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Atlântida teosófica

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Selo da Sociedade Teosófica

Na concepção teosófica, a Atlântida foi um grande continente que existiu e foi


civilizado por mais de um milhão de anos e foi destruído pouco a pouco por quatro
catástrofes sucessivas. A grande ilha descrita por Platão teria sido apenas seu
último resíduo, desaparecido em 9564 a.C. O apogeu dessa civilização teria ocorrido
entre 1.000.000 a.C. e 900.000 a.C. e teria sido caracterizado por uma avançada
tecnologia mágica, baseada em uma energia psíquica chamada vril, com a qual teriam
sido construídos barcos voadores, criadas novas espécies de plantas e animais,
evitadas as eras glaciais e transmutados os elementos, inclusive metais comuns em
ouro e prata.

A "Cidade dos Portais de Ouro" (no original, City of the Golden Gates) descrita
como capital dessa civilização assemelha-se à Atlântida de Platão quanto à
disposição em anéis do seu centro, mas supostamente desapareceu muito antes e
difere dela em detalhes importantes. A Atlântida de Platão é basicamente plana com
uma pequena colina central, enquanto a teosófica é disposta sobre uma ampla
elevação. Enquanto em Platão os fossos anulares estão no mesmo plano e são ligados
por túneis navegados por trirremes, na versão teosófica estão em diferentes alturas
e a água flui de um para outro em cascatas e essa água, em vez de provir de fontes
naturais, é obtida de um aqueduto subterrâneo que a retira de um lago sobre
montanhas vizinhas. Além disso, o plano geral da cidade de Platão é circular e tem
o mar ao Sul, o da "Cidade dos Portais de Ouro" é retangular e tem o mar a Leste.

Descrições detalhadas dessa Atlântida e sua história, obtidas a partir de supostas


visões e comunicações de espíritos, foram dadas nos livros teosóficos,
principalmente os de Helena Blavatsky, W. Scott-Elliot, Annie Besant e C. W.
Leadbeater, escritos no final do século XIX e início do século XX. Os principais
pressupostos nos quais se baseavam, inclusive a possibilidade de afundamento dos
continentes; as alegações sobre a evolução de plantas, de animais e humanos; as
datas remotíssimas para a construção das pirâmides, Stonehenge e Karnak; e a
antiguidade extrema das civilizações tolteca e incaica foram refutados até o final
do século XX.

Índice
1 Até 800 mil anos a.C.
1.1 Os rmoahal
1.2 Os tlavatli
1.3 Os toltecas
1.3.1 A Cidade dos Portais de Ouro
1.3.2 Tecnologia
1.3.3 Templos e religião
1.3.4 Economia, usos e costumes
1.4 Os "primeiros turanianos"
1.5 Os "semitas originais"
1.6 A decadência final
2 De 800 mil a 200 mil a.C.
2.1 Acadianos
2.2 Mongólicos
2.3 Índia
2.4 Egito
3 De 200 mil a 75.025 a.C.
3.1 Ruta
3.2 Daitya
3.3 Stonehenge
3.4 Arábia
3.5 Mar de Gobi
3.6 Outros povos
4 De 75.025 a.C. a 9.564 a.C.
4.1 Os "Árias"
4.2 Arábes e Judeus
4.3 Iranianos
4.4 Caldéia
4.5 Celtas
4.6 Teutões
4.7 Índia
4.8 Américas
4.9 Egito
5 A Atlântida Teosófica na ficção
6 Referências
7 Veja também
Até 800 mil anos a.C.

O mundo há cerca de um milhão de anos e até a catástrofe de há 800 mil anos,


segundo W. Scott-Elliot. Notas: 2 - local de origem da sub-raça tlavatli; 3 - da
sub-raça tolteca, 4 - da sub-raça turaniana, 5- da sub-raça semita

Há um milhão de anos, o continente da Atlântida estendia-se da latitude da Islândia


à do Rio de Janeiro, abrangendo o Texas, o golfo do México, o leste da América do
Norte até o Labrador, a Escócia, a Irlanda e parte do Brasil.

Segundo os teósofos, esse continente serviu ao desenvolvimento da "raça atlante" ou


"quarta raça-raiz", que se subdividiu em sete sub-raças. Enquanto as três
primeiras, rmoahal, tlavatli e toltecas, são chamadas "raças vermelhas", as quatro
seguintes são consideradas "amarelas", embora, segundo Scott-Elliot, os turanianos
e mongólicos tivessem essa tez enquanto os semitas e acadianos eram brancos.
Segundo Scott-Elliot, os primeiros turanianos e os semitas originais, surgiram
neste período e as duas seguintes, acadianos e mongólicos, no período seguinte.

Os rmoahal

Família de lapões (sami) em 1900

A primeira "sub-raça" da "raça atlante" teria sido a rmoahal, surgida há 3 milhões


de anos em uma parte da Lemúria (já desaparecida neste período) situada na atual
Gana. Eram cor de mogno e tinham 3 a 3,6 metros de altura. Migraram para as costas
meridionais de Atlântida. Ali, uma parte uniu-se a lemurianos negros, dando origem
às "raças" negras que mais tarde se tornariam escravos dos atlantes e outra migrou
para o extremo nordeste, onde tomou uma coloração mais clara. No final do período
deste mapa era "razoavelmente louro".

Eram, segundo Scott-Elliot, "incapazes de desenvolver um programa de governo fixo"


e vivam da caça e da pesca. Os animais que caçavam incluíam mamutes peludos,
elefantes, hipopótamos, marsupiais e seres intermediários entre répteis e
mamíferos, ou entre répteis e aves.

Sua religião era o culto de Manu, o governante divino que os orientou no início, e
dos antepassados. Ele identificou entre seus descendentes o "homem de Furfooz"
(crânios braquicéfalos encontrados na Bélgica, do mesolítico, cerca de 11000 a.C.)
e os lapões.

Os tlavatli

Patagões (tehuelches), foto de 1865


Em uma ilha ao largo da costa ocidental da Atlântida, no atual México, surgiu a
segunda sub-raça, chamada tlavatli, que dali se espalhou para o centro e norte da
Atlântida propriamente dita. Eram robustos e de cor vermelho-acastanhada, menos
altos que os rmoahals, a quem impeliram mais para o norte. Seus principais povoados
situavam-se nas regiões montanhosas do interior, que mais tarde formariam a ilha de
Poseidônis, mas também ocupavam as costas setentrionais. Suas tribos ou nações eram
governadas por chefes ou reis aclamados pelo povo, normalmente os mais vigorosos e
destemidos.

Além da caça e da pesca, os tlavatli praticavam um sistema de cultivo aldeão. Além


de Manu, cultuavam um Ser Supremo cujo símbolo era o Sol, em círculos de monolitos
aprumados no alto dos morros, semelhantes a Stonehenge, que representavam as
estações e serviam de observatório. Chegaram a estabelecer um império considerável,
com um rei como chefe nominal, ainda que sua autoridade fosse mais honorária do que
real.

Seus descendentes incluiriam o homem de Cro-Magnon, os índios patagões e algumas


"tribos pardas de índios da América do Sul" Ao se miscigenarem com lemurianos,
também deram origem aos drávidas do sul da Índia. Birmaneses e siameses também
possuem sangue tlavatli, misturado com uma das "sub-raças árias".

Os toltecas

Família de índios norte-americanos, foto de 1890

A seguir, surgiu na costa ocidental a sub-raça tolteca, que governaria todo o


continente de Atlântida por milênios. Era vermelho-acastanhada, mas mais vermelha
ou acobreada que a dos tlavatli. Possuía uma "feição séria, bem parecida com a dos
antigos gregos". Sua estatura era em torno de 2,4 metros em seu período de apogeu.
Desenvolveu o mais alto grau de civilização e organizou o mais poderoso império de
todos os povos atlantes. Inicialmente dividida em vários pequenos reinos
independentes, uniram-se em uma grande federação há um milhão de anos, com um
imperador hereditário como chefe.

Por milhares de anos, essa sub-raça governou todos os reinos da Atlântida e também
as ilhas ocidentais e a porção meridional do território adjacente a leste. Depois
de 100 mil anos, iniciou-se a degeneração, desviando seus poderes psíquicos dos
objetivos lícitos para propósitos egoístas e malévolos, conduzindo à chamada
bruxaria.

No apogeu da era tolteca, a densidade demográfica na Atlântida era comparável à da


Inglaterra ou da Bélgica da época de Scott-Elliot (1896), ou seja, cerca de 200
habitantes por quilômetro quadrado e a população mundial era de 2 bilhões de
habitantes. O idioma tolteca era falado em todo o império, embora vestígios dos
idiomas rmoahal e tlavatli sobrevivessem em regiões remotas.

A Cidade dos Portais de Ouro

A "Cidade das Portas de Ouro", segundo Scott-Elliot

A capital era a chamada "Cidade dos Portais de Ouro", (no original, City of the
Golden Gates), situada na costa oriental do continente, próxima do mar, a cerca de
15º ao norte do Equador (ao largo de Cabo Verde, aproximadamente a meio caminho
entre a atual costa do Senegal e as Pequenas Antilhas). Abrigava cerca de dois
milhões de habitantes em cerca de 200 km². Um parque circundava a cidade, onde
ficavam as casas de campo dos abastados. A oeste, estendia-se uma cadeia de
montanhas, entre as quais, a uma altitude de 792 m, se localizava o lago de onde
vinha a água. O aqueduto principal era de seção oval, de 15 m por 9 m e levava a
água, através do subsolo, a um enorme reservatório em forma de coração na base da
colina onde se erguiam a cidade e o palácio. A partir desse reservatório, um poço
perpendicular, de 152 m de altura, atravessava a rocha maciça e levava a água a
jorrar nos jardins do palácio.

Concepção artística da "Cidade dos Portais de Ouro", com as cascatas que descem por
seus canais, de Dovilio Brero

A cidade foi construída nas encostas de uma colina que se erguia cerca de 152 m
acima da planície. No topo da colina ficava o palácio e os jardins do imperador, de
cujo centro jorrava um fluxo incessante de água que, depois de abastecer o palácio
e as fontes dos jardins, fluía em todas as direções, despencando em forma de
cachoeiras e formando um canal ou fosso que circundava as terras adjacentes ao
palácio, separando-as da cidade que se estendia mais abaixo, em cada face da
colina. A partir desse canal, quatro regos conduziam a água, passando pelas quatro
zonas da cidade, até as cachoeiras que, por sua vez, formavam outro canal
circundante num nível mais baixo. Havia três desses canais em círculos
concêntricos. Um quarto canal, de traçado retangular, recebia os fluxos e
despejava-os no mar. A cidade estendia-se até a margem do fosso exterior.

A zona mais alta, abaixo dos jardins do palácio, caracterizava-se por uma pista
circular de corridas e jardins públicos. A maioria das casas de funcionários da
corte também ficavam nessa zona, bem como a Casa dos Estrangeiros, que hospedava os
viajantes à custa do governo. As casas separadas dos habitantes e os templos
ocupavam as outras duas zonas. As famílias mais pobres moravam no norte da zona
mais baixa e além do canal mais exterior, perto do mar e dedicavam-se, na maioria,
à navegação.

Tecnologia

Barcos aéreos eram usados pelos ricos em Atlântida, segundo Scott-Elliot (cena do
PC Game Atlantis)

Segundo Scott-Elliot, os toltecas da Atlântida foram inferiores à "raça árica" na


maioria dos campos de atividade, mas excederam os europeus do seu tempo (1896) nas
conquistas científicas. Os ricos usavam uma espécie de veículo voador, barcos
aéreos com capacidade para dois a oito passageiros. Os primeiros foram construídos
de tábuas finíssimas de madeira, nas quais se injetava uma substância que lhes
fornecia maior resistência. Mais tarde, foi usada uma liga de dois metais brancos e
um vermelho, resultando em um metal branco semelhante ao alumínio, mas mais leve,
que /era soldado eletricamente. De madeira ou metal, eram perfeitamente lisos por
fora e brilhavam no escuro. Assemelhavam-se a um barco, mas eram cobertos. No
princípio, eram movidos pelo vril (energia psíquica), depois por meios mecânicos. A
velocidade máxima era de 160 km/h e não podiam transpor morros de mais de 300
metros de altura. Seu percurso era em forma de longas ondulações, aproximando-se e
afastando-se do solo. Os atlantes também usavam a mesma energia para levitar
grandes blocos de pedra e realizar suas grandes construções.

No período de decadência, navios de guerra aéreos, planejados para transportar 50 a


100 combatentes, substituíram os tradicionais. Usavam como arma tubos que emitiam o
mesmo jato de ar que servia como propulsão, de maneira a destruir o equilíbrio do
navio inimigo e virá-lo de borco, para depois ser atacado com esporão. Embarcações
marítimas eram impulsionadas por meios análogos. Usavam-se também explosivos e, nos
últimos tempos de Atlântida, companhias inteiras eram destruídas em combate pelo
gás nocivo reduzido pela explosão de uma bomba acima de suas cabeças, lançadas por
alguma espécie de alavanca.
A Atlântida, de Chris Foss (1980)

Por outro lado, a música era rudimentar e os instrumentos, primitivos. Gostavam de


cores e afrescos ou desenhos decorativos em matizes brilhantes decoravam as casas
por dentro e por fora, mas a pintura nunca se firmou como arte pura. A escultura,
por outro lado, era de qualidade excepcional. O material de escrita consistia em
finas lâminas de metal com uma superfície branca semelhante à porcelana. Havia uma
técnica para reprodução de texto, colocando-se sobre a lâmina escrita outra chapa
fina, previamente mergulhada em um líquido especial.

Mesmo nas cidades, as casas eram cercadas por jardins ou separadas por terrenos
comuns, mas sempre estruturas isoladas. Nos casos dos edifícios mais importantes,
quatro blocos circundavam um pátio central, no meio do qual geralmente erguia-se
uma fonte, cuja quantidade na "Cidade dos Portais de Ouro", fez com que esta fosse
chamada também "Cidade das Águas". Uma torre se erguia em um dos cantos ou no
centro de um dos blocos e uma escada espiral conduzia a uma cúpula pontiaguda usada
como observatório. As janelas eram preenchidas com algo semelhante ao vidro, mas
menos transparente. Escravos em grande número (na maioria, "rmoahal-lemurianos",
capturados no sul do continente) estavam à disposição de quase todas as famílias,
mas alimentavam-se e vestiam-se bem.

Templos e religião
Os templos eram edifícios enormes, assemelhando-se às gigantescas construções
egípcias, mas em estilo ainda mais prodigioso. As colunas eram, na maioria
quadradas. Tinham também torres encimadas por domos, proporcionais em tamanho e
magnificência, que eram usadas como observatórios e para o culto do Sol. Os
interiores eram frequentemente chapeados de ouro. Ouro e prata, fabricados em
enorme quantidade por alquimistas, eram usados apenas para fins decorativos e não
monetários. No início, um disco solar dourado, considerado o único emblema
apropriado de Deus, era usado em todos os templos e captava os primeiros raios do
sol nascente durante o equinócio da primavera ou o solstício do verão. Mais tarde,
a imagem de um homem arquetípico foi adorada como representação do divino,
retornando ao culto rmoahal do Manu.

Na época da decadência, os corredores dos templos foram rodeados por inúmeras


capelas, às vezes de tamanho considerável, onde se encontravam as estátuas dos
habitantes mais importantes, que tinham a seu serviço toda uma comitiva de
sacerdotes para o culto cerimonial de sua imagem. Os mais ricos esculpiam-nas em
oricalco, ouro ou prata; outros as faziam de madeira ou de uma pedra resistente e
escura, semelhante ao basalto.

Economia, usos e costumes

Rei Tolteca

Não havia mercadorias expostas nas ruas para venda: todas as transações eram
efetuadas em particular, exceto nas datas estabelecidas para as grandes feiras
públicas. Não havia sistema monetário oficial, mas pequenas peças estampadas de
metal ou couro eram usadas como fichas. Perfuradas no centro, eram amarradas para
formar um cinto, usado à cintura. Cada um cunhava seu próprio "dinheiro", que valia
como reconhecimento de dívida, na medida dos bens com que pudesse garanti-lo. O
portador da ficha tinha meios de avaliar os recursos do devedor por meio da
clarividência.

Geralmente, a carne dos animais era posta de lado, mas comiam as partes que "nós"
(ingleses vitorianos como Scott-Elliot, presume-se) nos abstemos de comer. Também
bebiam o sangue e preparavam cozidos. Comiam também peixes, às vezes em grau
adiantado de decomposição. Faziam pães e bolos de cereais bebiam leite e comiam
frutas e vegetais. Os Iniciados, porém, eram totalmente vegetarianos. Uma bebida
alcoólica fermentada esteve em voga, mas provocava uma excitação tão perigosa que
foi proibida.

A lei permitia que um homem tivesse duas esposas, mas um grande número tinha apenas
uma. A posição social das mulheres era igual à dos homens e, se tivessem aptidão
para adquirir a energia vril, podiam elevar-se acima do outro sexo. Participavam do
governo e podiam ser escolhidas pelo imperador para representá-lo nas províncias
como soberanas regionais.

As escolas e faculdades eram mantidas pelo Estado. Todas as crianças de ambos os


sexos, passavam pela escola primária, na qual aprendiam a ler e escrever. As que
mostrassem aptidão, junto com as crianças das classes dominantes, eram escolhidas
aos doze anos para as escolas superiores, onde aprendiam medicina (herbologia e
cura magnética), alquimia, matemática e astronomia e a desenvolver o poder mental
chamado de vril. As demais eram conduzidas às escolas técnicas: agrícolas,
mecânicas ou de caça e pesca. Na época da decadência, as classes dominantes se
tornaram mais exclusivistas, permitindo apenas a seus filhos o acesso à educação
superior.

As escolas agrícolas de Atlântida criaram a aveia e outros cereais a partir do


cruzamento do trigo (trazido de outro planeta) com ervas nativas e também
desenvolveram a bananeira a partir de um melão alongado. Entre os animais
domesticados, havia uma espécie semelhante a uma anta pequena, que era criado como
os porcos de hoje. Grandes felinos, ancestrais do leopardo e do jaguar, e
ancestrais dos cães, parecidos com lobos, também eram encontrados ao redor das
habitações. Os carros eram puxados por pequenos camelos, ancestrais dos lhamas. Os
ancestrais do alce irlandês vagavam pelas encostas dos morros como um gado
montanhês semi-selvagem.

A terra e seus produtos, inclusive rebanhos e animais, eram considerados


propriedades do imperador. Cada província tinha à sua frente, um vice-rei nomeado
pelo imperador. O cultivo, a colheita e a pastagem dos rebanhos eram de sua alçada,
bem como a administração das experiências agrícolas. Cada vice-rei tinha um
conselho de consultores, versados em astronomia, pois tirava-se proveito das
influências ocultas sobre a vida vegetal e animal. Era também comum o poder de
produzir chuva e chegava-se a neutralizar as eras glaciais pelas ciências ocultas.
Depois que se separava uma pequena porção para o governo central, os produtos eram
divididos entre todos os habitantes. O vice-rei e seus funcionários recebiam as
maiores porções, mas até os mais inferiores deviam receber o necessário para a
subsistência e o bem-estar. Alguns produtos eram trocados com os de outras regiões.

Os "primeiros turanianos"

Chinês da etnia Hui, início do século XX

A sub-raça turaniana originou-se do lado oriental da Atlântida, ao sul da região


montanhosa dos tlavatlis, migrando depois para as regiões setentrionais das terras
a leste da Atlântida. Sua língua era baseada no tlavatli, da qual gradualmente se
diferenciou. Essa sub-raça desenvolveu uma espécie de sistema feudal. Cada chefe
era supremo e seu próprio território e o rei era apenas o primus inter pares. Os
chefes que compunham o conselho de Estado ocasionalmente assassinavam o rei,
substituindo-o por um deles. Eram uma raça violenta e bárbara, brutal e cruel,
"como indica o fato de que uma grande quantidade de mulheres participavam de suas
guerras", diz Scott-Elliot.

Como sofriam constantes derrotas nas batalhas com seus vizinhos toltecas, muito
mais numerosos, tiveram como meta principal o aumento da população. Para isso,
retiraram dos homens a responsabilidade por sustentar a família. O Estado cuidava e
provia a subsistência das crianças, consideradas propriedade sua. Mas o sistema,
por destruir os laços familiares, fracassou e foi abandonado.

Cultuavam uma trindade que personificava os poderes cósmicos do Universo como


Criador, Preservador e Destruidor. Com a prática da bruxaria, alguns deles
tornaram-se conscientes de elementais de poder e malignidade que animavam por sua
vontade maléfica e passaram a adorá-las em rituais manchados de sangue. Os
descendentes dos turanianos incluem os chineses do interior e os astecas, que
continuaram a praticar os rituais de sacrifícios humanos repudiados por seus
predecessores toltecas.

Os "semitas originais"

Mulher cabile, foto de 1884

A quinta sub-raça, os "semitas originais", surgiu na pouco atraente região


montanhosa da península nordeste, correspondentes às atuais Escócia e Irlanda.
Manteve-se durante séculos independente dos agressivos reis sulistas, até que
começaram a se espalhar em várias direções. Os judeus e os "cabilas menos escuros
das montanhas argelinas" seriam seus últimos descendentes relativamente puros.

Cultuavam uma Trindade antropomórfica, de pai, mãe e filho. Caracterizaram-se pelo


desenvolvimento do pensamento racional, à custa da clarividência e de outros
poderes psíquicos.

A decadência final
Cerca de 50 mil anos antes da primeira grande catástrofe, os seguidores da "magia
negra" sublevaram-se e elegeram um imperador rival que, depois de muitas lutas e
conflitos, assumiu o trono depois de expulsar o imperador "branco" de sua capital.
Este reinstalou-se numa cidade fundada originalmente pelos tlavatlis, na
extremidade sul da região montanhosa que, nessa época, era a sede de um dos reis
tributários toltecas. Este colocou sua cidade à disposição do imperador, mas a
maioria dos demais reis tributários transferiu sua vassalagem ao novo imperador.
Contínuas batalhas foram travadas em diferentes pontos do império, recorrendo-se
amplamente à bruxaria para suplementar o poder de destruição dos exércitos.

De 800 mil a 200 mil a.C.

O mundo depois da catástrofe de há 800 mil anos, até a catástrofe de há 200 mil
anos, segundo W. Scott-Elliot. Notas: 6 - local de origem da raça acadiana, 7 - da
raça mongólica

Há 800 mil anos, uma primeira catástrofe reduziu a extensão da Atlântida e separou-
a das Américas, enquanto Europa e África ganhavam extensão. As ondas precipitaram-
se sobre a "Cidade dos Portais de Ouro" e exterminaram seus habitantes, o imperador
"negro" e sua dinastia. Mesmo regiões que não afundaram foram varridas pelos
vagalhões e transformadas em pântanos, permanecendo desertas e sem plantações por
muitas gerações.

Passou-se um longo período antes que se estabelecesse um novo governo eficaz. Por
fim, segundo Scott-Elliot, uma dinastia semita de bruxos entronizou-se na "Cidade
dos Portais de Ouro", mas nenhuma autoridade tolteca destacou-se neste período.
Pouco restava de seu puro sangue no continente de origem. As costas próximas do
continente americano estavam, porém, povoadas por toltecas "puros".

Os tlavatlis estavam instalados nas costas ocidentais das Américas (Califórnia) e


nas costas do extremo sul (Rio de Janeiro). Também eram encontrados nas regiões
litorâneas orientais da ilha escandinava e na Índia.

Os turanianos ocupam as regiões litorâneas meridionais das terras a leste de


Atlântida, no atual Marrocos e Argélia e também vagam em direção ao Oriente,
povoando as costas ocidentais e orientais do mar asiático central.

Os "semitas" ocupam a oeste as terras que hoje formam os EUA e a leste, as costas
setentrionais do continente vizinho.

Acadianos

Casal basco

Neste período, surge a sub-raça acadiana, numa terra a leste de Atlântida, a 42º de
latitude norte e 10º de longitude oeste (ou seja, no atual Mar Tirreno, perto da
atual Sardenha), que inicialmente se espalha para o leste, ocupando o atual Levante
(Síria e Palestina) e chegando à Pérsia e Arábia. Mais tarde, invadiram Atlântida,
travando inúmeras batalhas terrestres e navais com os semitas.

Os descendentes dos acadianos incluíram os antigos etruscos, os fenícios (inclusive


os cartagineses) e os sumério-acadianos, mas os mais "puros" seriam os bascos.

Mongólicos

Japoneses do período Meiji, em Tochigi

Surgiu também, a sub-raça mongólica, nas planícies da Tartária (Sibéria Oriental, a


63º de latitude norte e 140º de longitude leste), a partir de descendentes da sub-
raça turaniana. Foi a única sub-raça "atlante" a jamais ter contato com seu
continente materno.

Seus descendentes mais ou menos misturados com outras "sub-raças" incluiriam a


maior parte dos povos do Extremo Oriente, inclusive japoneses e também alguns
indígenas da América do Norte, pois alguns deles atravessariam o estreito de
Bering.

Os malaios seriam resultado do cruzamento de mongólicos com lemurianos e os


húngaros, de mongólicos com "árias".

Índia
A Índia foi ocupada por uma civilização atlante, que se estendia do sul até o mar
que a limitava ao norte.

Egito

As grandes pirâmides, segundo Scott-Elliot, foram construídas há mais de 200 mil


anos

Cerca de 210 mil anos atrás, a degradação de Atlântida levou a "grande Loja Branca"
a transferir-se para o Egito, então isolado e de população escassa. Ali fundou um
império, a primeira "Dinastia Divina" do Egito.

Em alguma época dos dez mil anos seguintes foram construídas as duas grandes
pirâmides de Gizé, para proporcionar salas de iniciação permanentes e atuar como
casa do tesouro e santuário de algum grande talismã durante a submersão que se
sabia iminente (as duas grandes pirâmides não foram construídas na IV Dinastia,
entre 2580 a.C. e 2480 a.C.). A "grande Loja Branca" continuaria a ter sua sede no
Egito até cerca de 10.000 a.C., quando foi transferida para Shambhala.

De 200 mil a 75.025 a.C.

O mundo depois da catástrofe de há 200 mil anos até a catástrofe de há 80 mil anos,
segundo W. Scott-Elliot

Há 200 mil anos, uma segunda catástrofe, causada pela difusão da magia negra entre
os atlantes, dividiu o restante da Atlântida em duas grandes ilhas, Ruta e Daitya.

O Egito foi submerso, mas muitos de seus habitantes se refugiaram nas montanhas
abissínias, transformadas em ilha. Quando tornou a emergir, foi povoado pelos
descendentes desses refugiados, bem como por novos grupos de colonos atlantes e uma
considerável imigração de acadianos alterou o tipo físico egípcio. Esta é a era da
segunda "Dinastia Divina" do Egito, na qual os Adeptos Iniciados voltaram a
governar o país.

Ruta
Em Ruta, uma dinastia tolteca devotada à magia negra ascendeu ao poder e governou,
através de seus reis tributários, uma grande porção da ilha. Um imperador ou rei
iniciado - ou pelo menos alguém que conhecia a "boa lei" -, governou em alguma
parte da ilha a fim de refrear os bruxos malignos na medida do possível e orientar
e instruir a minoria disposta a levar uma vida pura e saudável.

Segundo Scott-Elliot, por volta de 100.000 a.C., o futuro espírito de Gautama Buda
encarnou-se para ensinar uma nova religião a um grupo de semitas das montanhas
setentrionais de Ruta, isolando-os, proibindo-os de se casar com outras tribos e
preparando-os para uma futura migração para uma "terra prometida", onde estariam
livres do futuro cataclisma. Seus seguidores trouxeram também prosélitos de outras
terras. Isto contradiz Blavatsky e Besant, que em outras obras dizem que a "semente
da raça ariana" foi separada há um milhão de anos.

Daitya
Em Daitya, segundo Scott-Elliot, foi retomada a luta entre semitas e acadianos.
Também há cem mil anos, os acadianos venceram e estabeleceram sua dinastia na
antiga capital semita, que governaram com sabedoria. Tornaram-se grandes
comerciantes, navegadores e colonizadores, estabelecendo muitos núcleos que serviam
de pontos de ligação com terras distantes. Também avançaram para o Oriente,
ocupando as futuras costas da Síria e Palestina e chegaram à Pérsia e Arábia.
Viviam em comunidades sedentárias e criaram uma forma oligárquica de governo. Uma
de suas características era o sistema dual de governo, onde dois reis governam a
mesma cidade. Em consequência de sua aptidão naval, o estudo das estrelas tornou-se
uma atividade característica e realizaram grandes progressos na astronomia e
astrologia.

Annie Besant e Leadbeater contam uma história diferente e peculiar sobre o que
aconteceu em Daitya nesse período. Por volta de 100.000 a.C., as nações cultas da
Atlântida se dividiram em dois campos opostos. Um deles, liderado pelo Imperador
Branco, tinha por metrópole sagrada a antiga "Cidade dos Portais de Ouro" e
conservava o tradicional culto do Sol. Mas reinos distantes, governados por vice-
reis, se declararam independentes e estabeleceram uma confederação liderada por um
homem chamado Oduarpa, cujos exércitos o aclamaram como "Imperador do Sol da Meia-
Noite".

Oduarpa, o "Imperador do Sol da Meia-Noite"

Para fazer oposição ao Imperador Branco, Oduarpa recorreu às artes negras, pactuou
com os moradores do mundo inferior - sombrios espíritos da Terra, que formam o
"Reino de Pã" - e estabeleceu um culto que atraísse o povo por meio dos prazeres
sensuais e dos impios poderes mágicos colocados em mãos de seus adeptos. Graças a
seu pacto com as potestades tenebrosas, prolongou sua vida além do término normal e
tornou seu corpo invulnerável por meio da materialização de uma couraça metálica
que o escudava dos pés à cabeça como uma cota de malha. Nos ritos mágicos
celebrados em criptas subterrâneas para adorar Oduarpa, os adeptos se vestiam de
peles de animais, tocavam címbalos, bebiam licores ardentes e praticavam orgias, às
quais se uniam bípedes peludos de braços longos e garras nos pés e mãos, com cabeça
de bruto e cobertos de crinas que lhes caíam sobre os ombros. Levavam caixas com
unguentos com que lambuzavam os dissolutos e redomas com uma bebida. Os orgiastas
então caíam ao solo em mistura, e de cada monte surgia uma forma animal que
desaparecia da cripta para sumir na noite. Essas materializações astrais, ferozes e
inconscientes, tomavam a forma de fantasmas (ghosts), duendes (goblins) e outras
entidades malignas que davam rédeas soltas à luxúria e crueldade ocultas nos
humanos. Com as queixadas jorrando sangue e a pele enlameada de imundícies, voltava
antes que apontasse o dia e, agachando-se sobre os corpos amontoados, neles se
fundiam e desapareciam.

Por fim, Oduarpa reuniu um grande exército e marchou para a "Cidade dos Portais de
Ouro", contando com as armas e com o terror infundido por seus magos negros em
figuras de animais que, materializados em corpos físicos, devoravam seus inimigos.
Quando era incerto o êxito da batalha, Oduarpa soltava seus diabólicos aliados, que
semeavam o pânico a dentadas e rasgões e perseguiam o inimigo em fuga, com o
acréscimo de que a tropa de feiticeiros criava também formas animais para se
infundirem nos cadáveres. O conquistador venceu e tomou o título de "Rei Divino".

Mais tarde, o Manu marchou contra ele com um poderoso exército. Sua presença pôs em
fuga os "súditos do reino de Pã" e desvaneceu as formas mentais plasmadas pela
magia negra. O exército de Oduarpa foi desbaratado e seu líder derrotado voou para
uma torre que foi incendiada, queimando-o dentro de sua couraça metálica
materializada.

O Manu purificou a cidade e restabeleceu o governo do Imperador Branco por algum


tempo, mas a malignidade readquiriu poderio e tomou novo incremento no centro
meridional. Por último, o mesmo "Senhor da Face Tenebrosa" apareceu reencarnado e
se pôs outra vez em luta contra o Imperador. Então a Hierarquia Oculta pronunciou a
sentença que resultou na catástrofe de 75.025 a.C, na qual a "Cidade dos Portais de
Ouro" desapareceu definitivamente. O Imperador Branco avisou seu povo e alguns
escaparam em vimanas (veículos aéreos) para o Oriente e o Norte.

Uma obra anterior de Annie Besant, The Pedigree of Man, de 1903, descreve
aparentemente o mesmo episódio em termos algo diferentes. O rei-demônio do sul é
chamado Thevatat e seus seguidores são os Asuras, cujos chefes esculpiram figuras
gigantescas de si mesmos e fizeram-se adorar como deuses. Também fundaram o culto
do falo. Com seus poderes mágicos sobre-humanos, impuseram um reino de terror.
Ajudados por animalescas mulheres lemurianas e "processos mágicos de repugnância
inexprimível" produziram poderosos monstros com a força dos brutos e a astúcia dos
selvagens e lhes deram como almas os piores tipos de elementais. Tratam-se,
presumivelmente, dos ancestrais dos símios antropóides. Segundo outras obras
teosóficas, as mais semelhantes aos humanos dentre essas criaturas foram
implacavelmente caçadas até a extinção por humanos posteriores, que deixaram
sobreviver apenas as mais animalescas, que hoje conhecemos como chimpanzés, gorilas
e orangotangos.

Stonehenge

Stonehenge teria sido construída por acadianos descontentes, segundo Scott-Elliot

Ainda há cerca de 100 mil anos, uma colônia de Iniciados acadianos - "mais altos,
mais bonitos e mais espertos do que os aborígenes da região, remanescentes
degenerados dos rmoahal" -, fundou Stonehenge (na realidade, construído a partir de
3100 a.C., sendo que os monólitos hoje visíveis são de 2200 a.C.). Sua rude
simplicidade, similar à dos antigos templos tlavatli do sol, foi planejada para
servir de protesto contra os ornamentos extravagantes e a exagerada decoração dos
templos existentes na Atlântida, onde os habitantes prosseguiam com o degradant
culto de suas próprias imagens.

Arábia
Em 79.797 a.C., o Manu reuniu no litoral o povo segregado por Gautama para levá-los
ao Oriente, formado, à época, por 7.500 semitas, 750 acadianos e 750 toltecas.
Atravessaram o mar do Saara em 33 navios e prosseguiram a pé pelos sul do Egito até
a Arábia. Levaram consigo "rebanhos dum animal que parecia um cruzamento de búfalo
e elefante com algo de porco", que lhes servia de alimento quando faltavam
provisões, embora normalmente fosse considerado valioso demais para tal emprego. O
monarca egípcio, seguindo as tradições toltecas de que outras raças existiam para
serem exploradas por eles, seduziu alguns deles a ficar no Baixo Egito.

Os demais foram estabelecidos em vales dos planaltos árabes. Alguns deles se


tornaram fanáticos e prepararam-se para atacar os desertores estabelecidos no
Egito. Os egípcios exterminaram os fanáticos, mas foram vencidos ao tentar atacar
os vales onde viviam os demais. Ali produziram frutos insípidos semelhantes à maçã,
colhiam uma fruta grande como uma cabeça de homem e viscosa e pegajosa como uma
tâmara, e uma fruta do tamanho do coco que deixava farinha e açúcar ao ser fervida.

Ao fim de cerca de dois mil anos (77.800 a.C.), tornaram-se uma nação de vários
milhões, isolados do resto do mundo por um cinturão de areia que as caravanas
podiam alcançar por um só caminho de oásis, perto da atual Meca. Os menos
desejáveis eram encorajados a migrar para o sul da Palestina ou o sul do Egito e
numa dessas colônias se desenvolveu o cavalo. Ao cabo de três mil anos (76.800
a.C.), a meseta estava tão densamente povoada que parecia uma enorme cidade. Um
grande número foi enviado à África para fundar uma colônia, mais tarde exterminada.

Mar de Gobi
Pouco antes da catástrofe de 75.025 a.C., o Manu escolheu 700 de seus próprios
descendentes, educados em uma seita particularmente austera e os conduziu para o
norte. Passaram por um império sumero-acadiano que compreendia a atual Turquia,
Pérsia e adjacências e por uma confederação de turanianos feudatários desse
império, em cujo território estava compreendido o atual Tibete. Após alguns anos,
chegou às costas do mar de Gobi, que então se abria para o Pólo Norte. Instalou
alguns de seus seguidores num promontório de frente para o nordeste e a maioria
mais para o interior, em uma baixada entre colinas.

Do promontório, que era muito elevado, se distinguiam o mar de Gobi e a terra que
teriam de habitar depois de passado o cataclisma iminente. A Ilha Branca, ainda
invisível do promontório, estava no sudeste.

Outros povos
Os mongólicos tornaram-se um povo nômade. Mais psíquicos e mais religiosos que os
turanianos dos quais descendiam, tenderam a uma forma de governo teocrático, no
qual o governante territorial era também sumo-sacerdote.

De 75.025 a.C. a 9.564 a.C.

O mundo depois da catástrofe de há 80 mil anos, até a submersão de Poseidônis em


9.564 a.C., segundo W. Scott-Elliot

Na terceira catástrofe, de há 80 mil anos (75.025 a.C, segundo Leadbeater), Daitya


quase desapareceu e Ruta reduziu-se em extensão para algo comparável à França e
Espanha juntas (cerca de 1 milhão de km²). Nessa etapa, é conhecida como Poseidônis
e corresponde à Atlântida de Platão, que desaparece totalmente com a quarta e
última catástrofe, em 9.564 a.C.

Nesse período, segundo Scott-Elliot, a população de toda a ilha era mais ou menos
mesclada. Dois reinos e uma pequena república, localizada a oeste, dividiam a ilha
entre si. A região norte era governada por um rei Iniciado (na teosofia). No sul, o
princípio hereditário fora substituído pela eleição popular. As dinastias raciais
aristocráticas estavam acabando, mas reis de linhagem tolteca ocasionalmente subiam
ao poder, tanto no norte quanto no sul. O reino setentrional era constantemente
invadido pelo seu rival sulista, que conquistava para si uma parte cada vez maior
de seu território. Nos últimos dias, o rei "branco" do norte era, via de regra,
eleito pelos sacerdotes - ou seja, pelos poucos que ainda seguiam a "boa lei". No
afundamento desta última Atlântida, teriam perecido 64 milhões de pessoas.

Neste período, foi adotado em Atlântida um sistema semelhante à circulação


monetária do século XIX e a montanha tríplice, que podia ser avistada da grande
capital meridional (a Atlântida de Platão) era a imagem favorita na cunhagem
oficial. O sistema coletivo de propriedade e cultivo da terra foi também
substituído por um sistema de propriedade particular semelhante ao da Inglaterra do
século XIX.

Algum tempo depois de 10.000 a.C., o imperador de Poseidônis começou a anexar os


pequenos Estados das costas e ilhas do Mediterrâneo, na maioria acadianas
(etruscas) e semitas. Apoderou-se sem dificuldade da vasta ilha da Argélia e
submeteu a Península Ibérica e a Itália. Marchou depois contra o Egito, que não era
potência naval considerável e já estava prestes a se render, quando os atlantes
foram desafiados pelos gregos. Metade da frota de Poseidônis foi lançada contra
eles, mas os navios gregos, menores e mais ágeis, derrotou completamente a armada
atlante. Os atlantes repetiram o ataque com a segunda metade, mas foram novamente
derrotados. O imperador atlante teve de fugir e desembarcou na Sicília, onde
dispunha de tropas, mas assim que se soube de sua derrota, os povos do Mediterrâneo
se levantaram e ele teve de fugir pela Itália, seguir disfarçado pelo sul da França
e voltar a seu reino num navio mercante. Tentou organizar outra expedição, mas
então sublevaram-se tribos descontentes de sua própria ilha e, por todo o resto de
seu reinado, não esteve de novo em condições de guerrear no estrangeiro.

Os "Árias"

Mapa de Shambhala e Manova, segundo a descrição de Annie Besant e C. W. Leadbeater

Quando veio o cataclismo de 75.025 a.C., que consistiu em dois anos de convulsões e
terremotos, o mar de Gobi foi fechado. Aterrorizada pelas convulsões e passando
privações, a comunidade, que chegara a mil pessoas, ficou reduzida aos trezentos
mais robustos.

O Manu conduziu os sobreviventes à Ilha Branca, onde permaneceram e se


multiplicaram até 70.000 a.C., quando famílias escolhidas foram estabelecidas em
quatro vales no continente vizinho, que se estendiam por 32 km, para desenvolver
ali quatro distintas sub-raças e enviá-las mais tarde a diferentes partes do mundo.
A comunidade consistia então em sete mil habitantes e a Ilha Branca era agora
conhecida como Shambhala (ou Shamballa, como grafam os livros teosóficos). Os
turanianos vizinhos invadiram frequentemente as vilas, mas poupavam a Ilha Branca,
que consideravam sagrada. Grupos de crianças era escolhidos de tempos em tempos
para serem enviadas a Shambhala para serem educadas como sacerdotes.

Em 60.000 a.C., a comunidade recebeu imigrantes toltecas de Poseidônis e formou-se


então a "raça ária", que não sofreu mais extermínios. Uma centena de descendentes
do Manu começaram a construir sua futura capital no continente, apesar de ainda não
haver população para habitá-la. A construção durou mil anos e a capital veio a ser
chamada de Manova (cidade do Manu) ou "Cidade da Ponte" (no original, City of the
Bridge), devido à enorme ponte que a ligava à Ilha Branca. Para mais detalhes sobre
a cidade e sua construção, leia Shambhala teosófica.
Essa cidade atingiu seu zênite em 45.000 a.C., como capital de um império que
incluía toda a Ásia Oriental e Central, do Tibete ao litoral e da Mandchúria ao
Sião, além de dominar as ilhas do Japão, Taiwan, Filipinas e Indonésia até a
Austrália.

Em 40.000 a.C., começou a decadência desse império. As ilhas e províncias mais


afastadas "se declararam em bárbara independência". O reino central manteve-se
satisfeito e tranquilo por mais 25 mil anos, quando seus habitantes começaram a
abandoná-lo e migrar para a Índia. A capital foi completamente abandonada em 9.700
a.C. Em 9.564 a.C., a mesma catástrofe que afundou Poseidônis reduziu a cidade a
ruínas e alterou a geografia da Ásia Central, transformando o antigo mar em
deserto. Continua, porém a ser a residência dos quatro Kumaras (os guardiões da
Terra) e nesse lugar secreto se reúnem os Iniciados a cada sete anos. Suas ruínas
ainda despertam admiração e a ponte continua de pé, conquanto só fluam por baixo
dela as areias do deserto.

Arábes e Judeus

Árvore evolutiva das "raças raízes" e "sub-raças" em First Principles of Theosophy,


de C. Jinarajadasa

Scott-Elliot, em 1896, referia-se despectivamente aos supostos descendentes de


"lemurianos" e "atlantes" e descrevia os judeus como um "elo anormal e antinatural
entre a quarta e a quinta raças-raízes", mas o capítulo de Besant e Leadbeater (de
1910) sobre os árabes "árias" (ou "semitas arianos", segundo Jinarajadasa) deixou
especialmente à mostra o racismo e o anti-semitismo latentes na Teosofia.
Caricaturam a história lendária do povo judeu e justificam a imposição de um
análogo do colonialismo inglês à África e até mesmo do apartheid à África do Sul.

Segundo Besant e Leadbeater, em 40.000 a.C., o Manu liderou uma das comunidades dos
quatro vales, a que originou o povo árabe (que os teósofos consideram "árias") para
retornar à Arábia e "arianizar" o povo deixado nos planaltos árabes e na costa
somali no período anterior. Cerca de 150 mil combatentes e 100 mil mulheres e
crianças atravessaram o império amigo da Pérsia e Mesopotâmia e o deserto. Foram
inicialmente repelidos pelos locais, mas um chefe os autorizou a estabelecer-se em
um vale despovoado, contando com sua ajuda para derrotar uma tribo vizinha. Depois
de três anos, porém, os recém-chegados se recusaram a apoiar esse ataque e o chefe
local se aliou com seu inimigo tradicional contra os recém-chegados. Foi depois
derrotado, e o Manu passou a governar a ambos. Quarenta anos depois, a metade
setentrional da Arábia lhe estava sujeita e podia considerar-se definitivamente
"ária".

No Sul, porém, um fanático chamado Alastor (nome de um gênio maligno do paganismo


romano, depois incorporado à demonologia cristã) pregou ao povo que pertenciam a
uma raça escolhida e não podiam misturar seu sangue ao de estrangeiros. Uniu as
tribos do sul e se opuseram ao Manu em nome de seu próprio mandamento original.

Alguns séculos depois, um monarca do norte aproveitou-se de discórdias internas do


Sul e conquistou-o, tornando-se imperador de toda a Arábia. Entretanto, um grupo de
fanáticos, liderados por um profeta, abandonaram a pátria conquistada e se
estabeleceram na fronteiriça costa somali, onde subsistiram por alguns séculos sob
o governo do profeta e seus sucessores, até que um destes, que continuava a pregar
a pureza da raça, "amancebou-se" com uma jovem negra do interior, alegando que
estas deviam ser consideradas como escravas, mercadorias ou gado, não como esposas.

Alguns aceitaram o pronunciamento e o imitaram, enquanto uma significativa minoria


se rebelou. Estes, liderados por um ambicioso pregador, rodearam o golfo de Aden,
chegaram à costa do Mar Vermelho e se encaminharam para o Egito, onde o faraó, lhes
ofereceu um distrito fronteiriço. Ali viveram e prosperaram por séculos, sem se
misturar com os egípcios. Mas veio um tempo em que um faraó quis tributá-los e
forçá-los ao trabalho em obras públicas. Em consequência, migraram para a
Palestina, onde se estabeleceram e vieram a ser o povo judeu.

Os que ficaram na Somália acabaram expulsos pelos africanos e tiveram de voltar à


Arábia, onde foram absorvidos na massa da população, mas mantêm os sinais de
mistura com os negros.

Os árabes "árias" vieram a estender seu domínio por quase toda a África, exceto o
Egito. Governaram a grande ilha de Argélia. Fundaram também colônias na costa
ocidental da África, mas ali foram derrotados e repelidos pelos guerreiros de
Poseidônis.

O "Grande Zimbábue", palácio do antigo imperador bantu do Mutapa, estava entre as


ruínas atribuídas pelos teósofos aos "árabes árias"

Ao longo da costa oriental, chegaram ao Cabo da Boa Esperança, onde fundaram um


reino que abrangia a Matabelelândia (Zimbábue), Transvaal (África do Sul) e
Lourenço Marques (Moçambique), onde edificaram grandes cidades e templos (Besant e
Leadbeater referem-se às ruínas de Zimbábue, construídas por povos bantus a partir
do século XI, embora a oligarquia branca local tenha negado e mesmo censurado as
evidências até 1980, quando foi obrigada a entregar o poder). "Mas entre o atraso
dos africanos e a cultura dos árabes se abria um abismo impossível de transpor, e
por isso os africanos ficaram em completa sujeição, como lavradores e criados".
Esse império invadiu a ilha de Madagascar, mas conseguiu apenas manter colônias em
sua costa.

Um rei árabe lançou-se em conquista do império sumero-acadiano da Pérsia,


Mesopotâmia e Turquestão, que havia se desmembrado. Dominou a Mesopotâmia e a
Pérsia, mas foi derrotado pelas tribos do Curdistão. O governador da Pérsia depois
se separou, mantendo ali uma dinastia árabe que durou dois séculos. Outro monarca
árabe tentou conquistar a Índia, mas foi derrotado.

Iranianos
Em 30.000 a.C., um grupo de "árias" do segundo vale, ao qual havia se unido um
grupo de acadianos, deu origem a uma outra sub-raça, mais pastoril que agricultora.
Depois de multiplicar-se por dois mil anos, reuniram um exército de 300 mil
combatentes, que conquistou uma grande parte da Ásia depois dividida em dois
reinos, um da Ásia Central, outro da Pérsia e Mesopotâmia, estabelecendo-se com um
milhão de pessoas. Em 29.700 a.C., o "primeiro Zaratustra" fundou a religião do
fogo. O culto dos astros permaneceu, porém, na Mesopotâmia, ou Caldéia.

Caldéia
Na Mesopotâmia, viviam tribos rivais de turanianos semi-selvagens que se mantinham
do cultivo rudimentar da terra até 30.000 a.C., quando lhes chegou do Oriente um
grande chefe de raça "ária", nomeado governador pelo rei da Pérsia. Este teria
fundado uma civilização que os autores descrevem, em 19.000 a.C., como devotada à
astrologia e ao culto dos planetas do Sistema Solar.

O povo era dividido em dez classes de acordo com seus planetas regentes, cada uma
com suas escolas separadas, seus ritos e seus preceitos próprios. Os templos dos
planetas, representados por cúpulas coloridas, se erguiam a distâncias progressivas
do grande Templo do Sol, representando um sistema solar heliocêntrico (com o Templo
da Lua no lugar da Terra). Além do Sol, eram cultuados Vulcano (planeta
inexistente, mas sobre o qual ainda se especulava em 1910, quando Besant e
Leadbeater publicaram sua obra), Mercúrio, Vênus, Lua, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno. Mais tarde, a Caldéia foi invadida por hordas de bárbaros
fanáticos, que destruíram esses templos e foram, por sua vez, expulsas por
acadianos das montanhas setentrionais que, ao se misturar com os turanianos,
constituiu a nação sumero-acadiana (ou a segunda com este nome: neste ponto, Besant
e Leadbeater aparentemente se esqueceram do povo com o mesmo nome mencionado no
período anterior).

Celtas
No terceiro vale, o Manu desenvolvera uma elite de grande beleza física e
especializada em imaginação, sensibilidade artística, poesia, oratória, música e
pintura, servida por agricultores e trabalhadores devotados por seus líderes.
Criou-se uma sub-raça presunçosa e vaidosa, que considerava os demais habitantes do
reiino como filisteus, que Besant e Leadbeater chamaram de "celtas", embora
supostamente incluam os ancestrais de muitos outros povos. Em 20.000 a.C., o Manu
os enviou para se instalarem no Cáucaso, Frígia e Ásia Menor, formando uma poderosa
federação de tribos.

Pelo ano 10.000 a.C., retomaram a marcha para o Ocidente. O primeiro grupo a se
estabelecer na Europa foi o dos gregos antigos, os que, segundo Platão, repeliram
mais tarde os invasores da Atlântida, chamada aqui de Poseidônis.

O segundo grupo foi o dos albaneses, o terceiro o dos itálicos e o quarto o dos
celtas propriamente ditos, que ocupou a França, Bélgica, Ilhas Britânicas, norte da
Itália e Alemanha a oeste do Reno. O quinto foi para o norte da África, onde se
misturou aos semitas e para a Península Ibérica, onde se misturou com o quarto
grupo. Um sexto grupo foi para a Escandinávia e de lá desceu, misturada com os
teutônicos, para a Irlanda, onde foram conhecidos como os Tuatha de Danaan.

Teutões
No quarto vale, mais apartado da capital, na costa norte do Mar de Gobi, o Manu
preparou a quarta sub-raça, à qual acrescentou os melhores exemplares das sub-raças
persa e árabe, resultando em um tipo de estatura elevada, cabeça longa, cabelos
claros e olhos azuis. Predominava nela a aspereza e a persistência, com menos
audácia que a sub-raça celta e qualidades mais adequadas aos negócios e ao senso
prático, com tonalidades de brusca sinceridade e retidão, visando mais o concreto
do que o poético. Em 20.000 a.C., a enviou, ao mesmo tempo que os celtas, pela
costa do Mar Cáspio até o Daguestão, onde permaneceu por milhares de anos,
estendendo-se pelas encostas setentrionais do Cáucaso e ali permaneceu até mil anos
depois da catástrofe de 9.564 a.C., quando "empreenderam a marcha para o domínio do
mundo".

Índia

Annie Besant com Leadbeater, Krishnamurti (dir.) e Jinarajadasa, cerca de 1911.


Leadbeater proclamou o jovem Krishamurti como reencarnação do Buda Maitreya e
fundou a "Ordem Internacional da Estrela do Oriente", que recebeu doações de
propriedades e dinheiro, para preparar a opinião pública para seus ensinamentos.
Mas, em 1929, Krishamurti rompeu com Leadbeater e a teosofia, repudiou seu estatuto
de "Buda" e "Instrutor do Mundo" e dissolveu a Ordem

No início do período, a Índia foi ocupada, assim que ficou suficientemente seca,
por hostes atlantes que penetraram pelos desfiladeiros do Himalaia e criaram uma
esplêndida civilização.

Por volta de 20.000 a.C., os mongóis e turanianos, por tanto tempo submetidos aos
"ários", recuperaram a independência e o reino cuja capital era a "Cidade da Ponte"
ficou sumamente reduzido. Em 18.875 a.C., o Manu voltou sua atenção para o que
restava da sub-raça raiz e para a Índia, povoada por uma civilização tolteca
decadente, visando isolar Shambhala (por que a "raça ária" tinha que crescer sem
vigilância externa) e "arianizar" a Índia. Uma das tribos periféricas migrou até a
Índia, onde aliou-se ao rei Podishpar da Índia setentrional.
O rei da Índia do sul considerou os migrantes do norte especialmente aptos para o
ofício sacerdotal e o ofereceu a eles em caráter hereditário. Os que aceitaram se
tornaram os ancestrais dos brâmanes do sul da Índia. Outros casaram-se com a
aristocracia tolteca e arianizaram pouco a pouco as classes superiores, até que,
com a morte do herdeiro, foi escolhido um monarca "ária" e o sul da Índia passou
para seu domínio.

Em 17.520 a.C., uma segunda massa migratória partiu do centro da Ásia para o
Punjab. Em 17.455 a.C., uma terceira chegou à atual Delhi, onde fundou uma cidade
chamada Ravipur ou Cidade do Sol. Em 15.950 a.C., três exércitos foram enviados a
Bengala por três rotas diferentes, numa marcha que durou quarenta anos. Daquela
época em diante, houve seguidas ondas migratórias.

Alguns "árias" de talento estudaram a filosofia dos toltecas, aos quais deram o
nome de nagas. Às classes inferiores da povoação atlante, compostas em sua maioria
dos morenos tlavatlis, as chamara dasyas, enquanto que aos negros, descendentes de
lemurianos, apelidavam de daityas e takshakas.

Pelo ano 13.500 a.C., o reino ário da Índia meridional enviou uma expedição ao
Egito. O faraó os acolheu, deu sua filha em casamento ao chefe da expedição e o
nomeou herdeiro, estabelecendo também no Egito uma dinastia "ária", que permaneceu
até o afundamento de Poseidônis e sob a qual as escolas do Egito grangearam sua
maior fama lideraram o saber do mundo ocidental. Do sul da Índia também foram
enviados colonos a Java, Ausrália e Polinésia.

As contínuas emigrações despovoaram completamente o reino da Ásia Central pelo ano


9.700 a.C. As convulsões provocadas pelo cataclisma de 9.564 a.C. arruinaram a
Cidade da Ponte e os templos da Ilha Branca. Os últimos bandos ficaram retidos no
Afeganistão e Baluquistão por dois mil anos e muitos morreram nas mãos dos mongóis.

Mais tarde, por volta de 8.000 a.C., seria estabelecido o regime de castas. Os
"árias" puros ("brancos") constituíram a casta brâmane; os mestiços de "árias" e
"toltecas" ("avermelhados", a rajana; os de "árias" e mongólicos ("amarelos"), a
vaishyas; e os sem qualquer sangue "ária", a shudra.

Américas
O sistema comunitário desaparecido de Atlântida se manteve nos grandes reinos
toltecas se ergueram no México e Peru (na realidade, a civilização tolteca existiu
do século X ao XII d.C., e a inca, de 1200 a 1532). Embora os toltecas do México
tenham sido poderosos, nunca atingiram o apogeu alcançado pelos peruanos de 12000
a.C., sob o governo dos incas.

No tocante ao bem-estar, à justiça, à divisão igualitária da terra, à vida simples


e religiosa dos habitantes e ao culto ao Sol, os teósofos consideraram o império
peruano dessa época similar à idade de ouro dos toltecas na Atlântida. Annie Besant
e Leadbeater descreveram vários detalhes sobre a vida desses "toltecas peruanos",
muitos deles incompatíveis com as civilizações andinas reais ou mesmo com a flora e
fauna das Américas.

Por exemplo, o uso de ferro e bronze, literatura escrita (em folhas de "porcelana
flexível" ou "metal sílico"), quadros pintados em perspectiva, uso de arroz, inhame
e leite na alimentação, tortas de milho coloridas e aromatizadas com romã
(originária do Oriente Médio), goiaba (centro-americana), baunilha e laranja
(asiáticas). Fala-se também da criação de gatos de pelagem azul e do uso de roupas
semelhantes às indianas, mas muito coloridas (azul para as mulheres), feitos de
algodão, lã de vicunha ou fibras de agave (mexicana).
Os tlavatlis, neste período, são encontrados no extremo sul das Américas. Seus
descendentes incluiriam os patagões.

Egito

Karnak, contemporânea dos últimos tempos de Atlântida, segundo Scott-Elliot

No início do período, o Egito foi outra vez submerso, mas apenas por uma onda
temporária. Quando esta refluiu, a terceira "Dinastia Divina" começou seu governo,
durante o qual, segundo Scott-Elliot, foi erigido o templo de Karnak e uma grande
parte das construções mais antigas do país (na realidade, os primórdios de Karnak
são da 11ª dinastia, cerca de 2000 a.C. e as construções mais impressionantes são
da 18ª e 19ª dinastias, de 1500 a.C. a 1200 a.C.).

Segundo Annie Besant e Leadbeater, porém, os primeiros a se estabelecerem nas


terras pantanosas, mas já habitáveis, foram de "um povo de raça negra que
permaneceu ali por algum tempo, deixando bárbaros vestígios de sua ocupação".
Sucedeu-o então um novo império atlante-egípcio, com sua dinastia de reis divinos e
muitos dos heróis que a Grécia honrou como semideuses, entre eles Héracles, o dos
doze trabalhos. Também viveu neste período Tehuti ou Toth, chamado depois Hermes
pelos gregos, que ensinou o culto de Osíris e Ísis e da "luz interna", antes de ir
à Arábia, ensinar os chefes da sub-raça ali estabelecida.

No final do período, com a submersão definitiva de Poseidônis, outro tsunami


atingiu o Egito. A calamidade foi temporária, mas pôs fim às "Dinastias Divinas",
pois a Loja de Iniciados transferira suas sedes para outras terras.

A Atlântida Teosófica na ficção

Segundo L. Sprague de Camp, os "marcianos vermelhos" de Burroughs foram inspirados


nos "toltecas" da Atlântida dos teósofos

Muitos leitores e críticos da obra de Edgar Rice Burroughs, a começar por L.


Sprague de Camp, em 1948, e Fritz Leiber, em 1959, notaram semelhanças entre sua
descrição ficcional de Marte (Barsoom, para os nativos) nas suas "Crônicas
Marcianas", cuja publicação se iniciou em 1911 com a Princesa de Marte o mundo pré-
histórico da teosofia, tal como descrito nas obras publicadas até 1910 por
Blavatsky, Scott-Elliot, Besant e Leadbeater.

Os "marcianos vermelhos", heróis de suas sagas marcianas, parecem ter sido


diretamente inspirados nos toltecas da Atlântida teosófica, com sua cor de cobre,
traços gregos e ciência avançada. Já os "marcianos verdes" ou tharks, primitivos de
estatura gigantesca e comportamento bárbaro, mas que que sabem usar armas modernas
e domesticam animais monstruosos, teriam sido inspirados nos lemurianos (veja
Lemúria na ficção)

Referências
L. Sprague de Camp, Continentes Perdidos. Lisboa, Livros do Brasil, s/d
W. Scott-Elliot, Atlântida e Lemúria, Continentes Desaparecidos. São Paulo:
Pensamento, 1995
Annie Besant e C. W. Leadbeater, O Homem: donde e como veio, e para onde vai? São
Paulo: Pensamento, 1995.
Annie Besant, The Pedigree of Man [1]
Dale R. Broadhurst, "John Carter Beginnings?" [2]
Veja também
Atlântida

Lemúria teosófica
Shambhala teosófica

Numérica

Nulântis

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