01/03/2023, 09:05 Radicais palestinos contra radicais israelenses na Cisjordânia | Guga Chacra | O Globo

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Guga Chacra
Colunista do Globo e comentarista de política internacional da Globonews.

Guga Chacra
Mestre em Relações Internacionais pela Columbia University de Nova York. É colunista do Globo e comentarista de política internacional da
Globonews.

Radicais palestinos contra radicais israelenses na Cisjordânia

A escalada da tensão na região ocorre paralelamente aos protestos de dezenas de milhares de
israelenses contra os planos da administração de Netanyahu para enfraquecer o Judiciário
Por Guga Chacra — Nova York
28/02/2023 21h14 · Atualizado há 11 horas

Palestinos comparecem a funeral de adolescente morto a tiros por tropas israelenses na Cisjordânia ocupada — Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP

A Cisjordânia corre um enorme risco de ser palco de uma terceira Intifada envolvendo não apenas
radicais palestinos como também colonos extremistas israelenses. O cenário de violência ficou

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claro
Menuao longo deste fim de semana
Guga com ataques dos dois lados. Para complicar,
Chacra Ruy a incompetente
princípios editoriais
Autoridade Palestina está enfraquecida ao mesmo tempo que Israel é governada por uma
termos de uso
coalizão de ultradireita. Alguns membros são tão radicais como os colonos que incendiaram uma
vilapolítica de privacidade
palestina no fim de semana.

· 'Terceira Intifada': Ciclo de violência e governo extremista em Israel causam tensão explosiva em
terras palestinas

· Ameaça à democracia: Israel tem oitavo sábado de protestos contra reforma judicial

No lado palestino, uma nova geração que era criança ou mesmo não havia nascido na última
Intifada, há cerca de duas décadas, começou a se radicalizar nos últimos anos. Não consideram a
Autoridade Palestina representante do povo palestino e em alguns casos tampouco se sentem
representados por organizações como o Hamas e o Jihad Islâmico. Alguns desses jovens criaram
um novo grupo chamado Covil dos Leões, que passou a realizar ataques contra israelenses na
Cisjordânia e atentados terroristas em Israel.

Já os grupos radicais entre colonos israelenses decidiram agir por conta própria. O Exército de
Israel busca contê-los e há um temor de confrontos civis nos próximos tempos. Parte destes
colonos se sente fortalecida com um governo recheado de radicais como Itamar Ben Gvir, que
comanda a Segurança Nacional israelense, incluindo a Cisjordânia. De tão extremista, foi impedido
de servir no Exército de Israel quando era jovem, integrou um grupo considerado terrorista pelos
EUA e incitou ataques contra o então premier Yitzhak Rabin, Nobel da Paz, que acabou
assassinado por um terrorista radical israelense.

· Perfil: Quem é Benjamin Netanyahu, o ex-premier de 'energia incansável' que voltou ao poder em
Israel

Autoridades dos dois lados se comprometeram em tentar conter a escalada. Ao que tudo indica, no
entanto, essa postura foi apenas para agradar o governo de Joe Biden, que quer distância do
conflito na região. Não podemos esquecer que, semanas atrás, o governo de Benjamin
Netanyahu anunciou a construção de milhares de unidades habitacionais nos assentamentos já
existentes, considerados ilegais para a comunidade internacional. Para agravar o cenário, a
administração israelense passou a reconhecer os chamados "postos avançados", que eram
considerados ilegais até pelas autoridades de Israel.

Com uma população palestina de 3 milhões de habitantes, a Cisjordânia foi ocupada por Israel na
Guerra de 1967 e é reivindicada pelos palestinos como parte de um futuro Estado. Dentro do
território, vivem cerca de 500 mil colonos israelenses em uma ocupação considerada ilegal pela
comunidade internacional. A administração da área é dividida de acordo com os Acordos de Oslo —
na prática, a Autoridade Palestina governa apenas as cidades, e mesmo nesses locais há operações
militares israelenses.

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crescimento da tensão na Cisjordânia ocorre paralelamente aos protestosRuy
de dezenas de milhares
Guga Chacra
de israelenses contra os planos da administração de Netanyahu para enfraquecer o
Judiciário. O projeto da coalizão do premier tem sido criticado inclusive pelos EUA, seu maior
aliado, e pela comunidade judaica americana, que teme o fim da democracia no país. Alguns
acusam o primeiro-ministro de querer levar adiante a reforma com seus parceiros de ultradireita
para se livrar das acusações de corrupção.

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