Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- de Mar’Junior 1
Seja
criativo,
ouse!
Argumento de autor desconhecido
Texto: Mar’Junior
com 20 personagens
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 2
Copyright 1998 By Mar’Junior - Todos os direitos reservados
(21) 24246254 – 98782535 – assessoriamarjunior@ibest.com.br e assessoriamarjunior@hotmail.com
SINOPSE
ACUSADO
Homem, de aproximadamente 40 anos, estatura
mediana, de cor branca; tem como principal
característica a fala mansa e pensada, humilde, olhar
sempre penetrado, com linguajar claro e sem erros e
vive em oração silenciosamente.
ACUSADOR
Homem nervoso, de aproximadamente 40 anos, altura
mediana, de cor morena; tem como principal
característica a fala alta e grosseira, gesticula muito, é
impaciente e muito rico.
JUÍZA
Mulher, sem idade definida, altura mediana, de cor
branca; tem como principal característica o uso de
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 5
NARRADOR
Homem de voz firme e determinada, sempre em off.
JURADOS
Num total de 12, entre homens e mulheres, de idades
variadas, que cantarão, interpretarão e dançarão
conforme marcação da direção. Onze são do mal e
uma do bem.
GUARDAS
Quatro homens, de idades variadas que cantarão,
interpretarão e dançarão conforme marcação da
direção.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 6
LOCUÇÃO EM OFF
Dos patrocinadores, colaboradores, produção,
técnica e elenco (fundo musical instrumental)
VÍDEO/FILME
Entra o vídeo/filme (pode ser num telão ou
numa televisão de 29 polegadas) mostrando o
assassinato da mulher do acusador - (este vídeo/filme
terá aproximadamente 4 minutos, feito em p/b e
mudo) mostrará o acusador assassinando uma de suas
mulheres em um casebre e colocando a culpa em um de
seus empregados, o acusado.
NARRADOR
(com fundo musical instrumental) Aqui na
cidade um homem muito rico e desafiador, mexia com
os brios das pessoas, mandava e desmandava no
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 7
ABREM-SE AS CORTINAS
No palco estão 11 jurados do mal dançando e
cantando.
O mal, o mal
Sempre vencerá
O bem, o bem se encolherá...
JURADA 1
_Já disse a todos. (tempo) É tudo ou nada. O
acusador vai arrebentar...
JURADA 2
_E o acusado não terá nenhuma chance...
JURADO 3
_É fácil! Muito fácil!
JURADA 4
_O acusador, é o dono do pedaço...
JURADO 5
_Do pedaço só não queridinha... (dá uma
gargalhada) De todo o bolo. (dá outra gargalhada)
JURADO 6
_Ele é rico, melhor, milionário; tem a maioria dos
imóveis na Cidade...
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 9
JURADO 7
_E tem... sei lá... quantas mulheres...
JURADA 8
_Por isso, quéridos... Ele não é de-to-ná-vel!..
(som de trombeta - todos mexem-se de um lado pra
outro, alguns estéricos, outros assustados e poucos
pensativos - jurados 9, 10 e 11 vão em direção aonde
a juíza entra em cena)
JURADO 9
_Galera!!! Vem aí nossa rainha...
JURADO 10
_A juíza! Que irá enforcar o acusado.
JURADO 11
_Vamos para nossos lugares, rápido, antes que
tomemos um pito. (som de trombeta - a juíza entra em
cena junto com a escrevente)
JUÍZA
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 10
ESCREVENTE
(levantando-se da cadeira e indo em direção a
juíza) _Bem Meritíssima, hoje temos um caso
complicado, um caso de assassinato... (entra em cena
jurada 12)
JURADA 12
(bem tranqüila) _Perdão Meritíssima, estava eu
na fazenda quando fui convidada para ser jurada...
perdão, de um caso que parece-me injusto...
JUÍZA
_Primeiro você chega atrasada, depois quer dar
o veredicto sem ao menos ouvir todos os jurados,
faça-me o favor...
ESCREVENTE
_E pelo visto, você deve ser amiga daquele
incompetente.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 11
JURADA 12
_Não... não sou não. Só acho, que as coisas
tem que ser pelo justo. Pois Deus é justo.
JUÍZA
_O filhinha, vamos, já se desculpou... já falou.
Agora vamos, para o banco dos jurados.
JURADA 12
_É que!!!
JUÍZA
_É que nada jurada! Vamos, já falei. Vá para o
balcão dos jurados.
JURADA 12
_Perdão Meritíssima, estou indo.
JURADO 03
_Já chegou ganhando bronca.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 12
JURADA 01
_Também quer apostar em quem não tem o
poder!
JURADO 09
_Vocês são uns derrotados!
JUÍZA
_Por favor jurados, dêem um tempo. Sem muita
conversa. (tempo) Então escrevente, o que estávamos
falando?
ESCREVENTE
_Bem Meritíssima, estávamos falando sobre...
sobre um caso de assassinato.
JUÍZA
_Isto mesmo. E pelo visto, hoje teremos um dia
difícil...
ESCREVENTE
_Meritíssima, com a sua permissão. Facílimo!
Facílimo! Pois o acusador, é o poderoso! O dono do
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 13
JUÍZA
_Hum!!! Então é mais fácil do que imaginava
(tempo) Com todo poder que tem essa comarca,
(vira-se para o público) vai ser muito fácil detonar o
acusado...
ESCREVENTE
_Detonar, quer dizer: causar explosão, explodir
súbita e ruidosamente, com o acusado.
JUÍZA
(olha para a escrevente, dá um sorriso sem
graça, aumenta timbre de voz) _Então, que entre o
acusado. (som de bateria - o acusado entra em cena
algemado, junto com ele entra os guardas) E agora,
que entre o acusador. (som de alegria/carnaval - o
acusador coloca-se ao lado da escrevente - os jurados
fazem balbúrdia, dizendo frases a favor do acusador -
só jurada 12 fica quieta - tumulto)
JURADO 07
_Vamos detonar! Vamos detonar!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 14
JURADA 04
_Vamos senhor acusador! Mostre o seu lado
mal!
JURADO 11
_Bravo! Bravíssimo!
JURADA 02
_Maravilhoso!!!
GUARDA 01
_Firme senhor. Já venceu esta parada.
GUARDA 02
_Estamos torcendo pelo senhor.
JUÍZA
(batendo na mesa) _Silêncio! Silêncio senhores
jurados! (tempo) Guardas, que isso. Afinal de contas
estamos num tribunal...
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 15
GUARDA 03
_Perdão Meritíssima.
GUARDA 04
_Isso não irá mais acontecer!
JUÍZA
_Assim espero. (tempo) Bem senhor acusado,
as coisas estão muito difíceis... dificílimas...
ESCREVENTE
_Isso quer dizer: a prova está totalmente contra
você.
JUÍZA
_Pelo que eu estou vendo na sua ficha criminal,
(vasculha a ficha) nada até os dias de hoje dá
descrédito a sua pessoa.
ESCREVENTE
_Descrédito: perda de crédito... má fama, que
resulta de mau procedimento. Entendeu? O que não é
o seu caso.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 16
JURADA 12
_Meritíssima, a escrevente está levando o
julgamento para outro lado...
JURADA 1
_Que lado o que minha filha, a escrevente está é
certa...
JURADA 2
_Certíssima, amiga! (todos os jurados começam
a questionar)
JUÍZA
(grita) _Silêncio!!! Silêncio!!! Se vão começar
de novo, coloco-os daqui par fora, pois mando neste
tribunal.
ACUSADOR
Até que fim a Meritíssima tomou uma posição, e
por sinal muito bem tomada.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 17
JUÍZA
(charmosa) _Obrigada, senhor acusador pela
gentileza. (tempo) Guardas por favor solte o acusado.
GUARDA 02
_Meritíssima, tem certeza disso?
GUARDA 04
_Afinal ele é muito perigoso...
GUARDA 03
_Acabou de detonar uma mulher...
JUÍZA
_Guardas, não discutem minhas ordens, cumpra-
as.
GUARDA 01
_Sim senhora. (soltam o acusado das algemas)
JUÍZA
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 18
ACUSADOR
(espalhafatoso, gesticulando) _Uma mulher
“vírgula”, a minha ou melhor, uma das minhas
mulheres, (bem suave) adoráveis (vibrante) e
amadas esposas.
JUÍZA
_Melhor assim, senhor acusador, me desculpe.
(olha para o público) Uma das lindas e adoráveis
esposas do acusador.
ESCREVENTE
_E isso é gravíssimo! Gravíssimo!
ACUSADOR
(falso, com tristeza) _Eu que tanto luto para ter
as coisas, trabalho dia e noite... e vem um estrume
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 19
JUÍZA
_Silêncio neste tribunal! Silêncio! (bate na
mesa) Silêncio! Vamos dar início a seção, onde o réu,
ou melhor o acusado; é acusado de matar a esposa, (o
acusador olha feio para a juíza) ou melhor; uma das
esposas do acusador. (faz sinal para o escrevente se
levantar) Por favor, escrevente.
ESCREVENTE
(pega um rolo com manuscritos e abre-o) _De
acordo com a legislação em vigência nesta cidade, o
acusado não terá direito a réplica e o acusador pode e
deve acusar a qualquer hora ou momento... (com
deboche) aqui, os direitos são iguais... (respira fundo)
mas, para aqueles que não são acusados... (olha para
um lado e para outro e fixa o olhar no acusado)
entendeu? (quando o acusado vai responder, ele corta
bruscamente) Sei meu jovem, sei. (dá um sorrizinho e
um tapinha nas costas do acusado) Ainda bem que
entendeste. (o acusado fica perplexo, sem entender
nada)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 20
JUÍZA
_Bem, vamos relatar o caso. Primeiro o
acusador. (fixa o olhar no acusador, em tom irônico
ao mencionar a palavra oportunista) Seja breve e
oportunista, entendeu?
ACUSADOR
_Claro! Meritíssima. Muito claro pra mim!
JUÍZA
_Então podemos começar. (os jurados e os
guardas cantam e dançam - menos jurada 12)
Medo, sufoco
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 21
É muita apelação
Aqui no tribunal
Ele perde a salvação
ACUSADOR
(colocar trama teatral, bem superficial, com
bastantes gestos espalhafatosos) _Bem excelentíssima
juíza desta comarca, (faz o sinal) dois pontos e
travessão. Estava eu, elegantemente chegando a minha
casa, quando dei de cara com esse... esse... bem; com
esse marginal, (aumenta veracidade) com revólver
em punho, (faz menção que vai atirar) e...
ESCREVENTE
_Um momentinho por favor. O senhor acusador
trouxe o revólver para mostrar a juíza? Melhor, a este
tribunal!
ACUSADOR
_Claro! Está na sacola do acusado.
ACUSADO
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 22
ACUSADOR
_Está vendo excelentíssima juíza, até as
impressões digitais dele estão no revólver, é só
conferir!
ACUSADO
(com a arma na mão, faz menção de apontar
para a juíza - os jurados de fundo oh!!! e tentam se
esconder) _A senhora... (os guardas, junto com a
escrevente tentam pegar a arma)
ESCREVENTE
(o escrevente tira rápido a arma do acusado)
_Só que essa arma é minha...
ACUSADOR
_Mas, eu não iria fazer nada.
GUARDA 02
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 23
GUARDA 01
_Você é um perigo!
JUÍZA
_Silêncio! (grita mais forte) Silêncio!
ACUSADOR
_Calma pessoal! Já tirei todas as balas.
JUÍZA
(dá um suspiro de alívio) _Escrevente me de
esta arma.
GUARDA 04
(pega a arma com a escrevente e entrega a
juíza) _Aqui senhora juíza. Com nós aqui, a senhora
pode ficar tranqüila.
GUARDA 03
_Isso mesmo Meritíssima. Isto mesmo...
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 24
JUÍZA
(com olhar e voz de desconfiada) _Estou
vendo... aliais, estou sentindo toda esta proteção. (os
guardas fazem pose de fortes e convencidos - tempo -
fala ao acusador) Pode prosseguir, meu ído...
(tempo) não... meu amigo. (sem graça) Ou melhor,
senhor acusador.
ACUSADOR
(com toda pose - nesse momento o acusado
coloca-se em oração, falando baixo e de olhos
fechados) _Bem, então como eu estava dizendo. Este
aí, foi pego no flagrante, assassinando a minha bela e
adorável esposa, (olha para o público) melhor, uma
das minhas adoráveis e amáveis esposas. (retorna
para a juíza) Foi difícil; mas com os meus homens...
(sem graça) melhor, com os guardas, que dá
tranqüilidade a esta cidade, é que conseguimos prendê-
lo e trazei-lo para a corte.
ESCREVENTE
(batendo palmas e vibrando) _Muito bem!!!
Maravilhoso!!! Grande coragem! Que homem
determinado! Que homem de fibra!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 25
JUÍZA
_Sossega escrevente. (tempo) Bem senhor
acusador. Além do senhor alguém viu o assassinato?
(fundo som suspense)
ACUSADOR
_Não Meritíssima. Infelizmente só eu. Pois a
única pessoa que estava naquele local, naquele
momento, era eu... (triste) Meritíssima, que dor que
sinto... ela me faz muita falta...
JURADA 08
_Fica triste não... fica não... (os jurados e os
guardas ficam tristes)
JUÍZA
_Então senhor acusador, pode voltar para o seu
lugar. (olha para o acusado, este está orando baixo e
olhos fechados) _Agora é você, acusado. Vamos!
Relate para a autoridade geral desta comarca o
acontecimento.
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 26
ESCREVENTE
_Acontecimento: fato sucedido ou que sucede.
JUÍZA
_Então, como você cometeu ooo...
(pausadamente) a-ssa-ssi-na-to.
ACUSADO
_Senhora juíza. Não sei como posso me
defender. Como cristão que sou e não tendo
alternativas. Pois as possibilidades de forca, perante a
vocês, são maiores. O senhor acusador não tem
provas que possam me incriminar, só são suposições.
Eu tenho a minha convicção que não fiz nada...
ACUSADOR
_Como não. O revólver, estava dentro deste
saco que você carrega. E isto já é uma prova real.
Verídica.
ESCREVENTE
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 27
JUÍZA
_Escrevente, um momentinho por favor. Senhor
acusador, favor não interromper o acusado. A sua
oportunidade já foi dada. Certo? (tempo) Continue
senhor acusado.
ACUSADO
_Então senhora juíza, o acusador não tem provas
e nem testemunhas...
ACUSADOR
_Como não!!!
JUÍZA
(repreende o acusador com um olhar)
_Continue senhor acusado.
ACUSADO
(fica pensativo) _Mas, ele é milionário, tem
muitas propriedades, muitos empregados e tem o poder
nesta cidade. (confiante) E eu, um simples
empregado, um pião, não tenho o poder nesta cidade...
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 28
JUÍZA
_Silêncio!!! Silêncio!!! Não entendi a frase,
(fala lentamente) poder que vem sobre esta cidade?
(tempo) Por favor, fale-me sobre isso.
ACUSADO
_Senhora juíza. Desculpe, Meritíssima. O que
quero dizer a todos vocês presentes a esta comarca, a
este tribunal. Eu sirvo a um Deus vivo, um Deus real,
ou melhor (olha para o público) procuro andar nos
caminhos de Jesus Cristo; o autor e consumador da
fé...
ACUSADOR
(vai em direção a juíza) _Ele está enrolando
Meritíssima. O acusado está querendo que você tenha
pena dele, mande-o logo para o xilindró.
ESCREVENTE
_Isso mesmo Meritíssima. Envie-o para um
recipiente fechado. (olha para o público) Cadeia nele!
(começa um princípio de algazarra entre os jurados)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 29
JURADO 11
_Tranque-o a sete chaves!
JURADO 03
_Sete é pouco...
JURADA 02
_A dez chaves!!!
JUÍZA
_Calma pessoal! Calma senhores jurados!
(bate com martelo) Aquietáveis a todos! Aqui quem
decide são as provas e como as provas são mais do
que convincentes...
ESCREVENTE
_Convincente: certeza ou convencimento com
base em provas cabais e terminantes...
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 30
JURADO 5
(bem vibrante) _Muito bem!!! Como você fala
bonito, bem explicado...
JURADA 12
_Chega ao ponto de ser um dicionário
ambulante.
ESCREVENTE
_Muito obrigada, estudei pra isto, para poder...
po...
JUÍZA
_Já chega escrevente. E quanto a vocês jurados,
calados, entenderam? Ca-la-dos. (tempo) Voltemos
acusado. (tempo) Já que você é bastante religioso...
ACUSADO
_ Religioso não, sou um seguidor de Jesus
Cristo, proclamo o Reino de Deus na terra. Procuro ler
e andar no caminho do Senhor, a qual Palavra Sagrada
nos ensina. (tempo) Pra mim está difícil, mas para
Deus, nada é impossível, basta querer... (tempo) e
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 31
JUÍZA
_Então já que és muito ligado a Deus,
(zombando) procura seguir os seus mandamentos; e é
tão fiel assim... (da uma pausa e um sorrizinho) ele
irá lhe julgar. (fundo de oh!!! com os jurados) Isso
mesmo, o seu Deus irá lhe julgar! (os jurados ficam
agitados e fazem vários comentários)
JURADO 09
_Estranho, não entendi bulufas...
ACUSADOR
(revoltado) _Como assim Meritíssima? Isso é
um absurdo.
ESCREVENTE
(pega pelo braço o acusador e vai até a boca de
cena) _Calma amigo. A Senhora juíza irá dar um jeito.
Você vai ver, ele irá para a cadeia. Pode contar como
isto, é certo. (retornam para seus lugares)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 32
JUÍZA
_Então como estava falando, vamos deixar o
Deus do acusado julgar. (abre um largo sorriso)
ACUSADO
_Meritíssima, a senhora poderia explicar-me
melhor?
JUÍZA
_As provas que temos são totalmente contra
você acusado. Está caracterizado...
ESCREVENTE
_Caracterizado quer dizer: confirmado, melhor,
você é o culpado.
JURADA 08
(batendo palmas) _Muito bem! Muito bem!
ACUSADOR
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 33
JUÍZA
_Posso continuar? (fala em direção aos
jurados, acusador, escrevente e os guardas, todos
balançam a cabeça em sinal de positivo, o acusador
faz o sinal de positivo com o polegar) Então, para não
dizer que essa comarca é es-tri-ta-men-te, ra-di-cal-
men-te, contra o acusado; vou escrever, (pega dois
pedaços de papéis) nesses dois pedaços de papéis,
uma a palavra ACUSADO e no outro, a palavra
ABSOLVIDO. (tempo) (nos dois papéis a juíza
escreverá acusado) Senhor acusado, aquele papel que
você tirar, (caracterizando esta fala) que tiver em seu
poder, é que será o veredicto. Entendeu?
(debochando) Agora sim, vamos deixar o seu Deus lhe
julgar, pois para esta comarca você já está condenado.
Mas, como também (dá um sorriso) sou muito, mas;
muito religiosa, vou dar um crédito a este Deus que
você serve e ai veremos o seu destino. (nesse momento
entra uma música de suspense ao fundo - o acusado
ajoelha-se e ora fervozamente em tom baixo - a juíza
mostra para o público o que escreveu, dois papéis
com a mesma palavra “acusado” - o acusador vibra
com um sorriso bem largo e a escrevente auxilia a
juíza)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 34
NARRADOR
(fundo musical de adoração) _Que dificuldade.
O acusado está na berlinda, ou melhor, está na forca.
Não há solução, não há saída. Diante de todos, o
acusado é o responsável pelo assassinato, pelo
desequilíbrio do homem em tentar obter o poder...
(tempo) Mas, espera aí! Eu falei em poder? Mas, o
poder está em Deus e com Deus. E esse poder é
passado a aqueles que o adoram em espírito e em
verdade. (tempo) Há uma solução, (o acusado
levanta, olha para um lado e para outro e começa a
sorrir levemente) no viver para aqueles que entregam a
sua vida, por completo, à Deus. Sempre há solução. E
o acusado sempre temente à Deus, firme no seu
propósito de pregar a sua palavra, toma consciência,
desse poder.
JUÍZA
_Pode pegar um papel, acusado e veremos qual
vai ser o seu julgamento. Lógico, em que me
abstenho...
ESCREVENTE
_Abstenho quer dizer: a senhora juíza se recusa
a dar o seu voto. Pois você já é um condenado. (dá
gargalhadas)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 35
JUÍZA
_Aqui o seu julgamento é legal e perfeito, pois
será julgado por Deus. (menos o acusado e a jurada
12, todos olham-se entre si e sorriem) Pegue acusado,
aqui está o seu veredicto. (entra a música “Amigo de
fé” de “Beno César e Solange de César”, a qual a
jurada 12 irá dançar e cantar - iluminação com
estrober, para dar o entender de camera lenta - o
acusado caminha em direção a juíza lentamente - a
música e a iluminação cessam ao mesmo tempo
quando o acusado pega um dos papéis e coloca na
boca rapidamente engolindo-o - jurados agitados -
entre som de oh!!!)
ACUSADOR
_E agora? (aperta a garganta do acusado)
Anda imbecil!!! Cospe, joga fora. (os jurados do mal
e os guardas vão em direção do acusado)
ESCREVENTE
(sacode o acusado desesperado) _Vamos rapaz!
Joga prá fora esse papel. (os jurados do mal e os
guardas viram o acusado de cabeça para baixo)
GUARDA 04
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 36
GUARDA 02
_Já disse! Cospe fora!
JUÍZA
_Que Absurdo!
ESCREVENTE
(larga o acusado e vai em direção ao público)
_Absurdo quer dizer: que ou aquilo que é tão contrário
à razão, que beira o ridículo...
ACUSADOR
_E isso que você é... ridículo!
JURADO 06
_É forca nele!!!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 37
GUARDA 03
_Concordo em número e grau.
JURADA 12
_Não façam isso. O julgamento tem que haver
honestidade.
JURADO 09
_Mais do que foi, não existe.
JURADO 11
_E outra, não está vendo que o acusador é
poderoso!
JURADA 03
_Maravilhoso!!!
JURADO 07
_É o dono da situação e vai arrebentar o
acusado!
JURADO 12
_Mas ainda há uma chance! (tira o acusado das
mãos dos jurados)
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 38
TODOS OS JURADOS
_Chance!?
TODOS OS GUARDAS
_Chance!?
JURADO 12
_Sim! Claro! E creio neste segundo, que Deus
irá mudar o final desta história.
JUÍZA
_Vamos gente! Vamos senhores jurados!
Vamos deixar de ser agitadores, que eu quero continuar
o julgamento. Vamos! Andem! Guardas coloque-os
em seus lugares. (tempo) Senhor acusado, o senhor
enrolou tudo. Como vou agora dar o seu veredicto?
ACUSADO
_É muito fácil senhora juíza, (todos olham entre
si) basta só a senhora pegar este outro papel e ver o
que está escrito. O que estiver escrito nesse papelzinho
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 39
JUÍZA
(balança a cabeça, fazendo o sinal de sim)
_Concordo. Você está certo.
ACUSADO
_Portanto, o veredicto será o que acabei de
engolir. (abre um sorriso e a juíza fica triste - jurados
do mal ficam agitados, gesticulando e falando muito
como protesto)
JURADA 02
_Isso não vale, Meritíssima...
JURADO 06
_Está errado, senhora juíza...
JURADO 03
_Não aceitamos este tipo de procedimento...
ACUSADOR
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 40
ESCREVENTE
(com intrepidez) _Bem, protesto quer dizer...
JUÍZA
(grita com a escrevente) _Chega!!! Calada!
Não te agüento mais. Não adianta mais nos
enganarmos. Vamos ver o que esse maldito papel, para
nós e bendito papel, para o acusado, tem a nos revelar.
(faz um suspense e todos ficam apreensivos, menos o
acusado e a jurada 12 que estão tranqüilos) Bem, na
posição de juíza desta comarca, comunico a todos os
presentes que o que está escrito nesse papel é a
palavra... é a palavra... (pausadamente) a-cu-sa-do.
Portanto, o réu está... (rápido demais) absolvido.
JURADA 12
_Perdão Meritíssima. Não entendi. O réu está?
JUÍZA
_Absolvido! Absolvido! (entra som de fogos)
Entenderam. Absolvido do assassinato. (tempo) O
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 41
NARRADOR
(fundo instrumental de adoração) _Por mais
difícil que seja uma situação, não deixe de acreditar e
de lutar até o último momento. Seja criativo! Quando
tudo parecer perdido, ouse! (tempo) O final desta
história, Deus mudou. Por causa da fidelidade do
acusado em acreditar até o último momento no Deus
vivo. Assim Ele, o Senhor Jesus, pode também fazer
na sua vida. (fecha cena com o acusado no centro do
palco, com foco de luz nele - entra a música “Eu sou
livre” de “Beno César e Solange de César” - o
acusado canta)
_FIM_
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 42
Amigo de fé
(Beno César e Solange de César) - 66928982
Intérprete Alex Filho
Deus do Impossível
(Alda Célia G. Caixeta Cavagnaro)
Intérprete Alda Célia
O meu Deus
É o Deus do Impossível
Jeovah Jireh,
O grande El Shadday
Que abriu o mar vermelho
E ao seu povo fez passar
Que da rocha água limpa fez brotar
O meu Deus
É o Deus do Impossível
Que liberta encarcerados
Das prisões
Faz da estéril mãe de filhos
Restaura a alma dos feridos
E dilata o amor nos corações
Que dá vista aos cegos
E aos surdos faz ouvir
Faz a tempestade se acalmar
Andou por sobre o mar
E aos mudos fez falar
Paralíticos e coxos fez andar
O meu Deus é o Deus do Impossível
É mesmo hoje e sempre há de ser
O meu Deus é o Deus do Impossível
E fará o Impossível pra você!
E fará o Impossível por você!
Seja criativo, ouse! - de Mar’Junior 44
Eu sou livre
(Beno César e Solange de César) - 66931541
Intérprete Ivanilson