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UNICURITIBA
ARQUITETURA E URBANISMO
CURITIBA
2021
ERIC NORIO TAKESHITA
CURITIBA
2021
ERIC NORIO TAKESHITA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
PROF.ª CRISTIANE M. B. PEREIRA
FACULDADE UNICURITIBA
ORIENTADORA
__________________________________
PROF.
FACULDADE UNICURITIBA
__________________________________
PROF.
FACULDADE UNICURITIBA
RESUMO
O mercado da gastronomia tem crescido muito a cada dia e devido a esse crescimento
surge a necessidade de criar espaços adequados ao público. Espaços gastronômicos
são destinados à alimentação, socialização e, muitas vezes, aos negócios. Grandes
negócios comerciais são concretizados em tais espaços. Em função disso, os mesmos
devem ser bem planejados, atendendo as necessidades do usuário bem como no
conforto térmico e acústico como também no lumínico. O presente trabalho apresenta
a temática da arquitetura sustentável, essa que pode contribuir para um espaço mais
eficiente e com o objetivo de criar diretrizes projetuais para o desenvolvimento de um
projeto arquitetônico com tipologia de uso gastronômico e sustentável. Sob os
aspectos de sustentabilidade, o trabalho busca ênfase na revisão da literatura sobre
arquitetura de restaurantes e da reutilização dos restos orgânicos por meio da
gastronomia sustentável. Dejetos alimentícios servem como adubo natural para o
plantio e o cultivo de hortaliças e frutas. Como metodologia da pesquisa foi realizado
revisão bibliográfica e estudos de caso de restaurante e seus diferentes setores.
Foram destacadas inúmeras diretrizes para servirem de guia para um projeto
arquitetônico com essa tipologia de uso. Conclui-se que cada setor destinado à
manipulação de alimentos deve atender as exigências da Anvisa e normas
empregadas, sendo possível utilizar de técnicas e princípios de sustentabilidade para
potencializar a eficiência desses espaços.
The gastronomy market has grown a lot every day and with this growth the need to
create spaces suitable for the public. Gastronomic spaces are intended for eating,
socializing and often for business. Large commercial deals are carried out in these
spaces. As a result, these spaces must be well planned, meeting the user's needs in
terms of thermal, acoustic and lighting comfort. This work presents the theme of
sustainable architecture that can contribute to a more efficient space and with the
objective of creating design guidelines for the development of an architectural project
with a typology of gastronomic and sustainable use. In terms of sustainability, the work
seeks to emphasize the literature review on restaurant architecture and the reuse of
organic waste through sustainable gastronomy. Food waste serves as natural fertilizer
for planting and growing vegetables and fruits. As research methodology, a literature
review and case studies of restaurants and their different sectors were carried out.
Numerous guidelines were highlighted to serve as a guide for an architectural project
with this type of use. It is concluded that each sector dedicated to food handling must
meet the requirements of Anvisa and standards used and that it is possible to use
techniques and sustainability principles to enhance the efficiency of these spaces.
PR - Paraná
BR - Brasil;
PT - Português.
SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
UAN - Unidade de Alimentação e Nutrição
IR - Índice de Rotatividade
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 ARQUITETURA DE RESTAURANTE ................................................................... 12
2.1 Iluminação, Dimensionamentos e Ventilação da Unidade de Alimentação e
Nutrição. .................................................................................................................... 18
2.2 Fluxograma e Organograma ............................................................................... 18
3 SUSTENTABILIDADE ........................................................................................... 21
3.1 Gastronomia Sustentável e Resíduos Orgânicos ................................................ 22
4 SISTEMA CONSTRUTIVO, VOLUMENTRIA E CONFORTO. .............................. 24
4.1. Laje Nervurada ................................................................................................... 25
4.2 Conforto Ambiental e Acústico ............................................................................ 29
4.3 Conforto Visual .................................................................................................... 29
4.4 Conforto Térmico. ................................................................................................ 30
5 ESTUDOS DE CASOS .......................................................................................... 31
5.1 Restaurante Margot ............................................................................................. 32
5.2 Restaurante Fogo ................................................................................................ 36
5.3 Restaurante Nau ................................................................................................. 38
5.4 Comparativos dos Estudos de Casos ................................................................. 41
6 DIRETRIZES PROJETUAIS .................................................................................. 43
6.1 Programas de Necessidade ................................................................................ 43
6.2 Estudos do Entorno ............................................................................................. 45
6.3 Organograma ...................................................................................................... 46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 49
ANEXO ..................................................................................................................... 52
10
INTRODUÇÃO
Cada vez mais pessoas comem fora de casa e os espaços gastronômicos são
utilizados para esse fim, além disso, eles também são espaços que propiciam a
socialização e a realização de transações comerciais.
O comensal é o ato de reunir, comer junto à mesa, dividir o alimento e se
socializar durante as refeições. Os restaurantes passaram a ter um papel importante
na socialização entre familiares e amigos e até mesmo para fechar negócios. De
acordo com o inquérito nacional de alimentação (INA) houve um crescimento de 31%
das pessoas que passam a comer fora de casa. Constatou-se que os horários de pico
eram das 12 às 14 horas e que representavam 40% do movimento do dia (BEZERRA,
2013, p, 200). “A demanda do consumidor por alimentos processados é crescente em
países em desenvolvimento... o mercado de alimentos que não demandam tempo de
preparo se torna cada vez mais relevante.” (POPKIN, 2006, p.554-569).
2 ARQUITETURA DE RESTAURANTE
Figura 2 - Nutricionista
Figura 4- Pré-preparo
Figura 7 - Circulação
Para mesas alocadas em diagonal, de acordo com a figura 08, calcula-se 0,83
m² por pessoa, para serviços de café ou chá a área mínima por pessoa é de 0.68m²
(NEUFERT, 2013, p.325.)
17
Figura 8 - Circulação
Segundo Neufert (2013), os espaços como cafés e bares costumam ter bancos
fixos, que comportam o número maior de pessoas por mesa e a passagem para
serviço deve ser igual ou maior a 1,60 metros.
A sala de refeição pode ter o pé direito de quatro a cinco metros de altura, com
comprimento de quinze a vinte metros, dada a proporção do ambiente, define-se o
layout das mesas. (NEUFERT 2013).
Sanitários e vestiários dos funcionários: Segundo a NR24 (1978) e a RDC
216 (ANVISA, 2004), o vestiário deve ser isolado e separado por gêneros com um
chuveiro para cada vinte funcionários e um lavatório para cada dez trabalhadores,
deve também conter armários e os revestimentos devem ser impermeáveis e laváveis.
O dimensionamento dos vestiários é feito de acordo com o número de
prestadores de serviço. Em empresas com até setecentos e cinquenta trabalhadores,
calcula-se 1,5 m² por trabalhador. Nas empresas que excedem setecentos e cinquenta
trabalhadores calculam-se 0,75m² por trabalhadores (NR24, 1978, p.1-6).
O sanitário feminino e masculino para os clientes deve seguir as normas de
acessibilidade.
É indicado que a cozinha seja retangular com parede, portas e janelas lisas,
claras, laváveis e impermeáveis, os pisos de material não corrosivo e de alta
resistência, sem frestas e rejuntes e que suporte o tráfego de equipamentos e
pessoas. A cozinha deve ser projetada no térreo para melhor mobilidade e
comunicação entre os setores (SILVA JUNIOR, 2014).
Pode ter iluminação natural e artificial desde que não comprometa a
higienização (FILHO, ROMÃO, 1996).
É proibido o uso de ventiladores ou ar condicionado, pois a ventilação acontece
através das janelas que devem receber telas de proteção milimétricas.
O dimensionamento dos setores de uma UAN muda de acordo com alguns
fatores;
O número de refeições servido diariamente;
Modalidade e o tipo de refeições (popular; médio; luxo).
Fonte: ANVISA
20
Nas imagens acima é possível observar que os fluxos são bastante lineares,
otimizando assim o processo de produção do alimento, possível ser observado na
figura 12.
21
3 SUSTENTABILIDADE
De acordo com Araújo (2008) para que a edificação receba o selo legal de
sustentabilidade deve conter:
De acordo com Mies Van Der Rohe, a modulação dos pilares tem o papel
importante no esqueleto estrutural, conforme observado na figura 12, utilizava-se
dessa técnica para obter maior vão livre em planta, dando a possibilidade de obter
espaços com maior flexibilidade.
O Pavilhão de Barcelona, demonstrado na figura 14, construído basicamente
por aço, vidro, e diferentes tipos de mármore, inspirado pelo neoplasticismo Mies
posicionou sua estrutura de formas geometrizadas, dando a sensação de que os
planos horizontais se deslizam sobre os planos verticais (MARTIGNAGO, 2015.
p.183).
O tipo de estrutura e material adotado define o vão livre entre os pilares e a
altura interna da edificação. A malha de pilares é pensada de forma racional fazendo
com que aos pilares se conectem entre si, tendo maior desempenho estrutural.
Fonte: http://www.atex.com.br/lajenervurada
Para Araújo (2014) Esse tipo de estrutura tem o peso próprio menor que a de
uma laje maciça, por conta do “vazio” quando concretado tem maior desempenho e
são usadas para vencer vãos maiores que 8 metros.
De acordo a NBR 6118 (2003 p.67):
(...) “não deve ser menor que cinco centímetros, a espessura da mesa,
quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser maior ou igual
a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que três centímetros. O valor
mínimo absoluto deve ser de quatro centímetros, quando existirem
tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5mm. a espessura da nervura
não deve ser menor que 5cm.”
28
Fonte: o autor
29
O conforto visual tem tido como principal objetivo o atendimento das exigências
do olho na execução de tarefas visuais. De fato, condições satisfatórias de iluminação
são fundamentais em quaisquer situações que envolvam o uso da visão, seja para o
30
5 Estudos de Casos
A ideia era criar um espaço único, sem nenhum tipo de barreira visual, fazendo
com que os clientes soubessem de onde estão vindos seus alimentos. Os arquitetos
criaram ambientes flexíveis com a sala de refeição no centro, ilustrado na figura 18.
Figura 20 - Cozinha
Todo a fachada externa e feita com o aço corten de forma pura, este aço é de
tonalidade vermelho-ferrugem, amplamente utilizado na construção civil e decoração
de ambiente, (VIDA DECORA). Na figura 21 é possível observar que já o concreto
35
O projeto conta com um subsolo onde fica a adega e uma câmara refrigerada
para armazenagem de queijos e conservas, de acordo com as figuras 22 e 23.
Figura 22 - Subsolo
durante o serviço; equipado com lava-louças esguichos e água quente e fria, nota-se
que o ambiente é isolado da área de cocção do restaurante e do salão principal, [6]
área do restaurante onde acontece o pré-preparo dos alimentos. [7] cozinha de
finalização é o espaço onde acorre a cocção dos alimentos, [9] refrigeradores de
bebidas (fig. 26).
Na planta anexada abaixo se trata do subsolo do restaurante, conforme figura
27.
[1] encontra-se a área de serviço, [2;3] banheiros e vestiários para os
funcionários, masculino e feminino; [4] depósito de alimentos secos; [5] área técnica,
para a higienização dos alimentos que entram no restaurante; [6] depositório para
lixos; [7] recepção e controle das mercadorias que chegam no restaurante; [8] local
do restaurante em que ocorre o fracionamento da carne, limpeza dos legumes e frutas;
[9] depósitos de alimentos refrigerado e congelado, nota-se que há uma antecâmara
para acessar as camarás frigorificas.
Acesso principal 1;
Acesso separado para serviço 2;
Sala da adega 3;
Varanda 4;
Salão principal 5;
O bar 6;
Área destinada para dar suporte ao bar 7;
Câmara fria, responsável em manter as bebidas refrigeradas 8;
A lavagem de louças 9;
Área de cocção onde ocorre toda a preparação dos alimentos 10;
Recepção e controle dos insumos no restaurante; todos os insumos
passam por uma higienização para evitar que entre dentro do restaurante haja sujeira
ou até insetos 13;
A praça onde é feito os doces deve ser separada das demais praças em
ambiente climatizado 15;
Instalações sanitárias masculino, feminino e um destinado para
cadeirantes 18, 19, 20;
Acesso de serviço 21;
Circulação de serviço 22.
41
Utilizou revestimento
Propõe medidas com e material de
Por conta do
práticas dentro da fornecedores locais,
desenho da fachada
gastronomia mas não há
SUSTENTABILIDADE há uma incidência
sustentável através da incidência de luz
solar, que reduz o
reutilização dos natural tornando-se
uso de energia.
dejetos orgânicos. refém do uso de luz
artificial.
Aproveitamento da luz
A disposição das
natural com grandes O espaço
mesas proporciona
janelas e porta, traz o proporciona um
maior comodidade e
uso de estruturas no ambiente mais
CONFORTO flexibilidade,
forro com intuito de íntimo, dando
atendendo
absorver o som, utiliza sensação de
quaisquer tipos de
sistema de aconchego.
públicos ou evento.
refrigeração.
A estrutura aderida
O sistema estrutural pela arquiteta
do local atende as A estrutura do possibilitou-a fazer o
ESTRUTURA E necessidades do espaço atende as uso dos espaços
DISPOSIÇÃO DE empreendimento, necessidades do internos com maior
PILARES dando a possibilidade uso da tipologia flexibilidade na
de ter espaços com adotada. disposição de pilares
maior flexibilidade. conseguiu-se vencer
um grande vão livre.
Usou o concreto
Utilizou materiais de
aparente, aço corten, A composição dos
pequenos
MATERIAIS madeira para compor revestimentos e o
fornecedores locais,
REVESTIMENTOS a fachada e os uso do concreto
com tons escuros e
espaços interno do aparente
industriais
salão principal.
Apresenta uma
Apresenta volumetria Apresenta
volumetria linear,
linear, com espaços volumetria linear
com a utilização de
muito iluminados, uso intimista e em
rasgos no aço corten
de texturas muito bem contraponto as
VOLUMETRIA possibilitando a
trabalhadas e luminárias percorre
entrada de luz solar
rodeadas por áreas pelo salão principal,
e toda sua estrutura
verdes internas e dando a sensação
no concreto
externas. do fogo.
aparente.
bem setorizado o
fluxo de pratos
A cozinha é
A cozinha é limpos e sujos não
totalmente aberta, o
SETORIZAÇÃO DOS totalmente aberta, o se cruzam, os
cheiro da cocção vai
AMBIENTES cheiro da cocção vai acessos de clientes
para o salão
para o salão principal e funcionários são
principal.
totalmente
separados.
Fonte: O autor
43
6 DIRETRIZES PROJETUAIS
Com base na análise dos estudos de caso e do referencial teórico, foi possível
elaborar um programa de necessidade referente à arquitetura de restaurante com
gastronomia sustentável, buscando maior comodidade aos clientes e prestadores de
serviço.
O programa de necessidade foi dividido por setores e dimensionado de acordo
com Filho e Romão (1996) que serão apontados na sequência.
Setor de apoio para a cozinha (com área aproximada em 188,00 m²): este
espaço é destinado a todos os setores de recebimento dos insumos e
armazenamento, contém ainda a área de apoio aos funcionários, espaço este provido
de vestiários e instalações sanitárias, bem como copa e área de descompressão,
conforme observado na figura 32.
Fonte: O autor
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Fonte: O autor
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Fonte: O autor
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6.3 Organograma
Fonte: O autor
Fonte: O autor
A imagem acima Indica os acessos de serviço pela Rua Itupava e acesso aos
clientes pela Rua Sete de Abril. O setor voltado ao público tem a melhor visão do
terreno, tendo visualização privilegiada pelas duas ruas. O setor de serviço fica mais
recuado em relação a esquina, sendo que o acesso de serviço fica próximo às docas.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, José Milton. Curso de concreto armado. Rio Grande: Dunas, 2014. v.2,
4.ed.
NEUFERT: Arte de projetar em arquitetura - 18ª Ed. Ernst Neufert – Livro, 2013.
Usina brasileira vai gerar energia a partir de resíduos orgânicos e lodo, 2018
Disponível em: https://ciclovivo.com.br/planeta/energia/usina-energia-residuos-
lodo/. Acesso em: 26 de maio, 2021.
52
ANEXO
Anexo A – Guia amarela com identificação do terreno com indicação do fiscal nº 34.103.027