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Genética
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
4.1 Monoibridismo..................................................................................................... 10
5 HEREDOGRAMAS ............................................................................................... 15
Prezado aluno!
Bons estudos!
2 HISTÓRIA E FILOSOFIA DA GENÉTICA
A disciplina de Genética é uma área da Biologia que tem como objetivo estudar
a herança biológica, também conhecida como hereditariedade, ou seja, a transmissão
das características dos pais para os filhos, seus descendentes, ao longo das
gerações. O termo Genética deriva do grego genno (que significa fazer nascer) e foi
utilizado pela primeira vez pelo cientista Willian Bateson em uma carta dirigida a
Sedgewick, datada de 18 de abril de 1905.Apesar de a hereditariedade despertar a
curiosidade das pessoas desde a pré-história, quando já faziam a seleção e
domesticação de animais e plantas de acordo com características que mais lhes
convinham, somente no século XX essa área da ciência se desenvolveu de maneira
mais expressiva. (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2013; KLUG et al., 2012).
Fonte: www.ipog.edu.br
Uma viagem rápida à Grécia Antiga nos dá uma clara visão de como as
pessoas tentavam explicar as semelhanças entre pais e filhos, por exemplo, por volta
de 500 a.C., um dos discípulos de Pitágoras de Samos, chamado Alcmeon de
Crotona, acreditava que os homens e as mulheres tinham sêmen, e este se formava
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no cérebro. Ainda segundo ele, o gênero da criança seria determinado de acordo com
o predomínio do sêmen de um dos pais e, caso tivessem a mesma proporção,
ocorreria o que chamamos de hermafroditismo. Um pouco mais adiante na história da
Grécia podemos encontrar Empédocles de Acragas (492-432 a.C.), que dizia que se
o útero materno fosse quente nasceria um menino; e, se fosse frio, nasceria uma
menina. Já Anaxágoras de Clazomene (500-428 a.C.) postulava que somente no
homem ocorria o sêmen e que este sêmen continha o protótipo de cada órgão que
formaria o futuro ser. (Amabilis, 1979)
Além disso, Anaxágoras também postulou que os meninos seriam gerados do
lado direito do corpo, enquanto as meninas seriam geradas do lado esquerdo do
corpo, sendo que essa teoria ficou conhecida como “Teoria direita e esquerda”. A partir
do Renascimento, as ideias dos filósofos gregos Hipócrates e Aristóteles passaram a
exercer uma forte influência no pensamento ocidental. Hipócrates de Cos (460-370
a.C.) desenvolveu a hipótese da pangênese, segundo a qual cada parte do corpo de
um organismo vivo produziria gêmulas, as quais seriam partículas hereditárias que
migrariam para o sêmen tanto do macho quanto da fêmea e seriam passadas aos
descendentes no momento da concepção, explicando o motivo pelo qual os
descendentes apresentam semelhanças com seus genitores. Entretanto, Aristóteles
(384-322 a.C.), um século depois das ideias de Hipócrates, escreveu um tratado que
trazia novas ideias sobre a hereditariedade e o desenvolvimento dos animais. No seu
livro, De Generatione Animalium (Geração de Animais), Aristóteles distinguiu 4 tipos
de geração:
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tratado, caso o novo indivíduo nascesse normal, isso significaria que a forma paterna
havia prevalecido e que o novo ser seria igual ao pai.
Fonte: www.ilmattino.it.com.br
3 EX OVO OMNI
A frase acima pode ser traduzida da seguinte maneira: todo animal se origina
de um ovo. É com essa frase, de autoria do médico inglês William Harvey (1578-1657),
que vamos começar a nossa aula a respeito das bases da hereditariedade, como
proposto ao final da aula anterior. Durante a época de Harvey, as ideias mais
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difundidas e aceitas sobre a hereditariedade partiam do pressuposto da geração
espontânea. A teoria de Harvey é de fundamental importância, pois se opunha
totalmente a esta. Harvey propunha, em sua teoria, que o ovo produzido pela fêmea
deveria ser fertilizado pelo sêmen, que provinha do macho, para poder gerar um novo
indivíduo. Após sua fertilização, Harvey acreditava em duas possibilidades para o
desenvolvimento do ovo:
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lado. Além disso, era necessária a utilização somente de plantas puras em seus
cruzamentos. Para Mendel, plantas puras eram plantas que, por autofecundação,
geravam somente descendentes iguais entre si. Por exemplo, se cruzarmos plantas
puras que possuam vagem verde, todos os descendentes também terão vagens
verdes e, se cruzados entre si, continuarão a aparecer somente vagens verdes.
Para uma melhor identificação, Mendel denominou as plantas puras como
geração parental, ou geração P, em sua forma abreviada. Os descendentes diretos
da geração P são chamados primeira geração híbrida, ou geração F1. Essa geração
F1, quando autofecundada, dá origem a segunda geração híbrida, ou geração F2.
Gregor Mendel observou que quando cruzadas plantas puras que possuíam sementes
de cor amarela com plantas, também puras, que possuíam sementes verdes, todos
os descendentes em F1 possuíam sementes de cor amarela. De acordo com a
observação desse fato, Gregor Mendel chamou de caráter recessivo o fator que não
se manifestava em F1, nesse caso a cor verde, e de caráter dominante o caráter que
se manifestava nesse caso a cor amarela. (Snustad, 2008)
Embora descontente com os resultados desse primeiro cruzamento, uma vez
que se esperava obter metade das plantas com sementes de cor verde e a outra
metade com sementes de cor amarela, Mendel decidiu autofecundar F1. Para sua
surpresa, em F2, as sementes de cor verde que haviam desaparecido em F1 voltaram
a se manifestar. Observe a imagem a seguir: Como exposto anteriormente, três outros
biólogos haviam chegado às mesmas conclusões 35 anos depois de Mendel. A
diferença entre os trabalhos deles e o de Gregor Mendel foi a relação matemática
estabelecida por Mendel e que fugiu aos outros biólogos.
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Na verdade, Mendel cruzou milhares de plantas. Utilizando o exemplo da cor
das sementes, Mendel cruzou plantas puras verdes com plantas puras amarelas e
obteve em F2 um total de 8023 sementes, das quais 6022 eram amarelas e 2001 eram
verdes. Ao se dividir o número de sementes amarelas pelo número de sementes
verdes obtém-se a proporção 3:1. Como Mendel não analisou apenas uma
característica, podemos demonstrar os resultados obtidos por ele ao considerar
sementes puras lisas e sementes puras rugosas, onde de um total de 7324 sementes,
5474 sementes eram lisas e 1850 eram rugosas. Novamente dividindo-se o valor das
sementes lisas pelo das sementes rugosas encontramos a proporção 2,96:1 ou seja,
aproximadamente 3:1. (Burns, 1998)
4.1 Monoibridismo
AA, Aa, aa
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Como podemos observar existem 3 possíveis combinações para qualquer tipo
de característica (consideramos que Aa e aA são a mesma coisa, uma vez que a
ordem dos fatores não altera o produto final). O indivíduo AA apresentará a
característica pertencente ao gene A; o indivíduo Aa também apresentará a
característica pertencente ao gene A, mesmo tendo o gene a uma vez que este só irá
se manifestar se estiver em dose dupla, que ocorre com o indivíduo aa.
Voltando mais uma vez ao exemplo das ervilhas, a primeira decisão a ser
tomada é a escolha da letra a ser utilizada em nosso problema. A letra escolhida, por
convenção, é a letra da característica recessiva. Dessa maneira, para resolver o
problema das ervilhas de Mendel, iremos utilizar a letra v, (pois o caráter recessivo
é verde). A letra a ser utilizada na resolução é a letra que representa a característica
recessiva. Portanto, a resolução do problema inicial de Mendel seria a seguinte: como
F1 eram linhagens puras, uma verde (vv) e outra amarela (VV), ao se cruzar os genes
temos que 100% das novas plantas terão sementes amarelas (Vv), observe:
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Em relação à proporção, temos ¼ AA que nos dá 0,25. Quando multiplicamos
esse resultado por 100 temos um valor expresso em porcentagem (a famosa regra de
3). Em relação a Aa, temos 2/4, que é a mesma coisa que ½, ou seja, meio, ou 50%.
Em relação a aa temos os mesmos ¼ e, portanto, 25%. Agora ficou claro como Mendel
explicou os resultados obtidos durante os anos de cruzamentos. Todas as plantas que
apareceram em F1 eram Aa. Assim, como o gene a não se manifesta e A sim, todas
as plantas tinham sementes amarelas. Como existe uma possibilidade de 25% de
aparecer sementes verdes em F2, elas voltam a aparecer numa proporção de 3:1.
(Ringo, 2005)
4.2 Diibridismo
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tranquilamente alterar a cor do cabelo (basta pintar; pode ser verde, laranja, azul,
como está na moda nos dias de hoje!). Quando essa pessoa pinta o cabelo ela alterou
o seu fenótipo. Imagine, duas pessoas, ambas de cabelos castanhos, pintam os
cabelos de laranja. Nesse período resolvem ter um filho e ele nasce com cabelos
laranja! Impossível, você não acha? Assim, quando se altera o fenótipo não se alteram
os genes, o genótipo. O mesmo vale para o uso de lentes de contato, aumento da
massa muscular por meio de exercícios físicos e bronzeamento da pele. (Amabilis,
1979)
A pessoa pode ter olhos castanhos escuros (geno-tipicamente falando) e usar
uma lente de contato azul (o fenótipo), ou ter pela branca e passar um longo período
tomando sol na praia e escurecer a cor da pele pela deposição de melanina. Outro
exemplo muito bem estudado é a coloração dos pelos em coelhos da raça himalaia.
Esses coelhos têm como característica apresentar as orelhas, os focinhos e as patas
com pelos pretos e, no restante do corpo, pelos brancos. Isso ocorre somente se
esses coelhos estiverem em ambiente cuja temperatura varie entre 15°C e 24°C.
Como as extremidades do corpo tendem a ser mais frias (perdem mais calor para o
meio), se possuírem pelagem escura nessas áreas, ela absorverá mais calor (da
mesma forma quando se usa roupa escura). Se você pegar um coelho desse e criá-
lo em uma região cuja temperatura seja menor que 2°C, esse coelho passará a
apresentar pelagem totalmente escura.
O inverso também é verdadeiro. Se você criá-lo em uma região na qual a
temperatura seja maior que 29°C, a pelagem passa a ser totalmente branca. Agora
quero mais ainda sua atenção: vamos imaginar um experimento (um biólogo que não
faz experimentos não é um biólogo). Vamos pegar um desses coelhos e criá-los em
um local onde a temperatura seja, digamos, 20°C. Fazendo isso a sua pelagem será
escura nas extremidades (focinho, orelhas e patas) e a do restante do corpo será
branca. Agora vamos raspar totalmente o pelo do dorso desse animal e amarrar uma
bolsa com gelo sobre o local raspado. Será que você consegue imaginar o que
aconteceria? Se sua resposta foi: - nesse local crescerão pelos pretos, você está
totalmente correto. Assim, o animal terá, além das extremidades, pelos escuros no
meio do corpo, bem no local onde nós raspamos anteriormente. Agora quero lhe
propor outro problema. Suponha que você receba, para realizar experimentos,
algumas sementes amarelas (iguais às de Mendel). Entretanto, o fornecedor não lhe
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informou se essas sementes eram homozigotas (plantas puras) ou heterozigotas
(híbridas). Como você pode perceber, surgiram no período anterior, dois termos que
ainda não discutimos: homozigotos e heterozigotos. (Pierce, 2004)
O termo homozigoto refere-se ao indivíduo que apresenta o mesmo tipo de
gene em alelos diferentes. Assim, são homozigotos os indivíduos AA, aa, BB, bb, etc.
Já o termo heterozigoto faz referência aos indivíduos que possuem genes diferentes
em seus alelos, exemplificando, como no caso anterior, como Aa e Bb (lembre-se:
homo significa igual e hetero significa diferente). Enfim, para descobrir se um indivíduo
é heterozigoto ou homozigoto basta realizar o chamado cruzamento-teste. Esse
experimento consiste em cruzar o indivíduo em questão com um indivíduo totalmente
recessivo e analisar a sua descendência. No exemplo clássico de Mendel, vamos
cruzar as plantas com sementes amarelas (as quais em F1 nós não sabíamos o
genótipo) com plantas verdes, ou seja, plantas recessivas. Ao se analisar os
resultados, podemos chegar as seguintes conclusões: entre os descendentes não
apareceram indivíduos verdes ou, entre os descendentes apareceram indivíduos
verdes. Vamos analisar o primeiro caso. Se não apareceram indivíduos verdes em
momento algum, podemos concluir que o genótipo da semente amarela só pode ser
VV, observe o cruzamento abaixo:
VV x vv
100% Vv (amarelas)
Vv x vv
50% Vv (amarelas) e 50% vv (verdes)
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várias vezes, uma vez que, como são poucos os descendentes, a chance de se
equivocar com o resultado é grande. Se um homem que apresenta uma pigmentação
normal de pele (albino) casa-se com uma mulher albina e tem um filho normal, não
significa que esse homem seja homozigoto (AA), pois mesmo sendo heterozigoto (Aa)
possui 50% de chance de ter um filho normal. (Gelbart, 2006)
5 HEREDOGRAMAS
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A ligação por uma linha horizontal entre um homem e uma mulher caracteriza
um casamento. Entretanto, pode ocorrer que esse casamento seja consanguíneo
(indivíduos da mesma família), como, por exemplo, o casamento entre primos e, nesse
caso, fazemos uma linha dupla ligando os indivíduos. Por definição, sempre
representamos os homens antes das mulheres. (PIERCE, 2016)
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Na representação acima podemos observar que um casal normal teve três
filhos: o mais velho é um menino normal, o segundo filho é uma menina com algum
traço genético e o filho mais novo é uma menina normal. Já um casamento sem filhos
é representado da seguinte maneira:
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Quando falamos em casamento temos de levar em consideração que a mulher
pode estar grávida. Nesse caso, usaremos as representações abaixo:
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Segundo Pierce (2016), dessa forma, sendo os pais heterozigotos, e, portanto,
normais, temos 25% de chances de o filho vir a ter essa característica, o que torna o
resultado possível. Entretanto, quando temos pais afetados, será que eles poderiam
ter um filho normal? A resposta é sim, desde que a herança seja dominante, ou seja,
um gene dominante causa tal característica:
Adicionando-se os genótipos:
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Portanto, fica aqui uma regrinha que vale a pena repetir: pais normais que tem
um filho afetado, herança de origem recessiva; pais afetados que tem um filho normal,
herança de origem dominante. Retornando ao problema proposto inicialmente,
podemos verificar que a herança tem caráter recessivo. Assim, podemos marcar todos
os indivíduos afetados com genes recessivos (aqui usaremos a letra t, só para sair da
rotina um pouco!). Como os genes tt nos indivíduos II-2 e II-5 têm de ter vindos um da
mãe e outro do pai pode concluir que I-2 tem um gene t e, sendo normal, deve ter um
gene T. (Pierce, 2016)
Usando o mesmo raciocínio vale para o restante do problema e chegamos ao
resultado final:
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Infelizmente não existe milagre nesse caso. Embora possa ter parecido um
pouco confuso, a resolução é simples, mas somente se tornará simples quando você
tentar resolver por si só. Embora o exemplo acima tenha possibilitado a determinação
de todos os genótipos nem sempre isso vai acontecer. Algumas vezes você não terá
dados suficientes para saber se um indivíduo é TT ou Tt. Nesse caso iremos deixar
indicado como T_.
P: VV x BB
F1: 100% VB (rosa)
F2: 25% VV (vermelha), 50% VB (rosa) e 25% BB (branca)
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6.1 Alelos Múltiplos
Podemos então definir como indivíduos diploides (2n) aqueles que têm esse
conjunto duplo, e indivíduos haploides (n) aqueles que têm apenas um conjunto de
cromossomos. O mesmo vale para classificação das células: uma célula haploide, por
exemplo, seria um gameta humano e uma diploide seria, por exemplo, um neurônio.
Embora tenhamos visto até o momento apenas um alelo em cada cromossomo,
existem algumas características no qual se encontram três ou mais alelos diferentes
na população, como por exemplo, os alelos do grupo sanguíneo, onde podemos
encontrar os fenótipos A, B, AB e O. (Lima, 2004)
Nesses casos, portanto, estamos falando em Alelos Múltiplos. Vamos começar
com um exemplo muito conhecido: a pelagem dos coelhos. Em coelhos, o gene que
determina a cor da pelagem apresenta-se sobre 4 formas alélicas
diferentes: C (determina a pelagem castanho-acinzentada, também conhecida como
selvagem ou aguti), cch (determina a pelagem cinzenta-prateada, também conhecida
como chinchila), ch (determina uma pelagem branca com extremidades escuras,
também conhecida como himalaia) e c (determina a pelagem totalmente branca,
também conhecida como albina). Existe uma relação de dominância entre esses
genes, sendo que o gene C domina todos os outros, o gene cch domina o ch e c, o
gene ch domina apenas o c e o c não domina ninguém, apenas se expressando em
homozigose.
Vimos até agora que os diferentes genótipos são bem distintos, produzindo
proporções genotípicas e fenotípicas estritamente como o esperado pela lei de Mendel
(lei da segregação). Em alguns casos vamos perceber que diversos genótipos podem
corresponder a fenótipos alternativos, um bem diferente do outro. Quando isso
ocorrer, falaremos então de variação descontínua. (Amabilis, 1979)
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6.4 Herança dos Grupos Sanguíneos
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Assim, classificamos o tipo sanguíneo AB como receptor universal, pois não
tem nenhum anticorpo contra outros grupos sanguíneos e como doador universal o
tipo sanguíneo O, uma vez que as suas hemácias não possuem nenhum
aglutinogênio e, assim, não são reconhecidas pelos anticorpos do receptor.
Entretanto, fica uma dúvida: se uma pessoa recebe sangue do tipo O, este contém
além das hemácias, o seu plasma, no qual se encontram os anticorpos anti-A e anti-
B. Esses anticorpos não farão o sangue do receptor se aglutinar do mesmo jeito? A
resposta é não, e se explica da seguinte forma: a quantidade de plasma que o paciente
recebe é muito pequena quando comparada com a quantidade total de sangue que
possui. Assim, as aglutininas do doador se diluem no plasma do receptor causando
pouca ou nenhuma aglutinação das suas células. (Burns, 1998)
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aglutinares, o sangue é do tipo AB e, se nenhuma das gotas de sangue aglutinarem,
o sangue é do tipo O.
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apresentará o fenótipo do grupo O. Esses indivíduos classificados erroneamente
como pertencentes ao grupo O foram inicialmente descritos em Bombain, na Índia e
o fenômeno passou a ser chamado de fenótipo de Bombain. Alguns anos antes de
receber o Prêmio Nobel, Landsteiner e seus colaboradores passaram a testar a
interação entre o sangue humano e o de coelhos. Eles injetaram sangue humano nos
coelhos para testar a capacidade dos anticorpos dos coelhos aglutinar as hemácias
humanas. Com esse experimento eles conseguiram identificar outro sistema de grupo
sanguíneo humano, o sistema MN. Embora de forma muito generalista, verificamos a
existência de indivíduos com genótipo AgMAgM (grupo M), AgNAgN (grupo N) e
AgMAgN (grupo MN). Uma diferença fundamental existe entre o sistema MN e o
sistema ABO: no sistema MN não existe a presença de aglutininas contra os antígenos
M e N e, portanto, não há incompatibilidade entre indivíduos pertencentes a grupos
diferentes.
7 GRUPOS SANGUÍNEOS
Fonte: www.worldpdfdatabase.us.com.br
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contra esses antígenos. Se, em um eventual segundo filho, esse também for Rh +, os
anticorpos produzidos pela mãe durante a primeira gestação passarão para o filho no
momento do parto, causando a destruição das hemácias do bebê, o que causa anemia
profunda e icterícia. (Snustad, 2008)
A icterícia (amarelamento da pele) é causada pelo acúmulo de bilirrubina no
sangue, sendo que a bilirrubina é produzida a partir da hemoglobina no fígado do
recém-nascido. Dessa forma, toda hemoglobina liberada pela destruição das
hemácias é convertida em bilirrubina, tornando a pele do bebê amarelada. Para
compensar a falta de hemácias no sangue devido à sua destruição, a medula óssea
então passa a liberar hemácias imaturas conhecidas como eritoblastos. Um quadro
clínico de icterícia, anemia e eritroblastos circulantes é um forte indicativo de Doença
Hemolítica do Recém-nascido. Mas, enfim, todo bebê Rh+, filho de mãe Rh- terá
DHRN? A resposta é não. Hoje em dia, a mulher Rh- que vai dar à luz a um bebê
Rh+ recebe, no momento do parto, uma injeção de anticorpos anti-Rh que destrói as
hemácias Rh+ que se misturaram com o seu sangue, evitando, assim, a formação de
anticorpos anti-Rh.
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cada evento. Assim, se a chance de uma criança ter olhos azuis é de ¼ e a chance
de ter cabelos loiros é de ½, temos que:½. ¼ = 1/8 assim, dividindo-se 1 por 8 temos
0,125. Multiplicando-se o resultado por 100 obtemos 12,5%. (Amabilis, 1979)
Quando queremos saber a probabilidade no qual aconteça um evento ou outro
iremos somar as probabilidades. Qual seria então, a chance de a mesma criança ter
olhos azuis ou cabelos loiros? Somando-se as probabilidades, temos:½ + ¼ =
¾assim, dividindo-se 3 por 4 temos 0,75. Multiplicando-se esse resultado por 100
chegamos ao valor de 75%.
8 CRUZAMENTOS DIÍBRIDOS
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Como você percebeu após a geração P nós colocamos a letra G (gametas),
cujo resultado foi obtido cruzando-se os genes C e c com R e r, ou seja, aplicando-se
uma primeira lei de Mendel em P. Em seguida colocamos os resultados em uma
tabela, como se fosse um jogo de batalha naval, e cruzamos os resultados das linhas
com as colunas, como demonstrado acima.
9 INTERAÇÃO GÊNICA
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Analisando os resultados, obtemos:
10 HERANÇA POLIGÊNICA
2n + 1 = x
2n + 1 = 5
2n = 5 – 1
2n = 4 n = 4/2
n=2
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Aabb ou aaBb serão mulatos claros (lembre-se que a herança é quantitativa e
não qualitativa, ou seja, o indivíduo Aabb e aaBb terão o mesmo fenótipo).
AAbb, aaBB e AaBb serão mulatos médios, AABb ou AaBB serão mulatos
escuros e AABB serão negros. (Ringo, 2005)
Observe a tabela abaixo:
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b) 75% terão 1,30m e 25% terão 1,45m de altura,
c) 25% terão 1,00m e 75% terão 1,60m de altura,
d) 50% terão 1,15m e 50% terão 1,30m de altura,
e) 25% terão 1,15m, 25% 1,30m, 25% 1,45m e 25% 1,60m de altura.
Resolvendo o problema: cruzando-se os indivíduos AaBB com aabb teremos:
P: AaBB x aabb
G: AB, aB x ab
F1:
10.2 Epistasia
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pretos com camundongos albinos, o resultado de F1 é 100% aguti. Fazendo-se o
cruzamento entre os indivíduos de F2, obtemos 9/16 aguti, 3/16 de pretos e 4/16 de
albinos. (Ringo, 2005)
Observe o exemplo abaixo:
P: AApp x aaPP
G: Ap x aP
F1
9/16 – Aguti
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3/16 – Preto
4/16 – Albino
P: bbee x BBEE
G: be x BE
F1: 100% BbEe (pretos)
obtendo F2
G: BE, Be, bE, be x BE, Be, bE, be
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Analisando os resultados teremos:
9/16 – Preto;
3/16 – Chocolate;
4/16 – Dourado.
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Assim, com base na proposta de Janssen, Morgan criou uma hipótese para
explicar a proporção de gametas que fugiram aos padrões mendelianos. Sua hipótese
sugeria que os genes que estavam localizados no mesmo cromossomo (o da forma
da asa e o da cor do corpo), na prófase I da meiose, sofriam permuta, formando
cromátides recombinantes que iriam formar gametas diferentes. A sua hipótese foi
comprovada em diversas espécies.
Entre quais pares de genes é mais fácil a ocorrência de uma quebra? Entre A
e B ou entre B e C? Obviamente entre A e B, pois a distância entre eles é maior, ou
seja, o local onde essa quebra pode ocorrer é maior. Sendo maior a probabilidade de
ocorrer uma quebra entre A e B, maior vai ser também a frequência com que esses
genes irão se recombinar. Assim, a distância entre os genes é igual a sua frequência
de recombinação. (Burns, 1998)
Observe o mesmo esquema só que com as distâncias entre os genes:
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frequência de recombinação será igual a 32%. Com base nesse conceito de
frequência e distância entre os genes nós podemos montar um mapa cromossômico.
Vamos a um exemplo: suponhamos que a cidade A fica a 25 Km de distância da
cidade B. cidade C fica a 10 Km de distância da cidade A. Qual será a ordem em que
as cidades se localizam na estrada? Temos, nesse caso, duas possibilidades:
Segundo Lima (2004), para resolver esse problema basta olharmos para a
distância entre os genes A e D. Como demonstrado no enunciado, a distância entre A
e D é de 12 UR. Assim, o gene D deve ficar entre os genes A e C (45 – 33 = 12). Caso
ficasse para o lado de fora, a distância entre A e d deveria ser 78 UR (45 + 33 = 78),
portanto:
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com verdade nesse caso. À primeira vista teríamos a impressão de que a reprodução
sexuada envolve o ato sexual, enquanto a reprodução assexuada não envolve o ato
sexual. O que ocorre é que o ato sexual não é necessariamente obrigatório na
reprodução sexuada. Um exemplo claro desse fato é a reprodução dos sapos. Não há
penetração do macho na fêmea, mas apenas um estímulo sexual gerado pelo
“apertão”, por assim dizer, do macho sobre o ventre da fêmea, que faz com que ela
libere seus gametas na água, onde o macho irá liberar seus espermatozoides
posteriormente, para que haja fecundação. Portanto, reprodução sexuada NÃO
envolve necessariamente sexo, mas obrigatoriamente gametas. Já a reprodução
assexuada não envolve gametas. os gametas são células especializadas na
reprodução. Elas são produzidas nas gônadas por um tipo de divisão celular chamada
de meiose. Em humanos, a gônada masculina é o testículo, o qual produz o
espermatozoide, e a gônada feminina é o ovário, que produz o ovócito secundário.
Talvez você esteja estranhando o termo “ovócito secundário”. Na verdade, o gameta
feminino, na maioria dos vertebrados, é o ovócito secundário, o qual somente
completará sua divisão celular se for fecundado, transformando-se em óvulo logo em
seguida.
Em algumas espécies os mesmos indivíduos são capazes de originar tanto o
gameta masculino quanto o gameta feminino. Nesse caso estamos falando de
hermafroditismo, ou espécies monoicas (do grego mono, um, e oikos, casa). Quando
existem indivíduos especializados na produção de um tipo de gameta e outros no outro
tipo, estamos falando de espécies dioicas (do grego di, dois, e oikos, casa), a exemplo
da espécie humana. A determinação do sexo nas espécies é caracterizada pela
presença dos cromossomos sexuais. Entretanto, algumas espécies animais, como
jacarés, crocodilos e muitas espécies de tartarugas e alguns lagartos têm o sexo
determinado por condições ambientais. (Ringo, 2005)
Nos crocodilos, por exemplo, a temperatura de incubação dos ovos é fator
determinante para o sexo do embrião. Se o embrião for incubado em locais onde a
temperatura é relativamente baixa nascerão somente indivíduos do sexo feminino; já
os machos somente nascerão onde o local de incubação dos ovos possuírem
temperaturas relativamente altas. Em tartarugas ocorre exatamente o contrário: em
locais de temperatura alta nascem fêmeas e em locais de temperatura baixa nascem
somente machos. Na natureza encontramos 5 sistemas de determinação do sexo, o
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sistema XY, o sistema X0 (leia-se xis-zero), o sistema ZW e o sistema Z0 (leia-se zê-
zero) e o sistema haploide/diploide. No sistema XY as fêmeas possuem um par de
cromossomos sexuais idênticos, os quais são denominados XX.
Os machos possuem um cromossomo igual ao das fêmeas e um cromossomo
caracteristicamente masculino, o cromossomo Y, sendo constituído, portanto, por um
par XY. Dessa forma, dizemos que o sexo feminino é homogamético (do grego homo,
igual), pois todos os gametas conterão o cromossomo sexual X. O sexo masculino é
classificado como heterogamético (do grego hetero, diferente), pois 50% dos seus
gametas conterão o cromossomo X e 50% conterão o cromossomo Y. Em mamíferos,
um gene localizado no cromossomo Y é o responsável pela determinação direta do
sexo masculino. Nele encontra-se um gene chamado SRY, cuja sigla em inglês
significa sex-determining region Y. A proteína codificada por esse gene induz a
formação de testículos no embrião, por meio da ativação de outros genes em
diferentes cromossomos. O sistema X0 é muito parecido com o sistema XY. As
fêmeas apresentam dois cromossomos sexuais X (XX), entretanto, nos machos não
existem o cromossomo sexual Y e dessa forma eles apresentam apenas um
cromossomo sexual, o próprio X. Assim, o que determina ser um macho é a ausência
do cromossomo Y. (Ringo, 2005)
Um exemplo de animal que possui esse tipo de determinação sexual é o
gafanhoto. O sistema ZW, o qual ocorre em diversos répteis e em algumas espécies
de insetos (mariposas e borboletas, por exemplo) e de peixes, é caracterizado pelos
machos serem classificados como homogaméticos, ou seja, nesse caso eles possuem
dois cromossomos sexuais iguais, que são chamados de ZZ. As fêmeas possuem um
cromossomo sexual diferente, sendo, portanto, chamadas de sexo heterogamético,
possuindo os cromossomos ZW. Ou seja, nessas espécies ocorre o inverso do
sistema XY. Como podemos perceber no sistema XY quem determina o sexo da prole
é o macho e no sistema ZW quem determina o sexo da prole é a fêmea. O sistema Z0
restringe-se a galinha doméstica e algumas espécies de répteis, as quais, a exemplo
das espécies pertencentes ao sistema X0, também não possuem um cromossomo
sexual, nesse caso o cromossomo um caso muito interessante de determinação do
sexo ocorre em abelhas e formigas (insetos himenópteros). Nesses insetos, ocorre o
sistema haploide/diploide, nos quais os machos possuem apenas um lote
cromossômico e têm, portanto, apenas n cromossomos. Já as fêmeas são
51
constituídas por dois lotes cromossômicos e são, portanto, 2n. Vamos tomar como
exemplo as abelhas. Os zangões originam-se por meio de um óvulo não fecundado,
por um processo conhecido como partenogênese (do grego partenos, virgem, e
genesis, origem). A partenogênese é, portanto, um processo de reprodução na qual
não há fecundação do óvulo por um gameta masculino. Assim, como o zangão
desenvolve-se de um óvulo não fecundado ele é haploide, possuindo apenas n
cromossomos. As abelhas (fêmeas) se originam dos óvulos que foram fecundados e,
portanto, são diploides, possuindo 2n cromossomos. A diferença entre a rainha e as
abelhas operárias está na alimentação durante a sua fase inicial de vida, a fase larval.
Se durante a fase larval elas forem nutridas com a geleia real elas tornam-se
indivíduos adultos férteis, as quais serão responsáveis apenas pela reprodução e por
isso são chamadas de rainhas.
Se, por outro lado, elas não forem nutridas com a geleia real, elas tornam-se
indivíduos adultos estéreis e farão todo o serviço da colmeia, sendo, assim, chamadas
de operárias. Mais recentemente foram feitas novas descobertas em relação à
determinação do sexo masculino em abelhas, mais precisamente nas abelhas do
gênero Apis. Segundo esses novos estudos, o sexo não é determinado pelo número
de lotes cromossômicos. Os óvulos haploides possuem apenas uma única versão de
um gene chamado csd, palavra que em inglês significa complementary sex
determiner, cuja tradução é “determinante complementar do sexo”. O csd possui 19
formas alélicas. Se um indivíduo possuir apenas uma versão do gene ele será do sexo
masculino, mas, se possuir 2 versões do gene será do sexo feminino. Como existem
19 formas alélicas, a maioria das fêmeas são heterozigotas, pelo grande número de
possíveis combinações entre elas. Muito raramente ocorre a formação de um
indivíduo homozigoto para o gene csd, o qual acaba por se desenvolver em um macho
diploide. Em diversos tipos de plantas o sexo é determinado da mesma forma como
ocorre em animais. O cânhamo e o espinafre, por exemplo, têm a determinação do
sexo de acordo com o sistema XY; já no morango silvestre a determinação do sexo
ocorre de acordo com o sistema ZW. (Lima, 2004)
52
10.7 Herança Sexual
P: XDY x XDXd
G: XD, Y x XD, Xd
F1: XDXD – 25%
XDXd – 25%
XDY – 25%
XdY – 25%
Proporção fenotípica:
50% de chances de mulher normal (XDXD e XDXd)
25% de chances de um homem normal (XDY)
25% de chances de um homem daltônico (XdY)
O mesmo vale para os casos de hemofilia. Essa doença é causada por um alelo
recessivo h localizado no cromossomo X. Assim, indivíduos XH_ serão normais e
indivíduos XhXh ou XhY serão afetados pela doença. O daltonismo é uma doença que
atinge cerca de 5% a 8% dos homens e 0,04% das mulheres. Essa doença
caracteriza-se pela incapacidade de distinguir as cores. O termo daltonismo deriva do
nome do físico John Dalton, o qual apresentava essa característica. Basicamente
existem três tipos de daltonismo. No primeiro, as pessoas afetadas não distinguem a
cor púrpura da cor vermelha; no segundo, as pessoas veem a cor vermelha como se
fosse a cor verde; e no terceiro as pessoas não conseguem separar a cor verde da
vermelha, vendo as duas cores como avermelhadas. O primeiro tipo de daltonismo
discutido acima é condicionado por um gene recessivo localizado num cromossomo
53
autossomo, não tendo, portanto, o mesmo padrão de herança que discutimos acima.
Os segundos e o terceiro tipos são condicionados por genes recessivos localizados
no cromossomo X, seguindo o padrão acima estudado. A hemofilia é uma doença na
qual, na pessoa afetada, o sistema de coagulação sanguínea não funciona, e por isso
essas pessoas apresentam hemorragias abundantes, mesmo sendo pequeno o
ferimento. O processo de coagulação sanguínea envolve uma série de reações entre
proteínas presentes no sangue, as quais são codificadas por diversos genes
localizados no cromossomo X. Dentre essas proteínas, está o fator VIII de coagulação
sanguínea, cuja mutação no gene responsável pela sua codificação causa o tipo mais
grave de hemofilia. Pessoas hemofílicas são tratadas com injeções de fator VIII de
coagulação sanguínea extraídas do sangue de pessoas normais.
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética progressiva e letal
causada por uma mutação no gene que codifica a proteína distrofina, localizado no
cromossomo X. Essa doença afeta um a cada 3500 homens e a pessoa afetada sofre
uma deficiência no suporte muscular, fazendo com que o desenvolvimento do músculo
não acompanhe o do corpo. Os pacientes, quando atingem os 12 anos de idade,
comumente necessitam de cadeira de rodas e morrem de parada respiratória ao final
da adolescência ou pouco depois dos 20 anos de idade. Muitos garotos também
mostram eletrocardiograma anormal, indicando que o músculo cardíaco e o diafragma
também estão envolvidos nessa patologia. Embora tenhamos falado até o momento
apenas nas heranças relacionadas ao cromossomo X, existentes na espécie humana,
uns poucos genes estão localizados no cromossomo Y. (Burns, 1998)
Quando alguns desses genes sofrem uma mutação ele é passado de pai para
filho, uma vez que as mulheres não possuem o cromossomo Y. Assim, os genes
localizados nos cromossomos Y são chamados de genes holândricos (do grego holos,
totalmente, e andros, masculino), embora alguns autores também se refiram a esse
tipo de herança como “herança restrita ao sexo”. A hipertricose auricular (do grego
hiper, excesso, e trichos, pelos) é caracterizada pela presença de pelos longos nas
orelhas, manifestando-se apenas em homem. Até pouco tempo acreditava-se que a
hipertricose auricular era causada por um gene localizado no cromossomo Y, mas
estudos recentes têm demonstrado que esse gene se localiza em um cromossomo
autossomo. Assim, passamos a classificar a hipertricose auricular como “expressão
limitada ao sexo”. Algumas outras características têm “expressão influenciada pelo
54
sexo”, como o caso da calvície. A calvície manifesta-se como uma diminuição
generalizada de cabelos, o que é diferente da perda total de cabelos que ocorre no
topo do couro cabeludo. Alguns estudos têm levantado a possibilidade de a calvície
ser causada por um gene dominante autossômico no homem e um gene recessivo na
mulher.
55
seu grupo de pesquisa descobriram que os ácidos nucléicos também continham
pentose (um açúcar de 5 átomos de carbono). Em 1930, Phoebis Levine (1869-940)
e seus colaboradores identificaram a pentose do ácido nucleico como 2-desoxi-D-
ribose. Essa pentose diferia da ribose (já conhecida na época) por possuir um átomo
de oxigênio a menos no carbono 2. Com essa identificação ficaram então
caracterizados dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido ribonucleico (RNA, em inglês
ribonucleic acid) e o ácido desoxirribo nucléico (DNA, em inglês deoxyribose nucleic
acid). Somente a partir da década de 1940 alguns indícios apontavam para o DNA
como material genético, o que levou inúmeros pesquisadores a voltarem sua atenção
para essa substância. Até o final da década de 1940 todas as informações sobre o
DNA estavam dispersas, o que não levava os cientistas à conclusão alguma. Foi então
que o biólogo James D. Watson e o físico Francis H. C. Crick decidiram juntar todos
os dados disponíveis até o momento e determinar a estrutura da molécula de DNA.
Para realizar tal fato, Watson e Crick usaram difração de raio-X para analisar a
molécula e, ao final dos estudos, propuseram um modelo de dupla-hélice, o qual
explicava ao menos três características fundamentais do material genético: a
capacidade de conter informações para a síntese de proteínas, capacidade de sofrer
mutações e capacidade de duplicação. (Ringo, 2005)
Esse modelo, proposto em 1953, foi prontamente aceito por toda a comunidade
científica, que junto com muito esforço de milhares de cientistas de todas as partes do
mundo, nos levou a esse enorme avanço na área da biotecnologia que vivemos hoje.
Foi em meados da década de 1930 que surgiram os primeiros indícios experimentais
de que os genes atuam por meio do controle da síntese de proteínas. Um experimento
realizado por George W. Beadle (1903-1989), Boris Ephurussi (1901-1979) e Edward
L. Tatum (1909-1975) demonstrou que a cor do olho alterada em um mutante de D.
melanogaster se devia à incapacidade da mosca realizar uma reação química de uma
determinada via metabólica da síntese do pigmento normal. Uma vez que o inseto D.
melanogaster é um organismo muito complexo para poder afirmar os resultados
obtidos inicialmente, Beadle e Tatum resolveram utilizar o fungo Neurospora crassa,
conhecido popularmente como bolor rosado do pão, que é um organismo mais simples
quando comparado a D. melanogaster. Os resultados dos experimentos de Beadle e
Tatum consolidaram a teoria um gene – uma enzima, a qual logo em seguida foi
alterada para teoria um gene – uma proteína. Tempos depois foi descoberto que uma
56
proteína pode ser formada por mais de uma cadeia polipeptídica (proteínas que
possuem mais de uma cadeia polipeptídica possuem uma estrutura quaternária, a
qual se dá pelo arranjo dessas cadeias) e passou então a se falar em teoria um gene
– um polipeptídio. Todas essas descobertas da primeira metade do século XX
conduziram os pesquisadores aos estudos da genética molecular. Os primeiros
estudos mostraram que o DNA atua diretamente na síntese de proteínas.
Assim, o DNA contém as instruções para a síntese de uma dada proteína
codificada na sequência de suas bases nitrogenadas, as quais são transcritas para
uma molécula de RNA e, a partir destas, as instruções serão traduzidas na forma de
proteína. Existem três tipos de RNA envolvido na síntese de proteínas. O primeiro
deles é o RNA mensageiro, abreviado como mRNA. Ele nada mais é do que uma
cópia do gene de interesse na forma de RNA, uma vez que o DNA não sai do núcleo
celular. Cada sequência de 3 bases nitrogenadas corresponde ao que chamamos de
códon.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br
58
ensino da genética: Bugallo Rodríguez (1995) discute termos genéticos. A
descentralização e descontextualização da matéria; a resolução de problemas
matemáticos; o trabalho prático; a abstração das coisas e dos conceitos de ensino.
Goldbach (Goldbach).
Citação da formação de professores, cronograma do curso e conteúdo
desatualizado. Paiva e Martins (2005) e Silveira e Amabis (2003) também
mencionaram a fragmentação no ensino, assim como Cid e Neto (2005), terminologia
genética e problemas matemáticos.
Em relação à terminologia, Bugallo Rodríguez (1995) explicou por meio do
exemplo da mitose e da meiose que existem semelhanças entre certos processos na
pesquisa genética e, como os nomes que recebem não explicam o que aconteceu, os
alunos acabarão por se encontrar. É difícil entendê-los e distingui-los. Além disso, Cid
e Neto (2005) enfatizam que a genética é uma área com um vocabulário amplo que,
na maioria das vezes, é inédito para os alunos. Portanto, torna-se difícil caracterizar
certos termos que geralmente são introduzidos de uma só vez.
Por outro lado, a fragmentação é uma prova repetida não só da genética, mas
também de vários outros campos. Incapaz de estabelecer uma relação entre os temas
de pesquisa, como replicação do DNA e desconexão da divisão celular, o que significa
perda de aprendizado, pois esses conceitos carecem de sentido e perdem o contato
com o todo, não é fácil para o aluno integrar o conhecimento que aprendeu.
(BUGALLORODRÍGUEZ, 1995; PAIVA; MARTINS, 2005).
Da mesma forma, a descontextualização, ou seja, a falta de conhecimento
científico no cotidiano de cada aluno (São Paulo, 2007), é considerada um fator que
afeta negativamente determinados conceitos genéticos. Bugallo Rodríguez (Bugallo
Rodríguez, 1995) mencionou que a natureza inerentemente abstrata dos conceitos
torna o trabalho em sala de aula difícil. Se você desenvolve com base em
circunstâncias específicas e ilustrativas, você pode aprender sobre genética ao
máximo. Um exemplo usado pelo autor é que, ao introduzir a genética biológica, as
experiências familiares dos alunos são usadas para lidar com as características
genéticas.
Bugallo Rodríguez (1995) ainda disse no resumo do conteúdo que o próprio
trabalho pode ajudar na aprendizagem, mas como o tempo solicitado não condizia
com o ritmo da escola, não foi realizado no final. Outra situação mencionada pelo autor
59
é que certos problemas genéticos precisam ser resolvidos matematicamente. Em
alguns casos, os alunos conseguem resolvê-los, mas não entendem a ligação entre
esses cálculos e a genética, em outros casos, o problema é justamente a solução
desses exercícios.
Outro motivo para os problemas do ensino de genética é a falta de formação
inicial e contínua de professores suficiente, o que acaba levando a conteúdos
desatualizados em sala de aula, como apontado por Goldbach et al. (2009). Fávaro et
al. (2003) de acordo com a conclusão de suas pesquisas com alguns professores do
ensino fundamental, devido à rápida geração de conhecimento científico da genética,
os cursos de graduação em biologia rapidamente se tornaram obsoletos. Isso significa
que os professores não vão lidar com o conteúdo, porque dizem que os materiais
acessíveis não são suficientes para ajudá-los a compreender.
Apesar dos problemas esclarecidos, não se pode ignorar a necessidade de
fazer trabalhos de genética nas escolas, pois apesar das dificuldades, ainda é
considerada um dos conteúdos mais importantes da biologia, pois constitui a
compreensão da evolução. O mecanismo da função vital é um tema comum na mídia
(SILVEIRA; AMABIS, 2003; CID; NETO, 2005).
"Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio" (Brasil, 2000) enfatizou
que a compreensão dos conceitos básicos dessa área, se bem realizada, pode
permitir que os alunos tenham uma postura crítica sobre os aspectos morais, políticos
e econômicos da disciplina. Discussões contínuas na mídia, como organismos
geneticamente modificados, organismos geneticamente modificados, testes de
paternidade e identificação molecular por DNA, clonagem, etc., ajudam a melhorar
seu conhecimento científico. Com isso,
60
11.2 O processo de ensino e aprendizagem
61
O método humanístico mencionado por Mizukami (1986) é diferente do método
original do empirismo, pois possui uma epistemologia inata. Segundo Becker (1994),
essa epistemologia se caracteriza pela crença de que todo mundo nasce com
conhecimento e só precisa utilizá-lo. Obviamente, o humanismo tem um fundamento
na teoria da inocência, o que torna o aluno responsável por seu próprio aprendizado.
Os professores são apenas os promotores do conhecimento, e a relação entre os dois
é marcada pela posição central dos alunos no processo de ensino (MIZUKAMI, 1986).
Ao contrário de todas essas visões até agora mencionadas, pode-se citar a
epistemologia da interatividade, bem como os métodos cognitivos e socioculturais,
usualmente chamados de construtivismo. Ambos são construídos continuamente com
base nas visões de Mizukami (1986) e Mauri (2006) entende essa estrutura como o
desenho cuidadoso de uma representação pessoal de um determinado conteúdo,
para que tenha um certo significado para os alunos a partir de conhecimentos
existentes, e de uma forma entre coisas novas. O professor deve ajudar seus alunos
a estabelecer conexões relevantes e não arbitrárias.
Para o método do cognitivismo, essa construção se dá por meio da mediação
dos professores, e para essa construção da cultura social, não por meio da mediação,
mas por meio do diálogo contínuo e da problematização, inserindo os alunos em seu
meio social (MIZUKAMI, 1986). Uma forma de trabalhar dessa forma é resolver
problemas resolvendo problemas, por exemplo, além da necessidade de diversificar
os recursos à disposição dos alunos (São Paulo, 2007), pois nem todos aprendem da
mesma forma.
Para Mizukami (1986), o representante do Brasil é Paulo Freire, que é um
pesquisador sociocultural e se dedica à educação liberal, não bancária. Os liberais
não salvam passivamente, mas são reflexivos e coletivos. Professores e alunos
aprendem uns com os outros sem se sobreporem. Considerando o caráter coletivo da
aprendizagem, o trabalho em equipe torna-se imprescindível, pois permite que os
alunos discutam diferentes concepções da disciplina, o que não é importante apenas
para a convivência social, mas também facilita o processo de aprendizagem
(SÃOPAULO, 2007).
Além disso, um dos aspectos marcantes dos métodos epistemológicos
empíricos (métodos tradicionais e métodos comportamentais) é a grande quantidade
de conteúdo conceitual que os professores devem usar. Para Libâneo (2013), a
62
assimilação de muitos conteúdos conceituais é superestimada, pois o processo de
aprendizagem, neste caso, é considerado apenas como fatos, transmissão e memória
de fórmulas e definições. Porém, para o método da teoria da interação, o mais
importante é um aprendizado sólido e duradouro, ao invés de adquirir “muito
conhecimento” (LIBÂNEO, 2013, p. 83). Portanto, o professor precisa ter um domínio
claro da própria matéria para saber escolher o que é essencial para o aluno.
Portanto, depois de entender esse ponto, para entender a intenção da
educação liberal, é preciso conhecer o conteúdo da aprendizagem. Segundo a
pesquisa de Coll e Solé (2006), a aprendizagem não pode reproduzir a realidade como
pensam a educação tradicional e a educação comportamental. A aprendizagem é uma
espécie de construção pessoal, realizada no nível coletivo, e deve estar de acordo
com as exigências da educação liberal de Freire (2006), aliando cultura, ensino e
desenvolvimento. Este é um processo imprevisível que requer planejamento, mas não
pode ser refém do professor (COLL; SOL, 2006). Para que os humanos deixem de ser
observadores do mundo e comecem a reconstruí-lo, mudanças são necessárias. Em
primeiro lugar, a mudança deve ser feita internamente e no nível individual, de acordo
com Rosa (2003), mudar é difícil, mas é necessário. Visualize as dificuldades e falhas
encontradas no processo de ensino, e internalize a urgência de querer fazer outras
coisas.
Ainda segundo Rosa (2003), no que diz respeito à educação, não basta apenas
mudar a disposição dos alunos em sala de aula, ou eventualmente trazer-lhes novos
materiais e dizer que o processo de ensino e aprendizagem é "muito melhor". Reforma
é uma coisa mais profunda e exige um avanço, neste caso, é preciso refletir que em
algum momento a educação bancária entrará em conflito com a realidade dos alunos,
e esse conceito educacional precisará ser mudado.
Uma das formas de desencadear essa mudança é investigar os conhecimentos
prévios dos alunos e o conteúdo das atitudes da escola inseridos no contexto
educacional, além disso, é necessário repensar a falta de métodos convencionais
significativos (ROSA, 2003). Segundo Pozo e Crespo (2009), mesmo considerando
que “a atitude é como o gás, é difícil entender, mesmo quando não temos consciência
disso, a atitude está em toda parte” (POZO e CRESPO, 2009, p. 31). Portanto, não
devemos prestar atenção apenas ao conteúdo do conceito e ao procedimento final,
mas também ao conteúdo da atitude.
63
Em relação ao levantamento de conhecimentos prévios já mencionado, os
alunos não são livros em branco para serem escritos pelos professores, eles possuem
uma riqueza de conhecimentos, que segundo Mauri (2006) é essencial para a
construção de novas estruturas cognitivas. Dessa forma, a pesquisa realizada pelo
professor pode orientá-lo para melhor orientar o ensino que será ministrado aos
alunos. Portanto, pode-se garantir uma educação satisfatória, levando em
consideração a personalidade de cada indivíduo (MAURI, 2006).
É justamente pela imprevisibilidade das rotinas escolares, das relações
formadas e da individualização dos participantes que ensinar não é uma tarefa fácil.
Portanto, os professores não devem apenas considerar a formação da educação, mas
também atuar como gestores das relações interpessoais, desempenhando o papel de
intermediários de problemas e conteúdo. Professores e alunos fazem parte de uma
grande instituição chamada escola e, além de considerar a singularidade do processo
educacional, a instituição também deve se empenhar em proporcionar uma educação
de qualidade para o crescimento pessoal de cada aluno (COLL; SOLÉ, 2006).
64
12 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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FREIRE, P. A concepção bancária da educação como instrumento da opressão.
Seus pressupostos, sua crítica. In: FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1998. p. 57-75.
MAURI, Tereza. O que faz com que o aluno e a aluna aprendam os conteúdos
escolares? In: COLL, C.; MARTÍN, E.; MAURI, T.; MIRAS, M.; ONRUBIA, J.; SOLÉ,
I.; ZABALA, A. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 2006. p.
79-121.
POZO, J. J.; CRESPO, M. A. G. Por que os alunos não aprendem a ciência que
lhes é ensinada? In: POZO, J. J.; CRESPO, M. A. G. A aprendizagem e o ensino de
ciências. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 14-28.
BIBLIOGRÁFIA COMPLEMENTAR
BURNS, George W. Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c1998. 381p., il.,
28 cm. Bibliografia: p. [359]-368.
LIMA, Celso Piedemonte de. Genética humana. 3ed. São Paulo: Harbra, c2004. xiv,
442p., il. (algumas col.), 24cm.
AMABIS, José Mariano. Biologia: volume 3 : genética, evolução e ecologia. 2 ed. São
Paulo: Moderna, 1979. 469p., il., 22 cm. Inclui índice.
67