então
quando não é realizada a entrega de nota de culpa no prazo de 24 horas, após a prisão.
Forma
Compõe-se de uma única peça, onde serão demonstradas as máculas existentes
no auto de prisão em flagrante. Não se discute o mérito da causa.

Observações imprescindíveis
Caberá relaxamento de prisão em flagrante, em casos de prisão ilegal, ou seja, o
auto de prisão em flagrante conterá vícios, como no caso do flagrante preparado, ou quando não
é expedida e entregue ao indiciado sua nota de culpa, dentre outros.
A ilegalidade da prisão é imprescindível. A diferença desta peça para com a
liberdade provisória é que no relaxamento o auto de prisão em flagrante a prisão é ilegal, já na
liberdade provisória a prisão é legal, porém o preso possui os requisitos inerentes a concessão
de tal liberdade. Atenção: PODEM SER CUMULADOS OS PEDIDOS DE RELAXAMENTO
DE FLAGRANTE E LIBERDADE PROVISÓRIA, QUANDO, SIMULTANEAMENTE,
HOUVER VÍCIO DO FLAGRANTE E ESTIVEREM AUSENTES OS REQUISITOS DA
PRISÃO PREVENTIVA.
Casos práticos

A – preso em flagrante delito, não houve a expedição da nota de culpa.


B – policiais preparam o flagrante, vindo a autuar o indivíduo em flagrante
delito.

Modelo prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de


_______________, Estado de São Paulo,
(pular 2 linhas)

Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

________, qualificado nos autos de prisão em flagrante em


epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve (procuração inclusa), vem, mui
respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, requerer RELAXAMENTO DE
PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal,
pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:
(pular 1 linha)
DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE:
(pular 1 linha)
(especificar os motivos da prisão e os vícios do auto, tudo de
acordo com os dados fornecidos pelo caso sorteado).
Do Direito – Ausência de situação flagrancial (ou Vício
formal do flagrante)
(pular 1 linha)
(especificar toda a matéria de direito, jurisprudência, Súmulas
etc...)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Assim sendo, requer:
Vista ao ilustre representante do Ministério Público;
A concessão do pedido, determinando o relaxamento da prisão
ilegal noticiada;
A expedição do competente alvará de soltura, em favor do
requerente.
Termos em que,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado ______________
O. A. B. / S. P. nº ________

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Felício, de boa família, comerciante famozérrimo, com desconfiança que seu empregado de
nome Carlão, estava subtraindo dinheiro do estabelecimento em que laborava, comunicou o fato
à polícia e então juntos, decidiram preparar um flagrante. Alguns dias após, foi encontrado em
poder do empregado notas de dinheiro previamente marcadas pelos milicianos e por Felício,
sendo autuado em flagrante delito por infringir o disposto no artigo 168, § 1º, inciso III, do
Código Penal. O representante do Ministério Público ofereceu denúncia, não sendo, até o
momento, apreciada pelo Magistrado competente.
Questão: Como advogado de Carlão, ingressar com a peça cabível em seu favor, justificando e
dando a tramitação.

2 – Kico, com 20 anos, morador da cidade de Kicolândia, em passeio na capital do Estado de


Minas Gerais resolveu subtrair, mediante emprego de violência, à bicicleta de João, momento
que foi surpreendido por policias, sendo encaminhado até o distrito policial mais próximo onde
restou autuado em flagrante delito por infração ao artigo 157 do Código Penal. Quando da
lavratura do auto de prisão em flagrante não foi entregue a nota de culpa.
Questão: Elaborar a medida cabível, para realizar a libertação de Kico.
3 – Flúvio, trabalhador, com 19 anos de idade, passava um belo final de semana, na chácara de
sua família, quando por volta das 23:00 hs, ouviu ruídos que vinham da porta dos fundos,
momento em que se dirigiu em direção a tal local, munido de uma espingarda calibre 12, de
propriedade de seu avô, quando se deparou com um vulto que vinha em sua direção, e que
devido à escuridão não conseguia identificar. Após algumas tentativas em pedir para que tal
pessoa se identificasse e com medo que era um ladrão perigoso, desferiu-lhe um tiro, que
acabou por atingir a vítima, levando-a a óbito. Em seguida soube que a vítima era o caseiro da
chácara, que era mudo. Imediatamente, Flúvio dirigiu-se à Delegacia de Polícia, comunicando o
acontecido. Após a oitiva dos fatos, o Delegado de Polícia que lá se encontrava, prendeu-o em
flagrante pelo crime previsto no artigo 121 do Código Penal.
Questão: Como advogado de Flúvio, elaborar a peça cabível para libertá-lo.
HABEAS CORPUS

Observações preliminares sobre a peça: “O “habeas corpus” como a liberdade provisória e o


relaxamento de prisão em flagrante, também não é alicerçado em um momento processual
específico, podendo ser impetrado a qualquer momento. Tem cabimento quando o indivíduo
sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal no seu direito ambulatorial.”

Fundamentos Legais:
Art. 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal c.c art. 647 a 667 do Código de
Processo Penal ou art. 648, inciso ___ do CPP.

Endereçamento:
Esta peça é dirigida sempre à autoridade competente, imediatamente, superior à
autoridade que está cometendo ou na iminência de cometer coação ilegal. Ex: autoridade
coatora sendo o delegado de polícia, o “habeas corpus” será dirigido à próxima autoridade
superior, ou seja, o Juiz. Se a autoridade coatora for um Juiz de Direito dirigir-se-á o HC ao
Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça (segunda instância) e assim sucessivamente.
Caso a autoridade apontada como coatora seja membro do Ministério Público
que atue em primeira instância, o HC será endereçado à segunda instância, ou seja, para
Tribunal. Assim, sendo MP Estadual ou do Distrito Federal, o HC será encaminha ao Presidente
do TJ. Entretanto, sendo MP Federal, o HC será endereçado ao Presidente do TRF da respectiva
região.

Denominação do postulante:
A pessoa que está na iminência de sofrer ou que está sofrendo a coação
(constrangimento) ilegal é denominada paciente. O indivíduo que impetra o HC recebe a
denominação de impetrante.

Prazo:
Não existe momento processual oportuno para a impetração de ordem de
“habeas corpus”, pois basta haver coação ilegal ou sua iminência e, que não haja peça
específica a ser proposta naquele momento. Assim, não há prazo para a impetração do HC,
podendo ser antes ou após o trânsito em julgado.
Contudo, recomenda-se atenção para o fato de que havendo peça específica para
o momento processual, esta deve ser elaborada, salvo se o indivíduo estiver preso ilegalmente,
pois nesse caso, mesmo havendo peça oportuna, para o momento, deve ser elaborado um HC,
para que seja concedida sua liberdade.
Hipótese:
Previsto em nossa Carta Política como um remédio garantidor da liberdade
ambulatorial, cabível nas hipóteses previstas nos incisos do artigo 648 do CPP.
Em verdade, o HC é uma verdadeira ação impugnativa como a Revisão
Criminal. Ocorre que o HC é ação impugnativa de caráter popular, onde qualquer do povo
poderá propor-lo (inclusive um menor ou pessoa jurídica em favor de seus diretores) face
existência ou a iminência de existência de coação ilegal contra liberdade do individuo.

Forma:
Tal qual a liberdade provisória e o relaxamento de prisão em flagrante, o HC
também é composto por uma única peça, que deve estar sempre carreada com documentos
(cópia do auto de prisão em flagrante, documentos comprobatórios da coação ilegal ou da sua
iminência).

Observações imprescindíveis:
O HC é cabível sempre que alguém estiver na iminência ou sofrendo coação
ilegal por parte de autoridade competente, denominada, neste caso, autoridade coatora.
O HC pode ser Liberatório ou Preventivo e deve ser endereçado,
necessariamente, à autoridade superior à autoridade coatora.
O “corpo” do HC deve conter os dados do impetrante e paciente, como também
da autoridade apontada como coatora.
O HC também pode ser impetrado pelo membro do Ministério Público.
Dentro de um caso concreto vislumbra-se a possibilidade de impetração de HC
quando nele contiver: “foi expedido mandado de prisão”, “o processo está em andamento”, “o
réu está na iminência de ser preso”, “o réu está preso há mais de cem dias e a instrução não foi
concluída”.
Verificada a presença do fumus boni iuris e periculum in mora, o candidato
deve elaborar HC com pedido de liminar e, apontar, durante a peça, onde estão no caso a
fumaça do bom direito e o perigo na demora.

Casos Práticos:
A – Jorge, após cometer delito de furto, foi preso, permanecendo nesta situação há 108 dias, não
sendo a instrução sequer iniciada até o momento. Requereu a libertação, o que lê fora negada.
B – Sílvio, preso em flagrante por furto, requereu a fiança que fora negada pelo juiz da Vara
Criminal de Guairá-PR.
Modelo Prático:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de
__________, Estado de São Paulo,
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subsecção Judiciária de
______, do Estado de _______,
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça,
Seção Criminal, do Estado de São Paulo,
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Regional
Federal da ____ Região,
(pular 8 linhas)
O advogado________________________, brasileiro, solteiro,
inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de _______, sob o nº ____,
com escritório profissional na rua ______________, nº______, na cidade de _____________,
Estado de _________, vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência,
impetrar ordem de “habeas corpus”, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição
Federal, c.c o artigo 648, inciso____, do Código de Processo Penal, em favor de
________________________ (qualificação do paciente), por estar sofrendo (ou estar na
iminência de sofrer) coação ilegal, por determinação do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara
Criminal da Comarca de _______________ (ou por determinação do Ilustríssimo Senhor
Doutor Delegado de Polícia do __________ Distrito Policial, da cidade de ________________),
expondo, para tanto o que segue:
(pular 1 linha)
DOS FATOS:
(pular 1 linha)
DA COAÇÃO ILEGAL:
(pular 1 linha)
DO DIREITO:
(pular 1 linha)
CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS:
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto e em face da ilegalidade patente,
requer seja concedida liminar, presentes que estão o fumus boni iuris e o periculum in mora
para, liminarmente determinar... Depois de prestadas as informações pela autoridade coatora, e
do parecer do digníssimo membro do Ministério Publico, requer a concessão da presente ordem
de “habeas corpus”, com a finalidade _______________________ , com fundamento no artigo
___ do ___________ , expedindo, para tal finalidade, o competente alvará de soltura
(contramandado de prisão), em favor do paciente ora qualificado.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado____________
O . A . B . / __nº______

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – C lesionou de forma leve a pessoa de U. Após lavrado o termo circunstanciado, C ressarciu


de forma integral U, sendo tal ato homologado pelo juiz de Direito. O representante do
Ministério Público que atua perante a o Juizado Especial Criminal da Comarca de Colônia,
mesmo sabendo do acordo, denuncia C, e o processo está em andamento.
Questão: Como advogado, intentar a medida judicial cabível.

2 – C, famoso locutor de rodeio, através de notícia veiculada em vários jornais, difamou I, que é
peão de rodeio. Este último após 8 meses da data do conhecimento da autoria do fato, promoveu
ação penal contra C, ação esta que se encontra em trâmite.
Questão: Como advogado de C, adote a medida cabível.

3 – Anita, encontra-se encarcerada em flagrante delito, sendo-lhe imputada pela autoridade


policial do 1º DP a prática do crime de favorecimento à prostituição – Art. 229 CP - no local
denominado Casa de Massagem, na Rua Bento Quirino, nesta capital, que foi inaugurada hoje.
No local foram encontrados alguns casais praticando coito. Anita, que estava presente no local,
é primária e não registra antecedentes criminais, além de não admitir ser a proprietária do local.
Requereu a concessão de liberdade provisória que fora negada.
Questão: Requeira a soltura de Anita.
4 – Beira Rio, preso em flagrante delito, por estar, segundo laudo vestibular, na posse de
substância entorpecente conhecida como cocaína, foi denunciado como infrator do artigo 33 da
Lei 11.343/06. O interrogatório judicial ainda não foi realizado. Carreou-se aos autos o laudo do
exame laboratorial toxicológico, onde se verifica que o material apreendido deu resultado
positivo para xilocaína em pó. Fora requerida a revogação de sua prisão, havendo o conseqüente
indeferimento.
Questão: Encontre a medida cabível para a soltura do suposto meliante.

5 – Mélvio tentou atirar em Tício com revólver cujo cão havia sido desmontado pela própria
vítima. Na denúncia a conduta de Mélvio foi capitulada no artigo 121, caput c.c o artigo 14,
inciso II, ambos do CP. Dos autos consta o laudo sobre as condições da arma utilizada,
comprovando a sua inidoneidade. Mélvio requereu a concessão de liberdade provisória, o que
fora negado pela autoridade competente.
Questão: Adotar a medida adotada em favor de Mélvio.

6 – Luiz, brasileiro, casado, vendedor, nascido em 12/05/1926, foi denunciado por ter subtraído
de Maria um relógio, uma aliança e uma pulseira de ouro, em 12/01/1991, na Rua Santos n. 900.
O denunciado forjou que possuía uma arma. O juiz da 2ª Vara Criminal de Sorocaba-SP recebeu
a denúncia em 25/03/1995, e o réu foi interrogado em 18/03/1996. As testemunhas de acusação
também foram ouvidas em 18/03/1996. As de defesa inquiridas em 25/04/1996. O defensor
apresentou memoriais em 10/05/1996. Em 25/05/1996 prolatou-se sentença condenando Luiz à
pena de 4 anos de reclusão e 10 dias–multa, por infração ao artigo 157, caput, do CP e, foi
fixado o regime prisional fechado para início de cumprimento da pena, por ser um crime grave.
O advogado do réu, homem distraído, perdeu o prazo para recorrer, e a sentença transitou em
julgado para a defesa e acusação. Expediu-se mandado de prisão, e o réu está na iminência de
ser preso.
Questão: Defenda Luiz.
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇAO / RESPOSTA PRELIMINAR

Observações preliminares sobre a peça: “É uma peça utilizada após a citação do acusado.
Após a decisão que recebeu provisoriamente a ação penal, o juiz abre prazo de 10 (dez) dias
para o advogado apresentar a defesa, podendo nela alegar tudo (preliminar e mérito) o que
entenda necessário, devendo arrolar as suas testemunhas, sob pena de preclusão.

Fundamentos Legais
Artigo 396-A do Código de Processo Penal, ou a fundamentação da Legislação
Especial, ou sendo o procedimento da primeira fase do júri, nos termos do art. 406 do CPP.

Endereçamento
É uma peça endereçada exclusivamente a primeira instância juiz de Direito ou
juiz federal competente de uma Vara Criminal ou Vara do Júri, ou seja, dirigida ao juiz da vara
onde tramita o processo.

Denominação do postulante
O indivíduo que apresenta a Defesa Escrita recebe a denominação de
ACUSADO, RÉU ou IMPUTADO.
Prazo
Diferentemente da Liberdade Provisória, do Relaxamento de Prisão e do HC, a
Resposta escrita à acusação, necessariamente precisa ser apresentada dentro de 10 (dez) dias
após a citação do acusado. A contagem do prazo deve ser feita no dia útil seguinte após a
citação, isto nos termos da Sumula 710 do STF e do art. 798 do CPP.
Hipótese
Esta Defesa é peça obrigatória, pois se o acusado, através de seu advogado não
apresentar no prazo legal, o juiz, deverá nomear defensor para fazê-lo, sob pena de nulidade por
cerceamento de defesa.

Forma
Compõe-se de uma única peça, tal como as peças já estudadas, onde poderá ser
tratada tese preliminar e de mérito, alem de arrolar das testemunhas, sob pena de preclusão.

Observações imprescindíveis
A Reposta Escrita à Acusação será apresentada após a citação do acusado,
dentro do prazo de dez dias.
Também recebe a denominação, por alguns autores, de Defesa Preliminar ou
Resposta Preliminar.
A dica mais comum para se saber se o caso é de apresentação da peça em tela é
que houve a citação do acusado.
Na resposta à acusação pode haver discussão do mérito da causa, alegadas
preliminares, e arrolar testemunhas, sob pena de preclusão. As exceções devem ser articuladas
em arrazoado separado.

Casos Práticos

A – Dino foi citado na data de ontem. Apresente a medida processual cabível.


B – O magistrado recebeu a ação penal e determinou a citação do acusado, fato
que ocorreu na data de ontem.

Modelo Prático

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da _____ Vara Criminal da Comarca de


______________, Estado de _______.
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Federal da Subsecção Judiciária de
_______, do Estado de _______,
(pular 2 linhas)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

_______, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move a


Justiça Pública, processo em epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve,
vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA ESCRITA,
a que alude o artigo 396-A do Código de Processo Penal (ou a Legislação Especial ou art. 406
CPP – Júri) expondo e requerendo o que segue:
(pular 1 linha)
DOS FATOS:

Narrar os fatos em parágrafos de ate 4 ou 5 linhas, não


repetindo a mesma palavra dentro do mesmo parágrafo.
(pular 1 linha)
DA PRELIMINAR:
Narrar a preliminar, tal como citação defeituosa, hipótese de
rejeição da ação penal etc.
Na narrativa da preliminar, pode ser citada doutrina e
jurisprudência, alem de ficar bem esclarecido o motivo que deu ensejo para essa alegação.
(pular 1 linha)
DO MERITO:
Narrar a tese de mérito, como, por exemplo, hipótese de
absolvição sumária, nos termos do art. 397 do CPP.
(pular 1 linha)
DOS PEDIDOS:
Nesta fase, havendo a argüição de preliminar, deve ser feito o
pedido preliminar e de mérito. Não havendo argüição de preliminar, mas somente tese de
mérito, o pedido será apenas em relação a tese alegada.
Fique atento no pedido, para a presença das hipóteses do art.
397 do CPP, pois após a apresentação da resposta escrita, os autos serão enviados ao juiz que
decidira sob a hipótese de absolvição sumária ou não.
Não se esqueça de arrolar testemunhas, realizando a
qualificação e requerendo as devidas intimações, como por exemplo:

ROL DE TESTEMUNHAS:
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________ ; qualificação ________; Endereço __________ .

Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _________________
O . A . B. / ______. nº _________

CASOS REFERENTES À MATÉRIA


1 – Tormento praticou o delito de homicídio em sua forma qualificada. Foi denunciado e citado
para apresentar sua defesa.
Questão: como advogado de Tormento elabore a peça pertinente ao momento processual.

2 - Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas
penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alínea b, do Código Penal, por crime praticado contra
Geisa, de 20 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi
narrada nos seguintes termos: "No mês de agosto de 2000, em dia não determinado, Alessandro
dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol.
Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Geisa, o denunciado constrangeu-a
a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo
de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de
grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando
aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos
libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente
mental, incapaz de reger a si mesma." Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os
depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz
da 2.ª Vara Criminal do Estado XX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se
defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2008. Alessandro procurou, no
mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade
específica de ver-se defendido na ação penal em apreço.
Disse, então, a seu advogado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a
namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Romilda, e sua mãe, Geralda, que moram
com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas.
Disse, ainda, que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o
promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Alessandro informou que não havia
qualquer prova da debilidade mental da vítima.
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a)
pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Em
seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica, explore as teses
defensivas e date o documento no último dia do prazo para protocolo.
RESPOSTA PRELIMINAR (ou) RESPOSTA POR ESCRITO
(Do rito especial dos crimes afiançáveis de Funcionário público)

Observações preliminares: É um peça processual que só possui utilidade nos processos


referentes aos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (artigos 513 e seguintes do
Código de Processo Penal), salvo nos casos de excesso de exação e facilitação ao contrabando
ou descaminho.

Tramitação Inicial
Oferecida a peça acusatória, antes mesmo de o juiz decidir a cerca do recebimento, deverá
notificar o funcionário público, dando-lhe prazo de 15 dias, para oferecer sua defesa às
acusações. Não fica o funcionário público obrigado a apresentar a resposta prévia, mas o juiz é
obrigado a proceder determinada notificação dando-lhe um prazo de 15 (quinze) dias, sob pena
de nulidade. O fundamento legal deste prazo está no art. 514 do CPP.

Procedimento Posterior
Após a notificação dada pelo juiz para que o funcionário público, caso este apresente sua
resposta prévia, o juiz poderá seguir por dois caminhos: primeiro acolhe a resposta prévia, não
recebe a peça acusatória, podendo neste caso o Ministério Público recorrer em sentido estrito
apresentando a defesa apenas às contra-razões do recurso; já se o juiz não acolher a resposta
prévia, receberá a peça acusatória, dando início ao processo e consequentemente determinando
a citação do acusado.

Forma/ Estrutura
Compõe-se por um única peça, endereçada ao juiz, que deverá conter as razões do funcionário
público a favor de sua defesa, instruída com documentos, se possível, sendo que no final deve
ser requerido que NÃO receba a peça acusatória.

Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara Criminal da Comarca de ______
Santa Catarina,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Criminal da Seção Judiciária de
________,
(pular 2 linhas)
Autos nº___
(pular 8 linhas)
_________, já qualificado nos autos em epigrafe , através de seu
advogado, no final assinado, vem mui respeitosamente, a ilustre presença de Vossa Excelência,
com fulcro no art. 514 do Código de Processo Penal, apresentar sua RESPOSTA
PRELIMINAR, expondo e requerendo o quanto segue:
(pular 1 linha)
DOS FATOS:
(pular 1 linha)
DA PRELIMINAR:
(pular 1 linha)
DO DIRETO:
(pular 1 linha)
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
(pular 1 linha)

Requerimento/pedido
É, pois, a presente para requerer que Vossa Excelência não receba a
exordial ou denúncia, julgando nos termos do art. 516 do Código de Processo Penal....
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado____________
O.A.B./ ____ nº__________

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Tíssio, funcionário público federal, exerce cargo de diretor numa repartição, tendo como
função fiscalizar a atuação dos subordinados. No dia 25 de maio de 2005, Tácio, funcionário
público, colega e subordinado de Tíssio, cometeu infração administrativa, ou seja, não fez
relatório exigido para um determinado caso concreto. Não houve responsabilização
administrativa de Tácio, pois Tíssio não sabia da infração. Diante da omissão de Tíssio, foi
oferecida denúncia, com base no artigo 320 do CP. A denúncia foi autuada pelo juiz, que
notificou o acusado para responder.
QUESTÃO: Como advogado de Tíssio, tome a medida cabível.
ALEGAÇÕES FINAIS

Observações preliminares sobre a peça: As Alegações Finais ou “Memoriais Escritos” é a


peça a ser utilizada após o final da instrução criminal e antes da prolação de sentença. Nela as
partes fazem um resumo do que consta dos autos, sendo a última oportunidade, antes da
sentença, para as partes frisarem suas teses preliminares e de mérito.
Com a reforma do CPP (lei 11.719/08), haverá apresentação de Alegações Finais
(Memoriais Escritos), quando não puderem ser realizadas de maneira oral, pois se trata da regra
atual. Desta feita, apenas em casos complexos, ou de grande numero de acusados, haverá a
conversão dos memoriais orais em escritos, nos termos do art. 403, §3º. do CPP.
Aqui, para a apresentação da peca em questão, existe processo e existe momento
processual específico.

Fundamentos Legais
Art. 403, §3º do Código de Processo Penal, sendo o rito ordinário. Porém em
caso de procedimento de competência do Júri, o respaldo legal é encontrado no artigo 411 do
CPP.
Endereçamento
É encaminhada a um juiz de Direito competente da Vara Criminal (ou Juiz
Federal) onde tramita o processo (procedimento comum ordinário) ou da Vara do Júri
(procedimento especial do júri – crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados e os
crimes a ele conexos).

Denominação do postulante
Como na Resposta Escrita, a denominação utilizada pelo indivíduo que
apresenta as Alegações Finais, é ACUSADO, RÉU ou IMPUTADO.

Prazo
Quando há conversão de memoriais orais em escritos, são 5 (cinco) dias
sucessivos para cada parte (acusação e defesa).

Hipótese
É a última manifestação das partes antes da prolação de sentença, ou seja, é o
momento processual adequado para as partes argüirem suas teses (preliminar e mérito), antes
que se dê uma solução de 1ª instância para o caso.
Forma
É elaborada em uma única peça, podendo ser dividida em preliminar e mérito
conforme o caso apresentado.

Observações imprescindíveis

Nas Alegações Finais sempre há momento processual específico, sendo


elaborada primeiramente pela acusação e após pela defesa.
Para a elaboração da peça em estudo, o caso deve trazer em qual fase se
encontra o processo, ou seja após a audiência de instrução, debates e julgamento. Deve constar
que o houve a conversão de memoriais orais em escritos, ou que o MP já elaborou suas
Alegações Finais, ou que o MP opinou pela condenação, ou que o MP opinou pela pronúncia,
ou ainda que o processo esta na fase do art. 403 CPP etc.
Quando estamos na fase de Alegações Finais, temos processo, não temos
sentença e trânsito em julgado.

Casos práticos

A – Elabore a defesa final de seu cliente.


B – O processo em epígrafe está na fase do art. 403 do CPP.
C – O representante do Ministério Público apresentou seus Memoriais.
D - Elabore os Memoriais de Defesa de seu cliente.

Modelo Prático (rito ordinário)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ____ Vara Criminal da Comarca de
____________, Estado de São Paulo,
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subsecção Judiciária de
____________, Estado de ________,
(pular 2 linhas)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
_____________, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe
move a Justiça Pública, por infração ao artigo ____ do ou da ________ , via de seu advogado e
procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à douta presença de Vossa
Excelência, com fulcro no art. 403 do Código de Processo Penal, apresentar MEMORIAIS
ESCRITOS, expondo e requerendo o quanto segue:
(pular 1 linha)
DOS FATOS:
(pular 1 linha)
O presente processo, diz respeito a suposta prática do crime de
_____________ e, segundo consta na exordial, o ora imputado ____________ (narrar os fatos,
sem que haja a repetição da mesma palavra dentro do mesmo parágrafo, como também que o
parágrafo tenha, no maximo, entre 4 ou 5 linhas).
(pular 1 linha)
DA PRELIMINAR:
(pular 1 linha)
Narrar a tese preliminar, com a menção de doutrina e
jurisprudência.
(pular 1 linha)
DO MERITO:

Via de regra este é o momento de articular tese que redunde na absolvição do cliente
(pular 1 linha)
*não esquecer de reservar, conquanto não haja consulta, espaço
específico para colocação de doutrina e jurisprudência, que deve ser assim enunciada, por
exemplo:
“A jurisprudência já afirmou que nos crimes materiais contra a
ordem tributária é imprescindível o lançamento, que condiciona a própria tipicidade da conduta
(HC no. ... do C. STF)”

Ou
A doutrina de Guilherme Nucci tem merecido reiteradas
citações dos Tribunais. O eminente autor entende que... (Código Penal, p....,).

Obs. Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que conheça, não
importando que não saiba exatamente o nome do livro do autor ou o número do recurso criminal
enfrentado pela corte, ou mesmo o texto exato, bastando que saiba fazer um resumo da posição
defendida.
(pular 1 linha)

SUBSIDIARIAMENTE
Aqui o candidato deve mencionar todas as teses alternativas à anulação do processo e a
absolvição pura e simples. A pertinência da tese dependerá do caso concreto.
Apenas para ilustrar, aqui vão algumas teses que o candidato deve saber manusear na
hora da prova:
Desclassificação (atenção com eventual prescrição ou decadência que dela derivar e com a
súmula 337 do STJ). Afastamento de qualificadoras. Circunstâncias judiciais favoráveis.
Reconhecimento de atenuantes. Afastamento de agravantes e causas de aumento.
Reconhecimento de causas de diminuição. Concurso de crimes mais favorável ao agente.
Regime inicial de cumprimento de pena menos gravoso. Substituição da pena por
restritiva de direitos, ou pena de multa. Sursis. Recurso em liberdade. Negativa de
indenização. Negativa aos efeitos do art. 91 do CP.

CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS):


(pular 1 linha)

A acusação não logrou provar o que imputara na denúncia e as


provas produzidas impõe a prolação de uma sentença absolutória (pular 1 linha)
É imprescindível, para uma condenação criminal, um juízo de
certeza. Meras suposições não bastam para levar a uma sentença penal condenatória. Entretanto,
se V. Exa. entender de forma diversa, a condenação não pode ser nos termos que pretende o
Parquet, devendo ser considerados os argumentos acima expendidos.
(pular 1 linha)
DOS PEDIDOS:
(pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto e inequivocamente provado, a
defesa requer preliminarmente a .... Se V. Exa entender de forma diversa, afastando a nulidade
apontada, postula-se a absolvição do imputado, com fulcro no inciso __, do artigo 386 do
Código de Processo Penal.
Subsidiariamente pede-se...
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _________________
O.A.B. / ____. nº _____________
CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – George, segundo consta da denuncia teve sua carteira violentamente subtraída por Osama,
na Cidade de Nova Yorque-SP. Durante a fase processual, restou apurado que a vítima não
sofreu qualquer tipo de constrangimento ou violência, o que as testemunhas presenciais
puderam esclarecer. O representante do “Parquet” requereu a condenação de Osama, e você,
como advogado foi intimado na data de ontem para apresentar o que de direito.
Questão: Defenda Osama, justificando e dando a tramitação.

2 – Mariano Pereira, brasileiro, solteiro, nascido em 20/1/1987, foi denunciado pela prática de
infração prevista no art. 157, § 2.º, incisos I e II, do Código Penal, porque, no dia 19/2/2007, por
volta das 17 h 40 min, em conjunto com outras duas pessoas, ainda não identificadas, teria
subtraído, mediante o emprego de arma de fogo, a quantia de aproximadamente R$ 20.000,00
de agência do banco Zeta, localizada em Brasília – DF.
Consta na denúncia que, no dia dos fatos, os autores se dirigiram até o local e convenceram o
vigia a permitir sua entrada na agência após o horário de encerramento do atendimento ao
público, oportunidade em que anunciaram o assalto.
Além do vigia, apenas uma bancária, Maria Santos, encontrava-se no local e entregou o dinheiro
que estava disponível, enquanto Mariano, o único que estava armado, apontava sua arma para o
vigia.
Fugiram em seguida pela entrada da agência. Durante o inquérito, o vigia, Manoel Alves, foi
ouvido e declarou: que abriu a porta porque um dos ladrões disse que era irmão da funcionária;
que, após destravar a porta e o primeiro ladrão entrar, os outros apareceram e não conseguiu
mais travar a porta; que apenas um estava armado e ficou apontando a arma o tempo todo para
ele; que nenhum disparo foi efetuado nem sofreram qualquer violência; que levaram muito
dinheiro; que a agência estava sendo desativada e não havia muito movimento no local.
O vigia fez retrato falado dos ladrões, que foi divulgado pela imprensa, e, por intermédio de
uma denúncia anônima, a polícia conseguiu chegar até Mariano. O vigia Manoel reconheceu o
indiciado na delegacia e faleceu antes de ser ouvido em juízo.
Regularmente denunciado e citado, em seu interrogatório judicial, acompanhado pelo advogado,
Mariano negou a autoria do delito. A defesa não apresentou alegações preliminares.
Durante a instrução criminal, a bancária Maria Santos afirmou: que não consegue reconhecer o
réu; que ficou muito nervosa durante o assalto porque tem depressão; que o assalto não demorou
nem 5 minutos; que não houve violência nem viu a arma; que o Sr. Manoel faleceu poucos
meses após o fato; que ele fez o retrato falado e reconheceu o acusado; que o sistema de
vigilância da agência estava com defeito e por isso não houve filmagem; que o sistema não foi
consertado porque a agência estava sendo desativada; que o Sr. Manoel era meio distraído e ela
acredita que ele deixou o primeiro ladrão entrar por boa fé; que sempre ficava até mais tarde no
banco e um de seus 5 irmãos ia buscá-la após as 18 h; que, por ficar até mais tarde, muitas vezes
fechava o caixa dos colegas, conferia malotes etc.; que a quantia levada foi de quase vinte mil
reais.
O policial Pedro Domingos também prestou o seguinte depoimento em juízo: que o retrato
falado foi feito pelo vigia e muito divulgado na imprensa; que, por uma denúncia anônima,
chegaram até Mariano e ele foi reconhecido; que o réu negou participação no roubo, mas não
explicou como comprou uma moto nova à vista já que está desempregado; que os assaltantes
provavelmente vigiaram a agência e notaram a pouca segurança, os horários e hábitos dos
empregados do banco Zeta; que não
recuperaram o dinheiro; que nenhuma arma foi apreendida em poder de Mariano; que os outros
autores não foram identificados; que, pela sua experiência, tem plena convicção da participação
do acusado no roubo.
Na fase de requerimento de diligências, a folha de antecedentes penais do réu foi juntada e
consta um inquérito em curso pela prática de crime contra o patrimônio.
Na fase seguinte, a acusação pediu a condenação nos termos da denúncia.
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de Mariano, a
peça processual, privativa de advogado,pertinente à defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a
fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no último dia do
prazo para protocolo, considerando que a intimação tenha ocorrido no dia 23/6/2008, segunda-
feira.

3 – Abravamel, empresário, com 45 anos de idade, teve por várias vezes sua residência
assaltada. No dia 25/09/00, ao retornar para sua residência, notou que a porta de sua casa estava
aberta, momento em que viu um vulto caminhando em sua direção. Indagou algumas vezes
quem era tal pessoa, não logrando êxito, porém o citado vulto continuava a caminhar em sua
direção, quando de imediato, o empresário saca de sua arma e atira. Após o ocorrido, apurou-se
que tal vulto era de um deficiente mental. Instaurou-se processo, e no final da instrução, o
representante do Ministério Público requereu a pronúncia do empresário.
Questão: Como advogado, e intimado na data de hoje aplique a medida cabível ao caso.

4 – Barriga, com 22 anos de idade, desempregado, genitor de três filhos, passando por grandes
dificuldades financeiras, cometeu o crime de furto, pois se dirigiu até um comércio na cidade de
Brotas-SP, e lá chegando subtraiu para si duas maçãs, sendo posteriormente denunciado como
incurso no artigo 155 do Código Penal. Não obteve a suspensão condicional do processo, por
ser reincidente em crime que praticou de forma dolosa.
Questão: Como advogado de Barriga apresente a peça cabível, tendo em vista ter sido intimado
na data de ontem.

5 – Carlos, com 33 anos de idade, está sendo processado na cidade de Mogi Mirim, pelo crime
de falsidade ideológica, pois serviu de testemunha instrumentária do registro de nascimento do
recém nascido, do qual Alberto dizia ser o genitor, pois segundo ele havia mantido relações
sexuais com a mãe do recém nascido.
Questão: No transcorrer do processo, o “Parquet” opinou pela condenação de Carlos nas penas
da lei. Defenda-o.

6 – Caim, enfermeiro, do Hospital sem Base, responde processo por praticar ato que se adequa
ao que dispõe o artigo 121, parágrafo 2º, inciso III, 1ª parte, c.c. o artigo 14, inciso II do CP,
pois segundo narra a denúncia, tal enfermeiro tentou matar Abel, mediante aplicação de injeção
intra venosa. Feito o laudo, para apurar o caráter da substância ora utilizada, este conclui que tal
substância ministrada não tinha potencialidade lesiva, não podendo através de seu uso causar a
morte de ninguém. O representante do Ministério Público apresentou suas Alegações Finais,
requerendo a pronúncia de Caim, conforme versava a denúncia.
Questão: Advogue para Caim.
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES

Observações preliminares sobre a peça: O Pedido de Explicações, como o próprio nome


sugere, é um pedido elaborado anteriormente à ação penal, e versa sobre os delitos contra a
honra, ou seja, calúnia, injúria e difamação. É uma medida de caráter facultativo, preliminar e
preparatório de uma futura ação penal privada.

Fundamentos Legais
Nos crimes previstos no Código Penal (calúnia, injúria e difamação) encontra
respaldo no artigo 144 do mesmo diploma legal. Já nos casos dos mesmos crimes supra citados,
porém cometidos através dos veículos de imprensa, incidia a Lei 5250/67 pela Lei de Imprensa.
ENTRETANTO, O STF, DECLAROU TOTAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI EM
QUESTAO.

Endereçamento
Tal pedido tem que ser distribuído a um Juiz de Direito ou a um Juiz Federal
competente.

Denominação do postulante
Os indivíduos que estão nos pólos do Pedido de Explicações são denominados
INTERPELANTE / INTERPELADO ou REQUERENTE / REQUERIDO.

Prazo
O Pedido de Explicações, não comporta prazo determinado, porém, é feito antes
da ação penal, e não interrompe e nem suspende o prazo decadencial (6 meses) para o
oferecimento da queixa-crime.

Hipótese
Vale salientar que tal peça é utilizada de forma preparatória para uma futura
ação penal privada (queixa-crime), como nos crimes que afrontam a honra, a exemplo da
calúnia, injúria e difamação.

Forma
Tal pedido é composto por uma única peça, que pode vir alicerçada de
documentos, ou seja, o Pedido de Explicações pode vir acompanhado de prova documental.
Observações imprescindíveis
É peça comumente elaborada antes de uma ação penal privada, tratando-se de
medida facultativa e preparatória para o oferecimento da sobredita ação penal. Trata dos delitos
contra a honra.
O interpelado não é obrigado a responder ao Pedido de Explicações, que
somente pode ser intentado pela pessoa que supõe ter sido ofendida em sua honra. Assim,
a suposta vítima elabora a peça em questão, justamente para tentar produzir prova do crime
contra a honra, que será anexada à queixa-crime.
Deve ficar consignado que o Pedido de Explicações é feito uma vez que o
indivíduo ainda não possui prova suficiente de que fora vítima de um crime contra a sua honra,
e assim, por meio da peça em pauta procura, em juízo, produzir a prova para sustentar um futuro
oferecimento da ação penal privada.
Casos práticos

A – A peça vai pedir para você propor medida preliminar, e que seu cliente
achou-se ofendido por frases ambíguas, dúbias ou equívocas.

Modelo Prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Criminal da Comarca de
___________, Estado de São Paulo,
(pular 8 linhas)

______, brasileiro, estado civil _______, profissão


__________, portador do RG nº _______ e do CPF nº ________, residente e domiciliado à Rua
______________, nº __, via de seu advogado e procurador que esta subscreve (procuração
inclusa), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 144 do
Código Penal (ou artigo 25 da Lei 5.250/67), requer que se processe PEDIDO DE
EXPLICAÇÕES, em face de ______, brasileiro, estado civil _____, profissão ________,
portador do RG nº _______, e do CPF nº ______, residente e domiciliado à Rua __________, nº
__, pelas razões abaixo expostas:. (pular 1 linha)
DOS FATOS
(pular 1 linha)
O interpelado na data de, _________, do mês de ________ do
corrente ano, proferiu frases equívocas, ambíguas e dúbias contra o interpelante.
(pular 1 linha)
Por seu turno, o interpelante sentiu-se ofendido, pois inferiu
pela existência dos delitos de calúnia, injúria e difamação.
(pular 1 linha)
DO DIREITO:
(pular 1 linha)
A respeito do assunto, nossos Pretórios assim se posicionam:
(pular 1 linha)
“Só tem cabimento o pedido, quando ocorrerem alusões ou
frases das quais se possa inferir a existência de crimes contra a honra”(RT 519/402).
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto e inequivocamente demonstrado,
requer a Vossa Excelência:
O Recebimento do presente pedido;
Que seja designado dia e hora para a realização de audiência,
com a notificação do interpelado para que possa prestar as explicações necessárias, ou que as
faça por escrito.
Derradeiramente, após tomadas as explicações ou certificada a
recusa em prestá-las, requer a entrega dos autos.
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 1 linha)
Local e data.
(pular 1 linha)
Advogado________
O. A . B. / S. P. nº__

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Tyson, por meio do jornal da cidade de Marília-PE, transcreveu frases equívocas, ambíguas
e dúbias em desfavor de Maguila, tendo este último 38 anos de idade na data dos fatos e
possuindo residência e emprego fixos. Por sua vez, Maguila sentiu-se ofendido, conseguindo,
por si só, deduzir a existência do crime de calúnia.
Questão: Aplique a medida preliminar cabível

2 – Tora e Batente, amigos de longa data, um dia se separaram. Ocorre que Batente andou
proferindo publicamente frases equívocas, ambíguas e dúbias contra a frágil pessoa de Tora,
inferindo este pela existência dos crimes de calúnia, injúria e difamação, do que se julgou
extremamente ofendido.
Questão: Como advogado, aplique a medida preliminar que revista o caso em tela.

3 – Felix, residente na cidade de Porto Ferreira, casado e sem filhos, possuindo 50 anos de
idade, andou pelos quatro cantos da cidade em que reside, proferindo frases equívocas,
ambíguas e dúbias contra a pessoa de Guma, que é pescador profissional, dizendo até que
sequer conseguiria pescar um peixe dentro de um aquário. Guma, sentindo-se profundamente
ofendido, acha que foi vítima dos crimes contra a honra, e diz que tomará todas as providências
cabíveis contra seu agressor verbal.
Questão: Guma acaba de adentrar em seu escritório narrando-lhe os fatos e pedindo que
ingresse com a medida cabível.
QUEIXA (QUEIXA-CRIME)

Observações preliminares sobre a peça: Sempre que se falar em queixa, estamos tratando da
petição inicial da ação penal privada, assim como a denúncia é a petição inicial da ação penal
privada.

Endereçamento
A queixa-crime é necessariamente encaminhada à primeira instância, ou seja, a
um juiz de direito ou juiz federal de uma Vara Criminal.

Denominação do postulante
O indivíduo que oferece a peça em tela é denominado QUERELANTE, e o
indivíduo contra quem se propôs a queixa recebe a denominação de QUERELADO.

Prazo
O prazo para o oferecimento de queixa crime é decadencial, não havendo
suspensão ou interrupção, e depende de certas hipóteses, senão vejamos: São 6 (seis) meses,
contados a partir do conhecimento da autoria delitiva; ou então, 3 (três) meses, nos casos dos
crimes de imprensa, contados a partir da publicação (veiculação) da notícia. O STF julgou
inconstitucional da lei de imprensa.

Hipótese
No caso de ação penal privada, é a peça que inaugura tal ação, sendo oferecida
em juízo. Temos hipóteses de crimes que se procedem mediante queixa, contidas, por exemplo,
nos artigos 163 e 145 do CP.
Há também a hipótese da ação penal privada subsidiária da pública (artigo 29
do CPP e artigo 5º, LIX da CF), quando se trata de crime de ação penal pública, e o membro do
Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da denúncia, surge para a vítima a
oportunidade do oferecimento da queixa-crime subsidiária, que terá o prazo decadencial de 6
meses contados da data em que o Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da
denúncia.

Forma
Compõe-se de uma peça, que deve ser elaborada em conjunto com uma
procuração específica, que trará uma síntese fática sobre o ocorrido.
Ademais, como a queixa-crime é uma petição inicial, deve ser realizada a
qualificação das partes (querelante e querelado).
Observações imprescindíveis
O requerimento da queixa deve conter, além de outras coisas mais, o pedido de
condenação.
A queixa, apesar de peça única deve vir acompanhada de uma procuração
específica, onde deve conter um breve relato dos fatos de deram corpo a peça que está sendo
oferecida.
Tem legitimidade para oferecer a queixa-crime, a vítima ou seu representante
legal, além das pessoas elencadas no artigo 31 do CPP.

Casos práticos

A – Fafá clama, há tempos, para todos ouvirem que sua cunhada “trabalha” na
Casa de Prostituição denominada Relax, fato que é presenciado por diversos cidadãos.

Modelo prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ou Juiz Federal da Egrégia ___ Vara Criminal da
Comarca ou Subsecção Judiciária de _____, Estado de São Paulo,
(pular 8 linhas)

________, brasileiro, estado civil ____, profissão ____,


portador da Cédula de Identidade RG nº ____, e do CPF/MF nº ____, residente e domiciliado na
Rua ______, nº ___, na cidade de ______, via de seu advogado e procurador que a esta
subscreve (procuração específica inclusa), vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa
Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, nos moldes do art. 41 do Código Penal contra ______,
brasileiro, estado civil ____, profissão ____, portado da Cédula de Identidade RG nº ____, e do
CPF/MF nº ____, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, pelos
motivos que a seguir aduz:
(pular 1 linha)
OS FATOS:
(pular 1 linha)
(narre de forma ordeira os fatos ocorridos, inclusive citando o
dispositivo legal infringido, pulando 1 linha de um parágrafo a outro)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Por tudo quanto restou exposto e demonstrado, tendo o
querelado infringido o artigo ___ do Código Penal, requer a Vossa Excelência:
Que a presente seja recebida;
Que se colha a manifestação do representante do “Parquet”;
A citação para o interrogatório e intimação para os demais atos
processuais, até final julgamento, momento em que deverá ser condenado, observando-se o
disposto no artigo 529 do Código de Direito Processual Penal;
Notificação das testemunhas, cujo rol segue abaixo.
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado ______________
O . A . B. / ____ nº _______

ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – nome, qualificação, endereço
2 – nome, qualificação, endereço
3 – nome, qualificação, endereço
(pular 2 linhas)

Advogado ______________
O . A . B. / ______. nº _______

PROCURAÇÃO ESPECÍFICA
(pular 8 linhas)

____________, brasileiro, estado civil _____, profissão _____,


portador da Cédula de Identidade RG nº _____, e do CPF/MF nº _____, residente e domiciliado
na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, nomeia e constitui seu advogado e procurador o
Dr. __________, brasileiro, estado civil _____, advogado, OAB/SP nº _____, com escritório
profissional na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, a quem confere todos os poderes,
inclusive os da cláusula “ad judicia” e, especialmente para propor queixa-crime contra:
_______, brasileiro, estado civil _____, profissão _____, portador da Cédula de Identidade RG
nº _____, e do CPF/MF nº ______, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, na cidade de
_______, pelo fato a seguir:
(narrar os fatos com clareza e objetividade – breve relato dos
fatos)
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Assinatura do Cliente (Querelante)

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Corla, com 23 anos de idade, solteira, manicure, é lindeira de Joana, que possui 30 anos de
idade, é casada com Zé, e trabalha como doméstica, na residência de Ricardo. Ocorre que já há
quase três meses, Corla vem falando para todos os vizinhos e demais pessoas que nas
proximidades se encontram que sua vizinha pratica sexo com Ricardo e com todos os seus
amigos, e que seu trabalho deveria ser na zona local.
Questão: Como todos os vizinhos, e até mesmo outras pessoas ouviram o que Corla disse,
Advogue para Joana tomando as providências cabíveis.

2 – Múrcio, separado judicialmente, presidente da Associação dos Médicos da cidade de


Ribeirão Preto-SP, teve sua honra afrontada por pessoas que são seus inimigos políticos. Tais
pessoas são os também médicos, Drs. Adib e Dalilo que, usualmente fazem fortes críticas e
restrições à sua gestão. Desta vez, citados oponentes enviaram uma circular a todos os outros
associados, onde fizeram severas acusações à pessoa do então presidente. Dentre outras coisas,
disseram que o Dr. Múrcio era safado e pilantra, e que habitualmente se apropriava de dinheiro
que não era seu.
Questão: Apresente a peça cabível para a defesa dos interesses de Múrcio.

3 – Tácio, famoso comerciante da cidade de Ubarana-MT, vendeu a Roberto várias telhas, que
no total perfizeram o montante de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Roberto pagou tal
quantia no ato, porém com cheque que não tinha provisão de fundos. Tácio, arrependido de ter
realizado tal negócio e com o dissabor de ser enganado, dirigiu até a Delegacia de Polícia de sua
cidade, onde foi lavrado inquérito e enviado à Justiça. Após o período de 60 dias, Tácio não
obteve nenhuma notícia, pois, providência alguma foi tomada.
Questão: Advogue para Tácio e faça com que a justiça dê andamento ao feito.
REPRESENTAÇÃO

Observações preliminares sobre a peça: “Enquanto a queixa é usada nos crimes de ação penal
privada, a Representação tem utilidade para casos de ação penal pública condicionada. Tal peça
pode ser intentada tanto pelo ofendido como pelo seu representante legal e, nada mais é do que
condição de procedibilidade da ação penal pública.

Endereçamento
Diferentemente das peças estudadas anteriormente, a Representação, pode ser
dirigida a um juiz de direito ou juiz federal competente, a um Delegado de Polícia ou ainda a
um membro do Ministério Público.

Denominação do postulante
A denominação utilizada para os dois pólos da representação é REQUERENTE
e REQUERIDO.
Prazo
Nesta peça o prazo é variado, sendo de 6 (seis) meses a partir do momento do
conhecimento da autoria do delito.

Hipótese
É uma peça utilizada em casos de crimes de ação penal pública condicionada, e
como o próprio nome sugere, é condicionada à representação da vítima ou de seu representante
legal. Ex. art. 130, § 2º, 147, 152 a 154, 213, 215 do CP, etc.

Forma
A representação é exclusivamente composta de uma única peça.
Na verdade a representação é condição de procedibilidade para o oferecimento
da denúncia nos crimes de ação penal pública condicionada.

Observações imprescindíveis
A representação equivale a uma manifestação de vontade, sendo uma condição
de procedibilidade da ação penal pública condicionada.
Pode ser dirigida não só a um magistrado, como também a um Delegado de
Polícia ou ainda a um representante do Ministério Público.
Deve-se também frisar que depois de oferecida a denúncia, a representação se
faz irretratável, nos moldes do artigo 25 do CPP.
Casos práticos

A – “R”, ameaçou de morte “L”, fato visto por diversas pessoas.


B – “M”, desferiu um soco no rosto de “N”, lesionando este de forma leve, fato
ocorrido dentro de uma movimentada boate.

Modelo prático

Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia (ou Juiz de Direito, ou ainda representante do
MP) do ____ Distrito Policial da Cidade de _____________, Estado de São Paulo,
(pular 8 linhas)

_____________, brasileiro, estado civil ______, profissão


______, portador da Cédula de Identidade RG nº ____, e do CPF/MF nº ____, residente e
domiciliado na Rua _______, nº ___, nesta cidade de _______, via de seu advogado e
procurador que esta subscreve (procuração inclusa), vem, mui respeitosamente à Douta presença
de Vossa Senhoria, formular REPRESENTAÇÃO contra __________, brasileiro, estado civil
______, profissão ______, portador da Cédula de Identidade RG nº ____ e do CPF/MF nº ____,
residente e domiciliado na Rua _______, nº ___, nesta cidade de _________, expondo e
requerendo o que segue:
(pular 1 linha)
OS FATOS
(pular 1 linha)
Requerente e requerido ________ (narrar os fatos de forma
ordenada e objetiva, pulando 1 linha a cada parágrafo).
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO
(pular 1 linha)
por tudo quanto foi exposto, tendo o requerido violado o artigo
_____ do Código Penal, vem o requerente representar contra este, autorizando o que de direito,
a fim de que possa o Ilustre Representante do Ministério Público intentar a ação penal.
Derradeiramente requer a intimação das testemunhas que
poderão ser ouvidas, cujo rol segue abaixo

Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado ________________
O . A . B. / _______ nº _________
(pular 1 linha)

_________________________
Requerente

ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – nome, qualificação e endereço.
2 – nome, qualificação e endereço.
3 – nome, qualificação e endereço.
4 – nome, qualificação e endereço.

Advogado _________________
O . A . B. / _____. nº __________
(pular 1 linha)

_________________________
Requerente

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Caio e Décio, ambos com 22 anos de idade, estudam na mesma faculdade, e trabalham no
mesmo local, porém dia destes, Caio discutiu com seu colega e o ameaçou de morte, fato que
foi presenciado por vários colegas de labor, muitos até ficaram horrorizados com tal ocorrido.
Questão: passados dois dias Décio procura seu escritório, pedindo para que você ingresse com a
medida cabível.
2 – Muria e Murcia trabalham no mesmo escritório de contabilidade, na cidade de Jundiaí.
Ocorre que no acerca de 4 meses, Muria ameaçou Murcia de tirar-lhe a vida. Tal fato se passou
na presença de várias pessoas.
Questão: como advogado de Murcia, pleiteie a solução adequada. Justificando.

3 – Leoncio e Leonildo amigos de longa data, se desentenderam e discutiram. Durante a


discussão, Leonildo desferiu um soco no rosto de Leôncio causando-lhe lesão corporal leve, fato
que fora presenciado por Ticio e Melvio. Tal fato ocorreu a cinco meses atrás.
Questão: Advogue para a vítima requerendo o que de direito para que possa haver o
oferecimento da denuncia.
RECURSOS
COMPETÊCIA RECURSAL DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL

No que diz respeito a Justiça Comum Estadual temos o Tribunal de Justiça (Seção
Criminal), que tem competência para julgar recursos relacionados a todos os crimes, salvo os
crimes de menor potencial ofensivo (crimes com pena máxima em abstrato de até 2 anos) que
serão julgados pelo Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal.
Também vale lembrar que em tal órgão, seus componentes recebem a denominação de
Desembargadores.
Por sua vez, na Justiça Comum Estadual, em sede de 1ª instância temos Juízes de
Direito da Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, Estado do Ceará, por exemplo.
Quanto à 2ª instância temos, para todos os Estados, o Tribunal de Justiça, Seção ou
Secção Criminal, do Estado de Minas Gerais, por exemplo.
Os integrantes dos TJs são denominados Desembargadores.
Os TJs possuem Câmaras Criminais.
Os crimes de competência da Justiça Comum Estadual são todos aqueles que não serão
da competência da Justiça Comum Federal, Militar ou Eleitoral.

COMPETÊNCIA RECURSAL DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL

Na Justiça Federal, em sede de 1ª instância temos Juízes Federais da Vara Criminal da


Seção Judiciária de São Paulo, por exemplo.
Quanto à 2ª instância, temos o Tribunal Regional Federal, dividido em regiões, como
por exemplo, SP e MS formam a 3ª Região.
Os integrantes dos TRFs são denominados Desembargadores.
Os TRFs possuem Turmas recursais.
Os crimes de competência da Justiça Comum Federal estão tratados no artigo 109 da
CF.
Dentre os crimes de competência da Justiça Comum Federal temos: crimes políticos
(Lei de Segurança Nacional); crimes que atinjam quaisquer interesses da União ou de suas
entidades autárquicas, ou empresas públicas, salvo as contravenções e os crimes de competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (art. 109, IV da CF); crimes praticados contra a Justiça
do Trabalho e a Justiça Eleitoral, excetuado os crimes eleitorais; tráfico internacional de
entorpecentes; crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, ressalvados os casos da
competência Justiça Militar – art. 109, IX da CF; crimes contra o sistema financeiro e contra a
ordem econômica e financeira; art. 109, X da CF; crimes praticados contra servidores públicos
no exercício da função, etc.
Importante frisar que em matéria de competência devem ser estudadas as
Súmulas do STJ e STF.

APELAÇÃO

Observações Preliminares sobre a peça: “Tal peça é cabível quando, no processo, houve
sentença, porém não há trânsito em julgado”. Então tem processo, tem sentença que ainda não
transitou em julgado.

Fundamentos Legais:
Encontra respaldo nos artigos 593 e seguintes do CPP ou ainda os artigos
correspondentes na respectiva legislação especial, dependendo de cada caso.

Endereçamento:
Diferentemente das peças outrora analisadas, a apelação é endereçada ao juiz “a
quo” e ao respectivo Tribunal, ou seja, a petição de interposição é dirigida ao juiz que proferiu a
sentença e, as razões, onde são expostas as teses, é endereçada ao Tribunal de Justiça, TRF ou
Colégio Recursal.
Denominação do Postulante:
Quem recorre da decisão é denominado APELANTE, já a outra parte recebe a
denominação de APELADO.
Prazo:
Para a petição de interposição o prazo é de cinco dias, porém para as razões, o
prazo é de oito dias, todavia na prática tais peças são interpostas no mesmo prazo, ou seja,
conjuntamente.
O prazo para a interposição de apelação se inicia a partir da intimação da
sentença.
Em se tratando da Lei 9.099/95, o prazo para a apelação será de 10 dias.
Hipótese:
A apelação é cabível contra sentença sem trânsito em julgado, nesta peça a parte
buscará a reforma total ou parcial da decisão “a quo”.
Forma:
Compõe-se de duas peças, ou seja, da petição de interposição, dirigida ao juiz
que prolatou a sentença, e das razões endereçada ao respectivo Tribunal (TJ ou TRF).

Observações Imprescindíveis:
Devemos sempre atentar que quando é caso para se apelar, existe processo,
sentença, porém não há trânsito em julgado.
Os efeitos da apelação podem ser devolutivo e suspensivo.
Tal peça deve ser feita distintamente através da petição de interposição e das
razões.

Casos Práticos:
A – João, após ser processado por crime, foi condenado por sentença recorrível.
B – Paulo, condenado, ficou sabendo que a sentença transitou em julgado para a
acusação.
C – Pedro foi condenado por sentença que não transitou em julgado, tendo sido
intimado, assim como seu defensor, na data de ontem.
Modelo Prático:
*petição de interposição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de _________,
Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Seção Judiciária de
________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

______________________, qualificado nos autos do processo


em epígrafe, via de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à
Douta Presença de Vossa Excelência, dentro qüinqüídio legal, interpor recurso de
APELAÇÃO, com fulcro no artigo 593 do Código de Processo Penal, data vênia, por não se
conformar com a r. sentença condenatória.
Em anexo, seguem as razões recursais.
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado__________
O . A . B ./ ____. nº___

*roteiro de Razões de Apelação:


Egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal, do Estado de São Paulo,
ou
Egrégio Tribunal Regional Federal da ___ Região.
(pular 2 linhas)
Comarca de ____________________
Cartório do ____ Ofício Criminal
Processo nº __/__
(pular 1 linha)
Apelante: ______________________
Apelado: ______________________
(pular 3 linhas)
DOUTO PROCURADOR,
(pular 2 linhas)
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
(pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
(pular 3 linhas)
A r. sentença condenatória de fls. não deu ao caso o conforto da
justiça e merece ser reformada, senão vejamos:
ou
Em que pese o zelo do magistrado “a quo”, este não deu ao caso
a solução adequada, assim vejamos:
ou
A r. sentença de fls. é injusta e necessita de reparo.
Verifiquemos:
(pular 1 linha)
DOS FATOS :

(pular 1 linha)
DO DIREITO:
Aqui o candidato deve organizar seu raciocínio da mesma
maneira que em uma alegação final: higidez do processo (preliminares) mérito (absolvição,
normalmente) e subsidiárias (outras teses que melhorem de alguma forma a situação do
condenado, como desclassificação, afastamento de qualificadora, alteração de regime de
cumprimento, etc.).

(pular 1 linha)
*não se esquecer de reservar, conquanto não haja consulta,
espaço específico para colocação de doutrina e jurisprudência, que deve ser assim enunciada,
por exemplo:
“A jurisprudência já se pronunciou no sentido de que o regime
integralmente fechado não compõe com o princípio da individualização da pena (HC no. ... do
C. STF)”

Ou
Doutrina respeitada sobre este tema é a de Júlio Fabrini
Mirabete. O eminente autor entende que... (CP interpretado p....,).

Obs. Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que conheça, não
importando que não saiba exatamente o nome do livro do autor ou o número do recurso
criminal enfrentado pela corte.

:
ou
CONCLUSÃO:
(pular 1 linha)
* este tópico serve para reforçar a sua tese.
REQUERIMENTO:
Por tudo que dos autos consta, requer a reforma da r. sentença
condenatória, sendo imprescindível a imposição da absolvição ao caso em tela, alicerçado no
inciso _____ do artigo 386 do Código de Processo Penal.
(pular 1 linha)
DE FORMA ALTERNATIVA:
(pular 1 linha)
*neste tópico, deve-se requerer algo além da absolvição, ou
seja, suspensão condicional da pena, pena mínima, perdão judicial, enfim, a aplicação de
benefícios cabíveis ao caso em questão.
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado_____________
O . A . B ./ ____. nº______

*a apelação, em suas razões, pode ser confeccionada com preliminar e mérito, dependendo do
caso.

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Adroaldo, com 20 anos bem vividos, praticou a figura típica do artigo 155 em sua forma

qualificada do CP. Tal fato ocorreu em 20/12/96, portanto, perto do natal. A data do

recebimento da denúncia foi 20/11/97, e o processo teve seus trâmites normais. A sentença

datada de 10/12/99 condenou Adroaldo em 2 anos de reclusão com concessão de sursis. Durante

o processo, o réu negou a autoria, e as testemunhas nada esclareceram. A sentença transitou em

julgado para a acusação. Questão: Intimado na data de ontem, defenda Adroaldo.

2 – Sassofereto, quando em época de IP, permaneceu calado. Na fase seguinte, foi condenado

como infrator do artigo 157, parágrafo 2º, incisos I e II c.c o artigo 14, inciso II, do CP. A pena

aplicada foi de 1 ano, 9 meses e 10 dias de reclusão, além do pagamento de 4 dias multa. As

provas produzidas eram frágeis, porém, o magistrado que compõe a 5ª Vara Criminal da

Comarca de Colina-CE, alicerçou o seu decisório na presunção de culpa por Fernando ter

permanecido em silêncio na fase policial. Questão: A sentença foi publicada há 5 dias, e como

advogado defenda Fernando.

3 – Guapo, morador da cidade de Jaboatão, foi denunciado como incurso nas penas do artigo

155, parágrafo 4º, inciso I do CP, sob a acusação de Ter adentrado na residência do senhor

Manoel Luiz, com 50 anos de idade, e primário. Guapo subtraiu uma TV. Na polícia confessou

o delito mas, em juízo, negou o fato, esclarecendo ao magistrado que a confissão ocorreu pois

foi ameaçado pelos policiais. O advogado do acusado apresentou defesa prévia em momento
oportuno. Quando ouvidas, as testemunhas arroladas pela acusação nada esclareceram, ao passo

que as arroladas pela defesa confirmaram que Guapo é trabalhador e boa pessoa. Quando da

fase do artigo 402, do CPP, nada foi requerido pelas partes. Na fase do artigo seguinte, o

“Parquet” pediu a condenação. Após ser intimado, o defensor do ora acusado não apresentou

suas alegações finais. Sem tomar qualquer tipo de providência, o juiz prolatou sentença onde

condenou Guapo concedendo sursis. Intimado o réu, de próprio punho recorreu.

Questão: Como advogado de Guapo, ofereça as razões recursais.

4 – Edmario e Reimundo, estão sendo processados por lesões corporais graves recíprocas. As

testemunhas arroladas em sede de denúncia não residem na comarca dos fatos, portanto, para

sua oitiva, expediu-se competente carta precatória, intimando-se as partes. Em audiência, foi

nomeado o Dr. Tertulino como defensor “ad hoc” para ambos os acusados. Reimundo, que

durante toda a instrução processual teve defensor dativo foi condenado e Edmario absolvido,

sendo que este último joga futebol em um grande clube barretense.

Questão: Aplique a medida cabível, cediço que a sentença ainda não transitou em julgado para

Reimundo.

5 - Lauro foi denunciado e, posteriormente, pronunciado pela prática dos crimes previstos no

art. 121, § 2.º, incisos II e IV, em concurso material com o art. 211, todos do Código Penal

Brasileiro (CPB). Em 24/6/2008, Lauro foi regularmente submetido a julgamento perante o

tribunal do júri. A tese de negativa de autoria não foi acolhida pelo conselho de sentença e

Lauro foi condenado pelos dois crimes, tendo o juiz fixado a pena em 16 anos pelo homicídio

qualificado e, em 3 anos, pela ocultação de cadáver. O Ministério Público não recorreu da

decisão. A defesa ficou inconformada com o resultado do julgamento, por entender que havia

prova da inocência do réu em relação aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.

Considerando a situação hipotética apresentada, indique, com os devidos fundamentos jurídicos:

< o recurso cabível à defesa de Lauro;

< a providência jurídica cabível na hipótese de o juiz denegar o recurso


6 - Paulo, analista de sistemas, 36 anos, caminhava pela Praça João Mendes em SP, Capital,

quando repentinamente foi abordado por um morador de rua.

Paulo, surpreendido pela conduta, desferiu um empurrão na vítima, de nome Carlos, que bateu a

cabeça no meio fio e morreu.

Após a instauração do IP, o MP houve por bem denunciar Paulo, como incurso nas penas do art.

121,§2º, I e IV do CP. As qualificadoras alinhavadas na denúncia seriam motivo fútil (mero

pedido de esmola) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (surpresa).

A denúncia foi, após citação regular, recebida pelo Juízo Competente. Produzida a prova oral, o

juiz admitiu a acusação, dizendo que “não era crível a versão do réu de ter se assustado com a

abordagem”.

Submetido a julgamento, o réu afirmou que jamais pretendeu a morte da vítima, reagiu

instintivamente à abordagem, para se defender do que imaginou ser uma tentativa de assalto.

O laudo necroscópico atesta a morte por trauma crânio encefálico, que evoluiu junto a

septicemia, com óbito dois dias depois.

As condições de higiene da vítima eram precárias e ficou bem demonstrado que era alcoólatra,

com várias internações.

Não foi produzida prova oral em juízo.

O réu foi condenado por homicídio, nos termos da denúncia. A pena ficou em 14 anos de

reclusão, regime integralmente fechado. Pesou em desfavor do réu a circunstância de possuir

processo em trâmite, por roubo circunstanciado.

O julgamento ocorreu no dia 05/02/2010. Na condição de advogado de Paulo, tome a medida

adequada, apontando o último dia do prazo legal para demonstração de inconformismo.


CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Observações preliminares sobre a peça: tal peça serve para contrarrazoar, o recurso de
apelação, ou seja, uma parte descontente com a sentença proferida, ingressa com o recurso de
apelação, a outra parte que foi beneficiada com tal decisão, não quer que ela seja modificada, e
com isso ingressa com as contrarrazões de apelação, para combater a tese alegada em sede de
apelação, e para requerer que a sentença prolatada não seja reformada.
Na verdade, esta peça, nada mais é do que uma contestação ao
recurso de apelação interposto.
Fundamentos legais
Alicerça-se nos artigos 593 e seguintes do Código de Processo Penal, mais
especificamente no art. 600 do CPP.

Endereçamento
O endereçamento da peça em tela se sintoniza com o endereçamento da
apelação, ou seja, são duas petições, onde a primeira, chamada de petição de juntada, é dirigida
para o juiz que prolatou a sentença. A segunda peça, denominada de contra razões, é dirigida ao
Tribunal competente.

Denominação do postulante
Tal qual a apelação a denominação para as partes das contrarrazões de apelação
também é APELANTE e APELADO, isto é facilmente perceptível, pois as contra razões, nada
mais é que uma contestação à apelação outrora interposta. Assim, aquele que elabora às
contrarrazões é denominado de APELADO.

Prazo
O prazo para se apresentar contrarrazões de apelação é de 8 dias, contados da
intimação de que houve recurso de apelação.

Hipótese
A peça em tela tem cabimento em casos de recurso (apelação) por parte da
acusação. Tem como objetivo primordial manter a sentença prolatada.

Forma
São duas petições: uma de juntada aos autos das contrarrazões encaminhadas ao
juiz prolator da sentença. A outra peça, é propriamente denominada contrarrazões, é e dirigida
ao Tribunal competente, sendo dividida em fatos, direito e pedido.
Observações imprescindíveis
As contra-razões é composta, necessariamente, por duas peças. É cabível
sempre quando houver recurso por parte da acusação, ou se tratando de ação penal privada, o
querelante interpondo a apelação, o querelado será intimado para apresentar às contrarrazões.

Casos práticos

A – foi prolatada sentença penal absolutória em favor de Flávio, porém, o


Ministério Público recorreu por meio de apelação. Apresente a peça cabível para o momento
processual.

B – Dino, foi processado criminalmente, porém ao final, a sentença foi


absolutória, e o Promotor de Justiça recorreu de tal decisão. Advogue para Dino.

Modelo prático

*Petição de Juntada
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Criminal da Comarca de
_________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

_________, qualificado nos autos em epígrafe, via de seu


advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à Douta presença de
Vossa Excelência, nos termos do art. 600 do Código de Processo Penal, requerer a juntada aos
presentes autos das contrarrazões do recurso de apelação, ora interposto pelo ilustre
representante do Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado ___________
O . A . B. / ____ nº ____
 As contrarrazões seguem o mesmo modo do recurso de apelação, ou seja, a 2ª peça
aqui segue o mesmo modo da 2ª peça apresentada em apelação, dividida em fatos,
direito e pedido.

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – José, com 22 anos de idade e com bons antecedentes, foi denunciado e processado por
praticar o delito de lesão corporal grave, sendo absolvido no final. Quando da prolação da
sentença o MM Juiz de Direito de Catunduva-PE, fundamentou seu decisório que a legítima
defesa está devidamente comprovada. O ilustre representante do Ministério Público,
inconformado com tal decisão recorreu.
Questão: Como advogado de José, aplique a medida cabível.

2 - O representante do MP, em um caso de ação penal pública incondicionada na fase do artigo


403, concluiu pela inocência do réu e requereu sua absolvição. O Douto Magistrado, abraçando
a tese do “Parquet”, proferiu sentença absolutória. O membro do MP entrou em férias e na
ocasião da intimação da sentença, outro membro do MP, entendendo de modo diverso de seu
colega e do Magistrado, sustentou que a sentença merecia modificação. Diante disto, interpõe
recurso, com fundamento em sua independência funcional, considerando que, sendo ação penal
pública incondicionada, o seu colega jamais poderia requerer a absolvição, mas sim só a
condenação. O promotor substituto requer a condenação do acusado nos termos do artigo 171
do CP, fundamentando que o réu teria agido com culpa presumida, ainda que não tivesse obtido
a vantagem ilícita em prejuízo alheio.
Questão: Como advogado, adote o que de direito.

3 – Pedro, foi processado por infração do artigo 213 do CP, respondeu ao processo preso, a
sentença decretou absolvição fundamentada de que as provas produzidas sob o crivo do
contraditório eram insuficientes, e determinou a expedição de alvará de soltura. O Ministério
Público recorreu.
Questão: Inconformado com a apelação interposta, apresente a peça cabível para manter a
sentença outrora prolatada.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Observações preliminares sobre a peça: “Entendemos, como a maior parte da doutrina, que o
recurso em sentido estrito, segue um rol taxativo, e só cabe nas hipóteses previstas no artigo 581
do Código de Processo Penal, é claro que respeitados os casos de leis extravagantes, como por
exemplo a lei 5.250/67, em seu artigo 44, parágrafo 2º (recurso contra decisão que recebe
denúncia ou queixa na Lei de Imprensa. A lei de imprensa foi declarada integralmente
inconstitucional pelo STF) e da Lei 1.521 de 1.951 (lei de economia popular).
Fundamentos Legais
Tal recurso encontra acolhida no artigo 581 do Código de Processo Penal ou no
artigo correspondente da legislação especial.

Endereçamento
O recurso em tela, como a apelação, é composto por duas petições, sendo a
primeira, denominada petição de interposição, endereçada ao juiz “a quo” que prolatou
despacho ou decisão interlocutória. A segunda peça denominada razões é encaminhada ao
Tribunal.

Denominação do postulante
A denominação utilizada para as partes do recurso em sentido estrito é
RECORRENTE e RECORRIDO.

Prazo
O prazo para a petição de interposição é de 5 (cinco) dias. O prazo para razões é
de 2 (dois dias), contados da intimação da decisão.

Hipótese
É cabível para reexame de decisão judicial, nos termos do artigo 581 do Código
de Processo Penal.
Forma
Tal recurso é composto por duas petições, sendo petição de interposição e as
razões.
Importante salientar que, na petição de interposição deve ser efetuado pedido de
retratação, tendo em vista que o RESE possui efeito regressivo.

Observações imprescindíveis
Necessário frisar que o recurso em sentido estrito é cabível contra despacho ou
decisão de juiz de 1ª instância, porém já mencionado o juízo de retratação, e somente nas
hipóteses taxadas no artigo 581 do Código de Processo Penal, nos incisos que foram marcados
em aula.
Casos práticos

A – Durante um processo cível, “K”, em sede de contestação, alegou que o


autor “M” praticou crime de apropriação indébita, descrevendo os fatos de forma detalhada. No
juízo criminal “M”, propôs queixa , atribuindo a “K” o crime de calúnia. No juízo criminal foi
rejeitada a queixa, com fundamento no artigo 142, inciso I, do Código Penal. Advogue para
“M”.

B – Por sentença proferida pelo M.M. Juiz, o réu foi pronunciado.

C – Após o crime contra a vida o Juiz prolatou sentença de pronúncia.

Modelo Prático

(Roteiro de Interposição)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ____ Vara Criminal da Comarca de
__________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal da Seção Judiciária
de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
_________, qualificados nos autos da Ação Penal que lhe move
a Justiça Pública, via de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente à
Douta presença de Vossa Excelência, dentro do qüinqüídio legal, com fulcro no artigo 581,
inciso ___ , do Código de Processo Penal, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,
por não se conformar com a r. ________.
Requer, que Vossa Excelência se retrate da decisão proferida.
Caso entenda por bem mantê-la requer, outrossim, que, juntamente com as razões recursais, os
autos sejam encaminhados à Instância Superior.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado ____________
O . A . B. / ____ nº _____

Razões de RESE
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
Ou
Egrégio Tribunal Regional Federal da ____ Região (pular 2 linhas)
Comarca de __________
ou Subsecção Judiciária de _________.
Cartório do __ Ofício Criminal
ou Secretaria do __ Ofício Criminal.
Processo nº __/__
(pular 1 linha)
Recorrente: __________
Recorrido: ___________
(pular 3 linhas)
DOUTO PROCURADOR,
(pular 2 linhas)
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
(pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
(pular 3 linhas)
A r. decisão de fls., não traz aos autos a correta e eficaz
aplicação da Justiça, senão vejamos:
ou
A Justiça não abraça o caso em tela com a r. sentença de fls., o
que será demonstrado pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos:
ou
Revestida de injustiça a r. decisão __________, merecendo ser
reformada por esta Corte, senão verifiquemos:
(pular 1 linha)
Dos Fatos:
ou
(pular 1 linha)
DO DIREITO APLICÁVEL À ESPÉCIE:
(pular 1 linha)
CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS:
ou
CONCLUSÃO:
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO:
(pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto, requer o provimento do presente
recurso, com a reforma da r. decisão de fls., com fulcro no inciso ____ , do artigo _____ , do
Código de Processo Penal.
(pular 1 linha)
DE FORMA ALTERNATIVA:
ou
ALTERNATIVAMENTE:
(pular 2 linhas)
local e data
(pular 2 linhas)
Advogado______________
O . A . B . / ____ n._______

 O exemplo acima é de razões simples, todavia existem casos onde, nas razões serão
articuladas preliminares e mérito, e neste caso deve constar todos os pedidos, ou seja,
preliminares, mérito e eventuais subsidiárias.
CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 – Luminha, após desentendimento com Martinha, saca de um revólver e atira vindo a acertar a
perna esquerda desta, mas de repente, arrepende-se e vai embora. Devido ao ocorrido, o Parquet
da cidade de Bebedouro-SP, ofereceu denúncia qualificando o fato como tentativa de homicídio,
tendo o juiz recebido a exordial e o processo seguido seus trâmites normais. Nas vezes em que
foi ouvido, Luminha afirma que atirou, mas que se arrependeu, pois não tinha a intenção de
matar Martinha, mesmo sabendo que esta é sem vergonha. Passada as alegações finais, o juiz
pronuncia Luminha para responder o delito perante o Tribunal do Júri, conforme se verifica
através da sentença que foi proferida da data de ontem.
Questão: Adote o recurso cabível.

3 – Em uma reunião festiva realizada por um empresário na Comarca de Sorocaba, Carlos,


engenheiro elétrico, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, teria ofendido a dignidade
e a honra de Clodovil eis que jocosamente, relatava aos presentes em tal festa as relações
homossexuais por este praticadas. Clodovil, devido a tais fatos contratou um belo advogado,
ajuizando no foro central da Capital, queixa – crime contra Carlos, por infração aos artigos 139,
140 e 141, inciso II do Código Penal. A ação foi distribuída perante a 1ª Vara Criminal, todavia
o magistrado rejeitou a inicial fundamentando em sua decisão, ser incompetente para processar
e julgar o feito ocorrido na Comarca de Sorocaba, amparado nos artigos 6º do Código Penal e
70, caput do Código de Processo Penal. A decisão foi prolatada há dois dias.
Questão: Como advogado de Clodovil, adote a medida cabível.

3 – Conti, estava em sua residência quando percebeu que alguém forçava a porta dos fundos. De
porte de uma arma, aguardou num canto da cozinha sem acender as luzes. Ato contínuo, a porta
se abriu e Conti pode ver claramente a figura de um homem que estava armado e adentrando em
sua residência. Diante de tal situação, Conti disparou a arma atingindo o desconhecido com um
tiro certeiro, provocando-lhe morte instantânea. Conti foi denunciado pelo MP nas penas do
artigo 121, parágrafo 1º do Código Penal, pois foi reconhecida a violenta emoção causada pela
invasão de sua residência. Após os trâmites de praxe, Conti foi pronunciado e mandado a
julgamento pelo Tribunal do Júri, nos termos da denúncia. A r. decisão de pronúncia não
transitou em julgado. Proponha a medida cabível para a defesa de Conti.

4 - Agnaldo, que reside com sua esposa, Ângela, e seus dois filhos na cidade de Porto Alegre –
RS, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a uma loja de
material de construção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o
vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de
cheques pré-datados como garantia da dívida.
Como não possui conta-corrente em agência bancária, Agnaldo pediu a seu cunhado e vizinho,
Firmino, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido
prontamente atendido. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a
compra, deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado.
Dias depois, Firmino, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou todos os cheques que
havia emitido, entre eles, os emprestados a Agnaldo. Diante da sustação, o empresário, na
delegacia de polícia mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial,
uma vez que Firmino frustrara o pagamento dos cheques pré-datados.
Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou inquérito policial para apurar o caso,
indiciando Firmino, por entender que havia indícios de ele ter cometido o crime previsto no
inciso VI do § 2.º do art. 171 do Código Penal.
Inconformado, Firmino impetrou habeas corpus perante a 1.ª Vara Criminal da Comarca de
Porto Alegre, tendo o juiz denegado a ordem.
Considerando essa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Firmino,
interponha a peça judicial cabível, privativa de advogado, em favor de seu cliente.

CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Observações preliminares sobre a peça: “As contrarrazões de recurso em sentido estrito, é


utilizada, quando nas hipóteses do artigo 581 do Código de Processo Penal, a acusação recorre.

Fundamentos Legais
Estas contrarrazões encontram respaldo no artigo 588 e seguintes, do Código de
Processo Penal.
Endereçamento
Conforme as contrarrazões de apelação, as de recurso em sentido estrito, tem
endereçamento para dois órgãos, ou seja, a petição de juntada é dirigida ao juiz que prolatou a
sentença, ou despacho e as contrarrazões propriamente ditas, são encaminhadas ao Tribunal
competente.

Denominação do postulante
Tal qual o recurso em sentido estrito a denominação dada as partes é de
RECORRENTE e RECORRIDO.
Prazo
Em regra, ou seja, na maior parte dos incisos do artigo 588 do CPP, o prazo é de
2 (dois) dias.
Hipótese
É cabível quando houver, nas hipóteses do artigo 581 do CPP, recurso por parte
da acusação.
Forma
Tal contrarrazões é composta por duas petições, que são a petição de juntada,
dirigida ao juiz “a quo”, e as contrarrazões, encaminhada ao Tribunal de Justiça, em sua Seção
Criminal ou ao Tribunal Regional Federal.

Observações imprescindíveis
As contrarrazões em questão têm fundamento no artigo 588 e seguintes do CPP,
e sempre são cabíveis quando há recurso por parte da acusação nas hipóteses do artigo 581 do
Código de Processo Penal.

Casos práticos
A – César sofreu decisão de desclassificação no final da primeira fase do juri,
todavia, inconformado o representante do “Parquet” apresentou recurso.

B – Marcos, após sofrer processo por crime doloso contra a vida, ao final do
sumario de culpa, houve decisão desclassificatória, porém o membro do Ministério Público
recorreu.

Modelo Prático

(petição de juntada)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca de
__________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal da Seção Judiciária
de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

___________, qualificados nos autos em epígrafe, por


intermédio de seu advogado e procurador que a esta subscreve, vem, mui respeitosamente à
Douta presença de Vossa Excelência, requerer a juntada aos autos das CONTRARRAZÕES do
Recurso em Sentido Estrito, ora interposto pelo representante do Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _________
O . A . B. / ____ nº ___
 As contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito, seguem praticamente a mesma forma
das razões de Recurso em Sentido Estrito, ou seja, a 2ª peça de contrarrazões aqui, é
praticamente idêntica as razões de RES, é claro que diferenciando-se por parte de
quem está recorrendo.

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Evandro, Policial Militar, após cumprir sua jornada de trabalho, estava caminhando até sua
residência, momento em que avistou um grupo de pessoas nos arredores de um veículo, diante
de tal situação, percebeu que ali estava ocorrendo um roubo e que um dos integrantes do grupo
mantinha uma moça na mira de um revólver. Caminhando por traz do meliante, sem ser por este
notado, disparou quatro tiros com sua arma particular, vindo, o citado delituoso, a falecer no
local. Os outros integrantes do grupo lograram êxito em empreender fuga e escaparem. Evandro
foi processado e, ao final, absolvido sumariamente em primeiro grau, pois a r. decisão judicial
reconheceu que o policial agiu no cumprimento do dever de sua profissão (artigo 23, inciso III,
1ª parte, do Código Penal).
Descontente com tal decisão, o Ministério Público recorreu pleiteando a reforma da r. decisão.
Para tanto alega, em síntese, que o policial estava for de serviço e que houve excesso no revide,
eis que Evandro, disparando quatro tiros do seu revólver, praticamente descarregou-o, pois a
arma possuía, ao todo, seis balas.
Questão Advogue para Evandro, apresentando a peça pertinente.

2 – Maria deu a luz num terreno baldio, e ato contínuo, mediante asfixia mecânica, levou a óbito
o filho que acabara de nascer. O representante do Ministério Público tipificou sua ação como
sendo homicídio qualificado. O juiz, entretanto, pronunciou como incursa nas penas do crime de
infanticídio. O Promotor de Justiça, não se conformou e recorreu, frisando que caso era de
homicídio qualificado.
Questão: Apresente as contrarrazões do recurso interposto pela acusação.

3 – Marcelo, Promotor de Justiça, ofereceu denúncia contra Roberto, empresário, descrevendo


infração penal tipificada como receptação ocorrida em outubro de 1.978. Todavia, esqueceu de
apresentar o rol de testemunhas na peça inaugural, além de narrar fato equivocado, fazendo
inserir circunstâncias totalmente divorciadas da realidade, não oferecendo, outrossim, a
qualificação do indiciado. O Magistrado ao tomar conhecimento do teor da denúncia, rejeita-a,
expondo os motivos para tal. O Promotor de Justiça recorre de tal decisão, expondo os motivos
de seu inconformismo, reiterando que a ação penal deve ser recebida para, ao final da instrução
probatória, ser o réu condenado pelo crime que cometeu. Você como advogado de Roberto, é
intimado para tomar ciência da decisão do Juiz, bem como do recurso interposto pelo Promotor
de Justiça. Assim, proponha a peça processual que julgar correta para a defesa de Roberto.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Endereçado P/ 1ª Instância

Observações preliminares sobre a peça: “Ë o famoso embarguinho, segundo a praxe informal


forense. Tal embargos ataca sentença, que é obscura, ambígua, omissa ou contraditória”.

Fundamentos Legais
Tem amparo no artigo 382 do Código de Processo Penal.

Endereçamento
É sempre e exclusivamente dirigido ao juiz de Direito que prolatou a sentença
que está sendo embargada, e os embargos ora em estudo serão por ele julgados.

Denominação do postulante
O indivíduo que opõe os embargos recebe a denominação de EMBARGANTE,
sendo a outra parte denominada de EMBARGADO.

Prazo
O prazo para tal embargos de 1ª instância, é diferente de todas as peças até
agora vistas, são de 2 (dois) dias, que são contados a partir do momento da intimação da
sentença.

Hipótese
Os embargos de declaração em 1ª instância, são cabíveis sempre que for
proferida sentença e esta for ambígua, omissa, obscura ou ainda contraditória.

Forma
Os embargos de declaração de 1ª instância são compostos por uma peça, não
possuindo contrarrazões.
Observações imprescindíveis
Com fulcro no artigo 382 do CPP, os embargos de declaração de 1ª instância,
são apropriados contra sentença que se mostrar contraditória, omissa, ambígua ou obscura.

Casos práticos

A – Prolatada sentença sobre o caso, esta foi obscura. Intente o recurso cabível
para sanar tal obscuridade.

B – Ingresse com a medida adequada para atacar a omissão da sentença


proferida pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca de Barcelona-SP.

Modelo prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Criminal da Comarca de
_________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Subsecção Judiciária de
________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)

___________, qualificado nos autos em epígrafe, via e de seu


advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à Douta presença de
Vossa Excelência, com fulcro no artigo 382 do Código de Processo Penal, opor EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO, contra a r. sentença de fls., pelos motivos de fato e de direito que passa a
aduzir:
(pular 1 linha)
DOS FATOS:
(pular 1 linha)
DO DIREITO APLICÁVEL À ESPÉCIE:
(pular 1 linha)
CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS:
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO:
Face ao exposto, requer o embargante:
Que haja conhecimento dos embargos, afim que se declare a
____, ...
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data.
(pular 2 linhas)
Advogado ___________
O . A . B. / ____ nº _____

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Paulo, com 22 anos de idade, primário e com emprego fixo, envolveu-se com a prática de
crime de roubo, em sua forma tentada. Denunciado, foi processado e condenado a dois anos de
reclusão. O juiz que prolatou a sentença, embora tenha reconhecido a primariedade, no tocante
do sursis foi omisso, mas, todavia, concedeu o apelo em liberdade.
Questão: Elabore a medida cabível que ataque a omissão da sentença.

2 – Carlos, com 19 anos de idade na data dos fatos, cometeu o crime de estelionato. Após o
trâmite processual foi prolatada, pelo juiz da 6º Vara Criminal da Capital, sentença condenando
Carlos a um ano e seis meses de reclusão. Todavia, tal sentença, foi omissa, pois, não enfrentou
a questão do artigo 65, I, do Código Penal.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – Endereçados P/ 2ª Instância

Observações preliminares sobre a peça: “Estes embargos, são opostos contra acórdão que
possua obscuridade, omissão, contrariedade e ambigüidade”.

Fundamentos Legais
Encontra amparo legal no artigo 619 do Código de Processo Penal.

Endereçamento
É dirigido ao relator do acórdão, ou seja, encaminha-se tal recurso sempre a um
Tribunal, seja de Justiça, ou de Alçada.

Denominação do postulante
Como no “embarguinho” antes estudado, a denominação das partes nos
embargos de declaração endereçados para 2ª instância, é de EMBARGANTE e EMBARGADO.

Prazo
Como nos embargos de declaração para 1ª instância, os embargos de declaração
em estudo (2ª instância), tem prazo de 2 (dois) dias, contados a partir da data da intimação do
acórdão.
Hipótese
É cabível sempre quando um acórdão for obscuro, omisso, ambíguo e
contraditório.

Forma
Como nos embargos de declaração de 1ª instância, os embargos de declaração
de 2ª instância, é composto por uma única peça, não existindo contrarrazões.

Observações imprescindíveis
Fundamentado no artigo 619 do CPP, os embargos de declaração de 2ª
instância, encontra tempo oportuno sempre que um acórdão possuir obscuridade, omissão,
contrariedade e ambigüidade.

Casos práticos

A – Foram levadas aos autos todas as provas suficientes para a absolvição do


acusado, porém o acórdão foi omisso, pois não as analisou.

B – Intente a medida judicial adequada para sanar a ambigüidade do acórdão


proferido na data de ontem.
C – O acórdão do Tribunal de Justiça se mostrou obscuro. Como advogado
aplique o que de direito para atacar tal obscuridade.

Modelo prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Recurso Criminal no. ____, no


Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, (ou Juiz Relator do Recurso Criminal no.
____, do Egrégio Tribunal Regional Federal),
(pular 1 linha)
Apelação nº __/__
(pular 8 linhas)

___________, outrora qualificado, por intermédio de seu


advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à douta presença de
Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fulcro no artigo 619 do
Código de Processo Penal, contra o v. acórdão, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
(pular 1 linha)

DOS FATOS:
(pular 1 linha)

Do Direito:
(pular 1 linha)

REQUERIMENTO:
Por tudo quanto foi exposto e provado, requer o embargante:
Que haja conhecimentos dos embargos, de modo que se declare
a ____,
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data.
(pular 2 linhas)
Advogado _________
O . A . B. / ____ nº ___
CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Vildo, brasileiro, solteiro, foi processado perante a 78ª Vara Criminal da Comarca de
Colina, como incurso nas penas do art. 213 do Código Penal. Baseou toda a sua defesa no fato
de que, apesar de ter sido reconhecido pela vítima, não seria possível ser o autor do crime, uma
vez que, no dia dos fatos estava na cidade do Rio de Janeiro, tendo anexado aos autos notas
fiscais de restaurantes e do hotel em que ficou hospedado. Foi concedido a Vildo o direito de
recorrer em liberdade, ele efetivamente apelou ao Tribunal competente, sempre alegando, dentre
outras coisas, que não era possível ter ele praticado o crime que fora condenado, pois não se
encontrava em São Paulo e que a prova juntada aos autos era robusta e insofismável. A decisão
do Tribunal, por sua 1ª Câmara, publicada ontem, negou provimento ao recurso interposto por
Vildo, salientando seus péssimos antecedentes criminais, e que era sólida a prova acusatória,
mas não mencionou a prova carreada aos autos, no que diz respeito às notas fiscais anexadas.
Questão: Como advogado de Vildo, elabore a peça que melhor atenda seus interesses.

2 – Paulo, com 22 anos de idade, morador da cidade de Candido Mota, foi processado e
condenado pelo crime do art. 288 do Código Penal. Da sentença que o condenou, Paulo por
intermédio de seu advogado interpôs recurso de apelação, porém, quando da análise de tal
recurso, o Egrégio Tribunal competente não analisou as provas produzidas, e em conseqüência
seu acórdão se mostrou omisso.
Questão: Como advogado de Paulo, intente a medida adequada para sanar a omissão que abraça
o caso em tela.
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

Observações preliminares sobre a peça: " É uma peça que utilizada face a decisões dos
Tribunais, que não são unânimes e desfavoráveis ao réu, melhor explicando, dos julgamentos
de apelação e de recurso em sentido estrito, não unânimes e desfavoráveis ao réu.

Fundamentos Legais
Os dois tipos de embargos encontram seu embasamento
legal no art. 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal.

Endereçamento
Diferentemente de outras peças tem a petição de
interposição dirigida ao relator, (desembargador relator, do TJ ou TRF), e as razões dirigidas
ao Egrégio Tribunal (Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal).

Denominação do postulante
O indivíduo que ingressa - via procurador - com os
embargos infringentes ou de nulidade denomina-se EMBARGANTE.

Prazo
O prazo de interposição deste recurso é de 10 ( dez ) dias,
a contar da publicação do acórdão.

Formas
Determinada peça é composta por duas peças, uma
petição de interposição dirigida ao Desembargador relator, e as Razões dirigidas ao Egrégio
Tribunal (TJ ou TRF).

Hipótese
Como já dito em observações preliminares, é uma peça
processual utilizada das decisões não unânimes e desfavoráveis ao réu proferidas pelos
Tribunais, advindas de julgamentos de apelação e de recurso em sentido estrito.
Será interposto Embargos Infringentes, quando a
questão a ser debatida for relativa ao mérito da causa, como por exemplo, diminuição da pena,
absolvição, desclassificação da forma consumada para tentada, aplicação de benefícios,
ausência de qualificadoras, etc.
Já os Embargos de Nulidade, são relativos unicamente e
exclusivamente à matéria processual, tendo como finalidade a possibilidade de anulação do
acórdão ou processo, frente as hipóteses previstas no art. 564 do CPP.

Efeitos
Devolutivo - definido pela divergência entre acórdão e
voto vencido.
Suspensivo - a doutrina e o STF entendem que os
embargos não possuem efeito suspensivo, já a jurisprudência, que não a do STF, entende que
tal efeito prevalece.

Observações imprescindíveis:
Os embargos Infringentes e de Nulidade devem ser
formulados sempre sobre o voto vencido, não podendo ir além deste. Por exemplo, se o voto
vencido entendeu que a pena deveria ser diminuída em virtude da ocorrência de alguma causa
de diminuição de pena, o pedido deverá ser exatamente e somente em cima deste fato, e nada
além disso.
Este recurso é exclusivo da defesa, não se admitindo
portanto, a "reformatio in pejus".
Detém caráter de retratação, já que são dirigidos ao
Tribunal recorrido, e julgados por este.
Em caso de não reconhecimento dos embargos, admite-se
agravo regimental.
Macetes, brechas fornecidas:
Por maioria de votos seu cliente perdeu a apelação,
porém, o voto vencido se manifestou no sentido ................
Em razão do julgamento da apelação, por votação não
unânime, a Câmara Julgadora não deu provimento ao recurso, no entanto, o voto vencido se
manifestou contrário....... .

Casos práticos
" Ciro " foi processado e condenado pelo M.M. Juiz de
Direito da 2º Vara Criminal da Comarca de Barreiras-PI, à dois anos de reclusão e multa, por
violação ao artigo 155, caput, do Código Penal, tendo-lhe sido concedido a suspensão
condicional da pena pelo tempo legal. "Ciro" em juízo confessou a prática do delito, havendo
prova que não ostenta qualquer outro antecedente criminal e tendo, por outro lado, a "res
furtiva" sido avaliada em R$ 10,00. A respeitável sentença condenatória transitou em julgado
para o Ministério Público e " A" tempestivamente, apelou e arrazoou. Em grau de recurso
( apelação nº155.099/1), a 11ª Câmara do Tribunal competente negou provimento ao recurso de
apelo, contra o voto do juiz revisor. O julgador que entendeu ser o caso de acolher as
ponderações da defesa, aduziu que, sendo o apelante primário, e de pequeno valor o prejuízo
causado, não podia prevalecer a pena corporal, que importaria em contrariar as disposições do
parágrafo 2º, do art. 155 do Código Penal. O venerando acórdão foi publicado na data de hoje.
Questão: adotar a medida cabível, em favor do apelante "
Ciro". Justifique e de a tramitação.

Modelo prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator, da Apelação Criminal n.
155.099/1 em trâmite perante a 11ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça, do
Estado de São Paulo,
( pular 1 linha )
Apelação nº 155.099/1
( pular 8 linhas )

"Ciro", qualificado nos autos da apelação em epígrafe,


por seu advogado no final assinado, vem respeitosamente `a presença a ilustre presença de
Vossa Excelência, tempestivamente, com fundamento no art. 609, parágrafo único, do Código
de Processo Penal, opor EMBARGOS INFRINGENTES, ao venerando acórdão de fls.... .
Nestes termos, com as razões anexas,
Pede e espera deferimento.
( pular 2 linhas)
Advogado ___________
O.A.B./ ____ nº_________

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO,


( pular 2 linhas)
DOUTO PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA:
( pular 2 linhas )
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
( pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
( pular 2 linhas)
Muito embora houvesse por bem este E. Tribunal negado
provimento ao recurso de apelo, ora interposto, sem unanimidade, a razão está para o voto
vencido, como vejamos:
( pular 1 linha )

DOS FATOS
Trata-se de condenação, por infração ao artigo 155,
caput, do Código Penal, `a pena de 2 ( dois) anos de reclusão e multa, tendo sido aplicada a
suspensão condicional da pena pelo prazo legal.
O embargante não ostenta antecedentes criminais, e a
"res furtiva" , laudo de fls..., foi avaliada em R$ 10,00 (dez reais).
( pular 1 linha )
Negou-se provimento ao apelo, votação não unânime.
( pular 1 linha )
DO VOTO VENCIDO
ou
DAS RAZÕES DO VOTO VENCIDO:
( pular 1 linha)
O voto vencido do eminente julgador, merece
transcrição:
( pular 1 linha )
Aduziu que :
" em sendo o apelante primário, e de pequeno valor o
prejuízo causado, não podia prevalecer a pena corporal que importaria em contrariar as
disposições do parágrafo 2º, do art.155, do Código Penal" .
( pular 1 linha )
Evidente que mantendo-se a decisão, estaríamos por
contrariar dispositivo legal, ainda mais sendo reconhecidos pela r. sentença, tais requisitos que
tornam o furto privilegiado.
( pular 1 linha )
Celso Delmanto, em Direitos Públicos Subjetivos do
Réu, no Código Penal Comentado, fl. 269, com a propriedade que lhe é inerente, comenta:
( pular 1 linha )
" Se comprovados os dois requisitos não pode o
magistrado deixar de concedê-lo, pois, preenchidas as condições que o parágrafo 2º prevê, este
constitui direito público subjetivo do agente ".
( pular 1 linha)
Neste sentido, é a sustentação jurisprudencial:
( pular 1 linha )
" Presente o binômio, primariedade do réu e pequeno
valor da subtração, é indisputável a incidência do disposto no parágrafo 2º do art. 155 do
Código Penal" ( JUTACRIM 79/27).
( pular 1 linha)
no presente caso, não há como sustentar situação diversa,
pois, assim sendo, estaríamos negando ao embargante um direito que lhe assiste, como bem
pondera o voto vencido, em seus argumentos.
REQUERIMENTO
( pular 1 linha)
Assim, requer-se o acolhimento dos embargos, para que
prevaleça o voto vencido, aplicando, para tanto, o parágrafo 2º do art. 155, do Código Penal.
(pular 1 linha).
Sendo esta medida certa de Justiça !
Barretos, 11 de janeiro de 2001.
(pular 2 linhas)
Advogado _____________
O.A.B. / ____ nº_________

Casos práticos sobre a matéria.

1 – “Tangerina" encontra-se preso em razão de sentença condenatória proferida pelo M.M. Juiz
da 1º Vara Criminal de Fortaleza-CE, por ter infringindo o art. 213 do CP. A sentença aplicou
ao réu a pena de seis anos de reclusão. Interposto recurso de apelação, revisor e relator negaram
provimento ao apelo da defesa, mantendo a decisão recorrida, ao passo que o terceiro juiz,
vencido em parte, deu provimento parcial ao referido recurso, para anular " ab initio" o processo
no tocante ao crime de estupro, dada à ausência de representação da vitima, que nesse sentido,
causou a ilegitimidade " ad causam" do Ministério Público , conforme acórdão publicado hoje.
Questão: Como advogado de “Tangerina”, elabore a peça competente.

2 - Marcondes, nascido em 20 de janeiro de 1983, subtraiu para si de uma padaria uma, duas

barras de chocolate, um pacote de pão de forma, e três pacotes de salame italiano, avaliados em

R$ 125,00. Denunciado pelo Ministério Público e após regular instrução criminal, foi
condenado a pena de 1 (um) ano de reclusão, sendo-lhe concedido o benefício do sursis .

Inconformado com a decisão o acusado recorreu. Julgado o recurso pelo Tribunal competente, a

sentença foi mantida por maioria de votos, sendo que o magistrado vencido, embora mantivesse

a condenação, reduzia a pena para 08 (oito) meses de detenção em razão do privilégio disposto

no próprio tipo penal, convertendo a pena corporal em restritiva de direito, em conformidade

com o que dispõe o art. 44 do CP. Determinado acordão foi publicado há 5(cinco) dias.

Questão: como advogado de Marcondes, tome a providência judicial cabível.

AGRAVO EM EXECUÇÃO

Cabimento/Utilização
.Das Decisões do Juiz da Execução (art. 66 da Lei 7210/84)

Amparo legal
Art. 197 da Lei 7.210/84

Forma de Endereçamento/Estrutura:
Este recurso é composto de duas peças, dentre as quais temos:
Interposição: Dirigida ao Juiz das Execuções (deve ser elaborado juízo de retratação).
Razões: Ao Egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal, ou Tribunal Regional Federal.

Prazo
O prazo para esta peça é de 5 (cinco) dias para a interposição e de 2 (dois) dias para as razões,
tendo em vista que para a maioria da doutrina e jurisprudência possui o mesmo procedimento do
RESE.

Terminologia apropriada a ser utilizada:


AGRAVANTE/AGRAVADO.
Do Efeito
Em regra, só efeito Devolutivo, portanto, salvo nos casos do art. 179 da LEP, onde,
excepcionalmente possui efeito suspensivo.

Procedimento
Após interposto o agravo, o juiz determina abertura de vista ao Ministério Público para as
contra-razões, e após, o mesmo poderá se retratar ( juízo de retratação). Na hipótese do
magistrado manter sua decisão, este remeterá os autos ao Tribunal onde, após as formalidades
de praxe, como vista do procurador e relator será julgado.

Observações imprescindíveis:
No caso de ser negado seguimento ao agravo, admite-se Carta Testemunhável.
Possui juízo de retratação, que deve ser redigido na interposição.
O agravo em execução é idêntico ao RESE, todavia elaborado em época de execução da
pena ou medida de segurança.

ROTEIRO/ ESTRUTURA:
Interposição dirigida ao Juiz das Execuções Criminais
Razões: ao Egrégio Tribunal.
CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 - "TICO" foi processado por infração ao art. 157, § 2º, incisos I e II do CP. Foi condenado
pela 7ª, 10ª e 22ª Varas Criminais, sendo apenado, em cada uma delas em 5 anos e 4 meses de
reclusão, mais pena de multa, tendo como vítimas 3 casas de loteria, todas situadas na Capital.
Requereu-se ao juízo competente a unificação de penas, sendo o pedido indeferido sob o
fundamento de que, sendo diversas as vítimas que se viram envolvidas no comportamento
criminoso do agente, estando em jogo bem jurídico personalíssimo, não caberia, portanto, a
ficção jurídica do crime continuado.
Questão: você como advogado de "Tico" , interponha o recurso competente para o caso.

2 - MÁRIO, por infração ao art. 157, parágrafo 2º, I e II do Código Penal, foi condenado pelas
1ª, 2ª e 4ª Varas Criminais, sendo apenado em cada uma delas a 5 anos e 1 mês de reclusão e
multa. Os fatos ocorreram todos no mesmo dia, tendo como vítimas três postos de combustíveis,
localizados na cidade de Florianópolis-SC. Requereu ao Juiz competente a unificação de penas,
sendo indeferido o pedido, sob o argumento de que sendo diversas as vítimas que se viram
envolvidas no comportamento criminoso do agente, estando em jogo principalmente, bem
jurídico personalíssimo, não há que se falar em crime continuado. Questão: apresente o recurso
cabível, ao caso.
3 - TÍCIO, foi preso em flagrante delito pelo delito de roubo, descrito no art. 157 do C.P. A
instrução criminal se encerrou após 05 meses de sua prisão, e mesmo foi condenado a pena de 2
anos e 5 meses de reclusão, motivo pelo qual não lhe foi concedido o benefício da suspensão
condicional da pena. Você foi contratado para ser o advogado de DADA após a sentença ter
transitado em julgado, motivo pelo só lhe restou pedir a detração penal em favor do condenado.
Porém, seu pedido foi indeferido. Questão: Solucione imediatamente o caso de seu cliente,
redigindo a devida peça processual.

LIVRAMENTO CONDICIONAL

Fundamento legal
Art. 83 e seguintes, do Código Penal, c.c. o art. 131 e seguintes da Lei 7210/84.

Forma/Estrutura
É formada por uma única peça que, necessariamente deverá ser instruída com documentos, por
exemplo, atestado de conduta e permanência carcerária, proposta de emprego, etc.
Para quem endereçar? Deve ser sempre endereçado ao Juiz da Vara das Execuções
Criminais, que também será o responsável pelo julgamento.

Cabimento/Requisitos:
Somente em fase de execução penal, o que acarreta dizer que será apenas após o trânsito em
julgado da sentença. Requisitos :
- Que o condenado que estiver preso tenha cumprido mais de um terço da pena
- No caso de condenado reincidente em crime doloso, o preso deve ter cumprido mais da
metade da pena;
- No caso do condenado em crime hediondo deve ter cumprido mais de dois terços da pena,
desde que não seja reincidente específico.
- O preso deve preencher os requisitos objetivos e subjetivos.

Terminologia correta a ser utilizada:


REQUERENTE.

Tramitação/Andamento:
Determinado pedido é enviado ao juiz juntamente com os documentos, realização dos exames
criminológicos, parecer do Conselho Penitenciário, parecer do MP, conclusão, decisão.
Requisitos: o condenado preso deve ter bom comportamento carcerário, demonstrar certa
aptidão para o trabalho, reparar o dano causado pelo crime ou demonstrar qual a
impossibilidade de não fazê-lo.

Observação imprescindível:
Nunca requeira o alvará de soltura, porque se o juiz deferir o livramento condicional
determinará a realização de cerimônia e expedição de carteira.
Caso Prático

Artur foi condenado a cinco anos de reclusão pela prática do roubo, sendo que determinada
decisão já transitou em julgado. Já cumpriu mais de um terço da pena preso, tem a seu favor um
bom comportamento carcerário, não sendo reincidente, e ainda trabalhando internamente no
presídio.
Questão : adotar a medida judicial cabível para a soltura de Artur.

Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções Criminais da
Comarca de_________, Estado de Minas Gerais,
( pular 1 linha)
Execução nº___
(pular 8 linhas)
ARTUR, qualificado nos autos da execução supra,
através de seu advogado, que esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 83 e seguintes do Código Penal, combinados com o art.
131 e seguintes da Lei 7.210/84 requerer LIVRAMENTO CONDICIONAL sendo que para
tanto, expõe o quanto segue:
(pular 1 linha)
O requerente foi condenado ao cumprimento de 5 anos de
reclusão, pelo fato de ter sido provado ser ele o autor do crime de roubo, sendo que, tal decisão
já transitou em julgado.
(pular 1 linha)
Desta pena imposta, o réu já cumpriu um terço
integralmente preso, fato este que pode ser verificado pelo cálculo de liquidação de pena às
fls...., e certidão de permanência de permanência carcerária (doc. 2).
(pular 1 linha)
Durante este período que esteve no cárcere, manteve bom
comportamento e trabalhou internamente, fato este facilmente comprovado pela certidão de
conduta carcerária (doc.2)
(pular 1 linha)
Com relação aos antecedentes, certo que o requerente não
é reincidente, segundo consta pela certidão de antecedentes criminais( doc. 03)
(pular 1 linha)
Possui, devido a sua aptidão ao trabalho promessa de
emprego para quando sair do presídio (doc.04), e comprova também que possui moradia certa
(doc. 5).
(pular 1 linha)
Desta forma, presentes os requisitos legais, requer a
Vossa Excelência, após parecer do Conselho Penitenciário, e o ilustre representante do
Ministério Público, a concessão do pedido de condicional, prosseguindo-se nas demais
formalidades legais.
(pular 1 linha)
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)

Advogado__________
O.A.B./ ____ nº________

CASOS REFERENTES Á MATÉRIA:

1 – ANTUNES, primário, foi condenado ao cumprimento de pena de 6 (seis) anos de reclusão


pela prática de homicídio simples. Já cumpriu mais de um terço da pena preso, detém bom
comportamento carcerário, além de trabalhar internamente, aprendeu ofício, tendo inclusive,
indenizado no cível o dano causado pelo crime e por fim não é reincidente. Questão: Como
advogado de Antunes, o defenda requerendo que de direito.
2- “ROGER”, fora condenado pela prática de homicídio qualificado. A pena aplicada foi de 12
(doze) anos de reclusão em regime fechado. Encontra-se recolhido na Penitenciária do Estado
do Rio de Janeiro. Não é reincidente. Em ação própria na esfera cível reparou o dano.
Já cumpriu mais de 2/3 (dois terços) da pena imposta, sempre com excelente comportamento
carcerário, aprendeu ofício e já tem emprego certo para quando estiver em liberdade. Questão:
Como advogado de “ROGER” lance mão da medida cabível visando sua libertação.

3 - Marcos Abadia foi processado pelo MM. Juiz da 1a. Vara Criminal Federal da Subseção

Judiciária de São Paulo, por ter sido pilhado, no dia 12 de janeiro de 2003, na posse de 1,2 quilo

de substância entorpecente conhecida como cocaína. Regularmente processado, o réu foi

condenado nas penas do art. 12 da Lei 6368/76 (Lei vigente à época do fato), a três anos de

reclusão, em regime integralmente fechado. O magistrado facultou ao réu o direito de recorrer

em liberdade,força de ser primário, sem antecedentes e não ser participante de quadrilha ou

bando. Intimado pessoalmente, o réu recorreu da decisão. O Tribunal Regional Federal, por

acórdão de fls., confirmou a decisão condenatória. Com o trânsito em julgado, expediu o

competente mandado de prisão. Preso o condenado, foi expedida guia de recolhimento,

encontrando-se o réu preso há 2 anos na Penitenciária Estadual de Avaré, Estado de São Paulo.

Nada ainda foi postulado em seu favor. Como advogado recém constituído de Marcos, postule

em seu favor junto ao juízo competente.

REABILITAÇÃO CRIMINAL

Observações Preliminares sobre a peça: " É uma peça especificamente utilizada para quem
deseja limpar marcas do passado, assim como obter sigilo de seus antecedentes.

Fundamentos Legais
Art. 93, parágrafo único do Código Penal combinado com o art. 743 do Código de Processo
Penal.

Endereçamento
Essa peça é encaminhada sempre para o juiz da condenação.

Denominação do Postulante
O indivíduo que ingressa -via procurador - com pedido de reabilitação criminal recebe a
denominação de REQUERENTE.

Prazo
Prazo mínimo de dois anos após o cumprimento ou extinção da pena.

Hipótese
Necessário frisar, que essa peça é utilizada nos casos em que o indivíduo queira limpar as
marcas do passado, em sua ficha de antecedentes, ou seja, obter sigilo de seus antecedentes.

Forma
Compõe-se, exclusivamente, por uma única peça, instruída com documentos comprobatórios.

Requisitos
Deve existir a comprovação de domicilio no país , pelo prazo mínimo de 2 anos.
O prazo de dois anos após o cumprimento ou extinção da pena, por algum motivo, também
deve ser respeitado.
O comportamento não só no âmbito público mais também no privado deve ser demonstrado.
Deve existir ainda, uma prova da reparação do dano ou impossibilidade de o fazer, ou algum
documento que demonstre a renúncia da vítima, ou novação da dívida.

Observações imprescindíveis
No caso de existir várias condenações, deve ser requerida uma reabilitação para cada
condenação.
Alguns efeitos da condenação são parcialmente suspensos.
Na hipótese do pedido de reabilitação ser negado, admite-se recurso ou apelo, ou ainda, que se
entre com um novo pedido de reabilitação, desde que instruído com novos documentos.
Não devemos esquecer que o juiz ao deferir o pedido de reabilitação, recorre sempre de ofício.
A função especifica da reabilitação é a de obter sigilo junto a ficha de antecedentes criminais.

Caso prático
Artur teve um passado tumultuado, a cerca de quinze anos atrás teve várias condenações por
diversos crimes em diversas Varas Criminais De Ribeirão Preto, todas elas com extinção de
punibilidade declarada a mais de seis anos. Hoje, já mais velho e maduro, Artur procura seu
advogado para limpar sua folha de antecedentes.
Indaga-se: qual a solução cabível para seu cliente neste caso.
Modelo Prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de


_________, Estado do Amazonas,
( pular 8 linhas)

ARTUR, já qualificado nos autos do processo nº__/__,


que tramitou perante esta Vara e respectivo Cartório, estando o feito já arquivado na caixa
nº___, através de seu advogado, no final, assinado, vem mui respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no art. 93 e seguintes, do Código Penal, combinado com o
art. 743 e seguintes, do Código de Processo Penal, requerer a REABILITAÇÃO CRIMINAL,
expondo e requerendo o quanto se segue:
(pular 1 linha)
O requerente foi condenado, sendo que a decisão já
transitou em julgado, sendo declarada extinta a punibilidade há mais de 6 (seis) anos, conforme
vislumbra-se pela certidão em anexo (doc. 1).
(pular 1 linha)
Durante este período supra mencionado, possuiu
domicilio no país, fato este facilmente comprovado pelo contrato de locação em anexo (doc.2),
assim como, demonstrou excelente comportamento público e privado, constatado pelas
certidões e declarações (docs. 3/7)
(pular 1 linha)
Derradeiramente, não podemos nos esquecer que
ressarciu integralmente o dano causado pelo crime, fato este comprovado por documento
assinado pela própria vítima.(doc. 8)
(pular 1 linha)
Desta maneira, requer:
O desarquivamento destes autos;
Vista ao ilustre representante do Ministério Público;
Concessão do Pedido de Reabilitação;
Conseqüente comunicação ao Instituto de Identificação e
Estatística.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado_________
O.A.B./ ____ nº______

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 - Nenê hoje com 35 anos de idade, acerca de dez anos atrás teve um passado conturbado com

duas condenações por furto na primeira Vara Criminal de Campinas-SP, todas elas com

extinção de punibilidade declarada há mais de cinco anos. Preocupado com a possibilidade da

empresa, onde trabalha descobrir, lhe procura, para atuar como seu advogado para que obter

sigilo em seu registro de antecedentes criminais. Nenê, informou que reparou integralmente os

danos caudados pelos delitos, além de residir no mesmo endereço há mais de vinte anos, além

de possuir com comportamento público e privado, conforme atestam os documentos que trouxe

a seu escritório de advocacia. Questão: Elabore a medida cabível para o caso.

2 - Zezé no período compreendido entre seus dezoito e vinte cinco anos praticou vários delitos

na cidade de Brasília-DF, todas elas com extinção da punibilidade há 3 anos. Atualmente, mais

responsável, pastor de uma igreja, e morando há mais de 2 anos em uma casa de aluguel,

procura você tentando buscar uma saída para obter sigilo em sua folha de antecedentes

criminais. Questão: Como advogado de Zezé, elabore a peça adequada para o caso.
REVISÃO CRIMINAL

Observações Preliminares sobre a peça: É utilizada apenas e tão somente após o trânsito em
julgado de uma sentença condenatória. Para sua interposição, é necessário a existência de
novas provas, novos fatos, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória.

Fundamentos Legais
Art. 621 do Código de Processo Penal

Endereçamento
Sempre dirigida ao Tribunal.

Denominação do Postulante
O indivíduo que ingressa, via procurador, com a revisão criminal recebe a denominação de
REVISIONANDO.

Prazo
Diferentemente de outras peças processuais no âmbito penal, a revisão criminal não possui
prazo determinado, podendo, inclusive, ser intentada após a morte do condenado ("in
memorian"), porém, é importante não nos esquecermos que a revisão criminal só poderá ser
intentada após o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Hipótese
Importante reforçar a idéia de que a revisão criminal só pode ser intentada após o trânsito em
julgado da sentença penal condenatória, desde que haja agora um fato novo ou uma prova nova
da inocência do condenado.

Forma
É composta, exclusivamente, por uma única peça, devendo ser juntada a certidão de trânsito em
julgado da sentença condenatória.

Observações imprescindíveis
É um recurso exclusivo da defesa, podendo afirmar, desta forma, que não há reforma para pior,
ou seja, não existe "reformatio in pejus".
A revisão criminal é o único meio capaz de limpar ou mesmo tirar o nome do réu do rol dos
culpados, devendo ser interpretado como, meio para provar o erro judiciário.
No pedido de revisão criminal, dentre outras coisas, deve ser requerido o direito a justa
indenização que, depois de reconhecido na área criminal, na área civil só será determinado o seu
valor.
No caso da recusa do Tribunal em receber a revisão, admite-se agravo regimental.

Atenção
Se houver uma sentença condenatória com trânsito
em julgado, o réu estando prestes a ser preso, surgindo novas provas, a opção deverá ser
pelo "Habeas Corpus", fato este justificado pela prisão iminente.
Em hipótese alguma deve-se esquecer de juntar a certidão de trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Caso Prático
Artur, casado, caminhoneiro, foi condenado ao cumprimento de uma pena de 4 anos de
reclusão, pelo crime de roubo. Ocorreu o trânsito em julgado.
Tempos depois, foi preso em flagrante Alberto vulgo " kiwi", que tinha, inclusive, ordem de
prisão decretada. Em seu interrogatório judicial, o mesmo confessou a prática de diversos
delitos, dentre os quais, o crime na qual Artur foi condenado. Já tendo cumprido parte do
período de prisão a que foi condenado, e estando de condicional, Artur tem conhecimento do
fato ocorrido, através de familiares.
Artur, então, procura na data de hoje, seu advogado, para que sejam tomadas as providências.
Justifique e de a tramitação.

Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios,
(pular 8 linhas)

Artur, brasileiro, casado, caminhoneiro, portador do RG


nº___________, e CPF nº________, residente e domiciliado na rua ____, nº____, na cidade de
________, por seu advogado, no final assinado (procuração em anexo), vem mui
respeitosamente perante esse Egrégio Tribunal, promover de conformidade com o art. 621 e
seguintes do Código de Processo Penal, a competente REVISÃO CRIMINAL, pelos fatos e
fundamentos abaixo elencados:
(pular 1 linha)
O revisionando sofreu processo crime como incurso no
art. 157 do Código Penal, autos nº____/__, que tramitou perante a Egrégia __Vara Criminal da
Comarca de Barretos, tornando-se a sentença irrecorrível, conforme certidão de trânsito em
julgado em anexo ( doc. 2)
(pular 1 linha)
Os autos encontram-se arquivados na caixa nº___/__,
conforme mencionado na certidão supra mencionado.
(pular 1 linha)
Na data de __ /__ / ___, em razão de já ter cumprido mais
de 1/3 da pena imposta, e devido ao seu bom comportamento carcerário, obteve a suspensão
condicional, em conformidade com a certidão fornecida ( doc. 3).
(pular 1 linha)
DOS FATOS
(pular 1 linha)
DA PROVA NOVA
(pular 1 linha )
O ora revisionando, em liberdade numa reunião com
familiares, descobriu o seguinte fato:
(pular 1 linha)
Que em virtude, de uma prisão em flagrante , havia sido
preso um indivíduo cujo o nome era Alberto que, entre outros delitos, confessou ser autor do
crime pelo qual o revisionando foi responsabilizado
( pular 1 linha )
Determinada prova foi colhida nos autos do processo
crime nº___ /__, que esta tramitando perante a Egrégia __ Vara Criminal da Comarca de ____,
conforme vislumbra-se com a leitura da certidão de todo o interrogatório fornecida, ora em
anexo ( doc. 04 ).
OU
( pular 1 linha).
DA INJUSTA CONDENAÇÃO
(pular 1 espaço)
Torna-se notória, portanto, o erro judiciário sofrido pelo
revisionando, pois foi condenado por um crime que não cometeu.
(pular 1 linha )
Determinada situação lhe ocasionou prejuízos, não lhe restando outra maneira se não a
revisional.
DO DIREITO APLICÁVEL À ESPÉCIE:
O Código de Processo Penal, em seu artigo 621,
estabelece:
(pular 1 linha)
" A revisão de processos findos será admitida:
III. quando após a sentença, se descobrirem novas
provas de inocência do condenado..." (grifo nosso)
(pular 1 linha)
O acolhimento e provimento da presente revisão
criminal, tornando-se sem eficácia a r. sentença condenatória, restabelecendo-se a
primariedade, com a declaração de sua inocência.
(pular 1 linha )
Outrossim, requer ainda que esse Egrégio Tribunal, de
conformidade com o art. 630 do Código de Processo Penal, reconheça o direito a justa
indenização.
(pular 1 linha )
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _________
O.A.B. / ____. nº_____
(pular 3 linhas )

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 - Jajá foi processado e condenado a pena de 8 (oito) anos de reclusão, pelo crime de estupro

de vulnerável ( 217-A do C.P), pelo fato de ter cometido ato libidinoso, com sua afilhada Sisi.

Passado um ano da sentença condenatória com trânsito em julgado, Sisi confessa para sua prima

que armou tudo para que sua mãe, não ficasse ao lado do padrasto. A prima imediatamente

conta para seus familiares, que procuram você como advogado para tentarem solucionar o

problema. A sentença trânsitou em julgado e Jajá encontra-se preso na cadeia da comarca de

Barretos-SP, há 1 (um) ano. Já fora elaborada a justificação onde a suposta vítima admitiu suas

inverdades. Questão: Como advogado de Jajá interponha a medida judicial cabível.


2 - MANUR, foi condenado, por sentença transitada em julgado a cumprir pena de 6 (seis) anos

de reclusão em regime prisional fechado, como incurso nas sanções do artigo 213 caput do

Código Penal, eis que teria constrangido “GIGI”à conjunção carnal mediante grave ameaça.

Decorridos 2 (dois) anos do trânsito em julgado e encontrando-se em cumprimento de pena,

GIGI confessa a sua amiga LULU que antes dos fatos, já namorava o réu e que com ele havia

mantido relação sexual por sua própria vontade. Relatou também, que o acusou de crime,

porque o réu rompera definitivamente com o namoro. LULU imediatamente procurou os

familiares do réu transmitindo-lhes os fatos que integram a justificação criminal já realizada.

Questão: Como advogado tome a medida judicial cabível em favor do réu.

3 – Felício foi condenado como incurso nas penas do art. 157, §2º, II, do CP, porque no dia

14/10/2007 teria dado voz de assalto a Paulo, e munido de uma arma de brinquedo, subtraído

dele o relógio Rolex que possuía.

Da prova produzida em juízo, foram ouvidos 2 policiais militares que prenderam o réu em

flagrante, na posse do relógio e da arma.

A vítima não reconheceu o acusado como sendo autor do fato, alegando que estava muito

escuro. O Réu, a seu turno, negou a autoria e disse que passava pelo local onde foi abordado

pelos PM’s quando viu a guarnição já na posse dos 2 objetos. Disse que o PM Mário é seu

inimigo pessoal e que inclusive já tentou contra sua vida.

Mesmo assim, na sentença o juiz entendeu bem provada a acusação e julgou totalmente

procedente a ação, condenando o réu a 5 anos e 4 meses de reclusão, em regime fechado.

Observa-se que o réu é primário e de bons antecedentes e que durante a audiência foi retirado da

sala a pedido da vítima pelo juiz, mesmo estando disponível equipamento de vídeo conferência.

A sentença transitou em julgado e agora o condenado lhe procura, pois pretende limpar seu

nome, dado que entende ter sido injustamente condenado. Como Advogado de Felício, tome as

medidas cabíveis.
PROTESTO POR NOVO JÚRI

Informamos que este recurso foi expressamente revogado pela Lei 11.689/08,
todavia parte da doutrina entende que, para os processos que estavam em
andamento, a bem da ampla defesa, possa ser apresentado.

Fundamentação legal
Art. 607 do Código de Processo Penal.

Estrutura/ Forma
É formada por uma única peça, simples, sem entrar no mérito, postulando
apenas novo julgamento.

Endereçamento
É encaminhada ao Juiz Presidente do Egrégio Tribunal do Júri, que será o
responsável pelo julgamento.

Prazo
É de 5 (cinco) dias, contadas apenas da prolação da sentença.

Utilização/Cabimento
Quando a sentença do Tribunal do Júri, for superior ou igual a vinte anos de
reclusão. Determinado pedido só pode ser interposto uma única vez, sempre no
primeiro julgamento e, para efeito de protesto não se admite a somatória das
penas, também não será admitido quando a pena imposta for em virtude de grau de
apelação.

Terminologia apropriada a ser utilizada


RECORRENTE/RECORRIDO.

Procedimento
O recurso é interposto, vai ao juiz(concluso), daí sai a decisão.

Observações imprescindíveis:
Este recurso é exclusivo da defesa, sendo que a parte contrária não oferece as
contra-razões.
Em caso de recusa do juiz receber o protesto por novo júri, admite-se carta
testemunhável.
Na hipótese do advogado apelar, quando na verdade deveria entrar com o protesto,
o juiz receberá o apelo com o se protesto fosse, aplica-se neste caso princípio da
fungibilidade recursal.

MACETES/DICAS
Seu cliente foi julgado pelo Tribunal de Júri e foi condenado a vinte anos ou mais.
Não é admitido o protesto quanto o limite de 20 anos ou mais, ocorreu com a
somatória de vários crimes. Assim, não caberá em concurso material de crimes e
concurso formal imperfeito.

ESTRUTURA /MODELO PRÁTICO


Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Tribunal do Júri da
Comarca de _______, do Estado de São Paulo,
(pular 2 linhas)
Processo nº___/___
(pular 8 linhas)

SEU CLIENTE, já qualificado nos autos do


processo referenciado, através de seu advogado, no final assinado, vem, mui
respeitosamente na presença de Vossa Excelência, para interpor o competente
PROTESTO POR NOVO JÚRI, dentro do qüinqüídio legal, com fundamento no
artigo 607 do Código de Processo Penal, por discordar da r. sentença condenatória
fixada em vinte e um anos de reclusão.

Outrossim, requer, desde de já, a designação


de data para novo julgamento.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado___________
O.A.B./S.P. nº________
CASOS PRÁTICOS REFERENTES À MATÉRIA

1 - Sisi foi julgado pelo Tribunal do Júri da cidade de Guaíra-SP, pela prática do delito de

homicídio qualificado, e condenado a pena de 22 (vinte e dois) anos de reclusão. Questão: como

advogado de Sisi, interponha a medida cabível.

2 – JUJU, reincidente, foi julgada e condenada pelo Tribunal do Júri, pela prática de homicídio
triplamente qualificado. A pena aplicada fora de 25 (vinte e nove) anos de reclusão em regime
fechado. Questão: como advogado de JUJU, interponha a medida judicial cabível ao caso.

CARTA TESTEMUNHÁVEL

Observações Preliminares: É utilizada para as decisões que denegarem o recebimento ou


obstarem o prosseguimento do Protesto Por Novo Júri, Recurso em Sentido Estrito e o Agravo
em Execução.

Fundamentação legal:
Art. 639 e seguintes, do Código de Processo Penal.

Forma de Endereçamento/ Estrutura:


Determinado recurso é composto por duas peças, dentre as quais temos:
1. DE INTERPOSIÇÃO: ao escrivão do feito.
2. RAZÕES: ao Egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal, ou Tribunal Regional Federal.
Prazo: 48 (quarenta e oito horas).

Cabimento/Utilizado:
Das decisões que denegarem ou obstarem o seguimento do Protesto por Novo Júri, Recurso em
Sentido Estrito ou Agravo em Execução.

Terminologia apropriada a ser utilizada:


RECORRENTE/RECORRIDO.

Observações imprescindíveis:
A ) Não é um recurso exclusivo da defesa.
B ) Possui Juízo de retratação.

Forma de Interposição / Modelo Prático

Ilustríssimo Senhor Escrivão do ___Ofício Criminal da Comarca de ____________, Estado


de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº__/_
(pular 8 linhas)
Nome do Cliente, qualificado nos autos do processo em
epígrafe, via de seu advogado que esta subscreve, vem, perante Vossa Senhoria, interpor a
competente CARTA TESTEMUNHÁVEL, nos termos do artigo 639 e seguintes do Código de
Processo Penal, expondo e requerendo o quanto se segue:
( pular 1 linha)
(explicar o motivo de estar interpondo o carta, e quais as
peças deseja cópias)
(pular 2 linhas)
Local e data
( pular 2 linhas)
Advogado__________
O.A.B./S.P. nº_______

IMPORTANTE: deve ser elaborada em folha limpa.

ROTEIRO DAS RAZÕES


RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

Egrégio Tribunal _______________________________________.


(pular 1 linha)
Douto Procurador:
(pular 1 linha)
Colenda Câmara:
(pular 1 linha)
Eméritos Julgadores:
(pular 1 linha)
Início/ Introdução
Resumo dos fatos:
Do Direito Aplicável em espécie:
Requerimento
Local e data
Advogado______________
O.A.B. /S.P. nº__________

MANDADO DE SEGURANÇA

Fundamento legal:
Art. 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, combinado com a Lei 12016/09.

Estrutura/ Forma:
O Mandado de Segurança é composto por uma única peça, que deve sempre estar acompanhada
de documentos.

Para quem deve ser endereçada:


O mandado de segurança deve ser interposto sempre à autoridade competente imediatamente
superior a coatora.
Desta forma, autoridade coatora Delegado - Juiz - Tribunal (São Paulo) - Tribunal (Brasília).
Prazo:
Para impetrar o mandando de segurança, não há momento processual específico. Mas não pode
ter passado mais de 120 dias da ciência pelo impetrante do ato impugnado.

Cabimento/Utilização:
O MS é um remédio constitucional garantidor de direito líquido e certo, não amparado por "
Habeas Corpus" ou " Habeas data". Não pode ser manejado em face de decisão com trânsito em
julgado, nem de decisão da qual caiba recurso com efeito suspensivo (art. 5º. II e III) Pode ser
requerida liminar. Da denegação concessão ou denegação cabe agravo de instrumento (art. 7º. §
1º). Da sentença cabe apelação e reexame necessário.

Terminologia correta a ser utilizada:


IMPETRANTE/PACIENTE.

Tramitação/Andamento:
O MS perante o juízo "a quo": o pedido deve ser elaborado em duas vias, sendo que o primeiro
ato é a entrada no cartório distribuidor. Após os autos conclusos, há a possibilidade de se
conceder ou não a liminar, caso postulada. Deve então requisitar pedido de informações perante
a autoridade coatora, vista ao Ministério Público, conclusão e por fim a decisão.
Caso o MS seja perante o Tribunal: o pedido deve ser elaborado também em duas vias, a
entrada deverá ser dada na secretária, formalidades de praxe, imediatamente concluso ao
Presidente, possibilidade de conceder ou não pedido de liminar, pedido de informações perante
autoridade coatora, vista ao procurador, vista ao relator, julgamento, publicação na Imprensa
Oficial.

Observações Imprescindíveis:
O Mandado de Segurança possui preferência de julgamento, daí seu julgamento ser mais rápido.
Na hipótese do Mandado de Segurança ser impetrado no Tribunal, o mesmo deverá ser feito na
pessoa do Presidente.

DETALHES A SEREM OBSERVADOS NO MS EM MATÉRIA CRIMINAL:


Indeferimento do pedido de habilitação nos autos, de assistente de acusação;
Negativa dos direitos de advogado;
Negativa de devolução; restituição dos bens.
Estrutura Escrita do MS/Forma:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de
____, Estado de _____,

__________, NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL,


PROFISSÃO, ENDEREÇO, pelo seu advogado e bastante procurador (doc. Anexo), com
endereço profissional na Rua _____, vem com o devido respeito perante V. Exa. impetrar
Mandado de Segurança, com fundamento no art. Art. 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal,
combinado com a Lei 12016/09, em face de ato do Ilmo. Delegado de Polícia Titular da 4ª.
Delegacia de Polícia da Cidade de ___, pelos motivos de fato e de direito que agora articula:

DOS FATOS:
DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO:
CONSIRAÇÕES FINAIS:
DA LIMINAR:
DO PEDIDO:

CASOS REFERENTES À MATÉRIA:

1 - Delegado de Polícia da DIG de São Paulo, indeferiu a petição do advogado Roger, que
pretendia ter acesso aos autos do I.P. 001/01, instaurado contra seu cliente Raimundo, existindo
certidão de indeferimento. Roger é regularmente inscrito na OAB/SP, porém, não quer advogar
em causa própria.
QUESTÃO: Na função de advogado de Roger, adotar a medida cabível.

2 – Pedrinho, a título oneroso e de boa-fé, adquiriu um automóvel fruto de estelionato praticado


por Pedrão. Instaurado o inquérito policial, a autoridade policial determinou a busca, a
apreensão e o depósito do veículo com o primitivo dono e vítima da burla. Integrada a ação
penal, Pedrinho requereu a devolução do carro perante o juízo criminal por onde transcorre o
processo, sendo-lhe, porém, negada a pretensão. QUESTÃO: Propor medida adequada a atender
os interesses de Pedrinho.
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

Observações preliminares sobre a peça: É um recurso utilizado contra as decisões dos


Pretórios que denegam “habeas corpus” ou mandado de segurança, sendo composto por duas
peças.

Fundamentos Legais

102, II – STF

julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

Art. 105, inciso II, alíneas “a” e “b”, da Constituição Federal para o STJ

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for
denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a
decisão

e artigos 30 a 32 da Lei 8.038/90 para denegação de “Habeas Corpus” e artigos 33 a 35 da Lei


8.038/90 para Mandado de Segurança.

Endereçamento
A interposição é dirigida ao Presidente do Tribunal contra quem se está
recorrendo. Já as razões são endereçadas ao Tribunal em Brasília (STJ ou STF)

Denominação do Postulante
O indivíduo que está recorrendo recebe a denominação de RECORRENTE ou
PACIENTE. A denominação de paciente no recurso ora em estudo é herdada do “habeas
corpus”, peça que quando denegada dá ensejo ao presente recurso.
Prazo
Os prazos para a interposição e para razões são de 5 (cinco) dias.

Hipótese
O Recuso Ordinário Constitucional, tem ensejo contra decisões dos Tribunais,
seja Tribunal de Justiça (Seção Criminal) ou Tribunal Regional Federal, nas quais foi denegado
“habeas corpus” ou mandado de segurança.

Forma
Tal recurso em tela é composto por duas peças, a interposição e as razões, sendo
a primeira dirigida ao Presidente do Tribunal recorrido e a Segunda endereçada ao Tribunal em
Brasília.

Observações imprescindíveis
É um recurso sempre cabível contra decisão de Tribunal que denegou “habeas
corpus” ou mandado de segurança, sendo que o prazo para a interposição e para as razões são
de cinco dias. Na verdade o ROC, é um “habeas corpus”, só que com o acréscimo da peça de
interposição.

Casos Práticos

A – José, impetrou junto ao Tribunal de Justiça “habeas corpus”, que após avaliado, foi
denegado por maioria de votos.

B – Impetrada ordem de “habeas corpus” perante o Tribunal competente, este negou-lhe


provimento por maioria de votos.

Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo,
(pular 2 linhas)

“habeas corpus” nº __/__


(pular 8 linhas)

_______, qualificado nos autos de “habeas corpus”,


acima epigrafado, por intermédio de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui
respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO
CONSTITUCIONAL, com fulcro no art. 105, inciso II, alínea “a” da Constituição Federal,
contra o venerando acórdão denegatório do “habeas corpus”.
Em anexo, as razões recursais, requerendo, outrossim, o
processamento ao Colendo Tribunal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _______________
O . A . B. / ____ nº _________

Razões

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


(pular 4 linhas)

DOUTO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA


(pular 2 linhas)

EMÉRITOS JULGADORES
(pular 4 linhas)

A decisão denegatória do pedido de “habeas corpus”


merece ser reformada, pois em completo divórcio com o ordenamento jurídico, assim vejamos:
OS FATOS:

DO DIREITO:

DO PEDIDO

Local e data
(pular 2 linhas)

Advogado ________________
O . A . B. / ____ nº __________

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 – Cláudio, está sendo processado por ter cometido infração ao art. 121, parágrafo 2º, incisos
II e IV, do Código Penal. Tendo sido preso em flagrante delito, está recolhido à Penitenciária do
Estado, aguardando a tramitação do feito, que está paralisado, esperando devolução de cartas
precatórias expedidas, objetivando a oitiva de testemunhas arroladas na denúncia. Decorridos
100 dias da prisão, impetrou-se “habeas corpus”, argüindo o excesso de prazo da instrução,
além de ser pleiteado o benefício da liberdade provisória. A câmara julgadora não concedeu a
ordem, afirmando que a gravidade da infração justificava à manutenção da prisão, e que, por ser
tratar de prova a ser produzida em outra comarca, a demora era justificável. O acórdão foi
publicado há 3 dias.
Questão: Como advogado de Cláudio interponha o recurso cabível.

2 – Pedro, foi denunciado e está sendo processado por infringir o art. 159 do Código Penal
porque, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, seqüestrou Abravanel, grande
empresário, exigindo de sua família, como condição de libertação, a importância de R$
1.000,000,00. Foi autuado em flagrante delito no momento em que pegava o dinheiro deixado
em local previamente combinado e a vítima foi encontrada ilesa.
O acusado encontra-se preso, por força da prisão em flagrante, há mais de 190 dias e ainda não
se encerrou a instrução criminal, uma vez que o representante do Ministério Público insiste na
oitiva de duas testemunhas que devem ser ouvidas através de carta precatória, por residirem em
outro Estado. Requerido o relaxamento do flagrante ao Juízo processante, foi o mesmo
indeferido, ensejando a impetração de ordem de “habeas corpus” ao Tribunal competente. Tal
Pretório denegou a ordem requerida fundamentando o v. acórdão no fato de que a gravidade da
instrução se sobrepõe ao eventual excesso de prazo, desconfigurando o alegado
constrangimento ilegal.
Questão: Como advogado de Pedro, intente a medida judicial cabível.

Recurso Especial (para o STJ)

Fundamento legal

105, III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância,
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Interposição ao presidente do Tribunal recorrido/Razões ao STJ


Estrutura da peça e prazo – Lei eu 8038/90

Art. 26 - Os recursos extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal,


serão interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido,
em petições distintas que conterão:

I - exposição do fato e do direito;

II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;

III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

Pedido no recurso especial


Súmula 456 O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, CONHECENDO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, JULGARÁ A CAUSA, APLICANDO O DIREITO À ESPÉCIE

Requisito – recurso especial pela divergência

26 Parágrafo único da L. 8038/90 –

Quando o recurso se fundar em dissídio entre a interpretação da lei federal adotada pelo julgado
recorrido e a que lhe haja dado outro Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência
mediante certidão, ou indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório
autorizado de jurisprudência, que o houver publicado.

Súmula 369 do STF


JULGADOS DO MESMO TRIBUNAL NÃO SERVEM PARA FUNDAMENTAR O
RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL

Denegação do processamento
Art. 28 - Denegado o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo de
instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior
Tribunal de Justiça, conforme o caso.

MODELO PRÁTICO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, do Estado de


São Paulo,
(pular 2 linhas)

APELAÇÃO CRIMINAL nº __/__


(pular 8 linhas)

_______, qualificado nos autos de APELAÇÃO


CRIMINAL acima epigrafado, por intermédio de seu advogado e procurador que esta
subscreve, vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, interpor
RECURSO ESPECIAL, com fulcro no art. 105, inciso III, alínea “a” da Constituição Federal,
em face do V. Acórdão que ... Em anexo, as razões recursais,
requerendo, outrossim, o recebimento e processamento do recurso.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _______________
O . A . B. / ____ nº _________

Razões

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


(pular 4 linhas)

DOUTA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA


(pular 2 linhas)

EMÉRITOS JULGADORES
(pular 4 linhas)

A decisão do E. Tribunal de Justiça merece ser


reformada, pois em completo divórcio com o ordenamento jurídico, assim vejamos:

DOS FATOS:
DO CABIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO:
DO DIREITO:
DO PEDIDO

Local e data
(pular 2 linhas)

Advogado ________________
O . A . B. / ____ nº __________

CASOS REFERENTES À MATÉRIA

1 - Marcos foi processado como incurso nas penas do art. 157, §2, I, CP porque teria subtraído,

com emprego de arma de fogo, o relógio de Mauro. Ao fim do processo, foi condenado a pena
de 5 anos e 4 meses de reclusão, no regime fechado. Observa-se dos autos que o réu é primário

e a arma estava desmuniciada.

O Acórdão que confirmou a condenação acaba de ser publicado.

Interponha o Recurso cabível, tratando especificamente da incorreta aplicação da Lei Federal.

Recurso Extraordinário (ao STF)

CRFB/88

ART. 102, Competências do STF

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal

Repercussão Geral

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões


constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a
admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

Súmulas relevantes sobre especial e extraordinário


356

O PONTO OMISSO DA DECISÃO, SOBRE O QUAL NÃO FORAM OPOSTOS


EMBARGOS DECLARATÓRIOS, NÃO PODE SER OBJETO DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, POR FALTAR
O REQUISITO DO PREQUESTIONAMENTO

252
É INADMISSÍVEL O RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO NÃO VENTILADA, NA
DECISÃO RECORRIDA, A QUESTÃO FEDERAL SUSCITADA

7 do STJ

A PRETENSÃO DE SIMPLES REEXAME DE PROVA NÃO ENSEJA RECURSO


ESPECIAL

Modelo Prático

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, do Estado de


São Paulo,
(pular 2 linhas)

APELAÇÃO CRIMINAL nº __/__


(pular 8 linhas)

_______, qualificado nos autos de APELAÇÃO


CRIMINAL acima epigrafado, por intermédio de seu advogado e procurador que esta
subscreve, vem, mui respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, interpor
RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fulcro no art. 102, inciso III, alínea “...” da
Constituição Federal, em face do V. Acórdão que ...
Em anexo, as razões recursais, requerendo, outrossim, o recebimento e processamento
do recurso.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(pular 2 linhas)
Local e data
(pular 2 linhas)
Advogado _______________
O . A . B. / ____ nº _________
Razões

COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


(pular 4 linhas)

DOUTA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA


(pular 2 linhas)

EMÉRITOS JULGADORES
(pular 4 linhas)

A decisão do E. Tribunal de Justiça merece ser


reformada, pois em completo divórcio em face da melhor exegese da Constituição Federal,
assim vejamos:

OS FATOS:

O DIREITO:

DO CABIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO:

DO PEDIDO

Local e data
(pular 2 linhas)

Advogado ________________
O . A . B. / ____ nº __________

Pafúncio Augusto foi preso em flagrante delito. Consta da denúncia que o co-réu (Confúcio
Henrique) invadiu uma Agência da Caixa Econômica Federal (CEF) no Bairro do Santo
Agostinho (em Belo Horizonte – MG), após o expediente bancário. Com o uso de uma arma de
fogo (de numeração raspada e sem registro adequado), ele ameaçou o gerente e os seguranças
da instituição. Subtraiu R$ 50.000,00 de dentro do cofre da agência.
Consta, ainda, que Pafúncio Augusto teria ficado dentro do seu veículo, ao lado do
local do crime, de forma a oferecer ao co-réu um meio seguro de fuga. Os Policiais Militares,
convocados para a diligência, perseguiram os dois acusados, conseguindo efetivar a prisão em
flagrante de ambos minutos depois de uma perseguição ininterrupta.
Foram pegos com os dois acusados a arma usada por Confúcio Henrique e todos os
valores subtraídos da Agência da CEF.
O Ministério Público ajuizou ação penal em desfavor dos dois co-réus. De acordo
com os termos da denúncia oferecida, eles teriam infringido as normas penais anotadas nos arts.
157, § 1°, I e II, do Código Penal, e 16 da Lei 10.826/03.
Denúncia recebida pelo Juiz Competente. Em seu Interrogatório, Pafúncio Augusto
negou a prática dos delitos a ele imputados na inicial acusatória. Defesa Prévia
apresentada. Audiência de Instrução realizada, na qual foram ouvidas as testemunhas arroladas
pelas partes. Manifestação Público e de Defesa apresentaram alegações finais.
A sentença foi publicada. Não houve prescrição, entendendo o Magistrado por
condenar os co-réus de acordo com a denúncia apresentada: arts. 157, § 1°, I e II, do Código
Penal, e 16 da Lei 10.826/03. Como Pafúncio Augusto era primário e de bons antecedentes, a
pena foi fixada no mínimo legal: 5 anos e 4 meses para o roubo com as majorantes e 3 anos para
o porte ilegal de arma. Totalizou-se 8 anos e 4 meses de reclusão, em pena a ser inicialmente
cumprida em regime fechado, além do pagamento do valor equivalente a 15 (quinze) dias-
multa, fixados a unidade de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo.
Não se conformando com a decisão do Magistrado, Pafúncio Augusto recorreu
tempestivamente da sentença. O apelo foi provido para considerar absorvido o crime da Lei
10826/3, fixando a pena de 5 anos e 4 meses de reclusão, pelo roubo, em regime inicial fechado.
Interponha o recurso cabível, com base na jurisprudência do STF.

PEÇAS QUE, EVENTUALMENTE, PODEM SER QUESTIONADAS NA PROVA OU


CONCURSO PÚBLICO:

1 – PEDIDO DE PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL – ART. 112 DA LEP E LEI


11.464/07.

2 – PEDIDO DE REMIÇÃO – ART. 126 a 130 DA LEP.

3 – PEDIDO DE DETRAÇÃO PENAL – ART. 42 DO CP.

4 – PEDIDO DE UNIFIÇÃO DE PENAS – ART. 66 DA LEP.


5 – PEDIDO DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE – ART. 107 DO CP E DEMAIS
ARTIGOS QUE TRATAM DA MATÉRIA NO CP E EM LEGISLAÇÃO ESPECIAL.

6 – PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA – ART. 118 DO CPP.

7 – PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA OU TEMPORÁRIA –


ART. 316 DO CPP.

8 – SEQUESTRO – ART. 125 DO CPP.

9 – ARRESTO – ART. 137 DO CPP.

10 – ESPECIALIZAÇÃO DA HIPOTECA LEGAL – ART. 134 DO CPP.

* TODAS AS PEÇAS ACIMA DEVEM SER ELABORADAS ATRAVÉS DE UMA


ÚNICA PETIÇÃO, DIVIDIDA EM FATOS, DIREITO E PEDIDO. ADEMAIS, DEVEM
SER ENDEREÇADAS À PRIMEIRA INSTÂNCIA, SENDO QUE ALGUMAS DELAS
SÃO PARA A VARA DE EXECUÇÃO PENAL.

DICAS DE QUAIS SÃO AS PEÇAS QUE POSSUEM

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO. (não podemos confundir com a peças que possuem P.

de juntada)

1. EMBARGOS INFRINGENTES E DE

NULIDADE. Petição de interposição dirigida ao Desembargador Relator do

TJ ou TRF, e as razões dirigida ao egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal ou TRF.

2. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

(ROC) - Petição de interposição dirigida ao presidente do Tribunal contra quem esta

recorrendo. Já as razões são endereçadas ao Tribunal em Brasília (STJ ou STF).


3. AGRAVO EM EXECUÇÃO - Petição de

interposição dirigida ao juiz das execuções. Já as razões são dirigidas ao egrégio

Tribunal de Justiça, Seção Criminal, ou TRF. Possui juízo de retratação que deve ser

redigido na interposição.

4. CARTA TESTEMUNHÁVEL - Petição de

interposição dirigida ao escrivão do feito/ ou secretário do tribunal. Razões ao

egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal ou TRF.

5. APELAÇÃO - Petição de interposição


dirigida ao juiz “a quo” (1ª instância) – razões – é sempre encaminhada para a 2ª instância aos
Tribunais de Justiça, Seção Criminal ou TRF.

6. RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO - Petição de interposição, onde necessariamente deve constar o pedido de
retratação, dirigida ao juiz “a quo” (1ª instância) – razões encaminhada para a 2ª instância aos
Tribunais de Justiça, Seção Criminal ou TRF.

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