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A relevância da presença de magnésio

em agregados
Eduardo Brandau QUITETE1; Priscila Rodrigues Melo LEAL1; Rafael Francisco Cardoso dos SANTOS1; Mikaella BALIS2; Gabriel Sapata
Soares MEDINA1,3
1 – IPT - Instituto de Pesquisas de Tecnológicas do Estado de São Paulo / CT-OBRAS / Laboratório de Materiais de Construção Civil
2 – USP – Universidade de São Paulo
3 – UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

INTRODUÇÃO Situações em que o Mg PODERIA ser relevante

O Laboratório recebeu algumas solicitações para determinação do teor 1. MgO na forma de periclásio no cimento => hidratação lenta e expansão
de Mg em agregados e os solicitantes pareciam não saber o porquê! 2. MgO na cal => hidratação lenta e expansão.
O presente trabalho discorre, com base em levantamento bibliográfico, 3. Ataque sulfático externo => expansão do concreto
sobre as possíveis situações em que a presença de magnésio no
agregado poderia ser prejudicial ao concreto. 4. Reação álcali carbonato => expansão do concreto

2 MgO na cal
1 MgO como periclásio no cimento
A cal dolomítica hidratada pode apresentar MgO de difícil hidratação. Se
Este fenômeno foi descoberto no final do século XIX e é inexpressivo nos tal cal for utilizada em argamassa, o MgO pode apresentar hidratação
concretos modernos (METHA & MONTEIRO, 2014), devido aos baixos lenta, com aumento de volume e consequente expansão. Porém, esta é
teores de periclásio e à maior finura dos cimento atuais. Além do mais, é um uma patologia de argamassas com cal, não do concreto e, ainda, é um
problema ocasionado pelo magnésio presente no cimento e não no agregado. problema ocasionado pelo magnésio presente no ligante, não no
agregado.

Não dependem do teor de magnésio do agregado !


4 REAÇÃO ÁLCALI CARBONATO (RAC)
A RAC é considerada uma reação que provoca expansão do agregado e
fissuração no concreto. Ocorre em agregados de alguns tipos rochas compostas
3 ATAQUE SULFÁTICO EXTERNO por minerais carbonáticos, tais como calcita (CaCO3) e dolomita (CaMg(CO3)2). A
RAC só ocorre em presença de água e álcalis (Na2O e K2O) disponíveis no
Ocorre por interferências externas: o solo e a água com teores elevados de concreto
sais de sulfato irão reagir com o concreto em circunstâncias específicas.
Alguns sais sulfatados (exceto MgSO4) podem reagir com os aluminatos Nos EUA e Canadá é usado um gráfico com os teores de CaO e MgO e Al2O3,
hidratados para formar etringita causando fissuras e descamações. O MgSO4, onde o agregado é considerado não expansivo ou potencialmente expansivo. Esta
quando solubilizado em água, reage com o C-S-H e apesar de não formar abordagem, embora apresente a vantagem da rapidez na obtenção dos
etringita secundária, provoca um ataque sulfático externo no concreto que resultados deve ser aplicada apenas em calcários, que é uma rocha carbonática
afeta a adesão e a robustez da pasta cimentícia. sedimentar, não devendo ser utilizada em agregados carbonáticos de origem
metamórfica, como os mármores.
O Mg pode contribuir para ataque sulfático externo apenas se estiver em
minerais que permitam sua liberação, o que é pouco comum em granitos,
gnaisses, basaltos e calcários, os agregados mais frequentes. Nesse caso,
mais do que a determinação do teor de magnésio, é importante conhecer a
composição mineralógica do agregado. É importante destacar que em ataque
sulfático externo, a contribuição do solo e água em contato com o
concreto é muito mais relevante que a do agregado.

CONCLUSÃO
• Ataque sulfático :
• a contribuição do solo e da água é muito mais relevante e importa em
que mineral o Mg se encontra, não o teor de Mg em si.
• MgO para uso do gráfico da reação álcali carbonato:
• Talvez o método não seja válido fora do contexto norte-americano e
temos poucas ocorrências que justifiquem estudo da validade.
• A determinação do teor de Mg ou MgO em agregados brasileiros
não apresenta finalidade prática na grande maioria dos casos.

ASTM C1778:2014

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