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A "Cidade dos Portais de Ouro" (no original, City of the Golden Gates) descrita
como capital dessa civilização assemelha-se à Atlântida de Platão quanto à
disposição em anéis do seu centro, mas supostamente desapareceu muito antes e
difere dela em detalhes importantes. A Atlântida de Platão é basicamente plana com
uma pequena colina central, enquanto a teosófica é disposta sobre uma ampla
elevação. Enquanto em Platão os fossos anulares estão no mesmo plano e são ligados
por túneis navegados por trirremes, na versão teosófica estão em diferentes alturas
e a água flui de um para outro em cascatas e essa água, em vez de provir de fontes
naturais, é obtida de um aqueduto subterrâneo que a retira de um lago sobre
montanhas vizinhas. Além disso, o plano geral da cidade de Platão é circular e tem
o mar ao Sul, o da "Cidade dos Portais de Ouro" é retangular e tem o mar a Leste.
Índice
1 Até 800 mil anos a.C.
1.1 Os rmoahal
1.2 Os tlavatli
1.3 Os toltecas
1.3.1 A Cidade dos Portais de Ouro
1.3.2 Tecnologia
1.3.3 Templos e religião
1.3.4 Economia, usos e costumes
1.4 Os "primeiros turanianos"
1.5 Os "semitas originais"
1.6 A decadência final
2 De 800 mil a 200 mil a.C.
2.1 Acadianos
2.2 Mongólicos
2.3 Índia
2.4 Egito
3 De 200 mil a 75.025 a.C.
3.1 Ruta
3.2 Daitya
3.3 Stonehenge
3.4 Arábia
3.5 Mar de Gobi
3.6 Outros povos
4 De 75.025 a.C. a 9.564 a.C.
4.1 Os "Árias"
4.2 Arábes e Judeus
4.3 Iranianos
4.4 Caldéia
4.5 Celtas
4.6 Teutões
4.7 Índia
4.8 Américas
4.9 Egito
5 A Atlântida Teosófica na ficção
6 Referências
7 Veja também
Até 800 mil anos a.C.
Os rmoahal
Sua religião era o culto de Manu, o governante divino que os orientou no início, e
dos antepassados. Ele identificou entre seus descendentes o "homem de Furfooz"
(crânios braquicéfalos encontrados na Bélgica, do mesolítico, cerca de 11000 a.C.)
e os lapões.
Os tlavatli
Os toltecas
Por milhares de anos, essa sub-raça governou todos os reinos da Atlântida e também
as ilhas ocidentais e a porção meridional do território adjacente a leste. Depois
de 100 mil anos, iniciou-se a degeneração, desviando seus poderes psíquicos dos
objetivos lícitos para propósitos egoístas e malévolos, conduzindo à chamada
bruxaria.
A capital era a chamada "Cidade dos Portais de Ouro", (no original, City of the
Golden Gates), situada na costa oriental do continente, próxima do mar, a cerca de
15º ao norte do Equador (ao largo de Cabo Verde, aproximadamente a meio caminho
entre a atual costa do Senegal e as Pequenas Antilhas). Abrigava cerca de dois
milhões de habitantes em cerca de 200 km². Um parque circundava a cidade, onde
ficavam as casas de campo dos abastados. A oeste, estendia-se uma cadeia de
montanhas, entre as quais, a uma altitude de 792 m, se localizava o lago de onde
vinha a água. O aqueduto principal era de seção oval, de 15 m por 9 m e levava a
água, através do subsolo, a um enorme reservatório em forma de coração na base da
colina onde se erguiam a cidade e o palácio. A partir desse reservatório, um poço
perpendicular, de 152 m de altura, atravessava a rocha maciça e levava a água a
jorrar nos jardins do palácio.
Concepção artística da "Cidade dos Portais de Ouro", com as cascatas que descem por
seus canais, de Dovilio Brero
A cidade foi construída nas encostas de uma colina que se erguia cerca de 152 m
acima da planície. No topo da colina ficava o palácio e os jardins do imperador, de
cujo centro jorrava um fluxo incessante de água que, depois de abastecer o palácio
e as fontes dos jardins, fluía em todas as direções, despencando em forma de
cachoeiras e formando um canal ou fosso que circundava as terras adjacentes ao
palácio, separando-as da cidade que se estendia mais abaixo, em cada face da
colina. A partir desse canal, quatro regos conduziam a água, passando pelas quatro
zonas da cidade, até as cachoeiras que, por sua vez, formavam outro canal
circundante num nível mais baixo. Havia três desses canais em círculos
concêntricos. Um quarto canal, de traçado retangular, recebia os fluxos e
despejava-os no mar. A cidade estendia-se até a margem do fosso exterior.
A zona mais alta, abaixo dos jardins do palácio, caracterizava-se por uma pista
circular de corridas e jardins públicos. A maioria das casas de funcionários da
corte também ficavam nessa zona, bem como a Casa dos Estrangeiros, que hospedava os
viajantes à custa do governo. As casas separadas dos habitantes e os templos
ocupavam as outras duas zonas. As famílias mais pobres moravam no norte da zona
mais baixa e além do canal mais exterior, perto do mar e dedicavam-se, na maioria,
à navegação.
Tecnologia
Barcos aéreos eram usados pelos ricos em Atlântida, segundo Scott-Elliot (cena do
PC Game Atlantis)
Mesmo nas cidades, as casas eram cercadas por jardins ou separadas por terrenos
comuns, mas sempre estruturas isoladas. Nos casos dos edifícios mais importantes,
quatro blocos circundavam um pátio central, no meio do qual geralmente erguia-se
uma fonte, cuja quantidade na "Cidade dos Portais de Ouro", fez com que esta fosse
chamada também "Cidade das Águas". Uma torre se erguia em um dos cantos ou no
centro de um dos blocos e uma escada espiral conduzia a uma cúpula pontiaguda usada
como observatório. As janelas eram preenchidas com algo semelhante ao vidro, mas
menos transparente. Escravos em grande número (na maioria, "rmoahal-lemurianos",
capturados no sul do continente) estavam à disposição de quase todas as famílias,
mas alimentavam-se e vestiam-se bem.
Templos e religião
Os templos eram edifícios enormes, assemelhando-se às gigantescas construções
egípcias, mas em estilo ainda mais prodigioso. As colunas eram, na maioria
quadradas. Tinham também torres encimadas por domos, proporcionais em tamanho e
magnificência, que eram usadas como observatórios e para o culto do Sol. Os
interiores eram frequentemente chapeados de ouro. Ouro e prata, fabricados em
enorme quantidade por alquimistas, eram usados apenas para fins decorativos e não
monetários. No início, um disco solar dourado, considerado o único emblema
apropriado de Deus, era usado em todos os templos e captava os primeiros raios do
sol nascente durante o equinócio da primavera ou o solstício do verão. Mais tarde,
a imagem de um homem arquetípico foi adorada como representação do divino,
retornando ao culto rmoahal do Manu.
Rei Tolteca
Não havia mercadorias expostas nas ruas para venda: todas as transações eram
efetuadas em particular, exceto nas datas estabelecidas para as grandes feiras
públicas. Não havia sistema monetário oficial, mas pequenas peças estampadas de
metal ou couro eram usadas como fichas. Perfuradas no centro, eram amarradas para
formar um cinto, usado à cintura. Cada um cunhava seu próprio "dinheiro", que valia
como reconhecimento de dívida, na medida dos bens com que pudesse garanti-lo. O
portador da ficha tinha meios de avaliar os recursos do devedor por meio da
clarividência.
Geralmente, a carne dos animais era posta de lado, mas comiam as partes que "nós"
(ingleses vitorianos como Scott-Elliot, presume-se) nos abstemos de comer. Também
bebiam o sangue e preparavam cozidos. Comiam também peixes, às vezes em grau
adiantado de decomposição. Faziam pães e bolos de cereais bebiam leite e comiam
frutas e vegetais. Os Iniciados, porém, eram totalmente vegetarianos. Uma bebida
alcoólica fermentada esteve em voga, mas provocava uma excitação tão perigosa que
foi proibida.
A lei permitia que um homem tivesse duas esposas, mas um grande número tinha apenas
uma. A posição social das mulheres era igual à dos homens e, se tivessem aptidão
para adquirir a energia vril, podiam elevar-se acima do outro sexo. Participavam do
governo e podiam ser escolhidas pelo imperador para representá-lo nas províncias
como soberanas regionais.
Os "primeiros turanianos"
Como sofriam constantes derrotas nas batalhas com seus vizinhos toltecas, muito
mais numerosos, tiveram como meta principal o aumento da população. Para isso,
retiraram dos homens a responsabilidade por sustentar a família. O Estado cuidava e
provia a subsistência das crianças, consideradas propriedade sua. Mas o sistema,
por destruir os laços familiares, fracassou e foi abandonado.
Os "semitas originais"
A decadência final
Cerca de 50 mil anos antes da primeira grande catástrofe, os seguidores da "magia
negra" sublevaram-se e elegeram um imperador rival que, depois de muitas lutas e
conflitos, assumiu o trono depois de expulsar o imperador "branco" de sua capital.
Este reinstalou-se numa cidade fundada originalmente pelos tlavatlis, na
extremidade sul da região montanhosa que, nessa época, era a sede de um dos reis
tributários toltecas. Este colocou sua cidade à disposição do imperador, mas a
maioria dos demais reis tributários transferiu sua vassalagem ao novo imperador.
Contínuas batalhas foram travadas em diferentes pontos do império, recorrendo-se
amplamente à bruxaria para suplementar o poder de destruição dos exércitos.
O mundo depois da catástrofe de há 800 mil anos, até a catástrofe de há 200 mil
anos, segundo W. Scott-Elliot. Notas: 6 - local de origem da raça acadiana, 7 - da
raça mongólica
Há 800 mil anos, uma primeira catástrofe reduziu a extensão da Atlântida e separou-
a das Américas, enquanto Europa e África ganhavam extensão. As ondas precipitaram-
se sobre a "Cidade dos Portais de Ouro" e exterminaram seus habitantes, o imperador
"negro" e sua dinastia. Mesmo regiões que não afundaram foram varridas pelos
vagalhões e transformadas em pântanos, permanecendo desertas e sem plantações por
muitas gerações.
Passou-se um longo período antes que se estabelecesse um novo governo eficaz. Por
fim, segundo Scott-Elliot, uma dinastia semita de bruxos entronizou-se na "Cidade
dos Portais de Ouro", mas nenhuma autoridade tolteca destacou-se neste período.
Pouco restava de seu puro sangue no continente de origem. As costas próximas do
continente americano estavam, porém, povoadas por toltecas "puros".
Os "semitas" ocupam a oeste as terras que hoje formam os EUA e a leste, as costas
setentrionais do continente vizinho.
Acadianos
Casal basco
Neste período, surge a sub-raça acadiana, numa terra a leste de Atlântida, a 42º de
latitude norte e 10º de longitude oeste (ou seja, no atual Mar Tirreno, perto da
atual Sardenha), que inicialmente se espalha para o leste, ocupando o atual Levante
(Síria e Palestina) e chegando à Pérsia e Arábia. Mais tarde, invadiram Atlântida,
travando inúmeras batalhas terrestres e navais com os semitas.
Mongólicos
Índia
A Índia foi ocupada por uma civilização atlante, que se estendia do sul até o mar
que a limitava ao norte.
Egito
Cerca de 210 mil anos atrás, a degradação de Atlântida levou a "grande Loja Branca"
a transferir-se para o Egito, então isolado e de população escassa. Ali fundou um
império, a primeira "Dinastia Divina" do Egito.
Em alguma época dos dez mil anos seguintes foram construídas as duas grandes
pirâmides de Gizé, para proporcionar salas de iniciação permanentes e atuar como
casa do tesouro e santuário de algum grande talismã durante a submersão que se
sabia iminente (as duas grandes pirâmides não foram construídas na IV Dinastia,
entre 2580 a.C. e 2480 a.C.). A "grande Loja Branca" continuaria a ter sua sede no
Egito até cerca de 10.000 a.C., quando foi transferida para Shambhala.
O mundo depois da catástrofe de há 200 mil anos até a catástrofe de há 80 mil anos,
segundo W. Scott-Elliot
Há 200 mil anos, uma segunda catástrofe, causada pela difusão da magia negra entre
os atlantes, dividiu o restante da Atlântida em duas grandes ilhas, Ruta e Daitya.
O Egito foi submerso, mas muitos de seus habitantes se refugiaram nas montanhas
abissínias, transformadas em ilha. Quando tornou a emergir, foi povoado pelos
descendentes desses refugiados, bem como por novos grupos de colonos atlantes e uma
considerável imigração de acadianos alterou o tipo físico egípcio. Esta é a era da
segunda "Dinastia Divina" do Egito, na qual os Adeptos Iniciados voltaram a
governar o país.
Ruta
Em Ruta, uma dinastia tolteca devotada à magia negra ascendeu ao poder e governou,
através de seus reis tributários, uma grande porção da ilha. Um imperador ou rei
iniciado - ou pelo menos alguém que conhecia a "boa lei" -, governou em alguma
parte da ilha a fim de refrear os bruxos malignos na medida do possível e orientar
e instruir a minoria disposta a levar uma vida pura e saudável.
Segundo Scott-Elliot, por volta de 100.000 a.C., o futuro espírito de Gautama Buda
encarnou-se para ensinar uma nova religião a um grupo de semitas das montanhas
setentrionais de Ruta, isolando-os, proibindo-os de se casar com outras tribos e
preparando-os para uma futura migração para uma "terra prometida", onde estariam
livres do futuro cataclisma. Seus seguidores trouxeram também prosélitos de outras
terras. Isto contradiz Blavatsky e Besant, que em outras obras dizem que a "semente
da raça ariana" foi separada há um milhão de anos.
Daitya
Em Daitya, segundo Scott-Elliot, foi retomada a luta entre semitas e acadianos.
Também há cem mil anos, os acadianos venceram e estabeleceram sua dinastia na
antiga capital semita, que governaram com sabedoria. Tornaram-se grandes
comerciantes, navegadores e colonizadores, estabelecendo muitos núcleos que serviam
de pontos de ligação com terras distantes. Também avançaram para o Oriente,
ocupando as futuras costas da Síria e Palestina e chegaram à Pérsia e Arábia.
Viviam em comunidades sedentárias e criaram uma forma oligárquica de governo. Uma
de suas características era o sistema dual de governo, onde dois reis governam a
mesma cidade. Em consequência de sua aptidão naval, o estudo das estrelas tornou-se
uma atividade característica e realizaram grandes progressos na astronomia e
astrologia.
Annie Besant e Leadbeater contam uma história diferente e peculiar sobre o que
aconteceu em Daitya nesse período. Por volta de 100.000 a.C., as nações cultas da
Atlântida se dividiram em dois campos opostos. Um deles, liderado pelo Imperador
Branco, tinha por metrópole sagrada a antiga "Cidade dos Portais de Ouro" e
conservava o tradicional culto do Sol. Mas reinos distantes, governados por vice-
reis, se declararam independentes e estabeleceram uma confederação liderada por um
homem chamado Oduarpa, cujos exércitos o aclamaram como "Imperador do Sol da Meia-
Noite".
Para fazer oposição ao Imperador Branco, Oduarpa recorreu às artes negras, pactuou
com os moradores do mundo inferior - sombrios espíritos da Terra, que formam o
"Reino de Pã" - e estabeleceu um culto que atraísse o povo por meio dos prazeres
sensuais e dos impios poderes mágicos colocados em mãos de seus adeptos. Graças a
seu pacto com as potestades tenebrosas, prolongou sua vida além do término normal e
tornou seu corpo invulnerável por meio da materialização de uma couraça metálica
que o escudava dos pés à cabeça como uma cota de malha. Nos ritos mágicos
celebrados em criptas subterrâneas para adorar Oduarpa, os adeptos se vestiam de
peles de animais, tocavam címbalos, bebiam licores ardentes e praticavam orgias, às
quais se uniam bípedes peludos de braços longos e garras nos pés e mãos, com cabeça
de bruto e cobertos de crinas que lhes caíam sobre os ombros. Levavam caixas com
unguentos com que lambuzavam os dissolutos e redomas com uma bebida. Os orgiastas
então caíam ao solo em mistura, e de cada monte surgia uma forma animal que
desaparecia da cripta para sumir na noite. Essas materializações astrais, ferozes e
inconscientes, tomavam a forma de fantasmas (ghosts), duendes (goblins) e outras
entidades malignas que davam rédeas soltas à luxúria e crueldade ocultas nos
humanos. Com as queixadas jorrando sangue e a pele enlameada de imundícies, voltava
antes que apontasse o dia e, agachando-se sobre os corpos amontoados, neles se
fundiam e desapareciam.
Por fim, Oduarpa reuniu um grande exército e marchou para a "Cidade dos Portais de
Ouro", contando com as armas e com o terror infundido por seus magos negros em
figuras de animais que, materializados em corpos físicos, devoravam seus inimigos.
Quando era incerto o êxito da batalha, Oduarpa soltava seus diabólicos aliados, que
semeavam o pânico a dentadas e rasgões e perseguiam o inimigo em fuga, com o
acréscimo de que a tropa de feiticeiros criava também formas animais para se
infundirem nos cadáveres. O conquistador venceu e tomou o título de "Rei Divino".
Mais tarde, o Manu marchou contra ele com um poderoso exército. Sua presença pôs em
fuga os "súditos do reino de Pã" e desvaneceu as formas mentais plasmadas pela
magia negra. O exército de Oduarpa foi desbaratado e seu líder derrotado voou para
uma torre que foi incendiada, queimando-o dentro de sua couraça metálica
materializada.
Uma obra anterior de Annie Besant, The Pedigree of Man, de 1903, descreve
aparentemente o mesmo episódio em termos algo diferentes. O rei-demônio do sul é
chamado Thevatat e seus seguidores são os Asuras, cujos chefes esculpiram figuras
gigantescas de si mesmos e fizeram-se adorar como deuses. Também fundaram o culto
do falo. Com seus poderes mágicos sobre-humanos, impuseram um reino de terror.
Ajudados por animalescas mulheres lemurianas e "processos mágicos de repugnância
inexprimível" produziram poderosos monstros com a força dos brutos e a astúcia dos
selvagens e lhes deram como almas os piores tipos de elementais. Tratam-se,
presumivelmente, dos ancestrais dos símios antropóides. Segundo outras obras
teosóficas, as mais semelhantes aos humanos dentre essas criaturas foram
implacavelmente caçadas até a extinção por humanos posteriores, que deixaram
sobreviver apenas as mais animalescas, que hoje conhecemos como chimpanzés, gorilas
e orangotangos.
Stonehenge
Ainda há cerca de 100 mil anos, uma colônia de Iniciados acadianos - "mais altos,
mais bonitos e mais espertos do que os aborígenes da região, remanescentes
degenerados dos rmoahal" -, fundou Stonehenge (na realidade, construído a partir de
3100 a.C., sendo que os monólitos hoje visíveis são de 2200 a.C.). Sua rude
simplicidade, similar à dos antigos templos tlavatli do sol, foi planejada para
servir de protesto contra os ornamentos extravagantes e a exagerada decoração dos
templos existentes na Atlântida, onde os habitantes prosseguiam com o degradant
culto de suas próprias imagens.
Arábia
Em 79.797 a.C., o Manu reuniu no litoral o povo segregado por Gautama para levá-los
ao Oriente, formado, à época, por 7.500 semitas, 750 acadianos e 750 toltecas.
Atravessaram o mar do Saara em 33 navios e prosseguiram a pé pelos sul do Egito até
a Arábia. Levaram consigo "rebanhos dum animal que parecia um cruzamento de búfalo
e elefante com algo de porco", que lhes servia de alimento quando faltavam
provisões, embora normalmente fosse considerado valioso demais para tal emprego. O
monarca egípcio, seguindo as tradições toltecas de que outras raças existiam para
serem exploradas por eles, seduziu alguns deles a ficar no Baixo Egito.
Ao fim de cerca de dois mil anos (77.800 a.C.), tornaram-se uma nação de vários
milhões, isolados do resto do mundo por um cinturão de areia que as caravanas
podiam alcançar por um só caminho de oásis, perto da atual Meca. Os menos
desejáveis eram encorajados a migrar para o sul da Palestina ou o sul do Egito e
numa dessas colônias se desenvolveu o cavalo. Ao cabo de três mil anos (76.800
a.C.), a meseta estava tão densamente povoada que parecia uma enorme cidade. Um
grande número foi enviado à África para fundar uma colônia, mais tarde exterminada.
Mar de Gobi
Pouco antes da catástrofe de 75.025 a.C., o Manu escolheu 700 de seus próprios
descendentes, educados em uma seita particularmente austera e os conduziu para o
norte. Passaram por um império sumero-acadiano que compreendia a atual Turquia,
Pérsia e adjacências e por uma confederação de turanianos feudatários desse
império, em cujo território estava compreendido o atual Tibete. Após alguns anos,
chegou às costas do mar de Gobi, que então se abria para o Pólo Norte. Instalou
alguns de seus seguidores num promontório de frente para o nordeste e a maioria
mais para o interior, em uma baixada entre colinas.
Do promontório, que era muito elevado, se distinguiam o mar de Gobi e a terra que
teriam de habitar depois de passado o cataclisma iminente. A Ilha Branca, ainda
invisível do promontório, estava no sudeste.
Outros povos
Os mongólicos tornaram-se um povo nômade. Mais psíquicos e mais religiosos que os
turanianos dos quais descendiam, tenderam a uma forma de governo teocrático, no
qual o governante territorial era também sumo-sacerdote.
Nesse período, segundo Scott-Elliot, a população de toda a ilha era mais ou menos
mesclada. Dois reinos e uma pequena república, localizada a oeste, dividiam a ilha
entre si. A região norte era governada por um rei Iniciado (na teosofia). No sul, o
princípio hereditário fora substituído pela eleição popular. As dinastias raciais
aristocráticas estavam acabando, mas reis de linhagem tolteca ocasionalmente subiam
ao poder, tanto no norte quanto no sul. O reino setentrional era constantemente
invadido pelo seu rival sulista, que conquistava para si uma parte cada vez maior
de seu território. Nos últimos dias, o rei "branco" do norte era, via de regra,
eleito pelos sacerdotes - ou seja, pelos poucos que ainda seguiam a "boa lei". No
afundamento desta última Atlântida, teriam perecido 64 milhões de pessoas.
Os "Árias"
Quando veio o cataclismo de 75.025 a.C., que consistiu em dois anos de convulsões e
terremotos, o mar de Gobi foi fechado. Aterrorizada pelas convulsões e passando
privações, a comunidade, que chegara a mil pessoas, ficou reduzida aos trezentos
mais robustos.
Arábes e Judeus
Segundo Besant e Leadbeater, em 40.000 a.C., o Manu liderou uma das comunidades dos
quatro vales, a que originou o povo árabe (que os teósofos consideram "árias") para
retornar à Arábia e "arianizar" o povo deixado nos planaltos árabes e na costa
somali no período anterior. Cerca de 150 mil combatentes e 100 mil mulheres e
crianças atravessaram o império amigo da Pérsia e Mesopotâmia e o deserto. Foram
inicialmente repelidos pelos locais, mas um chefe os autorizou a estabelecer-se em
um vale despovoado, contando com sua ajuda para derrotar uma tribo vizinha. Depois
de três anos, porém, os recém-chegados se recusaram a apoiar esse ataque e o chefe
local se aliou com seu inimigo tradicional contra os recém-chegados. Foi depois
derrotado, e o Manu passou a governar a ambos. Quarenta anos depois, a metade
setentrional da Arábia lhe estava sujeita e podia considerar-se definitivamente
"ária".
Os árabes "árias" vieram a estender seu domínio por quase toda a África, exceto o
Egito. Governaram a grande ilha de Argélia. Fundaram também colônias na costa
ocidental da África, mas ali foram derrotados e repelidos pelos guerreiros de
Poseidônis.
Iranianos
Em 30.000 a.C., um grupo de "árias" do segundo vale, ao qual havia se unido um
grupo de acadianos, deu origem a uma outra sub-raça, mais pastoril que agricultora.
Depois de multiplicar-se por dois mil anos, reuniram um exército de 300 mil
combatentes, que conquistou uma grande parte da Ásia depois dividida em dois
reinos, um da Ásia Central, outro da Pérsia e Mesopotâmia, estabelecendo-se com um
milhão de pessoas. Em 29.700 a.C., o "primeiro Zaratustra" fundou a religião do
fogo. O culto dos astros permaneceu, porém, na Mesopotâmia, ou Caldéia.
Caldéia
Na Mesopotâmia, viviam tribos rivais de turanianos semi-selvagens que se mantinham
do cultivo rudimentar da terra até 30.000 a.C., quando lhes chegou do Oriente um
grande chefe de raça "ária", nomeado governador pelo rei da Pérsia. Este teria
fundado uma civilização que os autores descrevem, em 19.000 a.C., como devotada à
astrologia e ao culto dos planetas do Sistema Solar.
O povo era dividido em dez classes de acordo com seus planetas regentes, cada uma
com suas escolas separadas, seus ritos e seus preceitos próprios. Os templos dos
planetas, representados por cúpulas coloridas, se erguiam a distâncias progressivas
do grande Templo do Sol, representando um sistema solar heliocêntrico (com o Templo
da Lua no lugar da Terra). Além do Sol, eram cultuados Vulcano (planeta
inexistente, mas sobre o qual ainda se especulava em 1910, quando Besant e
Leadbeater publicaram sua obra), Mercúrio, Vênus, Lua, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano e Netuno. Mais tarde, a Caldéia foi invadida por hordas de bárbaros
fanáticos, que destruíram esses templos e foram, por sua vez, expulsas por
acadianos das montanhas setentrionais que, ao se misturar com os turanianos,
constituiu a nação sumero-acadiana (ou a segunda com este nome: neste ponto, Besant
e Leadbeater aparentemente se esqueceram do povo com o mesmo nome mencionado no
período anterior).
Celtas
No terceiro vale, o Manu desenvolvera uma elite de grande beleza física e
especializada em imaginação, sensibilidade artística, poesia, oratória, música e
pintura, servida por agricultores e trabalhadores devotados por seus líderes.
Criou-se uma sub-raça presunçosa e vaidosa, que considerava os demais habitantes do
reiino como filisteus, que Besant e Leadbeater chamaram de "celtas", embora
supostamente incluam os ancestrais de muitos outros povos. Em 20.000 a.C., o Manu
os enviou para se instalarem no Cáucaso, Frígia e Ásia Menor, formando uma poderosa
federação de tribos.
Pelo ano 10.000 a.C., retomaram a marcha para o Ocidente. O primeiro grupo a se
estabelecer na Europa foi o dos gregos antigos, os que, segundo Platão, repeliram
mais tarde os invasores da Atlântida, chamada aqui de Poseidônis.
O segundo grupo foi o dos albaneses, o terceiro o dos itálicos e o quarto o dos
celtas propriamente ditos, que ocupou a França, Bélgica, Ilhas Britânicas, norte da
Itália e Alemanha a oeste do Reno. O quinto foi para o norte da África, onde se
misturou aos semitas e para a Península Ibérica, onde se misturou com o quarto
grupo. Um sexto grupo foi para a Escandinávia e de lá desceu, misturada com os
teutônicos, para a Irlanda, onde foram conhecidos como os Tuatha de Danaan.
Teutões
No quarto vale, mais apartado da capital, na costa norte do Mar de Gobi, o Manu
preparou a quarta sub-raça, à qual acrescentou os melhores exemplares das sub-raças
persa e árabe, resultando em um tipo de estatura elevada, cabeça longa, cabelos
claros e olhos azuis. Predominava nela a aspereza e a persistência, com menos
audácia que a sub-raça celta e qualidades mais adequadas aos negócios e ao senso
prático, com tonalidades de brusca sinceridade e retidão, visando mais o concreto
do que o poético. Em 20.000 a.C., a enviou, ao mesmo tempo que os celtas, pela
costa do Mar Cáspio até o Daguestão, onde permaneceu por milhares de anos,
estendendo-se pelas encostas setentrionais do Cáucaso e ali permaneceu até mil anos
depois da catástrofe de 9.564 a.C., quando "empreenderam a marcha para o domínio do
mundo".
Índia
No início do período, a Índia foi ocupada, assim que ficou suficientemente seca,
por hostes atlantes que penetraram pelos desfiladeiros do Himalaia e criaram uma
esplêndida civilização.
Por volta de 20.000 a.C., os mongóis e turanianos, por tanto tempo submetidos aos
"ários", recuperaram a independência e o reino cuja capital era a "Cidade da Ponte"
ficou sumamente reduzido. Em 18.875 a.C., o Manu voltou sua atenção para o que
restava da sub-raça raiz e para a Índia, povoada por uma civilização tolteca
decadente, visando isolar Shambhala (por que a "raça ária" tinha que crescer sem
vigilância externa) e "arianizar" a Índia. Uma das tribos periféricas migrou até a
Índia, onde aliou-se ao rei Podishpar da Índia setentrional.
O rei da Índia do sul considerou os migrantes do norte especialmente aptos para o
ofício sacerdotal e o ofereceu a eles em caráter hereditário. Os que aceitaram se
tornaram os ancestrais dos brâmanes do sul da Índia. Outros casaram-se com a
aristocracia tolteca e arianizaram pouco a pouco as classes superiores, até que,
com a morte do herdeiro, foi escolhido um monarca "ária" e o sul da Índia passou
para seu domínio.
Em 17.520 a.C., uma segunda massa migratória partiu do centro da Ásia para o
Punjab. Em 17.455 a.C., uma terceira chegou à atual Delhi, onde fundou uma cidade
chamada Ravipur ou Cidade do Sol. Em 15.950 a.C., três exércitos foram enviados a
Bengala por três rotas diferentes, numa marcha que durou quarenta anos. Daquela
época em diante, houve seguidas ondas migratórias.
Alguns "árias" de talento estudaram a filosofia dos toltecas, aos quais deram o
nome de nagas. Às classes inferiores da povoação atlante, compostas em sua maioria
dos morenos tlavatlis, as chamara dasyas, enquanto que aos negros, descendentes de
lemurianos, apelidavam de daityas e takshakas.
Pelo ano 13.500 a.C., o reino ário da Índia meridional enviou uma expedição ao
Egito. O faraó os acolheu, deu sua filha em casamento ao chefe da expedição e o
nomeou herdeiro, estabelecendo também no Egito uma dinastia "ária", que permaneceu
até o afundamento de Poseidônis e sob a qual as escolas do Egito grangearam sua
maior fama lideraram o saber do mundo ocidental. Do sul da Índia também foram
enviados colonos a Java, Ausrália e Polinésia.
Mais tarde, por volta de 8.000 a.C., seria estabelecido o regime de castas. Os
"árias" puros ("brancos") constituíram a casta brâmane; os mestiços de "árias" e
"toltecas" ("avermelhados", a rajana; os de "árias" e mongólicos ("amarelos"), a
vaishyas; e os sem qualquer sangue "ária", a shudra.
Américas
O sistema comunitário desaparecido de Atlântida se manteve nos grandes reinos
toltecas se ergueram no México e Peru (na realidade, a civilização tolteca existiu
do século X ao XII d.C., e a inca, de 1200 a 1532). Embora os toltecas do México
tenham sido poderosos, nunca atingiram o apogeu alcançado pelos peruanos de 12000
a.C., sob o governo dos incas.
Por exemplo, o uso de ferro e bronze, literatura escrita (em folhas de "porcelana
flexível" ou "metal sílico"), quadros pintados em perspectiva, uso de arroz, inhame
e leite na alimentação, tortas de milho coloridas e aromatizadas com romã
(originária do Oriente Médio), goiaba (centro-americana), baunilha e laranja
(asiáticas). Fala-se também da criação de gatos de pelagem azul e do uso de roupas
semelhantes às indianas, mas muito coloridas (azul para as mulheres), feitos de
algodão, lã de vicunha ou fibras de agave (mexicana).
Os tlavatlis, neste período, são encontrados no extremo sul das Américas. Seus
descendentes incluiriam os patagões.
Egito
No início do período, o Egito foi outra vez submerso, mas apenas por uma onda
temporária. Quando esta refluiu, a terceira "Dinastia Divina" começou seu governo,
durante o qual, segundo Scott-Elliot, foi erigido o templo de Karnak e uma grande
parte das construções mais antigas do país (na realidade, os primórdios de Karnak
são da 11ª dinastia, cerca de 2000 a.C. e as construções mais impressionantes são
da 18ª e 19ª dinastias, de 1500 a.C. a 1200 a.C.).
Referências
L. Sprague de Camp, Continentes Perdidos. Lisboa, Livros do Brasil, s/d
W. Scott-Elliot, Atlântida e Lemúria, Continentes Desaparecidos. São Paulo:
Pensamento, 1995
Annie Besant e C. W. Leadbeater, O Homem: donde e como veio, e para onde vai? São
Paulo: Pensamento, 1995.
Annie Besant, The Pedigree of Man [1]
Dale R. Broadhurst, "John Carter Beginnings?" [2]
Veja também
Atlântida
Lemúria teosófica
Shambhala teosófica
Numérica
Nulântis