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Seja criativo, ouse!

- de Mar’Junior 1

Seja
criativo,
ouse!
Argumento de autor desconhecido
Texto: Mar’Junior

com 20 personagens
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 2
Copyright 1998 By Mar’Junior - Todos os direitos reservados
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DEPOIS DE ASSISTIR, SUA VIDA NUNCA MAIS SERÁ A MESMA!

Seja criativo, ouse!


Texto: Mar’Junior

SINOPSE

Conta que nos anos entre 1900 e 1910, um


homem muito religioso foi injustamente acusado de ter
assassinado uma mulher. Esse homem era temente à
Deus e sempre procurava caminhar de acordo com a
vontade de Deus.

Na verdade o réu, ou melhor, o criminoso, além


de milionário, era pessoa influente na cidade e mais
precisamente, mandava nos governantes e, por isso,
desde o primeiro momento se procurou um bode
expiatório para acobertar o verdadeiro assassino. O
homem foi levado a julgamento, já temendo o resultado:
forca. Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo
e que teria poucas chances de sair vivo desta história.

A juíza, que também fazia parte do acordo para


levar o pobre homem à morte, simulou um julgamento
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justo, fazendo uma proposta ao acusado para que


provasse sua inocência. Disse a juíza: “Sou de uma
profunda religiosidade e por isso vou deixar sua sorte
nas mãos do teu Deus; vou escrever em um pedaço de
papel a palavra INOCENTE e noutro pedaço a
palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e
aquele que sair será o veredicto. O teu Deus decidirá
seu destino”, determinou a juíza.

Sem que o acusado percebesse, a juíza separou


os dois papéis mas, em ambos, escreveu CULPADO
de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma
chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída.
Não havia alternativas para o pobre homem. A juíza
colocou os dois papéis em uma mesa e mandou o
acusado escolher um. O homem pensou alguns
segundos, aproximou-se confiante da mesa, pegou um
dos papéis e rapidamente colocou na boca e o engoliu.

Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e


indignados com a atitude do homem.

“Mas o que você fez?” “E agora?” “Como


vamos saber qual o seu veredicto?” “Como
saberemos se Teu Deus lhe deu vitória ou derrota?”

“É muito fácil!!!” Argumentou o acusado.


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Estas e outras respostas você encontra neste


livro, neste espetáculo teatral.
Seja criativo sempre, ouse infinitamente!
Seja criativo, ouse!
Texto: Mar’Junior

CARACTERÍSTICAS DOS PERSONAGENS

ACUSADO
Homem, de aproximadamente 40 anos, estatura
mediana, de cor branca; tem como principal
característica a fala mansa e pensada, humilde, olhar
sempre penetrado, com linguajar claro e sem erros e
vive em oração silenciosamente.

ACUSADOR
Homem nervoso, de aproximadamente 40 anos, altura
mediana, de cor morena; tem como principal
característica a fala alta e grosseira, gesticula muito, é
impaciente e muito rico.

JUÍZA
Mulher, sem idade definida, altura mediana, de cor
branca; tem como principal característica o uso de
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vocabulário difícil, inibindo o entendimento, e é muito


enérgica com a platéia, na condução do seu trabalho.
ESCREVENTE
Mulher, sem idade definida, altura mediana, tem como
principal característica reproduzir, elegantemente,
palavra por palavra da juíza, criativa, cômica e
escrachada.

NARRADOR
Homem de voz firme e determinada, sempre em off.

JURADOS
Num total de 12, entre homens e mulheres, de idades
variadas, que cantarão, interpretarão e dançarão
conforme marcação da direção. Onze são do mal e
uma do bem.

GUARDAS
Quatro homens, de idades variadas que cantarão,
interpretarão e dançarão conforme marcação da
direção.
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Seja criativo, ouse!


Texto: Mar’Junior

COM CORTINAS FECHADAS

LOCUÇÃO EM OFF
Dos patrocinadores, colaboradores, produção,
técnica e elenco (fundo musical instrumental)

VÍDEO/FILME
Entra o vídeo/filme (pode ser num telão ou
numa televisão de 29 polegadas) mostrando o
assassinato da mulher do acusador - (este vídeo/filme
terá aproximadamente 4 minutos, feito em p/b e
mudo) mostrará o acusador assassinando uma de suas
mulheres em um casebre e colocando a culpa em um de
seus empregados, o acusado.

NARRADOR
(com fundo musical instrumental) Aqui na
cidade um homem muito rico e desafiador, mexia com
os brios das pessoas, mandava e desmandava no
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Governo. Para esse homem não havia ninguém com


poder maior do que o dele. Esse homem, chamado
agora de acusador, assassinou a sangue frio uma de
suas mulheres e é lógico, colocou a culpa em um dos
seus empregados. Esse empregado, que podemos
chamar de acusado, sempre temente à Deus, sabia que
iria ser condenado a forca. (tempo) Aí começa uma
história de vida cristã. Uma história dedicada a confiar
na determinação de Deus. Uma história, que só os
grandes homens tementes a Deus, podem viver.

ABREM-SE AS CORTINAS
No palco estão 11 jurados do mal dançando e
cantando.

(letra Mar’Junior - rep)


Esta é uma história
Que vou te contar
Tem muita gente aqui
Que vai se assustar

O mal, o mal
Sempre vencerá
O bem, o bem se encolherá...

O mal, o mal, o mal, o mal...


O mal! Sempre vencerá!!! (todos)
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JURADA 1
_Já disse a todos. (tempo) É tudo ou nada. O
acusador vai arrebentar...

JURADA 2
_E o acusado não terá nenhuma chance...

JURADO 3
_É fácil! Muito fácil!

JURADA 4
_O acusador, é o dono do pedaço...

JURADO 5
_Do pedaço só não queridinha... (dá uma
gargalhada) De todo o bolo. (dá outra gargalhada)

JURADO 6
_Ele é rico, melhor, milionário; tem a maioria dos
imóveis na Cidade...
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JURADO 7
_E tem... sei lá... quantas mulheres...
JURADA 8
_Por isso, quéridos... Ele não é de-to-ná-vel!..
(som de trombeta - todos mexem-se de um lado pra
outro, alguns estéricos, outros assustados e poucos
pensativos - jurados 9, 10 e 11 vão em direção aonde
a juíza entra em cena)

JURADO 9
_Galera!!! Vem aí nossa rainha...

JURADO 10
_A juíza! Que irá enforcar o acusado.

JURADO 11
_Vamos para nossos lugares, rápido, antes que
tomemos um pito. (som de trombeta - a juíza entra em
cena junto com a escrevente)

JUÍZA
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(olha para os jurados que estão impacientes)


_Senhores jurados, silêncio por favor. (abrindo o
livro) _Senhora escrevente, o que temos no dia de
hoje?

ESCREVENTE
(levantando-se da cadeira e indo em direção a
juíza) _Bem Meritíssima, hoje temos um caso
complicado, um caso de assassinato... (entra em cena
jurada 12)

JURADA 12
(bem tranqüila) _Perdão Meritíssima, estava eu
na fazenda quando fui convidada para ser jurada...
perdão, de um caso que parece-me injusto...

JUÍZA
_Primeiro você chega atrasada, depois quer dar
o veredicto sem ao menos ouvir todos os jurados,
faça-me o favor...

ESCREVENTE
_E pelo visto, você deve ser amiga daquele
incompetente.
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JURADA 12
_Não... não sou não. Só acho, que as coisas
tem que ser pelo justo. Pois Deus é justo.

JUÍZA
_O filhinha, vamos, já se desculpou... já falou.
Agora vamos, para o banco dos jurados.

JURADA 12
_É que!!!

JUÍZA
_É que nada jurada! Vamos, já falei. Vá para o
balcão dos jurados.

JURADA 12
_Perdão Meritíssima, estou indo.

JURADO 03
_Já chegou ganhando bronca.
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JURADA 01
_Também quer apostar em quem não tem o
poder!

JURADO 09
_Vocês são uns derrotados!
JUÍZA
_Por favor jurados, dêem um tempo. Sem muita
conversa. (tempo) Então escrevente, o que estávamos
falando?

ESCREVENTE
_Bem Meritíssima, estávamos falando sobre...
sobre um caso de assassinato.

JUÍZA
_Isto mesmo. E pelo visto, hoje teremos um dia
difícil...

ESCREVENTE
_Meritíssima, com a sua permissão. Facílimo!
Facílimo! Pois o acusador, é o poderoso! O dono do
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pedaço! E o acusado... (começa a rir) é o


fracassado... o derrotado... (continua rindo)

JUÍZA
_Hum!!! Então é mais fácil do que imaginava
(tempo) Com todo poder que tem essa comarca,
(vira-se para o público) vai ser muito fácil detonar o
acusado...

ESCREVENTE
_Detonar, quer dizer: causar explosão, explodir
súbita e ruidosamente, com o acusado.

JUÍZA
(olha para a escrevente, dá um sorriso sem
graça, aumenta timbre de voz) _Então, que entre o
acusado. (som de bateria - o acusado entra em cena
algemado, junto com ele entra os guardas) E agora,
que entre o acusador. (som de alegria/carnaval - o
acusador coloca-se ao lado da escrevente - os jurados
fazem balbúrdia, dizendo frases a favor do acusador -
só jurada 12 fica quieta - tumulto)

JURADO 07
_Vamos detonar! Vamos detonar!
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JURADA 04
_Vamos senhor acusador! Mostre o seu lado
mal!

JURADO 11
_Bravo! Bravíssimo!

JURADA 02
_Maravilhoso!!!

GUARDA 01
_Firme senhor. Já venceu esta parada.

GUARDA 02
_Estamos torcendo pelo senhor.

JUÍZA
(batendo na mesa) _Silêncio! Silêncio senhores
jurados! (tempo) Guardas, que isso. Afinal de contas
estamos num tribunal...
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GUARDA 03
_Perdão Meritíssima.

GUARDA 04
_Isso não irá mais acontecer!

JUÍZA
_Assim espero. (tempo) Bem senhor acusado,
as coisas estão muito difíceis... dificílimas...
ESCREVENTE
_Isso quer dizer: a prova está totalmente contra
você.

JUÍZA
_Pelo que eu estou vendo na sua ficha criminal,
(vasculha a ficha) nada até os dias de hoje dá
descrédito a sua pessoa.

ESCREVENTE
_Descrédito: perda de crédito... má fama, que
resulta de mau procedimento. Entendeu? O que não é
o seu caso.
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JURADA 12
_Meritíssima, a escrevente está levando o
julgamento para outro lado...

JURADA 1
_Que lado o que minha filha, a escrevente está é
certa...

JURADA 2
_Certíssima, amiga! (todos os jurados começam
a questionar)

JUÍZA
(grita) _Silêncio!!! Silêncio!!! Se vão começar
de novo, coloco-os daqui par fora, pois mando neste
tribunal.

ACUSADOR
Até que fim a Meritíssima tomou uma posição, e
por sinal muito bem tomada.
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JUÍZA
(charmosa) _Obrigada, senhor acusador pela
gentileza. (tempo) Guardas por favor solte o acusado.

GUARDA 02
_Meritíssima, tem certeza disso?

GUARDA 04
_Afinal ele é muito perigoso...

GUARDA 03
_Acabou de detonar uma mulher...

JUÍZA
_Guardas, não discutem minhas ordens, cumpra-
as.

GUARDA 01
_Sim senhora. (soltam o acusado das algemas)

JUÍZA
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(vira-se para o acusado) _Mas, voltando as


coisas deste tribunal... (aponta na sua cara) você é
acusado de assassinar a sangue frio uma mulher...

ACUSADOR
(espalhafatoso, gesticulando) _Uma mulher
“vírgula”, a minha ou melhor, uma das minhas
mulheres, (bem suave) adoráveis (vibrante) e
amadas esposas.

JUÍZA
_Melhor assim, senhor acusador, me desculpe.
(olha para o público) Uma das lindas e adoráveis
esposas do acusador.

ESCREVENTE
_E isso é gravíssimo! Gravíssimo!

ACUSADOR
(falso, com tristeza) _Eu que tanto luto para ter
as coisas, trabalho dia e noite... e vem um estrume
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como este e... e... e... (faz sinal como se estivesse


atirando - som de tiro - faz menção de choro – cena
bem dramática caricata) e ela morre em meus
braços... (jurados oh!!!!)

JUÍZA
_Silêncio neste tribunal! Silêncio! (bate na
mesa) Silêncio! Vamos dar início a seção, onde o réu,
ou melhor o acusado; é acusado de matar a esposa, (o
acusador olha feio para a juíza) ou melhor; uma das
esposas do acusador. (faz sinal para o escrevente se
levantar) Por favor, escrevente.

ESCREVENTE
(pega um rolo com manuscritos e abre-o) _De
acordo com a legislação em vigência nesta cidade, o
acusado não terá direito a réplica e o acusador pode e
deve acusar a qualquer hora ou momento... (com
deboche) aqui, os direitos são iguais... (respira fundo)
mas, para aqueles que não são acusados... (olha para
um lado e para outro e fixa o olhar no acusado)
entendeu? (quando o acusado vai responder, ele corta
bruscamente) Sei meu jovem, sei. (dá um sorrizinho e
um tapinha nas costas do acusado) Ainda bem que
entendeste. (o acusado fica perplexo, sem entender
nada)
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JUÍZA
_Bem, vamos relatar o caso. Primeiro o
acusador. (fixa o olhar no acusador, em tom irônico
ao mencionar a palavra oportunista) Seja breve e
oportunista, entendeu?

ACUSADOR
_Claro! Meritíssima. Muito claro pra mim!

JUÍZA
_Então podemos começar. (os jurados e os
guardas cantam e dançam - menos jurada 12)

(letra Mar’Junior - rep)


Agora de fato
Começa a confusão
O acusado sem chances
Cai em depressão

Medo, sufoco
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É muita apelação
Aqui no tribunal
Ele perde a salvação

Perde não, perde não (jurada 12 canta este refrão)


Confia em Deus
Ele é tua solução

ACUSADOR
(colocar trama teatral, bem superficial, com
bastantes gestos espalhafatosos) _Bem excelentíssima
juíza desta comarca, (faz o sinal) dois pontos e
travessão. Estava eu, elegantemente chegando a minha
casa, quando dei de cara com esse... esse... bem; com
esse marginal, (aumenta veracidade) com revólver
em punho, (faz menção que vai atirar) e...
ESCREVENTE
_Um momentinho por favor. O senhor acusador
trouxe o revólver para mostrar a juíza? Melhor, a este
tribunal!

ACUSADOR
_Claro! Está na sacola do acusado.

ACUSADO
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(pega a sacola, tira de dentro um revólver e


olha espantado) _Que isso meu Deus! (mexe com o
revolver de um lado para outro) Nunca vi esse
negócio antes. (neste momento a muita reboliço, os
jurados e guardas tentam se esconder)

ACUSADOR
_Está vendo excelentíssima juíza, até as
impressões digitais dele estão no revólver, é só
conferir!

ACUSADO
(com a arma na mão, faz menção de apontar
para a juíza - os jurados de fundo oh!!! e tentam se
esconder) _A senhora... (os guardas, junto com a
escrevente tentam pegar a arma)
ESCREVENTE
(o escrevente tira rápido a arma do acusado)
_Só que essa arma é minha...

ACUSADOR
_Mas, eu não iria fazer nada.

GUARDA 02
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_Sei não! Sei não!

GUARDA 01
_Você é um perigo!

JUÍZA
_Silêncio! (grita mais forte) Silêncio!

ACUSADOR
_Calma pessoal! Já tirei todas as balas.

JUÍZA
(dá um suspiro de alívio) _Escrevente me de
esta arma.

GUARDA 04
(pega a arma com a escrevente e entrega a
juíza) _Aqui senhora juíza. Com nós aqui, a senhora
pode ficar tranqüila.

GUARDA 03
_Isso mesmo Meritíssima. Isto mesmo...
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JUÍZA
(com olhar e voz de desconfiada) _Estou
vendo... aliais, estou sentindo toda esta proteção. (os
guardas fazem pose de fortes e convencidos - tempo -
fala ao acusador) Pode prosseguir, meu ído...
(tempo) não... meu amigo. (sem graça) Ou melhor,
senhor acusador.

ACUSADOR
(com toda pose - nesse momento o acusado
coloca-se em oração, falando baixo e de olhos
fechados) _Bem, então como eu estava dizendo. Este
aí, foi pego no flagrante, assassinando a minha bela e
adorável esposa, (olha para o público) melhor, uma
das minhas adoráveis e amáveis esposas. (retorna
para a juíza) Foi difícil; mas com os meus homens...
(sem graça) melhor, com os guardas, que dá
tranqüilidade a esta cidade, é que conseguimos prendê-
lo e trazei-lo para a corte.

ESCREVENTE
(batendo palmas e vibrando) _Muito bem!!!
Maravilhoso!!! Grande coragem! Que homem
determinado! Que homem de fibra!
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JUÍZA
_Sossega escrevente. (tempo) Bem senhor
acusador. Além do senhor alguém viu o assassinato?
(fundo som suspense)

ACUSADOR
_Não Meritíssima. Infelizmente só eu. Pois a
única pessoa que estava naquele local, naquele
momento, era eu... (triste) Meritíssima, que dor que
sinto... ela me faz muita falta...

JURADA 08
_Fica triste não... fica não... (os jurados e os
guardas ficam tristes)

JUÍZA
_Então senhor acusador, pode voltar para o seu
lugar. (olha para o acusado, este está orando baixo e
olhos fechados) _Agora é você, acusado. Vamos!
Relate para a autoridade geral desta comarca o
acontecimento.
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ESCREVENTE
_Acontecimento: fato sucedido ou que sucede.

JUÍZA
_Então, como você cometeu ooo...
(pausadamente) a-ssa-ssi-na-to.

ACUSADO
_Senhora juíza. Não sei como posso me
defender. Como cristão que sou e não tendo
alternativas. Pois as possibilidades de forca, perante a
vocês, são maiores. O senhor acusador não tem
provas que possam me incriminar, só são suposições.
Eu tenho a minha convicção que não fiz nada...

ACUSADOR
_Como não. O revólver, estava dentro deste
saco que você carrega. E isto já é uma prova real.
Verídica.

ESCREVENTE
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_Verídica, quer dizer: veraz, autêntico...

JUÍZA
_Escrevente, um momentinho por favor. Senhor
acusador, favor não interromper o acusado. A sua
oportunidade já foi dada. Certo? (tempo) Continue
senhor acusado.

ACUSADO
_Então senhora juíza, o acusador não tem provas
e nem testemunhas...

ACUSADOR
_Como não!!!

JUÍZA
(repreende o acusador com um olhar)
_Continue senhor acusado.
ACUSADO
(fica pensativo) _Mas, ele é milionário, tem
muitas propriedades, muitos empregados e tem o poder
nesta cidade. (confiante) E eu, um simples
empregado, um pião, não tenho o poder nesta cidade...
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(tempo) mas, tenho o poder que vem sobre esta


cidade... (algazarra e fundo de oh!!! com os jurados)

JUÍZA
_Silêncio!!! Silêncio!!! Não entendi a frase,
(fala lentamente) poder que vem sobre esta cidade?
(tempo) Por favor, fale-me sobre isso.

ACUSADO
_Senhora juíza. Desculpe, Meritíssima. O que
quero dizer a todos vocês presentes a esta comarca, a
este tribunal. Eu sirvo a um Deus vivo, um Deus real,
ou melhor (olha para o público) procuro andar nos
caminhos de Jesus Cristo; o autor e consumador da
fé...

ACUSADOR
(vai em direção a juíza) _Ele está enrolando
Meritíssima. O acusado está querendo que você tenha
pena dele, mande-o logo para o xilindró.

ESCREVENTE
_Isso mesmo Meritíssima. Envie-o para um
recipiente fechado. (olha para o público) Cadeia nele!
(começa um princípio de algazarra entre os jurados)
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JURADO 11
_Tranque-o a sete chaves!

JURADO 03
_Sete é pouco...

JURADA 02
_A dez chaves!!!

JURADOS 04, 01, 08, 06


_Isso mesmo!!! Isso mesmo!!!

JUÍZA
_Calma pessoal! Calma senhores jurados!
(bate com martelo) Aquietáveis a todos! Aqui quem
decide são as provas e como as provas são mais do
que convincentes...

ESCREVENTE
_Convincente: certeza ou convencimento com
base em provas cabais e terminantes...
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JURADO 5
(bem vibrante) _Muito bem!!! Como você fala
bonito, bem explicado...

JURADA 12
_Chega ao ponto de ser um dicionário
ambulante.

ESCREVENTE
_Muito obrigada, estudei pra isto, para poder...
po...

JUÍZA
_Já chega escrevente. E quanto a vocês jurados,
calados, entenderam? Ca-la-dos. (tempo) Voltemos
acusado. (tempo) Já que você é bastante religioso...

ACUSADO
_ Religioso não, sou um seguidor de Jesus
Cristo, proclamo o Reino de Deus na terra. Procuro ler
e andar no caminho do Senhor, a qual Palavra Sagrada
nos ensina. (tempo) Pra mim está difícil, mas para
Deus, nada é impossível, basta querer... (tempo) e
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creio que ele quer. (entra em oração, abaixando a


cabeça e fechando os olhos)

JUÍZA
_Então já que és muito ligado a Deus,
(zombando) procura seguir os seus mandamentos; e é
tão fiel assim... (da uma pausa e um sorrizinho) ele
irá lhe julgar. (fundo de oh!!! com os jurados) Isso
mesmo, o seu Deus irá lhe julgar! (os jurados ficam
agitados e fazem vários comentários)

JURADO 09
_Estranho, não entendi bulufas...

ACUSADOR
(revoltado) _Como assim Meritíssima? Isso é
um absurdo.

ESCREVENTE
(pega pelo braço o acusador e vai até a boca de
cena) _Calma amigo. A Senhora juíza irá dar um jeito.
Você vai ver, ele irá para a cadeia. Pode contar como
isto, é certo. (retornam para seus lugares)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 32

JUÍZA
_Então como estava falando, vamos deixar o
Deus do acusado julgar. (abre um largo sorriso)

ACUSADO
_Meritíssima, a senhora poderia explicar-me
melhor?

JUÍZA
_As provas que temos são totalmente contra
você acusado. Está caracterizado...

ESCREVENTE
_Caracterizado quer dizer: confirmado, melhor,
você é o culpado.

JURADA 08
(batendo palmas) _Muito bem! Muito bem!

ACUSADOR
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 33

_Bravo! Bravíssimo! (muitas palmas entre os


jurados e os guardas)

JUÍZA
_Posso continuar? (fala em direção aos
jurados, acusador, escrevente e os guardas, todos
balançam a cabeça em sinal de positivo, o acusador
faz o sinal de positivo com o polegar) Então, para não
dizer que essa comarca é es-tri-ta-men-te, ra-di-cal-
men-te, contra o acusado; vou escrever, (pega dois
pedaços de papéis) nesses dois pedaços de papéis,
uma a palavra ACUSADO e no outro, a palavra
ABSOLVIDO. (tempo) (nos dois papéis a juíza
escreverá acusado) Senhor acusado, aquele papel que
você tirar, (caracterizando esta fala) que tiver em seu
poder, é que será o veredicto. Entendeu?
(debochando) Agora sim, vamos deixar o seu Deus lhe
julgar, pois para esta comarca você já está condenado.
Mas, como também (dá um sorriso) sou muito, mas;
muito religiosa, vou dar um crédito a este Deus que
você serve e ai veremos o seu destino. (nesse momento
entra uma música de suspense ao fundo - o acusado
ajoelha-se e ora fervozamente em tom baixo - a juíza
mostra para o público o que escreveu, dois papéis
com a mesma palavra “acusado” - o acusador vibra
com um sorriso bem largo e a escrevente auxilia a
juíza)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 34

NARRADOR
(fundo musical de adoração) _Que dificuldade.
O acusado está na berlinda, ou melhor, está na forca.
Não há solução, não há saída. Diante de todos, o
acusado é o responsável pelo assassinato, pelo
desequilíbrio do homem em tentar obter o poder...
(tempo) Mas, espera aí! Eu falei em poder? Mas, o
poder está em Deus e com Deus. E esse poder é
passado a aqueles que o adoram em espírito e em
verdade. (tempo) Há uma solução, (o acusado
levanta, olha para um lado e para outro e começa a
sorrir levemente) no viver para aqueles que entregam a
sua vida, por completo, à Deus. Sempre há solução. E
o acusado sempre temente à Deus, firme no seu
propósito de pregar a sua palavra, toma consciência,
desse poder.

JUÍZA
_Pode pegar um papel, acusado e veremos qual
vai ser o seu julgamento. Lógico, em que me
abstenho...

ESCREVENTE
_Abstenho quer dizer: a senhora juíza se recusa
a dar o seu voto. Pois você já é um condenado. (dá
gargalhadas)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 35

JUÍZA
_Aqui o seu julgamento é legal e perfeito, pois
será julgado por Deus. (menos o acusado e a jurada
12, todos olham-se entre si e sorriem) Pegue acusado,
aqui está o seu veredicto. (entra a música “Amigo de
fé” de “Beno César e Solange de César”, a qual a
jurada 12 irá dançar e cantar - iluminação com
estrober, para dar o entender de camera lenta - o
acusado caminha em direção a juíza lentamente - a
música e a iluminação cessam ao mesmo tempo
quando o acusado pega um dos papéis e coloca na
boca rapidamente engolindo-o - jurados agitados -
entre som de oh!!!)

ACUSADOR
_E agora? (aperta a garganta do acusado)
Anda imbecil!!! Cospe, joga fora. (os jurados do mal
e os guardas vão em direção do acusado)

ESCREVENTE
(sacode o acusado desesperado) _Vamos rapaz!
Joga prá fora esse papel. (os jurados do mal e os
guardas viram o acusado de cabeça para baixo)

GUARDA 04
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 36

_Vamos acusado, cospe fora...


GUARDA 01
_Anda, cospe fora...

GUARDA 02
_Já disse! Cospe fora!

JUÍZA
_Que Absurdo!

ESCREVENTE
(larga o acusado e vai em direção ao público)
_Absurdo quer dizer: que ou aquilo que é tão contrário
à razão, que beira o ridículo...

ACUSADOR
_E isso que você é... ridículo!

JURADO 06
_É forca nele!!!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 37

GUARDA 03
_Concordo em número e grau.
JURADA 12
_Não façam isso. O julgamento tem que haver
honestidade.

JURADO 09
_Mais do que foi, não existe.

JURADO 11
_E outra, não está vendo que o acusador é
poderoso!

JURADA 03
_Maravilhoso!!!

JURADO 07
_É o dono da situação e vai arrebentar o
acusado!

JURADO 12
_Mas ainda há uma chance! (tira o acusado das
mãos dos jurados)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 38

TODOS OS JURADOS
_Chance!?

TODOS OS GUARDAS
_Chance!?

JURADO 12
_Sim! Claro! E creio neste segundo, que Deus
irá mudar o final desta história.

JUÍZA
_Vamos gente! Vamos senhores jurados!
Vamos deixar de ser agitadores, que eu quero continuar
o julgamento. Vamos! Andem! Guardas coloque-os
em seus lugares. (tempo) Senhor acusado, o senhor
enrolou tudo. Como vou agora dar o seu veredicto?

ACUSADO
_É muito fácil senhora juíza, (todos olham entre
si) basta só a senhora pegar este outro papel e ver o
que está escrito. O que estiver escrito nesse papelzinho
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 39

que está com a senhora, é o inverso do que engoli,


certo?

JUÍZA
(balança a cabeça, fazendo o sinal de sim)
_Concordo. Você está certo.

ACUSADO
_Portanto, o veredicto será o que acabei de
engolir. (abre um sorriso e a juíza fica triste - jurados
do mal ficam agitados, gesticulando e falando muito
como protesto)

JURADA 02
_Isso não vale, Meritíssima...

JURADO 06
_Está errado, senhora juíza...

JURADO 03
_Não aceitamos este tipo de procedimento...

ACUSADOR
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 40

(aos gritos) _Eu protesto Meritíssima!!! Eu


protesto!!!

ESCREVENTE
(com intrepidez) _Bem, protesto quer dizer...

JUÍZA
(grita com a escrevente) _Chega!!! Calada!
Não te agüento mais. Não adianta mais nos
enganarmos. Vamos ver o que esse maldito papel, para
nós e bendito papel, para o acusado, tem a nos revelar.
(faz um suspense e todos ficam apreensivos, menos o
acusado e a jurada 12 que estão tranqüilos) Bem, na
posição de juíza desta comarca, comunico a todos os
presentes que o que está escrito nesse papel é a
palavra... é a palavra... (pausadamente) a-cu-sa-do.
Portanto, o réu está... (rápido demais) absolvido.

JURADA 12
_Perdão Meritíssima. Não entendi. O réu está?

JUÍZA
_Absolvido! Absolvido! (entra som de fogos)
Entenderam. Absolvido do assassinato. (tempo) O
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 41

seu Deus lhe salvou, lhe deu a vitória, parabéns! Com


este Deus, ninguém pode! (a juíza pega as suas
coisas) Está encerrada a seção. (a juíza sai de cena e
é acompanhada pela escrevente - o acusador sai de
cena revoltado, junto com os jurados do mal e os
guardas - a jurada 12 vai ao encontro do acusado e
eles cantam juntos “Deus do impossível” de “Alda
Célia G. Caixeta Cavagnaro”- após cantarem, a
jurada 12 sai de cena e o acusado vai para o centro
do palco)

NARRADOR
(fundo instrumental de adoração) _Por mais
difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar e
de lutar até o último momento. Seja criativo! Quando
tudo parecer perdido, ouse! (tempo) O final desta
história, Deus mudou. Por causa da fidelidade do
acusado em acreditar até o último momento no Deus
vivo. Assim Ele, o Senhor Jesus, pode também fazer
na sua vida. (fecha cena com o acusado no centro do
palco, com foco de luz nele - entra a música “Eu sou
livre” de “Beno César e Solange de César” - o
acusado canta)

_FIM_
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 42

Amigo de fé
(Beno César e Solange de César) - 66928982
Intérprete Alex Filho

Se parece que a vida lhe esqueceu pelo caminho


E em meio a multidão você se acha tão sozinho
Precisando de alguém pra ouvir a sua história
Guiar seus passos
Tão carente e tão frágil precisando de um abraço

Se o mundo está de costas pra você ninguém lhe entende


E você procura paz pra preencher o seu vazio
Você precisa conhecer a Luz que brilha mais que o sol
Que abre todos os caminhos pra você poder passar
Tenha certeza que esse amigo é de fé, você pode confiar

O melhor amigo é Jesus, Ele vai lhe ajudar


Ele pode fazer por você o que ninguém fará
O seu problema Ele vai ter solução tenha o tamanho que tiver
Ele vai tirar você do fundo desse poço e colocar você de pé
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 43

Deus do Impossível
(Alda Célia G. Caixeta Cavagnaro)
Intérprete Alda Célia

O meu Deus
É o Deus do Impossível
Jeovah Jireh,
O grande El Shadday
Que abriu o mar vermelho
E ao seu povo fez passar
Que da rocha água limpa fez brotar
O meu Deus
É o Deus do Impossível
Que liberta encarcerados
Das prisões
Faz da estéril mãe de filhos
Restaura a alma dos feridos
E dilata o amor nos corações
Que dá vista aos cegos
E aos surdos faz ouvir
Faz a tempestade se acalmar
Andou por sobre o mar
E aos mudos fez falar
Paralíticos e coxos fez andar
O meu Deus é o Deus do Impossível
É mesmo hoje e sempre há de ser
O meu Deus é o Deus do Impossível
E fará o Impossível pra você!
E fará o Impossível por você!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 44

Eu sou livre
(Beno César e Solange de César) - 66931541
Intérprete Ivanilson

Já não há condenação estou livre


Já não ando mais segundo a carne
Estou livre
Ando segundo o espírito, um novo homem
Sou um novo ser
Pelo sangue que Jesus verteu eu sou livre

Eu sou livre pra te perdoar


Da mesma forma te pedir perdão
Quando Deus olha pra nós e vê
Como está limpo nosso coração

Eu sou livre, eu sou livre


A acusação do tentador caiu por terra
E não me aflige mais

Eu sou livre, eu sou livre


E agora somos um eu e você
No grande amor do Pai

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