Gabriel Crivellari Defesa Final 10

Modelagem matemática e simulação
de um permeador de gases para

separação de CO2 de gás natural
Dissertação de Mestrado
Escola Politécnica da USP
Departamento de Eng. Química
Gabriel Pereira Crivellari
20/10/2016
Introdução
• Produção de petróleo e gás no Brasil

• Predominância do offshore (700 mil
bpd no pólo pré-sal)
• O tratamento do óleo e gás adequa:
• Salinidade do óleo Plataforma de
produção
• Teor de água e sedimentos (BSW)
• Ponto de Orvalho do gás
• Teores de H2S e CO2 (para Linhas de produção
exportação a terra)
• Para remoção de CO2 do gás natural:
• Uso de membranas poliméricas – Árvore de natal sobre
Menor tamanho, facilidade de os poços de produção
operação, baixo custo operacional e

facilidade de instalação
• Tecnologia usada nas plataformas do
pré-sal
Petrobras/Divulgação
Modelagem matemática e simulação de um permeador gasoso - Dissertação de Mestrado - Gabriel Crivellari

Objetivos
• Estudar a operação de permeação de gás para separação de CO2 de

gás natural em sistema industrial em operação no Brasil
• Objetivos específicos:
• Desenvolver modelo matemático para a operação unitária de separação
de gases por permeação a partir da modelagem dos fenômenos de
transporte e termodinâmicos;
• Aplicar o modelo para avaliação da permeação das unidades utilizando
método sistemático (reconciliação e agrupamento) baseado nos dados
coletados em permeador industrial;
• Aplicação do modelo para análise da influência da variação das condições
operacionais típicas de um permeador;
Equações baseadas Avaliar condições

Operação nos fundamentos Modelo operacionais;
unitária dos Fenômenos de Matemático Determinar
Transporte; parâmetros relevantes;

Processamento primário de petróleo
Consumo na
unidade
Tratamento Exportação por

de gás gasoduto
Gás compressão compressão

Reinjeção no
reservatório
Poços Óleo Tanques

Tratamento
Separação Transferência
produtores de óleo do navio
Exportação por
oleoduto
Poços
injetores Água
Tratamento de água
Descarte
para descarte
Tratamento de água Captação de

para reinjeção água do mar
bombeamento

Processamento primário do gás natural
Separador
alta pressão
Tratamento Adequação ponto

Remoção de H2S
de óleo de orvalho água
Compressão de gás Compressão A
de baixa pressão
Gas-lift
Adequação ponto
Remoção de CO2
de orvalho HC
Exportação
Compressão B por gasoduto
CO2
Planta de gás
combustível
Poços
injetores
Compressor Compressor
injeção de CO2 injeção de gás

Fundamentos do processo de permeação gasosa
• Principais tipo de membrana para

permeação gasosa e seus modelo de
descrição do transporte:
• Porosa: modelo de escoamento por
poros;
• Densa: modelo solução-difusão;
Escoamento
convectivo
Difusão de Knudsen
Peneira molecular
Solução-difusão (difusão de superfície)
Membranas densas separam pela Membranas

diferença de solubilidade e mobilidade microporosas separam Adaptado de
Baker, 2004
do componente na membrana por “filtração molecular”

• Modelo solução-difusão (Baker, 2004)
• Hipotése 1: Os fluidos estão equilíbrio com a membrana;
• Hipótese 2: A pressão na membrana constante e o gradiente de

potencial químico pela membrana é suave (gradiente de concentração);
• Hipótese 3: Os coeficientes de atividade são iguais nos dois lados:

• (γ(i)feed(m) = γ(i)P(m) e γ(i)Gfeed = γ(i)GP);
Lado com alta Membrana Lado com baixa

pressão pressão
Potencial químico
Pressão
Atividade do
componente

𝐷 𝑖 ∙ 𝑐 𝑖 𝑓𝑒𝑒𝑑 𝑚 −𝑐 𝑖 𝑃 𝑚 Lei de Fick (fluxo difusivo

𝐽 𝑖 = (1)
𝑙 do componente i)
𝐺
𝑐 𝑖 𝑓𝑒𝑒𝑑 𝑚 =𝐾 𝑖 ∙𝑝 𝑖 𝑓𝑒𝑒𝑑 (2)
Concentração do componente
𝐺 i nas interfaces da membrana (3)
𝑐 𝑖 𝑃 𝑚 =𝐾 𝑖 ∙𝑝 𝑖 𝑝
𝑀𝑀 𝑖 ∙ 𝜌𝑚 ∙ 𝛾 𝑖 𝐺 Coeficiente de solubilidade
𝐾 𝑖 𝐺
= (4)
𝛾 𝑖 (𝑚) ∙ 𝑝 𝑖 𝑠𝑎𝑡 da fase gasosa
𝐺
𝑃 𝑖 ∙ 𝑝 𝑖 𝑓𝑒𝑒𝑑 −𝑝 𝑖 𝑃 Fluxo do componente i pela (6)
𝐽 𝑖 =
𝑙 membrana
𝐺 𝐺
𝐺 𝐺
𝛾 𝑖 ∙𝐷 𝑖 ∙𝜐 𝑖 ∙𝜌 𝑚
Ƥ 𝑖 =𝐷 𝑖 ∙𝐾 𝑖 = Permeabilidade (8)
𝛾 𝑖 (𝑚) ∙ 𝑝 𝑖 𝑠𝑎𝑡

Baixa permeabilidade Alta permeabilidade

• Seletividade
• Razão entre a Polímeros vítreos separam os gases principalmente pelo tamanho
permeabilidade de duas C3H8
espécies;
CH4 N2 H2S CO2 H2O
𝐺
Tamanho
Ƥ 𝑖 relativo (Å) 4.3 3.8 2.65
𝛼𝑖𝑗 = 𝐺
(9)
Ƥ 𝑗
Categoria do Seletividade
Componente Polímeros
𝐷 𝑖 𝐾 𝑖 polímero (sobre metano)
𝛼𝑖𝑗 = (10)
𝐷 𝑗 𝐾 𝑗
Acetato de celulose,
CO2 Vítreo 10 – 20
poliimida
Razão de
mobilidade H2S Elastomérico Copolímero de éter-amida 20 – 40
Razão de Poliimida, polímeros

N2 Vítreo 2–3
solubilidade perfluorados
Vítreo ou
H2O Diversos polímeros >200
elastomérico
C4H10 Elastomérico Elastômero de silicone 7 - 10

Modelagem matemática de permeação gasosa na
literatura
Livros
• Baker (2004) e McCabe (2005)
• Balanço de massa e transporte de massa. Descrição do modelo de solução-difusão
• Modelo para misturas binárias com resolução analítica
Artigos
• Pan, 1986
• Modelagem multicomponente para permeador de fibra-oca
• Perda de carga por Hagen-Poiseuille
• Resolução como BVP para contra e co-corrente
• Giglia, 1991
• Semelhante a Pan (1986), mas para mistura binária
• Qi, Henson, 1996
• Análogo a Pan (1986), mas permeador espiral e simplificação de vazão de permeado
constante;
• Pettersen, 1993
• Multicomponente, fibra-oca, com perda de pressão
• Solução-difusão em termos de Δplog (diferença de pressão parcial média logarítimica)
Modelagem matemática de permeação gasosa na
literatura
Artigos
• Rautenbach e Dahm (1987) e Scholz (2012)
• Considera a variação de temperatura (balanço de energia) pelo efeito de JT e troca
térmica
• McCabe, 2005, Rautenbach e Dahm (1987), Adewolea et. al. (2013) e Scholz (2012)
• Variação de permeabilidade com temperatura usando equação tipo Arrhenius
• Alpers et. al. (1999) e Wind, Donald e Koros (2004)
• Substitui pressão parcial por fugacidade
• Scholz (2012)
• Separação de CO2 e metano com efeitos de não-idealidade para permeador espiral
• Efeitos de variação de temperatura e comportamento real dos gases são os mais
impactantes
• Queda de pressão e concentração por polarização menos relevantes
• Baker (2004)
• Efeito de concentração por polarização pouco relevante para separação de CO2

Permeador de gases
• A membrana é acondicionada no equipamento chamado permeador, de

forma a obter a maior área possível com menor volume;
Permeador
Fibras
Fibra-oca
Material da
formato acondicionamento
membrana
Permeador
Filme
Espiral
Valores típicos
Parâmetro de operação (Honeywell-UOP e Cameron)
Pressão de alimentação 28 bara a 111 bara
Pressão de permeado 3,5 bara
Temperatura de alimentação 16ºC a 65ºC
Vazão de alimentação 85 mil Nm³/d a 20 milhões Nm³/d
Fração molar de CO2 na alimentação 3% e 90%
Fração molar de CO2 no resíduo 2% a 5%
Permeador de gases
• A membrana em si é fabricada em forma de módulos, que podem ser de

dois tipos: espiral e fibra-oca
Alimentação
Módulo espiral ou Permeado
spiral wound
Espaçador de alimentação Resíduo

Membrana
Espaçador de permeado
Membrana
Espaçador de alimentação Resíduo
(adaptado de: http://www.uop.com/?document=uop-egyptian-

gas-plant-membrane-upgrade-case-study&download=1)
Um elemento
(referência:http://www.uop.com/?document=sep
arex-membrane-systems-brochure&download=1)
Permeador de gases
Seção transversal do módulo espiral
Espaçador de Camada externa

permeado
Espaçador de 20 cm de
alimentação diâmetro
Corrente de
permeado Resíduo
Tubo de coleta de
permeado Setas indicam a corrente de
permeado
Tubo do permeador
(adaptado de Baker, 2004)
União do tubo do permeador

Elemento do
permeador
• 1 metro de
comprimento
• 4 a 10 elementos Selo
interno
(adaptado de http://www.membrane-
Alimentação
guide.com/download/CO2-removal-membranes.pdf) Permeado
Modelo rigoroso de permeador de gases
• Modelo de um permeador contra-corrente
RESÍDUO
Área onde está a folha de
membrana enrolada
PERMEADO
Tubulação que recolhe permeado
ALIMENTAÇÃO
dx
NR(i,j-1) NR(i,j) NR(i,j+1)

Membrana Lado do
n(i,j) resíduo
NP(i,j-1) NP(i,j+1)
Lado do
NP(i,j)
permeado

Principais hipóteses e simplificações utilizadas

• I – Escoamento das correntes é contra-corrente
• II - A pressão do lado do permeado e resíduo/alimentação são constantes - não há
perda de carga significativa;
• III - O modelo de solução-difusão é empregado para descrição do mecanismo de
permeação e, consequentemente, da vazão permeada pela membrana (Baker, 2004
e McCabe, 2005);
• IV - Considera-se o comportamento real dos gases, incorporando o coeficiente de
fugacidade no cálculo da vazão permeada (Wind e Koros, 2004 e Scholz, 2012);
• V - As permeâncias são independentes da pressão e concentração dos
componentes, sendo dependentes apenas da temperatura;
• VI - A dependência das permeâncias com a temperatura é dada por modelo tipo
Ahrrenius (Rautenbach e Dahm, 1987, Ahmad e Leo, 1993, e Scholz, 2012);

Principais hipóteses e simplificações utilizadas

• VII - Para cálculo da entalpia da corrente permeada pela membrana utiliza-se a
pressão e temperatura da corrente de resíduo, pois se considera que os
materiais da membrana e suporte poroso estão nesta pressão e temperatura
(Scholz, 2012);
• VIII - Despreza-se o efeito da concentração por polarização, pois se sabe que é
pouco importante para a separação de gases como CO2, metano, nitrogênio e
hidrogênio (Baker, 2004);
• IX - Despreza-se a troca térmica do equipamento com o ambiente;
• X - Utiliza-se a equação de estado de Peng-Robinson para o cálculo dos
coeficientes de fugacidade, entalpia e capacidade calorífica;
• XI - A temperatura da corrente é calculada a partir da entalpia da mesma
utilizando a diferença entre a entalpia a T0 e na temperatura de interesse;

• Balanço de massa
• Fluxo de permeação [gmol/m.h]:
𝑛(𝑖, 𝑥) = 𝑈(𝑖, 𝑥) ∙ 𝑥𝑟 𝑖, 𝑥 ∙ 𝑃𝑟 ∙ 𝜑𝑟 𝑖, 𝑥 − 𝑥𝑝 𝑖, 𝑥 ∙ 𝑃𝑝 ∙ 𝜑𝑝 𝑖, 𝑥 (12)
• Lado da alimentação/Resíduo [gmol/m.h]: 𝑑𝑁𝑅(𝑖, 𝑥)
= −𝑛(𝑖, 𝑥)
𝑑𝑥 (13)
• Lado do Permeado [gmol/m.h]: 𝑑𝑁𝑃(𝑖, 𝑥)
= −𝑛(𝑖, 𝑥)
𝑑𝑥 (14)
• Variação da permeância com a temperatura:
𝐸 𝑖 1 1
𝑈 𝑖, 𝑥 = 𝑈0 𝑖 . 𝑒𝑥𝑝 − . − (15)
𝑅 𝑇𝑅 𝑥 𝑇0
• Balanço de energia
• Do lado da alimentação/resíduo [J/m.h]:
𝑛𝑐
𝑑𝐻𝑅 𝑥
=− 𝑛 𝑖, 𝑥 ∙ ℎ 𝑥 − 𝑘 ∙ 𝑇𝑅 𝑥 − 𝑇𝑃 𝑥
𝑑𝑥 (17)
𝑖=1
• Do lado do permeado [J/m.h]:𝑛𝑐
𝑑𝐻𝑃 𝑥
=− 𝑛 𝑖, 𝑥 ∙ ℎ 𝑥 − 𝑘 ∙ 𝑇𝑅 𝑥 − 𝑇𝑃 𝑥
𝑑𝑥
𝑖=1 (18)
• Condições de contorno
• Em x=0: Alimentação
𝑁𝑅 𝑖, 0 = 𝑁𝑓𝑒𝑒𝑑 ∙ 𝑥𝑓 (𝑖) (20)
𝐻𝑅(0) = 𝑁𝑓𝑒𝑒𝑑 ∙ 𝐻𝑓𝑒𝑒𝑑 (21)

• Em x=Lmemb: Lado tamponado
𝑁𝑃 𝑖, 𝐿𝑚𝑒𝑚𝑏 = 0 (22)
𝐻𝑃(𝐿𝑚𝑒𝑚𝑏) = 0 (23)
• Cálculo da temperatura de cada lado

Balanço de massa Balanço de
em função da entalpia: diferencial energia diferencial
∆𝐻 Equação
∆𝑇 = de fluxo
𝐶𝑝
𝑇 = 𝑇0 + ∆𝑇 Equação de
Condições de
estado
contorno
termodinâmica
Reconciliação de dados para fechamento de
balanço de massa
Balanço de massa
Usa-se o dado reconciliado
Dados fechado
coletados Reconciliação Observação não
em campo corresponde a período de
Não fechando
Balanço de massa operação em regime
permanente.
Observação descartada
𝑛𝑟
2
𝑀𝑖𝑛 𝑤 𝑖 . 𝑦𝑚 𝑖 − 𝑦𝑟 𝑖 (28)
𝑖=1
𝑔𝑘 𝑦𝑟 𝑖 , 𝑢𝑗 = 0 (29)
Balanço molar global Somatório das

Balanço molar para
(vazões de entrada, composições de cada
cada componente
resíduo e permeado) corrente igual a 1
Resíduo =< 0,001 0,999 < Σfrações < 1,001 Resíduo =< 0,002
Reconciliação de dados para fechamento de
balanço de massa
Limites utilizados para alteração das variáveis na reconciliação de dados
Variável Limite de variação na reconciliação
Vazão de entrada 5%
Vazão de resíduo 1%
Vazão de permeado 4%
Fração molar de N2 5%
Fração molar de CO2 1%
Fração molar de metano 1%
Fração molar de etano 3%
Fração molar de propano 5%
Fração molar de i-butano 5%
Fração molar de n-butano 5%
Fração molar de pentano 5%
Fração molar de hexano 6%

Fração molar de heptano 6%
Fração molar de octano 6%
Fração molar de nonano 6%

34
Agrupamento de dados experimentais
Seleção de grupos
representativos de todo conjunto
Dados coletados Diversas
em campo possibilidades y
de regressão agrupamento
dos
Modelo
parâmetros grupo
matemático
centróide x
Observações
representativas:
Observação 1 regressão Parâmetros
Observação 2 regressão Parâmetros Parâmetros Cálculo do desvio

representativos simulação de cada valor de
.
. de todo conjunto saída
.
Observação n regressão Parâmetros

Comparação com dados da literatura
• Experimento de Pan (1986)

• Permeador do tipo fibra oca com membrana de acetato de celulose
Diâmetro externo da fibra 200 µm

Diâmetro interno da fibra 18 μm
Diâmetro interno do casco da membrana 2,1 mm
Comprimento das fibras 69 cm
Número de fibras 20
Densidade de área da membrana 0,012566 m²membrana/m_permeador
Primeiro experimento de Pan (1986)

Fração molar na corrente de permeado
0,40
0,35 0,95
Fração molar de CH4, C2H6 e C3H8
0,30 0,90
Fração molar de CO2

0,25
0,85
0,20
0,80
0,15
0,75
0,10
0,05 0,70
0,00 0,65
0,350 0,400 0,450 0,500 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750
Stage cut
c1 c2 c3 c1-pan c2-pan c3-pan CO2 co2-pan

Segundo experimento de Pan (1986)

0,8 0,12
0,7 0,10
Fração molar de H2S e CH4
Fração molar de CO2 e N2

0,6 0,08
0,5 0,06
0,4 0,04
0,3 0,02
0,2 0,00
0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65
Stage cut
C1 H2S h2s_pan c1_pan CO2 N2 co2_pan n2_pan

Terceiro experimento de Pan (1986)

1,00
0,96
Fração molar de H2
0,92
0,88
0,84 Desvios da simulação em torno de 5%

Autor destaca:
0,80  Desvios experimentais em torno de 3,5%
 Fenômeno de contra-difusão (polarização)
0,76
0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65
Stage cut
contra-corrente-experimental contra-corrente-simulado
co-corrente-simulado co-corrente-experimental

• Experimento de Giglia (1991)

• Permeador do tipo fibra oca com material de membrana não revelado

Diâmetro interno do casco da membrana 4,8 mm
Número de fibras 80
Densidade de área da membrana 0,09375 m²membrana/m_permeador

Primeiro experimento de Giglia (1991)

Fração molar de oxigênio na corrente de permeado
0,50
0,45
Fração molar de O2
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Stage cut
Simulado Experimental

• Experimento de Cocker (1998)

• Permeador do tipo fibra oca com membrana de polisulfona
Separação de ar sintético 300 mil

Número de fibras
Separação de hidrogênio 500 mil
Densidade de área da Separação de ar sintético 282,5 m²membrana/m_permeador

membrana Separação de hidrogênio 471,3 m²membrana/m_permeador

Primeiro experimento de Coker (1998)

Fração de nitrogênio na corrente de resíduo
1,00
0,96
Fração de nitrogênio
0,92
0,88
0,84
0,80
0,76
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Recuperação global de resíduo
Experimental (pf=10bara) Simulado (pf=5bara)

Simulado (pf=10 bara) Experimental (pf=5bara)

Coleta de dados e reconciliação para fechamento
de balanço de massa
Permeador instalado em plataforma de produção de óleo e gás:
• 1 estágio
• Permeador do tipo espiral
• Alimentação de gás natural com alto teor de CO2
• Resíduo com baixo teor de CO2
Corrente de alimentação: Corrente de resíduo: Corrente de permeado:

• Pressão • Pressão • Pressão
• Vazão • Vazão • Vazão
• Composição • Composição • Composição
• Temperatura • Temperatura
Pressão Pressão
Vazão Temperatura
Resíduo
Coleta de dados: Composição Vazão
• 652 observações Composição
• 47 valores por observação Permeado
• 33 meses de operação
• Intervalos de 30 minutos
Período de coleta de
Reconciliação de dados para Pressão
dados:
fechamento do balanço de massa Temperatura
14/7/2012 a 29/04/2015 Alimentação Vazão
Composição
605 observações atendem ao critério
de fechamento de balanço de massa

Coleta de dados e reconciliação para fechamento
de balanço de massa
• Para as 605 observações coletadas foi calculado o valor de permeância que melhor
aproxime os dados de saída, usando o modelo do permeador isotérmico (sem balanço de
energia)
Parâmetros da equação análoga a Arrhenius para variação da permeância com a temperatura achados
para o conjunto de dados de campo
U’0 Seletividade do CO2 em relação a

Componente T0 [ºC] E/R [K]
[Nm³.cm²/d.kgfx100] cada componente a T0
CO2 40,73 -919,4 0,8217 1,00
Metano 40,73 -3034,7 0,0560 14,69
Etano 40,73 -2346,2 0,0272 30,18
Propano 40,73 -1716,5 0,0074 110,53
i-Butano 40,73 -4,1 0,0029 286,09
n-Butano 40,73 -890,9 0,0063 129,47

Uso de simplificação do modelo rigoroso para
análise dos dados
Permeância média do CO2 em função da temperatura

0,95
0,90
0,85
Permeância
0,80
0,75
0,70
32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Temperatura [ºC]
1 1 Medida Calculada
𝑈 𝐶𝑂2 = 0,82. 𝑒𝑥𝑝 −919,4. −
𝑇𝑅 𝑥 313,9

análise dos dados
Permeância média do Metano em função da temperatura

0,080
0,075
0,070
0,065
Permeância
0,060
0,055
0,050
0,045
0,040
32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Temperatura [ºC]
1 1 Medido Calculada
𝑈 𝑚𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 = 0,056. 𝑒𝑥𝑝 −3034,7. −
𝑇𝑅 𝑥 313,9

análise dos dados
Permeância média do CO2 em função da pressão de permeado

0,95
Variação da permeância com
a pressão de permeado está
0,90 contemplada na variação
com a temperatura
0,85
Permeância
0,80
0,75
0,70
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
Pressão do permeado [kgf/cm²]
Medido Calculado

análise dos dados
Stage-cut versus vazão de entrada

0,33 Dobro do stage-cut para
44% de queda na vazão
0,31
0,29
0,27
0,25
Stage-cut
0,23
Stage-cut = Qp/Qe
0,21
Em menores vazões a corrente
0,19
tem mais “tempo de contato”, o
que leva a maior permeação
0,17
0,15
2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 3,7 3,9 4,1 4,3 4,5 4,7 4,9 5,1
Vazão de entrada [milhão de Nm³/d]

análise dos dados
Permeância média do CO2 e temperatura média ao longo do tempo de

operação
0,95 60
Permeância do CO2 [Nm³.cm²/d.kgf.100]
Temperatura média do permeador [ºC]

50
0,90
40
0,85
30
0,80
20
0,75
10
0,70 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo de operação [meses]
Permeancia Temperatura

Agrupamento de dados experimentais
605
13 para 6 “Cluster analysis”
observações Redução Análise
componentes no Minitab®
de campo
Escolha das observações representativas de cada grupo (mais próximas do centroide):
Grupo 1: 186 observações Observação 1, 11 e 12 20 observações

escolhidas para
Grupo 2: 13 observações Observação 2, 21, 22 e 23 ajuste do
modelo
Grupo 3: 2 observações Observação 3
Grupo 4: 1 observações Observação 4

Para cada um
Grupo 5: 385 observações Observação 5, 51, 52 e 53 dos 20 pontos
Similaridade
90,1 foram ajustadas
Grupo 6: 2 observações Observação 6 e 61
as permeâncias
iniciais [Uo(i)] de
Grupo 7: 1 observação Observação 7
forma a
Grupo 8: 1 observação Observação 8 representar as
saídas
Grupo 9: 1 observação Observação 9
Grupo 10: 13 observações Observação 10 e 101

Simulação do modelo rigoroso
Definição dos parâmetros
Permeância a temperatura de referência do CO2 versus vazão de entrada
9,0E-01
Queda na permeância com a vazão é explicada na literatura:
8,8E-01  Importância da contra-difusão (polarização por
concentração)
8,6E-01
8,4E-01
Permeância
8,2E-01
8,0E-01
7,8E-01
7,6E-01 17% de queda na permeância
para 44% de queda na vazão
7,4E-01
7,2E-01
7,0E-01 Ajustado Curva
2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Vazão [milhão Nm³/d]
𝑈0 𝐶𝑂2 = 0,128 + 0,299 ∙ 𝑄𝑒 − 0,031 ∙ 𝑄𝑒2
Simulação do modelo rigoroso
Definição dos parâmetros
Permeância a temperatura de referência do metano versus vazão de entrada
5,75E-02
5,70E-02
5,65E-02
5,60E-02
5,55E-02
Permeância
5,50E-02
5,45E-02
5,40E-02 17% de queda na permeância
para 44% de queda na vazão
5,35E-02
5,30E-02 Ajustado Calculado
5,25E-02
2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Vazão [milhão Nm³/d]
𝑈0 𝑚𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 = 0,0429 + 0,0060 ∙ 𝑄𝑒 − 0,0007 ∙ 𝑄𝑒2

Simulação das observações
Concentração de CO2 na corrente de resíduo

0,140
Dos 605 pontos, 493 (81,5%) atenderam
0,125 ao critério de ajuste:
-5% < desvio < 5%
0,110
Concentração medida
0,095
0,080
0,065
0,050
0,035
dados normal 5% -5%
0,020
0,020 0,035 0,050 0,065 0,080 0,095 0,110 0,125 0,140
Concentração calculada

Concentração de metano na corrente de resíduo

0,90
0,85
0,80
0,75
0,70
0,65
0,60
0,55
0,50
valores normal
0,45
5% -5%
0,40
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90

Concentração de CO2 na corrente de permeado

0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
dados normal
5% -5%
0,20
0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80

Concentração de metano na corrente de permeado

0,60
0,55
0,50
0,45
0,40
0,35
0,30
dados normal 5% -5%
0,25
0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60

Vazão da corrente de permeado

1,20
1,10
Vazão medida [milhão Nm³/d]
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
dados Normal 5% -5%
0,40
0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20
Vazão calculada [milhão Nm³/d]

Vazão da corrente de resíduo

4,70
4,20
Vazão medida [milhão Nm³/d]
3,70
3,20
2,70
2,20
dados Normal 5% -5%

1,70
1,70 2,20 2,70 3,20 3,70 4,20 4,70
Vazão calculada [milhão Nm³/d]

Temperatura de resíduo
59
55
51
Temperatura medida [ºC]
47
43
39
35
31
27
23
23 27 31 35 39 43 47 51 55
Temperatura calculada [ºC]

Simulação de um novo intervalo de operação
Período inicial usado para regressão

Novo período (5 meses)
Variável (33 meses)
Média Desvio padrão Média Desvio padrão
Fração molar de CO2 na
17,7% 1,0% 18,3% 1,1%
alimentação
Vazão de alimentação
4,430 0,311 4,658 0,389
[milhão Nm³/d]
Pressão relativa de
62,0 1,2 59,9 1,0
alimentação [kgf/cm²]
Pressão relativa de
3,77 1,16 2,96 0,40
permeado [kgf/cm²]
Temperatura de
44,4 5,5 40,9 1,5
alimentação [ºC]

Simulação de um novo intervalo de operação
Concentração de CO2 na corrente de resíduo
0,110
Dados de 23/05/2015 a 24/10/2015
De 61 pontos, 44 (72,1%)
0,095 atenderam ao critério de ajuste:
-5% < desvio < 5%
0,080
0,065
0,050
0,050 0,065 0,080 0,095 0,110

Perfis ao longo do permeador
• Temperatura de entrada: Tf = 50,8ºC;

• Coeficiente global de troca térmica: k = 80 J/m.h.K;
• Comprimento do permeador: L = 10 m;
• Pressão entrada: P1 = 61,1 kgf/cm²;
• Pressão permeado: P2 = 2,28 kgf/cm²;
• Vazão de entrada: Nf = 3,202 gmol/h (3,202 milhão Nm³/d);
Componente Fração molar Seletividade em relação CO2 E/R [K]
CO2 16,5% 1,0 -919,4

Metano 71,2% 13,9 -3034,7
Etano 7,7% 28,0 -2346,2
Propano 3,5% 104,1 -1716,5
i-Butano 0,5% 269,2 -4,1
n-Butano 0,8% 118,7 -890,9

Perfil de concentração de CO2 e metano ao longo do permeador

0,92
C1
0.799
0,82 C1
0,712
0,72
Fração molar
0,62 C1
C1
0,714
0.494
0,52
0,42
CO2
CO2
0,32 0,482
0,247
CO2
0,22 0,165
CO2
0,12
0.037
0,02
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Comprimento do permeador [m]
CO2_Resíduo CO2_Permeado Metano_Resíduo Metano_Permeado

Perfil de vazão permeada e permeância de CO2 e metano ao longo do

permeador
0,012 0,9
0,8
Permeância [Nm³.cm²/kgf.d x 100]

0,010
0,7
Vazão [gmol/h]
0,008 0,6
0,5
0,006
0,4
0,004 0,3
0,2
0,002
0,1
0,000 0,0
0 2 4 6 8 10
Vazão_permeada_CO2 Vazão_permeada_C1 Permeância_CO2 Permeância_C1

Perfil de Temperatura ao longo do permeador

52 T_res
50,8
50
48
Temperatura [ºC]
46
T_perm
4447,4 T_res
41,2
42
40
T_perm
38 40,4
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Temperatura_resíduo Temperatura_permeado

Perfil de vazão total de resíduo e permeado ao longo do permeador
3,5
3,0
V_res V_res
Vazão [gmol/h]
3,20 2,28
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5 V_perm
0,92
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vazão_resíduo Vazão_permeado

Análise de sensibilidade do modelo
VALOR
CASO VARIÁVEL OU PARÂMETRO VALOR MÍNIMO
MÁXIMO
1 Vazão de entrada [milhão Nm³/d] 2,733 5,032
2 Pressão relativa da alimentação [kgf/cm²] 59,215 63,577
3 Temperatura de entrada [ºC] 36,772 56,080
4 Pressão relativa do permeado [kgf/cm²] 2,262 7,328
5 Fração de CO2 na entrada 0,130 0,210
6 Comprimento do permeador [m] 5 8

Análise de sensibilidade do modelo – Caso 1
Fração de CO2 na corrente de resíduo em relação a vazão de entrada

0,09
Fração de CO2
0,07
0,05
0,03
2,4 2,9 3,4 3,9 4,4 4,9 5,4
Vazão [milhão de Nm³/d]
Stage cut em relação a vazão de entrada

0,50
Stage Cut
0,40
0,30
0,20
2,4 2,9 3,4 3,9 4,4 4,9 5,4
Vazão [milhão de Nm³/d

Fração de CO2 no resíduo em relação a pressão relativa da alimentação

0,09
Fração de CO2
0,08
0,07
0,06
0,05
0,04
0,03
59 60 60 61 61 62 62 63 63 64 64
Pressão relativa [kgf/cm²]
Stage cut em relação a pressão relativa de entrada

0,50
Stage Cut
0,40
0,30
0,20
59 60 60 61 61 62 62 63 63 64 64
Pressão relativa [kgf/cm²]

Fração de CO2 no resíduo em relação a temperatura de entrada

0,09
Fração de CO2
0,07
0,05
0,03
35 40 45 50 55 60
Temperatura [ºC]
Stage cut em relação a temperatura de entrada

0,50
Stage cut
0,40
0,30
0,20
35 40 45 50 55 60
Temperatura [ºC]

Fração de CO2 no resíduo em relação a temperatura de entrada

0,09
Fração de CO2
0,07
0,05
0,03
35 40 45 50 55 60
Temperatura [ºC]
Recuperação de CO2 em relação a temperatura de entrada

100%
Recuperação de CO2
80%
60%
40%
20%
0%
35 40 45 50 55 60
Temperatura [ºC]

Fração de CO2 no resíduo em relação a pressão relativa de permeado

0,09
Fração de CO2
0,08
0,07
0,06
0,05
0,04
0,03
2 3 4 5 6 7 8
Pressão relativa [kgf/cm2]
Stage cut em relação a pressão relativa de permeado

0,50
Stage cut
0,40
0,30
0,20
2 3 4 5 6 7 8
Pressão relativa [kgf/cm2]

Fração de CO2 no resíduo em relação a fração de CO2 na alimentação

0,09
Fração de CO2
0,07
0,05
0,03
0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22
Fração de CO2
Stage cut em relação a fração de CO2 na alimentação

0,50
Stage cut
0,40
0,30
0,20
0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22
Fração de CO2

Fração de CO2 no resíduo em relação ao comprimento do permeador

0,09
Fração de CO2
0,07
0,05
0,03
7 8 9 10 11 12 13
Short cut em relação ao comprimento do permeador

0,50
0,45
Stage cut
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
7 8 9 10 11 12 13

Conclusões
• Modelo matemático para simulação de permeador a gás contra-corrente;

• Balanço de massa e energia do equipamento, cálculo de fugacidade do gás e
variação de permeância
• Conjunto de equações diferenciais com condições de contorno do tipo IVP
resolvidas numericamente
• Validação: experimentos reportados na literatura (Pan (1986), Giglia (1991) e
Coker (1998)), nos casos em que a perda de carga é irrelevante;
• Dados de um permeador contra-corrente para separação de CO2 de gás
natural operando em unidade industrial foram coletados e analisados;
• 33 meses de operação
• Reconciliação de dados foi aplicada para fechamento de balanço de massa
• Regressão de parâmetros do modelo
• A permeância de cada componente varia com a vazão de alimentação
• Total de 605 casos coletados simulados comparando-se as saídas calculadas com
as medidas, sendo que 81,5% dos casos atenderam ao critério estabelecido

Conclusões
• Simularam-se novas condições operacionais (5 meses de operação do

permeador industrial) distintas das utilizadas na regressão, obtendo alta
aderência.
• Análise de sensibilidade
• Variação de um parâmetro (comprimento do permeador) e variáveis de entrada
do mesmo (vazão, pressão, temperatura e composição), verificando a variação dos
valores de fração molar de CO2 na corrente de resíduo e valor de stage-cut
• A metodologia desenvolvida
• Avaliação da operação de uma unidade industrial de permeação, permitindo a
redução da quantidade de dados para um conjunto menor e representativo
• A metodologia é capaz de determinar as permeâncias de cada um dos
componentes para o equipamento em questão
• Novos cenários de operação podem ser avaliados com base no modelo
proposto, permitindo incorporar novas condições operacionais desejadas.

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Fração molar de metano 1%

Fração molar de etano 3%

Fração molar de propano 5%

Fração molar de i-butano 5%

Fração molar de n-butano 5%

Fração molar de pentano 5%

Fração molar de hexano 6%

Fração molar de nonano 6%

Observação 1 regressão Parâmetros

Observação 2 regressão Parâmetros Parâmetros Cálculo do desvio

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• Experimento de Pan (1986)

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Primeiro experimento de Pan (1986)

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