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Ficha formativa

9º ano
novembro de 2023

Para responderes aos itens sobre o Texto A, ouve a gravação e segue as instruções.
Texto A
Áudio

Fonte: https://www.rtp.pt/play/p6313/e619176/turismo-de-les-a-les (consultado em 04/11/2022).

1. Assinala com X as três referências ao turismo literário feitas pelo locutor.

A. Roteiro pelo mundo

B. Autores associados
C. Cidade em destaque
D. Viagens marcantes
E. Obra referida

2. Assinala com X, nos itens 2.1. a 2.3., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

2.1. Cristina Siza Vieira considera Eça o seu escritor de eleição, ainda que

A. o autor nunca tenha sido valorizado pelo público português.


B. seja muito controversa a sua visão sobre os portugueses.
C. pense que este nunca conheceu verdadeiramente o seu país.

2.2. Na vida adulta do locutor, Os Maias foram uma descoberta magnífica

A. dada a forma singular como apresenta os espaços.


B. pela descrição extremamente realista da cidade de Lisboa.

C. já que narrou, com rigor, os episódios da vida de Carlos da Maia.

2.3. As referências à Penha de França e à Expo destacam

A. o caráter imutável dos lugares.


B. as diversas transformações dos espaços.
C. a variedade dos locais da cidade de Lisboa.
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Texto B

Lê o Texto B.

Hoje, e ao invés do que se pensava até ao século passado, sabemos que as emoções
não são «tontas». Pelo contrário, funcionam como guias nesta aventura que é cada um dos
nossos dias. O medo, o prazer ou a repulsa podem dar-nos pistas importantes sobre a decisão
a tomar, de modo a termos mais hipóteses, não apenas de sobreviver, mas de viver bem, o
5 mais felizes que conseguirmos. […]
O que acontece à nossa volta provoca reações dentro de nós. As emoções são
manifestações disso mesmo. Para além disso, geram pensamentos que nos ajudam a
compreender o mundo e a nós próprios e que nos dizem «avança» ou «recua», em relação
ao que vamos encontrando pelo caminho. Em geral, se o que encontramos nos faz sentir
10 prazer ou alegria, avançamos; se, pelo contrário, nos faz sentir dor ou aversão, recuamos.
Já todos sentimos espanto, alegria ou vergonha. Quando dizemos «sentir» é mesmo
sentido. Porque as emoções não são coisas abstratas, mas algo muito concreto que se pode
ver na cara e no corpo dos outros e que sentimos no nosso. Por exemplo, o medo e a fúria
aceleram o coração e a respiração, podem mudar a cor da nossa cara («fiquei branco de
15 medo»; «fiquei vermelho de raiva»), fazer transpirar as mãos ou alterar a nossa expressão
facial drasticamente.
Dentro do cérebro, onde estão as emoções?
Sabe-se que determinadas regiões do cérebro estão associadas a algumas emoções: por
exemplo, a amígdala fica mais ativa quando sentimos medo; uma região chamada ínsula
20 participa nas emoções relacionadas com repugnância; ou uma área conhecida por nucleus
accumbens é ativada pela alegria. Mas também no caso das emoções se tem vindo a perceber
que o cérebro funciona como um todo, com vários sistemas interligados a agirem ao mesmo
tempo.
«Alegria» e «felicidade» são palavras que ouvimos por toda a parte. Na televisão, nas
25 revistas, nos livros, por todo lado se dão receitas para sermos mais felizes. Mas porquê? Será
a felicidade assim tão importante? A resposta é SIM!, assim com maiúsculas.
A felicidade é o motor que nos mantém vivos, motivados, confiantes, enérgicos e
saudáveis. Só vantagens.
É por isso que o nosso cérebro vem equipado com um sistema que persegue a alegria e
30 o bem-estar. Porquê? Porque, normalmente, estas emoções fazem-nos tomar decisões
acertadas e contribuem para sermos mais saudáveis.

Isabel Minhós, Maria Manuel Pedrosa e Madalena Matoso, Cá Dentro, Planeta Tangerina, 2017
[Texto com supressões].

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3. Numera as frases de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual aparecem no texto.

A primeira frase já se encontra numerada.

Apresentação de expressões idiomáticas relacionadas com emoções.

Influência do mundo exterior no nosso sistema interno.

Definição de emoção enquanto manifestação física.

1 Papel orientador das emoções na nossa vida.

Referência a partes do cérebro associadas às emoções.

4. Assinala com X, nos itens 4.1. a 4.3., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

4.1. Na expressão «que sentimos no nosso» (linha 13), o pronome «que» refere-se a

A. «emoções» (linha 12)


B. «coisas abstratas» (linha 12).
C. «algo muito concreto» (linha 12).

D. «(o) corpo dos outros» (linha 13).

4.2. Nas linhas 14 e 15, está presente a … que realça…

A. antítese… o contraste entre o medo e a fúria.


B. metáfora… manifestações físicas das emoções.
C. comparação… efeitos indesejados das emoções.
D. adjetivação… o lado positivo de algumas emoções.

4.3. O assunto com mais destaque no texto é


A. a forma como as nossas decisões são tomadas.

B. o funcionamento do nosso lado emocional.


C. a influência dos pensamentos nas nossas ações.
D. o modo como os sentidos nos levam a agir.

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Texto C

Lê o excerto do conto «Tesouro» de Eça de Queirós e as notas.

Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então em todo o reino das Astúrias os
fidalgos mais famintos e os mais remendados.
Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levava vidraça e telha, passavam eles as tardes desse
inverno engelhados nos seus pelotes de camelão1, batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante
5 da vasta lareira negra, onde desde muito não estalava lume nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer
devoravam uma côdea de pão negro, esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo
a neve, iam dormir à estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas 2 que, esfaimadas como
eles, roíam as traves da manjedoura. E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.
Ora, na primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos três na mata de Roquelanes
10 a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos3 entre os robles4, enquanto as três éguas pastavam a relva
nova de abril, – os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova
de rocha, um velho cofre de ferro. Como se o resguardasse uma torre segura, conservava as suas três
chaves nas suas três fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da ferrugem, corria um dístico em
letras árabes. E dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de ouro!
15 No terror e esplendor da emoção os três senhores ficaram mais lívidos 5 do que círios6. Depois,
mergulhando furiosamente as mãos no ouro, estalaram a rir, num riso de tão larga rajada que as folhas
tenras dos olmos em roda tremiam... E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com os olhos a
flamejar, numa desconfiança tão desabrida7 que Guanes e Rostabal apalpavam nos cintos os cabos das
grandes facas. Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços, como um árbitro, e
20 começou por decidir que o tesouro, ou viesse de Deus ou do Demónio, pertencia aos três, e entre eles se
repartiria, rigidamente, pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam carregar para Medranhos,
para os cimos da Serra, aquele cofre tão cheio? Nem convinha que saíssem da mata com o seu bem, antes
de cerrar a escuridão. Por isso ele entendia que o Mano Guanes, como mais leve, devia trotar para a vila
vizinha de Retortilho, levando já ouro na bolsilha, a comprar três alforges 8 de couro, três maquias de
25 cevada, três empadões de carne e três botelhas de vinho. Vinho e carne eram para eles, que não comiam
desde a véspera, a cevada era para as éguas. E assim refeitos, senhores e cavalgaduras, ensacariam o ouro
nos alforges e subiriam para Medranhos, sob a segurança da noite sem lua.
– Bem tramado! gritou Rostabal, homem mais alto que um pinheiro, de longa guedelha9, e com uma
barba que lhe caía desde os olhos raiados de sangue até à fivela do cinturão.
30 Mas Guanes não se arredava10 do cofre, enrugado, desconfiado, puxando entre os dedos a pele negra
do seu pescoço de grou11. Por fim, brutalmente:
– Manos! O cofre tem três chaves… Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!
– Também eu quero a minha, mil raios! – rugiu logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves que o guardavam. E cada um
35 em silêncio, agachado ante o cofre, cerrou12 a sua fechadura com força. Imediatamente Guanes,
desanuviado, saltou na égua, meteu pela vereda de olmos13, a caminho de Retortilho.
Eça de Queirós, «O Tesouro», in Contos, Edições Livros do Brasil, pp. 99-101.
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NOTAS
1 pelotes de camelão – peças de vestuário feitas com lã ou pelo de cabra. 2 lazarentas – esfomeadas. 3 tortulhos – espécie de cogumelos.
4 robles – carvalhos. 5 lívidos – descorados, pálidos. 6 círios – grandes velas de cera. 7 desabrida – violenta. 8 alforges – sacos. 9 guedelha –
cabelo. 10 arredava – afastava. 11 grou – ave de grande porte. 12 cerrou – fechou. 13 vereda de olmos – caminho de árvores de grande porte.

5. Tendo em conta o conteúdo dos dois primeiros parágrafos, classifica o narrador quanto à presença e
posição, justificando a resposta com excertos textuais significativos.

ri

6. «Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então em todo o reino das Astúrias os
fidalgos mais famintos e os mais remendados.» (linhas 1 e 2)
Refere, por palavras tuas, dois aspetos que comprovem a informação presente no primeiro parágrafo.

7. Assinala com X, nos itens 7.1. a 7.3., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

7.1. A comparação «E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.» (linha 8) apresenta

A. uma relação de causalidade entre a miséria e o caráter dos irmãos.

B. um indício da melhoria de vida que estava para acontecer.

C. uma consequência das atitudes malvadas dos irmãos.

D. uma explicação das condições miseráveis em que viviam.


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7.2. Os adjetivos «silenciosa» (linha 9) e «segura» (linha 12) desempenham a função sintática de

A. modificador do nome, em ambas as ocorrências.

B. predicativo do sujeito, em ambas as ocorrências.

C. modificador do nome e predicativo do sujeito, respetivamente.

D. predicativo do sujeito e modificador do nome, respetivamente.

7.3. Seleciona o único segmento textual em que a palavra «a» é uma preposição.

A. «não estalava nem fervia a panela» (linha 5)

B. «andando na mata […] a espiar pegadas de caça» (linhas 9-10)

C. «que não comiam desde a véspera» (linhas 25-26)

D. «Também eu quero a minha, mil raios!» (linha 33)

8. Relê o excerto seguinte.

«…os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de uma moita de espinheiros, numa cova de rocha,
um velho cofre de ferro.» (linhas 11-12)

Refere o valor aspetual presente no excerto apresentado.

9. Comenta a expressividade do uso dos advérbios com valor de modo «furiosamente» (linha 16) e
«bruscamente» (linha 17).

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10. Assinala com X, nos itens 10.1. e 10.2., a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

10.1. Na linha 19, em «Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços…», a palavra
«que» introduz uma oração subordinada

A. adjetiva relativa restritiva.

B. adjetiva relativa explicativa.

C. substantiva completiva.

D. adverbial consecutiva.

10.2. De acordo com a questão colocada nas linhas 21 e 22, pode concluir-se que

A. Rui já planeava uma forma de transportar o cofre para Medranhos.

B. Rostabal achava impossível transportar o cofre sem serem vistos.

C. Guanes duvidava da lealdade e da honestidade dos seus irmãos.

D. todos achavam melhor esperar que o dia seguinte chegasse.

11. Atenta no segmento textual «E assim refeitos, senhores e cavalgaduras, ensacariam o ouro nos
alforges […]» (linhas 26 e 27).

11.1. Reescreve a frase, substituindo a expressão destacada pelo pronome pessoal correspondente.

___________________________________________________________________________________

12. Relê as linhas 28 a 32.


Explica a reação de Guanes ao plano do irmão.

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Texto D
Lê o Texto D e as notas.

Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmão bastardo do rei, homem depravado e
bravio, consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por causa dos seus tesouros, e
que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda 1 de rebeldes, à maneira de
um lobo que, de atalaia2 no seu fojo3, espera a presa. Ai! a presa agora era aquela criancinha,
5 rei de mama, senhor de tantas províncias, e que dormia no seu berço com seu guizo de ouro
fechado na mão!
Eça de Queirós, «A aia», Contos, Porto Editora
NOTAS
1 horda – bando indisciplinado.

2 de atalaia – à espera, de vigia.

3 fojo – local de refúgio, gruta, caverna.

13. Este excerto do conto «A aia» apresenta o irmão bastardo do rei.


Refere o motivo pelo qual o tio é «dos inimigos o mais temeroso» e explica por que razão se pode
afirmar que os três irmãos, personagens do Texto C, têm um carácter semelhante ao do tio do
pequeno príncipe.

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14. «Para uns, a ambição está na origem de todas as conquistas humanas; para outros, a ambição é a
causa de muitos dos problemas da humanidade.
Será que a ambição tem o seu lugar numa sociedade progressista?»
https://escsmagazine.escs.ipl.pt/ambicao-a-bem-ou-a-mal/
(consultado em 5/11/2022)

Escreve um texto de opinião bem estruturado, em que defendas o teu ponto de vista sobre as
diferentes vertentes da ambição.

O teu texto, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, deve integrar:
– a indicação do teu ponto de vista;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
– uma conclusão adequada.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (exemplo: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão
implica uma desvalorização parcial de até dois pontos; – um texto com extensão inferior a 55 palavras é classificado com 0
(zero) pontos

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