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Cap.

19: O
poder do
açúcar
A economia do açúcar
• Especiaria na Europa introduzida • Ajuda no controle territorial, da
no séc. XII (mercadores árabes e administração colonial e da
cruzados) exploração dos recursos locais
• Adquire grande valor mercantil • Martim Afonso de Souza a partir
(em 1440 por exemplo, 15 kg= 18g de 1534 organiza o primeiro
de ouro) engenho em São Vicente (Engenho
• No séc. XV: Experiência do cultivo dos Erasmos)
e produção portuguesa da cana na • Onde prospera efetivamente? Baía
Ilha da Madeira, Açores, Cabo de Todos os Santos e Pernambuco:
Verde e São Tomé e Príncipe solo argiloso e calcário (massapê)
e vegetação favorável (Zona da
Mata
A organização dos engenhos
de açúcar
• complexidade para a sua • Diferentes tipos: engenhos reais
instalação e funcionamento (moenda a água e custo alto),
alçaprensa (força humana) e
• Modelo produtor : trapiche (força animal)
plantation (latifúndio, • Diversificação de atividades
monocultor, mão de obra laborais (ex: lavradores de roça)
escrava e voltado p/ e pequenos proprietários
exportação) (lavradores obrigados)
• Derivados internos: pinga,
rapadura e melaço
Estrutura e negócio
• Estruturas básicas: A Casa Grande, a senzala e a capela
(fundante de diversos vilarejos)
• Financiadores internos e externos: coroa portuguesa,
mercadores estrangeiros e até as Santas Casas
• No nível do capitalismo possuiu um caráter de mercado
global:
• Produto enviado para Portugal
• Refino em Amsterdã e passagem para mercados notáveis,
como Flandres.
A sociedade açucareira
• Açúcarocracia: nobreza da terra (alcunha dada por Evaldo
Cabral de Mello)
• " Ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram,
porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado
de muitos (padre Antonil)”
• Poder local e patriarcal (esfera pública e privada)
• Carpinteiros, mestre de açúcar, pedreiros, carreiros, oleiros,
vaqueiros, feitores
• Escravos: “mãos e os pés do senhor”
Participantes do processo produtivo
União Ibérica e as invasões
holandesas
• 1578: Morte do rei português Dom Sebastião na batalha de Alcácer
Quibir (enfrentamento contra os mouros "sob regimento do xarife de
Marrocos)
• Sem herdeiros, seu tio avô, cardeal D. Henrique assume o trono e falece
após dois anos
• Felipe II (Dinastia de Habsburgo),rei da Espanha, assume o trono
português e unifica as coroas- União Ibérica (1580-1640)
• 1581: República das Províncias Unidas
• 1602 (Companhia das Índias Ocidentais)
• Rivais históricos dos espanhóis, os holandeses intensificam sua política
de expansão comercial e visam o nordeste açucareiro (Países Baixos)
Cronologia da dominação
holandesa
• 1624: atacam a Bahia (3300 homens e 26 navios),mas são expulsos
em 1625
• 1630: atacam Pernambuco (3500 soldados e 56 navios), tomando
Olinda e Recife (a História de Calabar em 1632), Matias de
Albuquerque e Arraial de Bom Jesus
• 1632: tomam Itamaracá
• 1633: conquista do Rio Grande do Norte
• 1634: dominação Paraíba
• 1637: iniciação das tentativas de conquista do Ceará
Consolidação holandesa
• 1634 e 1635: conciliações e acordos com a população (ex: liberdade
religiosa nas capitulações da Paraíba) e empréstimos, alem de
tomarem posteriormente São Jorge da Mina no Bênin e Luanda,
controlando o tráfico atlântico de escravos africanos.
• 1637: Governo do Conde de João Maurício de Nassau (consolidação
da Nova Holanda)
• Fundou Cidade Maurícia (Mauritsstad) em Recife (bairro de Santo
Antônio) e modificou a infraestrutura estrutura local
• Incentivou e subsidiou a vinda de artistas (Frans Post e Albert
Echkhout)
A mudança
• 1640: Portugal se desvencilha do domínio da Espanha e
restaura o trono com a ascensão de D. João IV (dinastia de
Bragança)
• Conselho Ultramarino: retomar o controle colonial lusitano
• 1644: saída de Nassau. Execução de dívidas com a WIC,
crise produtiva e insolvência fiscal dos senhores de
engenho (não pagamento de indenizações e empréstimos)
Insurreição Pernambucana
(1645-1654)
• Causas: endividamentos dos senhores com a Companhia das Índias
Ocidentais
• Lideranças: João Fernandes Vieira, Felipe Camarão (indígenas),
André Vidal de Negreiros (militar e governador), Henrique Dias
(negros forros)
• 1648: Salvador Correia de Sá retoma Luanda e Benguela
• 1649: vitória na Batalha dos Guararapes
• 1654: expulsão definitiva dos holandeses
• 1661: tratado de paz em Haia (indenização de 4 milhões de cruzados
aos holandeses)
Revolta dos Beckman (1684)
• Onde? Maranhão (São Luís)
• Antecedentes: Visando abastecer a região de mão de obra africana e
diminuir a incidência da escravidão indígena (proibida em 1680), Portugal
cria em 1682 a Companhia Geral de Comércio do Maranhão
• Esta Companhia deveria fornecer a venda de 500 escravos anuais (dez mil
em vinte anos), além de prover e deter monopólio de outras mercadorias
(bacalhau, tecidos, drogas do sertão e etc.)
• Processo: Rebelando-se no dia de uma procissão (Nosso Senhor dos
Passos), os revoltosos, liderados pela elite agrária (irmãos Beckman)
tomam a cidade, formam um governo provisório (Junta Geral),
aprisionam jesuítas e abolem a Casa de Estanco
• Desfecho: Portugal envia Gomes Freire de Andrade como novo
governador. Thomas Beckman é preso. Manuel Beckman e Jorge Sampaio
foram enforcados. A Companhia de Comércio foi extinta.
Guerra dos Mascates
(1710-1711)
• Onde? Pernambuco (rivalidade entre Recife e Olinda)
• Antecedentes: Crise dos senhores de engenho de Olinda após a expulsão
dos holandeses e baixa no valor mercantil do açúcar
• Ascensão dos comerciantes da portuária região do Recife (chamados
pejorativamente de mascates em alusão aos árabes e a cidade de Masqat
no golfo de Omã)
• Processo: Em 1710, Portugal concede a criação da câmara municipal,
funda-se um pelourinho e Recife é elevada à categoria de vila( status de
cidade). A decisão revolta a "nobreza da terra" olindense e os confrontos
iniciam.
• Desfecho: Portugal envia Félix José Machado como novo governador, que
manteve a autonomia de Recife e prendeu lideranças como Bernardo
Vieira de Melo.

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