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Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem trabalharemos com o tema das desigualdades étnico-raciais do
olhar da Sociologia. Travaremos uma discussão sobre discriminação, preconceito e racismo, do
ponto de vista das teorias sociológicas e questões contemporâneas, como ações afirmativas.
Bons estudos.
Já há muitos anos que os cientistas têm como certo que negro e branco não podem ser chamados
de raças, no conceito biológico. Para os fins científicos, a espécie humana não tem divisão em raças,
mas diferentes variações genéticas. Por isso, muitos defendem que o conceito de raça e etnia
devem ser deixados. Por outro lado, sociólogos e antropólogos argumentam que os conceitos de
raça e de etnia ainda têm razão de ser, pois, se não existem biologicamente, ao menos socialmente
ainda têm efeito. Como argumento, os sociólogos afirmam que o racismo e a discriminação
segundo a cor, raça ou etnia são formas que demonstram a existência desses conceitos.
Especificamente no Brasil, no entanto, existem pessoas que afirmam ser impossível dividir a
população em raças, pois são todos miscigenados, do ponto de vista genético e também na
aparência. Dizem ainda que o mestiço não é discriminado pois tem o seu espaço, e que não há
nenhum negro puro no Brasil. Segundo alguns autores, nos EUA as relações raciais não têm meio
termo: quem é moreno claro é considerado negro, para todos os efeitos.
Orientação de resposta:
- Discutir raça e etnia como conceitos biológicos e sociais (culturais).
- Passar pelos conceitos de racismo de origem e de marca no contexto brasileiro.
Infográfico
O infográfico a seguir apresenta os dados do IDH por raça no Brasil, no ano de 2013. Veja:
Conteúdo do livro
A visão do racismo das perspectivas sociológicas do Funcionalismo, Interacionismo e do Conflito
são substanciais na percepção da discriminação em todos os seus aspectos. Enquanto fenômeno
social, o racismo pode desempenhar uma função, pode ser sinal de um conflito ou ser simbólico nas
relações cotidianas.
Leia o trecho selecionado da obra Sociologia, de Richard T. Schaefer, que serve de base para a nossa
unidade de aprendizagem, do tópico "Estudando raça e etnia", passando pelos tópicos das
perspectivas funcionalista, do conflito e interacionista.
Boa leitura.
SOCIOLOGIA
RICHARD T. SCHAEFER
6a EDIÇÃO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
1. Sociologia. I. Título.
CDU 316
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
P
rudence Hannis é uma mulher Abenaki First Nations (Pri- do meu trabalho”, diz ela. “O objetivo do meu trabalho é defen-
meiras Nações Abenaki – nativa norte-americana) que tra- der os problemas das mulheres das First Nations, ser sua porta-
balha com a organização Quebec Native Women, voz quando necessário, analisar situações críticas para
onde é responsável pelo portfólio da saúde das mulheres. nossas irmãs e, principalmente, determinar maneiras
O seu trabalho envolve organizar e facilitar diversas ativi- pelas quais as mulheres podem adquirir poder para si
dades, como seminários sobre abuso sexual em comuni- mesmas, para suas famílias e suas comunidades.”
dades locais e produção de um manual de recursos sobre
o assunto para os membros da comunidade. Prudence Vamos Discutir
também trabalha no Centro de Excelência da Saúde da 1. Explique a ligação entre a etnia dos nativos
Mulher na Consortium Université de Montréal, onde norte-americanos e sua saúde.
lida com os problemas de saúde das mulheres das First 2. Ao falar sobre conseguir poder para as mulheres
Nations, como HIV e Aids, prostituição, pobreza, discri- das First Nations, em qual perspectiva socioló-
minação sexual, abuso de drogas e álcool e violência familiar. gica você acha que Hannis está se baseando?
Prudence se formou em sociologia na University of Quebec
de Montreal. “A sociologia faz agora, mais do que nunca, parte
Em 2003 o presidente George W. Bush baniu os ver o outro como indivíduo, e descartam as generalizações
perfis das agências federais, mas liberou o pessoal de se- amplas, características da estereotipia. Observe as expres-
gurança. Assim, agentes da imigração podem continuar sões circunstâncias de cooperação e mesmo status. Na his-
a exigir dos visitantes dos países do Oriente Médio que tória da mulher hispânica e do homem branco, se ambos
se registrem no governo, mesmo que visitantes de outros estivessem competindo por uma vaga de supervisor, a
países não precisem se registrar. Os teóricos do conflito hostilidade racial entre eles poderia ter piorado (Allport,
observam que, em todos esses casos, a maioria dominante 1979; R. Schaefer, 2004; Sigelman et al., 1996).
privilegiada e poderosa determina de quem será feito um Conforme os latinos e outras minorias lentamente
perfil e para quais fins (D. Harris, 1999; Lightblau, 2003; ganham acesso a empregos mais respeitáveis com melho-
D. Ramirez et al., 2000). res salários, a hipótese de contato pode ter ainda maior
importância. Há uma tendência na sociedade norte-ame-
Perspectiva Interacionista ricana de aumentar o contato entre indivíduos do grupo
dominante com os do grupo subordinado. Isso pode ser
Uma mulher hispânica é transferida de um trabalho na li- uma forma de eliminar – ou pelo menos reduzir – a es-
nha de montagem para uma posição semelhante e começa tereotipia étnica e o preconceito. Outra maneira pode ser
a trabalhar ao lado de um homem branco. Inicialmente, estabelecer uma coligação inter-racial, uma idéia sugerida
o homem branco tem uma atitude condescendente, as- pelo sociólogo William Julius Wilson (1999b). Para fun-
sumindo que ela seja incompetente. Ela é fria e se mostra cionar, essas coligações precisariam ser construídas com
ressentida, mesmo quando precisa de ajuda, recusa-se a base em papéis iguais para todos os membros.
admiti-lo. Depois de uma semana, a tensão crescente entre O contato entre os indivíduos ocorre em âmbito
os dois leva a uma discussão amarga. Mas, com o passar do micro. Vamos agora considerar as relações intergrupais
tempo, cada um começa lentamente a apreciar as forças e em âmbito macro.
os talentos do outro. Um ano depois que começaram a tra-
balhar juntos, esses dois trabalhadores se tornam amigos
respeitosos. Essa história é um exemplo do que os intera-
padrões de
cionistas chamam de hipótese do contato em ação.
A hipótese do contato afirma que, em circunstâncias relações intergrupais
de cooperação, o contato inter-racial entre as pessoas de
mesmo status faz que elas se tornem menos preconceituosos Grupos raciais e étnicos podem se relacionar uns com os
e abandonem velhos estereótipos. As pessoas começam a outros de diversas formas, que variam de amizade e casa-
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
O vídeo a seguir apresenta uma reflexão sobre as ações afirmativas. Confira:
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Exercícios
C) puramente biológico.
D) somente social.
E) biologicamente constatável.
3) Da perspectiva funcionalista, qual das assertivas abaixo não configura um dos papéis da
discriminação para o funcionamento do organismo social?
5) Entre as questões a seguir, qual não serve de justificativa para uma ação afirmativa como as
cotas raciais?
A) Reparação histórica.
B) Justiça social.
C) Equidade.
E) Igualdade de oportunidades.
Na prática
Veja agora um exemplo de desigualdade étnico-racial.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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