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CULTURA JUDAICA SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO BRASIL

Rua Hélcio Rodrigues, 431, Jd. Novo 2, Mogi Guaçu, SP


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Seminário Teológico Pentecostal do Brasil

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banco de dados sem permissão Núcleo de Educação a Distância – SETEPEB.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PENTECOSTAL DO BRASIL

Diretor Honorário: Rev. Daniel Silva de Oliveira


Diretoria Executiva: Pr. Heitor Frugulli
Secretaria Acadêmica: Dc.Jezemiel Pereira Ramos
Coordenadora Pedagógica: Prof Maria Gersi Tonholo
Instituição Mantenedora: Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil

NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA – NEAD

Coordenação geral de EAD: Pr. Heitor Frugulli


Coordenação acadêmica: Dc. Jezemiel Pereira Ramos
Coordenação pedagógica: Profª. Maria Gersi Tonholo
Coordenação Operacional: Vanessa Alves Ferreira
Ramos Escritor do Material: Pr. Prof. Renato Santos

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Prezado(a) Aluno(a),

Seja bem-vindo(a) à disciplina de CULTURA JUDAICA

Nós da Equipe NEAD SETEPEB, temos o prazer de lhe apresentar o material


de ensino à distância do SETEPEB, um material preparado exclusivamente para os
alunos da nossa instituição e pensado de forma a atender às necessidades do reino de
Deus e os anseios de conhecimento de cada um. Poder chegar até você com esse
material é um marco na história do ensino teológico do SETEPEB, e por isso
queremos zelar para que a história continue sendo delineada pelos cuidados do Senhor.

O envio correto de seus portfólios, avaliações intermediárias e avaliação Final são


de suma importância para uma boa formação teológica. O saber está intimamente
ligado ao ler, portanto não deixe de fazer as leituras indicadas pelos nossos
professores, em alguns momentos você verá que autores divergem sobre assuntos de
suma importância teológica, é aí que podemos definir o que realmente nos dará um
norte para seguirmos em frente.

Contamos com sua colaboração para que possamos melhorar esse conteúdo à
cada versão, portanto seja um colaborador de melhorias, nos enviando suas sugestões
para qualidade@setepeb.com.br.

CULTURA JUDAICA
Você está recebendo este material que tratará a respeito do modo de vida do
povo escolhido no AT. Afinal, o que é a Cultura Judaica? Quais os ciclos da vida
Judaica? Quem foram seus principais personagens? Qual o significado das Festas
Bíblicas? Essas questões serão tratadas com bastante cuidado durantes nossas aulas,
avaliações intermediárias e portfólio.

Esperamos que durante seus estudos, você aprenda e reflita de forma abundante a
respeito dessas questões e tantas outras que virão. A reflexão nos faz ir além daquilo
que é comum, convencional, permitindo ampliar nossos conhecimentos e horizontes.

Que esse material lhe seja útil de forma abrangente e impactante.

É um prazer contar com você nessa jornada! Sigamos em frente juntos.

Tenha um ótimo estudo!

Pr. Heitor Fruguli


Diretor do SETEPEB
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SUMÁRIO - CULTURA JUDAICA


CAPÍTULO 1
Introdução a Cultura Judaica - Fundamento, origem e realidade da Cultura
Judaica...............................................................................................................................05
Etnias Religiosas - Diversos grupos e ramificações que surgiram no Judaísmo...............17

Resumo para a Avaliação Intermediária 1.......................................26

CAPÍTULO 2
Textos Extras Bíblicos - São os livros e textos, considerados Sagrados pelos
judeus.................................................................................................................................27
Ciclos da Vida Judaica - Fases e lições espirituais na vida de um judeu praticante.........35

Resumo para a Avaliação Intermediária 2.......................................45

CAPÍTULO 3
Importantes personagens Bíblicos – Personagens Bíblicos não mais importantes e não
menos relevantes. Nomes e personalidades de homens e mulheres da Bíblia......................46
Cashrut (Leis Alimentares) – São as Leis alimentares que o Eterno instituiu como lição
espiritual..............................................................................................................................54

Resumo para a Avaliação Intermediária 3........................................62

CAPÍTULO 4
Cultura Judaica "Infiltrada" em nossos dias – Algumas palavras importantíssimas que estão
em nosso convívio eclesial..................................................................................................63
Festas Bíblicas Judaicas – A partir da Bíblia vamos descobrir um pouco mais sobre as Festas
estipuladas pelo Eterno.......................................................................................................70

Resumo para a Avaliação Intermediária 4.........................................79

CAPÍTULO 5
Serie Mandamentos/Leis – Tudo o que D-us escreve é Eterno; Mandamentos e Leis como
lições espirituais.................................................................................................................80
Símbolos Judaicos – Símbolos Judaicos Importantes........................................................88

Resumo para a Avaliação Intermediária 5........................................95

Bibliografia............................................................................................97

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CAPÍTULO 1
Shalom a todos!

Parte desse material faz parte de 1 ano e 9 meses de experiência que eu,
Professor Renato Santos, passei na Terra de Israel.

Resumir a Cultura Judaica em poucas folhas foi um desafio grande, mas com a
Graça do Eterno, tenho certeza que esclarecerá pontos importantes sobre a cultura, o
povo e a sua história.

Observações: Antes de começar a estudar essa Cultura


Milenar, preciso explicar algo sobre a gramática hebraica. Toda
vez que você se deparar com as letras “CH” em palavras
hebraicas (isso se chama transliteração ou transcrição), o som
será de “RR”, exemplo:

chetuvim (Significado: escritos), lê-se: rretuvim


chala (Significado: pão do shabat), lê-se: rrala
echad (Significado: um), lê-se: errad

Então nesse contexto, todas as palavras com a transliterção


“CH” deve-se ler “RR”.

Outra explicação breve é o fato do Nome Sagrado estar escrito


como: “D-us”. Pois bem, essa foi uma experiência que passei
em Jerusalém, Israel e levo comigo como lição espiritual.
Estava eu com o Dr. Shlomo Hizak (o homem responsável por
me ensinar sobre a Cultura Judaica e sobre o Idioma Hebraico)
e ele me explicou que o Nome Sagrado nunca, jamais deve ser
apagado ou tratado de forma desreipetosa, e só pode ser escrito
por extenso em uma Torá, ou seja, em um Livro que é a Palavra
de D-us. Seja em qualquer idioma, português, inglês, hebraico
ou espanhol, há abreviações do NOME para propositalmente
reverenciar esse Nome Sagrado. Por isso em toda a matéria
você verá o Nome Sagrado como: “D-us”

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1ª Matéria – Introdução a Cultura Judaica – Contexto e


História
A religiosidade judaica é a maneira com que o judeu expressa seu judaísmo.
Um Judeu pratica e vive judaísmo através de obras, que incluem:

* Boas ações, como atos de caridade, beneficios ao próximo, ações relativas as Leis da
Torá;

* Cumprimento literal dos Mandamentos escritos na Tanach (Bíblia Hebraica) que é


um acróstico de Torá (5 livros de Moisés), Neviim (Livros Proféticos) e Chetuvim
(Lê-se: rretuvim – Escritos Bíblicos). Exemplo disso é o copo do Shabat que é uma
cerimônia que o anfitrião da casa onde está sendo realizada a Cabalat Shabat, que é a
Recepção do Sábado, enche o copo até transbordar assim cumprindo a mitzvá
(mandamento) de Salmo 23:5;

* Amar a D-us acima de todas as coisas. Amando a D-us, ama-se os homens.

Um judeu vive 90% da sua vida no ócio religioso. Tudo o que ele faz e em tudo,
da Graças ao Eterno Criador, desde um copo de água que consome até o dia da morte
do ente mais querido ele Bendiz ao Criador.

Cultura judaica ou comumente chamado de "Judaísmo" vem desde os tempos


Bíblicos e são os preceitos, mandamentos, ordens e leis que regem a vida de um judeu
praticamente (obediente) as Leis do Eterno. Há um judeu dentro de nós e Ele (Ieshua –
Jesus) foi a Plenitude desses Mandamentos.
Cultura judaica é um conjunto de tradições passadas de geração à geração pelo
Judaísmo, que é a Tradição Oral mais os Mandamentos.

Israel, A Nação Escolhida

Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o Meu nome esteja nela
perpetuamente; e nela estarão fixos os Meus Olhos e o Meu Coração todos os dias - 2
Crônicas 7:16

D-us deu ao povo de Israel no Monte Sinai, através de Moisés, a Lei, os


Mandamentos, entre outros...EM HEBRAICO!
Mas...

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Por que D-us escolheu justamente Israel?

Precisamos entender que nada acontece por acaso quando se trata de acontecimentos
nesse mundo físico, pois esse mundo físico é um reflexo do mundo espiritual
(Ex.26:30).

Para entendermos essa resposta, precisamos do bom e velho “contexto”


(História). Sabemos que a Mesopotâmia (imagem abaixo) é o berço da civilização
humana e que foi o palco de poderosos impérios que se levantaram diante dos Olhos
do Eterno.
A Mesopotâmia foi uma região por onde passaram muitos povos nômades
oriundos de diversas regiões. A terra fértil fez com que alguns desses povos ali se
estabelecessem. Do convívio entre muitas dessas culturas floresceram as sociedades
mesopotâmicas.

Os
povos
que
ocupa
ram a
Meso
potâ
mia
foram
:
 O
s
sumé
rios,
os
acadi
anos,
os
hebre
us, os babilônios, os assírios, os elamitas, os caldeus, os persas, entre outros.

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Como raramente esses Estados atingiam grandes dimensões territoriais, conclui-se


que apesar da identificação econômica, social e cultural entre essas civilizações,
nunca houve um Estado mesopotâmico. A razão pelo nome “Mesopotâmia” é
devido a sua característica territorial, pois a raiz etimológica da palavra, que é derivada
do grego, significa “terra entre dois rios” (possivelmente o Tigre e Eufrates).

Como dito, a Mesopotâmia, que hoje é a região e arredores do atual Iraque, foi o
palco de poderosos impérios, de poderosos reis, quase “deuses” que comandavam o
mundo antigo.

Glória no Mundo Antigo

 Gilgamesh, Rei da Suméria, foi um povoado antediluviano. Diz a lenda que ele
era filho de um homem com uma deusa, cujo nome era Ninsuna. Assim sendo,
Gilgamesh um semi-deus, como metade deus metade homem, tinha uma força sobre-
humana, portanto venerado e adorado.

 Faraó – Outro exemplo do poderio é Faraó. O Faraó era visto com um escolhido
dos deuses para comandar o Mundo (Egito). Os faraós eram os reis do Egito Antigo e
possuíam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa,
econômica e militar dentro de seu Estado.
Como a transmissão de poder no Egito era hereditária, o faraó não era escolhido
através de voto, mas sim por ter sido filho de outro faraó. Desta forma, muitas
dinastias perduraram centenas de anos no poder.

O poder dos faraós


Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios
acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam
como intermediários entre os deuses e a população egípcia. Segundo a raiz
etimológica da palavra de “Par’Óh” (Faraó) concluímos que:
‘‘Par `oh'' é uma palavra de origem egípcia de significa “casa grande” e era o título
comum do rei do Egito.

 Achashverosh (Assuero/Xerxes) – Rei da Pérsia, nos diz a Palavra no Livro de


Ester que ele tinha o comando de 127 províncias, um reinado imenso que era desde a
Índia até a Etiópia verticalmente falando e desde a Índia até o Egito horizontalmente
falando. Reino que destruiu e destituiu o reinado babilônico do poder.

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Condenação

Mas, como nada fica impune aos Olhos do Eterno, a condenação veio, pois a
Mesopotâmia também foi o palco de muito derramamento de sangue, massacres, lutas,
e além de tudo, da provocação da ira do Criador por pecados e abominações.
A condenação veio para esses povos como podemos ver na Bíblia, e hoje esses
povos não existem mais, demonstrando o PODER DO REI dos reis!

Mas há sim uma Nação que sobrevive, revelando que quando a Vontade do
CRIADOR tem que se manifestar não há ninguém na terra que possa frustrar esses
Planos, o nome dessa nação é ISRAEL e é essa a resposta para a pergunta inicial!

Por que D-us escolheu justamente Israel?


Porque é a Vontade do Criador de revelar seu Poder Imesno nas “coisas” pequenas

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O Estado de Israel hoje

Longo e estreito em seu formato, o país tem aproximadamente 470 quilômetros


de comprimento e 130 de largura, em seu ponto mais amplo. Israel hoje é um país
estável, agradável e com muitas peculiaridades; é um país do Oriente Médio situado na
margem oriental do Mar Mediterrâneo, uma região estreita que liga a África à Ásia.
Israel é o único Estado do mundo predominantemente judeu, com uma
população de cerca de 10 milhões de habitantes, dos quais, aproximadamente, 76% são
Judeus, 16% Muçulmanos, 2% Cristãos, 1,5% Drusos (etnia considerada
descendentes de Jetro, sogro de Moisés) e 4% sem classificação religiosa.
O moderno Estado de Israel tem as suas raízes históricas e religiosas na bíblica
Terra de Israel (Eretz Israel), um conceito central para o judaísmo desde os tempos
antigos, e no coração dos antigos reinos de Israel e Judá. Israel declarou sua
independência em 14 de maio de 1948 e Estados árabes vizinhos atacaram o país no
dia seguinte. Desde então, Israel travou uma série de guerras com os Estados árabes
vizinhos e, como consequência, Israel atualmente controla as fronteiras desses
territórios. Israel é um País desenvolvido, localizado em uma região geograficamente e
climaticamente diversificada. Existem montanhas cobertas de neve no norte ao lado de
áreas ermas ao sul, áreas desoladas ao lado de cidades modernas e vibrantes.

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Graças à sua rica história e à santidade das três religiões monoteístas, existem
muitos locais antigos e sagrados. Durante a maior parte do ano, o clima de Israel é
agradável, e você pode excursionar por todo o País em qualquer época. Contudo, é
recomendável que se visite o país durante o outono e a primavera (Setembro a
Novembro, Abril a Junho), quando a temperatura é bastante agradável.
Os idiomas oficiais são o Hebraico, Árabe e Inglês. Israel está em 22º lugar no
mundo em Qualidade de Vida e o Brasil está em 33º lugar.

História

Sua história escrita começa com Abrão, quando este chegou a Canaã vindo de Ur, na
Mesopotâmia, em aproximadamente 1950 a.C.

* Datas aproximadas

1250 a.C. Josué cruza o rio Jordão, conquista a Terra de Canaã e divide-a entre
as doze tribos.
1200 a.C. Os filisteus provenientes de Creta invadem a terra e Canaã, depois
deles, passa a ser chamada de Filístia.
1025 a.C. Coroação de Saul, o 1º rei de Israel.
1004-965 Reinado de Davi
a.C.
965-922 a.C. Reinado de Salomão e dedicação do primeiro templo.
953-930 a.C. Cisão, separação entre Israel (10 tribos) e Judá (2 tribos).
721 a.C. Os assírios invadem e ocupam Samaria e levam para o cativeiro as
10 tribos do norte, pondo fim, assim, ao reinado de Israel.
587 a.C. Nabucodonosor destrói Jerusalém e o Templo, expulsando as tribos
de Judá para a Babilônia.
539 a.C. Ciro conquista a Babilônia e permite aos judeus voltarem a
Jerusalém. O Templo é reconstruído por Zorobabel.
334 a.C. Alexandre Magno conquista a região e, após sua morte, ela é
controlada pelos ptolomeus do Egito.
198 a.C. Antíoco III da Síria vence os egípcios e a região passa às mãos dos
selêucidas.
175 a.C. Antíoco IV é coroado. Ordena abolir o culto ao D-us de Israel e
profana o Templo, oferecendo sacrifícios impuros em seu altar.
167 a.C. Os judeus, liderados por um sacerdote ancião Matatias e seus filhos
revoltam-se contra os selêucidas e os vencem.
64 a.C. Pompeu conquista a região.
40 a.C. Os partos surpreendem os romanos e tomam o país.

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39 a.C. Herodes, o Grande, expulsa os partos e, em nome de Roma, reina até


o ano 4 a.C.
4 a.C. Nasce Ieshua (Jesus).
30 Crucificação de Ieshua (Jesus).
66 Os judeus revoltam-se.
70 Tito reprime a revolta dos judeus e destrói, completamente a cidade
de Jerusalém.
132-135 Os judeus revoltam-se pela segunda vez, sob a liderança de Bar-
Kochba; a revolta é dominada por Adriano que destrói Jerusalém,
reconstruindo-a depois como cidade pagã, a qual chama Aelia
Capitolina.
330-634 Jerusalém e arredores passa a estar sob domínio bizantino. Depois da
conversão de Constantino, o cristianismo espalha-se rapidamente.
Muitas igrejas são construídas.
614 Os persas invadem Jerusalém e arredores. Milhares de cristãos são
massacrados e centenas de Igrejas são destruídas.
636 Os muçulmanos conquistam Jerusalém e arredores, fazendo de
Jerusalém a sua terceira cidade santa, depois de Meca e Medina.
1009 O califa fatimita Hakem destrói a Igreja do Santo Sepulcro
juntamente com muitos outros santuários cristãos, espalhando a
guerra e a animosidade por 200 anos entre o Oriente e o Ocidente,
dando origem às cruzadas.
1099 Jerusalém é tomada pelos cruzados e o reino latino é nela
estabelecido.
1187 Saladino, um príncipe muçulmano egípcio, derrota os cruzados
nos Cornos de Hittin, dando fim ao reino Latino do Oriente.
1263 O sultão mameluco Bibars, do Egito, conquista as fortalezas do
litoral que estavam em mãos dos cruzados e que durante os próximos
250 anos permaneceriam sob ocupação mameluca.
1400 Tribos mongólicas, lideradas por Tameriane, invadem Jerusalém e
arredores.
1517 O Império Turco Otomano conquista Jerusalém e arredores,
dominando-a por 400 anos.

1922 O mandato britânico sobre Jerusalém e arredores (ISRAEL) é


confirmado pela Liga das Nações.
1947 A Organização das Nações Unidas adota um plano de partilha para
formar um Estado Judeu e um Estado Árabe.
1948 Fim do mandato britânico. Em 14 de Maio, o Conselho Nacional
Judaico estabelece o Estado de Israel. Tem início a guerra entre

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judeus e árabes, com a invasão do novo Estado pelos países


vizinhos. Assina-se um acordo entre, Israel de um lado, e Egito,
Síria, Jordânia e Líbano, de outro. Israel fica dividida entre Israel e
Jordânia.
1967 5 de junho. Irrompe uma guerra entre árabes e Israel. Ela termina
depois de seis dias de lutas com a ocupação, por Israel, da Península
do Sinai, das colinas do Golan e da margem ocidental do Rio Jordão.
1973 6 de outubro. Irrompe mais uma guerra entre árabes e israelenses.
Depois de 16 dias de batalhas, o cessar-fogo é conseguido.

Esperamos e oremos para que a paz venha num futuro próximo; que judeus e
árabes, que viveram pacificamente durante séculos, possam encontrar a paz, depois de
décadas de animosidade, e que os dois povos convivam e trabalhem juntos outra vez
para a prosperidade e pelo futuro desta terra (Extraído do livro: “A Terra Santa em
Cores”, por AMI AWWAD, páginas 3,4).

Relação com fronteiras vizinhas

Porque apoiar, orando, pelo Estado Israelense?

Diria que Israel é um milagre palpável e “fotografável”


“...porque teus filhos voltarão para os seus termos”. Jeremias 31:17

Israel: Seis fronteiras e UM destino!

O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a
Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com
o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul.

O futuro de Israel depende da convivência pacífica com os quatro países árabes


vizinhos e com os milhões de palestinos estabelecidos nos territórios da Faixa de Gaza
e da Cisjordânia. Hoje, seis países árabes fazem fronteira direta com o Estado
Israelense, são elas:

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FRONTEIRA LIBANESA – Não houve alterações na linha de 79 quilômetros que


divide os dois países depois da Segunda Guerra do Líbano, encerrada no dia 11 de
agosto de 2006. Esta continua sendo a fronteira mais tensa de Israel – ninguém pode
passar de um lado para o outro. Jerusalém e Beirute não mantêm relações
diplomáticas. A Defesa Civil israelense recomenda fortemente a seus cidadãos que
evitem a todo custo qualquer tipo de visita ao território libanês.

FRONTEIRA SÍRIA – Depois da libanesa, esta – com 76 quilômetros de extensão –


é a mais tensa e conturbada. As colinas de Golan, ocupadas por Israel durante a Guerra
dos Seis Dias, até hoje são motivo de discórdia entre os dois países. A Síria ameaça
retomar a área ocupada – seja por acordo, seja pela força. Os israelenses não aceitam
se retirar. Há presença judaica na região. Não existe trânsito entre os dois países.

FRONTEIRA JORDANIANA – Israelenses e jordanianos podem cruzar esta


fronteira – com 238 quilômetros de extensão – desde 1994, quando foi assinado o
segundo tratado de paz entre Israel e o país árabe. Os 100 quilômetros entre as cidades
de Ein Gedi e Beit Shean nunca foram definidos. A Jordânia só aceita discutir o caso
se a população palestina participar das negociações. Mas como não há um Estado
palestino oficialmente declarado, Israel não aceita a proposta.

FRONTEIRA EGÍPCIA – Israel espera retornar à normalidade nas relações com o


Egito para preservar o acordo de paz estratégico de 1979 com o seu vizinho.

JERUSALÉM ORIENTAL – A cidade é um dos pomos mais delicados da discórdia


entre árabes e judeus. Os palestinos querem que a parte oriental da cidade – onde
quase todos os bairros são árabes – seja a capital de seu futuro Estado. Mas Israel
recusa-se a negociar essa questão. Não há separações entre os setores ocidental e
oriental de Jerusalém. Ainda assim, muitos israelenses evitam circular pela parte
oriental e preferem não entrar no bairro árabe da Cidade Velha depois que anoitece.

FAIXA DE GAZA – Até 2005, cerca de 8 mil judeus israelenses viviam na Faixa de
Gaza. Mas as 21 colônias foram desmanteladas naquele ano. “Não podemos manter
Gaza para sempre”, disse na época o então primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon.
“Mais de 1 milhão de palestinos vivem lá em condições únicas de superpopulação, em
bolsões de ódio crescente.” Com a remoção dos assentamentos, chegava ao fim uma
ocupação de 38 anos. Hoje, 100% da população é árabe. A Faixa de Gaza é
administrada pela Autoridade Palestina, mas Israel controla o espaço aéreo e as águas
marítimas. Uma cerca de 52 quilômetros percorre toda a divisa.

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Ou seja, cercado pelo ódio, guerras, morte, desavenças com seus vizinhos, mas
por um Plano Soberano do Eterno, Israel vive constantemente o medo de um ataque, o
medo de bombas, o medo de terrorismo; digo isso porque vivi dentro dessa
perspectiva.
O Guardião de Israel jamais dorme e descuida, é o que diz o Salmo 121:4, mas
precisamos interceder por esse povo e por esse país. Respondendo a pergunta inicial,
devemos orar pelo Estado de Israel porque é um mandamento com promessa
(Sl.122:6) e porque precisamos consolar o povo judeu como diz o Profeta Isaías no
capítulo 40 versículo 1.

Não fosse a Mão do Eterno D-us, Israel não existiria!

Quem são seus "inimigos"

Notem que, propositalmente, coloquei "inimigos" entre aspas. Não vou dizer
que o inimigo do povo judeu são os árabes e vice-versa, NÃO!

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Na realidade essa guerra consiste em um pensamento, uma idéia que pode


ser aceita por qualquer pessoa independente de religião.

Hoje, muitos judeus e árabes convivem pacificamente dentro do território


Israelense.
Se você for ao Mahanê Iehuda, por exemplo, que é o mais famoso mercado ao
céu aberto de Jerusalém (que eu recomendo que você vá, e recomendo boas tâmaras
também) você encontrará sem nenhuma dificuldade, judeus falando em árabe, e árabes
falando em hebraico, cada um trabalhando sem nenhum problema ou conflito. Outro
exemplo, ocorre nos restaurantes de Jerusalém. No Shabat (Dia Sagrado para os
Judeus) muitos religiosos judeus com suas famílias e amigos vão ao restaurante para
ali fazerem a Cabalat Shabat (Recepção do Sábado) e você, com certeza, encontrará
jovens árabes servindo aos judeus em meio a um dos rituais mais sagrados para o
Judaísmo. Vivenciei muitos casos de bons relacionamentos de árabes com judeus na
Terra de Israel.

Logo, eu insisto que essa guerra consiste em um pensamento, uma idéia que
pode ser aceita por qualquer pessoa independente de religião ou cultura.

É claro que há ainda muitos assuntos a tratar sobre a luta do povo judeu em
defender seu país, mas recomendo dois livros excelentes para um melhor
entendimento desse conflito:

* Filho do Hamas – Autor Yousef, Mosab Hassan – Editora Sextante;

* Assim Nasceu Israel – Autor Jorge Garcia Granados – Editora: Sefer;

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2ª Matéria – ETNIAS RELIGIOSAS


A religiosidade judaica é a
maneira com que o judeu expressa
seu judaísmo. Ao contrário do que
possa parecer externamente, não há
uma unidade religiosa judaica.
Cada judeu expressa sua forma de
religião, de acordo com o
pensamento religioso comunitário
ao qual adere, vamos ver algumas
ramificaçöes posteriormente.

Cultura judaica ou comumente chamado de "Judaísmo" vem desde os tempos


Bíblicos e são os preceitos, mandamentos, ordens, leis que regem a vida de um judeu
praticamente (obediente) as Leis do Eterno. Há um judeu dentro de nós e Ele foi a
Plenitude desses Mandamentos.
Cultura judaica é um conjunto de tradições passadas de geração à geração pelo
Judaísmo, que é a Tradição Oral mais os Mandamentos.

Surgimento da designação “Judeu”

O nome “judeu” é sinônimo de


Israel e vem desde Babilônia. Vamos
entender. Os filhos de Jacó formaram as
12 tribos de Israel. Conquistaram a Terra
de Canaã e Josué a repartiu entre as
tribos. Nos tempos de Roboão e Jeroboão
houve o rompimento e formaram dois
reinos:

 Reino do Norte (as dez tribos de


Israel) – Rei Jeroboão.

 Reino do Sul (Judá, Benjamim – veja 1 Reis 12) – Rei Davi – Rei Salomão –
Rei Roboão.

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A designação do Povo de Israel comumente chamado de “JUDEUS” veio só depois


da divisão dos Reinos do Norte e Reino do Sul. Segundo a raiz etimológica das
palavras hebraicas podemos explicar isso. Podemos encontrar a palavra para a
designação do Povo Escolhido que são os Filhos de Jacó, Israel, que seria ‫ישראלי‬
“Israeli”, em português “Israelitas”. Essa palavra é citada em toda Torá, em todos os
Profétas e em todos os Escritos Bíblicos, ou seja, em todo 1º Testamento, somente 3
vezes, veja a imagem a seguir:

Em cima segue os textos em hebraico como base e a tradução, logo fica


provado que antes da divisão dos Reinos em Israel a designação para os Filhos de
Israel foi sempre ‫ ישראלי‬Israeli (Israelitas).

Veio a divisão e a Briga entre o Rei Roboão, filho de Salomão e entre o Povo de
Israel e toda essa história termina com esse versículo: I Reis 12:19 Assim se
rebelaram, transgrediram, revoltaram, desligaram os israelitas da casa de Davi, até
ao dia de hoje.

‫ – הזה היום עד דוד בבית ישראל ויפשעו‬Vaifsheu (Se rebelaram) – Crime, Pecado, Ofensa,
Transgredir, Violação.

Depois da divisão dos Reinos podemos notar na Escritura uma considerável


diferença para a designação do Povo de Israel na Escritura. Logo após esse
desentendimento do Povo de Israel se separaram do Rei Roboão o Povo seguiu a
Jeroboão e a Palavra passa a usar uma outra designação para o Povo Escolhido.

Eis a palavra: Iehudim (Judeus).


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A palavra Iehudim = Judeus pode ser encontrada mais de 87 vezes em todo o 1º


Testamento, mas o “curioso” é que a 1ª vez que é citada é em 2 Reis 16:6 que diz:

Naquele mesmo tempo Rezim, rei da Síria, restituiu Elate à Síria, e lançou fora
de Elate os judeus (Iehudim – ‫ ; ) יהודים‬e os sírios vieram a Elate, e habitaram ali até
ao dia de hoje.

Ou seja, bem depois da divisão dos Reinos, a Bíblia se refere ao Povo Escolhido
não mais de Israelitas, ou Filhos de Jacó, ou Hebreus e sim, agora, a designação passa
a ser Judeus.

Sabemos que Davi foi o Escolhido de D-us e a promessa estava com Sua
Descendência.

Porque justamente D-us escolheu essa tribo para a designação de Seu


povo? Porque Judeus de Judá?

Porque as palavras têm Poder. Vejamos:

E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá;
Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel. MATEUS 2:6
(Miqueias)

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém, MATEUS 2:1

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Genêsis 49:8 Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de
teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão.
9 Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um
leão, e como um leão velho; quem o despertará?
10 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha
Siló; e a ele se congregarão os povos.

Através de palavras proféticas para Judá, e a escolha soberana do Eterno em


relação a tribo e seus descedentes, hoje temos os Judeus como Povo Escolhido pelo
Eterno.
Dito isso, agora vamos fazer uma análise entre as etnias judaicas (judeus)
religiosas do 1º século e atualmente.

Os Fariseus, os Saduceus, os Essênios e Zelotes

No século I, na Terra de Israel, surgiram alguns grupos entre a população


judaica como consequência das diversas interpretações sobre as fontes e os modos de
viver a religião de Israel.

OS FARISEUS

Nos tempos de Jesus, os mais apreciados pela maioria do povo eram os fariseus.
Seu nome, em hebraico perushim, significa "os separados". Dedicavam sua maior
atenção às questões relativas à observância das leis de pureza ritual, inclusive fora do
templo. Observavam rigidamente os preceitos da lei de Moisés, tanto oral como
escrita. Nos dias de Jesus, gozavam de grande prestígio entre o povo. Eram
considerados grandes mestres da Torá e homens piedosos.
No seu zelo fanático pela lei das purificações e as regras que a tradição
(mishná, gemara, talmud) lhes acrescentara, evitavam todo contato com os
"pecadores", pessoas que, segundo eles, violavam a "lei".
Pouco se interessavam no poder político, mas se tornaram os mentores
políticos de Israel. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os saduceus, que
eram mais abastados e politicamente poderosos. Para o fariseu, a tradição oral
suplantou a lei.
Eles também colocavam uma forte ênfase sobre a providência divina nos
assuntos do homem. Jesus explorou os pecados dessa seita e responsabilizou-a por

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muitos crimes, injustiças e hipocrisias nos seus dias. (Mateus 23:5) Eles acreditavam
na ressurreição e na imortalidade da alma.
As normas de pureza sacerdotal, estabelecidas para o culto, passaram a marcar
para eles um ideal de vida em todas as ações da vida cotidiana, que ficava assim
ritualizada e sacralizada. Junto à Lei escrita (Torah ou Pentateuco), foram recopilando
uma série de tradições e modos de cumprir as prescrições da Lei, às quais se concedia
cada vez um maior apreço até que chegaram a ser recebidas como Torah oral, atribuída
também a Deus. Segundo suas convicções, essa Torah oral foi entregue junto com a
Torah escrita a Moisés no Sinai e, dessa forma, ambas tinham idêntica força
vinculante.

OS SADUCEUS
O nome possivelmente vem de Zadoque, que significa Justo, o sumo sacerdote
dos tempos de Davi ( 2 Sam.8:17, 15:24), que sucedeu Abiatar. Eles aparecem na
história na mesma época que os fariseus. Tal denominação pode ter vindo da palavra
hebraica "Tzadiqim", que significa "os justos".
A seita dos saduceus era pequena, porém muito conceituada, pois os membros
que a integravam eram ricos e influentes.
Enquanto os fariseus eram nacionalistas, a tendência dos saduceus era na
direção da filosofia grega com a cultura grega. Eram os céticos, os materialistas, os
livres pensadores dos dias de Jesus. Não acreditavam na ressurreição, na imortalidade
da alma, nos anjos e advogavam a vontade livre em lugar da providência divina..
Os saduceus gabavam-se de sua fidelidade à letra da lei mosaica, em contra
distinção à tradição oral. Interpretavam a lei e os profetas diferentemente dos outros.
Eram mais políticos do que religiosos e tinham bastante conceito entre os
romanos. Sendo eles um partido político de tendências sacerdotais e aristocráticas,
tinham pouca influência com o povo comum.
Os saduceus eram pessoas da alta sociedade, membros de famílias sacerdotais,
cultos, ricos e aristocratas. Dentre eles,haviam saído desde o início da ocupação
romana os sumos sacerdotes que, nesse momento, eram os representantes judeus
diante do poder imperial. Faziam uma interpretação muito sóbria da Torah, sem cair
nas numerosas questões enfadonhas dos fariseus, e portanto subestimavam o que esses
consideravam como sendo a Torah oral.
Em oposição aos fariseus, não acreditavam na vida após a morte, nem
compartilhavam suas esperanças escatológicas. Não gozavam de popularidade nem do
afeto popular, dos quais desfrutavam os fariseus, mas tinham poder religioso e
político, pelo que eram muito influentes.

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OS ZELOTES
Descendem de Judas de Gâmala, que incitou os judeus a uma revolta contra
Roma, no ano 6 devido ao senso da taxação. Eram chamados zelotes pelo zelo
excessivo da lei de Moisés, o que faziam à custa de espada. Tinham também o nome
de sicários, nome que deriva de sica, arma romana que usavam em defesa da lei
mosaica. Seu alvo era sacudir o jugo romano e anunciar o reino messiânico.
Eram legalistas , messiânicos, nacionalistas, intolerantes dos judeus impiedosos
e de Israel na subjugação aos romanos. Simão, o zelote, foi um dos apóstolos. Eles
precipitaram a revolta em 66 d.C, que levou à destruição de Jerusalém em 70.

OS ESSÊNIOS
Eram uma seita ascética com sede na beira ocidental do Mar Morto. Pensa-se
que houve muitos deles nas vilas e cidades da Israel. Seguiram, o conceito de
comunidade de bens, abstinência , meditação, trabalho zeloso e o celibato.
Eram a sobrevivência dos hasidim (religioso) mais estritos, influenciados pela
filosofia grega.
Representava a extrema direita dos fariseus. Observavam minuciosamente o
cumprimento da Lei. Depois dos fariseus, os essênios eram os mais numerosos entre
os judeus. Eram separatistas e formavam uma verdadeira congregação distinta do
judaísmo, como de outras seitas existentes. Em doutrinas eram parecidos com os
fariseus e odiavam os saduceus.
A partir dos documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias
que iria combinar as linhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatológica. Não são
mencionados no Novo Testamento, mas Filo disse que havia 4.000 ou mais.

OS PUBLICANOS
Era uma classe imposta aos judeus pelos dominadores romanos com a missão
de lhes coletarem os impostos. Funcionários romanos, eram odiados e escorraçados.
Muitos judeus se tornaram publicanos devido à rentabilidade da profissão: o chefe dos
publicanos, em Roma, impunha uma taxa e distribuía aos seus subordinados que, por
sua vez, quadruplicavam e repassavam as taxas, e assim sucessivamente.
Buckland afirma que havia duas espécies de publicanos: os publicanos gerais
que eram responsáveis pela renda do império, frente ao Imperador, e os publicanos
delegados por estes em cada província.
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Os que eram considerados pelas “suas rapinas e extorsões, como ladrões e


gatunos” seriam as classes inferiores dos publicanos, sendo que para tal, os publicanos
gerais nomeavam nas províncias entre os próprios da nação a ser tributada. Sofriam
grande repúdios dos fariseus.

OS ESCRIBAS
O termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres, ou seja, homens
especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Existiram no Antigo
Testamento, porém no Novo Testamento aparecem formando uma classe religiosa.
Quando voltaram da Babilônia, Esdras e Neemias tornaram-se grandes escribas
(Esdras 7.6; Neemias 8.1-4). Quando apareceram os fariseus e saduceus, os escribas
ficaram com os primeiros. Nos dias de Jesus, eram chamados de "doutores da lei". Os
escribas que se ocupavam do ensino eram conhecidos como rabi ou rabinos.
A classe começa a atuar ainda nos tempos do Antigo testamento, em que a
figura do profeta perde o seu valor.
Já no Novo testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas se opõe
aos ensinamentos de Jesus (cf. Marcos 14,1; Lucas 22,1), que os critica duramente por
causa do seu proceder legalista e hipócrita (cf. Mateus 23,1-36; Lucas 11,45-52; 10,46-
47).
Alguns escribas ficariam famosos, por exemplo, Hillel Sammai (pouco antes
de Jesus Cristo), tendo sido ambos líderes de tendências opostas na interpretação da
lei, liberal o primeiro e rigoroso o segundo.
Gamaliel, discípulo de Hillel, foi mestre de Paulo (cf. Atos 22,3), tendo existido
também outros escribas simpatizantes com os cristãos. (cf.Atos 5,34).

Hoje em dia em Israel também existem ramificações do judaismo.

Ramificações do Judaismo Moderno

Judaísmo rabínico é o nome dado ao judaísmo tradicional, que aceita o Tanach


como revelação divina e a Torá Oral também como fonte de autoridade. Recebe este
nome devido ao fato de dar grande valor aos ensinamentos rabínicos através dos
tempos codificados principalmente no Talmud.

Sua principais ramificações são:

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Judaísmo ortodoxo

O judaísmo ortodoxo é um dos três grandes ramos do judaísmo, uma vertente


que se caracteriza pela observação relativamente rigorosa dos costumes e rituais em
sua forma mais primitiva e tradicional, segundo as regras estabelecidas pela Torá e
pelo Talmud. Geralmente o Judaísmo Ortodoxo consiste em duas vertentes diferentes,
a Ortodoxa Moderna e a Ultra Ortodoxa.

Os ortodoxos representam cerca de 15% da comunidade internacional. Os


homens usam chapéu, roupas pretas e não cortam o cabelo junto às orelhas. Os
ortodoxos defendem os hábitos tradicionais. Defendem posições religiosas e políticas
radicais: Não reconhecem as sinagogas não ortodoxas e os mais extremistas alimentam
posições contra os muçulmanos e cristãos.

Crenças

O Judaísmo Ortodoxo é caracterizado pela crença que:

A Torá e suas leis são Divinas, foram transmitidas por D-us à Moisés, são
eternas e inalteráveis.
Há uma lei oral no judaísmo, que contem a interpretação oficial das seções
legais da Torá escrita e também é Divina em virtude de ter sido transmitida por Deus à
Moisés juntamente com a lei oral, como incluído no Talmud, Midrash e inúmeros
textos relacionados, todos intrinsecamente e inerentemente ligados com a lei escrita da
Torá.

Judaísmo conservador

Judaísmo conservador é o nome dado a um dos movimentos judaicos (ao lado


da ortodoxia, da corrente liberal ou reformista.

Causa

Esse movimento consiste na idéia de que o desenvolvimento da cultura do seu


povo pode ter influências de outras civilizações, mas sem perder suas características
próprias. Assim essa doutrina não admite modificações profundas em suas liturgias e
crenças, mas permite a adaptação de alguns hábitos de acordo com a necessidade de
seus fieis. Seus judeus conservadores têm a obrigação de obedecer todos os

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ensinamentos do judaísmo como, por exemplo, as leis relativas ao Shabat e a uma


dieta casher.

Em uma boa parte das congregações judaicas conservadoras o serviço é


igualitário e inclusivo: homens e mulheres sentam-se juntos nos serviços religiosos,
compõem o minián (número mínimo para o serviço) e sobem ao púlpito para ler na
Torá. Isso não é o caso, entretanto, de várias e importantes sinagogas, tanto nos EUA,
como na Grã-Bretanha e em Israel. Mulheres podem ser ordenadas como rabinas.
Geralmente essa doutrina é vista, talvez injustamente, como um meio termo
entre os ortodoxos, à sua direita, e os reformistas, à sua esquerda.

Judaísmo liberal

Judaísmo liberal é um movimento dentro do judaísmo que defende a introdução


de novos conceitos e idéias nas práticas judaicas, com o fim de adaptá-las ao momento
atual.
Para o judaísmo reformista, é contraproducente separar judeus de não-judeus,
encontrado-se seu objetivo comum na espiritualização de toda a Humanidade,
independentemente de crenças, nações ou etnias.
Destaca-se, portanto, neste movimento a tolerância, a autonomia individual, a
flexibilidade nos modos comportamentais (como vestimentas) e uma maior igualdade
de gênero.

Judaísmo messiânico

Entre estes pode-se mencionar o Judaísmo messiânico, o qual adere a práticas


do judaísmo, mas crê em Yeshua ou, em sua forma mais conhecida, Jesus, como o
Messias de Israel, integrando o Novo Testamento nas suas escrituras, dois aspectos
que não fazem parte do judaísmo rabínico.

Dentro das ramificaçoes do Judaismo existem:

Asquenazitas (do hebraico ֲּ‫" כנָזִי אש‬ashkenazi") é o nome dado aos


judeus
provenientes da Europa Central e Europa Oriental. O termo provém do termo do
hebraico medieval para a Alemanha, chamada Ashkenaz (‫)אשכנז‬.

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Nos dias de hoje, o termo asquenazita é utilizado para tratar das tradições
religiosas dos judeus que viviam na Europa Oriental, assim como as de seus
descendentes, espalhados por todo mundo após o Holocausto.
Origens segundo a Torá – Segundo Gênesis capítulo 10, verso 3, Asquenaz foi
um bisneto de Noé, neto de Jafé e filho mais velho de Gômer. Os descendentes de
Asquenaz, conforme a tradição, seriam os citas, que, de acordo com Jeremias 51:27,
viviam nas proximidades do Monte Ararat e eram chamados ashkuza nas inscrições
assírias. A região da Ascania na Anatólia deriva seu nome desse grupo, que acredita-se
ter avançado até a Europa.

Sefaraditas (em hebraico ‫ ספרדים‬sefaradim no plural) é o termo usado para


referir aos descendentes de Judeus originários de Portugal, Espanha, etc.
A palavra tem origem na denominação hebraica para designar a Península
Ibérica (Sefarad ‫) ספרד‬. Os Sefarditas foram responsáveis por boa parte do
desenvolvimento da Cabalá medieval e muitos rabinos sefaraditas escreveram
importantes tratados judaicos que são usados até hoje em tratados e em estudos
importantes. Sua referência Bíblica: Obadias 1:20 – E os cativos deste exército, dos
filhos de Israel, possuirão os cananeus, até Zarefate; e os cativos de Jerusalém,
que estão em Sefarade, possuirão as cidades do sul.

Resumo para a Avaliação Intermediária 1

01. Discorra sobre o termo “Judeu”

02. Como que um judeu vive e pratica judaismo?

03. Por quê existem tantas ramificações do Judaismo?

04. Quantos países fazem fronteira com o Estado de Israel?

ANOTAÇÕES:

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CAPÍTULO 2
3ª Matéria – Textos Extra-Bíblicos: Gemará, Mishna,
Talmud

Para entender esses Textos Extra Bíblicos precisamos entender qual é a Base de
Tudo, que é a Torá.

O QUE É A TORÁ

“... Tudo o que existiu, existe e existirá até o fim dos tempos está incluído na
Torá, os Cinco Livros de Moshé (Moisés)... e não apenas no sentido geral, mas
inclusive os detalhes de cada pessoa, individualmente..." – Palavras de Rabi
Eliahu (Gaon de Vilna).

Como já dito, toda palavra no hebraico possui uma raiz e a raiz da palavra
Torá é “horá” que significa Ensinamento, Direção, Apontamento.
A Torá ensina ao homem o caminho que terá que seguir se optar por viver
de acordo com os desejos e diretrizes de D-us.
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Aquele que estuda a Torá precisa viver de uma forma que honre e eleve
Seus Ensinamentos. Sua vida e conduta devem refletir a sabedoria, piedade,
compaixão e todos os outros ideais incorporados pela Torá.
Existe uma concepção errônea generalizada de que a Torá é simplesmente
um livro de lei e história judaico-Divina. A verdade é que a Torá representa a
Vontade e a Sabedoria do Criador.
O Pentateuco, em sua totalidade, é perfeito e aquele que o estuda com o
espírito preparado - e com todo o respeito que merece - conecta-se de imediato
com D-us. Pois o Senhor de Tudo, cujo Saber é Infinito, “condensou” Sua
Sabedoria em Sua Torá, para que o homem possa entender o pouco sobre Ele
que pode ser compreendido pelo entendimento humano.
A Sabedoria de D-us está oculta em suas palavras, cabendo a cada um dos
que a estudam, seja este sábio ou iniciante, tentar desenterrá-la. No entanto, é
preciso lembrar-se que a Torá, em sua plenitude, originou-se de D-us e que cada
um de Seus Ensinamentos que já foi ou venha a ser praticado, foi transmitido a
Moisés (Ecles. 1:10) no Monte Sinai.
O Judaísmo considera a Torá sua obra mais sagrada, Divina, e as Leis
Bíblicas são consideradas mais importantes. O Judaísmo vê a Torá, os Cinco
Livros de Moshê (Moisés) como a palavra literal de D-us. A Torá abarca todos
os assuntos sobre nossa vida e cotidiano e a estudamos para entender como nos
relacionar e agir diante de cada uma das situações de nossas vidas.
Enfim, definitivamente a Torá é o nosso Manual de Existência, sem Ela
não poderíamos enfrentar nossos problemas em um âmbito mais Divino.

Mas para começar, a Torá é bastante vaga, por exemplo, a Torá diz "não
trabalhar" no Shabat (Sábado). Mas o que é "trabalhar?" Para responder a esta e outras
perguntas, D-us explicou toda a Torá oralmente a Moshê.

LEI ORAL

Até Deuteronômio, que é escrito como o testemunho de Moshê (Moisés), foi


escrito por ordem expressa de D-us. D-us ditou o livro como se Moshê estivesse se
dirigindo ao povo.
Os judeus acreditam que a Torá inteira (os Cinco Livros de Moshê) foi escrita
por Moshê segundo ditada por D-us. Isso inclui todos os eventos nela registrados
desde o tempo da Criação.

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Os judeus acreditam que D-us ditou a Moisés as 79.847 palavras num Rolo de
Torá e 304.805 letras, letra por letra, por esse motivo, Moisés ficou 40 dias no Monte.
Juntamente com o texto escrito da Torá, D-us deu a Moshê uma explicação oral.
Portanto, podemos falar sobre duas Torot (plural de Torá) – a Torá Escrita e a
Torá Oral. Elas complementam uma à outra e um verdadeiro entendimento de ambas
revelará que são a mesma.
Em muitos casos a Torá (escrita) refere-se a detalhes que não estão incluídos no
texto, assim aludindo a uma tradição oral. Por exemplo, a Torá declara em (Devarim –
Deuteronômio 12:21): "Abaterás teu rebanho… como Eu te ordenei", implicando uma
ordem oral sobre o abatimento ritual. Da mesma forma, tais mandamentos como
Tefilin (Devarim – Deuteronômio 6:8) e Tsitsit (Bamidbar – Números 15:38) são
encontrados na Torá mas não são fornecidos detalhes e presume-se que estarão na
Torá Oral.
E também, embora guardar o Shabat seja um dos Dez Mandamentos, nenhum
detalhe é fornecido sobre como deveria ser guardado, e estes estão também na tradição
não escrita.
D-us assim declarou (Irmiáhu – Jeremias 17:22) – "Manterás o Shabat
sagrado, assim como ordenei a teus antepassados."

A Torá Oral era para ser originalmente transmitida boca a boca. Foi passada de
professor para aluno de tal maneira que se o estudante tivesse quaisquer dúvidas ele
poderia perguntar e assim evitar ambigüidade.
Um texto escrito, no entanto, não importa o quanto seja perfeito, está sempre
sujeito à má interpretação. Além disso, a Torá Oral deveria cobrir a infinidade de casos
em que poderiam surgir no decorrer do tempo. Moisés então explicou a Torá inteira
oralmente ao povo. Esta explicação, portanto, é denominada Torá Oral.

No Monte Sinai, foram entregues duas Torot: A Torá Escrita (o Pentateuco) e a


Torá Oral.
A Torá Oral inclui desde leis e ramificações das leis da Torá Escrita, até estudos
sobre a parte oculta da Torá e comentários e explicações sobre as mitsvot
(mandamentos). Tanto as leis que foram entregues a Moshê no Sinai, quanto as
conclusões e explicações alcançadas em cada geração são consideradas parte da Torá
Oral.
Além de receber muitas explicações e detalhes das leis, Moshê recebeu também
regras hermenêuticas para derivar leis da Torá Escrita e para interpretá-la.
Leis e detalhes envolvendo ocorrências comuns do dia-a-dia foram transmitidos
diretamente por Moshê. Juntamente com as leis em si e as regras de derivação, D-us
deu a Moshê muitas orientações sobre como e sob quais condições decretar aquelas
leis.

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A Torá Oral foi transmitida de boca a boca de Moshê a Iehoshua (Josué), depois
aos Anciãos, aos Profetas e aos homens da Grande Assembléia.
A Grande Assembléia (Sinédrio, San HeDrin, em hebraico que significa:
Sentados Juntos) era liderada por Ezra (Esdras) no início do Segundo Templo e ele
codificou grande parte da Torá Oral numa forma que pudesse ser memorizada pelos
judeus da época e pelas gerações.
Esta codificação era conhecida como Mishná. Esta Mishná foi exigida para ser
entregue palavra por palavra exatamente como tinha sido ensinada. Durante as
gerações que sucederam a Grande Assembléia, a Mishná foi expandida pela nova
legislação e leis de casos.

Controvérsias começaram a surgir

As controvérsias começaram a surgir, variações na Mishná dos vários mestres


começaram a aparecer. Ao mesmo tempo, a ordem da Mishná foi melhorada,
especialmente por Rabi Akiva.
Para acabar com as disputas, Rabi Iehuda, o Príncipe, redigiu uma edição
definitiva da Mishná que é aquela que temos hoje. Esta foi terminada no ano de 188
A.E.C, Antes Era Comum (Antes de Cristo) e publicada aproximadamente 30 anos
depois. Dividiu a Torá sistematicamente em seis ordens e subdividiu estas ordens em
tratados, com um total de 63 tratados entre as seis ordens.

Tora Oral, Porque Escreve-la?

Desde o Monte Sinai, a Torá Oral - como seu nome bem o indica, só foi
transmitida oralmente. Por razões várias, os sábios judeus nunca permitiram que fosse
escrita.
Mas, uma vez destruído o Segundo Templo, os líderes judeus começaram a se
preocupar que a Torá Oral, sendo tão maciça e complexa, cairia no esquecimento em
virtude da opressão romana e a conseqüente dispersão do povo judeu. No ano de 188
a.E.C., o Rabi Iehuda, o Príncipe, sábio cuja inigualável liderança e vastidão de
conhecimentos sobre a Torá lhe valeram o título de o “Rabi (do Talmud)”, finalmente
terminou de compilar a Mishná.

Ou seja, mil e quinhentos anos após a outorgada da Torá no Monte Sinai,


escreveram a Mishná. Centenas de anos mais tarde, já no final do séc. IV da E.C.
(depois de Cristo), o Rabino Ashi, importante sábio babilônico, iniciou a compilação
de todo o Talmud. Seus discípulos e os alunos destes deram continuidade à gigantesca
obra de redigi-lo.

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No entanto, diferentemente da Mishná, o Talmud nunca foi oficialmente


completado por nenhum erudito em particular; daí dizer-se que “ainda está por ser
terminado”.

Através dos séculos, suas palavras e ensinamentos foram meticulosamente


analisados, interpretados e explicados por incontáveis sábios, estudiosos e mestres.
É geralmente comparado ao oceano sua vastidão é tremenda, mas sua
profundidade é incomensuravelmente maior. De fato, é um fiel testamento da Infinita
Torá de D-us.

O que é o Talmud

A partir de sua raiz etimológica, “Talmud” e “Talmid (aluno)” vem da mesma


raiz que significa Estudar, Aprender, Treinar. O Talmud define e dá forma ao
judaísmo, alicerçando todas as leis e rituais judaicos. Enquanto a Torá apenas alude
aos Mandamentos, o Talmud os explica, discute e esclarece.
Não fosse este, não seria possivel o entendimento e muito menos cumpriríamos
a maioria das leis e tradições da Torá e o judaísmo não existiria.
O Talmud não é apenas uma exposição massuda da lei e doutrina judaicas - é
parte da Torá. Ao estudar Talmud, lembre-se que está estudando Torá, e que a Torá
deve ser abordada com respeito e humildade.

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O Talmud (em hebraico: ְ‫ )לּמוד ת‬é um registro das discussões rabínicas que
pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o
judaísmo rabínico, perdendo em importância apenas para a Bíblia hebraica.

O Talmud é formado por dois componentes:

* A Mishná (c. 200 d.C.), o primeiro compêndio escrito da Lei Oral judaica;
* A Gemará (c. 500 d.C.), uma discussão da Mishná e dos escritos tanaíticos que
frequentemente abordam outros tópicos, e são expostos amplamente no Tanakh.

Sabedoria do Talmud

O Talmud é uma mescla de arte e ciências: é o livro da legislação judaica -


técnico e preciso - mas é também uma enciclopédia e uma obra magistral de sabedoria,
jamais igualada na história da humanidade.
Sua definição formal é a de ser a compilação da Lei Oral, que foi transmitida
por D-us a Moisés, no Monte Sinai, tendo sido estudada e dissecada, através dos
séculos, pelos sábios que viviam em Israel e na Babilônia, até o início da Idade Média.
O Talmud discute uma grande variedade de assuntos - uns sublimes, outros mundanos
- mas todos, de alguma forma, refletem o relacionamento e envolvimento de D-us com
este Seu mundo.
Discute o que há de mais importante e, às vezes, o que aparenta ser totalmente
irrelevante na lei judaica. Porém, oculto em suas lições, escondem-se profundos
segredos e ensinamentos espirituais.

Estudo em chavruta (conjunto)

Resumindo, o Talmud é um complemento da Bíblia. Preenche as lacunas e


explica as leis da Torá. Além disso, inclui histórias e ditos que tanto direta quanto
alegoricamente oferecem a filosofia e sabedoria do Judaísmo. No entanto, o Talmud é
um texto difícil de ler porque contém muitas discussões (que ocorreram durante
centenas de anos) na forma de prova e refutação. E é altamente aconselhável estudar o
Talmud em conjunto, nunca sozinho.

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Mishná

A Mishná, é uma compilação de opiniões e debates legais sobre a Torá. As


declarações contidas na Mishná são tipicamente concisas, registrando as opiniões
breves dos rabinos debatendo algum tópico, ou registram apenas um veredito anônimo,
que aparentemente representava uma visão consensual. Os rabinos registrados na
Mishná são chamados de Tanaim.
Na medida em que suas leis estão ordenadas pelo assunto dos tópicos, e não
pelo conteúdo bíblico, e a Mishná discute cada assunto, individualmente, de maneira
mais extensa e inclui uma seleção muito maior de assuntos judaicos. A organização da
Mishná tornou-se, desta maneira, a estrutura do Talmud como um todo. Porém nem
todos os tratados da Mishná possuem uma Gemará correspondente.

Conteudo da Mishna
Os 63 volumes da Mishná são divididos em seis seções, cada uma sobre uma
área diferente da antiga vida judaica: Agricultura, Dias Festivos, Lei Civil, Relações
Familiares, Sacrifícios no Templo Sagrado e Pureza Ritual. Quarenta deles
acompanham o comentário talmúdico, consistindo de enormes livros abarrotados de
escrita em aramaico, um idioma semítico extinto que usa o alfabeto hebraico. O
Talmud segue a estrutura de seis seções da Mishná.

Gemará ‫גמרא‬

A palavra significa "completude", em hebraico, do verbo gamar (‫)גמר‬,


"completar". A Gemará se focaliza principalmente na elucidação e elaboração das
opiniões dos Tanaim (rabinos da Mishná). Os rabinos do Gemará ficaram conhecidos
como Amoraim (no singular Amora, ‫)אמורא‬. Nos três séculos que se seguiram à
redação da Mishná, os rabinos de Israel e da Babilônia analisaram, debateram e
discutiram aquela obra.

Estas discussões foram a Gemará (‫)גמרא‬.

Boa parte da Gemará consiste de análises legais. O ponto de partida para a


análise é uma declaração legal existente em determinada Mishna. A declaração é então
analisada e comparada com outras declarações.
Outra função importante da Gemará é identificar a base bíblica correta para
determinada lei apresentada na Mishná, esta atividade era conhecidade como talmud,

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muito antes da existência do Talmud como texto. A Gemará é a base de todos os


códigos da lei rabínica, e é muito citada no resto da literatura rabínica (Mishna).
A Gemará pode dissecar e divagar sobre os ditames da Mishná, estabelecer
conexões entre seus diferentes assuntos e esclarecer aparentes contradições, mas não
pode abertamente discordar da mesma. A Mishná surge como o árbitro final em
qualquer litígio talmúdico, e é da Mishná que provê a Gemará de sua base
organizacional e factual. Cada uma das leis talmúdicas precisa ter uma fonte e esta é
encontrada na Mishná.

Conclusão

Os textos extra-bíblicos abordam todos um mesmo livro, a Torá. O Talmud é a


junção entre a Mishná e a Gemará. A Mishná trata de um assunto especifico da Torá, e
a Gemará trata da interpretação da Mishná. Esse estudo forma o Talmud. Os judeus ao
longo dos tempos tratam com muito respeito esses textos extra-bíblicos pois todos eles
tem a função de interpretar de melhor forma a Palavra de D-us.
Quando o assunto para um judeu é Torá e D-us a reverência pode ser sentida e
vista a quilometros de distância.

4ª Matéria – Ciclos da Vida Judaica

Essa matéria tem como o objetivo de mostrar os ciclos da vida judaica.


Processos, passagens e rituais marcam a vida de um judeu.

Nascimento

Nome, uma Força Vital – No conceito do Judaísmo, a noção de um nome de


uma pessoa nos informa a respeito de suas ações e caráter e aplica-se não apenas a
indivíduos, mas sobre a geração como um todo.

Temos muitos exemplos bíblicos de nomes na Escritura. Eles refletem a


personalidade da pessoa e também uma especie de profecia, por exemplo, a nora do

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Sacerdote Eli quando teve o seu filho e descobriu que a Arca de Aliança tinha sido
roubada, ela batizou seu filho de: “I-Cavod, que significa: Foi-se a Glória”
simbolizando um periodo amargo que a nação de Israel passaria daquele momento em
diante.

Exemplos de nome na Escritura:

Noach (Noé) significa: Descanso;


Avraham (Abraão) significa: Pai de Muitas Nações;
Iehonatan (Jônatas) significa: D-us deu;
Ieshua (Jesus) significa: Salvação;

Assim, vemos que o nome de uma pessoa indica os traços de caráter que ela
provavelmente possuirá. A partir desse nome, podemos deduzir que tipo de pessoa é, e
como são suas ações.
A educação começa no nascimento. A psicologia defende que o ser humano é
influenciado pelo contexto social desde seus primeiros momentos de vida; tais
influências permitem que se estabeleça um padrão comportamental, o que é entendido
popularmente como “personalidade” — conceito que o rei Salomão ensinava há
mais de 2800 anos.

‫יָּסור ממנָה‬-‫יַזְׁ ֹלא‬-‫גַם כי‬ ‫ ְׁ רכֹו‬-‫ו חנ ְֹך ל ע על‬.


,‫קין‬ ‫ ד‬-- ‫ פי‬,‫ַנ ר‬
Pv 22:6 Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não
se desviará dele.

‫ חנך‬chanach (Lê-se: rranarr)


1) treinar, dedicar,
inaugurar 1a1) treinar,
instruir
1a2) dedicar

A palavra hebraica Chinuch significa muito mais do que simplesmente


educação no sentido de dar à criança fatos e números para serem assimilados. Chinuch
significa moldar o caráter da criança e guiá-la, passo a passo, pelos caminhos que a
ajudarão a torná-la uma pessoa íntegra.
Através de gerações, as mães judias faziam seus bebês adormecerem através da
entoação de canções que exaltavam a beleza da Torá. Antes mesmo que a criança
inicie a articulação das sílabas de suas primeiras palavras, o processo educacional já
começa no nascimento, pois no berço ela já observa e absorve o que se passa ao seu
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redor.

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A escolha de um nome

Quando D-us fez o primeiro homem, Adam, instruiu-o a dar nomes a tudo que
Ele criara. Sabios Judeus dizem que Adam compreendia as origens de todas as
criaturas e assim era capaz de designar para cada coisa um nome apropriado
correspondente à sua fonte no céu.
Semelhantemente, segundo a tradição, os pais recebem uma inspiração Divina
ao selecionarem nomes para os seus filhos. Deste modo, não importa qual o nome
escolhido, certamente ele será o mais adequado para aquele menino ou menina. Um
nome ajuda a estabelecer um elo entre a criança e a herança do seu povo. Geralmente é
selecionado através do vasto tesouro de nomes encontrados na Torá e no Talmud ou
em nomes tradicionais judaicos que foram dados a crianças judias no decorrer de
gerações.

Quando é dado o nome

Um menino recebe seu nome na cerimônia de Brit Milá (circuncisão), enquanto


que o da menina é dado na sinagoga no dia em que é lida a Torá. Alguns pais
costumam dar nome à filha na primeira leitura da Torá, que se segue ao nascimento;
outros ainda preferem esperar até o primeiro Shabat. Durante a leitura da Torá, uma
prece especial é recitada pela saúde da mãe e da filha, quando então é dado o nome.

A fala

Assim que a criança começa a falar, inicia-se uma nova fase em sua vida.
Versículos da Torá lhe são ensinados, a recitação do "Shemá Israel (Ouve Israel Dt
6:4)", antes de dormir, "Modê ani (Eu agradeço a Ti)", ao acordar, demonstrando desta
forma, em cada ato e em cada pequena prece, que existe um Criador que nos cuida e
nos envia bênçãos a cada dia e quer que a gente cumpra Seus mandamentos, as
mitsvot, através da Torá, Seu Guia de vida.

O quarto de um bebê não deve ser "ornamentado" somente no aspecto físico,


que engloba dezenas de brinquedos e objetos coloridos. A preocupação de seus pais
deve ser de proporcionar uma paz e proteção espiritual através da aquisição de livros
sagrados entre os quais o Sidur (Livro de rezas judaicas), Chumash (Torá) e Tehilim
(Livro do Salmos). Uma caixinha de Tsedacá (caridade) deverá ser colocada na
prateleira de seu quarto, como um lembrete constante e encorajamento a repartir a sua
mesada com os menos favorecidos, no decorrer de cada dia de sua vida.

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AOS 8 DIAS DE IDADE

Brit Milá (Circunsição): Trauma ou alegria?

Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem atravessado tantas eras e vencido
tantas perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra, tem sobrevivido, de
Avraham Avinu (Abraão, nosso Pai) até os dias de hoje. Atualmente, no entanto,
muitos judeus têm deixado de realizar a mistvá (mandamento) de Brit Milá em seus
bebês, um dos mais antigos preceitos ordenados por D-us na Torá. Alegam as mais
diversas razões para isto, indo desde trauma psicológico, diminuição da tolerância à
dor até a diminuição do desejo sexual.
Sem base científica, ou fatos que apontem para qualquer uma destas conclusões,
o resultado tem sido desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em desafios onde
a única lógica na decisão a tomar é a proteção natural que pais desejam garantir ao
futuro e ao bem estar de seus filhos.

"Porque eu deveria fazer o brit milá (circuncisão) em meu filho? É cruel. Não posso
fazer algo tão bárbaro que o marcaria psicologicamente para o resto da vida!"

"Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?"

"Este procedimento é arcaico, fora de moda e arriscado."

"Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo hipócrita!"

Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou decisão, não escutam o outro
lado da questão? Afinal, deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente ainda há
muitos, arriscariam a vida emocional de seus filhos submetendo-os ao Brit Milá.

Então, que tal dar uma chance?

Do ponto de vista médico


Um estudo no New England Journal of Medicine (1990) registrou uma taxa de
complicação por volta de 0,19% quando a circuncisão é realizada por um médico.
Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%, aproximadamente 1 em 1.000.

MOHEL

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Um mohel (em hebraico: ‫מוהל‬, mo'hel) é um judeu treinado na prática da Brit


milá (circuncisão). Para os judeus, a circuncisão é obrigatória, como é prescrito na
Torá: No Livro do Gênesis como uma marca da Aliança entre D-us e os descendentes
de Abraão: "Ao longo de todas as gerações, cada macho será circuncidado, quando ele
é de oito dias de vida ... Esta será a minha aliança na vossa carne, uma aliança eterna .
O incircunciso, cuja prepúcio não foi circuncidado, deve ter sua alma extirpada do seu
povo; quebrou a minha aliança "[1] e Em Levítico: "D-us falou a Moisés, dizendo-lhe
para falar com os israelitas:. Quando uma mulher concebe e dá à luz um menino ... no
oitavo dia, a carne do prepúcio será circuncidado".

Biblicamente, o pai da criança (avi haben) é ordenado para realizar a


circuncisão de seu filho. No entanto, como a maioria dos pais não se sentem
confortáveis ou não têm o treinamento, designará um mohel. O mohel é especialmente
treinado na circuncisão e para os rituais que cercam o procedimento. Muitos
mohelim são médicos ou rabinos (e alguns são ambos). No entanto, todos são
obrigados a receber formação adequada, tanto do campo religioso e médico.

DO PONTO DE VISTA MÉDICO

Quando ocorre uma complicação, geralmente trata-se de sangramento


excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum outro procedimento cirúrgico chega
a tais índices de operações livres de complicações. Um estudo mostrou que em torno
do oitavo dia, os níveis de protombina atingem 110 por cento do normal.
Uma razão pela qual há tão poucas complicações envolvendo o sangramento
deve-se aos agentes coaguladores mais importantes, a protombina e a vitamina K, que
atingem os níveis máximos no sangue até o oitavo dia de vida.
Os níveis de protombina são normais ao nascer, caem a níveis muito baixos nos dias
seguintes, e voltam ao normal no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou que
por volta do oitavo dia, os níveis de protombina atingem 110% do normal.
Nas palavras do Dr. J. Quick, autor de diversas obras sobre controle de
hemorragia, "Não parece acidental que o ritual da circuncisão fosse adiado até o oitavo
dia pela Lei Judaica." Além disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção
praticamente completa contra o câncer peniano.
Segundo um recente artigo no New England Journal of Medicine, nenhum dos
mais de 1.600 homens com este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados na
infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen e McCurdy, a incidência de câncer
peniano nos Estados Unidos é "praticamente zero" entre homens circuncidados.

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Como resultado de estudos como esses, diversas organizações médicas de


prestígio reconheceram os benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da
Califórnia tem endossado a circuncisão como uma "efetiva medida de saúde pública."

No entanto, não é por nenhuma destas razões que ainda é realizada a mitsvá
(mandamento) de Brit Milá (circuncisão). E sim, Uma conexão espiritual.

A circuncisão tem sido praticada em judeus do sexo masculino há quase 4.000


anos, desde que Avraham (Abraão) assim foi ordenado por D-us.
A verdade é que não há argumento "lógico" para cortar um pedaço de carne de
um bebê indefeso. Em lugar algum a pessoa tem mais potencial para expressar
comportamento "bárbaro" que no desejo sexual. É por isso que o Brit é feito neste
órgão específico. Se trouxermos santidade em nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa
de trazer santidade em todas as outras partes de nosso ser.
O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros donos de nossos impulsos e
emoções e a controlar nossos desejos mais primitivos direcionando-os a buscas
espirituais.
Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma barreira que impede o
crescimento. Quando a Torá fala sobre aproximarmo-nos de D-us, nos conclama a
"remover a Orla (invólucro) de seu coração" (Devarim – Deuteronômio 10:16).
Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99 anos, D-us adicionou a
letra hebraica "hei" ao seu nome. "Hei" é parte do próprio nome de D-us, significando
que por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma dimensão de espiritualidade
ao corpo físico.

O Brit Milá é um preceito positivo da Torá na qual D-us ordena realizar a


circuncisão de todo menino judeu. É um dos rituais mais sagrados e como é efetuado
sem a consciência da criança, significa um ato de fé acima da lógica, mantido através
das gerações; é sinônimo de uma aliança viva e eterna entre o homem e D-us.

O primeiro Brit Mila

Brit Milá é o sinal especial que tem distinguido o judeu dentre as nações, desde
quando o patriarca Avraham circuncidou a si mesmo e a todos os de sua casa, por
ordem Divina, na idade de 99 anos.
Quando Ishmael (Ismael), o primeiro filho de Avraham, fez o Brit milá, já
possuía 13 anos, estava completamente capacitado a compreender este mandamento.
Estava orgulhoso de sua decisão em submeter-se racionalmente a um preceito de D-us.
Sua aceitação do Brit Milá estava limitada à razão.

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Itschac (Isaque), por outro lado, nasceu um ano após ter sido ordenado a
Avraham fazer o Brit e foi circuncidado com apenas oito dias, um bebê sem o
desenvolvimento intelectual.

Lei Judaica

Pela Halachá, Lei Judaica, um judeu deve circuncidar seu filho no oitavo dia
após o nascimento, quando sua faculdade da razão ainda não está desenvolvida. Isto
significa que um judeu está ligado e comprometido com D-us o mais cedo possível, de
um modo absoluto e abrangente, que transcende sua razão e percepção.

O dia do Brit Milá

O Brit é executado no oitavo dia subsequente ao nascimento da criança. Por


exemplo, se a criança nasceu no domingo (do pôr-do-sol de sábado até o pôr-do-sol de
domingo) o Brit é realizado no domingo seguinte. Isto se aplica mesmo quando o
oitavo dia cai num Shabat (desde que o nascimento tenha sido de parto normal —caso
tenha sido de cesariana, o Brit é adiado para o dia seguinte).
A circuncisão é realizada através de um "Mohel", homem temente a D-us,
cumpridor dos preceitos judaicos e versado na prática da circuncisão, conforme as leis
da Torá.
É o Mohel que decide se a criança está apta ou não a ser circuncidada. Se
decidir que ela não está fisicamente capacitada a se submeter à circuncisão no tempo
prescrito, por estar com icterícia, se encontrar abaixo do peso mínimo exigido (kg) ou
algum outro problema, o Brit é adiado. Uma vez atrasada a cerimônia, ela não poderá
ter lugar num Shabat, mas deverá ser realizada na primeira oportunidade.
Sempre que praticável, o Brit deve ser realizado pela manhã como sinal de
nossa urgência em cumprir uma mitsvá (mandamento), a vontade de D-us. Nunca deve
ser realizado à noite.

AOS 3 ANOS DE IDADE

Os judeus tradicionais geralmente esperam um menino completar três anos


antes de fazer seu primeiro corte de cabelo. Isso é chamado "Opshernish" - uma
palavra iídiche (dialeto hebraico) que significa "cortar fora." O terceiro aniversário é
uma etapa importante na vida de um menino judeu. É quando ele inicia oficialmente
sua educação de Torá, e começa a usar kipá e tsitsit.

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Por que três anos?

A Torá compara uma pessoa a uma árvore:

"Uma pessoa é como uma árvore do campo..." (Devarim – Deuteronômio 20:19) –


Biblia Hebraica

‫כי הָאדם עץ השדה‬

A idéia de três anos como etapa de transição deriva da mitsvá (mandamento) de


Orlá (prepúcio). A Torá diz que se você plantar uma árvore, todos os frutos que
crescerem durante os primeiros três anos são "orlá" - fora do alcance (Vaicrá –
Levítico 19:23). Assim como o fruto Orlá está fora de alcance por três anos, assim
também deixamos o cabelo de uma criança em paz durante seus primeiros três anos.

Bloqueio espiritual

O termo "Orlá" aparece em três referências diferentes na Torá:

1) Frutos; 2) Brit Milá, e 3) A busca da verdade.

Mas o que significa literalmente a palavra "orlá"? E qual a conexão entre estas
três referências?

A primeira referência, em Vaicrá – Levítico 19:23, é que os frutos que crescem


durante os três primeiros anos são classificados de "orlá" e não são comidos.
Nachmânides (importante sabio judeu) explica que enquanto a árvore ainda é imatura,
há um excesso de formação de fluidos nos frutos, o que pode ser prejudicial, caso
ingerido. Orlá, como definido por Nachmânides, significa "bloqueado."
A segunda, e talvez mais famosa referência à "orlá," é o prepúcio que é
removido durante a circuncisão (Bereshit – Gênesis 17:11). Os comentaristas explicam
que aqui, também, orlá refere-se a bloqueio - neste caso, bloqueio espiritual. Um
menino judeu não recebe a medida total de sua alma até que a circuncisão seja
realizada, e por este motivo a Torá registra a conseqüência de "extirpação espiritual"
para qualquer judeu do sexo masculino que não tenha um Brit Milá (Bereshit 17:14).
A terceira referência à "orlá" é quando D-us diz ao povo judeu "para remover a
orlá do coração" (Devarim - Deuteronômio 10:16). Aqui a referência é simbólica; o

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Todo Poderoso está exortando as pessoas a buscarem a verdade. Fazer isso exige que
se remova aquilo que impede a pessoa de enxergar a verdade - "as barreiras do
coração."
Portanto, é apropriado que o dia do opshernish do garoto (quando ele
simbolicamente deixa a categoria de "orlá" juntamente com seu cabelo) seja também o
dia em que ele tradicionalmente inicia sua educação de Torá. Pois o estudo de Torá é a
maneira básica de desligar o bloqueio espiritual, e remover as barreiras que impedem a
pessoa de enxergar a verdade.
Conforme vai se livrando de seu cabelo, o menino sente que está entrando em
uma nova etapa. Este é o dia de remover as barreiras.

Costumes

O terceiro aniversário de um garoto judeu é um evento especial repleto de


importância. Para o corte de cabelo em si, é costume que membros da família e amigos
dêem uma aparada. O primeiro corte é feito na frente da cabeça, no local onde o
menino mais tarde colocará seu tefilin ao se tornar Bar Mitsvá.
Após aparar o cabelo, as pessoas dão ao menino uma bênção para obter sucesso
na Torá, e também lhe dão dinheiro, que ele é encorajado a colocar na tsedacá (caixa
de caridade).

O primeiro corte de cabelo geralmente deixa o menino com as "Peiot


(costeletas)". Esta é uma glorificação do mandamento de não cortar o cabelo rente nos
lados da cabeça (VaIicrá – Levítico 19:27). as "Peiot" podem ser curtas ou longas,
como preferir, desde que não sejam totalmente removidas. Os adultos cumprem esta
mitsvá (mandamento) usando costeletas até o meio da orelha.
O dia do opshernish inclui estudar o Alef-Bet, as letras do alfabeto hebraico,
com a criança. Uma bela maneira de se fazer isso é conseguir um cartão de plástico
com o alfabeto, colocando um pouco de mel sobre cada letra. Deixa-se então a criança
lamber o mel enquanto pronuncia cada letra. Isso é para que a Torá seja "doce em sua
língua!"
Após três anos, ele agora começa a saborear os doces frutos da "Árvore da
Vida."
Também se ensina à criança o versículo: "A Torá nos foi ordenada através de
Moshê, uma herança para todo o povo judeu" (Devarim - Deuteronômio 33:4). Estas
são as primeiras palavras que um menino judeu deve ser ensinado a falar, pois isso
expressa seu relacionamento único e pessoal com a Torá.

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AOS 13 ANOS DE IDADE

Bar-mitsvá

A expressão "Bar-Mitsvá" se origina parcialmente do aramaico, a língua do


Talmud. "Bar" significa literalmente "filho de", e "mitsvá" significa "mandamento".
Assim, um "bar-Mitsvá" é um "filho do mandamento".

A ocasião mais importante na vida de um judeu chega quando ele atinge a idade
para entrar na aliança com D-us e no compromisso de manter, estudar e praticar todos
os mandamentos da Torá, aos treze anos de idade.

O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo terceiro aniversário de um


menino, a alma Divina é revelada com maior intensidade, e exerce uma maior
influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos a responder pelo cumprimento
das mitsvot (mandamentos). Esta é a razão de se fazer uma comemoração especial
neste dia.

Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão e carne) é preparada por
ocasião do Bar-Mitsvá. Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá (um
breve, mas profundo comentário sobre algum aspecto da Torá).

Costumes

A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin (filactérios) diariamente e


cumprir todas as leis judaicas. O jovem deve ser chamado à Torá para recitar as
devidas bênçãos, na primeira oportunidade. Após a cerimônia faz-se uma refeição,
denominada Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne. Nesta refeição, o jovem faz
um discurso baseado na Torá. Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon, a
Bênção de Graças.
É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais fazerem maior doação do
que o habitual para caridade, para que este ato lhes traga uma bênção especial.
Após ser chamado à Torá pela primeira vez, quando o filho conclui a segunda
bênção, o pai recita uma bênção na qual agradece a D-us pela chegada deste momento
tão feliz e por isentá-lo da responsabilidade pelos atos do filho, transferindo tudo ao
próprio filho, através de uma declaração testemunhada por todos os presentes.

Bat-mitsvá

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"Bat" significa literalmente "filha de", e "mitsvá" significa "mandamento".


Assim, uma "Bat-Mitsvá" representa uma "filha do mandamento".

Uma das ocasiões mais importante na vida de uma menina judia chega quando
ela atinge a idade para entrar na aliança com D-us e no compromisso de manter,
estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos doze anos de idade.

O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo segundo aniversário de


uma menina, a alma Divina é revelada com maior intensidade, e exerce uma maior
influência. Neste momento as jovens tornam-se aptas a responder pelo cumprimento
das mitsvot.

No caso da menina é positivo, não uma obrigação, reunir suas amigas e


familiares onde algumas palavras de Torá deverão ser proferidas, seguida de uma
seudat mitsvá, refeição festiva.

Ao contrário da cerimônia de Bar-Mitsvá do menino, que implica na colocação


dos tefilin e sua chamada pela primeira vez à Torá, esta data não requer nenhum ato
religioso específico, já que o Bat-Mitsvá ocorre um ano antes do menino, pois D-us
abençoou as mulheres com um grau maior de compreensão e ligação com o Criador.

Costumes

As meninas, ao completarem doze anos, chegam à idade da maturidade, e têm a


responsabilidade de assumir o cumprimento das mitsvot.

É uma mitsvá (mandamento) fazer uma refeição festiva no dia do Bat-Mitsvá,


de forma discreta, conforme nossos sábios explicam que a discrição é uma das maiores
virtudes da mulher.

É costume no dia do Bat-Mitsvá a jovem e seus pais aumentarem a doação que


habitualmente reservam para caridade, ato que lhes traz uma bênção especial.

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Resumo para a Avaliação Intermediária 2

1. O que é a Lei Oral?

2. Explique sobre o termo hebraico “Chinuch”

3. De acordo com a matéria “Ciclos da Vida Judaica” descreva os ciclos que um


judeu passa até chegar aos 13 anos?

4. Explique o que é Talmud.

ANOTAÇÕES:

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CAPÍTULO 3
5ª Matéria – Importantes Personagens Judaicos

MULHERES NA BÍBLIA – “Não tenhamos uma visão distorcida...”

Mesmo na época
atual, as mulheres aceitam
graciosamente a regra geral
de "Primeiro as Damas",
seja ao abandonar um navio
que está afundando ou
quando passam por uma
porta.
Entendida
geralmente como uma
concessão ao sexo mais
fraco pelo mais forte, a
regra na verdade está
baseada num argumento muito diferente, pelo menos na tradição judaica.

Hoje as
mulheres em Israel tem
o mesmo valor e
trabalho dos homens.
Na IDF, Israel
Defenses Forces
(Forças de Defesa de
Israel) a mulher é
obrigada a servir 3 anos
de serviço militar para
o seu país, mesmo
tempo estabelecido
para o homem. Muitas
mulheres ocupam
cargos de igual autoridade que os homens no governo israelense e nas repartições do
governo.

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Quando D-us instruiu Moshê para


preparar o povo de Israel para receber a
Torá no Monte Sinai há cerca de 3320
anos atrás, Ele disse: "Fala à casa de
Iaaqóv, e diz aos Filhos de Israel"
(Shemot – Exôdo 19:3). A "casa de
Iaacov", explicam os Sábios, são as
mulheres; "os Filhos de Israel", os
homens. Em outras palavras, fale
primeiro com as damas.
Até então, a regra era "primeiro os homens". Adão (Adam), como sabemos, foi
criado antes de Chava (Eva). Nôach (Noé) e seus filhos entraram na arca em primeiro
lugar, seguido por suas esposas – pelo menos esta é a ordem em que estão relacionados
em Bereshit – Gênesis 7:13.
Quando Iaacov (Jacó) viajou com sua família, os homens iam à frente e as
mulheres os seguiam (Bereshit – Gênesis 31:17), ao passo que Essav (Esaú) colocou as

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mulheres adiante dos homens; os Sábios notaram essa diferença e a vêem como uma
indicação da superioridade moral de Iaaqóv sobre seu irmão hedonista.

O ensinamento chassídico vai mais fundo e encontra a explicação na essência


da masculinidade e da feminilidade. O homem deriva da "linha de Luz" que penetra o
vácuo formado por D-us para criar o mundo.
Porém isso não é um "vácuo" absoluto – e um resíduo da Divina luz ficou para
trás, formando um “espaço invisível” de Divindade que permeia e sublinha nossa
existência. É a partir desse "espaço restante" que deriva o componente feminino da
Criação.

Portanto o homem é um conquistador; seu papel na Criação é banir a escuridão


terrena e trazer a luz dos Céus. A mulher está relacionada com aquilo que é, não
aquilo que deve ser feito, encontrando a Divindade dentro do mundo, em vez de
importá-la de fora.

Ambos são integrantes do plano do Criador: nossa missão na vida é trazer D-us
ao mundo (o papel masculino) e tornar o mundo uma morada para D-us, ao passo que
a mulher já é a Morada de D-us.

Há uma Bíblia exterior – uma história de homens e mulheres, de guerras e


maravilhas. E há uma Bíblia interior, segundo as antigas tradições, na qual cada
palavra revela a sabedoria, beleza e luz. No exterior, as mulheres da Torá parecem
desempenhar apenas um papel secundário num drama dominado pelos homens.

Do interior emerge uma história de homens manipulados por mulheres potentes


e nutridas por valores femininos. Uma história que revela a qualidade interior da

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feminilidade que transcende o entendimento dos homens.

Este é o segredo das palavras da sabedoria de Salomão. "Uma mulher de valor é


a coroa de seu marido."

Provérbios 12:4
‫ֶּר בעל‬ ‫ חי‬-‫אשת‬
‫ה‬ ‫ת‬ ,‫ל‬
‫עט‬
A mulher que tem força/fartura, cerca como uma coroa o seu Dono

02428 ‫ חיל‬chaIil
procedente de 2342; DITAT - 624a; n m
1) força, poder, eficiência, fartura, exército
1a) força
1b) habilidade, eficiência
1c) fartura
1d) força, exército

05849 ‫` עטר‬atar
uma raiz primitiva; DITAT - 1608,1608b; v
1) cercar
1a) (Qal) cercar
2) coroar, dar uma
coroa 2a) (Piel) coroar
2b) (Hifil) doador de coroas (particípio)
05850 ‫` עתרה‬atarah
procedente de 5849; DITAT - 1608a; n f
1) coroa, diadema
05851 ‫` עטרה‬Atarah
o mesmo que 5850; n pr f
Atara = “uma coroa”

De acordo com os Textos Sagrados Bíblicos, podemos tomar


Ensinamentos Eternos. Há quem diga que uma Palavra na Torá
emerge desde do Principio do Mundo até o Fim dele.
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As Mulheres na Bíblia incorporam Níveis Espirituais que nós


homens, temos que seguir e tomar lições dessas Emanações.

Chava (Eva)

"Então Adam chamou sua mulher Chava, pois ela era a mãe de toda a vida" (Bereshit
– Gênesis 3:20)

Ela foi o outro lado da imagem de D-us. Pois D-us não é apenas uma luz
infinita, além de todas as coisas. D-us é algo que está aqui agora, em todas as coisas,
dando-lhes vida, sendo o que quer que estejam sendo. Em sua fonte acima, ela é "a
Shechiná" – a Presença Divina que Habita no Interior. Isso foi o que levou a Chava
terrena a comer o fruto: esta ânsia para estar no interior, de experimentar o sabor da
vida, de estar imersa nela. Com isso ela transgrediu – levou-se do âmbito do Divino a
um mundo onde tudo é real.
E ela levou consigo a Shechiná e também aprisionou-a, e a partir daí o cosmos
virou um caos. Porém o desejo por trás de sua transgressão era a sagrada ânsia da
Shechiná de permear tudo. E no final, ela conseguirá, e a vida interior também será
Divina.

Sarah

"Tudo aquilo que Sarah te disser" – disse D-us a Avraham (Abraão) – "escuta a ela."
(Bereshit – Gênesis 21:12)

A primeira a cicatrizar a ferida que Eva provocou foi Sarah. Ela desceu ao covil
da serpente, ao palácio do faraó. Ela resistiu à sua sedução e reergueu-se. Enquanto
viveu, permaneceu conectada ao Acima. Foi Avraham quem possibilitou que Sarah o
fizesse. Apesar disso, o próprio Avraham não era capaz disso. Este é o papel do
homem – ativar o poder que jaz adormecido numa mulher. Sem uma “mulher”, um
homem não tem vínculo com a Shechiná. Sem um “homem”, a mulher não pode
conectar-se a Shechiná.
Sarah é a personificação do poder cósmico de purificação e cura das almas.
Aquilo que Chava confundiu e misturou tudo, Sarah filtra e refina; onde Chava entrou
nas trevas, Sarah acende a luz. Sua obra continua em todas as gerações.

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Assim como os atos de Avraham nos atrai e nos mantém perto da Luz infinita,
a alma de Sarah discerne as manchas que devem ser limpas e o detrito que deve ser
rejeitado. Quando uma alma ou centelha de luz é curada e volta à sua fonte (D-us),
você saberá que o “toque de Sarah” esteve ali.

Rivca (Rebeca)

"Beba… e também tirarei água para saciar a sede de seus camelos" (Bereshit – Gênesis
24:17-18)

Com estas palavras, Rivca (Rebeca) comprometeu-se com Itschac (Isaque) e


ascendeu para tornar-se a mãe de duas grandes nações. Não pelo seu ato de dar, mas
por sua firmeza, porque ela buscava cada oportunidade de fazer o bem, procurando-a
com alegria e prazer, com todo seu ser e toda sua alma. E ela implantou isso no povo
judeu como legado. Precisamos apenas despertá-lo e encontraremos a Rivca interior.
Há poucas histórias tão detalhadas na Bíblia como a narrativa da união de Rivca
e Itschac – ela é contada e recontada três vezes. Pois nesse relato está o nascimento do
Povo Judeu e de seu propósito. Nele jaz o segredo interior pelo qual todo o cosmos
foram criados: a fusão dos opostos, o paradoxo e beleza da vida. Por causa disso,
estamos aqui – para unir céu e terra. E na união do homem e da mulher encontram-se
todos esses.
E quem é o casamenteiro neste drama cósmico? É o servo simples de Avraham
(Eliezer), que fala ao Mestre do universo da sinceridade de seu coração, que está
obcecado com sua missão e se deleita a cada passo dela.

Rachel e Lea (Raquel e Lia)

Uma voz é ouvida, num lamento alto e desesperado.


Rachel chora por seus
filhos Ela se recusa a ser
consolada Pois eles se
foram.

"Não deixa tua voz lamentar-se" – D-us diz a ela. "Segura as lágrimas de teus olhos.
Pois tua obra tem sua recompensa, e teus filhos voltarão para os teus termos." (Irmiáhu
– Jeremias 31:14)

Rachel (Raquel) é a personificação da Shechiná quando Ela desce para cuidar


de Seus filhos, até mesmo fazer a jornada do exílio com eles. E assim ela certifica-se
que eles irão voltar.
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Sua irmã, Lea, também é a mãe do povo judeu, a Shechiná. Porém ela é o

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mundo oculto, transcendente; aquelas coisas ocultas da Mente Divina, profundas


demais para que os homens entendam. Ela é a esfera da Realeza quando Se ergue
acima para receber em meditação silenciosa. Rachel é o mundo das palavras e ações
reveladas. Ela encerrava a beleza que Iaaqóv podia perceber e desejar. Mas Lea era
elevada demais, muito distante de todas as coisas, e assim Iaaqóv não pôde se ligar a
ela da mesma maneira. Mesmo assim, é de Lea que quase toda a nação judaica
descende.

Miriam

Sua irmã ficou à distância, para saber o que seria feito dele. (Shemot - Êxodo 2:4)

Uma jovem está de pé entre os juncos que abraçam a margem do rio, imóvel e quieta,
observando à distância. Ela é a guardiã da promessa, de tudo aquilo pelo qual seu povo
tinha ansiado, e ela não permitirá que aquela promessa parta de sua visão.

Seu nome é Miriam e Miriam significa amarga, pois é uma amargura que a impele,
toda a amargura nascida do penoso destino de seu povo. Somente sua visão pode
abrandar aquela dor ardente, e ela sozinha sustenta seu pulsar. É uma visão poderosa,
que transformará o amargo em doce, as trevas do exílio na imensa luz da liberdade.

Por seu mérito, os filhos de Israel foram redimidos da escravidão. E pelo mérito das
mulheres de fé dos dias de hoje, o mundo inteiro será redimido de sua escuridão.

Debora

"Eles cessaram de viver em cidades sem muralhas em Israel, eles cessaram até que
eu, Debora, surgi; eu surgi como uma mãe em Israel" (Shofetim –
Juizes5:7).

Na sombra pacífica de uma antiga tamareira nas colinas de Ephraim, ali você
encontrará uma mulher sábia, uma profetisa para quem todos de Israel acorriam em
busca de conselho, orientação e esperança.

Ela convocou Barak, um poderoso guerreiro, e instruiu-o a empreender guerra contra


os opressores de seu povo. Mas Barak insistiu em que não iria, a menos que Debora
fosse com ele, e ela zombou dele por causa disso.

Pois Debora não viu grandeza em imitar as qualidades da masculinidade – em lutar,


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vencer e conquistar – mas como uma mãe em Israel, como aquela que dá a vida,

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nutrindo seu povo com bondade e fé.

Ruth

"Aonde tu fores, eu irei. Onde tu habitares, ali habitarei. Teu povo é meu povo e teu D-
us é meu D-us." (Ruth 1:16)

Ela é o paradigma daquelas almas antigas que descobrem que estão perdidas e anseiam
em voltar para casa. Devem vencer uma jornada, montanha acima, permeada de
sacrifícios e desafios ao longo de caminhos tortuosos e até bizarros, mas apenas
porque o pacote é tão precioso e sua entrega tão vital.

Neste caso, foi uma centelha de pura santidade perdida desde Avraham, destinada a
aflorar como o bisneto de Ruth, David, redentor de Israel. E, muitos milênios depois,
como o redentor final.

Ester

"Então irei até o rei, contrariando o protocolo. E se eu perecer, então perecerei." (Ester
4:16).
Uma mulher de segredos, de mistério, ocultando sua verdadeira identidade sob muitas
vestes – até que chegou sua hora. Uma mulher como a estrela matutina – naquele local
impossível onde a noite se torna tão escura que nada resta, exceto revelar a alvorada.

Alguém que ousou entrar nos recessos da câmara do mal, elevando Haman, seu
príncipe, ao pináculo da glória – apenas para que ele fabricasse sua própria morte.

Quando ela arrancou a máscara e sua luz interior reluziu, a fachada da sorte, da
coincidência e da intriga palaciana se abriu como uma cortina para revelar maravilhas
e milagres nos bastidores. Assim, Ester contém a redenção final, pois ela aliou milagre
com mundano, ela descobriu a luz ilimitada numa nuvem de escuridão.

CONCLUSÃO

Das almas mais elevadas e esclarecidas (homens), muitos tiveram mulheres mais
notáveis que eles próprios, e filhas maiores que os filhos. Isso é porque estes grandes
homens, em sua vida pessoal, já estavam vislumbrando o Mundo Vindouro enquanto
que as mulheres ainda estavam no Mundo Real/Físico e na sua firmeza, consciência da
situação, fé, submissão, coração aberto para ajudar, espíritos iluminados e dispostas a
fazer a Vontade Soberana do Criador criaram e ajudaram a sustentar e a ressurgir as
Promessas Dele para o Povo de Israel e para todo o Mundo!!!
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6ª Matéria – COMIDA CASHER

Cashrut (em hebraico:


‫)כשּרות‬, é o termo que se
refere às leis
alimentares do judaísmo.
A comida, de acordo com
a halachá (lei judaica), é
chamada de
Casher (Cosher em
Iidishe), do termo
hebraico ‫( כשר‬Casher),
que significa
"próprio" (neste caso,
próprio
para consumo pelos judeus, de acordo com a lei judaica).
Os judeus que seguem o Cashrut não podem consumir comida não Casher,
porém existem exceções quanto à utilização não alimentícia de produtos não Casher,
como, por exemplo, numa injeção de insulina de origem porcina ministrada a
um diabético.
Muitas das leis básicas do cashrut derivaram de dois livros da Torá,
o Levítico e o Deuteronômio, com a adição dos detalhes estabelecidos pela lei
oral (a Mishná e o Talmud) e codificadas pelo Shulchan Aruch e pelas autoridades
rabínicas posteriores. A Torá não afirma explicitamente o motivo da maioria das
leis cashrut, e diversas razões foram apresentadas para estas leis,
desde filosóficas e ritualísticas, até práticas e higiênicas.
Por extensão, a palavra Casher passou a significar "legítimo", "aceitável",
"genuíno" ou "autêntico", num sentido mais amplo.

Entre os alimentos que não são Casher podemos


citar: carne de porco, camarão, lagosta, todos os frutos
do mar, peixes que não possuem escamas, carne com
sangue, e qualquer alimento que misture carne com
produtos de origem láctea, como
manteiga, leite e queijo. Um judeu ortodoxo não
consome queijo até 3 horas depois de comer carne, por
exemplo, visto que este é preparado com leite (em outros
costumes ainda, espera-se 6 horas).

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O que é cashrut?

Muitas pessoas estão familiarizadas com os termos "casher", "kosher",


"cashrut", etc. Outras nem sabem do que se trata, pois jamais ouviram falar. Casher
(em hebraico) e kosher (em Iidish, dialeto judaico) querem dizer a mesma coisa: um
produto apto, apropriado ao consumo, isto é, que preenche todos os requisitos da dieta
judaica. Cashrut é o conjunto destas leis outorgadas por D'us ao povo judeu através do
recebimento da Torá, no Monte Sinai.

Cashrut pertence à categoria das mitsvot, às quais nenhuma explicação racional


é dada na Torá. Ela descreve os tipos de alimentos que a lei da Torá declara adequados
à ingestão, assim como a maneira pela qual devem ser preparados.

Os sábios judeus ensinam que o lar de cada judeu é como um "pequeno


Santuário", um local de morada da Presença Divina; e a mesa de refeições é
comparada ao altar do Templo Sagrado. O maior cuidado deveria ser tomado para que
somente o que estivesse de acordo com a lei judaica fosse ofertado sobre o altar do
Templo (Lev.6:6; Lev. 14:10; Num.29:23; Dn.1:4; Dt 17:1). Da mesma maneira,
devemos cuidar para que somente o absolutamente correto seja trazido à nossa mesa -
o altar em miniatura.

Mas o que é "cashrut"? De onde surgiu esta "linha de produção" e o que hoje
isto significa para nós?

Elevando a matéria

A intenção de D'us através de Seu legado sempre foi a de assumir o


compromisso firmado desde o Monte Sinai: "Nós faremos e (então)
compreenderemos." Nossas ações neste mundo é o que na verdade conta. Apenas
através delas somos capazes de atingir e realizar a Sua vontade e cumprirmos nossa
missão: revelar através do mundo material as centelhas Divinas existentes, elevando a
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matéria ao nível espiritual. É exatamente o que ocorre cada vez que ingerimos um
alimento.

O alimento ao ser ingerido e processado são absorvidos pelo nosso corpo e


passa a fazer parte de nossa corrente sanguínea, afetando diretamente todos os
aspectos do nosso ser. D'us através da Torá nos forneceu dicas de como refinar a nossa
alma e o nosso corpo através da utilização da matéria e energia.

Cada um dos mandamentos, muitos dos quais envolvem objetos materiais como
velas de shabat, tefilin (filactérios), mezuzá (pergaminho sagrado colocado nos
umbrais das portas), serve como um canal de conexão entre D'us e o povo judeu. Cada
preceito cumprido fortalece este elo. A existência física, demonstrada pelo corpo não é
desprezada nem glorificada por seu próprio mérito, mas elevada e refinada à serviço da
alma.

Os sinais da Torá

Nenhuma razão é fornecida para explicar, por exemplo, por que um animal que
rumina e tem cascos fendidos é casher, enquanto um animal que apresenta apenas um
destes sinais não o é. Não há nenhuma lógica aparente para fazer uma distinção entre
um tipo de animal, ave ou peixe, e outro. Mas sabemos que eles exercem uma
influência em nosso corpo e alma a partir do momento que passa a circular em nossas
veias.

O sistema digestivo extrai os nutrientes, enquanto a neshamá, a alma, extrai a


centelha Divina que se encontra na natureza. Estas "centelhas" provêm de uma fonte
de Divindade mais elevada ainda que a alma do homem. A energia Divina em cada
molécula de alimento é o que realmente nos dá vida. O alimento casher possui uma
poderosa energia que confere força espiritual, intelectual e emocional.

Exemplos de Comidas Casher e Não-Casher


LISTA DE PEIXES CASHER
(Esta lista foi extraída de fontes rabínicas)
Abrotea, anchôva, arenque, atum, bacalhau, badejo, barbado, betara, bonito, cambucú,
cará, carpa, castanha, cavala, cavalinha, cherne, corimbatá, corvina, dourado, garoupa,
gordinho, hadok, lambari, linguado,mandi, manjuba, merluza, mero, namorado,
oliete, pescada (amarela, branca, inglesa, do sul, maria mole), piauí, porquinho,

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robalo, salmão, salmonete, sardinha, serra, sororoca, tainha, tilápia, tortinha, traíra,
trilha, truta, etc.

LISTA DE PEIXES NÃO-CASHER

Anjo, bagre, cação, caçonete, enguia, manchote, moréia, peixe-espada, peixe-porco,


peixe-serra, pintado, polvo, raia, viola, vongole, etc. E todos os frutos do mar como:
camarão, ostras, polvo, siri, carangueijo, lagostas, etc.) . Mamíferos cetáceos como
golfinhos, botos e baleias também são proibidos para serem consumidos.

Quanto aos demais alimentos como: ovos (não devem conter manchas de
sangue), grãos, verduras, legumes e frutas (não devem conter nenhuma espécie de
vermes ou insetos neles). Cuidar para não consumir remédios ou vitaminas cujas
cápsulas são feitas de subtâncias extraídas de animais não casher como o porco, cálcio
derivado de ostras, etc.
Além disso é muito importante não ingerir alimentos com corantes
contendo cochonilha (inseto esmagado; é uma praga que existe em folhas, raízes,
frutos e ramos de determinadas plantas).

Uma Nova Dimensão a partir dos Mandamentos Bíblicos é a conseqüência do


estudo daquilo que é Eterno, ou seja, a Sua Palavra.

TUDO AQUILO QUE D-US ESCREVE É ETERNO

Vamos ao “Casher”!

Uma dieta para o corpo e para a alma. O Judaísmo, como Mandamentos Divinos,
envolve todos os aspectos da vida. As atividades cotidianas mais comuns tornam-se
empanzinadas de Santidade quando se segue o conselho da Torá (Lei de D-us).

"Conheça-O em todos teus caminhos" (Pv 3:6).


;‫דר כ ָי דעּהו‬-‫בכל‬
‫ך‬
Bechol darchecha daehu

Desta forma não deve-se rejeitar o físico e sim santificá-lo. A Cashrut representa o
encontro da matéria com o espiritual: o alimento casher possibilita nutrir e refinar a

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mente, coração e alma.

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COMO É POSSIVEL? Quem tem ouvidos, ouça...

“...D-us na Sua Torá (LEI) usou coisas físicas, desde questões de higiene, diferenças
entre animais, conceitos casher (aquilo que é permitido a Luz da Torá), rituais para
sacrifícios, até mandamentos para vestimentas para nos ensinar Princípios
Espirituais...”

O que é casher? – A palavra hebraica casher significa “apropriado”. Quando


aplicada à comida, o termo indica que um item é apropriado para consumo, de acordo
com a Lei Judaica.

Vamos ver a partir de sua Raiz Etimológica:


‫ כשר‬Casher - Significa ser bem sucedido, agradar, ser adequado, ser próprio, ser
vantajoso, ser correto e apropriado para;

Alguns exemplos Na Escritura:

--‫בעיָניו‬ ‫ אנִי‬,‫המ ְֶּלך‬ ‫ה ְׁפ‬ ‫חן ל ו ָכ‬ ‫המ ְֶּלך ִא מצאת‬ ‫ה ות ֹּאמר אם על‬
 , ‫ְׁוטֹובה‬ ‫ ֵשר ָדבר נֵי‬,‫ָפָניו‬ ‫י‬ -‫ט ֹוב ם‬ - -
‫ל‬ ‫ו‬
‫הׁיְהּו אשר‬ ‫בן המ ֲּ א ָג ִג אש כת ל א‬ ‫הס ָפ מחשב ה‬ ‫להשי את‬ ‫י ִ ָכתב‬
,‫ִדים‬ -‫ר ב ַאבד ת‬ ‫ ה‬,‫ ָדתא י‬- ‫ת מן‬ ,‫ִרים‬ - ‫ב‬
.‫מ המ ְֶּלך‬ -‫בכל‬
‫ִדינֹות‬

Ester 8:5: E disse: Se bem parecer ao rei, e se eu achei graça perante ele, e se este
negócio é reto diante do rei, e se eu lhe agrado aos seus olhos, escreva-se que se
revoguem as cartas concebidas por Hamã filho de Hamedata, o agagita, as quais ele
escreveu para aniquilar os judeus, que estão em todas as províncias do rei.

‫הם‬ ‫ו ש‬ ‫הֶזּה‬ ‫כי אינְָׁך י ֹו אי ֶזּה ִי ׁ ְ כ‬ ‫תַנח י‬ ‫ז ָע ָ ע ֶּרב‬-‫ו בב ֹּ ֶּקר ׁזְ ַרע את‬
 ‫ ֵני‬-‫ ִאם‬,‫זֶּה‬-‫ֹאו‬ ,‫ָשר‬ ‫ֵדע‬ :‫ֶּדָך‬ -‫ַאל‬ ‫ ל‬,‫ְׁר ך‬

‫ו‬
.‫ בים‬,‫כ ֶּא חד‬
‫ט ֹו‬

Eclesiastes 11:6 – Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão,
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porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente
boas.

Cashrut refere-se a todo assunto concernente ao alimento casher. Envolve todo


o processo gastronômico, desde a triagem dos ingredientes e o cuidado no seu
manuseio, higienização até o preparo dos alimentos.

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Em restaurantes e indústrias que fabricam produtos casher, estes cuidados


estendem-se às instalações e contratação de pessoal especializado para acompanhar
cada etapa do processo sob permanente supervisão rabínica.

O que é supervisão casher?

Significa que um rabino


habilitado ou uma organização
rabínica supervisiona a
produção de um item
alimentício, para assegurar-se
de que o produto é casher
(preparado de acordo com as
leis dietéticas judaicas). Em
geral, a supervisão se
concentra em duas áreas:

* Ingredientes - Todos os ingredientes e sub-ingredientes usados em um produto


devem ser casher.
* Equipamento - Este deve ter um status casher e não pode ser utilizado para os dois
tipos, casher e não-casher.

O que é um alimento casher a luz da bíblia?

Vamos ver o que a Bíblía diz a respeito:


(Leia, reflita e entenda o texto, com

atenção) Levitico 11

1 E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo-lhes:


2 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que comereis dentre todos

os animais que há sobre a terra;


3 Dentre os animais, todo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide

em duas, e rumina, deles comereis.


4 Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o

camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo;

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5 E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo;
6 E a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.
7 Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em

duas, mas não rumina; este vos será imundo.


8 Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão

imundos.
9 De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: todo o que tem

barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis.
10 Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo o

réptil das águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós
abominação.
11 Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu

cadáver.
12 Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação.

13 Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o

quebrantosso, e o xofrango,
14 E o milhano, e o abutre segundo a sua espécie.

15 Todo o corvo segundo a sua espécie,

16 E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie.

17 E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja,

18 E a gralha, e o cisne, e o pelicano,

19 E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.

20 ¶ Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma

abominação.
21 Mas isto comereis de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés: o que tiver

pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra.
22 Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador

segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua
espécie.
23 E todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés, serão para vós uma

abominação.
24 E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será até

à tarde.
25 Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à

tarde.
26 Todo o animal que tem unha fendida, mas a fenda não se divide em duas, e todo o

que não rumina, vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo.
27 E todo o animal que anda sobre as suas patas, todo o animal que anda a quatro pés,

vos será por imundo; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até à tarde.

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28 E o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde;
eles vos serão por imundos.
29 Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a terra;

a doninha, e o rato, e a tartaruga segundo a sua espécie,


30 E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira.

31 Estes vos serão por imundos dentre todos os répteis; qualquer que os tocar,

estando eles mortos, será imundo até à tarde.

Porque comer casher?

Ainda sem uma explicação satisfatória para a cashrut os judeus continuam a


guardar esse mandamento, isso é graças a fé baseada nos valores da Torá.
Vamos ver alguns dos pontos de vista sobre a mitsvá da cashrut fornecidos pela
tradição judaica. Estas introvisões satisfazem nossa necessidade de compreensão e nos
motivam a cumprir as mitsvot da Torá face aos valores opostos da cultura
contemporânea.
Apesar disso, deve-se entender que os mandamentos são de origem Divina e
jamais poderão ser totalmente compreendidos pelo intelecto humano. Mantemos as
mitsvot porque são um legado de D-us ao povo judeu.

O que isso significa?

A moderna ciência nutricional reconhece que o Judaísmo sempre ensinou que


de forma geral somos aquilo que comemos. Sabemos que os alimentos que ingerimos
são absorvidos por nossa carne e sangue. Alimentos proibidos são mencionados na
Torá como abominações à alma Divina, elementos que aviltam nossa sensibilidade
espiritual. Abutres e animais carnívoros, tendo o poder de influenciar quem deles se
alimenta com atributos agressivos, estão entre os alimentos proibidos.

O Ari Zal (sabio judeu) deu uma interpretação literal ao versículo "O homem
não vive somente de pão, mas da palavra de D-us" (Dt 8:3). Ele explicou que não é o
alimento em si que dá a vida, mas sim a centelha de Divindade - a "palavra de D-us" -
que está presente no alimento.

Toda matéria tem dentro de si algum aspecto das "Centelhas de Divindade" que dão
vida e existência ao mundo.

Provando: Isaias 6:3

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‫צבא ֹו מ ֹלא‬ ‫ׁיְהוה‬ ‫קדֹו‬ ‫קדֹו‬ ‫ֶּז וָ מ‬-‫ג וקרא ֶּזה אל‬
;‫ת‬ ‫קדֹוש‬ ‫ש‬ ‫ש‬ ,‫ה א ר‬
.‫ ָה רץ כב ֹוד ֹו‬-‫כל‬
, ‫א‬
Veqara zé el zé veamar, Qadosh Qadosh Qadosh Adonai Tzevaot meló chól haáretz kevodo
E clamavam um ao outro dizendo: SANTO SANTO SANTO É O SENHOR DOS
EXÉRCITOS, TODA TERRA ESTÁ CHEIA DA SUA GLÓRIA

A dieta casher é uma dieta saudável para a alma, contendo a nutrição espiritual
necessária para a sobrevivência e para estabelecer o verdadeiro equilíbrio entre o
corpo e a alma. Uma dieta prescrita pelo Dr. do Mundo.
Na outorga da Torá, D-us nos deu 613 preceitos, entre os quais as leis
concernentes à Cashrut. Cada uma das mitsvot, por fazer bem à alma, faz bem ao
corpo. Cada vez que alguém se alimenta, a comida é absorvida pelo corpo e
transformada em energia. Quando uma pessoa utiliza a energia produzida por este
alimento para cumprir um preceito, ela eleva este alimento para o campo espiritual.

Portanto, vamos aquilo que é “CASHER”!

Resumo para a Avaliação Intermediária 3

01. Qual é a importância da dieta casher?

02. De acordo com a matéria “Importantes Personagens Bíblicos”, defina a importãncia da


mulher na Bíblia?

03. O que é “Cashrut”?

04. Quantos anos as mulheres judias obrigatoriamente devem servir ao IDF?

ANOTAÇÕES:

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CAPÍTULO 4
7ª Matéria – Palavras Hebraicas no nosso dia-a-dia
Melhor perceber o que estamos falando – Nesta matéria vamos abordar acerca das
etimologias hebraicas, as palavras “Halelu-Ia” e “Amen”

Sobre a primeira palavra Halelu-Ia:

Essa adoração está em nossa boca freqüentemente quando O adoramos, mas


será que sabemos realmente o seu significado e o que ela quer dizer?
Essa palavra pode ser dividida em duas partes, ou duas palavras, e uma dessas
palavras reflete e faz alusão a um dos Nomes do nosso Criador, Aquele que detém
Todo o Poder.
“Conhecemos” a D-us através de alguns Nomes através dos quais Ele se
Revelou, por exemplo:

 Revelou-se a Abraão, Isaque e Jacó como o TODO PODEROSO;


 Revelou-se a Natureza como Elohim, O D-US dos deuses;
 Isaías diz que D-us é um D-us Misterioso e que Se oculta;
 Revelou-se ao Mundo como o D-us de Israel, o D-us Soberano de um povo
escolhido;
 O Salmo 91 diz que Ele é o D-us Altíssimo;
 O Salmo 23 diz que Ele é o Nosso Pastor;

Já no 2º (Novo) Testamento, Jesus (O D-us Único) se revela como:


 O Pão da Vida;
 Ieshua, a Salvação;
 Mashiach, O Ungido;
 A Rocha;

Como podemos ver, a Escritura nos dá várias interpretações, conceitos,


características, Nomes e adjetivos, revelando assim, as “formas” do Nosso
Sustentador.
Mas como podemos entender Aquele que não tem forma, nem começo e nem
fim? D-us se revelou para seus profetas de várias formas, mas na verdade NINGUÉM
O viu, ninguém O compreende, Ele não tem começo, ninguém sabe o lugar da Sua
Habitação, porque Ele é Espírito. Quem pode ter sido o Seu conselheiro? Ou quem O
disse: Que estais a fazer?

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Ele, esse D-us do qual pregamos o Amor e a Salvação, não pode ser
compreendido, medido, entendido, conhecido, ninguém pode O suportar.
A Espiritualidade Dele não é passada com palavras e nem Seus atos podem ser
inteiramente previstos, é por esse motivo e muitos outros que ELE É O QUE É!
Mas temos uma palavra muito habitual e SAGRADA, tão sagrada que às vezes
não temos a compreensão completa daquilo que estamos dizendo.

Insisto, toda palavra no hebraico possui uma raiz e seus derivados, exemplo:

‫ הלל‬Halal é procedente de ‫ הילל‬Hillel que significa “louvor”.


Halal é a raiz da palavra Halelu e Halal quer dizer, brilhar, luzir, dar Luz,
louvar, vangloriar, engrandecer, ser louvado, ser considerado louvável, ser digno de
louvor.
Ou seja, é um convite a Verdadeira Adoração ao D-us de Israel, ao Soberano,
pois nos tempos passados os povos adoravam ao sol, a lua, as estrelas, aos animais, e
até ao ser humano, como reis e etc. O detalhe é que Halal é usado na Bíblia também no
sentido de exaltar em outras definições, como por exemplo:

Exaltar a Beleza humana (Gn 12:15; 2 Sm 14:25)


15 Até os príncipes de Faraó a viram e gabaram-na diante dele; e foi levada a mulher
para a casa de Faraó. (Louvaram a Sara)
25 Não havia em todo o Israel homem tão admirável pela sua beleza como Absalão;
desde a planta do pé até o alto da cabeça não havia nele defeito algum.
O entendimento humano (Pv. 12:8)
8 Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso de coração é
desprezado.
A uma dona de casa (31:28,31)
28 Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido,
que a louva, dizendo:
29 Muitas mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.
30 Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa
será louvada.
31 Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas obras.
Ou também à divindades pagãs (Jz 16:24)
24 semelhantemente o povo, vendo-o, louvava ao seu deus, dizendo: Nosso deus nos
entregou nas mãos o nosso inimigo, aquele que destruía a nossa terra, e multiplicava
os nossos mortos.

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Como podemos ver a palavra “Halal” é usado para louvar a muitas outras
coisas, como mulheres, reis, e deuses pagãos.
Mas, Halal está em uma dimensão que possamos compreender, pois como eu
disse que esse nosso D-us é Impenetrável e Insondável, ocasionalmente foi criada
essa palavra para que possamos entender e compreender.

O Misterioso salmo 150 reflete bem a precisão e a completa adoração ao Eterno:

Salmo 150 em hebraico

:‫ָּיה‬-‫א הלּלו‬
.‫הללּוּה ׁ קי עּז ֹו‬ ֹ ‫אל בקדש‬-‫הללּו‬
‫ ְר ע‬,‫ו‬ ;‫ו‬
‫ב‬
.‫הללּוה ֹּ גדֹלו‬ ‫ב הלּלוּהו בְׁגבּור‬
‫ ב‬,‫ו‬ ;‫ָתיו‬
‫כר‬
.‫הללּוּה בֵנב וכנ ֹור‬ ‫בתקע‬ ,‫ג הלּלוּהו‬
‫ל‬ ,‫ו‬ ;‫שֹופר‬
.‫הללּוּה במִני ועגָב‬ ‫ בת מחֹול‬,‫ד הלּלוּהו‬
‫ם‬ ,‫ו‬ ; ‫ֹּף ּו‬
.‫הללּוּה בצ צל ת עה‬ ‫ה הלּלוּהו בצ צל שמ‬
‫ ל י ּרו‬,‫ו‬ ;‫ ע‬-‫ל י‬
.‫יָ ּה‬-‫הללּו‬ :‫ָּיה‬ ‫ו כ ֹּל ה שמ‬
‫תהלל‬ ,‫ׁנ ה‬
1 Louvai ao Senhor! Louvai a D-us no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu
poder!
2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua
grandeza!
3 Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
4 Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com
flauta!
5 Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!
6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!
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Nos seus 6 versículos, ele cita 10 vezes a Palavra Halelu-hu (Adorai-O, Louvai-O,
Exaltai-O).
Ora, sabemos quão significativo é o Número 10 na Escritura. Quando citado ele tem
um significado completo e profundo.

Números
Quando qualquer número é citado nas Sagradas Escrituras, têm um significado
MUITO importante e não é uma coincidência eles estarem ali, não são apenas
números. Os números através da sua numerologia podem ser interpretados por
palavras, relacionados com outras palavras e significados.

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Cada letra do alfabeto hebraico representa um número e um significado, ou seja


não é por acaso que são 10 vezes que o Salmista nos instiga o Louvor ao Criador...e
não é por acaso que são:

 Os DEZ Mandamentos;
 As DEZ virgens, naquela Parábola de Jesus;
 Desde Adam até Noé são DEZ gerações;
 As águas do dilúvio foram minguando até ao DÉCIMO mês;
 D-us disse: Não a destruirei (Sodoma), por amor aos DEZ justos;
 Labão mudou o salário de Iaaqóv DEZ vezes;
 Eram DEZ leprosos (Lucas 17:11);
 O Tabernáculo continha DEZ cortinas de linho fino;
 Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus DEZ milhares;
 Diz o Salmo que mil cairão ao teu lado, e DEZ mil, à tua direita, mas tu não
serás atingido;
 Jesus contou a história das DEZ dracmas.
 DEZ pragas do Egito

Enfim são muito exemplos do número DEZ.

O número DEZ representada no alfabeto hebraico é a letra: ‫י‬ Iud

E com a Letra Iud podemos escrever poderosas palavras em hebraico, exemplo:


Israel, Itzchaq (Isaque), Iaaqóv (Jacó), Iosef (José), Iehuda (Judá), Ierushalaim
(Jerusalém), Iad (Mão), Iarden(Jordão), H-SHEM (Tetragrama), IESHUA (Jesus)

‫ ישראל‬- Israel em sua gematria (soma das letras hebraicas). Cada letra hebraica
possui uma numeração. Segue e gematria da Palavra Hebraica “Israel”.

10+300+200+1+30 = 541 = 5(4+1) = 55(5+5) = 10

Enfim, o número DEZ representa a LIGAÇÃO do Eterno D-us com esse


MUNDO FÍSICO, uma ligação de Suma Importância, pois, vamos dizer que é o ELO
entre as EMANAÇÕES das BÊNÇÃOS e os RECEPTORES das bênçãos.
D-US emana e nós recebemos, assim como a nossa vida espiritual. Uma via de mão
dupla, temos que fazer a nossa parte, pois D-us com certeza faz a parte Dele!
A letra IUD representa isso, ela fica suspensa no ar, e só pode interligar a ela quem
desejar.

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O número DEZ representa a TOTALIDADE de D-us em nossas vidas. Logo,


Halal é a plenitude, a completude daquilo que devemos Louvar, Vangloriar, Exaltar,
ou seja, O Senhor dos Exércitos.

Mas como eu disse no começo, a palavra Halelu-Ia pode ser divida em duas
partes. Acabamos de estudar sobre a primeira parte da palavra e agora entraremos em
um dos mais misteriosos assuntos de toda Sagrada Escritura, que é um dos Nomes do
D-us.

‫י ה‬- IAH
A segunda parte dessa palavra que está em nossas bocas nos cultos é:
‫ יה‬- IAH
Definindo esse Nome em duas palavras: COMPLEXIDADE E MISTERIOSIDADE

‫ יה‬Ia, possui algumas definições:


 Ja (Ia na forma reduzida);
 o nome próprio do único D-us verdadeiro;
 usado em muitas combinações de nomes próprios;
 Muitas vezes serve de propósito para nomes iniciados com as letras ‘Je'
 Ou também, é muito utilizado em nomes terminados com ‘Ia' ou ‘Ias'

Conhecido mundialmente como TETRAGRAMA, esse Nome é sinônimo de


muitas controvérsias e discussões. Quero resumir para você o que esse Nome pode
significar.
Quando alguém cita o Tetragrama está se referindo ao nome de "Iud", "He-i",
"Vav", "He-i", quatro letra hebraicas, que é a essência do nome de D-us no Idioma
Hebraico, e que jamais pode ser pronunciado, pela grande Santidade que possui. Nem
ao menos é permitida a pronunciação das letras em sequência. Aliás, não se sabe ao
menos a pronúncia correta destas letras juntas, pois ela foi guardada em segredo pelas
gerações dos responsáveis pela comunidade Judaica.
Antigamente, na época do Beit Hamiqdash, que é o Templo Sagrado em
Jerusalém, apenas o Sumo Sacerdote, a pessoa mais santa do povo judeu, poderia, uma
vez ao ano, no dia de Iom Kipur, que é o Dia da Expiação, ou seja, o Dia mais Sagrado
para o Povo Judeu e que o Próprio D-us designou como “Uma Santa Convocação”,
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como podemos ver em Levítico 23:26-30, entrar no Santo dos Santos e pronunciar
uma única vez o verdadeiro nome de D-us, pedindo Misericórdia e suplicando o Seu
Perdão.
“Ia” é uma das características do Eterno que sem dúvida podemos perceber. O
Nome provém de uma raiz usada para descrever pessoas, locais, objetos no tempo
verbal passado.
“Haia” em hebraico significa um verbo que designa diversas conotações no
tempo passado, por exemplo: “‫ בישראל היתי‬- Haiti beIsrael”, traduzido, “Estive em
Israel”.
D-us sempre foi, sempre existiu, não teve começo e nunca terá fim, nunca
mudou e é Misericordioso, essa é uma explicação suscinta e esclarecedora para essa
misteriosa Palavra/Nome que até hoje é um Mistério absoluto.

‫ אמן‬- Amen
Uma palavra muito usada, contudo, na maioria das vezes, não sabemos o seu
real significado e a sua interpretação exata a partir de sua raiz.
A raiz de “Amen” é: ‫ אמון‬emun que significa fidelidade, confiança, ser fiel,
confiável. Outro derivado dessa palavra é: ‫ אמן‬aman que significa apoiar, confirmar,
ser fiel, pilares, suportes da porta, ser estável, ser fiel, ser carregado, firmar, digno de
confiança, fiel, confiável, permanecer firme, confiar, ter certeza, acreditar.

Dentre os muitos derivados de Amen que já é um derivado de Emun,


encontramos alguns importantes significados:
Fé, apoio, segurança, certeza, pilar, suportes da porta, criar, nutrir, criar, treinamento,
prover para (como um pai), fidelidade, firmeza, estabilidade.
No Livro do Profeta Isaías, temos uma boa definição. Veja Isaías 26:2:

.‫ ש אמנִים‬,‫ צדיק‬-‫שע ֹּא גֹוי‬ ,‫ב פתחּו‬


‫ֵמר‬ ‫ויָב‬ ;‫ִרים‬
Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.

Podemos dizer que aquele que diz Amen com todas suas forças (FÉ),
embasando na idéia de Dt 6, lhe são abertas as portas do Céu tendo em vista o texto
acima.

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A palavra Amen ‫ אמן‬é uma abreviação de “‫ נאמן מלך אל‬El


Melech Neeman”, exatamente, quando você diz AMEN, você
está dizendo essa frase em hebraico.

Mas o que significa essas palavra hebraicas?


Significa: “D-us Rei Fiel”, ou seja quando você fala Amen você está dizendo:
D-US É UM REI FIEL.

Porque D-us é comparado a um Rei?

Sabemos como era a vida dos Reis antigamente, eles eram venerados, adorados,
como Escolhidos do D-us Vivo.
Para termos uma idéia, na época que os judeus estavam debaixo do reinado do
Rei Assuero (Achasverosh), e o Rei mandou que se buscassem as virgens para que
uma delas assumisse o lugar da ex-rainha, Vasti. Somente para a preparação da
apresentação dessas virgens ao Rei, diz a Bíblia que era preciso passar por um
processo de 12 meses de purificação. Isso nos ensina que temos que nos preparar para
nos apresentar diante do REI.

Um Pouco de Números nas Letras


A guematria (soma das letras) da palavra “Amen” é 91 e seu valor final reduzido é 10
(9 + 1). Ora, sabemos quão importante é o numero 10 no judaísmo e em toda história
da Palavra e de Seu povo. 10 significam a totalidade do Criador, como os 10
mandamentos que são plenos e sem necessidade de alterações.

Já vendo na forma reduzida esse numero, como:


91 = 9 +1 =10 = 1 + 0 = 1

Simbolizando que a só Uma verdade e Um Único D-us que sustem a Única Verdade.

Outro Exemplo:

Em Números podemos notar no Capítulo 5 versículo 20-23 que o Sacerdote faz


jurar a mulher casada que é com outro homem, fazendo-a beber uma mistura especial,
que a fará morrer caso se confirme a suspeita. E não se confirmando a suspeita, a
mesma mistura lhe será benção para partos fáceis e filhos saudáveis, e ela repete:
‫ – אמן אמן‬Amen. Amen

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Mas o que significa dois Amens?

Pois bem, a somatória da palavra Amen é 91 ou 2x91 = 182. Desta maneira,


182 é a guematria da palavra ‫( במעלם‬Bemaalam – Na sua infidelidade), e com o mesmo
valor numérico, encontramos o nome ‫( יעקב‬Iaqov) = 10 + 70 + 100 + 2 = 182.

Podemos interpretar que quando ela diz duas vezes a palavra Amen, um Amen
faz alusão a Jacó (Comunidade de Israel) e outro a sua possível infidelidade.
Assim, confirma o juramento, e aceita que faz parte da comunidade de Jacó, estando
disposta a morrer (pela infidelidade), se confirmar, ou, caso contrário, viver com muita
saúde e muitas bênçãos, embasada nos preceitos dos filhos de Jacó. Essa palavra
também é usada para descrever Aquilo sobre o que toda certeza descansa: O Próprio
D-us e Sua Aliança.

8ª Matéria – Festas Bíblicas

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Nessa matéria vamos ver algumas Festas Bíblicas. Do ponto de vista judaico as Festas
Bíblicas tem um sentido mais profundo e explicativo. No quardo ao lado você está
vendo os meses do calendario judaico.

Vamos ver a importância e o sentido esperitual das festas de Rosh HaShana,


Iom Kipur, Purim e Sucot

Festas Judaicas

Iom Tov ou festival é um dia, ou vários dias observados pelos Judeus como
uma comemoração sagrada ou secular de um importante evento da História Judaica.
Em Hebraico, os feriados judaicos, dependendo da sua natureza, são chamados de iom
tov ("dia bom"), chag ("festival") ou taanit ("jejum").
As origens das várias festas judaicas geralmente encontra-se nas mitzvot
(mandamentos bíblicos), no decreto rabínico, ou na moderna história de Israel.

FESTAS RELIGIOSAS – Algo a se observar.

ROSH HASHANA (Ano Novo Judaico)

Data no Calendário Judaico:


1 e 2 do mês de Tishrei
Correspondência no Calendário Gregoriano:
Meados de 19 e 20 de Setembro
Duração da festa: 2 dias
Elementos marcantes da festividade: toque do
shofar, maçã, mel e duas chalot redondas (Pães
do Shabat, representando o ciclo da vida que se
renova a cada ano)

Referências na Bíblia Sagrada:

 Lv 23:23-25 - “E falou o Eterno a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel,


dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memória de
jubilação, santa convocação Nenhuma obra servil fareis, mas oferecereis
oferta queimada ao Eterno.”
 Nm 29:1-6 - “No primeiro dia do sétimo mês, tereis santa convocação;
nenhuma obra servil fareis; ser-vos-á dia do sonido de trombetas. Então, por
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holocausto, de aroma agradável ao Eterno, oferecereis um novilho, um


carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito; e, pela sua oferta de
manjares de flor de farinha, amassada com azeite, três décimas de um efa para
o novilho, duas décimas para o carneiro e uma décima para cada um dos sete
cordeiros; e um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós,
além do holocausto do mês e a sua oferta de manjares, do holocausto contínuo
e a sua oferta de manjares, com as suas libações, segundo o seu estatuto, em
aroma agradável, oferta queimada ao Eterno.”

Rosh Hashanah (Ano Novo Judaico) começa no primeiro dia do mês de Tishrei,
que inaugura o Ano Judaico (Tishrei, do babilônico Tashritum - começo).
É uma festa essencialmente religiosa. Representa um dos dias santos mais
sagrados do calendário bíblico judaico, quando a humanidade se submete a julgamento
perante o trono celestial. A festividade dá início aos dez dias de introspecção e oração
até o advento de Iom Kipur (Dia do Perdão).
O símbolo mais importante das práticas de Rosh Hashanah é o shofar, ou chifre
de carneiro, que se faz soar durante o Serviço do Ano Novo e em cada um dos dez dias
do arrependimento. Em virtude do toque do shofar, Rosh Hashanah é também
conhecida como Festa das Trombetas - anuncia um tempo de arrependimento, do juízo
de Elohim e da volta do Messias.

Este dia do toque do shofar é também chamado de Iom Teruah - anuncia que o
juízo está próximo. Na liturgia da festa, as orações feitas são para que Elohim nos
inscreva no Livro da Vida (crença proveniente da Lei Oral Judaica e dos escritos do
Segundo Testamento, livros: Fp 4:3, Ap 3:5, 17:8, 20:15, 22:19), onde todos os justos
estarão inscritos.
As observâncias de Rosh Hashanah incluem certa mistura de solenidade com
festividade - a criação do mundo e o julgamento. No decorrer da festividade em
comemoração a criação do mundo é comum comermos maçãs com mel e desejarmos
um Novo Ano doce e bom saudando uns aos outros com a expressão: Shanah Tovah
Umetukah! Celebramos o Criador, e O reconhecemos como Juiz, aceitando Seu
julgamento. É assim que, em Rosh Hashanah, aclamamos D-us como Criador, Rei e
Juiz do universo.

Shofar
O shofar (literalmente "chifre") é um dos mais antigos instrumentos de sopro do
mundo. Mencionado inúmeras vezes na Bíblia, o toque do shofar assinalou vários
momentos solenes na vida do povo judeu, por exemplo:

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 A entrega dos Dez Mandamentos, no Monte Sinai.


 Ele era soado para convocar reuniões,
 Mobilizar exércitos,
 Anunciar o Ano do Jubileu,
 A chegada da Lua Nova,
 O Início dos feriados.

Shavuot – Pentecostes
A festa de Shavuot acontece após a Páscoa.
Isto se dá porque é necessário primeiro sair das
terras do inimigo para depois iniciar a jornada para
entrar em Canaã.

Israel deixou o Egito após celebrar a Páscoa


e aí foi definido um novo marco na história do
povo. Seria um novo começo. A saída do Egito,
após a Páscoa, levou o povo diretamente ao deserto
(lugar de provação) onde D-us provaria o coração
do povo para depois introduzi-lo na terra que Ele
havia prometido a Abraão e Moisés.
Mas mesmo após o livramento do Egito, os
inimigos de Israel continuaram a perseguição até
que D-us os afogou no Mar Vermelho. D-us estabeleceu então que o deserto seria o
lugar onde aconteceriam grandes milagres e livramentos extraordinários, pois onde
terminaram os recursos humanos, D-us se vale de Seu poder para suprir ao povo. E,
logo após a Páscoa nos temos a “Festa das Primícias /Pentecostes” ou “Shavuot”
(Semanas).

É a época da colheita dos primeiros frutos

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É lindo vermos que esta festa nos fala da colheita dos primeiros frutos que a
terra produziu. É o tempo de receber os frutos da terra que foi abençoada por
D-us. Então celebra-se a alegria de poder colher, e aqui vem então a ordem de
D-us para festejarmos, levando à D-us estes primeiros frutos, que representam a força
da terra, além de simbolizarem também o restante da colheita através da consagração
dos primeiros frutos (Dt 26.2). Esta atitude mostra o nosso reconhecimento de que
todas as bênçãos derramadas e manifestas de forma visível provêm de D-us e que
também nós lhe devolvemos que Ele nos deu através das primícias.

A oração de confissão

Neste momento é que realmente agimos de forma positiva na entrega das


primícias ao Senhor. Então chega o momento de confessar ao Senhor seus feitos
passados e presentes, feitos estes que possibilitaram que o ofertante entrega-se-lhe as
primícias. Naquele momento o ofertante se liga com Israel em sua história passada e
presente e vê em si mesmo o cumprimento profético daquilo que fora dita a Israel. O
fato de apresentar-se com suas primícias e a oração de confissão demonstram que o
ofertante está profundamente ligado à D-us e que pela fé ele agora entra na dimensão
profética da Palavra através de seu ato, mostrando-se diante de D-us para devolver
aquilo com que D-us o abençoou.

É um tempo de profunda alegria

Ninguém deve aparecer diante de


D-us triste nesta época, pois aqui
não cabe tristeza, pois este é o
tempo do reconhecimento do bem
que o Senhor tem feito ao
ofertante. É tempo de louvar; este
é o momento em que o espírito do
homem exulta de alegria perante o
Senhor. Em Israel, a alegria é
nacional... É o exteriorizar daquilo
que está acontecendo no interior
do ofertante, é quando ele “abre as
comportas de seu coração” e
despeja toda a sua alegria diante
do Senhor. Mas é também um ato
profético, pois quando agimos

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desta forma cremos que as bênçãos de D-us continuarão a nos alcançar e que o Senhor
não deixará de nos visitar com sua presença vinda do alto. É Shavuot! É tempo de
celebração! É tempo de profundo júbilo! Este é o tempo de profetizarmos a vitória em
Shavuot!

Iom Kipur – O dia mais SAGRADO do Ano.

Ponto de vista do Judaísmo Messiânico

O dia de Iom Kipur, o dia do perdão, é considerado o dia mais sagrado do


calendário judaico. Ao pôr-do-sol do nono dia de Tishrei, inicia-se o jejum.

A origem do significado desse dia se


encontra na Torá:
"porque naquele dia se fará expiação por vós,
para purificar-vos de todos os vossos pecados
perante o Senhor. É um sábado de descanso
para vós, e afligireis as vossas almas: Isto é
estatuto perpétuo". (Lv 16:30-31)

Nós, que cremos em Jesus, temos


consciência que a expiação foi feita por Ele:
"Tendo pois, irmão, ousadia, para entrar
no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo Novo e
Vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu,
isto é, pela sua carne". (Hb 10:19-20)

Mas temos que fazer nossa parte, através do jejum e da oração na grande
confissão que recitamos em nome de todo o povo de D-us, ou seja, confissão
comunitária.
Acreditamos no valor e importância da oração individual, assim como nos
ensinou Jesus, orientando-nos a fugir dos maus exemplos dos homens que,
hipocritamente, oravam em meio aos seus semelhantes intentando em seu coração que
fossem vistos envolvidos em tais feitos (Lc. 18:9). No entanto, queremos chamar
atenção para a importância da oração congregacional! (Mt 18:20). Na oração
congregacional nos reunimos todos, com a mesma intenção, no caso específico de Iom
Kipur, buscando ao Eterno com o intento de sermos aceitos por mais um ano em Sua

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presença, aproveitando para expormos nossas faltas com o Eterno como elementos
individuais e como congregação.

Visão Rabínica

O Iom Kipur (‫ )כיפור יום‬é um dos dias mais importantes do judaísmo. No


calendário judaico começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês de Tishrei
(que coincide com Setembro ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. (Gn
1:5). Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de
25 horas e reza intensa.

Proibições – Existem 5 proibições no Iom Kipur:

 Comer (come-se um pouco antes do pôr-do-sol ainda na véspera do dia até o


nascer das estrelas do dia de Iom Kipur);
 Usar calçados de couro;
 Relacionamento conjugal;
 Passar cremes, desodorante, etc. no corpo;
 Banhar-se por prazer.

A essência destas proibições é causar aflição ao corpo, dando, então, prioridade


à alma. Pela perspectiva judaica, o ser humano é constituído pelo Ietzer hatóv (o
desejo de fazer as coisas corretamente, que é identificado com a alma) e o Ietzer hará
(o desejo de seguir os próprios instintos, que corresponde ao corpo).
Nosso desafio na vida é "sincronizar" nosso corpo com o ietzer hatóv. Uma
analogia é feita no Talmud entre um cavalo (o corpo) e um cavaleiro (a alma). É
sempre melhor o cavaleiro estar em cima do cavalo!

Dia do Perdão

Durante um longo ano comete o homem toda sorte de erros, atropelos,


voluntários, involuntários. O processo da teshuvá (arrependimento, retorno ao bem)
não poderá realizar-se magicamente em um dia. A tradição judaica coloca ao mês de
EluI, último do ano, como prefácio para ir preparando o homem para a reflexão
profunda, até o grande caminho interior. Cedo, nas manhãs de Elul se ouve o som do
shofar.
Uma semana antes de Rosh Hashaná, também durante a madrugada, se
dizem as orações que se chamam "selichot" - perdões).

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Purim

Purim (ִ‫רים ּפו‬, plural de ‫ּפור‬


pûr, "sorteio" em hebraico) é um
Purim Shushan. feriado judaico que comemora a
salvação dos judeus persas do plano
de Hamã, para exterminá-los, no
antigo Império Persa tal como está
escrito no Livro de Ester, um dos
livros da Bíblia.
Purim é celebrado
anualmente no 14º dia do mês
hebraico de Adar, o dia seguinte à
vitória dos judeus sobre seus
inimigos (13 de Adar). Em cidades
que eram muradas no tempo de
Josué, incluindo Shushan (Susã) e
Jerusalém, Purim é celebrado no
15º dia do mês, conhecido como
Assim como todas festas judaicas, Purim tem início ao pôr-do-sol da véspera no
calendário secular. O nome "Purim" vem da palavra hebraica "pur", que significa
"sorteio".
Este era o método usado por Haman, o primeiro-ministro do Rei Achashverosh,
Assuero da Pérsia, para escolher a data na qual ele pretendia massacrar os judeus do
país.

Hamentaschen, também
conhecido como Oznei
Haman (orelhas de Hamã),
doce típico de Purim.

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Os eventos que levaram ao Purim foram registrados na Meguilat Ester (Livro de


Ester), que se tornou um dos 24 livros do Tanach (Bíblia Hebraica ou 1º Testamento)
para ser canonizado pelos Sábios da Grande Assembléia.
O Livro de Ester registra uma série de eventos aparentemente não relacionados
que aconteceram em uma período de mais de nove anos durante o reinado do Rei
Assuero. Esses eventos coincidentes, quando vistos juntos, devem ser vistos como
evidência de intervenção divina, de acordo com interpretações por comentários
Talmudicos e outros sobre a Meguilá (Livro).
O festival de Purim sempre foi muito estimado pelo judaísmo; alguns tem
sustentado que quando todos os trabalhos proféticos e hagiográficos forem esquecidos,
o Livro de Ester ainda será lembrado, e, portanto, o Jejum de Purim continuará a ser
observado (Talmud de Jerusalém, Tratado Megilá 1/5a; Maimônides, Mishnê Torá,
Megilá).

As quatro principais mitzvot (mandamentos) do dia são:

* Ouvir à leitura pública, geralmente na sinagoga, do Livro de Ester de noite e


novamente na manhã seguinte (kriat meguilá)
* Mandar presentes de comida para amigos (mishloach manot)
* Dar caridade aos pobres (matanot le'evionim)
* Comer uma refeição festiva (seudá)

O nome da festa tem origem na palavra


hebraica “pur” (Ver Atos 1:26 ), sorteio, método
usado por Haman para escolher a data de
exterminação dos judeus daquele país. E a história se
passa em Shushan, antiga capital persa, por volta de
550 anos antes de Cristo, no tempo do exílio
babilônico, entre a destruição do Primeiro Templo de
Jerusalém e a construção do Segundo Templo.
Há muita polêmica sobre a história de Purim, que é questionada por numerosos
historiadores. Há quem diga que Achashverosh seria, na verdade, o rei persa
Artaxerxes I. Mas a tese esbarra na cronologia, uma vez que ele viveu depois da
construção do Segundo Templo, concluído em 515 A.C. Nesse caso, a hipótese mais
viável é que Achashverosh seria Cambises II. Ele nasceu em data desconhecida, reinou
até 522 A.C. e foi sucedido por Dario I, imperador entre 521 e 486 A.C., que autorizou
a construção do Templo.

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Resumo para a Avaliação Intermediária 4

01. O que quer dizer a raiz da palavra HALAL?

02. Quando o shofar era tocado?

03. Etimologicamente defina a palavra hebraica “AMEN”?

04. Qual é a origem das varias festas judaicas?

ANOTAÇÕES:

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CAPITULO 5

9ª Matéria – Tipologias de um Judeu Praticante


(ortodoxo)
Essa matéria tem o intuito de desmitificar a idéia de que o “Antigo” Testamento
é somente, exclusivamente contextual, ou seja, somente para aquela época. Certa vez,
eu estava conversando com uma irmã que era católica e ela havia me dito que um
determinado padre disse que os Livros Sagrados de Levitico e Números eram somente
para aquela época, sem nenhuma lição espiritual para hoje. É obvio que isso não
representa a opinião da Igreja Católica, mas confesso que fiquei estupefato. Vamos ver
que tudo aquilo que o Eterno disse é Eterno com referência no livro de Marcos 5:18.

Na figura ao lado você esta


vendo os Mandamentos do
Eterno literalmente
cumpridos para um judeu
ortodoxo moderno. Cada
um dos detalhes deve ser
cuidadosamente estudado e
observado, pois são
sombras das coisas que
haviam de vir.

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Mandamentos Bíblicos

É com grande satisfação que apresento para você essa matéria tão intrigante e
reveladora. Vamos nos ater em alguns Mandamentos Bíblicos que são:

A Mezuzá
O Talit (Tzitzit)
O Tefilin (Filactérios)

Quando eu apresento meu Ministério para alguém tomo muito cuidado de não
querer judaizar ou transformar o estilo de vida (fisicamente falando) igual a dos
judeus. Eu creio muito naquilo que diz a Escritura em Colossenses 2:16-17
"Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua
nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir;
porém o corpo é de Cristo."
Certa vez, eu estava conversando com uma irmã que era católica e o Padre havia
dito para ela que os Livros Sagrados de Levítico e Números eram meramente
históricos, sem nenhuma lição para nossas vidas. Fiquei estupefato com essa
declaração, pois o intuito do meu ministério é justamente o contrário, o de provar que
TUDO aquilo que D-us escreve é ETERNO.

A soma total dos preceitos que foram ordenados por D-us, conforme consta na
Torá, é de seiscentos e treze. Deles, duzentos e quarenta e oito são preceitos positivos
e trezentos e sessenta e cinco são preceitos proibitivos.

A Tradição diz que os duzentos e quarenta e oito preceitos positivos correspondem


ao número de membros do corpo humano, isto é, como se cada membro dissesse à
pessoa: "Cumpra um preceito comigo"; e os trezentos e sessenta e cinco preceitos
proibitivos correspondem ao número de dias no ano solar, que é como se cada dia
dissesse à pessoa "Não cometa uma transgressão hoje".

A Torá é eterna, permanece atual em todas as épocas, mesmo que nem sempre
possamos pôr todos seus preceitos em prática.

Tzitzit e Talit

Para entendermos o que é “Tzitzit” precisamos compreender o que é “Talit”

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Talit é o xale de oração usado pelos judeus ortodoxos nas horas matutinas.

Cada exército possui um traje e um uniforme distinto; é o símbolo da lealdade que o


soldado deve a seu rei. O povo de Israel também possui trajes especiais que o
identifica como o servo de D-us. Um deles é o tzitzit.

Há dois tipos de talit: o talit catán (pequeno), também chamado de


"tzitzit", usado durante o dia debaixo da camisa; e o talit gadol
(grande - figura ao lado), usado somente na Prece Matinal. As
franjas do talit, denominadas tzitzit, funcionam como lembrete de
todas as mitsvot (Mandamentos) da Torá. Ao colocar o talit, deve-
se ter em mente que D-us ordenou que se envolvesse nele a fim de
que se possa lembrar de cumprir todos Seus mandamentos.

Vestimentas

A Torá exige que os tzitzit fiquem ligados às vestes humanas e esta relação pode ser
detectada numa breve revisão da origem e do significado dos trajes humanos.

O Propósito

O Mandamento do tzitzit é mencionado duas vezes na Torá:


(Números 15: 38:41)

a) "…Que façam para eles tzitzit (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas
gerações e porão sobre os tzitzit da borda um cordão azul celeste. E será para vós por
tzitzit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de D-us e os cumprireis e não
errareis indo atrás (do pensamento) do vosso coração e atrás (a vista) dos vossos
olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os
Meus mandamentos e sejais santos para com vosso D-us."

(Deuteronômio 12:12)

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b) "Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te
cobrires."

A própria Torá assim explica o propósito dessa mitsvá (Mandamento). Na primeira


passagem citada encontramos tanto as metas imediatas como aquelas a longo prazo.
As imediatas consistem em um princípio positivo e um negativo:

Lembrete permanente

Ao mandar olhar para os tzitzit,


D-us queria que o homem
atingisse vários objetivos:
 A) Que nos
lembrássemos de todos os
mandamentos para que os
observassemos;
 b) Para evitar que
sigamos as inclinações do nosso
coração e dos nossos olhos que
tendem a nos levar para a
infidelidade a D-us;
 d) Para nos elevar a um
nível de santidade e nos tornar santificados perante D-us.

Leis (Torá) relacionados ao Tzitzit (Franja);

Sabemos através da Cultura Judaica que D-us, o Eterno, não deu apenas 10
mandamentos e sim 613 Mandamentos. São 365 mandamentos proibitivos e 248
preceitos positivos. Quando os números são citados em contextos relacionados a
Sagrada Escritura, eles incorporam níveis de interpretações.
Por exemplo:
Em Números 15:38 o Eterno manda que os Filhos de Israel façam franjas, que em
hebraico chamamos de Tzitzit.

Conforme a tradição, o tzitzit tem 5 nós e 8 fios, como podemos ver na foto:

O nome em hebraico é: ‫ציצית‬

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Assim, a vista do tzitzit tem o propósito de lembrar o homem de suas obrigações


Divinas (os 613 preceitos da Torá) e protegê-lo de cair nos atos pecaminosos
relacionados com os nossos órgãos.

Os sábios judeus dizem que nós podemos nos conectar com o pecado nesse mundo
físico através de 8 órgãos que temos. São eles: A boca, os olhos, o ouvido, o nariz, as
mãos, os pés, o coração, e os órgãos genitais.
Logo, os 8 fios fazem alusão aos órgãos e os 5 nós fazem alusão a Torá
Os tzitziot servem como lembrete que conduz a uma observância consistente da Torá
("e o vereis e lembrareis… e os cumprireis").

Tefilin
(Tremendo Simbolismo)

“...Dt. 6:8 Também as atarás por sinal na tua mão, e


te
serão por frontais entre os teus olhos...”

Não há nada mais misterioso em toda a prática judaica que a mitsvá


(Mandamento) do Tefilin (filactérios). Nela está encerrado o supremo paradoxo, o
vínculo de um ser finito com um D-us infinito. Envolto pelo Tefilin é possível a
entrada em um espaço eterno todas as manhãs. Tefilin, na Bíblia em português, é
traduzido por filactérios (Mt.23:5).

O que são Tefilin?

Tefilin são um par de caixinhas pretas, dotadas de imenso Poder Divino,

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servindo de ponte entre o abismo existente entre o homem finito e D-us Infinito. Uma

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caixinha é usada sobre o bíceps, direcionada ao coração, com suas tiras atadas em
volta do braço e da mão. É comumente usada no braço esquerdo, mas os canhotos a
atam em seu braço direito. A outra caixinha é usada na cabeça, cobrindo a linha do
cabelo e alinhada com o espaço entre os olhos, ficando suas tiras penduradas e soltas
sobre o coração.

A Cabalá ensina que a alma do homem é composta de dez atributos, que


equivalem aos dez canais de Energia Divina que fluem no mundo. Estes canais são
conhecidos como as Sefirot. Três delas são atributos intelectuais, enquanto que as
demais sete são atributos emocionais. Quando um homem usa os Tefilin, ele une sua
alma - suas três Sefirot intelectuais, simbolizadas pelo Tefilin da cabeça, e as sete
emocionais, simbolizadas pela tira do Tefilin da mão, que é enrolada sete vezes em seu
braço - a D-us, Ele Mesmo.

A tira do Tefilin da mão, que é atada no braço e na mão, e a tira do Tefilin da


fronte, que cai solta no sentido da cabeça à perna, significam a transmissão da energia
intelectual e emocional do cérebro e do coração para as mãos e os pés - simbolizando o
progresso e a ação. Os Tefilin ajudam a sincronizar os atributos da alma, de modo que
os pensamentos e sentimentos do ser humano possam ser traduzidos em uma vida com
significado e propósito, calcada em pureza intelectual, paixões positivas e atos de
bondade.

“Tefilin é para uma pessoa aquilo que o computador é para a tecnologia. Ambos
conectam e integram funções muito diversas. A idéia do tefilin é entrar no mundo
como uma única pessoa conectada a um único D-us.”

Assim como o Sefer Torá (Livro da Torá) e a Mezuzá, os Tefilin somente


podem ser confeccionados pelos Sofrim (escribas) com formação especial para tão
sagrada tarefa. Os que não são feitos por Sofer (escriba) qualificado e temente a D-us
são impróprios ao uso. Portanto, é imperativo adquiri-los somente de uma fonte
confiável. Outra coisa importante: de tempos em tempos é necessário verificar o
estado dos Tefilin - o que também é feito pelos peritos escribas - pois a menor
deterioração em sua estrutura física ou em qualquer das letras dos pergaminhos os
tornam impróprio ao uso. A Lei Judaica ordena que todos mandem inspecionar seus
Tefilin duas vezes a cada sete anos, mas é recomendável fazê-lo com mais freqüência,
possivelmente a cada ano, sempre por um Sofer habilitado e, de preferência, antes de
Rosh Hashaná (Festa Judaica). O uso de Tefilin é tão central na vida judaica que se
trata do primeiro mandamento que recai sobre o judeu, ao atingir a idade em que, pela
Lei Judaica, é considerado homem, responsável por seus atos e obrigado a seguir as
leis da Torá. Quando um judeu se torna Bar Mitzvá, que literalmente significa "filho
do mandamento", sua primeira obrigação é usar os Tefilin. Este ato é ainda mais

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importante do que ser chamado para ler da Torá. A partir do dia do Bar Mitzvá, o que
ocorre na data hebraica do décimo-terceiro aniversário de nascimento de um jovem, a
colocação dos Tefilin se torna uma obrigação vitalícia que o vinculará espiritualmente
a D-us, pois, como nos indicam os Sábios, a raiz da palavra Mitzvá - comumente
traduzida como mandamento - significa "vincular".

MEZUZÁ

"Mezuzá" é a palavra hebraica para designar umbral. Se você for a alguma casa
de família judaica poderá perceber no batente da porta do lado direito (para quem
entra) uma caixinha afixada e com dizeres hebraicos. A princípio, você pode achar que
é só mais uma decoração ou um luxo, mas é muito mais do que isso. O judeu crê muito
na Torá e cumpre fielmente tudo o que está determinado ali, prova disse é a Mezuzá.

Em Deuteronômio 6:9 diz:


“...E as escreverás nos umbrais de
tua casa, e nas tuas portas...”

Hoje em dia, e sempre, a mezuzá (uma


mitsvá – Mandamento - que tem
acompanhado o povo judeu ao longo dos
anos), mais do que nunca constitui o sinal
de que nesta residência ou
estabelecimento se encontra um judeu, e
em sua porta sua maior proteção: D-us.

Consiste em um pequeno rolo de


pergaminho que contém duas passagens bíblicas, manuscritas, "Shemá" e "Vehaiá". A
mezuzá que deve ser afixada no umbral direito da porta de cada dependência de um lar
ou estabelecimento, obedece ao seguinte mandamento da Torá: "Escreve-las-ás nos
umbrais de tua casa, e em teus portões" (Deuteronômio 6:9, 11:20)

É no conteúdo, guardado em seu interior, que reside o verdadeiro valor da


mezuzá, e não em seu invólucro. No verso do pergaminho estão escritas as letras
hebraicas Shin, Dalet e Iud, que forma o acrônimo das palavras hebraicas:

"Shomer Daltot Israel", que significa Guardião das Portas de Israel

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Conteúdo

A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que mencionam o mandamento Divino de


afixá-la nos umbrais das portas:

"Shemá" – Deuteronômio 6:4-9


4 Ouve, Israel, o SENHOR nosso D-us é o único SENHOR.
5 Amarás, pois, o SENHOR teu D-us de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todas as tuas forças.
6 E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;
7 E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te.
8 Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus
olhos. 9 E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.

O "Shemá" proclama a unicidade do D-us único e o eterno e sagrado dever de servi-


Lo.

"Vehaiá" – Deuteronômio11:12-21
13 E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos
ordeno, de amar ao SENHOR vosso D-us, e de o servir de todo o vosso coração e de
toda a vossa alma,
14 Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que
recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.
15 E darei erva no teu campo aos teus animais, e comerás, e fartar-te-ás.
16 Guardai-vos, que o vosso coração não se engane, e vos desvieis, e sirvais a outros
deuses, e vos inclineis perante eles;
17 E a ira do SENHOR se acenda contra vós, e feche ele os céus, e não haja água, e
a terra não dê o seu fruto, e cedo pereçais da boa terra que o SENHOR vos dá.
18 Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as
por sinal na vossa mão, para que estejam por frontais entre os vossos olhos.
19 E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te, e levantando-te;
20 E escreve-as nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas;
21 Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o
SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.

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O "Vehaiá" expressa a garantia Divina de que nossa observância dos preceitos da


Torá será recompensada e nos previne sobre as consequências se os desobedecer.

Como já dito: “Um judeu vive 90% de sua vida no ósseo religioso, e tudo o que ele faz
e por tudo ele Bendiz ao Nome do Senhor. Desde um copo de água que consome até o
dia da morte da pessoa mais próxima, o Nome do Eterno é Bendito por ele em todas as
ocasiões”.

E para afixar a Mezuza é também necessária uma benção:

Bênção da Mezuza

"Bendito és Tu, ó Eterno nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus
mandamentos e nos ordenou afixar a mezuza."

10ª Matéria – Símbolos Judaicos

Alef Beit (Alfabeto Hebraico


Magen David (Estrela /Escudo de Davi)

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Menorah (Candelabro de sete braços)

Alef Beit – O Alfabeto Hebraico possui grande significado dentro da Cultura


Judaica. Igual a um dos muitos símbolos sionistas (pró-Israel) o hebraico se encaixa
perfeitamente nessa idéia.
O povo de Israel sofreu grandes perseguições ao longo de TODA HISTÓRIA,
guerras, lutas, batalhas, preconceitos, discriminação e muitas ideologias que iam e vão
de encontro com a liberdade de expressão e de religião dessa cultura.
Devido a uma grande enxurrada de pensamentos maldosos a Cultura juntamente
com suas vertentes, que inclui o alfabeto hebraico, foi se perdendo e sendo esquecida
por tanta pressão e opressão.
Mas graças ao Eterno, que Seus Planos Nunca podem ser frustrados, esse
idioma ainda permanece vivo e a tendência é só aumentar. O Idioma Hebraico é um
dos símbolos judaicos. A língua como forma de comunicação ajuda em muito a
reerguer essa Cultura Milenar.

O Idioma Hebraico a partir de sua raiz etimológica:

Temos os descendentes de Noé no capitulo 10 de Gênesis. Mas há alguns pontos a


serem observados:

1º - 10:21 – E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Eber, o irmão
mais velho de Jafé.

Sem, filho de Noé foi o bisavô de Eber (‫)עבר‬, e o “curioso” é que a designação para o
“Idioma hebraico” no alfabeto hebraico é: ‫ = עברית‬Ivrit.

Toda palavra no hebraico possui uma raiz e suas variantes com diferentes
significados e interpretações.

Percebam que as 3 primeiras letras de “Eber” e “Ivrit” são exatamente iguais,


sendo a mesma raiz, ou seja, essas duas palavras estão estritamente ligadas.

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Eber é o Pai dos Hebreus, e não Abraão, como muitos pensam, pois “hebreu” é
uma palavra aportuguesada e com influência de outras línguas para a designação de
uma raça ou família.
O motivo pela qual muitas pessoas pensam erroneamente que Abraão é o Pai
dos hebreus é que a 1ª citação de “Hebreu” na Escritura é em:

Gênesis 14:13 – Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele
habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner;
eles eram confederados de Abrão.

Sendo, Abrão o Hebreu, mas no hebraico transliterado seria: “Avram, haIvri”,


mas Abraão é um descendete de EBER!

Concluindo assim, etimologicamente, que o idioma hebraico veio de Eber, um


descendente direto de Sem sendo filho de Noé.

Menorah (Candelabro de sete braços)


A seguir você verá fotos tiradas por mim em Jerusalem, na cidade velha, no bairro judeu.
São de uma menorah com as mesmas especificações bíblicas. Detalhe que ela é toda feita de
ouro maciço graças a doações generosas de judeus ao redor do mundo.

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Êxodo 25:31 Também farás um candelabro de ouro puro; de


ouro batido se fará este candelabro; o seu pé, as suas hastes,
os seus copos, os seus botões, e as suas flores serão do
mesmo. 32 E dos seus lados sairão seis hastes; três hastes do
candelabro de um lado dele, e três hastes do outro lado dele.

A Menorá (do hebraico ‫ מנורה‬- menorah - "lâmpada, candelabro"), um


candelabro de sete braços, é um dos principais e mais difundidos símbolos do
Judaísmo. Originalmente era um objeto constituído de ouro batido, maciço e puro,
feito por Moisés para ser colocado dentro do Santo Lugar - átrio intermediário entre o
Átrio Exterior do Santuário e o Santo dos Santos - juntamente com o Altar de Incenso
e a Mesa dos Pães da Proposição. Diz-se que simboliza os arbustos em chamas que
Moisés viu no Monte Sinai.
A Menorá existia tanto no Tabernáculo quanto no Primeiro e, posteriormente,
no Segundo Templo. Só no ano 69 d.C., com a invasão romana a Jerusalém e a
destruição do Templo, a Menorá foi levada pelos invasores para Roma, - fato este
retratado em forma de relevo no Arco de Tito. Alguns pesquisadores argumentam que
este objeto sagrado de Roma teria sido levado para os porões do Vaticano, estando
hoje sob a posse da Igreja Católica Romana, mas ainda não se provou nada a respeito.
Atualmente, a Menorá constitui um símbolo do Estado de Israel, juntamente
com a Estrela de Davi.
Existe também a Chanukiá ( ‫חנוכיה‬- chanukiah), um candelabro adaptado com
nove braços (diferentemente da Menorá, que tem sete braços).

Estrela de Davi

Estrela de David (Magen David), conhecida também como escudo supremo de


David, é um símbolo em forma de estrela formada por dois triângulos sobrepostos,
iguais, tendo um a ponta para cima e outro para baixo, utilizado pelo judaísmo.
A palavra magen significa escudo, broquel, defesa, governante, homem armado.
O substantivo magen, refere-se a um objeto que proporciona cobertura e proteção ao
corpo durante um combate.

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De acordo com a tradição judaica, este símbolo era desenhado ou encravado


sobre os escudos dos guerreiros do exército do Rei Davi.
Esta tradição teve origem no fato de o nome hebraico para David ser escrito
originalmente por três letras do alfabeto hebraico - Dalet, Vav e Dalet. Os dois Dalet's
tinham uma forma triangular no alfabeto hebraico usado até então, uma variação do
alfabeto fenício.

Vejam o exemplo:

O Nome do Rei David se escrevia da seguinte forma:

E conforme a historia, o nome de David possuía uma abreviação que era


justamente a primeira letra e a ultima letra, que lado a lado ficariam assim:

Estas duas letras então eram encravadas nos escudos dos soldados uma
sobreposta a outra, formando uma espécie de estrela.

Logo, quando os exércitos inimigos do Rei David viam em seus escudos essas
duas letras, se concluiu que sua forma era:

Este símbolo apareceu primeiramente ligado aos judeus já na Era do Bronze -


no século IV a.C. - num selo judaico achado na cidade de Sidon.

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Ele também aparece em muitas sinagogas antigas na terra de Israel datadas da época
do Segundo Templo e até mesmo em algumas depois de sua destruição pelos romanos.
Um exemplo é o friso da sinagoga de Cafarnaum (século II ou III da era cristã) e uma
lápide (ano 300 da era cristã), encontrada no sul da Itália.

Segue uma foto como um exemplo:

Podemos ver nesta bela foto na Cidade de Kfar-Nachum (Cafarnaum), uma


estrela de David ao seu lado esquerdo e um ramo de oliveira ao seu lado direito.
Escavações desde 1968 puseram a descoberta, em Cafarnaum, casas que remontam ao
século I a.C. assim confirmando mais uma vez a veracidade da Palavra de D-us.

Resumo para a Avaliação Intermediária 5

01. Por quê os Livros de Levitico e Números não são meramente históricos?

02. De acordo com a matéria “Simbolos Judaicos” de qual personagem bíblico surgiu o
Alfabeto Hebraico?

03. Qual é o próposito do “Tzitzit”?

04. De onde surgiu a Estrela de David?

ANOTAÇÕES:

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Conclusão Final sobre a Matéria de Cultura Judaica

Eu, Pastor e Professor Renato Santos fico muito feliz por você, querido(a)
aluno(a) por ter o desejo no seu coração de conhecer mais e mais sobre a Bíblia, a
Palavra de D-us. Como dito, eu vivi 1 ano e 9 meses na Terra de Israel, mais
precisamente em Jerusalém, e lá, com o apoio do Dr. Shlomo Hizak pude comtemplar
essa maravilhosa cultura, ou seja, a mesma estrutura e base que o Nosso Senhor Jesus
nasceu, cresceu e que é o fundamento de toda Bíblia.
Resumidamente você viu alguns tópicos e assuntos referente a essa Cultura
Milenar que atravessou muitas barreiras, lutas e desafios para se manter “Casher”.
Não pare por aqui, seja persistente em querer adquirir mais conhecimento das
Escrituras. Pergunte, inquira, questione, pense, reflita, argumente, pois a Verdade é
complexa, e só o Espírito Santo tem o verdadeiro discernimento e a revelação do que
Ele tem para você.

Espero que tenha gostado e aprendido.


Mais uma vez, obrigado e que o Eterno D-us de Israel esteja com você e prospere a
obra de suas mãos.

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BIBLIOGRAFIA

R. Laird Harris, Gleason L. Archer Jr., Bruce K. Waltke. Dicionário internacional de


teologia do Antigo Testamento. São Paulo. Vida Nova. 1998
HIZAK, Shlomo. The Little Sanctuary. Jerusalem. Ami Jerusalem Center for Studies
and Research 1995
BLECH, Benjamin. O Mais Completo Guia sobre Judaísmo. São Paulo. Editora Sefer. 2000
GILBERT, Martin Israel: The History, Nova York: Morrow, 1998
SANTOS, Renato. Interpretando A Escritura através do Idioma Hebraico. São Paulo.
2011
Arca Universal. Disponível em: <http://m.arcauniversal.com/noticias/historias-de-
vida/reflexao/a-terra-santa--17433.html> Acesso em 03.05.2013
Nossas Leis. Disponível em: <
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=711&p=0> Acesso
em 01.05.2014
Mezuza. Disponível em: < http://www.chabad.org.br/mitsvot/mezuza/home.htm>
Acesso em 18.05.2014
Iom Kipur. Disponível em: <
http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=1010&p=0> Acesso
em 02.09.2014
STRONG, James. Dicionário Bíblico Strong: léxico hebraico, aramaico e grego de
Strong. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
Fronteiras de Israel. Disponivel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Israel Acesso em
20.09.2013
Talmud. Disponivel em:
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/talmud/home.html Acesso em 10.09.2014

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

Filho do Hamas – Autor Yousef, Mosab Hassan – Editora Sextante;

Assim Nasceu Israel – Autor Jorge Garcia Granados – Editora: Sefer;

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