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HISTÓRIA BRASIL: EXPANSÃO TERRITORIAL E MINERAÇÃO


(Volume 13)
Brasil: expansão territorial e mineração

❑ A presença estrangeira no Brasil Português: a insatisfação de franceses, holandeses e ingleses em


relação ao Tratado de Tordesilhas (1494). Principais focos:
✓ A presença dos franceses no território brasileiro. Etapas:
a) a ocupação francesa ao longo da costa brasileira (1500 – 1530): o contrabando do pau-brasil;
b) a fundação do povoado de França Antártica, na Baía da Guanabara (1555 – 1567): grupo de
franceses protestantes (huguenotes), sob liderança de Nicolas Durand Villegaignon e com o apoio dos
índios Tamoios (exploração do pau-brasil);
❖ Início dos conflitos entre portugueses e franceses na Baía da Guanabara (1560): governo de Mem de Sá.
❖ Fundação da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá (1565): fortificação do litoral.
❖ Expulsão definitiva dos franceses da Baía da Guanabara e destruição da França Antártica (1567).
c) a fundação do povoado de França Equinocial, na região do Maranhão (1612 – 1615): grupo de
comerciantes e nobres franceses, sob liderança de Daniel de la Touche (fundação de uma colônia e o
desenvolvimento da atividade açucareira na região).
❖ A rápida reação da coroa portuguesa e a expulsão dos franceses da região ocupada (1615).

❑ União Ibérica ou Domínio Espanhol (1580 – 1640). Antecedentes históricos:


a) A morte do rei português D. Sebastião (1578) e a crise de sucessão em Portugal;
Brasil: expansão territorial e mineração

b) As disputas pelo trono português e a ascensão de Felipe II (soberano da Espanha) ao poder em


Portugal (1580);
c) O Juramento de Tomar (1581) e a manutenção da autonomia portuguesa por Felipe II;
d) O processo de independência das Províncias Unidas do Norte (Países Baixos, Holanda), em 1581:
acirramento dos conflitos entre holandeses e ibéricos.

✓ Principais desdobramentos do Domínio Espanhol:


a) Início do domínio administrativo espanhol em Portugal e em suas colônias (incluindo o Brasil);
b) A decretação do embargo espanhol: boicote ao comércio açucareiro realizado pelos holandeses
em parceria com os portugueses no Brasil (exclusão da Holanda);
c) A criação de uma empresa comercial de conquista e navegação pelos holandeses (1621): a
Companhia das Índias Ocidentais (WIC);
❖ Principais objetivos da Companhia: controle da exploração de açúcar na América portuguesa, administração
das colônias holandesas e organização das invasões no Brasil.
d) A realização das invasões holandesas no litoral nordestino (zona de produção açucareira).
❖ Principal motivação: o interesse holandês em retomar o controle sobre a produção e distribuição do açúcar
brasileiro no mercado internacional.
Brasil: expansão territorial e mineração
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❑ As Invasões Holandesas no Brasil. Etapas:


a) A Primeira Invasão Holandesa (Bahia – 1624): invasão de Salvador (Jacob Willekens);
b) A Segunda Invasão Holandesa (Pernambuco – 1630).
❖ A invasão de Olinda pelos holandeses e a formação do Arraial do Bom Jesus pelos habitantes da região, sob o
comando do governador Matias de Albuquerque.
❖ Formação de uma resistência luso-brasileira (senhores, mestiços e indígenas) e utilização de tática de guerrilha
contra o avanço dos holandeses no território.
❖ A “traição” de Domingos Calabar e a destruição do Arraial do Bom Jesus pelos holandeses (1635).
❖ Fim da resistência luso-brasileira e início do Domínio Holandês no litoral nordestino (1630 – 1654).
❖ A nomeação de Maurício de Nassau para governar o Brasil Holandês (1637).

❑ A Administração de Maurício de Nassau (1637–1644). Características:


a) A concessão de créditos para os senhores de engenho: a revitalização da lavoura açucareira;
b) A realização de uma política de tolerância religiosa: liberdade de culto a católicos e judeus;
c) A construção de obras públicas e o processo de remodelagem de Recife;
d) A intensificação da vida cultural no Nordeste brasileiro: atração de artistas e estudiosos.
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❑ A Restauração Portuguesa (1640). Principais desdobramentos:


a) A ascensão de D. João ao trono português e o início da dinastia de Bragança (1640);
b) A celebração da Trégua dos Dez Anos (1641 – 1651) entre Portugal e Holanda: a reorganização
da relação luso-flamenga e a permissão para o controle da produção açucareira pelos holandeses;
c) A crise da produção açucareira: queda do preço do açúcar no mercado europeu.

❑ A Insurreição Pernambucana (1645 – 1654). Fatores Condicionantes:


a) O afastamento de Maurício de Nassau pela Companhia das Índias Ocidentais (1644);
b) A cobrança das dívidas dos senhores de engenho e a elevação dos impostos sobre a produção;
c) A ameaça de confisco das propriedades dos senhores pernambucanos;
d) As perseguições religiosas e filosóficas a católicos e judeus: restrições à liberdade de culto.
❖ Formação de um movimento de resistência à colonização holandesa no Brasil: união entre senhores de engenho,
indígenas e africanos (André Vidal de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão).
❖ As Batalhas de Guararapes (1648 – 1649) e a expulsão definitiva dos holandeses do Brasil (1654).
❖ A assinatura da Paz de Haia (1661) e a retomada do domínio português no Nordeste brasileiro: o declínio da
produção açucareira na colônia (concorrência do açúcar antilhano, produzido pelos holandeses).
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❑ A expansão territorial brasileira (segunda metade do séc. XVI). Principais fatores:


1) A expansão da pecuária no Nordeste brasileiro. Fases:
a) a introdução da pecuária no litoral nordestino (séc. XVI): atividade complementar à produção
açucareira (força de tração, alimentação, transporte, confecção de roupas, etc.);
b) a expansão da pecuária para o interior do Nordeste (a partir do final do séc. XVI): fixação das
fazendas de gado ao longo das margens do rio São Francisco (Bahia e Pernambuco).
❖ A realização de uma produção voltada para o mercado interno da colônia (abastecimento das vilas).
❖ A utilização de mão-de-obra livre e remunerada na criação de gado: o trabalho realizado pelo vaqueiro.
❖ A possibilidade de ascensão social no sertão: obtenção de terras e gado por vaqueiros e homens livres.
2) A expansão da atividade bandeirante na colônia (bandeirismo): a atuação das entradas e das
bandeiras no processo de interiorização. Principais espécies de bandeirismo:
a) bandeirismo apresador ou apresamento indígena (captura e escravização de indígenas);
b) bandeirismo prospector (busca de metais preciosos);
c) sertanismo de contrato (dizimação das tribos indígenas, captura de negros fugitivos das fazendas
e destruição dos quilombos, sobretudo no sertão nordestino);
d) monções (abastecimento da região das minas).
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3) O papel da Igreja Católica no processo de colonização liderado pela Coroa Portuguesa no Brasil.
Principais características:
a) a criação de um vínculo entre o governo português e o clero católico no processo de colonização:
o regime de Padroado (fixação dos direitos e deveres da Coroa em relação à Igreja);
b) a chegada dos missionários jesuítas e a fundação de escolas de nível elementar em alguns pontos
da colônia brasileira: o ensino de indígenas, mestiços e brancos (controle da atividade educacional);
❖ Fundação de escolas jesuíticas em Salvador (1549), São Vicente (1550) e São Paulo de Piratininga (1554).
c) a organização das missões ou reduções jesuíticas no interior da colônia (norte e sul): a catequese
indígena e a utilização do trabalho indígena no extrativismo e em outras atividades econômicas;
❖ O ensino da língua portuguesa, de alguns ofícios e costumes da doutrina católica aos nativos.
❖ A fusão entre elementos católicos e indígenas: a utilização da língua indígena no processo de catequese.
❖ A utilização, pelos jesuítas, do teatro, da música e da dança para a conversão religiosa dos indígenas.
d) a vivência religiosa na colônia: a veneração dos símbolos da fé cristã, a prática da oração e a
realização de festas de caráter religioso.
❖ O sincretismo religioso na colônia: condenação pela Igreja (manutenção da fé).
❖ A atuação da Inquisição na colônia brasileira. As visitações: Pernambuco e Bahia (1591, 1618 e 1627), sul da
colônia (1605 e 1627) e Pará (1763 a 1769).
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PADROADO: DEVERES E DIREITOS DA COROA

DEVERES DIREITOS

Remunerar os sacerdotes por


Nomear bispos
seu trabalho religioso

Construir igrejas e conventos, Criar dioceses (regiões


cuidando de sua conservação eclesiásticas)

Garantir a expansão do Recolher o dízimo ofertado


catolicismo no território pelos fiéis à Igreja.
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❑ O ciclo da mineração na colônia brasileira. Economia e sociedade mineradora.


1) Antecedentes históricos:
a) a crise econômica em Portugal (séc. XVII): a redução do império colonial, o declínio da produção
açucareira no Nordeste e o início da dependência financeira de Portugal em relação à Inglaterra;
❖ A celebração do Tratado de Methuen (Panos e Vinhos) entre Portugal e Inglaterra (1703).
b) o interesse da coroa portuguesa em realizar a descoberta e a exploração dos metais no Brasil: a
expansão do bandeirismo e a descoberta das primeiras minas (1693 – 1695).
2) As alterações produzidas pela descoberta do ouro, no panorama colonial:
a) o forte deslocamento populacional interno e a intensificação da imigração portuguesa;
b) a concentração de pessoas nas áreas mineradoras e a formação de pequenos arraiais na região:
a expansão da fome e da miséria, nos primeiros anos da mineração;
c) o estabelecimento de vilas e povoados na região: a criação de uma rede de abastecimento e de
prestação de serviços, a destinação de sesmarias à agricultura de subsistência e criação de gado;
❖ O abastecimento das minas: a distância em relação ao litoral, elevação dos custos de transporte e carestia.
❖ O transporte de cargas para a região mineradora: escravos e tropas de muares, jumentos ou bois (tropeirismo).
d) o caráter predatório da mineração: a exploração de ouro nos aluviões dos rios e a faiscagem.
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❑ A instalação de uma administração rígida e fiscalista na região mineradora. Principais medidas:


a) a criação da Capitania das Minas de Ouro (Minas Gerais): centralização administrativa;
b) o estabelecimento de um imposto regular: o quinto (20% do ouro extraído pelos mineradores);
❖ A existência de uma pesada carga tributária nas minas (capitação, imposto de entrada, dízimo, donativos, etc.).
c) a criação da Intendência das Minas (1702): distribuição de lotes para exploração do ouro (datas),
arrecadação dos impostos e fiscalização da produção;
d) a proibição da circulação do ouro em pó ou pepita e a criação das Casas de Fundição (1719):
aperfeiçoamento da arrecadação e combate ao contrabando na região das minas;
e) a criação dos Registros (postos fiscais): cobrança dos impostos e inspeção das mercadorias.

❑ A exploração dos diamantes na região do Arraial do Tijuco (1729). Principais medidas:


a) a criação do Distrito Diamantino e o controle intensivo da região pela Coroa: a proibição do
comércio e da extração de ouro, a concessão de datas e a cobrança de impostos (quinto);
b) a elevação do contrabando e a entrega da extração dos diamantes a iniciativa privada (1739):
a instituição do Sistema de Contrato de Monopólio (contratadores);
c) a criação da Intendência dos Diamantes (1771): a retomada do controle direto da extração.
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❑ A sociedade mineradora (séc. XVIII). Características:


a) o surgimento de uma sociedade urbana e heterogênea (diversificada): interação de africanos,
indígenas, europeus e mestiços na região das minas;
b) a formação de uma classe intermediária relevante (comerciantes, funcionários da Coroa, clérigos,
profissionais liberais, etc.) e surgimento de um intenso mercado consumidor interno na colônia;
c) a mobilidade social na região das minas: ascensão social de pessoas pobres ou escravos por meio
do contrabando de ouro, do comércio, da prestação de serviços ou outras atividades relacionadas;
❖ A decadência da atividade extrativa e a elevação da concessão de alforrias aos escravos na região das minas
(segunda metade do séc. XVIII).
d) a desigualdade social na região mineradora: transferência da maior parte da riqueza produzida
pelo ouro para outros locais e sua concentração nas mãos dos grandes mineradores e proprietários
de escravos, na colônia brasileira;
e) a formação de uma sociedade de intelectuais ou letrados: o desenvolvimento do estilo Barroco nas
artes plásticas, arquitetura e literatura (Mestre Ataíde, Mestre Valentim, Aleijadinho, Tomás Antônio
de Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, etc.).
❖ Principais características do Barroco artístico: rebuscamento, apelo aos sentidos, conflito entre o sacro e o terreno.
❖ Distinção entre a sociedade mineradora (séc. XVIII) e a sociedade açucareira (sécs. XVI e XVII).
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❑ Os tratados de limites (séc. XVIII): a definição das fronteiras portuguesas na América do Sul.
1) Antecedentes históricos:
a) A expansão marítimo-comercial europeia e a conquista do Novo Mundo (América);
b) As disputas colonialistas entre portugueses e espanhóis nas novas terras;
c) A criação da Bula Inter Coetera pelo Papa Alexandre VI (1493);
d) A celebração do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha (1494);
e) A explosão da Guerra de Sucessão na Espanha (1702 – 1713): a disputa pelo trono espanhol
entre Felipe D’Anjou (França) e Carlos da Áustria (Grande Aliança).
2) A celebração do Tratado de Utrecht (1713 – 1715) e suas implicações nas porções norte e sul da
colônia brasileira.
3) A celebração do Tratado de Madri (1750). Principais desdobramentos:
a) a ocupação territorial brasileira nas áreas situadas além da linha estabelecida pelo Tratado de
Tordesilhas (aplicação do UTI POSSIDETIS);
b) a definição da atual configuração do território brasileiro;
c) a explosão da Guerra Guaranítica (1751): conflito entre portugueses e índios guaranis da região
dos Sete Povos das Missões.
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4) A celebração do Acordo ou Tratado do Pardo (1761). Principais consequências:


a) a anulação das disposições estabelecidas pelo Tratado de Madri, entre Portugal e Espanha;
b) a retomada da Colônia do Sacramento por Portugal.
5) A explosão de um novo conflito entre os países europeus: a invasão inglesa na cidade de Manila,
na Índia, dominada pelos espanhóis (1762). A ocupação da Colônia do Sacramento e da Ilha de Santa
Catarina pelos espanhóis.
6) A celebração do Tratado de Santo Ildefonso (1777) e do Tratado de Badajós (1801).

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