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SIMONE QUEIROZ
2021
COPYRIGHT: SIMONEQUEIROZ
mailto:@simonequeiroz
SIMONEQUEIROZ
CUIABA/CUIABA
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO:
MARIA JOSE DOS SANTOS MARTINS
mailto:@mariadossantosmartins@yahoo.com.br
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Último Capítulo
Epílogo
CAPÍTULO 1
LILIAN
Estou pronta esperando as meninas chegarem, combinamos de irmos para o
tribunal juntas e hoje depois de seis meses correndo atrás e tentando provar a
inocência dos Irmãos Rufinem, nós conseguimos as provas suficientes para
apresentar e fazer com que esses meninos sejam absolvidos, o julgamento
começou já tem três dias e estamos no último dia.
O policial Pablo Mendes foi o único que não participou de nenhuma tortura e
não encostou a mão nos meninos, por isso não vamos pedir que ele seja preso
e nem condenado a pagar uma multa para os meninos, mas vamos pedir o
máximo que conseguirmos para aqueles que fizeram mal a eles, nossos
clientes estão psicologicamente muito abalados, eu acredito que irá passar
muito tempo para eles conseguirem esquecer tudo que viveram, foram seis
meses de horror e uma semana de tortura.
A louca da Luiza chega buzinando como se eu estivesse atrasada, é
totalmente doida de pedra mesmo, chego no carro e troco beijinhos com as
minhas amigas.
— Bom dia meninas.
Demos bom dia para todos os presentes, abraçamos Creusa que tinha os olhos
vermelhos de chorar e reparamos o quanto ela está bem mais magra e com
olheiras enormes, isso é o que acontece para uma mãe quando seus filhos são
presos, sendo eles, inocentes ou culpados.
— Acredita em nós, as provas estão ao nosso favor — ela faz que sim para
mim.
— Eu sei que meus filhos estão com as melhores — fazemos que sim e
fomos falar com os meninos, eles estavam de mãos dadas e de cabeça baixa
fazendo uma oração, respeitamos este tempo deles e depois os
interrompemos, seus olhos pareciam se iluminar quando nos viram, ali
naqueles olhos haviam esperança e nós íamos agarrar a isso também.
— Nós provaremos que vocês são inocentes — temos uma carta na manga e
ela será o divisor de águas — eles sorriem um pouco mais animados, mas
ainda não é aquele sorriso aberto que queremos ver.
Fomos todas para os nossos lugares e após cumprimentarmos um por um do
corpo de jurados. Promotor. Juiz e Advogado de acusação que se chama
Mizael, ele é louco para pegar Luiza, mas, segundo ela, o cara não é seu
número, voltamos para o nosso lugar.
Após o pedido de silêncio, começamos as perguntas e os meninos
respondiam firme como nós pedimos, pois, nos dois primeiros dias, eles
estavam muito nervosos e acabaram gaguejando, fizemos nossas perguntas e
o promotor não pegou leve, ele queria a todo custo que os meninos entrassem
em contradição o que não aconteceu, depois de um tempo foi a vez do senhor
Júlio Torres que era a vítima.
— Boa tarde — me levanto arrumando o meu terninho, ele me olha e cruza
os braços esperando a minha pergunta, sua postura arrogante e confiante me
fez ver que a vitória estava certa na sua cabeça, mas o problema é que nós
também pensamos a mesma coisa.
— Senhor Torres, eu gostaria de pedir para que agora você olhasse para os
irmãos Rufinem e me desse a certeza que foram eles quem bateram e
roubaram o seu veículo — ele olha para os meninos rapidamente e vira.
— Sim, foram eles — o promotor me olha, pois, acredito que nem ele está
acreditando na resposta dele.
— Peço que o senhor preste atenção neles, veja se há algo que faz o senhor
lembrar deles — ele não olha para os meninos.
— Meritíssimo, esta pergunta já foi feita, peço que a primeira resposta seja
mantida — o Juiz olha para o advogado de acusação.
— Pedido negado, senhor Torres responda à pergunta da advogada de defesa.
— Estava escuro e eles são pretos, como vou diferenciar se todos são iguais
— disse ele fazendo os presentes reclamarem.
— Ordem, ordem no tribunal — disse o Juiz.
— Então, o senhor mentiu ao afirmar serem eles naquela noite — pergunto
confiante.
— Eu não menti, foram eles — diz ele agora sério, eu dou um sorriso, me
sinto mais confiante ao ver alguns dos jurados balançarem a cabeça.
— Senhor Torres, lembre -se que antes de começar este julgamento, foi feito
um juramento e o senhor pode ser preso por falso testemunho — diz o Juiz.
— Mas alguma pergunta Doutora Lilian? — faço que não e vou sentar, esta
resposta disse tudo, eles foram presos injustamente.
Estava chegando na hora que queríamos, nossa peça chave estava pronta para
podermos acabar com estes racistas e preconceituosos.
— Peço que entre o policial Pablo Mendes — disse o Juiz e nós esperamos as
perguntas do advogado de acusação, ele estava meio desnorteado com esta
nossa testemunha surpresa, então, chegou nossa vez e agora era a hora da
(Carol) entrar em ação.
— Policial Mendes, gostaria de saber porque o senhor não participou do
interrogatório?
— Eu participei no primeiro dia, mas, algo não batia sobre a culpa dos irmãos
Rufinem, eu disse para os meus colegas, eles então me ligaram a noite e
disseram que no outro dia eu não precisava ir, pois, os criminosos
confessaram, mesmo ouvindo o meu colega de profissão, meu instinto ainda
dizia que eles eram inocentes, então, quando vocês me procuraram e eu vi as
imagens de como eles estavam machucados, eu sabia que meus colegas os
torturaram.
— Meritíssimo! Peço que o policial prove as suas acusações? — disse Mizael
e eu sabia que ele estava muito puto por ser pego de surpresa.
— Pedido aceito, Policial Mendes o senhor tem alguma prova contra as suas
acusações.
— Sim! — ele tira vários CDs e entrega para o Juiz — Nestes CDs
meritíssimo eu tenho a confissão dos atos feitos contra estes rapazes pelos
policiais Lark, kromer e Suet, os três detalham como foi feita a tortura por
seis dias contra os dois irmãos — o promotor olha para Carol, ele é afim dela,
mas ela só tem olhos para o seu anjo.
— Tudo bem então! Pedirei outro para a senhorita, mas, peço que sente aqui
para conversamos um pouco — fico meio assim, não sei quem é ele, mas
tenho que me arriscar também, como diz Luísa, se não morrerei virgem,
preciso dar um passo de cada vez, sento ao lado dele e ele pede um Martini
para mim, então, ele me olha e dá aquele sorriso, que diz “Esta noite você é
minha” pronto acabei de gozar.
Acabei de me apaixonar só com este sorriso maravilhoso, eu percebo que ele
está me olhando de cima embaixo e seu sorriso começa a aumentar, safadinho
ele hein, eu gostei de ver que o agrado, estou precisando realmente dar uma
saída, uns beijos na boca, quem sabe uma coisinha a mais hein! Meu Deus!
Eu estou ficando louca, vou transar com um homem que acabei de conhecer,
ando pensando nisso já há muito tempo, tenho que transar para poder parar de
ficar imaginando como é, tenho que fazer para depois eu reclamar, então ele
se apresenta, estende suas mãos grandes e eu pego.
— Prazer, eu sou o Jr.
— Prazer, Lilian.
— O nome é lindo, deu certinho com a dona dele — além de tudo é
galanteador, daí é covardia.
— Você é sempre galanteador assim? Ou só quando encontra mocinhas
indefesas no balcão da boate? — ele começa a rir.
— Gostei de você, eu não sou sempre galanteador, normalmente sou até
quieto, mas quando você vê uma beldade dessa parada na sua frente, não tem
como ficar calado — ele dá uma piscadinha muito “sexy” — Até porque eu
não sou bobo — começamos a rir.
O papo flui bem, ele é filho de uma americana com um brasileiro, mas Jr
nasceu aqui nos Estados Unidos, mas, que vivia um pouco aqui e um pouco
lá no Brasil, eu digo que sou americana e sempre morei nos Estados Unidos,
depois começamos a falar sobre carreira e eu descobri que ele é advogado
também, vimos alguns pontos em comum e fiquei feliz.
— Então você é advogado de qual área? — pergunto curiosa já que ele sabe
falar de todas.
CAPÍTULO 2
JOSE ROBERTO (JR)
Olho pela janela e não acredito que estou me despedindo do País que tanto
amo, não sei quando aparecerei por aqui novamente, pois segundo meu pai eu
preciso estar no Brasil para assumir os negócios, minha mãe infelizmente não
anda nada bem de saúde e a tendência é só piorar.
Ele me disse que preciso estar preparado para tudo. Isso me deixa muito
triste, pois, minha mãe sempre foi uma mulher saudável, amorosa e gentil,
depois que vim embora para os EUA (Estados Unidos da América), algo
mudou e a saúde dela ficou debilitada, até que ela caiu doente. Agora os
médicos já estão nos deixando preparados para o pior, como assim? Quando
chegar ao Brasil vou atrás desta história e descobrir o que aconteceu de
verdade!
Lembro da noite maravilhosa que tive, em como aquela linda mulher me
seduziu só com seu sorriso lindo e seus lábios grossos. Amei poder senti-los
pelo meu corpo. Porra! Que noite!
JR ON
Meus amigos da faculdade me convidaram para uma despedida em uma boate
badalada. Topei. Essa é minha última noite no (EUA) e eu quero realmente
levar uma boa lembrança, eu optei por ir de táxi já que íamos beber a noite
toda e eu viajaria bêbado amanhã, assim dormiria o voo todo e a dor seria
menor.
Cheguei à boate e estava lotada. Tinham muitas moças na faixa dos seus
dezenove a vinte e um anos. Estou com vinte e oito e os meus amigos na
faixa dos vinte e quatro anos. Então, daí todo mundo pensa que eles se darão
bem com as meninas que estão aqui mais do que eu, pois elas são novinhas,
eu mostro sempre ao contrário e acabo pegando mais mulheres que eles e as
minhas são de primeira linha.
Mas, hoje eu queria encontrar uma especial, alguém para ter um papo legal e
se no final tivesse química, poderíamos terminar na cama. Não posso
reclamar que quando saio com eles, sempre pego alguma loirinha do jeito que
gosto, elas sempre foram meu tipo, sou exigente e ela tem que ser da minha
preferência, entro na sala VIP e os meninos já estavam todos empolgados.
Começamos a pedir uma rodada de “shots”, segundo eles eu teria que beber
no mínimo 10 para conseguir sair da sala e ir até a minha presa da noite.
Após cumprir com o meu objetivo, eles me liberaram, me mandaram ir para
pista procurar uma gatinha, que era para eu me despedir dos EUA com estilo.
Já estou meio alto, pois 10 “shots” na cabeça rápido assim deixa qualquer um
desnorteado, mas, ainda quero beber algo, acho melhor pedir uma água antes
de voltar a encher a cara. Vou até o bar e peço uma água para o barman, ele
que eu vá para o meio do balcão, pois na ponta não tinha como atender, que
cara sem graça, vou abrindo caminho até onde ele mostrou.
Quando vou chegando lá, ele coloca um Martini e eu variado da cabeça pelos
shots, penso que foi isso o meu pedido. Quando pego a taça, acabo colocando
minha mão em cima de uma pele de chocolate, olho para o lado e vejo uma
moça negra, ela é bonita e eu acredito que acabei de achar minha presa dessa
noite. Será! Eu sempre preferi as loiras.
Começamos a conversar e descobri que seu nome era Lilian, ela é advogada
como eu, chamo-a para sentarmos em outra mesa, pois, no balcão é ruim para
conversarmos. Pensei que ela iria me recusar e este seria o primeiro toco da
minha vida, mas, ela cedeu e nós sentamos em outro ambiente onde tinham
vários casais se pegando, o que reparei que a deixou constrangida, porém
depois, ela ficou mais relaxada e o assunto rendeu.
Há muito (tempo) que eu não fico perto de uma moça que me traz tanto
interesse como ela fez. Na verdade, eu acredito que Lilian é a primeira que
realmente me chamou muito à atenção. Confesso que nunca fiquei com uma
negra antes, mas sempre tem uma primeira vez, Lilian conseguiu me deixar
entusiasmado com o assunto e nada mais era importante que olhar para ela,
inclusive estou reparando nela, nesse momento.
Eu retiro o que eu disse quando nos esbarramos para pegar a mesma taça do
Martini. Lilian não é bonita e sim linda, além disso, é extremamente educada
e tem mais corpo que as outras que eu já peguei. Não demora mais três moças
negras chegam perto de nós e a autoestima delas vem em primeiro lugar,
todas estão com roupas que marcam suas gordurinhas extras. Elas andam
como se fossem misses, e são mesmo, pois vi alguns homens quebrando o
pescoço para o lado delas. Às três nem olharam de lado, após conversarmos
um pouco, elas vão embora, segundo Lilian, as amigas iriam à caça, menos
uma delas que com certeza foi atrás do seu anjo que é o namorado dela.
Já iam ser 03:00 horas da manhã, nós dois não parávamos de nos encarar,
essa noite eu queria dormir com esta mulher linda e ter a melhor despedida de
todas. Lilian me olha com aqueles (olhos) cor de mel e eu fico excitado.
Quando ela toma a sua bebida e passa nos lábios a língua, eu queria ser
aquela gota e saborear sua boca perfeita. Porra! Ela dá uma cruzada de perna
na minha frente e morde o lábio inferior, não resisto e puxo-a para que os
nossos corpos se encontrem, ela senta no meu colo e me encara.
Fiquei preocupado, pensei que ela pudesse me dar um fora, mas, isso não
aconteceu. Lilian me olha e eu colo nossos lábios, sua boca molda a minha
com uma perfeição, nossas línguas começam a pedir passagem e a mulher me
tem agora nas mãos, como ela beija gostoso, que boca maravilhosa é essa?
Porra! Por que fui conhecê-la no meu último dia que estou aqui, que destino
safado esse, droga queria ter mais tempo com esta bela sereia ao meu lado,
xingo internamente por ter que ir embora.
Não tem outro jeito que não seja aproveitar cada momento. Ela começa a
ficar mais sedutora e sua mão gruda nos cabelos da minha nuca, ela aperta
forte e eu acabo esfregando minha ereção nela que geme na minha boca, essa
mulher quer me matar, no começo achei ela um pouco tímida e resistente,
mas, depois percebi que realmente Lilian é tímida, isso me deixou encantado
com ela.
Começamos a ficar como se fossemos namorados, aquela magia que existe
entre nós é como se nós já estivéssemos juntos há muito tempo, estamos em
plena sintonia, eu sempre procurei algo de especial em uma mulher e na
Lilian achei o que levou anos para acontecer, mas infelizmente, estou indo
embora e não verei mais essa linda sereia, começo a olhá-la por um tempo e a
sereia fica sem graça.
— Queria te pedir algo sereia — ela me olha meia desconfiada e dá um
sorriso meigo que me deixa mais louco ainda para prová-la.
— Sereia? — pergunta desviando o olhar, pego no seu queixo.
— Você me encantou com a sua voz, seu jeito meigo e tímido, sem falar na
sua beleza — digo e ela sorri com aquela boca gostosa me deixando mais
excitado
— O que você quer? — pergunta ela tímida.
Chego ao aeroporto correndo e quase perco o avião, até que não seria ruim,
eu voltaria para aquele quarto e amaria ela de novo. Doutora Lilian fui
fisgado por você e espero que possamos encontrar novamente, pois, se você
aceitar, eu me casaria e entregaria o meu coração somente para você. Porra!
Estou ferrado.
JR OFF
CAPÍTULO 3
LILIAN
Antes de sair da boate com JR, resolvo ir ao banheiro, seus olhos fazem
promessas que meu corpo quer cobrar. No caminho infelizmente encontro
com Jéssica que me olha com aquela cara de bunda, nunca vi uma
pessoa para ser tão antipática como ela.
— Eu queria entender o que os homens veem em vocês? — diz ela como
sempre cheia de inveja.
— Acredito que você deveria perguntar para os homens, pois são eles que
vem atrás de nós, eu não tenho culpa se ninguém quer saber de você — ela
me olha com ódio.
— Um dia Lilian horrorosa, ainda vou me vingar de vocês — respiro fundo
antes de mandá-la ir à merda.
— Jéssica! Limpa aí no canto da sua boca, porque seu veneno está
derramando e logo cairá no chão — ela me olha com mais raiva ainda e sai
puta da vida para a direção do banheiro também. Entro e ela está com um
bico enorme, finjo que não a conheço e depois volto até onde aquele
homem lindo e gostoso me espera, ele me perguntou se Jéssica era minha
amiga, pois nos viu conversando, eu disse ser uma conhecida, aquela cobra
não é amiga de ninguém.
Passo a melhor noite da minha vida com JR. Mesmo não tendo nenhuma
experiência, acredito que ele foi maravilhoso, me deu tudo na medida certa,
JR sabe ser carinhoso, quente, bruto e me levou a loucura, eu fiz amor de
todas as maneiras possíveis. Não podia ter escolhido um cara melhor para
perder a minha virgindade.
Infelizmente, JR me disse que hoje viajaria. Então, quando acordo, não o vejo
mais no quarto, eu sabia que ele havia partido. Mas, lá, no fundo, meu
coração tinha esperança de que ele estivesse aqui quando eu despertasse.
Olho no relógio e já vão ser 16:00 (dezesseis horas), também dormimos já ia
ser de manhã, o cara realmente é muito gostoso na cama e tem um pique que
me deixou de pernas bambas.
Levanto e sinto ardência no vão das minhas pernas, vou até o banheiro e
lembranças da noite anterior vem, me fazendo sorrir, esse homem realmente
me desestabilizou totalmente e se ele quisesse ficar comigo para termos algo
mais sério, com certeza eu aceitaria.
Após Um banho relaxante de banheira, volto para o quarto e me arrumo para
sair, pego o meu celular e tem mais de 20 chamadas das meninas, com
certeza elas estavam preocupadas comigo. Afinal, nunca sai com um
desconhecido antes, mesmo ele indo viajar e eu não saber se vamos nos ver
novamente, ainda não me arrependo de nada que realizamos e
compartilhamos.
Olho a porta e acho bonitinho antes dele sair ter colocado um aviso de
não perturbe do lado de fora. Senti falta de um bilhete de despedida, mas era
só uma noite, o que eu esperava? Flores e bombons no outro dia. Acorda
Lilian, você está sonhando. Meu subconsciente fala para mim, saio do
elevador feliz, JR foi uma pessoa importante na minha vida e ele me marcou
para sempre, mas, para estragar a minha tarde feliz, encontro Jéssica com
aquele sorrisinho de deboche, vindo dela sei que lá vem merda.
— Boa tarde Deusa do Pecado, pelo jeito eu te subestimei. Pois, não
imaginava que aquele gostosão traria você para terminar a noite dele. Sei de
algumas amigas que estavam ontem com a turma dele. Elas me disseram
como ele era exigente em escolher suas parceiras. Então, supus que você não
conseguiria o levar para cama — diz ela com um sorriso sarcástico.
— Fazer o que não é Jéssica! Se ele escolheu a mim, ao invés de você,
porque se andou perguntando é por estar de olho né querida — ela vai
diminuindo o sorriso — Eu já falei para você. Peça a Deus para te fazer de
novo, mas dessa vez, pede para nascer negra, linda e gostosa como nós —
digo dando o meu melhor sorriso, ela agora me olha irritada.
— Sua sorte Lilian, é que sou uma mulher de palavra, senão, eu iria te dar
uma banana — não entendo o que essa louca está falando dessa vez — O
gostosão antes de sair me pediu um favor — agora ela conseguiu me deixar
curiosa.
— Fala logo Jéssica, o que você quer me dizer? — ela coloca a mão direita
no bolso de trás e tira de lá um papel dobrado, olho sem entender o que é
aquilo.
— Aquela coisa linda, pediu para eu entregar este papel a você, como
prometi para ele que seria entregue, então está aqui — pego o papel da sua
mão, pois não esperava esse ato de Jéssica, fico até sem graça de dizer
obrigado.
— Obrigado Jéssica — ela me dá um sorriso e sai com a Karina que é outra
amiga insuportável dela, não sei por que essa também nunca gostou de nós.
Fico nervosa por não saber o que encontrarei naquele papel, vou até o
restaurante do hotel para comer algo enquanto leio o bilhete de JR, sento um
pouco distante e abro o bilhete para ler o que JR escreveu.
Bom dia, Lilian!
Como você estava dormindo, não quis te acordar. Também não vi motivo
para isso. Pois, foi só uma foda o que tivemos. Eu estava bêbado, senão, com
toda certeza, jamais terminaria minha noite com uma gorda, preta e feia igual
você. Então, aproveite a oportunidade de ter dormido com um homem como
eu. Guarde esta noite na sua mente, pois uma mulher horrível e cheia de
gorduras como você, jamais conseguirá outra experiência como essa.
Até nunca mais.
JR
Após ler esse bilhete, meu corpo todo treme, não parece ser o mesmo homem
que dormiu comigo ontem. O que aconteceu para ele mudar tanto assim?
Meu príncipe carinhoso e gostoso que estava comigo na cama chamando-me
pelo apelido de Sereia, agora pareceu um monstro.
Lembro o que todo mundo fala, que eles depois que conseguem o que
querem, nos tratam como roupa velha. Seguro as minhas lágrimas para elas
não caírem, foi uma decepção muito grande, antes não tivesse deixado bilhete
nenhum, penso em jogar fora essa merda, mas depois resolvo guardar para
que eu lembre dele e nunca mais me envolva com homens babacas.
Saio do hotel de cabeça erguida e sem olhar para trás, pois tenho certeza que
Jéssica está em algum lugar observando a minha reação. Ela não perderia a
oportunidade de ler o bilhete antes de me entregar. Seus sorrisos eram
sarcásticos, com certeza essa cobra sabia que ele tinha me humilhado. Vejo
dois seguranças me esperando em frente ao hotel. Foi bom eu ter mandado a
localização para as meninas. Eles me levam para casa e eu peço para avisar as
meninas, que estou bem, mas quero descansar. Na segunda nos falamos.
— Então, viemos aqui hoje para comemorar — diz Luiza — Pois, mais uma
integrante fará parte da nossa trupe — elas começam a bater palmas e todos
nos olham
— Meninas quero falar para vocês. Realmente estou muito emocionada, por
este carinho de vocês, pela atenção e sei que meu filho ou filha terá muito
amor — fico emocionada e choro com Inês que me abraça — Gente são os
hormônios, me desculpem, mas eu não tenho como controlar.
Depois da sessão choro, fizemos os nossos pedidos. Abri os meus presentes e
as meninas capricharam. Tem cada roupinha linda. Elas compraram tudo na
cor branco e amarelo, pois nós ainda não sabemos o sexo do bebê, depois
começamos a falar sobre processos, família e casamento, percebo que Carol
está um pouco quieta então resolvo perguntar o que ela tem.
— Carol! Aconteceu algo? Estou te achando um pouco caidinha hoje — ela
olha para nós e abaixa a cabeça, nunca vi Carol tão triste como hoje.
— Acredito que meu anjo está me traindo — todas paramos o que estávamos
fazendo e olhamos para ela. Heiki é louco por Carol ele jamais faria isso.
— Carol! Tem certeza disso? Não é coisa da sua cabeça — ela faz que não
com o dedo.
— Ele anda estranho, só atende o telefone longe de mim, na verdade, ele
mudou desde que chegou daquela viagem na Alemanha, vejo ele sempre
aéreo e pensativo, parece que ele quer me contar algo, mas não sabe como
dizer.
— Ele está igual Carol, seu anjo vive te idolatrando e lambe o chão que você
pisa — diz Natasha.
— Sim, Naty! Ele às vezes parece voltar a ser o meu anjo, fica todo carinhoso
e atencioso, fazemos amor com o mesmo fogo da nossa primeira vez, mas
tem vez que ele dá desculpa e vai embora para casa dele, parece que não quer
me tocar.
— Pode ser que ele esteja apenas com problemas e não quer te incomodar.
— Sim, pode ser, mas, ultimamente quando fazemos amor parece que
estamos nos despedindo — ele diz que me ama várias vezes e fala que nunca
vai se esquecer de mim.
— Aperta ele na parede e descobre então se tem algo. O que não dá é você
ficar nesta dúvida — digo olhando em seus olhos, ela concorda e sorri,
voltamos ao papo e o clima melhora, principalmente quando Heiki aparece e
leva Carol embora.
Coisas do amor não é! Só quem ama sabe a dor de perder aquele que nos faz
feliz. Se Heiki estiver aprontando com Carol, ele a perderá, pois, nenhuma
mulher deve aceitar isso. O homem que traí sua mulher, perde o direito de
tocá-la, amá-la e ser feliz ao seu lado. Quando aceitamos uma traição,
estamos perdendo a nossa essência e a dignidade que nos faz diariamente
saímos da cama e olharmos para aqueles que nos amam de verdade. Por isso
devemos acabar com a relação onde só um conhece o significado da palavra
amor, desejo que Carol seja feliz e que ela dessa vez esteja enganada.
Deito na minha cama e acabo sonhando com um lindo menino negro, com
olhos verdes como o de JR, seus cabelos são lisinhos e o sorriso sapeca me
mostra como ele é terrível, estamos na praia e ele vem correndo até mim, me
abraça e diz bem baixinho.
— Te amo mamãe. Você é minha rainha e eu sou o seu Príncipe — beijo sua
cabecinha negra e ele senta no meu colo, ficamos ali admirando o horizonte
enquanto não sabemos o que nos reserva o futuro, me sinto completa naquele
momento.
CAPÍTULO 4
JR
Vou para o aeroporto e penso naquela mulher o tempo todo. Porra! Que noite
foi essa! Lilian me deixou em dúvida se ela era virgem. Estávamos meio
bêbados e aquela boceta dela era muito apertada, eu tenho três possibilidades,
a primeira que Lilian era virgem. A segunda que ela transou no máximo só
com um cara antes de mim e bem pouco. A terceira que ela fez uma
reconstrução do hímen, pois mesmo bêbado acredito que rompi algo lá
dentro, será que isso é possível? Ela era tão alto confiante, acabo dormindo
pensando em tudo isso e sonho beijando aquela boca gostosa, resultado
acordei de pau duro.
Chego ao Brasil e meu pai está me esperando no aeroporto, eu não o vejo a
dois anos, depois que minha mãe ficou acamada, eu e ele temos uma relação
bem complicada.
Vim embora devido a um acordo que fiz com meu pai. Ele quer que eu case e
eu disse que isso só aconteceria após fazer minha faculdade nos EUA, ele
concordou. Eu me formei aqui no Brasil aos 23 anos em direito e depois fui
para os Estados Unidos e novamente repeti a faculdade lá, meu pai quer
montar um escritório internacional, onde poderei atuar em outros países.
Senhor Márcio Vilela dá a mão para mim e eu aperto, não existe um abraço
após dois anos, é como se realmente fossemos apenas conhecidos que se
encontraram para fechar um negócio, meu pai é um homem muito frio, ele
difere dos outros pais que agora estariam abraçando e beijando seus filhos
por ficarem tanto tempo longe deles.
— Como está a mamãe? — ele me olha sério.
— Sua mãe piorou, ela não passa desse ano segundo os médicos — diz ele
normalmente como se estivesse falando de uma estranha e não de sua esposa.
— Você poderia falar dela com um pouco mais de carinho, pois minha mãe
enquanto tinha saúde foi uma mulher maravilhosa para você — ele me olha
como se eu não tivesse dito nada, entramos no carro e eu cumprimento Lopes
que é o nosso motorista a anos.
— Seja bem-vindo senhor José Roberto — diz Lopes sério e eu sei que é
porque estou na presença do meu querido pai.
— Lopes pare de frescura já te disse ser JR — meu pai olha para Lopes sério
que vira para frente e sai com o carro, depois ele levanta o vidro para termos
privacidade.
— Sua vida irá mudar. Aquele cara que gostava de farra não existe mais,
você precisa ter responsabilidade e assumir o seu compromisso comigo.
— É para isso que estou aqui papai — faço uma reverência a ele que me olha
muito zangado agora — Seu servo está ao seu dispor.
— A partir de segunda-feira, te apresentarei no escritório para você ficar no
meu lugar e depois que você for visitar a sua mãe te falarei outra coisa.
— Tenho até medo de perguntar o que o senhor já está arrumando para mim,
a minha vida quem rege aqui no Brasil é o senhor. Por isso que nos Estados
Unidos eu me sentia livre — ele me olha e depois vira para a janela, o carro
fica em um silêncio constrangedor, assim que chegamos à casa, corro para o
quarto da minha mãe e ela não estava.
— Cadê a minha mãe? Onde o senhor a colocou? — pergunto zangado.
Depois deste encontro demorei alguns dias para chamar Vanessa para sair,
mas quando meu pai veio me contar a bomba do meu testamento, tive que
sair para falar com alguém senão eu explodiria.
JR ON
— JR, eu preciso falar com você e tem que ser agora — disse ele autoritário e
eu nem discuto — Vamos ao meu escritório por favor — concordo e meu
preocupo com aquele por favor, isto significa que ele irá falar algo. Não sei se
vou gostar o que é, chegamos lá e ele senta todo poderoso me encarando, lá
vem a merda.
— JR, tive dúvidas e medo de que você não cumpriria com o nosso acordo,
então conversei com a sua mãe e ela concordou comigo...... — corto ele, pois
meu pai não conversava com ela, senhor Márcio impõem o que quer.
— Conversou, ou a induziu em ferrar comigo? — perguntei irritado, pois
minha mãe era apaixonada pelo meu pai e acabava fazendo todas as suas
vontades.
— Nós conversamos. Colocamos duas cláusulas que você deve cumprir —
faço com as mãos para ele continuar, pois, já estou muito zangado.
— A primeira que você deve se casar até os seus 30 (trinta) anos.
— Mas isso é daqui a dois anos só — digo nervoso e ele sorri friamente.
— Você pensou que poderia casar quando quisesse, não meu filho será até
seus trinta anos, ou você perde cinquenta por cento da sua herança e isso te
leva a segunda cláusula, que está no nosso testamento. Você terá que ter um
filho — fico em pé e o encaro — Até você completar trinta e dois anos.
— E se eu não tiver, você já pensou na possibilidade de que sou estéril — ele
parece ficar pensativo.
— Isso está fora de cogitação, quando você tiver um filho ele terá cinquenta
por cento da sua herança e caso isso não aconteça você irá perdê-la e eu serei
o seu administrador — começo a rir da situação e ele me olha com raiva.
— O senhor é muito descarado mesmo né, você fez esta cláusula de olho na
minha herança, eu agora estarei pressionado a me casar logo também fazer
um filho na minha mulher.
— Claro que não JR, se você quiser casar tudo bem, quem sou eu para falar
algo, mas for dar um de revoltado, posso garantir que você ficará sem
nenhum tostão.
— Se não aprontasse nada para o meu lado, não seria Márcio Vilela na minha
frente. Você sempre foi manipulador. Contudo, nunca pensei que fosse jogar
tão baixo para ficar com o meu dinheiro. Viro as costas e saio batendo à porta
do escritório e vou para o meu quarto. Fico olhando para as paredes, quero
gritar de raiva e quebrar algo. Acredito que posso fazer um acordo com a
minha mulher e combinar de ficarmos casados até eu ter o dinheiro para abrir
um escritório. Daí nos separamos e cada um terá a sua vida de volta.
— Eu também queria, mas ele usa a fragilidade da minha mãe para eu fazer
parte dos seus planos gananciosos — digo com raiva.
— E um deles é você se casar com uma de nós — faço que sim.
— Quando te vi no cinema e descobri quem você era, realmente eu me
interessei por você, apesar de já ter te visto na empresa.
— Por quê? Eu de todas, sou a única fora do padrão de beleza? — que merda
Vanessa tem na cabeça, faço que não e aperto sua mão.
— Vanessa, você é linda, educada, simpática e tem um sorriso que tira
qualquer juízo de um homem — ela fica vermelha e morta de vergonha.
— Você é muito galanteador José Roberto — eu solto uma gargalhada.
— Sim, sou mesmo. Mas, não estou te cantando e sim falando a realidade.
Quando eu vi a troca de olhares entre você e o Kito, entendi que nós dois
seríamos só amigos e eu teria que partir para as outras duas, se eu quiser ter a
minha herança pela parte da minha mãe! — agora ela que aperta a mão dele.
— Triste seu pai te pressionar desta forma — eu concordo.
— Sim, minha mãe teve um problema de coração e meu pai aproveitando da
sua doença fez a cabeça dela colocando (duas) cláusulas no seu testamento, a
primeira que eu só terei direito a herança se me casar antes de completar 30
anos e que meu pai tem que aprovar a minha noiva.
— Além de te obrigar a casar ele tem que ser a favor da sua escolha.
— Sim, se eu descumprir esta regra, perco metade da minha herança ao me
casar com uma mulher inapropriada para o meu pai, eu perderei a herança,
preciso ter um filho antes de completar trinta e dois anos se não meu pai terá
direito a outra metade do meu dinheiro.
— Sua mãe não deveria ter concordado — Vanessa fala indignada.
— Ela vive devido a uma máquina que a mantém respirando. Mas, ela pode
morrer a qualquer momento e eu ainda não tive coragem de ir vê-la — ela
aperta minha mão me dando apoio.
— José Roberto eu posso ir ao hospital com você para te dar força — dou um
sorriso verdadeiro — Você precisa ir fazer esta visita.
— Sim, eu sei. Mas, estou tomando coragem. Minha mãe sempre foi forte e
agora vendo ela assim é tão difícil — olho para cima e fico sério.
— Meu pai está aqui no restaurante com sua família, não olha agora, pois
todos estão olhando para nós, inclusive sua irmã insuportável — ela olha para
trás e começa a rir, pois, faço cara de nojo ao olhar a sua irmã que agora está
sorrindo para nós.
— Seu pai vai pensar que estamos juntos — diz ela preocupada, eu puxo sua
mão beijando-a.
— Assim é bom que ele me deixa em paz por um tempo — digo triste, pois
será por pouco tempo que eu ainda terei a minha liberdade — Sabe o que é
mais engraçado Vanessa, na minha última noite no (EUA) conheci uma
garota que me marcou.
— Como ela se chama?
— Lilian, mas não me pergunta de quê! Por que eu estava tão louco para ficar
com ela que não tivemos muito tempo de conversarmos sobre sobrenomes e
tal, flertamos bastante, mas não falamos das nossas vidas pessoais que não
fosse sobre direito — ela sorri e me espera contar mais.
— Ela difere das meninas que eu já fiquei, ela era negra, baixinha e
volumosa.
— Você nunca ficou com uma gordinha antes? — faço que não e dou um
sorriso travesso lembrando da nossa noite.
— A mulher era maravilhosa Vanessa, eu sinto por não ter tido mais tempo
com ela, nem me despedi, pois, senão iria perder o avião — Vanessa me olha
meia receosa.
— Você já pensou na possibilidade de que ela ficou magoada por você nem
ter dito adeus — eu nunca pensei nisso, pois nós já tínhamos falado disso
antes.
— Será? Não era minha intenção. Se eu esperasse ela acordar, te garanto que
perderia o avião, porque eu iria amá-la de novo, mas, deixei um bilhete e meu
cartão.
— Pelo jeito a mulher realmente te conquistou — dou um sorriso enquanto
lembro de Lilian.
— Pena não ter sido antes — olho para cima e vejo Kito nos olhando.
— O que foi? Porque este sorriso imenso?
— Se eu te falar que Kito está aqui e acredito que vem na nossa direção, pois
ele está me olhando com cara de que a minha morte é certa — tomo um gole
de vinho.
— Nós não temos nada, ele não pode ficar zangado já que gosta da Alice —
dou uma tapinha na mão dela.
— Vanessinha você é cega então! Eu sou homem e te digo que Kito quer dar
um trato em você — não soltamos a mão, quero ver se Kito puxa Vanessa
daqui e diz que a quer logo.
__Boa noite, eu só passei para cumprimentar o casal- diz Kito parando ao
lado da mesa e seus olhos estão nas nossas mãos juntas.
— Boa noite Kito, que bom te rever, como andam as coisas? — digo
normalmente enquanto Kito encara Vanessa.
— Eu estou bem, não me lembro o seu nome como é mesmo? — começo a
rir, pois, este homem ainda me enforca.
— José Roberto, mas você pode me chamar de JR, fico feliz em saber que
você está bem Kito — digo sério fazendo Kito olhar para o meu lado.
— E você Vanessa está bem? — ela faz que sim com a cabeça.
— Ok então, vou voltar para a minha mesa, depois falamos mais — ele sai
puto da nossa mesa.
— Você ainda acredita que ele quer sua irmã? Sério Vanessa?
— Você está vendo coisas. O jantar chega e comemos conversando bobagem,
Vanessa estava mais confiante em relação ao Kito, mas o idiota foi embora
com a Alice o que deixou a loirinha triste. Vanessa é tudo que eu estava
esperando, inclusive o fato dela estar apaixonada por Kito, ela se ofereceu
para me acompanhar no hospital e eu aceitei.
Chegamos ao hospital e Vanessa me deu o apoio que eu precisava, vejo a
minha mãe toda entubada, choro muito ao vê-la, pois há dois anos quando eu
estive aqui, ela ainda estava conversando, rimos bastante na última noite que
eu fui embora e hoje volto com a minha mãe totalmente imóvel, eu
perguntava dela para o meu pai e ele dizia sempre que estava tudo bem.
Abri meu coração para minha mãe e falei tudo que me afligia, ela não podia
me responder, mas, eu sei que ela estava me ouvindo, contei sobre minha
passagem nos Estados Unidos, falei com ela sobre a Lilian e como aquela
mulher me marcou, disse para minha mãe que eu estava de volta e que era
para ela acordar, que nós ainda iríamos ter bons momentos juntos, beijei
bastante a sua mão fria e pedi para ela voltar para mim, deitei minha cabeça
no seu peito e chorei por vê-la assim.
Saí de lá e falei com o médico. Ele não me deu nenhuma esperança, disse que
eles estão esperando o coração ou o cérebro pararem para eles poderem
desligar as máquinas. Eu nunca vou deixar acontecer isso, ainda tenho
esperanças. Voltei e não quis comer nada, meu pai tentou falar comigo, mas a
minha cara para ele fez com que o senhor Márcio Vilela percebesse que não
era bom termo alguma conversa, fui para o meu quarto e dormi.
QUATRO ANOS DEPOIS
Faz dois anos que casei com a Catarina. Quando começamos a namorar ela
era uma pessoa totalmente diferente! Tínhamos uma ótima relação, saíamos
para o cinema, conversávamos bastante e ela foi menos antipática e mimada,
pensei que conseguiríamos ser felizes mesmo não existindo o amor, eu não
fui o primeiro homem de Catarina, antes de mim ela já namorou outro rapaz.
Mas, eu não sei o que aconteceu? Ela começou a mudar. Hoje eu não vejo a
mulher que me casei. Catarina é antipática com todo mundo, seu olhar para as
pessoas é de raiva e nojo, eu acreditava ser uma fase e logo as coisas
voltariam ao normal, quando eu vi estarmos nos dando muito bem. Comecei
a falar para ela sobre termos filhos, pois eu queria construir uma família ao
seu lado, mas ela só sabia falar que ainda não era a hora.
Depois de um tempo. Parei de falar sobre filho. Catarina falava que não
pensava em formar uma família. Isso estragaria o seu corpo já que ela era
gordinha, fiquei triste, queria ter alguém para ensinar a jogar bola ou até
mesmo brincar de tomar chá da tarde, não tinha problema eu perder a
Herança, se ela me dissesse que teria daqui a dois anos eu ficaria feliz.
Mas, agora com este casamento horrível, não faço questão de ter nada com
ela, na verdade, eu quero me separar dela, só não concretizei isso por medo
de Catarina se matar, mas eu não estou aguentando mais este inferno, eu não
posso sair de casa que ela vive arrumando amantes para mim, pois nós não
dormimos mais juntos há um ano, Catarina me liga vinte e quatro horas e
sempre com a sua mania de que estou aprontando.
Eu às vezes não a atendo, agora mesmo, estou ocupado, mas isso não a faz
parar de ligar, peço desculpa e saio da sala para atender senão Catarina vai
me atentar até eu estourar com ela, não posso desligar o celular por que se eu
fizer isso, ela aparece aqui no escritório e trata todos mal.
— Alô — falo irritado.
— Onde você está? — pergunta ela já gritando.
— No escritório Catarina, você sabe muito bem que trabalho e neste horário
estou no serviço — falo zangado, tentando cortar o interrogatório que ainda
será longo.
— Com quem você está? É com ela, não é? Por isso você não me atendeu?
Me de muita paciência, Catarina incutiu que estou tendo um caso com
Vanessa, ela não entende que somos apenas bons amigos, Vanessa está
morando na Espanha e lá ela reencontrou com Kito que é o grande amor da
vida dela.
— Catarina! Eu estava agora com um cliente, você sabe muito bem que eu só
vi Vanessa ontem, quando ela chegou e eu fui buscá-la no aeroporto.
— Até quando José Roberto você continuará me traindo com essa galinha-
gorda — não adianta falar para ela que Vanessa é apaixonada por Kito e ele
por ela, Catarina pensa que eu e Vanessa estamos juntos.
— Nós não temos nada, já cansei de te falar isso, agora preciso voltar para a
reunião, mais tarde conversamos em casa, não me ligue e não venha aqui no
escritório para tratar as pessoas mal — ela dá uma gargalhada.
— Eu te liguei para contar uma novidade, falei com o papai hoje, ele
aposentará e eu ficarei no seu lugar, então querido, a partir de amanhã estarei
aí trabalhando ao seu lado, você não poderá mais me trair.
— Não sei Catarina quem tem mais problema? Você ou seu pai? Você
deveria procurar um psicólogo antes de começar a trabalhar aqui.
— Ficou sem graça né, estraguei os seus esquemas, não procurarei psicólogo
nenhum — esta mulher é louca.
— Tchau! Catarina tenho que trabalhar.
— Tchau! José Roberto, até mais tarde, meu amor.
Nosso casamento já é um inferno, com Catarina trabalhando aqui a tendência
será piorar e aquela porra do pai dela não me ajuda.
Estou pensando em falar com o meu pai para ele ficar no meu lugar enquanto
vou para a Espanha, quero fazer um ano de doutorado lá, esperarei o
casamento de Ygor para eu poder ir embora já com a minha separação
assinada, não quero ter nenhum vínculo com a Catarina e quanto mais longe
dela eu estiver, melhor será minha vida sem está louca me perturbando.
CAPÍTULO 5
LILIAN
Não acredito que hoje estou completando nove meses de gestação e meu filho
está sofrendo por ser muito grande para mim. O médico falou que ele está
sem espaço para se locomover dentro do meu útero e que era importante
marcarmos a cesariana logo, marquei para o primeiro dia que ele tinha na sua
agenda e meu Benjamin (Ben) como apelidamos nascerá daqui a três dias.
Estava deitada alisando a minha barriga e pensando nele, no JR. Pai do meu
filho. Fico imaginando qual seria a reação dele ao saber do nosso Ben? Será
que ele gostaria de saber que é pai? Ou simplesmente não ligaria para o bebê?
Não posso saber como seria, pois, JR me mostrou ter duas personalidades
diferentes, porque o homem que dormiu comigo não parecia o mesmo que me
deixou aquele bilhete humilhante, julgo que ele se valorizou demais e me
colocou como qualquer uma.
Eu não deveria ter ficado com ele e entregado algo tão importante para nós
mulheres. Queria muito deletar JR da minha memória, mas como posso
realizar isso se tenho um pedaço dele aqui dentro. A campainha começa a
tocar, levanto com toda a dificuldade do mundo e quando abro a porta minhas
melhores amigas entram falando todas de uma vez o que não dá para entender
nada e com uma pizza na mão.
— Lilian! Por que demorou tanto para abrir — disse Lu tirando sarro.
— Engole uma melancia gigante e depois me cobre satisfações — digo séria
e as meninas quase morrem de rir — eu não aguento e caio na risada
também.
— Viemos saber qual de nós três vai te acompanhar no parto — diz Carol
com um sorriso no rosto o que hoje em dia é raro.
— Olha eu não quero te pressionar a escolher uma de nós, mas precisa falar
logo para podermos olhar nossa agenda — faço que sim com a cabeça.
— Pode deixar que até amanhã decido, agora qual o sabor da pizza?
— Quatro queijos e Dom Camilo — minha barriga ronca na hora, não dou
nem um passo quando sinto uma água descer nas minhas pernas.
— Porra Pecado! Ficou tão emocionada que fez xixi nas calças — diz Lu
rindo e eu a olho desesperada.
— Não Lu, a bolsa estourou — digo fazendo todas gritarem e se levantarem.
Gabi correu para o meu quarto e pegou as sacolas, enquanto Carol ligou para
o meu médico. Sinto uma dor forte e grito as fazendo ficarem mais nervosas,
Lu me ajuda a tomar banho e trocar de roupa. Saímos em disparada para o
hospital no carro da Lu, pensa em uma mulher que anda correndo é a
Tentação, ela ultrapassa todos os sinais que acha e eu grito como uma louca
quando tenho outra contração, Carol pega na minha mão e começa a fazer os
exercícios tentando me acalmar.
— Você pode ter a sua, Alisson. Desde que o meu filho faça parte dela, eu
percebo que o Ben não gosta muito de você, e não vejo sua tentativa de
aproximação também, ele é só uma criança que precisa ser conquistada, então
se quer algo sério comigo primeiro conquiste o coração do meu filho.
— Você quer que eu deite para ele pisar em mim? O Benjamin me olha com
raiva e está sempre respondendo a tudo que falo e mesmo assim você quer
que eu fique igual besta atrás dele — faço que não com a cabeça.
— Você acredita que ficar só mandando nele, sem dar um pouco de carinho é
ser pai? Você é a única pessoa que meu filho não gosta.
— Eu não quero ser pai do seu filho, você poderia procurar o pai dele e
dividir a guarda, assim nós não teríamos mais problemas.
Chegamos na fazenda onde será a festa e gritamos igual uma louca quando
vimos Kelly que está com uma barriguinha linda de grávida, após beijos e
abraços, seu noivo chegou e a Tentação tinha que soltar uma dela.
— Senhor, que homens bonitos são esses? — disse ela olhando para cinco
caras que chegaram.
— Tira o olho Tentação, pois são todos casados com minhas amigas e elas
são doentes de ciúmes — disse Kelly olhando para um deles com amor,
entendi que aquele era seu noivo, ele deu um beijão nela e depois virou
sorridente para nós.
— Oi meninas — disse ele educado é nós todas sorrimos simpáticas.
— Amor estas são as Deusas, amiga da Gabi, esta é Coração minha irmã.
Pecado. Tentação e Paixão — ele dá dois beijinhos em cada uma de nós.
— Estes são meus amigos Ronaldo, Diogo, Hélio e Maurício — todas só
cumprimentamos com a cabeça, pois não queremos ser mortas, não demorou
surgiu três moças negras e uma loira que vinham do salão de festa. Todas
abraçaram seus devidos homens o que fez nós até olharmos para o outro lado.
— Então! Conhecerei as Deusas até que enfim — disse uma delas com um
sorriso simpático nos lábios.
— Prazer querida, sou a Tentação, Coração, Pecado e Paixão — disse Lu e
ela aumentou o sorriso.
— Sou a Estrela da noite, Pimenta, Coelhinha e Orquídea — disse ela e logo
todas estávamos em um papo gostoso, mas Lu tinha que dar outro fora.
— Kelly, será que você não tem um cunhado para me apresentar — Kelly
deu um sorriso para ela.
— Você quer morrer antes da hora? Ou ama a sua vida? — todas olhamos
para a Lu com aquela cara “você poderia dormir sem essa” — Meu único
cunhado é o Inácio Reis e ele ama sua Diaba.
— Puta que pariu, sério que aquele gostoso é seu cunhado — disse Lu bem
no momento que um casal sai do salão com três crianças, elas são trigêmeas,
a mulher fala algo no ouvido do rapaz que sorri para ela totalmente
apaixonado.
— Oi! Então vocês são as famosas Deusas, eu sou Camila cunhada de Kelly
— disse ela toda solicita, conversamos com ela e gente Camila é muito legal
e totalmente doida, muito mais do que Lu, depois fomos embora com Camila
que nos levou para comprar os nossos vestidos para o casamento.
CAPÍTULO 6
JR
Sabe aquele momento da sua vida que você olha para trás e pensa na merda
que ela está. Estou fazendo isso agora e no final o resultado é deprimente. O
meu casamento é horrível. Catarina a cada dia está mais louca do que nunca,
eu cheguei no meu limite. A gota d'água foi hoje, Catarina fez escândalo no
restaurante que estávamos, só porque fui ao banheiro e encontrei a Débora
que é a prima da fadinha no caminho.
Ficamos conversando e a louca da minha mulher já chegou falando merda.
Hélio apareceu e eu morri de vergonha, pedi desculpas e acabamos nem
jantando. Levei Catarina lá para pedir o divórcio, mas se eu falasse isso
enquanto a louca dava o seu show, as coisas poderiam piorar, era capaz da
maluca querer quebrar o lugar.
Não sei o que fazer para esta mulher me dê o divórcio. Sem precisarmos ir
para a justiça, pois nossos pais são sócios e isso poderia atrapalhar os
negócios. Eu já toquei nesse assunto três vezes e toda vez que começo a falar,
Catarina arruma uma desculpa para que o assunto não venha à tona. Avisei
hoje para o meu pai que separarei desta maluca, ele não gostou nada, pois,
Catarina na cabeça dele é a nora perfeita, mas não é ele que tem que aturar as
asneiras e loucuras dela.
— Você não presta José Roberto, sua vida é correndo atrás destas putas —
disse Catarina quase babando de raiva.
— Eu nunca te dei motivo para agir como uma doida. Cansei e quero o
divórcio, não vou mais te aturar e irei para a justiça. Este casamento de merda
já deu tudo que tinha que dar, você é louca e quer me levar para o hospício
com você.
— José Roberto eu te amo, tudo que faço é para estas oferecidas não se
aproximarem de você — faço que não com a cabeça.
— Você é doente e precisa se tratar, estou indo embora e quero o divórcio.
— Não! JR, fica comigo, prometo que mudarei, eu dou o divórcio, mas
espera passar o casamento da Kelly, o que vão falar as pessoas se estivermos
separados, prometo que não realizarei nenhum escândalo.
— Ficarei aqui só até o casamento. Depois é cada um para o seu lado,
Catarina! Você não irá conseguir me enlouquecer — digo indo para o meu
quarto e trancando a porta para ela não entrar, pois, se deixo aberta ela tenta
me seduzir, agora Catarina quer engravidar, já eu, não quero mais.
Começo a voltar no tempo e ela aparece na minha mente, a Sereia anda
ultimamente nos meus pensamentos e estou torcendo para que um milagre
aconteça. Queria vê-la ao menos mais uma vez. Sei que isso é complicado e
querer não é poder como muitos pensam.
Queria achar a lâmpada do Aladim e faria um grande pedido. Queria ver
novamente Lilian, mas sei que isso seria como achar uma agulha no palheiro.
Já se passaram quase cinco anos e ela com certeza deve ter casado assim
como eu, acredito que Lilian nem deve mais se lembrar de mim. Uma mulher
como ela jamais ficaria presa a uma noite. Espero que ela esteja muito feliz,
saio dos meus pensamentos com Ygor me ligando.
— Fala cara, como vão os preparativos para sábado? — pergunto empolgado,
adoro ter a oportunidade de estar com os meus amigos e desta vez será muito
especial, pois todos estarão literalmente presentes, tanto os brasileiros como
os americanos.
— Está tudo pronto. Só aquele pau no cu que irá atrasar. Já falei para ele que
se isso fizer mal para minha mulher ou meu filho, mato ele, nem que eu
apareça no jornal com a matéria “Noivo mata padrinho por que deixou a
noiva estressada” — começamos a rir da situação.
— Não se preocupe, quando ele chegar com aquela abençoada de sua noiva,
nós iremos rapidamente — digo para tranquilizá-lo.
— Me diz por que vocês dois arrumaram estas duas malas? Desculpa meu
amigo, mas sua mulher é insuportável e a dele só pelo Skype eu já não gostei,
fora que ela tem cara de piranha — diz Ygor revoltado.
— Você sabe que depois daquela mulher misteriosa, aquela pistoleira se
aproveitou dele — digo triste, pois meu amigo era louco por uma mulher que
o dispensou sem ao menos dar para ele uma explicação coerente.
— Eu ainda penso que esta história tem algo de errado. Não sei! Pelo que ele
nos disse, os dois estavam apaixonados, como de uma hora para a outra ela
pulou fora. Falarei com ele e insistirei que uma investigação seja realizada —
diz Ygor que desde o começo sempre achou estranho tudo que aconteceu
com eles.
— Também nunca engoli o que aconteceu. Contudo, ele era o maior
prejudicado e colocou na cabeça que ela o enganou, como poderíamos mudar
seus pensamentos, na cabeça dele ela só queria brincar com ele, nós só
podemos apoiá-lo, já que nosso amigo quando incuti com algo é pior que
mula — digo para ele esquecer esta história.
— Sim, verdade, coloca cabeça dura nisso, aquele homem é muito teimoso.
Depois converso com ele. Te liguei para falar que Inácio pediu o seu telefone,
ele quer saber a respeito de uma ação que estão movendo contra sua empresa.
Vanessa está de licença, ele quer te pedir uma consultoria — seguro para não
rir, pois Inácio quer é outra coisa e pediu minha ajuda para conseguir.
— Tudo bem Ygor, quando ele me ligar dou a consultoria sem problema
nenhum, você sabe o quanto admiro seu irmão.
— Quem não admira aquele cara, ele é foda mesmo — Ygor diz e tenho
certeza que ele estava sorrindo, realmente ele e Inácio hoje tem uma ligação
muito forte e bonita, eles dois me fazem até querer ter um irmão perdido por
aí.
— Cara terei que desligar, Kelly está novamente vomitando, minha Deusa
anda sofrendo com o nosso filho, ele a coloca doida para comer de tudo, mas
depois a coitada precisa correr para colocar para fora — sorrio por sentir a
felicidade dele.
— Vai lá meu amigo, vocês merecem ser felizes — desligo e fico deitado em
minha cama, pensando na minha vida novamente, me bate uma tristeza por
pensar que se Catarina tivesse aceitado ter filhos antes eu estaria com eles
agora brincando e não no quarto enfurnado.
Acabo dormindo e sonhando com minha Sereia, ela está grávida e eu estou
do seu lado sorrindo como um bobo apaixonado. Sereia se aproxima de mim
e quando nossos lábios iriam se encontrar, acordo com alguém batendo na
porta, ou melhor, com aquela louca, ela está toda arrumada e seu olhar é de
coitada, se ela pensa que recuarei está muito enganada.
— Quem morreu para você estar batendo assim na minha porta — digo
zangado, acordar com alguém batendo na porta como se a quisesse derrubá-la
é foda.
— Ninguém querido. Papai e meu sogrinho vão almoçar aqui — entro
novamente para o meu quarto e tranco a porta. Ela com certeza já chorou para
os dois. Catarina sempre faz isso quando brigamos e eles dois vem tentar
interceder, eu já cedi antes, mas agora eles podem esquecer, não voltarei com
a minha decisão.
Tomo um banho e espero os dois chegarem o que não demorou a acontecer,
almoçamos e logo o pai de Catarina começa a falar.
— JR, a Catarina nos contou sobre a crise no casamento de vocês. Está
faltando diálogo, um casamento é feito de coisas boas e ........ — o corto.
— Me diga meu ex-futuro sogro, quais são as coisas boas ao lado da sua
filha? Por que eu não sei, ela é louca e eu te avisei que se Catarina não
mudasse, eu largaria, meu limite estourou, não quero mais estar casado com
ela e se este divórcio não sair por bem, sairá por mal.
— JR, para com esta besteira meu filho, vocês estão casados já a algum
tempo, agora jogará fora o que vocês construíram devido a uma briga boba
— diz meu pai tentando me convencer.
— Quem jogou fora pai qualquer oportunidade de eu ter um sentimento por
ela. Foi a própria Catarina. Seu temperamento sem medida, suas atitudes
infantis. Não quero mais ter nada com ela, vê se vocês dois entendem —
Catarina começa a chorar e seu pai se levanta rápido e vai consolá-la, levanto
da mesa zangado.
— Pensa bem, vocês são jovens ainda, cometem erros, somos humanos… —
Chega de ouvir estas merdas.
— Minha decisão já foi tomada e eu já conversei com você Catarina. Após o
casamento da Kelly, você assinará o divórcio, se isso não acontecer, eu entro
na justiça e consigo ele do mesmo jeito. Com você eu não fico mais casado.
Acabou, quero que vocês entendam — saio irritado e vou para casa de
Vanessa. Ela chegou de viagem e mal tive tempo de ir vê-la, sempre Catarina
inventava algo para que eu não fosse, então para não fazer confusão em casa
resolvi acatar, nas agora chega, eu cansei de ser infeliz.
Como sempre o clima na casa de Vanessa é maravilhoso! Ela está linda
grávida e muito apaixonada pelo seu Zeus. Ainda bem que ele parou de
implicar comigo, pois tenho certeza que minha amiga cortaria amizade
comigo para poder ficar bem com o homem da sua vida. Após conversarmos
um pouco e rirmos bastante do Senhor Aurélio, decidimos que Vanessa e
Kito irão no primeiro helicóptero. Eu e Catarina iremos na segunda viagem,
na terceira vez irá meus dois amigos com suas respectivas noivas.
Sinceramente, acredito que de todos nós, Ygor foi o único que acertou, pois,
as nossas mulheres são insuportáveis.
Volto para casa e graças a Deus Catarina não está, meus amigos me avisaram
que chegarão juntos, combinei de ir buscá-los no aeroporto e de lá saímos
para jantar, claro que terei que aturar suas noivas insuportáveis, mas fazer o
que não é, eles terão que aturar Catarina.
O jantar foi uma bosta. Nós não tivemos tempo para conversarmos. Pois, as
mulheres queriam ser o centro das atenções. Logo nos despedimos, eles iriam
para um hotel. A desculpa é que não queriam tirar nossa privacidade, mal
sabiam eles que o meu casamento já acabou há muito tempo, eu não sei o que
é ter um momento íntimo com Catarina há muito tempo.
Chegamos no Heliponto (lugar onde há decolagem e pouso de helicóptero)
Kito e Vanessa já nos esperavam. Atrasamos, pois, Catarina não achava
ninguém para arrumar o seu cabelo como ela gostava, mas, vindo de Catarina
não é novidade para ninguém que ela sempre é uma pedra no nosso caminho.
As Noivas dos meus amigos não tiveram a educação de cumprimentar
Vanessa e Kito. Diferente dos caras que foram super simpáticos, não
esperava menos que isso deles. Vanessa e Kito decolam primeiro eu e
Catarina vamos no outro, lá dê cima, no helicóptero dava para observar a
festa, tudo estava muito bonito, meu coração deu uma disparada, tive uma
sensação que a minha vida mudaria após este casamento.
Descemos e eu falei com o piloto, ele me disse que passaram um rádio o
mandando ir para outro local. Mas, que não era para eu me preocupar, os
meus amigos iriam vir no helicóptero que trouxe Vanessa. Fiquei
preocupado, pois, não foi isso que combinei com o senhor João, vi Vanessa
conversando com alguém que estava abaixada, mas eu tinha a impressão que
aquela voz doce já foi ouvida por mim, ainda mais com este sotaque sexy.
Chegamos na roda e eu elogio Vanessa já que lá no Heliponto eu não
consegui fazer isso, pois devido ao atraso da Catarina o nosso tempo estava
curto, eu não estava preparado para o choque que tomei quando ela, minha
Sereia levantou a cabeça e me encarou.
Acredito que o tempo parou e meu coração disparou, o espanto também
estava no rosto da minha Lilian e ela passou os olhos nos braços de Catarina.
Merda. Queria tirar os braços dela do meu e puxar a Sereia para que os
nossos corpos se encontrassem, eu beijaria aquela boca que me fez sonhar e
desejar por estes anos todos.
— Sereia!
— JR!
Ela diz em um sussurro e meu coração explode de alegria. Meu Deus!
Acredito que você está me dando uma segunda oportunidade, olho para às
mãos dela e nada de aliança, isso me deixou bem empolgado, mas a cobra da
minha futura ex-mulher abre a boca me lembrando da sua presença
insuportável.
— Quem é esta vadia JR, outra vagabunda que você se envolveu — vejo
minha Sereia sair do transe e quando ela ia falar algo, chega um menino
negro de olhos verdes iguais aos meus correndo e gritando, meu coração
agora definitivamente parou de bater.
— Não deixa ele me pegar — disse o garoto com meio metro de língua para
fora e atrás dele vinha um cara que me parece familiar. Acredito que fui
apresentado para ele nos Estados Unidos, ele está com cara de quem matará o
pequeno. Será que este menino é meu filho? Se for não deixarei este cara
encostar a mão nele. Olho para Lilian que tenta segura-lo, porém, ele correrá
de novo e acaba trombando em Catarina fazendo-a se desequilibrar e cair
com um grito, logo um rapaz japonês se abaixa e começa a mexer no pé dela
que fica dando um escândalo.
— Ela luxou o tornozelo — diz ele sem se alterar — João vai à cozinha e
pede um gelo para que não piore as coisas — lembro desses caras, eles
estavam na boate e só agora reparei nas outras duas amigas da Lilian. O
loirinho é irmão da Gabriela e estes são seus amigos, já a outra que me olha
séria é a Luiza. Por que elas estão aqui? Será que são amigas da Kelly? Saio
dos meus pensamentos com Catarina gritando.
— Sua peste, você me machucou — o japonês que eu não me lembro o nome
dele levantou na hora deixando Catarina sozinha no chão.
— Não fale assim do meu sobrinho sua histérica louca — disse o japonês
zangado e o loirinho encara Catarina cruzando os braços.
— Só eu chamo esta praguinha assim, então respeite meu...— O cara não
terminou de falar e Lilian já estava abaixada com o dedo na cara da Catarina,
será que ele é o pai do garoto.
— Se você abrir a boca para falar do meu filho, eu te arrebento sua vaca — aí
meu Deus! Terei um troço aqui no meio de todos. Não Lilian, você não pode
ter casado, que porra, não tem aliança, que merda, quero gritar de raiva, olho
para ela e pergunto sério.
— Filho? Você tem um filho? — pergunto ainda atordoado e ela me encara,
vejo que seus olhos estão apavorados e eu não entendo por quê? Até ver um
babaca se aproximar dela, ele é branco com os cabelos pretos e olhos verdes,
então será ele o pai do filho dela? O idiota chega e abraça à cintura da Lilian,
querendo marcar território, acho que vou cuspir na mão para mostrar quem é
mais homem das cavernas aqui.
— Ela tem, e você para de babar pela minha mulher — disse o cara querendo
me intimidar, idiota, está pensando ser quem? Idiota.
— Princesinha não acredito que você está grávida e linda — disse o loiro que
não tem medo de morrer para Vanessa.
— Nem pensar babaca, por que eu te arrebento. — Tô falando, Kito está
quase mordendo o cara.
— Você e mais quantos? — Kito dá um passo na direção dele e Gabi entra na
frente.
— Desculpa Kito, meu irmão não é babaca assim, Kito é o noivo de Vanessa
e o pai dos filhos dela então para de graça — o cara dá um sorriso para Kito e
estende a mão.
— Desculpa cara, mas eu também sou protetor e não queria te ofender. Sua
mulher é como uma irmã para as meninas e se tornou da família, com todo
respeito gostaria de dar um abraço nela — Kito faz que sim, o cara só pega na
barriga dela sorrindo, pelo jeito ele foi esperto.
— Parabéns ao casal, torço para serem muito felizes — Kito relaxa e pega na
mão dele.
— Sim, já somos e espero vocês no nosso casamento — ele abre um sorriso
enorme e concorda.
— Você precisa me ajudar JR, não consigo me manter sozinha em pé — diz
Catarina gritando e Lilian pega o menino pela mão e vai acompanhando o
homem que a abraçou. Vi seu olhar de canto para mim e eu queria falar com
ela, se não fosse dona caçadora de confusão isto teria acontecido.
Fico olhando ela ir embora, vou para dentro da tenda com Vanessa me
acompanhando enquanto carrego Catarina, ouço o helicóptero dos meus
amigos chegando.
— Vanessa vou só deixar Catarina sentada e volto para falar com os caras.
— Tudo bem, pedirei para as meninas irem recepcionando-os — concordo
com a cabeça e ouço ela falar com a Gabi.
— Gabi os amigos do noivo estão chegando de helicóptero, eu vou entrar, a
minha barriga pesa um pouco, será que vocês poderiam chamar o Ygor e
contar por que o JR não ficou esperando por eles.
— Não tem problema Vanessinha nós mesmo escoltamos os caras — disse a
Lu, estas foram as únicas coisas que eu consegui ouvir até a Catarina começar
a xingar. Tirei seu sapato com cuidado e realmente ela luxou o pé, peço ao
garçom para me arrumar mais um pouco de gelo para colocar no pé dela, o tal
João trouxe pouco. Assim que chega faço uma compressa e coloco o pé dela
para cima em outra cadeira, vou saindo quando ela reclama.
__ Vai me deixar aqui sozinha — faço que sim com a cabeça.
— Vou falar para o piloto te levar de volta — ela arregala os olhos e me olha
zangada.
— Você vai comigo? — faço que não com a cabeça.
— Você sabe que eu não posso, sou o padrinho do noivo e amigo também —
digo antes dela reclamar.
— Eu não voltarei sozinha JR, eu espero a cerimônia acabar — diz ela com
bico.
— Não Catarina, seu pai vai te acompanhar até o hospital, seu pé pode ter
quebrado, ligarei para ele — ela fica com um bico enorme, mas vê que seu pé
está ficando preto.
— Tudo bem então! — Peguei meu celular e expliquei para o pai dela o que
aconteceu, ele me diz que estará esperando-a, saio da tenda e falarei com os
meninos e o piloto, mas eles não chegaram ainda, me aproximo de Vanessa e
começo a falar.
— Vanessa ela era a mulher da minha despedida, você conhecia minha
Sereia? — ela faz que não com a cabeça.
— Conheci Lilian quando fui a um congresso nos Estados Unidos, se você
me falasse que ela era uma das deusas eu ....... — olho para ela curioso.
— Deusa? Que Deusa? — Vanessa me dá um sorriso.
— Lilian é uma das Deusas do Olimpo — levanto minha sobrancelha — Ela
tem um escritório que se chama assim e sua Sereia, na verdade é a Deusa do
Pecado — abro um sorriso enorme.
— E que pecado meu pai! — digo suspirando, ela me contou tudo que sabia
sobre Lilian. Descobri que Gabi é a Deusa do Coração, Lu da Tentação e a
Carol que está me olhando de cara feia é a da paixão, acredito que está
faltando amor para ela, por isso seus olhares para o meu lado são mortais.
Logo ouço o barulho do helicóptero e vou ao encontro dos meus amigos.
Explico para o piloto que ele precisa levar Catarina no hospital Sírio Libanês
e que o pai dela acertará tudo. Ligo para o João que autoriza a decolagem,
quando olho para os meus amigos eles estão encarando Gabi e Lu e eu não
sei o que está acontecendo. Pego Catarina no colo e ela quando vê minha
Sereia se aproximando de nós com o garoto, de propósito deita sua cabeça no
meu ombro, merda.
— Meu filho quer pedir desculpa, ele é um bom menino e não fez por mal —
Catarina olha para a Sereia de cima a baixo.
— JR! Leva-me daqui, não desculparei esse pivete — disse Catarina e eu a
encarei sério.
— Você pode se desculpar sim, ela aceitará, ele é só uma criança Catarina —
digo olhando para o menino que parece assustado.
— Me... me... desculpa dona, foi sem querer — ela só faz que sim com a
cabeça e vira o rosto.
— Desculpa Sereia — digo sincero e ela está séria me olhando, ou melhor,
ela olha a minha aliança, eu não tenho como falar com ela agora — Preciso
levar Catarina para o Helicóptero — ela faz que sim e eu saio com pressa.
Deixo Catarina no helicóptero e ela tenta roubar um beijo meu, viro o rosto e
ela me olha magoada, fecho a porta e vou para onde está meus amigos e suas
noivas com um bico enorme, o que perdi aqui.
— Rick! O que está acontecendo — digo encarando meu amigo que fuzila a
Gabi.
— Você sabe quem é ela? — faço que sim com a cabeça.
— Ela é a Gabi, cunhada do Ygor — vejo sua noiva se aproximando.
— Rick, eu não quero você perto daquela mulher — diz a noiva insuportável
dele.
— Você quer que eu entre pela festa como Letícia? — pergunta ele nervoso.
— Eu e Ester não aceitaremos isso, essas duas aqui no casamento como
anfitriãs nossas ainda. Você sabe que eu não posso passar contrariedade
devido à minha gravidez — diz a nojenta colocando a mão na barriga, olho
para o Harry e seu olhar esta mortal para a Lu que sorri de algo que o tal João
fala em seu ouvido.
— Vamos, o casamento é na tenda e não fora — preciso saber que merda está
acontecendo aqui. Eles começam a andar mais Rick paralisa quando aquele
rapaz japonês chega com um menininho muito bonito no colo, o guri abraça o
pescoço da Gabi e do rapaz japonês dando beijos em suas bochechas, olho
para Rick e ele está vermelho de raiva.
— Amor, eu te falei que ela era uma vagabunda e te traía com o japonês —
disse a tal noiva e Rick, ele sai puxando-a sem nenhuma delicadeza, quando
eles passam pela Gabi vejo seus olhos se cruzarem e ela rapidamente desvia.
Chego perto de Harry que está com o seu maxilar trincado e sussurro só para
ele ouvir.
— Vocês dois vão me explicar que merda está acontecendo aqui! — ele faz
que sim, sem parar de encarar o João que age como se não ligasse para nada,
eles pegam o filho da minha Sereia e começam a fazer cosquinhas nele. Mas,
quando vamos passando do lado a noiva do Harry não aguenta e solta um
elogio.
— Vocês fazem um par bonito. Deveriam assumir logo essa relação — disse
ela e Harry soltou da sua mão.
— Obrigada querida — disse a Lu rindo, mas seus olhos estavam pegando
fogo — Amor ela estragou a nossa surpresa — disse a Lu que ganha um
cheiro no cangote e sorri toda boba para o cara.
— Amo este seu perfume, ele é tão sensual, envolvente dá até vontade de te
comer — diz o João malicioso.
— Suponho que vocês já estão juntos faz é tempo, eu disse amor que estava
desconfiada deles dois, está aí a prova — os dois riram e não negaram as
acusações.
__Marrenta (De forte temperamento) você deveria ter vergonha de fazer isso
perto de duas crianças — ela olha irada para ele.
— Perna de pau (jogador ruim de bola) me dá um tempo por favor, deixa eu
curtir o meu boy magia em paz — ela diz e sai puxando o cara deixando
Harry vermelho de raiva.
— Vamos logo, porque este casamento já me deixou zangado — diz ele
puxando sua noiva e se entendi bem, nós três ficamos com as deusas e agora
nenhum de nós estamos felizes longe delas.
— Rick, nem eu e nem você, participaremos deste casamento, por mim,
vamos embora — disse a Letícia quase gritando, Rick se aproximou dela e
falou algo baixo, ela fez que não com a cabeça e cruzou os braços.
— Se não quer ir embora tudo bem, sente e pedirei para o Ygor arrumar outra
pessoa para entrar comigo.
— Desde que não seja a baleia você pode entrar com qualquer outra — diz
zangada.
Nós três saímos de lá e os dois começam a andar e xingar, cruzo meus braços
esperando a confirmação do que eu desconfio.
— É ela JR, a mulher que eu amei, é a Deusa do coração — dou um abraço
nele que está bem abalado — Ela teve um filho com aquele japonês safado.
Gabi dizia que eles eram só amigos quase irmãos, você observou a felicidade
deles, que merda cara — Harry está perdido em seus pensamentos e do nada
ele fala.
— Tentação ou Lu como vocês conhecem, nós fomos casados — puta que lá
merda esta foi forte, eu hein, pelo jeito estas mulheres são demais mesmo.
— Lembram da mulher que me deixou louco na minha despedida dos
Estados Unidos — eles fazem que sim — É a Lilian, Deusa do pecado.
CAPÍTULO 7
LILIAN
Estou muito tensa. Vi JR olhando para nós, então quando acredito que ficará
tudo bem e nós poderemos falar sobre o nosso filho, meu ex namorado vem
para ficar próximo e me trata como se eu fosse sua propriedade. Saio puta da
vida com ele grudado na minha cintura.
— Mãe! Desculpa por machucar aquela mulher — diz meu filho triste.
— Você tem que aprender a ser educado Benjamim, machucou a pobre moça
com a sua falta de limites — diz Alysson olhando para o meu filho com
repreensão.
— Alysson! Meu filho quem educa sou eu — digo zangada — Nunca mais
fale com ele desta maneira, você não é nada dele para querer repreendê-lo —
digo o encarando e ele me olha nervoso.
— Desculpa, não mexo mais com o seu filhinho — ele responde ofendido e
eu não ligo. Meu Ben é a minha prioridade e ele sempre soube disso, vou sair
e Alysson gruda no meu braço — Não aceito que aquele babaca te encare
desta maneira, você é minha Lilian, só minha entendeu? — diz ele apertando
o meu braço me fazendo sentir dor. Estou chocada com este ato violento dele,
puxo meu braço e o encaro.
— Nunca mais encoste suas mãos em mim — digo séria e saio puxando o
meu filho de perto dele, ouço Alysson me chamar e eu quero evitar olhar em
sua cara de pau.
— Mamãe! Fiquei com medo dele, será que ele vai te bater? — pergunta meu
filho assustado, filho de uma égua, paro e abaixo para ficar na mesma altura
que ele.
— Ele não é louco de fazer isso, você sabe como seu avô é protetor — digo
fazendo ele sorrir — Então, depois falamos para ele o que aconteceu e com
certeza o seu avô quererá ter uma conversa com aquele babaca — ele me
abraça o pescoço.
— Tudo bem mamãe, eu ainda sou pequeno para te defender, quando eu for
grandão não precisará que o vovô venha, eu farei isso — levanto meu filho
no colo beijando o seu rosto e ele sorri feliz. Converso com Ben, peço para
ele se desculpar com Catarina. O levo para falar com aquela nojenta que me
esfrega na cara o seu casamento e JR me encara. Finjo não ver seus olhares
tortos, depois a Catarina vai embora de helicóptero.
Volto para o salão e vejo Vanessa cheia de sorrisos, não sei por que mais ela
parece que está aprontando, ela caminha lentamente até mim e pega na minha
mão me levando para sentar.
— Oi pecado tudo bem? — pergunta sorrindo.
— Conta logo Vanessinha o que a senhorita quer? — digo e ela sorri.
— Sabe o que é? — ela dá uma pausa e sorri — Como a Catarina foi embora,
eu preciso de um par para o JR. O Natan não poderá entrar com você, daí
pensei que eu poderia te pedir isso, na verdade, Kelly que está pedindo, você
sabe que pedido de grávida tem que ser atendido — olho para Vanessa que
faz a maior cara de coitada.
— Vanessa que coisa feia, usando sua gravidez para conseguir o que quer —
Fadinha dá um sorriso enorme.
— Imagina pecado. Jamais faria isso. Foi tudo uma coincidência — olho para
a sua cara de pau e resolvo parar de reclamar. Logo somos chamados para
fazermos a fila dos padrinhos. Quando JR cruza os nossos braços meu
coração dispara, sei que para ele foi apenas uma noite, mas, eu não penso
assim, foi algo muito especial, esse homem me idolatrou a noite toda e
geramos o meu filho que é a prova da nossa química perfeita.
— Quanto tempo Lilian! Até que enfim nos encontramos — diz tentando
puxar assunto, lembro da maneira que fui tratada após ficarmos juntos, tenho
o bilhete guardado para poder esfregar na cara dele caso ele venha querer
brigar pela guarda do meu filho.
— Não seja cínico Jr. Fiz o que você queria! Não sei porque essa cara de
quem está doido para ficar ao meu lado — ele me olha meio estranho e
levanta uma das sobrancelhas. Quando JR vai falar algo, a moça do
cerimonial chega e avisa que seremos os próximos a entrar, estávamos
envoltos a nossa conversa que acabamos nem percebendo que a fila havia
andado.
Depois deste pequeno assunto acabamos não conversando mais nada, várias
vezes peguei JR me olhando de cima embaixo. Isso me deixou bem
constrangida até porque Alysson estava me olhando com cara feia, não
conhecia este lado dominador dele. Será que ele sempre foi assim e eu nunca
percebi, a sua atitude de mais cedo ainda está guardada na minha mente, não
aceito que homem nenhum toque em mim daquela maneira, como se eu fosse
o seu objeto e não tivesse pensamentos próprios.
— Antes de tudo isso acabar, gostaria muito de falar com você, mas claro se
aquele cão de guarda permitir que possamos conversar em particular — faço
que sim com a cabeça, pois realmente preciso revelar para JR sobre o Ben.
— Sim, nós precisamos conversar. Não aqui no altar. Ficarei no Brasil por
um mês e nós teremos que arrumar um tempo para falarmos. Na verdade,
você terá que arrumar, eu estou de férias e terei todo tempo do mundo, não te
procurarei em casa, você é casado e sua mulher já nos mostrou ser uma
pessoa bem difícil de lidar — não direi para ele que achei a mulher
insuportável.
Ele suspira parecendo derrotado. Contudo, JR para me deixar afetada, me
encara. Depois lentamente vai analisando todo o meu rosto. Era como se ele
estivesse lembrando daquela noite. Seus olhos descem para a minha boca e
ele morde os lábios inferiores sensualmente, eu acompanho os seus
movimentos e quase saio de lá sem olhar para trás, preciso tomar cuidado,
pois, JR é um homem sensual e pode me destruir só com aquele jeito
malicioso e bonito dele.
A cerimônia acabou após um barraco enorme, depois disso fomos para a festa
onde percebemos que algo estava errado com Paixão. Ela bebeu um pouco
mais que o normal e nós sabíamos que isso tinha a ver com o seu noivado.
Toda vez que participamos de uma festa desta, precisamos ampará-la. Mas,
desta vez gostei o que ela fez. Quando vi Paixão bater no Harry e na noiva
dele, meu Deus! Me senti tão vingada pela minha amiga Tentação que quase
soltei fogos de artifícios para comemorar. Ele foi um babaca e agora fica aí
olhando para ela com pena, quem tem pena é galinha e então Harry que
guarde seus sentimentos mentirosos para outra pessoa, pois estou vendo a
hora da Tentação quebrar a cara dele.
— Paixão fique calma querida, você já chegou ao seu objetivo, vamos
embora para casa do tio Oliver — ela faz que sim com a cabeça e depois
começa a se lamentar.
— Por que nós não podemos ser felizes, é tão difícil assim? Eles nos amarem
pelo que somos. Porque foram nos trair e destruírem os nossos sonhos — ela
me diz isso com lágrimas nos olhos, vejo que Gabi também vira o rosto para
que eu não observe a tristeza em seu olhar. Tentação é a única que está
disfarçando a sua dor conversando com João.
— Ei Carol! Não fica assim. Heiki foi o único que perdeu aqui, você continua
linda e gostosa enquanto ele está ficando velho e amargurado a cada dia mais
— diz Yuki dando um beijo carinhoso nela.
— Tayla é uma menina de sorte, ela não sabe o homem maravilhoso que está
perdendo — diz ela sorrindo para ele que pisca para ela.
— Amo aquela negra linda e teimosa. Darei um jeito nela assim que
voltarmos.
— Coitada, tenho pena dela, pois esta sua cara de tarado vai deixá-la assada
por vários dias — todos rimos e ele faz cara de safado.
— Vamos todos embora, amanhã iremos para a praia, quero tomar muito sol
para ficar sensual, pois minha mulher me quer um pouco vermelhinho para
ela — diz João abraçando Tentação enquanto saímos com Paixão da festa.
— Lilian podemos conversar — diz meu ex agora calminho no seu tom de
voz. Entretanto, seus olhos estavam bem irritados.
— Acho melhor deixarmos para amanhã, hoje preciso ajudar as meninas com
Paixão — ele concorda com a cabeça, mas percebo que ficou irritado, por
mim, não ligo para o que Alysson pensa, ajudamos nossa amiga e depois
apagamos.
Amanhecemos animadas, as crianças estavam só sorrisos, fomos para a praia
e de cara encontramos os malas. Eles fizeram o time de futevôlei, Yuki e João
não quiseram jogar e preferiram curtir a praia com as crianças. Camila
chegou e aí a praia ficou divertida. Rick puxou Gabi para eles conversarem,
mas isso não durou muito tempo, pois logo ela saiu andando e ele tentou
segurá-la, vi Yuki indo para perto e Rick o encará-lo. Depois vejo Harry e Lu
discutindo também, vou na direção dela, Carol me segura.
— Deixa, eles precisam se entenderem — diz séria.
— Você acredita que isso é possível? — ela faz que sim
— Acredito que você, Gabi e Lu precisam aprofundar esta história, não sei
dizer, mas algo me cutuca aqui dentro dizendo que foi armação — vejo JR
me olhando e penso em ir falar com ele, mas meu ex mala chega e atrapalha o
meu trajeto.
— Podemos conversar agora? — pergunta ele todo calminho e eu aceito o
ouvir.
— Você está calmo ou precisarei ficar aqui para quebrar a sua cara caso tente
algo contra ela — diz Carol o encarando, ele levanta as mãos em sinal de
rendição.
— Fique tranquila, amo sua amiga e o que aconteceu ontem, não se repetira
— diz me olhando sério, concordo com ele e saímos um pouco de perto do
grupo.
— Lilian! Eu te quero de volta, chega de querer me dar este gelo, nos dê uma
oportunidade por favor — será que ele não entende quando uma mulher não o
quer mais? Não tem como darmos certos, ele ainda olha para o meu filho sem
vontade de se tornar amigo dele e isso futuramente poderá acarretar
problemas na nossa relação.
— Não voltaremos Alysson, eu gosto de você e fui feliz ao seu lado, mas não
dá mais para nós dois. Espero que você arrume alguém que te ame e possa te
dar a família que você sonhou — digo sincera e ele pega no meu rosto e me
dá um beijo. Vejo que ainda estou ligada nele e isso me deixa em dúvida se
ele poderia mudar para nos fazer feliz, ele para o beijo me dando um selinho.
— Me dê uma chance, prometo que serei mais paciente com o Ben, quero ter
ele como meu amigo — diz ele todo amoroso e eu concordo com a cabeça.
— Ficarei de olho, se você olhar feio para o meu filho estará tudo terminado
entre nós e não terá volta — ele faz que sim com a cabeça e me puxa para
perto dele.
Passamos o resto do dia namorando, vi várias vezes Alysson tentar se
aproximar do Ben que o rejeitou em todas as ocasiões. Depois pedirei para o
meu filho deixar o Alysson ser amigo dele. Pelo menos tentar ter uma boa
convivência entre eles. JR está nos olhando e o Alysson estava para morrer
de ciúmes dele. Tudo piorou quando contei para ele quem era o José Roberto.
Parece que Alysson não gostou de saber esta novidade, mas, expliquei que
precisamos conviver bem com JR, pois contarei para ele sobre sua
paternidade.
Antes de ir embora JR me chamou para conversarmos, decidi marcar um
jantar com ele para que eu possa colocar os pingos nos seus devidos lugares.
— Viajo amanhã e só volto daqui a duas semanas, então minha secretária irá
ligar para você e nós marcamos tudo — concordo com a cabeça e passo o
meu número para ele.
— Tudo bem, olha eu gostaria de te convidar para o aniversário do Ben, será
daqui a um mês e nós iremos embora no outro dia — ele abre um sorriso
feliz.
— Poderei levar meus amigos? — ele aponta para o babaca do Rick e o idiota
do Harry — Prometo que eles vão se comportar, acredito que eles vão
embora na madrugada deste mesmo dia — penso no que Carol falou e julgo
que pode ter algo errado nestas nossas histórias mesmo. Então, darei uma
força para os ex-casais.
— Tudo bem, mas segura aquelas cobras que vocês se casaram — digo
mostrando minha indignação para ele — Se elas nos ofenderem dará barraco
— ele começa a rir.
— Estou me separando, então você pode ficar tranquila — seguro meu
sorriso, mas não mentirei que gostei de ouvir isso, logo Alysson chega e
atrapalha nossa conversa.
Fomos para casa já ia ser seis horas da tarde. As crianças estavam mortas de
cansadas, só tomaram banho e caíram na cama. Tentamos ainda fazê-los
comer algo, mas não teve jeito, os dois estavam com um sono terrível, a partir
de amanhã começaremos a ir no buffet para ver sobre a festa, espero que eles
arrumem tudo como eu pedi, pois, quero ver meu filho feliz.
UM MÊS DEPOIS
Tem um mês que estou no Brasil. Me apaixonei por este País, além de São
Paulo fomos para Fernando de Noronha que fica em Pernambuco e depois
para a praia do Calhau em Paraty no Rio de Janeiro. JR não me procurou e
sua secretária me ligou duas vezes para marcar e desmarcar o nosso jantar.
Parece que não é para ele saber do Ben, meu namorado parou de implicar
sobre o assunto JR. Isso fez com que nós não brigássemos mais e ele se
aproximou do meu Ben.
— Pecado! Vamos logo para a festa, pois Ben tem que chegar primeiro — diz
Tentação com um vestido todo quadriculado e com babadinhos na barra, em
sua cabeça tem duas Marias-Chiquinhas.
— Já estou indo, estou só terminando de fazer o bigode dele — Ben está
muito feliz, sua festa é junina e nós estamos todos a caráter.
— Quero ver como os tios estão vestidos — diz ele se referindo ao trio
parada dura (Yuki, Natan e João) seu sorriso é enorme, dou um beijo em sua
bochecha gostosa.
Fomos todos rindo e conversando. Quando Ben viu o trio parada dura seus
olhos brilharam e ele pulou no colo do Natan, vai entender estes dois. Eles
brigam feito cão e rato. Entretanto, Natan protege meu filho como se fosse
filho dele, todas ficamos bobas com o jeito dos dois se acertarem.
— Minha mãe falou que você vai ter que dançar quadrilha tio Natan, eu só
quero ver tudo dar errado, quero rir da sua cara — diz meu filho caindo na
gargalhada, Natan olha sério para ele e depois para mim.
— Sai Lilian para lá, nem conta comigo para isso, sabe que tenho dois pés-
direitos — meu filho na hora olha para baixo procurando ver os dois pés dele,
isso foi motivo para todos rirmos da inocência do Ben.
— Vocês três vão ser nossos pares e nem vem com essa história de me falar
não — Carol me olha sorrindo.
— Então eu posso ficar fora disso já que só tem três homens para quatro
mulheres — diz ela feliz, mas seu sorriso morre quando meu filho anuncia
quem chegou.
— Tio Heiki — diz meu filho saindo dos braços de Natan, ele corre e pula no
pescoço do Heiki que só sabe encher seu rosto de beijos, meu filho e de Gabi
são muito queridos por todos.
— Sério que você fez isso comigo? — diz paixão me tirando do momento
família. — Quando você me perguntou se eu ficaria chateada por convidá-lo,
não esperava que você faria isso — chego perto dela que parece querer
evaporar.
— Olha lá amiga, meu filho o ama, o que posso fazer? Vai me dizer que se
fosse ao contrário, você não realizaria tudo pelo seu filho — ela me olha
triste e eu me arrependo do que falei. Merda, merda e merda de novo.
— Tudo bem pecado, vamos embora amanhã, o que de mal poderia acontecer
— diz ela tentando se convencer disso.
Entramos no salão e tudo estava perfeito. Meu filho e Kian já saem correndo
com o Yuki e João atrás deles. Falei com a organizadora da festa. As meninas
foram sentar com tio Oliver e tia Gezebeu, pois Kelly ainda não estava
presente. Todos chegam e a festa estava sendo um sucesso, Alysson parecia
realmente o pai do Ben e isso me alegrava muito, nem sempre JR poderá
estar com o nosso filho e se eu estiver com Alysson tenho certeza que ele o
substituirá temporariamente muito bem.
— Estava linda a festa, pena que você convidou essas três malas — diz
Tentação vendo JR chegar com o Rick e Harry, suas noivas insuportáveis não
vieram o que nós todas agradecemos.
— Você já parou para pensar que se JR aceitar nosso filho, vocês terão que
vê-los mais vezes — ela me olha horrorizada.
__Para com esta conversa besta, eu posso até ir, mas não quero falar com
aquele babaca — ela vira para apontar bem na hora que ele chega atrás dela.
Tentação e Harry ficam frente a frente e ele está grudado na cintura dela que
parece estar enfeitiçada, ela não move um músculo sequer e os dois parecem
que esqueceram de nós.
— Você continua usando este perfume que me enlouquece — diz ele
cheirando o pescoço dela que só faz sim com a cabeça, coitada da minha
amiga está hipnotizada, vejo duas mãozinhas na perna dela e sei que é Kian.
Ele morre de ciúmes dela, isso quebra o clima e ela se afasta para pegar ele
no colo, coração chega igual uma flecha e não olha para o Rick que fala.
— Muito bonito nosso filho — diz ele e Gabi pega Kian do colo de Tentação
o encarando.
— Sim, obrigada, meu filho é lindo — diz ela estressada.
— Gabi! Precisamos conversar, porque não aproveitamos que estamos aqui e
colocamos as coisas no seu devido lugar? Quero te ajudar na criação do nosso
filho será que dá para você me ouvir?
— Hoje não Rick, podemos combinar quando eu voltar para os Estados
Unidos. Entretanto, isso acontecerá daqui a um mês, pois vou para Londres
ficar com minha mãe que está doente, quando voltar combinamos de nos
encontrarmos.
— Quem já esperou três anos, esperar mais 1 mês é fichinha, não queria,
mas, fazer o quê! — Gabi está muito magoada e Rick terá que ter calma.
— Posso pegar o Kian um pouco? — pede e Gabi o entrega.
— Oi tio — diz Kian sorridente.
— Oi! Senti saudades — diz Rick e Kian dá um abraço apertado em seu
pescoço.
Percebo só agora que JR está me olhando e fico sem graça, Tentação sai
puxando Coração e eu me dirijo até JR.
— Oi! JR, é bom ver você aqui, nós precisamos conversar, eu vou embora
amanhã e essa conversa já demorou tempo demais para acontecer, tem como
você me encontrar após a quadrilha, ali atrás no jardim para podermos
colocar os pingos nos is? — ele dá aquele sorriso lindo que me conquistou.
— Claro que sim Lilian, se você não pedisse eu tentaria falar com você. Julgo
que te devo uma explicação tardia, você merecia um adeus melhor após
aquela nossa noite maravilhosa — disse ele me olhando com desejo, fico
constrangida na frente dos seus amigos, aceno com a cabeça e saio para
receber outros convidados.
A festa estava perfeita, meu filho anda pegou fogo com as crianças de Camila
e o Kian. Reparei que o Rick não parou de olhar para ele, estou começando a
acreditar no que Carol falou, armaram algo para separar estes dois e se isso
aconteceu, coloco às minhas duas mãos no fogo que foi a vaca da noiva dele.
— Senhorita Lilian, começaremos a quadrilha, senão daqui a pouco as
crianças estão dormindo em pé — dou uma risada, pois ela não conhece o
meu anjinho, mal sabe ela que ele só dorme altas horas da madrugada o
menino demora para descarregar as baterias.
Ela pega o microfone e começa a convidar as pessoas para participarem da
dança, umas meninas que estavam no cerimonial e passaram a noite inteira
dando em cima dos três babacas (JR, Rick e Harry) vem com eles para
dançar. Coração está com uma cara feia. Tentação então, se pudesse, matava
um, eu me incomodei um pouco, mas logo Alysson aparece e me faz lembrar
de que ele é quem está ao meu lado e que JR é apenas o doador de
espermatozoide para eu gerar o meu filho.
— Dançaremos minha Lili — disse Alysson carinhoso e eu vou, ficamos
todos em fileira, os homens de um lado e as mulheres do outro, quando a
música começou entrelaçamos os nossos braços e acompanhamos o que o
locutor dizia. Rimos e nos divertíamos muito, mas na hora que falou hora do
baile os casais tinham que trocar, os homens ficavam no lugar e as mulheres
iam sendo passadas nos braços de um por um dos homens. O locutor gritava
anarriê e você tinha que ir dançar com o homem na sua frente, meu coração
disparou quando tive que dançar com JR.
— Sabia que eu só vim participar da dança para poder ter você assim nos
meus braços — diz ele olhando para os meus lábios.
— JR! Por favor, eu tenho namorado — digo virando o meu rosto e
encontrando dois olhos verdes olhando para nós com raiva, dou um sorriso
para ele que ameniza a sua cara feia.
— Você o ama Sereia? — pergunta JR e eu volto a encará-lo.
— Por que você quer saber? — pergunto curiosa.
— Para saber se tenho chances — o quê? Olho para ele sem saber o que falar,
quando vou responder o locutor grita e eu vou para outro parceiro, mas vejo
Gabi discutir com Rick ele segura seu braço.
— Não Rick — diz ela o encarando.
— Você está mentindo, eu vejo isso nos seus olhos — ele tenta abraçá-la,
mas Yuki entra no meio deles.
— Solta ela agora babaca — diz Yuki zangado.
— Por que ele te defende tanto em Gabriela? Por acaso o Kian pode ser filho
dele? — pergunta Rick perdendo a cabeça.
— E se for? — diz ela sorrindo.
— Você é idiota sabia! Está criando um filho que não é seu. Kian é meu filho
— diz nervoso, ah! Merda. Natan nunca conseguiu confirmar que Rick era o
pai de Kian, não até agora, pois ele queria quebrar a cara dele e Gabi disse
que não era do Rick.
— O que você falou filho da puta? — diz Natan agora sendo seguro por João.
— Calma brother — diz João tentando acalmar Natan enquanto JR sai
puxando Rick.
— Titio! — chama Kian dando os bracinhos para Natan, que abaixa o
abraçando, ele gruda no seu pescoço e abaixa a cabecinha para se esconder de
Rick.
— Desculpa filho, eu… eu…estava com ciúmes — diz ele e Kian não olha
para o seu lado — Gabriela pode esperar que irei te procurar assim que você
voltar para casa — ela não olha para Rick e sai agora abraçada ao senhor
Oliver que quer matá-lo.
Depois disso a festa ficou com um clima horrível, mas logo nossos amigos
conseguirão voltar ao normal, Gabi foi embora com Kian, ela me disse que
Rick perguntou se Kian era seu filho, como Rick pode fazer esta pergunta
para ela.
Depois de tudo arrumado, recebo um bilhete de JR me convidando para
encontrá-lo no Jardim, não adianta mais correr é agora ou nunca, olho para o
lado e não vejo Alysson, acho bom para não ter mais confusões, sento no
banco que estava de frente para uma fonte e espero, vinte minutos depois e
nada dele aparecer, meia hora depois vejo uma sombra aparecendo e me
levanto arrumando o meu vestido, mas me decepciono ao ver ser Alysson.
— Oi! Amor, ele não quis vir. Conversamos e o babaca não quer saber do
Ben. Ele me mandou te falar para você esquecer do dinheiro dele, pois você é
uma golpista igual sua amiga.
— Meu Deus! — Estou sem reação como JR pode ser tão cínico, ainda veio
cheio de amor para o meu lado, que filho da puta, ele desprezou o meu Ben,
como JR não tem coração, estou em choque.
— Desculpa amor, eu não tinha o direito de falar, mas não pude deixá-lo te
magoar, queria te poupar — diz Alysson me abraçando e eu penso no meu
filho, JR nunca colocará mais os olhos em cima dele, pois não deixarei ele
magoá-lo como me magoou esta noite.
CAPÍTULO 8
LILIAN
— Vou lá — digo nervosa e Alysson me olha assustado.
— Vai lá onde meu amor? — ele fala parecendo estar com medo.
— Vou atrás do JR, quero que ele fale e assine um documento abrindo mão
do meu Ben para sempre — digo já indo para o salão e Alysson tenta me
segurar, eu saio dos seus braços e caminho apressada.
— Lili querida, você não vai atrás dele, aceite que aquele babaca nunca será o
pai que seu filho merece — diz Alysson zangado e eu agora estou puta da
vida.
— Alysson me deixa em paz, eu vou atrás dele e não preciso da sua
permissão — vejo Alysson fechar as mãos e vir na minha direção, mas eu não
saio do lugar se ele pensa que me intimida este idiota está muito enganado.
— Mamãe — ouço a voz do homem da minha vida me chamando, quando
olho ele está nos braços de Natan que sorri todo bobo para ele, não
aguento esta relação de amor e ódio deles, quando tento ir até eles Alysson
me puxa com estupidez me deixando muito zangada.
— Onde você pensa que vai, já disse porra, para não ir atrás dele — diz ele
agora puxando o meu cabelo e gritando comigo, logo vejo o Natan entrar
entre nós dois.
— Você quer brigar filho da puta, escolhe um homem, seu covarde — diz
Natan o empurrando e depois dando dois socos na cara dele, Alysson dá um
passo para trás, ele parece acordar e recobrar a razão do que acabou de fazer,
ele me olha arrependido.
— Lili desculpa amor — faço que não com a cabeça — Sabe que tenho
ciúmes do pai dele, e mesmo assim você faz tudo para me provocar, eu acabo
perdendo a cabeça.
— Nunca mais toque em mim Alysson, porque farei questão de te mandar
para a cadeia — saio puxando o meu filho que olha para trás assustado —
Outra coisa acabou tudo entre nós seu covarde.
— Não amor, não me deixe, eu te amo — diz ele desesperado.
— Quem ama protege e nunca levanta a mão para sua mulher amada que não
seja para dar carinho, se você chegar perto dela de novo, eu mesmo dou um
fim em você — diz Natan vindo atrás de mim.
— Ele te bateu mamãe? — pergunta meu filho preocupado, ainda bem que
ele não se ligou no que Alysson falou. Pois, como contarei para o meu Ben
que seu pai não o quer. Vejo meu filho olhando para trás assustado com tudo
que aconteceu, isso me mostrou que quando aceitamos ficar com alguém
abusivo e não nos impomos acabamos colocando a saúde mental dos nossos
filhos no meio disso também. Nunca mais quero vê-lo, pois aquele dia foi um
aperto, hoje um puxão de cabelo e da próxima vez será um murro ou um tapa.
Isso se ele não me matar, precisamos ter amor-próprio e nunca deixar que um
homem nos humilhe ou toque agressivamente.
— Não amor, eu nunca deixarei nenhum homem me bater, pode ficar
tranquilo — porque se ele fizer isso, será um homem morto ou capado, penso
mentalmente, pois não falaria isso para o meu Bem.
Pego meu filho no colo e o encho de beijos, não deixarei que este filho da
puta estrague a nossa noite. Piorou que eu derrame uma lágrima por alguém
que não conhece o significado da palavra amor. Alysson que se dane, porque
eu não deixarei de ir atrás do JR.
Voltei para o salão e pedi o endereço dele para o senhor Aurélio, não queria
pedir para Vanessa, pois ela com certeza vai saber o motivo, no momento eu
só preciso falar com JR e saber sobre suas reais intenções em relação ao
nosso filho.
Saio dá festa e peço para o Natan olhar meu filho. Tentação não me deixa sair
sozinha, sua intenção é encontrar Alysson no caminho e quebrar a cara dele
no meio, isso me fez rir e acabei me acalmando, mesmo ele sendo possessivo
nunca esperei que um dia seria agredida.
— Ei! Já passou — diz Tentação pegando na minha mão, o tio Oliver
mandou seu motorista nos levar depois que Natan contou o que Alysson fez,
também pediu para o rapaz não sair de perto de nós.
— Eu sei! Arrependo-me de ter deixado passar aquela primeira vez. Deveria
ter cortado o mal pela raiz. Às vezes, preferimos acreditar na cara deles de
coitados e arrependidos, do que a verdade na nossa frente, uma vez dado o
primeiro tapa logo virá o segundo, terceiro e por aí vai, por isso quero bater
em mim mesma por perdoa-lo.
— Mas, agora isso é passado. Ele nunca mais chegará perto de você — diz
Tentação me abraçando, depois ela muda o rumo da conversa me fazendo
sorrir — Você viu a cara de pau daquele jogadorzinho idiota? Todo saliente
com aquela sirigaita — diz ela nervosa e nós sabemos que isso é porque seu
coração bate forte pelo tal jogador.
— Ah! Não acredito Tentação. Ciúmes? — digo para provocá-la.
— Pecado! Se você disser isso de novo, te jogo para fora do carro agora
mesmo — diz se controlando para não gritar.
— Ok, não está, mas aqui quem falou isso — digo sorrindo e ela olha para a
janela irada.
Chegamos ao prédio e o porteiro diz que a mulher dele acabou de subir.
Trinco meus dentes irada, este safado não está em casa e a coitada da esposa
dele mesmo sendo chata não merecia estar passando por isso. Quando decido
ir embora sou chamada pelo porteiro que me pede para subir. Subimos, estou
um pouco nervosa, não sei como será esta conversa.
— Relaxa, se ela te deixar estressada, coloco esta Catarina no forno — diz
Tentação me fazendo rir — Isso aí Deusa, te quero sorrindo e não se
preocupando com esta perua amarga e ridícula — faço que sim com a cabeça.
Quando chegamos no andar indicado, a tal Catarina está só de camisola, seu
olhar para é mortal e Tentação a olha bem irritada também, acredito que eu
não deveria ter vindo até aqui.
— Entrem na “Nossa casa” — diz ela dando ênfase na palavra nossa casa,
que ridícula — Diga o que você quer com o meu marido — diz a louca
cruzando os braços.
— Você disse tudo, eu vim para falar com o seu marido e não deveria ter
subido aqui — digo já me encaminhando para a porta e ela entra na frente
— Se veio atrás da herança dele, está muito enganada, nós somos casados
com separação total de bens e eu não deixarei dividir a parte dele com o seu
capetinha — diz ela sorrindo, esta noite joguei pedra na cruz e acertei estes
encostos, não é possível isso.
— Não fale assim do meu filho sua amargurada dos infernos — digo já quase
gritando e Tentação a encara irada, falem mal de nós, mas nem pensem em
olhar para Ben e Kian que ela comete um assassinato.
— Falo como quiser daquela praga — Tentação dá um passo para o lado dela
— Retira o que você disse do meu sobrinho, por que, eu juro que esfregarei
sua cara no chão — ela olha desafiando Tentação que devolve o olhar.
— Como eu estava dizendo. Prepare para entrar na justiça. JR não quer
reconhecer este filho, ele já tem o nosso, estou grávida — ela pega na sua
barriga e sorri feliz — Tudo dele ficará para o seu herdeiro legítimo e não um
bastardinho. Fecho meus olhos e conto até três, ela está grávida e eu não
posso bater nela, merda de consciência, se eu não tivesse isso avançava agora
nesta mulher, respiro fundo e volto a falar.
— Eu não quero o dinheiro do JR. Se ele já tem o seu filho escolhido, tudo
bem. Vou te deixar o endereço do nosso escritório e como você é advogada,
me mande uma declaração do JR registrada em cartório, onde ele renuncia a
guarda do nosso filho — digo muito magoada, então Alysson não mentiu JR
esteve no encontro e não quer saber do nosso filho. Como eu me enganei com
ele assim!
— Sim. Querida, ele sempre soube da existência dele — diz a vaca em minha
cara, como se estivesse lendo a minha mente — Inclusive no casamento ele
queria vir embora comigo só para não ter que ficar perto desta peste que você
chama de filho — Tentação se aproxima dela.
— Olha amargurada, mal-amada e mal-comida, eu sou uma mulher de
palavra, mas devido ao seu estado, você não levará uns tabefes, mas não
brinca com a sorte, pois eu não tenho tanta consciência quando perco a minha
cabeça — Catarina dá um passo para trás e engole seco.
— Tudo bem, não chamo mais o bast.... Garoto deste nome. Quero dizer que
ele é uma vítima nisso tudo, pobre menino que mal cresceu e já está sendo
rejeitado pelo pai — diz ela parecendo triste — Ele não tem culpa do meu
querido marido — ela pega uma foto do JR sorrindo e beija — Não querer ter
contato com ele. Eu o amo, contudo, JR às vezes é muito insensível. Por isso
acabamos brigando, fora o ciúme de mim que me enlouquece e nos faz brigar
também, ele é muito possessivo e também um pouco violento — diz ela
parecendo lembrar de algo que JR fez.
— Nós não queremos saber da sua vida amorosa, mas quero saber se temos
este acordo — digo olhando sério para ela que abre agora um sorriso enorme.
— Claro que temos, ele saiu zangado comigo só por que atendi a ligação de
um amigo e logo ele chegará mais calmo. Contarei que você esteve aqui e
mandarei fazer a declaração, caso fique pronto até amanhã te levo onde você
estiver.
— Por problemas na companhia aérea, nosso voo foi transferido para as
14:00 horas, se puder me levar neste endereço poderemos resolver isso e
vocês se livram mais rápido de nós. tranquilize-se quanto ao dinheiro, eu não
preciso, pois o que tenho é suficiente para não deixar faltar nada ao Ben —
digo para ela saber que eu não queria o dinheiro e sim, o amor dele para o
meu filho. Benjamin sofrerá no futuro quando souber que foi rejeitado pelo
próprio pai, entrego o papel para vaca e saímos.
— Boa noite — diz ela atrás de nós que não damos ao luxo de responder,
minha vontade era de mandá-la para outro lugar.
— Você observou o teatro de boa moça que ela fez — diz Tentação rindo —
Queria que ela falasse algo do meu Benjamin, garanto para você que eu lhe
daria uns tapas na cara.
— Eu sei, mas ela está grávida e nós não batemos em mulheres grávidas, está
entendendo doida — digo para ela que sorri.
— Claro — diz ela batendo os cílios tentando fazer cara de anjo para o meu
lado, começamos a rir, mas eu estava triste por ele desprezar meu Ben. JR
não sabe o que perdeu.
— Agora, preciso realmente me desdobrar porque meu filho terá que contar
apenas comigo e com mais ninguém nesta vida — digo triste e Tentação me
abraça.
— Sua sorte é que somos amigas, por que senão sua babaca, eu quebraria a
sua cara por falar isso — diz ela beijando a minha testa — Você nunca
precisou dele, nós sempre estivemos juntas e também você não pode esquecer
do trio parada dura — diz ela me fazendo sorrir.
— Desculpa pelo que falei, você tem razão, temos uma família muito grande
para dar atenção para este babaca, tenho certeza que meu filho não sentirá
falta da presença masculina já que tem os meninos para auxiliá-lo — ela faz
que sim e beija minha testa.
— Esta é minha garota, voltaremos para a festa e esqueceremos este casal
insuportável — diz ela me largando.
— Acredito que tem gente com saudades de um certo jogador — digo e ela
fecha a cara na hora.
— Não gastarei minha saliva para te responder. Então — ela abre a palma da
mão virada para mim — Fale com a minha mão, pois estou cansada — diz
ela me fazendo rir e assim voltamos para a festa e ficamos o resto da noite na
maior bagunça com os nossos amigos. Natan queria dar no Ben, pois meu
anjinho o empurrou na piscina de sabão e a roupa dele ficou toda molhada, eu
falo que eles têm um problema de amor e ódio, mas sei que o amor fala mais
alto por isso me divirto com eles.
— Quatro anos tinha meu Ben quando encontrei seu pai novamente.
— Por que demorou tanto para contar? Não sabe da importância de um pai
perto do seu filho? Como pode fazer isso com este pobre pai e com o seu avô
que só tem ele de neto?
— Eu não soube onde poderia encontrá-lo, não sabia o nome dele completo e
com isso fiquei sem ter como avisá-lo — falei a verdade, a cara de repúdio
que o Juiz me dá, diz que esse filho da puta está levando a melhor.
— Como não soube? Vocês não namoravam? — puta que lá merda e agora?
Contarei que foi apenas uma noite e nós só pensamos em pegação naquela
altura do campeonato, este cara vai me malhar muito, olho para Alysson e seu
sorriso de canto me diz que eu não posso mentir, pois, com certeza ele irá me
desmascarar.
— Não senhor Juiz, foi apenas uma paquera, nos conhecemos naquela noite e
acabamos dormindo juntos — o babaca do Juiz torce a cara e minha vontade
é de bater na cara dos idiotas na minha frente que estão segurando o riso.
— Como a senhorita pensa que posso acreditar na boa educação do seu filho,
com uma mãe que sai à noite e dorme com um cara que nunca viu antes? Isso
com certeza me mostra como é a sua vida — diz o Juiz me olhando com
indiferença.
— Excelentíssimo! Isso aconteceu apenas uma vez. Depois do José Roberto
eu só tive um namorado, pois me preocupo com meu filho — digo
desesperada — Quando estive no Brasil, procurei o JR e ele não quis saber do
meu filho. Não entendo porque o interesse da família dele agora — digo
firme.
— Excelentíssimo, peço permissão da palavra — o Juiz faz que sim com a
cabeça — Tenho uma prova que ela está mentindo — diz Alysson.
__Me apresente então — o babaca do Juiz fala sério.
— Se o senhor autorizar, tenho uma testemunha — diz Alysson me
encarando, depois do que aconteceu no Brasil, quero ele léguas de distância
de mim e do meu filho. Eu soube que alguns colegas dele o evitaram, nossos
amigos Heiki, João e Yuki andaram dando umas porradas nele também, isso
fez seu ódio por mim, aumentar.
— Isso deveria estar aparecendo aqui, pois, precisava preparar a minha
defesa — digo nervosa olhando a pauta da audiência e a lista dos
participantes.
— Por Isso é uma testemunha surpresa, para não dar tempo de você mentir —
diz o babaca me olhando com raiva.
— Autorizo sua entrada, tragam a testemunha — o Juiz deve estar curioso ou
louco para me destruir.
— Peço que entre Catarina Homer, ex-mulher do senhor José Roberto Stuart
Vilela, me surpreendo ao observar a esposa do JR entrando toda feliz, ela
realiza o juramento e se senta elegante.
— Gostaria de saber se o senhor José Roberto e o pai dele Márcio Vilela em
algum momento foram avisados sobre a existência do menor B. A.
— Não senhor, esta mulher esteve na minha casa e disse que se meu ex-
marido quisesse vê-lo, teria que pagar bem caro — me levanto e bato na mesa
irada, se eu pudesse acabaria com ela agora.
— Isso é mentira — digo já gritando e o Juiz pede ordem no tribunal e eu
quero só gritar com esta vaca.
— Se a senhorita não se comportar, acabarei esta audiência agora e darei o
meu veredicto favorável para a outra parte, não aceito bagunça na minha sala
de audiência — diz ele me deixando mais nervosa ainda.
— Desculpa senhor Juiz, eu não me comportei bem, mas meu filho é minha
vida e eu jamais o venderia — olho para Catarina querendo quebrar ela ao
meio, safada.
— Prossiga — disse o babaca do Juiz e ela sorri docemente para ele.
— Como eu havia dito antes, ela queria entregar a guarda do filho mediante
ao pagamento pelo tempo em que cuidou dele. Achei aquilo desnecessário
por que o JR é louco para ser pai, ela não precisava nos chantagear. Ele daria
a roupa do corpo por aqueles que ama — o Juiz olha me condenando e pela
primeira vez acredito que perderei a ação mais importante da minha vida, a
guarda do meu filho amado.
— Não preciso ouvi-la mais, a senhorita pode se retirar - ele vira seu corpo
para mim.
— Senhorita Lilian tudo que ela falou é mentira? Diga simplesmente sim ou
não!
— Sim, eu nunca venderia meu filho — digo emocionada.
— Diante de todos os fatos apresentados eu preciso fazer uma pausa para ver
alguns detalhes que me foi mostrado de última hora. É confidencial e eu
preciso analisar, me deem por favor meia hora e retornaremos com a minha
decisão — ele sai e eu quero chorar.
Sento entre meus pais e choro bastante. Eu vi a decisão na cara daquele juiz e
sei que terei a guarda dividida com aquele homem. Após meia hora somos
chamados para dentro da sala e eu estou muito nervosa — o Juiz entra todo
autoritário e me olha esquisito, aí meu Deus.
— Foi difícil julgar este caso, pois vi provas que a senhorita Lilian está
sabendo criar o seu filho muito bem. Antes de entrar aqui tive uma conversa
bem interessante com ele — diz ele me fazendo emocionar — Seu filho a
ama demais e dar a guarda para outra pessoa poderá atrapalhar no seu
desenvolvimento — ele efetua uma pausa e vejo apreensão pela primeira vez
na cara do pai de JR. — Mas também não é justo ter afastado seu pai e avô
por tanto tempo não deixando que laços familiares tenham sido criados,
diante disso darei a guarda do menor B.A para… — a porta é aberta
bruscamente.
— Pare essa porra de audiência agora — Meu Deus! O que ele faz aqui?
— Quem é o senhor para entrar na audiência desta maneira? Posso mandar te
prender, sabia? — diz o Juiz irritado.
— Meu nome é José Roberto Stuart Vilela, sou pai do Benjamin
Albuquerque — diz ele emocionado e minhas amigas chegam ao seu lado
sorrindo para mim que não sei o que está acontecendo, mas pela cara delas a
notícia é ótima.
CAPÍTULO 9
JR
Estou aqui dentro deste avião olhando os meus amigos Rick e Harry que
estão encarando as mulheres que eles amam. Meus pensamentos me mostram
como tudo pode mudar de repente, a quase quatro meses atrás reencontrei
minha Sereia e ela estava com um filho que quando vi, desejei com todo o
meu coração ser meu.
Eu era casado com a doida da Catarina e meus amigos tinham me contado o
nome das mulheres que deixaram eles loucos de amor no passado. Agora
estamos dentro deste avião tentando recuperar o que perdemos a tempos
atrás. Meus amigos querem reconquistar suas mulheres. Ganhei o filho que
desejei ser meu. Minha amiga e irmã de coração Vanessa acabou de
sobreviver a um atentado. Acabamos de sair do hospital e viemos todos para
os Estados Unidos. Faz três meses que eu estava longe do Brasil e o
casamento de Vanessa me salvou, pois, qual seria a oportunidade de as
Deusas contar a verdade sobre o meu filho, iria quem sabe morrer sem nunca
saber da sua existência.
Muita gente pagará por terem me afastado dele por tanto tempo. Inclusive
Catarina que mentiu para Lilian, aquela cretina está ferrada na minha mão.
Separamos e eu renunciei a muita coisa para me ver livre dela e o que essa
vaca fez? Me separou do meu filho, filha da puta infeliz. Juro que ela me
paga por ter me ferrado.
Outro que vai me pagar será o Alysson. Aquele cretino mentiu para mim,
quando fui ao aniversário do Ben e Lilian pediu para conversamos. Não sei
dizer, mas, passou pela minha cabeça que fosse algo sobre o Benjamin. Eu
olhava para ele e via alguns traços meus, então fui esperançoso para aquele
encontro. Tomei um susto ao não encontrar a Lilian, mas sim o babaca do
namorado em seu lugar, aquele homem sempre me pareceu estranho, ele
tinha cara de louco, a nossa conversa não sai da minha cabeça e cada vez
mais quero socar a cara dele.
JR ON
Saio apressado da festa para encontrar a minha Sereia. Será que ela quer
tentar algo sério comigo? Ou teremos mais uma noite quente como aquela do
nosso último encontro? Como eu me separei ontem de Catarina, agora sou
um homem solteiro e tenho o direito de ser feliz após ter ficado casado com
aquela louca que só me trouxe infelicidade.
Quando chego até o local que marcamos, sou puxado pelo braço, acabo me
assustando, olho rápido para trás e encontro um par de olhos verdes frios e
raivosos me encarando.
— Você está indo para o encontro que meu amor marcou? — e agora? Faço
sim ou não com a cabeça, acredito que ele já saiba do encontro por isso está
aqui. Resolvo confirmar, faço que sim com a cabeça e ele trinca o maxilar.
Será que ele estava blefando?
— Eu pedi para ela marcar este encontro, espero não ter te decepcionado —
diz ele com um sorrisinho sarcástico na boca, babaca.
— Claro que não, mas quero saber porque se deu o trabalho de marcar um
encontro comigo, de antemão digo que não sou preconceituoso, mas meu
negócio não é homem — digo segurando o sorriso, pois a cara dele de horror
agora é impagável, toma idiota.
— O meu também não, quem tem Lílian na cama, não quer saber de mais
nada — diz o babaca com um sorriso malicioso agora.
— Tudo bem. Não viemos aqui para falar sobre a performance sexual da
Lilian na cama, até porque acredito que ela não gostaria de ouvir este assunto
— digo já para cortar as gracinhas dele.
— Não, não foi por isso que viemos aqui. Lilian me contou tudo que
aconteceu entre vocês dois. Quero te pedir em nome do nosso filho Benjamin
que você afaste dela. Estávamos em crise na nossa relação. Estamos tentando
de novo por causa dele. Sou fraco. Tenho medo que ela não me ache
suficiente e acabe tendo uma recaída com você. Isso prejudicaria o nosso
casamento demais, meu filho ficou até doente quando nos separamos a
primeira vez e não quero vê-lo ter outra desilusão dessa. Você é pai José
Roberto? — pergunta ele triste e esta pergunta dá uma dor no meu coração,
me lembro que eu quis ter um filho com Catarina, porém, ela nunca facilitou.
— Infelizmente não, gostaria muito de um dia ter uma miniatura minha me
chamando de pai — digo triste.
— Torço para isso acontecer um dia, pois realmente é um sentimento único
ouvir aquele que você fez com tanto amor te chamando assim — diz ele
parecendo imaginar a cena, não posso negar que (tive) inveja por vê-lo tão
completo.
— Olha cara, eu só vim aqui porque a Lilian me pediu, não quero ser o
causador de brigas entre vocês, ou até mesmo prejudicar o Benjamim, ele é
uma criança de ouro — observo o cara ficar irritado, que louco ele.
— Ele é uma criança de ouro, prata e bronze — diz o babaca parecendo
debochar, eu não falo nada, mas desde o casamento da Kelly que eu acho este
cara esquisito — José Roberto. Agradeço-te por não atrapalhar a
reconciliação com a minha família, Lilian é o que tenho de mais importante
na vida — ele tirou o filho de lado e falou como se só sua mulher interessava
na relação deles.
— Se era só isso o assunto, acho melhor eu ir embora, pois não sou fura olho
e jamais atrapalharia o casamento de vocês — ele abre um sorriso — Como
já deu na minha hora peço que se despeça por favor da Lilian e do Benjamin
para mim — o tal Alysson apenas balança a cabeça confirmando. Saio às
pressas, pois, no fundo, eu tinha esperança que a Lilian iria me dizer que o
Benjamin era meu filho e não daquele homem que parece um louco.
Sai de lá e fui para a praia olhar um pouco o mar, já que seria meu último dia
no Brasil, após ver o lindo nascer do Sol, eu fui embora, peguei minha mala e
fui para a Espanha sem olhar para trás.
JR OFF
Então imagine o quanto estou estressado por saber que fui feito de trouxa por
Alysson, meu pai e Catarina. Garanto que todos vão pagar. Paixão me contou
que Lilian tem um bilhete onde eu a tratei como um lixo, o problema é que eu
nunca escrevi uma palavra sequer que a ofendesse, o piloto avisa que já
pousaremos, arrumo minha poltrona esperando a descida.
Descemos às pressas e logo fui para o carro da Paixão. Ela acelera rumo ao
tribunal. Coração e Tentação vão com Rick e Harry, logo o celular dela toca e
Paixão suspira antes de atender.
— Oi! Tia Maitê, como está o julgamento — diz Paixão ainda me olhando
com dúvidas — Então, quero dizer que chegamos e estamos voando para aí,
quero que a senhora fique calma, não diga nada para Pecado — ela para
ouvindo algo e depois se despede.
— Vamos JR, parece que sua esposa safada andou mentindo no julgamento
— olho para ela sem entender.
— Não tenho esposa Paixão. Acredito haver um erro no que te contaram,
digo sério e ela sorri.
— O nome Catarina. Ela te lembra alguém? — pergunta séria.
— Porra! Essa louca deu um depoimento falso? — pergunto incrédulo.
— Sim, segundo dona Maitê me contou que Pecado estava preocupada. O
depoimento daquela filha da puta pode prejudicá-la bastante — que merda
Catarina está pensando.
— Que merda essa mulher tem na cabeça, ela pode ser presa por fazer isso,
mas quer saber, foda-se. Ela fez isso para ajudar o meu pai e os dois vão sair
derrotados desta história toda.
— Isso aí JR, você poderia casar com Pecado e o Juiz nem discutiria sobre a
guarda do Ben, daí você teria o pacote completo — diz ela brincando.
— Sabia que isso não é uma má ideia — digo e ela me olha assustada —
Claro que se eu casar com ela, iríamos ficar com o nosso filho e poderíamos
ser grandes amigos caso nossa relação não desse certo.
— Você pirou JR, estou brincando, Lilian jamais aceitaria casar com você se
não te amasse — disse acelerando — E aonde vocês conseguiriam casar de
repente sem ter que esperar os proclames correrem? — dou um sorriso.
— Em Vegas, posso casar com a Lilian ainda hoje, só preciso conseguir que
o Juiz deixe essa audiência para amanhã.
— Acho tudo isso uma loucura, mas se você conseguir quero ser a madrinha
— diz ela sorrindo, mas vi que este assunto a deixou desconfortável.
Chegamos ao tribunal e eu corri como louco para chegar até a sala da
audiência, vi meu filho com sua avó, me emocionei quando cheguei perto,
mesmo não podendo perder tempo tive que falar com ele um pouquinho, me
ajoelhei perto dele e seu sorriso apareceu.
— Oi! Tio, lembra de mim? — disse ele sorrindo e está ali mais uma coisa
que se parece comigo, Ben tem o mesmo sorriso da minha querida falecida
mãe, isso me faz emocionar.
— Como eu poderia esquecer de você meu fi...Ben — disse o abraçando, não
sei se Lilian quer contar para ele que sou seu pai agora ou se esperará, então
primeiro falarei com ela, seguro minhas lágrimas para não o assustar.
— Você veio para ver a mamãe? — ele faz as mãozinhas em conchas e
sussurra no meu ouvido — Tem um homem mau querendo ficar comigo, mas
a mamãe prometeu que isso não acontecerá — olho para ele sorrindo.
— Vim aqui para ajudar sua mãe a não deixar isso acontecer — ele abre um
sorriso com uma janelinha linda, meu filho, meu Deus, meu lindo filho, passo
a mão no seu rosto, lindo.
— Obrigado tio, o senhor é muito legal — sorrio para ele e as Deusas
chegam falando alto e chamando a minha atenção.
— JR! Pensei que já estivesse lá dentro — pergunta Coração, mas abre um
sorriso quando vê porque parei e aperta o meu ombro — Eu entendo, mas
acho melhor entrar — concordo com ela e respiro fundo, essa com certeza é a
maior causa da minha vida. Preciso fazer tudo certo para não a perder, entro
igual um furacão e as Deusas vem atrás de mim.
— Para esta porra de audiência agora — digo gritando e o Juiz levanta uma
sobrancelha me olhando sério.
— Quem é o senhor para entrar na audiência desta maneira? Posso mandar te
prender, sabia? — pergunta o juiz me encarando e eu olho para ele da mesma
maneira.
— Meu nome é José Roberto Stuart Vilela, sou pai do Benjamin
Albuquerque — me emociono ao falar e olho para Lilian.
— Senhor José Roberto, como invade minha audiência desse jeito, o que
levou o senhor a atrapalhá-la?
— Excelentíssimo! Gostaria de pedir para falar com o senhor por um minuto
— ele me olha meio desconfiado.
— Senhor Juiz, este homem não pode simplesmente invadir sua audiência e ir
querendo uma conversa em particular — diz o babaca do Alysson e meu
olhar para ele é mortal.
— Peço que os dois advogados se aproximem com o senhor Vilela — diz o
Juiz nos chamando e falo baixo apenas para nós ouvirmos.
— Excelentíssimo! Peço que o senhor me dê uma oportunidade de ajudar a
minha noiva — pego na mão da Sereia que está sem reação, o babaca do
Alysson nos olha com muita raiva — A não perder ou dividir a guarda do
nosso filho. Ela está sendo vítima de uma injustiça feita pelo meu pai que não
sabia do nosso envolvimento.
— O senhor não pode vir aqui e simplesmente acusar alguém sem prova,
mesmo que ele seja o seu pai — faço que sim com a cabeça.
— Excelentíssimo! Eles estão mentindo, não há relação nenhuma entre eles
— diz o Alysson irritado e o Juiz nos encara, aperto a mão da Lilian que está
para explodir.
— Sou advogado também e estava viajando para fazer uma especialização,
por isso não estava presente antes, por favor excelentíssimo. Peço só mais um
prazo para colher as provas e o senhor dará sua sentença tendo todas as
provas incluídas no processo, entrarei como advogado de defesa com a minha
futura esposa — ele nos olha em dúvida.
— Excelentíssimo! Amanhã mesmo o senhor José Roberto estará incluído
como meu advogado, e as provas, estarão anexadas no processo — diz Lilian
e ele parece pensar, vejo quando o Juiz resolve esperar para tomar sua
decisão.
— Quero avisar que aqui é um tribunal e não um picadeiro para vocês
fazerem o que querem. Mas, não quero agir impulsivamente neste caso que
parece ser bem mais complexo do que imaginei. Darei para você quinze dias
e nada mais — diz o Juiz para Lilian e eu sorrio. Ganhamos a primeira
batalha — abaixo para sussurrar no ouvido da Sereia e a mulher é cheirosa
demais.
— Peça para mandar fazer um exame de DNA entre nós dois — aponto para
o senhor Márcio Vilela, Lilian me encara séria — Tenho dúvida há muito
tempo sobre ele ser meu pai após ouvir uma conversa entre ele e minha mãe,
meu pai vai se arrepender pelo que fez.
— Excelentíssimo! Gostaria de pedir um exame de DNA entre o senhor José
Roberto Stuart Vilela e o senhor Márcio Vilela.
— Isso não pode acontecer, o excelentíssimo não deve autorizar este pedido
— o Juiz olhou para Alysson e sorriu, sabe aquele sorriso que diz” O
processo quem julga sou eu, posso fazer o que quiser", pois é foi este sorriso
que o Juiz deu.
— Qual é o objetivo deste pedido de exame? — diz me encarando.
— O senhor José Roberto não tem certeza que o senhor Márcio Vilela é seu
pai e naturalmente se eles não tiverem nenhum parentesco sanguíneo, ele não
pode pedir a guarda do menor B. A. — diz Lilian apertando a minha mão, o
Juiz concorda com a cabeça.
— Pedido de DNA aceito, feito pela advogada de defesa Lilian Albuquerque
para que José Roberto Stuart Vilela faça o exame de DNA com o avô da
criança Márcio Vilela. Eu também peço para ser feito a comparação com o
menor B. A., para sabermos se há parentesco entre eles — o Juiz bate o
martelo — olho para o meu pai e ele está branco como um papel. Pelo jeito
estou certo e entendi bem o que ouvi anos atrás naquela sala.
— Excelentíssimo eles não podem fazer isso — diz meu pai nervoso, o Juiz
olha para ele com cara de poucos amigos.
— Já autorizei, então senhor Vilela nos vemos daqui a quinze dias — diz o
Juiz encerrando a seção e depois saindo.
Olho para Lilian que parece nervosa, vejo seus olhos passarem pela sala e
pararem em Catarina que nos encara, meu pai me olha magoado e Alysson
encara minha Sereia surpreso.
— Desde quando vocês estão juntos? — diz ele com raiva.
— Não te interessa, nós não devemos satisfação da nossa vida para você.
Fomos saindo da sala e meu pai pede para falar comigo, eu aceito, pois, estou
preparado para o que ele falará.
— JR! Você não pode fazer isso — diz nervoso.
— Posso e já fiz, o senhor pode não fazer este exame — digo e ele parece
mais aliviado — Apenas desiste deste processo que Lilian não será contra,
deixaremos tudo morrer numa boa e eu ficarei com o meu filho — ele abaixa
a cabeça e suspira chateado.
— Você não entende, este dinheiro é importante para o seu futuro — bufo
irritado.
— Você só pensa em dinheiro, por acaso pensou em algum momento que
meu filho ficaria longe da mãe dele? Por acaso observou o que você estava
fazendo para eles — digo triste e decepcionado — Se o senhor quiser ir até o
fim por mim tudo bem. Mas, saiba que Lilian não está sozinha nessa,
destruirei todos vocês que tentaram separar uma mãe do seu filho — ele
concorda com a cabeça.
— Eu não farei este exame — olho para ele e vejo medo, isso atiça mais
ainda minha curiosidade
— Desista do processo e tudo ficará como era antes — ele me olha triste.
— Me dê até amanhã? — diz me encarando.
— Até amanhã! Nada mais que isso pai — digo já saindo, só vi o barraco
armado na porta do tribunal. Lilian estava em cima da Catarina e dava tapas
na cara dela, olhei ao redor e meu filho não estava presente, as Deusas
gritavam e mandavam a Sereia bater mais, ela não se fazia de rogado
metendo a mão na Catarina que gritava e tentava se defender.
— Isto aqui vaca é por mentir — tapa — Por ofender meu filho — tapa —
Para não falar que eu queria vendê-lo — tapa — Isto por ofender minha cor
— tapa — Nunca mais vagabunda fale mal de nós — vadia — tapa.
— Socorro, me solta sua — tapa — Socorr… tapa — vejo os policiais se
aproximando para separá-las, chego antes e tiro a Sereia de cima da Catarina,
que vira de lado e cospe um pouco de sangue.
— Você cortou minha boca sua maldita — disse Catarina — Vou te
processar por agressão — disse ela rindo com a boca cortada.
— Faça isso, eu mandarei te prender por falso testemunho, torce para o meu
pai arquivar este processo, pois se ele for até o final, você sairá algemada
deste tribunal — digo a encarando, Catarina se levanta e engole seco, ela
começa a arrumar seu cabelo que está uma bagunça.
— Você não teria coragem — me aproximo dela e a encaro.
— Após você esconder a existência do meu filho? De se unir aquele filho da
puta do Alysson e apoiar a loucura do meu pai? — Catarina vira o rosto e eu
pego fazendo ela me encarar — O pouco de respeito que eu tinha por você,
acabou quando soube desta cachorrada toda — ela começa a chorar.
— JR! Fiz tudo isso por amor — diz ela tentando me abraçar e eu me afasto,
faço que não com a cabeça.
— Não, fez tudo isso por maldade e inveja. Você é louca e precisa se tratar,
agora sai da minha frente, tenho raiva da sua cara e não posso se quer ficar
perto de você — digo com nojo dela.
Dou as costas e vou para perto das meninas que estavam indo para o
estacionamento. Assim que olho ao redor, encontro meu outro alvo e pelo
jeito hoje é dia do acerto de contas. Lilian acompanha o meu olhar e me vê
indo para a direção do Alysson que me olha com um sorriso de deboche.
Nem falo nada e já dou um murro na cara dele. Alysson tenta me dar um soco
e eu desvio do primeiro e ele acerta o segundo, isso me irrita e eu dou dois
socos na cara dele que chuta meu estômago. Porra! Que dor do caralho, me
viro para acertá-lo e ele me dá outro murro, merda. Controlo-me e dou uma
joelhada na perna direita dele, que desequilibra. Avanço dando uma
sequência de quatro socos levando-o quase ao chão. Ele tenta me acertar
novamente, porém, sou mais rápido e além de sair do seu chute, bato mais
duas vezes em seu rosto e no seu estômago, fazendo-o abaixar, dou uma
joelhada certeira na sua face, levando Alysson ao chão, ele se contorce.
— Isso filho da puta, foi por mentir ao se passar pelo pai do meu filho —
digo dando mais um chute na cara dele.
— JR! Chega. Vamos embora! Cuidarei dos seus ferimentos — disse Lilian
me abraçando, faço que sim e nós deixamos o Alysson lá com a Catarina que
corre para ajudá-lo os dois se merecem.
Assim que entramos no carro, Lilian começa a limpar o canto da minha boca
com um lenço umedecido, suas mãos tremem e depois que eu já estou limpo
ela se vira no volante e explode em lágrimas, Lilian deita a cabeça no volante
e chora.
— Tive medo, tenho medo, não posso perder o meu filho, não posso JR —
puxo ela para o meu colo e a abraço forte.
— Não perderá, nós teremos o Ben conosco — pego em seu rosto e limpo as
suas lágrimas — Estou aqui com você e já amo o nosso filho desde o
momento que descobri a sua existência — ela sorri e lágrimas voltam a
descer por sua linda face.
— Porque seu pai está fazendo tudo isso? Por quê? — pergunta ela com as
mãos tremendo.
— Você não me incluiu nesta sujeira toda, por que não está com raiva de
mim? — digo agora acariciando o seu rosto
— A Paixão me contou tudo e eu só quero saber por que me deixou aquele
bilhete. Por que não me deixou um telefone, pois, você sabia haver
possibilidade de uma gravidez após aquela noite — diz ela tentando sair do
meu colo, eu seguro seu rosto fazendo nossos rostos ficarem perto.
— Você era virgem? Não era? — perguntei o que me assombrava todo este
tempo e ela desvia o olhar.
— Pensei que você percebeu — faço que sim e não com a cabeça fazendo-a
rir — Como assim sim ou não?
— Eu estava um pouco bêbado, mas lembro de você muito apertada e de algo
se rompendo, mas o seu desempenho foi de alguém experiente o que me
confundiu — ela fica tímida e olha para o outro lado agora.
— Deixei um bilhete para você sim, nele eu dizia estar voltando para o Brasil
e que eu sentia muito por não poder ver você acordar, deixei o meu telefone
no verso e a moça me jurou que iria te entregar.
— Mas aquela cobra me entregou um bilhete que me deixou muito mal, eu o
guardei até hoje, pois queria fazê-lo engolir — disse ela zangada.
— Jamais poderia ofender a Sereia que me enlouqueceu como nenhuma outra
mulher fez — digo abrindo meu coração e ela desvia nosso olhar.
— No bilhete que Jéssica me entregou não tinha palavras bonitas e muito
menos o seu telefone, por isso nunca falei do Ben para você, eu não tinha
como encontrá-lo. Acredito que fomos vítimas — concordo com a cabeça.
— Agora, eu já estou aqui e não quero separar você do nosso filho. Tenho um
plano B caso meu pai não desista do processo — ela me encara séria.
— O que você tem em mente? Faço qualquer coisa pelo meu filho — conto
na minha cabeça 1, 2, 3 e falo a minha ideia.
— Vamos para Vegas e lá casamos, que Juiz separará seu filho dos pais
biológicos — digo confiante e ela agora sai do meu colo e me encara.
— Está certo que o plano é bom, mas nós não podemos casar sem ter
sentimentos — diz séria.
— Lilian, nós não nos amamos ainda, mas isso pode acontecer com o tempo,
tesão por você não me falta, olha aqui como estou só de você ficar em cima
de mim agora — ela olha para fora.
— JR! Isto não é suficiente, o Ben imaginará coisas e nós teremos que passar
por casados para o nosso filho.
— Qual é o problema de você e eu dividirmos a mesma cama, somos adultos
e sabemos nos controlar, quando um não quer dois não brigam — digo a
encarando — É pelo nosso filho, não podemos contar só com a desistência do
meu pai. Este processo pode se arrastar e nosso filho que sofrerá.
— Quando iríamos para lá? — Agora vem a notícia.
— Hoje mesmo, depois que eu falar com o seu pai e o nosso filho — ela me
encara e quando penso que ela dirá não, Lilian me surpreende com um sim.
— Tudo bem, mas estou fazendo isso pelo Ben, não quero dar nenhuma
brecha para o seu pai tentar tirá-lo novamente de mim — concordo com a
cabeça, mas o que minha Sereia não sabe é que farei de tudo para conquistá-
la.
Já diz o ditado "O que acontece em Vegas fica em Vegas" e eu tentarei a
sorte de tê-la em meus braços novamente.
CAPÍTULO 10
LILIAN
Ainda não estou acreditando em tudo que aconteceu hoje. Meu dia foi tenso e
eu estou literalmente abalada. Ben, sempre foi a minha vida e eu não sei o
que seria de mim se perdesse aquela audiência. Só quem tem filho pode saber
o medo e a angústia que dominava o meu peito. Tudo foi embora quando dei
na cara daquela Catarina, me senti muito bem e vingada, para completar
minha alegria, o Alysson pagou por todas as suas mentiras na mão do JR.
Quando eu vi o JR entrando naquele tribunal, senti meu corpo tremer, eu tive
medo do que ele estava fazendo ali e se sua intenção era se voltar contra mim.
Meu coração ficou com raiva por pensar nesta possibilidade, mas ao olhar o
sorriso no rosto das minhas amigas e o aceno sutil de cabeça da Paixão,
conseguiu acalmar meu coração aflito.
JR me mostrou ser o homem que eu esperava. Eu não me enganei. Tudo foi
armação daquela falsiane da Jéssica, meu sangue ferveu ao saber da verdade.
Jéssica sempre foi uma mulher invejosa, dissimulada e cretina. Eu não
deixarei barato e pode ter certeza que ainda arrancarei aquele sorriso no tapa,
só espera eu ter a primeira oportunidade. O problema de Jéssica é Paixão,
pois ela era louca pelo Heiki na faculdade e nunca conseguiu o posto de
namorada dele. Já Paixão, foi amor à primeira vista e ele fez de tudo para
conquistá-la, então Jéssica culpa Paixão por Heiki não ter se apaixonado por
ela, o que se pode fazer se o Anjo apaixonou pela Preciosa.
— O que tanto você pensa? — pergunta JR do meu lado, ele se instalou no
carro e eu estou de motorista.
— JR! Agora temos outra coisa para resolver — falo e ele me olha curioso.
— Você já deve desconfiar o assunto? — ele faz que sim com a cabeça e dá
uma coçada na nuca, meu filho faz igualzinho quando está nervoso.
— Estou muito nervoso — abro um sorriso — Diante desta situação, tenho
medo dele não me querer — chego no meu prédio e entro na garagem, paro o
carro e pego na mão dele. JR me olha e volta a falar — Sereia, quero
novamente afirmar para você que eu não tive culpa de tudo que o meu pai e a
Catarina fizeram. Você não sabe como sonhei que o Benjamin fosse meu
filho quando o vi no casamento do Ygor — diz ele me fazendo arregalar os
olhos.
— Pensei que veria alguns traços seus nele, fiquei muito nervosa e acreditei
que você o estava desprezando. Meu filho é a luz da minha vida, eu fiquei
com muita raiva JR quando te procurei naquele apartamento, a Catarina me
garantiu que vocês sabiam de tudo e que você jamais aceitaria o Ben. Isso me
magoou profundamente e se eu te visse na minha frente, acredito que daria
merda — falo séria e ele passa a mão no meu rosto, não sei dizer, mas, eu não
me afasto do seu toque o que faz ele me encarar.
— Eu sempre quis ter um filho. Você não sabe como me arrependi de não ter
perdido aquele avião, ter te deixado sem pegar seu contato e tentarmos algo
mais sério. Quando Alysson disse que Ben era filho dele e pediu para que eu
me afastasse de vocês, eu fiz porque não queria prejudicar a cabecinha do
Ben.
— Eu sei, eles foram uns filhos da puta — só em pensar nisso, quero dar na
cara do Alysson.
— Suponho que foi o Alysson que falou para o meu pai, pois ele era o único
que faria isso — diz JR pensativo — Ou também pode ter sido a Catarina —
eu concordo.
— No dia que você foi me procurar, eu fiquei arrasado após a minha
conversa com o Alysson, decidi ir para a praia e fiquei vendo o nascer do sol,
tive inveja daquele babaca — olho séria para ele que sorri sem graça.
— Mas, por que você não me procurou? Poderia termos conversado naquela
noite — pergunto curiosa.
— Quando cheguei no meu prédio, o porteiro avisou que duas mulheres me
procuraram e que Catarina pediu para irem ao seu apartamento — olho
curiosa, ele sorri — Nós já havíamos separado. Eu morava em outro
apartamento. Três andares acima. Quando falei com ela ao telefone e
perguntei quem eram as mulheres? Ela me disse que foi engano.
— Essa sua ex-mulher é uma filha da puta — digo zangada e ele concorda,
dou um suspiro antes de sair do carro, espero que meu filho aceite o pai sem
reservas.
— Vamos — digo saindo do carro e ele desce sorrindo nervoso.
— Lilian — chama JR e eu o encaro — Obrigado — faço cara de quem não
sabe o por que ele está me agradecendo. — Por continuar a gravidez e ter
dado amor para o nosso filho, eu vi no Brasil o quanto você o ama — dou um
sorriso e vou até o elevador.
Chegamos na porta do meu apartamento e JR coça a nuca, dou um sorriso
achando bonitinho ele e meu filho terem esta mesma mania, pego na sua mão
e ele sorri de lado, oh! Meu pai que sorriso é esse.
— Pronto — pergunto apertando a sua mão.
— Pronto — responde ele firme, entramos e encontro meu filho brincando no
tapete, assim que Ben nos vê abre um sorriso enorme fazendo meu coração
aliviar, sai hoje com tanto medo de perdê-lo que sinto agora meu corpo
relaxar.
— Mamãe senti sua falta — diz já me abraçando.
— Oi! Meu amor onde estão a vovó e o vovô? — digo beijando sua
bochecha.
— No quarto — diz ele e seus olhos estão em JR. Ben me puxa para falar no
meu ouvido.
— O que o tio JR faz aqui em casa? — pergunta meu filho curioso e eu acho
graça.
— Ele veio brincar com você, pode ser, ou JR é muito grande para isso? —
ele coloca a mãozinha no queixo e sorri.
— Ah! Mamãe nunca podemos deixar de brincar, não importa se a pessoa é
pequena ou grande — diz ele abrindo e fechando os bracinhos mostrando
para nós as dimensões do que ele fala. Olho para JR que está igual eu
babando pelo nosso mini nerdinho.
— Concordo com você Benjamin, então posso brincar? — meu filho faz um
sinal com o dedão virado para cima e os outros dedos fechados que significa
Joia, fazendo JR sorrir bobo. Eles sentam no (carpete) e eu no sofá, olho pai e
filho em uma sintonia absurda até que JR começa o assunto delicadamente.
— Benjamin! Quando você foi ao Brasil nós dois tivemos uma ótima
amizade, mesmo ela sendo rápida, então eu queria pedir para você quebrar o
nosso trato e fazermos que ele seja para sempre, o que você acha? Meu filho
faz uma cara de sim e sorri alegremente.
— Que trato foi esse? — pergunto curiosa e JR parece que volta para o
momento.
— Eu sai para ir ao jardim, pois não estava me sentindo bem por ver sua
felicidade com a família formada, eu desejei fazer parte deste momento e eu
odiava o babaca do Alysson, ver você com ele me incomodava bastante —
diz ele me encarando e eu desvio o olhar.
— Então vi as crianças brincando enquanto o Ben estava sentado sozinho, ele
tinha às duas mãozinhas no rosto, eu percebi que ele não estava bem e resolvi
me aproximar — quando sentei ao seu lado ele assustou, mas quando
percebeu ser eu ele relaxou.
— Após um tempo, Ben falou. Ele me disse que não gostava do Alysson
como pai e que estava ali pedindo para o papai do céu que desse para ele um
pai novo — olho para o meu filho e sinto meu coração sangrar. Errei como
mãe e não percebi a infelicidade do meu filho, pego no meu peito e
massageio.
— Então eu me ofereci para ser pai dele reserva. Qualquer coisa que ele
precisasse ou quisesse era para falar comigo caso o Alysson não pudesse dar
ou fazer. Este acordo ia valer por um ano e depois nós dois íamos conversar
— olho boba para aqueles dois que mesmo não sabendo serem pai e filho já
haviam realizado algo juntos.
— Filho! Por que não contou para a mamãe que não queria o Alysson como
seu pai? — pergunto me punindo.
— Eu via você feliz mamãe — ele dá de ombro e eu ajoelho perto dele o
abraçando, olho para JR e agradeço por deixar meu Ben mais tranquilo.
— Nunca mais esconda nada da mamãe, se você não gosta de alguém, então
me diz, se não aceita o meu namoro me diz, mas não guarda mais aqui dentro
— digo pegando no seu peito em cima do seu coração disparado e ele sorri,
depois olha para o JR.
— Então eu agora terei dois pais? — diz meu filho sorrindo.
__Não meu filho, você terá um único pai - diz ele fazendo o sorriso do Ben
sumir.
— Só o Alysson, não é? — diz meu filho chateado e eu fico sem reação, pois
nunca percebi o quanto o Ben não queria o Alysson perto de nós. Eu pensava
ser só ciúmes, mas agora estou vendo ser muito mais do que isso. JR pega no
queixo do meu filho e sorri para ele que devolve um sorriso bem fraco.
— Você só terá a mim como pai — vejo que meu filho ficar meio confuso —
Eu Benjamin sou seu pai verdadeiro — ele olha para mim que confirmo com
a cabeça sorrindo para ele.
— Meu pai… i, me.u.. Pai… i… de… ver… da… de — diz meu filho
gaguejando e percebo seus olhos lacrimejarem. JR confirma com a cabeça.
— Ben — chamo fazendo meu filho me olhar — JR era o meu namorado que
foi embora sem saber que a mamãe estava grávida de você — seus olhinhos
passam de mim para JR e ele deixa as lágrimas rolarem, também me
emociono e JR não fica atrás. Não falarei para meu filho que foi só uma
noite, porque Ben não precisa saber destes detalhes.
— Posso te abraçar — pede JR e meu filho limpa as lágrimas com as costas
das mãos e confirma, pai e filho se abraçam emocionados e eu choro sozinha
até que JR abre seus braços na minha direção e eu vou até eles. Ficamos os
três abraçados por um tempo, depois meus pais chegam e JR conta a mesma
história que falei para o Ben.
Tudo estava tranquilo. Porém, quando falamos do casamento relâmpago, meu
pai desatou a falar. Mamãe foi crucial no nosso meio, acalmando a situação e
meu pai, ele não quer dormir no sofá por um mês, pois é! Minha mãe usou o
psicológico para atingir meu pai, depois todos dormimos e o Ben quis dormir
com JR que adorou a ideia.
Acordo cedo e me sinto mais leve, parece que tirei um peso das minhas
costas, eu sei que o pai do JR ainda não desistiu, mas segundo ele logo isto
acontecerá, eu acredito que o senhor Márcio Vilela esconde algo de JR e
sinto que logo ele descobrirá.
— Vamos Sereia — diz JR no meu ouvido, dei um pulo para frente e
coloquei a mão no meu coração.
— Você quer ficar viúvo antes da hora? — pergunto séria e ele sorri.
— Não deixarei isso acontecer — diz se aproximando e passando o dorso da
mão no meu rosto — Não antes de fazermos amor de novo — diz ele
malicioso e eu desvio o seu olhar.
— Precisamos ir, os outros devem já estarem nos esperando — ele sorri de
lado.
— Você pode até correr Sereia, mas, não vai se esconder de mim — finjo que
não ouvi indo para o elevador. Percebi que JR estava me olhando, ou melhor,
secando, eu olhava para o meu celular e me recusava a encará-lo, mal as
portas se abriram e eu já fui rápido para o meu carro. Como JR veio com sua
mala direto do aeroporto, então não tivemos que ir em algum lugar buscá-la.
— Você é realmente uma Sereia Lilian — JR fala quando saímos do prédio.
— JR! Por favor, estamos realizando isso pelo nosso filho — respondo para
ver se ele diminui as cantadas, mas, meu coração está acelerado, eu não posso
negar a atração que existe entre nós, mas tenho que deixar nosso filho
acostumar em ver nós dois juntos.
— Qual o problema de te elogiar? Que eu saiba nós dois somos livres e
podemos muito bem tentar uma reaproximação — JR resmunga, resolvo
adiar esta conversa para outra hora.
— Vamos primeiro pensar no nosso casamento e tentar ter uma ótima
convivência devido ao Ben — digo preocupada por que se esse homem ficar
me cantando 24(vinte e quatro horas) por dia acabarei me entregando de
novo.
— Por enquanto, aceito. Mas, preciso falar algo — viro para olhá-lo quando
paramos no sinaleiro — Você é muito sexy com aquele terninho e a sua cara
de mal lá no tribunal, dirigindo então com esta saia que sobe a cada mudança
de marcha, é um pecado mesmo — Tô ferrada! O carro de trás buzina já que
estou com a maior cara de besta e não sai com o carro do lugar o encarando,
meu Deus! Me dê força para eu resistir a este homem.
Depois disso JR mudou de assunto e começou a perguntar do Ben, fiquei
mais relaxada até que chegamos ao aeroporto, fomos os últimos a chegar o
que causou a palhaçada geral para o meu lado.
— Está certo que você é a noiva, mas precisava quase perder o avião? —
disse a Lu sorrindo, mas quando o Harry se aproxima ela fecha a cara, não
entendi! Coração falou que eles estavam bem.
— Oi! Bom dia — disse ele olhando para ela que o ignorou totalmente.
— Ué nós não somos os últimos a chegar? — pergunto olhando séria para
Tentação que sorri.
— Desculpa Pecado, esqueci que o perneta ainda não chegará — diz ela
dando de ombros e ele só passa as mãos em seus cabelos.
— Me dê paciência nesta viagem — diz Coração quando Rick chega com um
café.
— Vamos, já chamaram para o embarque, nosso portão é o 7(sete) —
comunica Rick.
— Tem certeza Rick? Nós já passamos por um perrengue outro dia no
aeroporto com o portão errado — digo querendo ir lá tirar a prova.
— Claro que ele tem. Você não estava aqui, então não observou o cretino
quase transando com a moça que dá informação.
— Está com ciúmes meu coração — diz ele com um sorriso satisfeito e Gaby
dá um olhar para o seu lado que congelou até minha espinha.
— Acorda Odorico Paraguaçu (este nome é de um personagem de uma
novela brasileira chamada “O Bem Amado" ele é um político corrupto e
demagogo) após Gabi ter discutido com o Rick na festa do Ben ela viu um
filme na tv a cabo. Tia Gezebeu não sabia haver um filme desta novela
preferida dela, acabou elas assistindo tudo, depois que o pai do JR foi
embora, eu tinha ido dormir por que estava no meu limite, então a Luiza
juntou com a Gabi e colocaram este apelido no Rick que é político também.
— La vem você com isso Gabriela — fala sério — Para de ser ciumenta, eu
sou seu, droga — diz a encarando.
— Eu não te quero Odorico, então some — sai ela na frente com a Lu, e os
dois vão atrás com cara de cachorro quando cai da mudança, entramos no
avião e já estava quase na hora de voar quando ouço Paixão reclamar alto.
— Quem comprou essa porra de passagem? Quem está com você Coração?
— Odorico — disse Coração segurando a risada — E você?
— Pinóquio (personagem que ficou conhecido porque toda vez que mentia o
seu nariz crescia), então paixão chama Heiki deste nome agora, segundo ela
Heiki foi rebaixado de anjo para Pinóquio, nos fazendo rir e deixando ele
puto, — Quem comprou essa merda de passagem? — diz ela nervosa.
— Camila, foi o presente de casamento nosso — disse JR que me olha
curioso.
— Do que você me chama? — olho para ele sem entender a pergunta —
Harry é perna de pau, perna de chumbo ou perneta. Rick é Odorico
Paraguaçu e Heiki é anjo ou Pinóquio. Tenho medo de saber do que sou
chamado, começo a rir por observar a cara de assustado dele.
— Nada de mais, nós chamávamos de babaca, cretino, filho da puta, corno e
alguns outros nomes legais.
— Credo, suponho que eu preciso ir em uma igreja, pedirei para realizarem
uma oração em nome de vocês para acalmarem os seus corações — disse ele
rindo e eu o acompanho.
— Agora que você nos mostrou estarmos xingando a pessoa errada, então
fique tranquilo, seu nome está seguro entre nós. Porém, se magoar o meu
Ben, a coisa muda de figura e você será malhado por nós quatro e o trio
parada dura, principalmente o Natan que vive como cão e gato com o Ben,
mas não admite que ninguém o magoe — ele concorda.
— Então, estou seguro. Amo nosso filho e não farei nada para magoar o Ben
ou a mãe gata dele — diz acariciando o meu rosto e eu o encaro, sinto seu
hálito perto do meu rosto e quando penso que vamos nos beijar, uma Paixão
puta chega do nosso lado.
— Desculpe atrapalhar o momento tesão de vocês, por favor JR troca de
lugar comigo? — disse Paixão zangada — Senão mato Pinóquio — JR me
olha chateado, mas faz o que ela quer. Ele dá um beijo no canto da minha
boca e vai até o lugar dela. Paixão senta e bufa frustrada, depois me olha e
sorri.
— O que está rolando entre vocês? — me olha curiosa, eu não sei o que
responder.
— Não sei! Há uma química entre nós e ele está me seduzindo, então estou
deixando rolar, veremos no que dará — ela sorri e deita no meu ombro.
CAPÍTULO 11
JR
Como a vida pode mudar tão rápido? Saí do Brasil para fazer o meu tão
esperado doutorado e agora larguei tudo após descobrir que tenho um filho.
Meu filho com a mulher que me deixou desestabilizado, que entregou sua
virgindade para mim e agora me fez sentir vivo e forte novamente.
Quando fui até o jardim no aniversário do Benjamin e reparei que ele estava
triste, uma sensação de dor tomou o meu peito. Tive vontade de protegê-lo do
mundo, queria ter entendido naquele momento que aquele lindo menino era
meu filho e da minha Sereia. Acredito que mesmo eu negando por medo de
me decepcionar aqui dentro, a pulga permanecia, algo me empurrava para eu
ir falar com ele. Foi então que me aproximei e ele me deu um sorriso
amoroso.
JR ON
Saí daquele salão para tomar um ar, porra o que vim fazer aqui? — perguntei
colocando às duas mãos na nuca. "Você veio ver se ela está feliz, seu babaca"
— disse meu subconsciente, me fazendo lamentar pela milésima vez que não
era para eu pegar aquele avião, mas agora não adianta mais chorar o leite
derramado.
Olho para frente e vejo as crianças brincando. Enquanto Ben, estava sentado
sozinho, ele tinha às duas mãozinhas no rosto e parecia pensativo, eu percebi
que Ben não estava legal e resolvi me aproximar para conversarmos —
quando sentei ao seu lado, Ben acabou se assustando, mas quando percebeu
ser eu, vi seu corpinho relaxar.
— Está tudo bem Benjamin? — ele me olha avaliativo, pior que faço a
mesma coisa quando alguém vem falar comigo, ele responde após um suspiro
derrotado.
— Tudo bem tio — disse ele agora olhando para as suas mãozinhas.
— Então, por que você está triste e aqui sem brincar com os seus
convidados? — ele coça a nuca, lembro novamente que eu faço este gesto
quando estou nervoso.
— É que eu gostaria muito de ter um pai carinhoso. O Alysson não é como os
outros pais — disse Ben triste, eu não sei o que ele quer dizer.
— Como assim? Ele não brinca com você? Coloca para dormir e conta
historinhas? Ajuda a realizar as tarefas? — ele abaixa a cabeça e depois olha
para um pé de coqueiro e faz que não com a cabeça — Você gostaria que ele
fizesse isso? — ele faz que não de novo.
— Ele é mau, o Alysson não gosta de mim — será que ele o trata mal?
— Por que você diz isso Ben? Por acaso ele fez algo para você desconfiar
dele? — pergunto sério e Ben novamente vira o rosto, filho da puta, com
certeza é um pai abusivo e está machucando o menino.
— Ben! Se algum dia o Alysson te bater e sua mãe não estiver perto para te
defender, quero que me conte — digo e ele faz que não com a cabeça, pelo
jeito a coisa está séria. Então, tenho uma ideia — E se eu fosse o seu pai?
Você me contaria? — ele parece pensar um pouco mais depois concorda.
— Sim, entre os pais não pode haver segredos — concordo e fico pensando
em como abordarei isso com a Lilian, pois o cara é pai dele.
— Então, a partir de hoje serei seu pai de coração e te protegerei — pego um
cartão meu e entrego para ele — Sempre que você precisar é só me ligar que
irei correndo até você — ele abre um sorriso enorme. Depois me abraça forte,
sinto meu coração acelerado e não queria largá-lo.
— Prometo tio. Ops pai de coração JR — ele beija meu rosto e sai correndo
para brincar, eu mato aquele babaca se descobrir que ele colocou as suas
mãos imundas no Ben e na Sereia.
JR OFF
— Ei acorda que sua futura esposa chegou — diz Rick sorrindo para Gabi
que desvia o olhar, meus olhos voam para minha linda Sereia e a mulher está
mais deslumbrante do que nunca.
— JR limpa aí o canto da sua boca — diz Harry sério.
— Está sujo? Qual dos lados? — pergunto preocupado.
— Não está sujo, é só para segurar a baba que continua caindo — e os
meninos caem na risada.
— Se só ele estivesse babando estava tranquilo, mas nós quatro estamos
parecendo criança quando vê algodão-doce, fica desesperado e louco para
avançar no vendedor, as meninas estão lindas e nós quatro estamos com
olhares de bobos apaixonados e doidos para atacá-las — disse Heiki olhando
para sua Preciosa.
— Concordo, mas lembre-se que estamos em Vegas, à terra da tentação e do
pecado, essa é a oportunidade de reconquistarem suas mulheres, de a elas
uma noite inesquecível — digo fazendo eles sorrirem largamente.
— Com certeza — disse Harry comendo Tentação com os olhos e ela retribui
seu olhar.
— Começaremos a cerimônia — fala o rapaz que irá nos casar. Sua fantasia é
do Batman. Ele realmente poderia parecer o Bruce Wayne, se não fosse seu
nariz pontudo, sua barriga de Chopp, o cabelo comprido até os ombros, a
altura não chegar no máximo 1,60, branco com um sorriso sarcástico.
Acredito que ele está mais para o coringa, como disse, estamos em Vegas e
aqui tudo é possível.
— Claro — nos ajeitamos e começa a tocar uma música brasileira que eu
amo. Ela chama “Eu sei que vou te amar” (Tom Jobim), através dessa música
quero mostrar para Lilian o nosso futuro. Este casamento não terá nada de
cada um no seu quarto, eu partirei para o ataque e quero Lilian todas as noites
se perdendo nos meus braços e gemendo o meu nome em cima dos nossos
lençóis.
Vejo o susto no seu rosto devido à música. Nossos olhos estão cheios de
promessas. Ela entendeu o meu recado e a intensidade de como eu a quero na
nossa cama, lentamente as meninas ficam ao lado dos caras que estão quase
avançando nelas. Quando Lilian chega, eu pego na sua mão e ela está
tremendo, dou um selinho nela e sussurro no seu ouvido.
— Fique calma Sereia, não farei nada que você não queira — ela concorda —
Mas, vou te foder na primeira oportunidade — digo fazendo Lilian arregalar
os olhos e eu sorrir mais maliciosamente possível. Ela rapidamente olha para
o Batman e a cerimônia começa, aqui é algo rápido, nada de sermões e várias
partes bíblicas, o máximo é fazermos uns juramentos e votos. Optamos por
não os fazer, Lilian e as meninas derramam algumas lágrimas e depois do tão
sonhado sim, encaminhamos para a noite em Vegas.
— Iremos para o Cassino Rio All-Suite (Ele é da rede Caesars, o Rio All-
Suite fica na Flamingo Road, a 5 minutos da Strip (avenida mais conhecida
de Las Vegas) — digo e todos comemoram.
— Vamos logo, pois quero muito desfilar com a minha mulher e mostrar para
ela os prazeres da carne — disse Harry olhando Tentação que dá um sorriso
de lado, depois ela vira para Gabi e fala algo no seu ouvido. Discretamente
Gabi olha para Rick que dá seu sorriso Colgate para o lado dela que vira o
rosto rapidamente.
— Eu estou dentro — diz Heiki animado, as meninas não fizeram objeções e
fomos todos ao lado de nossas mulheres. Precisávamos marcar território, vi
que Tentação, Harry, eu e Lilian éramos os únicos de mãos dadas, tanto Gabi
como Carol não ergueram a mão para pegar nas dos meninos que não se
deixaram abater, eu sei que elas terão que fazer muito mais para afastá-los
esta noite.
Chegamos ao Cassino e Heiki pegou na cintura de Carol que o olhou
zangada, Rick ainda tentava se aproximar de Gabi que estava correndo dele,
logo escolhemos jogar Banca Francesa (onde o objetivo é prever o resultado
do lançamento de três dados lançados por um crupiê (Pessoa que dirige uma
mesa de jogo num cassino) Os jogadores apostam no total das pintas dos
dados, tendo três opções (Grande, pequeno e ases).
As meninas falaram que não sabiam jogar, então todos que estavam na mesa
aceitaram na hora e presença delas. Babacas, pensam que ganharam fácil.
— O jogo começa e Gabi está séria, enquanto Rick fica ao seu lado.
— Após duas horas todos já haviam desistido, Coração os pelou, alguns
saíram nervosos dizendo que ela havia mentido, outros estavam mais calmos
e falavam ser sorte de principiante.
Depois de não ter mais ninguém para jogar. A Deusa do Coração está com
uma bela quantia nas mãos. Ela disse que trocaria as fichas e voltava logo
para torcer por nós. Gabi falou que não jogaria em outra mesa. Rick foi fazer
companhia para ela, mesmo Coração protestando e o ignorando.
— E agora o que faremos, já se passou meia hora e aqueles dois sumiram
disse Paixão preocupada.
— Carolzinha! Acorda, aqueles dois estão se pegando por aí — disse
Tentação e ela faz que sim com a cabeça.
— Quero jogar vinte um ou Blackjack — disse Carol batendo palmas, ela
estava animada. Fomos para a mesa acompanhá-la.
— Posso entrar na próxima rodada — pergunta Carol sorrindo docemente e o
dealer (negociante da mesa) a olha com desprezo.
— Boneca isto aqui é para homem, lugar de mulher é em casa cuidando dos
filhos e esperando o seu marido chegar para dar carinho — disse um cara
olhando feio para Carol e Heiki fulmina ele com o olhar.
— Respeita minha mulher, seu babaca — disse Heiki nervoso e Carol já ia
desistir do jogo, mas Heiki pegou na cintura dela e a conduziu até um banco
vazio — Ela jogará e quando te pelar todo, estarei aqui para aplaudir. A mesa
é pública e minha mulher irá jogar — disse Heiki encarando o cara que nos
olhava com raiva.
— Será um prazer vê-la perder — e assim começou o jogo, gradualmente um
a um foi desistindo inclusive o babaca que Heiki confrontou, depois ficou a
disputa entre a Carol e o dealer, eles estavam toda hora se encarando e piadas
ácidas e sarcásticas saiam de suas bocas.
Na última jogada. Paixão apostou quase tudo e o dealer pagou. Ele puxou
uma carta para Paixão era o 7, para ele saiu um 5. Depois Paixão rejeitou a
segunda carta, já o dealer quis e era o 9. Paixão aceitou a próxima carta e era
um 10. O dealer estava com 14 pontos e se tirasse um 7 faria 21, já Paixão
estava com 17 e precisava de 4 para fazer 21, a chance para o cara estava
maior. Ele poderia tirar um número menor que 7, já Paixão tinha que tirar
abaixo de 4, nós ficamos nervosos e torcemos para ela acabar com ele.
O dealer perguntou se ela quererá a próxima carta e ela fez que não, já ele
aceitou e tirou 2, ficando com 16 pontos e Paixão permanecia com 17. A
chance de sair (quatro) era difícil, então Carol suspirou fundo e aceitou a
próxima carta, todos ficamos na expectativa quando sai o 4 para ela e nós
começamos a gritar Blackjack. Para o babaca saiu 6 e ele estourou,
comemoramos a vitória dela e eu aproveitei para dar um beijo na Lilian.
— Você já fez, me deu o meu maior sonho, nosso filho Ben, vem jogaremos
a roleta um pouco se não com o tesão que estou aqui, acabarei te fodendo
rápido demais — ela desvia o olhar e nós saímos para jogar, eu apostei no 42
e ela no 27.
Parece que a noite era das mulheres, o número 27 deu várias vezes e após
jogarmos bastante e percebermos que ninguém voltaria resolvemos dar uma
volta, peguei na mão dela e começamos a conversar, eu queria muito que
Lilian percebesse o quanto ela é especial para mim.
Paramos em frente do Bellágio (É um hotel cassino que tem como uma das
principais atrações, os espetáculos de água e luz que oferece aos turistas,
tendo como cenário o lago artificial e a fachada do hotel que é belíssima) ele
é um dos pontos turísticos de Las Vegas. Tiramos algumas fotos e paramos
em uma praça para conversarmos, pelo menos é o que ela pensava. Eu não
deixei Lilian sentar, avancei nela e sentei puxando-a para o meu colo,
comecei a beijar seus lábios macios e delicados que me tentaram a noite
inteira com cada risada e sorrisos maliciosos para suas amigas.
Sua língua quente e doce me dava muito mais tesão, meu pau duro como uma
rocha queria entrar na sua fenda úmida e apertada. Lembro da nossa primeira
vez, de sentir meu pau romper sua barreira e eu burro duvidei de como uma
mulher quente e gostosa como o inferno poderia ainda ser virgem.
CAPÍTULO 12
LILIAN
Não acredito que casei com o JR. Mesmo Alysson sendo às vezes um babaca,
eu sempre acreditei que ele seria o meu marido, o pai que meu Ben merecia.
Como todos nós já sabemos quem comanda a nossa vida é Deus e só ele pode
trilhar a direção que devemos seguir.
Claro que o meu casamento não foi como eu queria ou desejava. Tinha o
sonho de entrar na igreja de véu e grinalda com todos os meus amigos e
parentes presentes. Queria ver meu pai e minha mãe emocionados chorando
horrores no altar e eu estaria acabando com a maquiagem, meu vestido seria
branco que lembra a pureza que já não existia há muito tempo.
Contudo, eu não poderia arriscar continuar nesta briga judicial. Isso poderia
durar anos fazendo um estrago na cabeça do meu pequeno Ben. Então, fiz o
que era certo e necessário, casei-me com JR e espero que esta atração que
sentimos um pelo outro, um dia se transforme em amor, pois ele é uma das
bases dos relacionamentos.
JR já demonstrou que será um ótimo amante e fará de tudo por nosso filho
pelo pouco que eu vi, apesar da distância que eles estiveram nestes quatro
anos ele será um pai maravilhoso. Seus olhos brilham quando olham para o
nosso filho e seu sorriso sai fácil, às vezes a mania deles de coçarem a nuca
quando estão nervosos me deixa fascinada. Como pai e filho que nunca se
encontrarão praticamente podem fazer a mesma coisa quando não sabem
como agir ou o que falar?
Chupo suas bolas sendo uma de cada vez enquanto minha mão o masturba,
passo a língua em todo o seu pau e coloco-o na boca, JR começa a se
movimentar e eu sinto um calor invadir a minha intimidade.
Lilian que boca deliciosa você tem caralho — diz ele soltando minha boceta
— Porra! — quanto mais forte eu o chupo e coloco dentro da minha boca,
mais desesperado JR fica, eu aperto sua bunda e trago seu pau para mais
perto, fazendo-o soltar um grito rouco.
— Ah! tesão de mulher, porra minha Sereia assim..... ah! merda — grita
quando passo a mão nos seus testículos e tomo seu pau mais um pouco, JR
circula sua língua pela minha boceta enquanto estou perto de gozar, ele faz
um biquinho e concentra em chupar apenas um ponto específico fazendo
movimentos de sucção isso me faz ficar muito próxima a um orgasmo, eu
acelero o movimento no seu pau e nossos gemidos devem estar sendo
ouvidos em todo o andar do hotel.
— Sereia se não quiser beber leitinho acho melhor você parar, por que estou
para gozar nesta sua boca deliciosa — diz rápido e acelera os movimentos de
vai e vem me fazendo às vezes quase engasgar, sinto meu corpo esquentar e
aquela deliciosa sensação tomar conta do meu corpo.
Solto um gemido forte que faz o pau dele tremer e JR geme na minha boceta
gozando e prolongando os nossos orgasmos. Depois ele vira e muda a
posição ficando de frente para mim, agora seus olhos vão para os meus seios
e ele abaixa passando a língua por cima da camisa, ele abocanha meu seio me
fazendo suspirar.
— Vou te foder minha Sereia, mesmo que você queira ir devagar, não
podemos deixar de nos amarmos ok, eu preciso de você — diz ele no meu
ouvido enquanto tira a minha camisa, mesmo eu pensando que precisamos
parar, percebo que não consigo e o desejo fala mais alto.
JR acaricia meus seios com a língua e sobe para o meu pescoço, onde deixa
algumas mordidinhas leves. Eu já estou louca para tê-lo dentro de mim, seus
dedos mágicos voltam a me estimular, nosso tesão está alto, mas vejo que ele
também quer me foder quando seu pau já duro começa a E.
— JR! Camisinha — digo com uma voz de desejo.
— Nada, só falou para mim que ia ao banheiro e quando uma moça veio
oferecer os seus serviços… — Ela o corta.
— Harry! Nem completa essa porra, que eu já quero dar na sua cara e quebrar
todos os seus dentes.
— Mas, amor! Eu não fiz nada — diz ele fazendo Lu olhá-lo com raiva.
— Não, a mulher estava só se oferecendo para você no seu colo.
— Pode parar, que ela sentou no meu colo e quando eu estava tirando-a você
chegou e depois me fez quase ir preso — diz ele irritado, ela sorri.
— Não estava fazendo nada de mais, você que é escandaloso — ele puxa o
rosto dela e dá um beijão na nossa frente nos fazendo gritar.
— Ninguém toca em você perto de mim, você é minha mulher, nunca se
esqueça disso — ela sorri e dá um selinho nele.
— Tudo bem, mas agora desgruda antes que algum fotógrafo nos veja juntos
— ele solta chateado, mas concorda com ela, resolvo mudar o foco do
assunto.
— Gabi! Amiga seu sono estava muito pesado ontem, porque você não me
ouviu bater em sua porta — digo fazenda ela engasgar com o suco e Rick
solta uma gargalhada.
— Vai mentir meu Coração? — diz Rick sério — Passamos a noite juntos —
ela o fuzila com olhar.
— Eu também estava com minha Preciosa ontem, não tinha porra nenhuma
de dor na cabeça — disse Heiki olhando para Carol.
— Coloca no jornal o que fizemos ontem — diz ela o encarando de volta.
— Não precisa meu amor, por que está guardado em minha memória, cada
pedacinho seu delíci… — ela o corta.
— Tudo bem Heiki, todos já sabem que ontem você me fudeu — diz ela se
levantando da mesa, que horas nosso voo sai?
— Às 19:00 horas — digo a encarando.
— Tudo bem, dormirei um pouco e quando começarem a aprontar me avisam
— ela sai e Heiki vai atrás.
— Aposto 50 que eles vão se resolver? — diz Tentação.
— Eu aposto que ela não cederá só porque eles tiveram uma recaída — disse
Gabi olhando para Rick.
— Ok, eu não apostarei, até por que com coisas do coração é difícil julgar —
todos concordam e nós resolvemos sair para passear, liguei para Paixão, mas
ela não atendeu, o que achei um bom sinal, a Tentação comemorou, pois,
disse ter ganho a aposta.
Após passearmos bastante e JR faltar adivinhar o que quero, nós voltamos
para o Hotel e dormimos abraçados.
No horário marcado todos estavam prontos. Mas, algo estava diferente entre
nós, acredito que Vegas fez os casais se acertarem, vi Paixão e Heiki se
olharem várias vezes e ali existia muito amor. Harry como sempre
extremamente possessivo e ciumento, já JR era um amor que estava sempre
dando um jeito de me tocar, Gabi era a única que ainda tinha dúvida se eles
iriam voltar, mas com aquele olhar de determinação do Rick acho difícil
minha amiga não cair nos braços dele.
— Está pensando em quê? — pergunta JR assim que decolamos.
— Nos nossos amigos, será que as coisas vão se acertar entre eles.
— Tenho certeza que sim, eu não conheço bem o Heiki, mas Harry e Rick
não querem mais ficar longe das suas mulheres — diz ele me fazendo feliz
em ouvir isso.
— As meninas são como irmãs para mim e vê-las felizes é maravilhoso —
ele acaricia meu rosto com as costas da mão.
— Te ver feliz é lindo, você é perfeita minha Sereia — diz ele me dando um
selinho e eu abro um sorriso.
— Será que seremos sempre assim? — pergunto o encarando — Por que está
tão perfeito que tenho medo de ser irreal.
— Não, terá dias que um quererá matar o outro. Daí entraremos em um
acordo e tudo voltará ao normal — dou um sorriso que ele retribui — Quero
apenas fazer você e nosso filho muito feliz — diz sorrindo e dando um beijo
na minha testa, na pontinha do meu nariz e por último em minha boca.
Paramos porque a porra da mulher ao lado está incomodada conosco.
— Daqui a dez anos estão os dois em um tribunal querendo o divórcio — diz
ela nos olhando irritada, sai para lá urubu.
— A senhora é casada? — pergunto tentando ignorar as suas palavras
amargas.
— Não, fui viúva uma vez e estou na quarta separação — diz ela magoada,
eu pego na mão dela que se assusta.
Percebo que tem uma galera olhando feio um para o outro. Harry está quase
matando João com seu olhar 43 (quarenta e três) e Rick está fuzilando Yuki
que carrega Kian no colo.
— Ei! Não fala palavrão na frente do meu filho — digo séria olhando para
Natan tentando quebrar o clima, Gabi o ignora e pega Kian no colo, ela olha
para Rick.
— Marcaremos o jantar Ricardo para conversarmos.
— Nem fudendo você falará com este canalha — Yuki reclama.
— Por favor! Vocês dois, vamos embora — Gabi sai com os dois e João vai
até Tentação e dá um beijo no seu rosto ignorando o olhar mortal do Harry.
— Larga minha mulher — disse baixo só para nós ouvirmos, João dá um
sorriso.
— Que eu saiba Lu é solteira, ou melhor, separada de você — João debocha.
— Mas as coisas mudaram e ela voltou a ser minha, só minha — Harry se
aproxima de João e Lu entra na frente.
— Pode parar de show os dois, tem Luiza para todo mundo — diz ela
sorrindo, mas Tentação recebe um olhar feio de Harry — Brincadeira
perneta, vamos embora. João, me leva porque precisamos conversar.
— Luiza você não vai com este infeliz — Harry resmunga zangado, ela abre
um sorriso e sussurra algo no ouvido dele que o faz rir, Harry olha para João
e sai feliz.
— O que você disse para ele? — pergunta João curioso, ela olha sério para
nós.
— Falei que dá fruta que gosto você come até o caroço — Rick e JR estão
morrendo de rir, enquanto João a olha puto.
— Ah! Dona Luiza, você me paga pela brincadeira — diz ele abraçando-a e
todos fomos embora. Paixão estava quieta e parecia perdida no seu mundo.
— Paixão quer carona? — ela faz que não com a cabeça.
— Vou com o Heiki — levanto a sobrancelha — Depois conto — concordo e
todos vamos embora.
No caminho para casa Ben e JR não paravam de falar e eu via a alegria nos
olhos dos dois, me senti culpada por não ter tentado achá-lo, mas espero que
recuperemos o tempo perdido.
UM MÊS DEPOIS
Sabe o que é ver seu filho muito feliz, pois é hoje meu Ben irradia brilho,
estamos aqui na escola para apresentação do dia dos pais, JR e Rick estão
aqui já que nossos filhos estudam na mesma escola.
— Será que demorará? — pergunta ele pela trigésima vez.
— Sim, sempre dá uma atrasada ou outra, fique calmo — digo pegando na
mão dele que beija sorrindo.
— Estou triste por ter que me afastar de vocês dois, mas eu preciso ir até o
meu pai — diz ele chateado — Ele pode não ser meu pai de sangue, mas foi
quem me criou.
— Vai que você está errado e ele é seu pai — JR! Faz que não e respira
fundo.
— Ele tirou o processo e recusou fazer o exame de DNA, isso já disse tudo
— dou um beijo em seu rosto
— Quero pedir que você não tome decisões precipitadas, converse com ele e
ouço a sua versão — JR sorri para mim admirado.
— Mesmo diante de tudo, você ainda o defende, estou muito magoado com
ele — faço que sim.
— Não sou santa JR e também estou magoada, mas agora é preciso agradecê-
lo por ter nos unidos — ele sorri e me beija.
— Com certeza, seremos felizes, vamos esquecê-lo por enquanto, prometo ir
com a mente aberta — isso aí.
As apresentações começam e quando Kian começa a dançar vejo os olhos de
Rick brilharem e ele limpar algumas lágrimas que caem, Gabi aperta a mão
dele e vejo Rick sussurrar um obrigado e ela sorri de volta, depois eles vão
abraçar o filho deles enquanto esperamos pelo nosso Bem.
Assim que meu filho faz sua apresentação e no final grita que ama o pai, vejo
meu marido chorar e correr para abraçá-lo nos fazendo ficar com lágrimas
nos olhos.
— Eu também te amo meu filho — diz ele apertando Ben que reclama.
— Papai, assim o senhor quebrará os meus ossinhos — diz meu filho nos
fazendo rir da situação, depois saímos de lá e fomos para uma pizzaria onde
estávamos nos divertindo até eu ir ao banheiro e topar com alguém bem
inesperado.
— Boa noite Lilian — ele diz com ódio no olhar.
— Boa noite Alysson.
CAPÍTULO 13
JR
Pego o avião e meu coração está pequeno. Não queria deixar minha família
sozinha, mas é preciso. Tenho que colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Meu pai precisa conversar comigo e eu também acredito que ele tem
explicações para me dar. Não acredito que mais uma vez estou casado, abro
um sorriso pensando nisso.
Lilian é tudo que eu sempre quis. Seu coração generoso, o sorriso encantador,
aquele corpo gostoso com aquela bunda linda, onde eu ainda comerei me
enlouquece, sei que ela quer ir devagar e eu respeito isso, mas nossos corpos
tem uma eletricidade quando chocam, não há estudo para comprovar tamanho
efeito causado quando isso ocorre, só sei que as consequências são uma foda
deliciosa e eu idolatrando a minha mulher.
Chego ao Brasil a noite e já estou com muitas saudades deles, meu filho me
deixou indeciso se eu viria ou não ao pensar que nunca mais me veria.
Lembro dos seus olhinhos cheios de lágrimas e isso partiu meu coração.
JR ON
Estávamos chegando em casa depois de eu quase ter acabado com o ex-
namorado da minha linda Sereia, aquele babaca está pedindo para morrer, ele
vive cercando-a e eu não confio nele perto do meu filho, pois já percebi que
Ben não gosta nem um pouco dele.
Às vezes tenho a impressão que meu filho tem medo do Alysson e se eu
descobrir que aquele infeliz bateu no Ben, acredito que acabarei com ele.
— Papai você já vai embora? — pergunta Ben — Não me deixe de novo —
diz ele aflito.
— Não vou embora filho, apenas viajarei, mas logo estarei de volta para ficar
com você e sua mãe — ele me dá um sorriso de lado e olha para outro canto,
Benjamin parece não acreditar em mim e isso me incomoda.
Assim que estaciono o carro, dou um beijo na minha linda Sereia e peço para
ela deixar eu ter uma conversa de pai e filho com ele. Lembro quando o meu
pai tinha estas conversas comigo e elas foram muito importantes. Nossa
relação mudou de uns seis anos para cá, eu o amo e quero muito entender o
porquê de ele ter feito tudo isso.
— Esperarei vocês lá fora — diz minha mulher saindo meio curiosa.
— Ben sente aqui na frente meu filho.
— Mas, Papai! Criança não pode sentar no banco da frente é errado — diz
ele preocupado, eu queria rir da maturidade do meu filho, ele só tem quatro
anos.
— Eu sei querido, mas agora o carro está parado no estacionamento e nós não
sairemos mais, a hora que acabar a nossa conversa, iremos para casa, ele faz
que sim e senta no banco do passageiro.
— Papai! Fiz algo de errado? — pergunta ele com os olhos cheios de
lágrimas — O senhor vai me bater? — meu coração parte só de pensar em
encostar a mão nele.
— Não Ben, Papai quer ter uma conversa de pai e filho com você, acredito
que posso viajar e te deixar cuidando da mamãe para mim — passo a mão no
seu rosto limpando uma lágrima solitária.
— Pode sim. Papai! O tio Natan diz que sou muito forte, que preciso ser
homem e bater nos caras que chegarem perto da mamãe — este Natan é uma
comédia, mas ele adora ficar de gracinha com a Lilian o que me deixa com
ciúmes.
— Muito bem! Os únicos homens que podem encostar na sua mãe, sou eu e
você, o resto está proibido ok — ele concorda e abre um sorriso, depois
parece preocupado.
— Mas! E o vovô? Ele não gostará de me ver brigando, eu o amo — diz ele
triste.
— O vovô também pode, mas o tio Natan não, tudo bem — ele concorda
feliz.
— Ben! Eu te amo e nunca vou te abandonar, você é luz da minha vida junto
com a minha Sereia. Papai precisa realizar esta viagem e quando voltar,
prometo que não nos separaremos mais — ele pula no meu braço e eu aperto-
o bem forte — Eu te amo filho — beijo sua cabecinha e saio do carro com ele
no meu colo. Ligo o alarme e vou para perto da minha mulher onde passo a
mão livre pelo seu ombro, eu não poderia estar mais feliz.
JR OFF
Resolvo ir para um hotel e amanhã procurarei eles dois. Primeiro quero pegar
a Catarina e depois terei uma conversa séria com o meu pai. Quero ele perto
de nós, não vou afastá-lo, pois mesmo meu pai não estando mais tão perto de
mim como era antes, posso dizer que fui muito feliz ao seu lado e nossa
amizade sempre foi muito bonita, durmo pensando no turbilhão de coisas que
enfrentarei amanhã.
Acordo cedo e após um café da manhã bem suculento ligo para a minha
família.
— Alô.
— Oi! JR você já tem previsão de voltar? — fala nervosa.
— Já está com saudades minha Sereia? — pergunto animado.
— Não JR. Só quero saber quando poderei te matar — ela fala e o Ben diz
algo que eu não consegui ouvir — Ben você é o homem da casa, mas sou a
mulher e mãe, então fica na sua aí — ouço ela dizer nervosa com nosso filho.
— O que está acontecendo? — digo preocupado.
— Você não sabe o que fez? O Ben hoje deu um chute na perna de um rapaz
no supermercado só porque ele me pediu uma informação, você é louco? —
diz nervosa e eu começo a rir.
— Sereia! Na minha ausência o nosso filho irá te proteger, ele deve ter visto
que o cara estava te cantando — ela bufa do outro lado.
— JR nosso filho só tem quatro anos e não pensa nessas coisas, me faça o
favor hein!
— Mesmo assim, ele era homem e não pode se aproximar de você — ela dá
uma gargalhada e sei que está nervosa.
— Um pouco não, muito possessivo. Por favor, vamos com calma e não
estrague tudo — suspiro derrotado.
— Desculpa! Vou me controlar.
— Ok, vou cobrar. Agora mudando de assunto, vai primeiro em qual dos
dois?
— Primeiro na Catarina, depois no meu pai e você fique tranquila, eu quero
estar só na sua cama e sentir só o seu corpo e cheiro perto do meu — ela fica
em silêncio e depois ouço o Ben chamando.
— Preciso desligar, porque seu filho não sabe esperar, beijo JR volta logo
para nós.
— Beijo Sereia, logo estarei de volta — desligamos e eu estou com um
sorriso bobo, termino de me aprontar e vou ao encontro da minha ex-mulher.
Chego no meu antigo prédio e o porteiro sorri quando me vê, depois de uns
minutos conversando resolvi subir para enfrentar Catarina.
— Bom dia Catarina — digo assim que ela abre a porta e me olha triste, eu
esperava qualquer sentimento vindo dela mais tristeza é novo para mim.
— Bom dia José Roberto — disse seca indo sentar, reparo que nada mudou,
tudo está do mesmo jeito de quando eu saí, sento de frente para ela e nos
encaramos por um longo tempo.
— Você não tem nada para me dizer? — pergunto já irritado com aquele
silêncio dela, Catarina faz que não com a cabeça — Quero saber como você
foi capaz de ser tão baixa Catarina? Por que não me contou que eu tinha um
filho? Por que se juntou ao meu pai para tirar o meu filho? — ela continuou
quieta.
— Então se você não falará, comece a ouvir — ela faz que sim.
— Catarina! Eu nunca te amei, mas posso garantir que também nunca te traí,
fui fiel a você mesmo não merecendo. Nossa vida era um inferno, seu ciúme
louco e seu jeito mimado só fez eu me distanciar mais e mais do seu lado,
mas ver você depor naquele tribunal foi a minha maior decepção e eu espero
que você pague caro por ter me traído daquela maneira.
— Eu já paguei JR, eu já paguei — diz olhando longe.
— O que você está tramando?
— Nada José Roberto, eu não estou tramando nada — diz séria me encarando
com lágrimas nos olhos — Quero distância de você e sua família, se quiser,
juro ou faço promessa. O que eu mais quero agora é paz, por favor vai
embora e me deixa viver minha vida, por favor — diz nervosa, vejo Catarina
ir no rack da sala e pegar um remédio, suas mãos tremem e ela o engole.
— O que você tem Catarina? — pergunto preocupado, ela vai até à porta e a
abre.
— Por favor JR. Vai embora da minha casa, por favor — ela chora e eu tento
me aproximar — Por favor não se aproxime — diz ela saindo de perto da
porta e indo para outro canto.
— Nos esqueça mesmo Catarina e espero que um dia você possa ser feliz —
Vou saindo, mas ouço ela ainda falar “Eu também espero". Ela fecha a porta,
mesmo incomodado vou embora, pois pode ser mais um truque dela e eu não
quero problemas com minha Sereia.
Saio do apartamento e vou para a casa do meu pai, acho estranho não ter
segurança, pois meu pai é advogado especializado na área criminal e já
trabalhou para os piores bandidos que possa existir, aciono o portão da
garagem e vejo senhor Lopes saindo com uma mala na mão.
— JR! — diz ele feliz, será que meu pai viajou.
— Oi! Lopes irá viajar? Meu pai não está aí? — pergunto curioso e ele faz
que não.
— Seu pai ontem de manhã me mandou ir para casa e disse que não vai mais
precisar do meu serviço — levanto a minha sobrancelha sem entender.
— Ele mandou o senhor embora? — não acredito que meu pai teve coragem.
Sr. Lopes já está com mais de sessenta e cinco anos e onde conseguirá um
emprego nessa idade, espero que tenha recebido todos os seus benefícios.
— Não JR! Seu pai fez uma reunião com todos e pediu para que hoje,
fôssemos procurar o senhor Aurélio, para poder receber o nosso dinheiro e as
nossas indenizações, no meu caso a minha aposentadoria.
— Por que ele fez isso? Mandou todos embora e nada mais? — pergunto
preocupado.
— O único que está aqui é o Lúcio. Seu pai o mandou ir acordá-lo às dez
horas, todos ficaram sem entender — meu coração dói com uma
possibilidade.
— Que horas ele fez essa reunião?
— Eram dezoito horas e depois ele se trancou no quarto e Lúcio estava
esperando dar o horário para ir lá — saio correndo em disparada gritando,
meu pai não pode ter feito isso comigo. Sr. Lopes me grita e vem atrás de
mim, acredito que ele agora entendeu o que está acontecendo, entro gritando
por Lúcio e vejo que já são dez horas em ponto.
— Lúcio corre, ele vai se matar — Lúcio olha para trás assim que pega na
maçaneta da porta e quando vê meu desespero entra rápido no quarto. Subo
os degraus como louco a dor me consome, vejo ele entrar e não sair mais, vou
diminuindo meus passos quando Lúcio sai do quarto e me segura antes que
eu veja aquela cena.
— Não entra aí JR — lágrimas descem do meu rosto e eu puxo o meu cabelo
gritando. Sr. Lopes senta no chão após ir à porta do quarto e Lúcio chora
baixo. Ele era mais que um segurança, os dois eram amigos, passo por ele e
entro, seu corpo está ao lado da cama, a arma está com silenciador e um
buraco de bala está em seu corpo sendo bem em cima do seu coração.
Grito, grito e me desespero, abraço seu corpo frio, ensanguentado e sem vida
e choro, depois vem a raiva por ele ter me abandonado, bato no seu peito
enfurecido e grito com ele.
— Por que me abandonou, por que fez isso comigo, eu te amo pai, mesmo
depois das suas merdas. Continuei te amando, você acabou comigo seu
egoísta — levanto e começo a andar de um lado para o outro, sei lá por
quanto tempo fico nisso, até alguém pegar no meu ombro e eu me assustar,
vejo tio Aurélio e tia Vitória que me abraçam apertado, choro com eles.
— Vamos lá para fora — diz ela docemente, a polícia quer investigar, seu pai
era um advogado criminalista famoso. Eles acreditam que foi acerto de conta
— olho mais uma vez para o corpo do meu pai e tia Vitória me manda tomar
um banho e trocar de roupa já que estou sujo de sangue.
— Por que tia? Por quê? — pergunto ainda nervoso.
— Não sei meu querido, não sei, esperaremos a confirmação — ela me deixa
no meu quarto e eu choro embaixo do chuveiro. Quando saio já se passaram
horas e vejo meus amigos aqui. Hélio. Júnior. Ronaldo. Mauricinho e Diogo
com suas esposas me abraçam e assim ficamos todos em um abraço coletivo,
depois chega Alice com o João e até Catarina veio com o seu pai, ela me
abraça e diz que sente muito, pois gostava dele.
A polícia me interroga e convoca os funcionários que falam a mesma coisa.
Senhor Aurélio e o pai de Catarina também dizem que ele deixou ordem para
pagar os três meses do Lopes, Márcia e Lúcio normalmente. Após isso era
para aposentá-los, os três ficaram emocionados por meu pai ter feito isso por
eles. Todos estão de idade. O contador confirma tudo e diz que ele mandou
pagar a rescisão de todos que trabalhavam para ele, então não tiveram
dúvidas, meu pai se matou.
— Você precisa comer — diz Catarina junto e as meninas.
— Eu não tenho fome — olho para ela e Catarina está com o rosto vermelho
de chorar.
— Ele te amava — diz séria — Por um momento eu vi ali a menina que
casei, mas que o tempo fez se tornar uma pessoa horrível.
— Pena que ele esqueceu de falar — respondo magoado, logo tia Vitória me
avisa que o funeral já está pronto, pois o mesmo deixou tudo especificado,
incluindo que ele queria ser enterrado com a minha mãe.
As horas passam e todos fomos para lá. Fico imerso a dor e ao desespero,
sinto braços me abraçarem enquanto olho para o caixão, uns estão na minha
perna e outros na minha cintura, olho para baixo e vejo meu Ben me
encarando e minha mulher — pego ele e choro junto com Lilian que está
sofrendo por mim.
— Não chora mamãe, papai não chora — diz Ben chorando também, as
Deusas e os meninos também vieram, Harry e Rick me apertam forte.
— Você não está só, todos estamos com você — olho em volta e vejo meus
amigos todos ali me amparando.
— Como vocês vieram? — pergunto olhando para Lilian.
— Ela aponta para um canto onde vejo Nick, Diana, Inácio, Camila, Vanessa
e Kito, eles foram no jatinho nos buscar. Ela me abraça forte mais uma vez e
limpa minhas lágrimas que insistem em cair. Ficamos na nossa bolha, as
horas passavam e nenhum deles saiam de lá, todos estavam bem
emocionados, naquele momento eu vi que realmente não estava só, eu tinha
tantos amigos que nunca estaria completamente sozinho.
No outro dia cedo foi o enterro e voltar para aquela casa foi muito triste e
nem um pouco confortável, já que aqui tive minha infância quando estava no
Brasil. Agora eu só lembro do meu pai morto naquele chão e na dor que arde
no meu peito.
FOLHA 1
Meu querido e amado filho José Roberto Stuart Vilela.
Se você está lendo esta carta é porque eu não aguentava mais viver longe
dela, da minha linda e apaixonante esposa. Sua mãe, quero te contar como
tudo isso aconteceu, quando eu vi pela primeira vez aquele anjo que me
faria feliz até hoje — pai não sabia o quanto você sofria.
Quando fiz dezessete anos meus pais mudaram para a casa dos seus avós
maternos, como eu ia para a faculdade acabei não indo para a nova
moradia deles. Sua avó Melinda ia ser a nova cozinheira enquanto meu
pai, o jardineiro, a alegria deles foi plena, pois ambos iriam trabalhar e
estariam juntos enquanto seu único filho estaria na faculdade de direito.
Após conseguir bolsa integral e eles se sentiam muito orgulhosos — claro
que sim pai, quem não teria.
Então passei dois anos sem visitá-los, não só por falta de tempo como
também por que você sabe como era a faculdade. Festas e mulherada o
tempo todo e eles foram ficando para depois, mas infelizmente minha mãe
teve um infarto fulminante e eu não pude me despedir dela, a culpa me
corroeu por estes anos — não pai, você era jovem.
Então volto para casa e era o velório da minha mãe, meu pai estava
acabado e eu culpado por ser tão egoísta, chegando lá observei a coisa mais
linda deste mundo. Um anjo loiro chorava abraçada ao meu pai que me
olhou com decepção. Eu não tive coragem de encará-lo, mas, pedi perdão e
ele como era um pai maravilhoso aceitou, então ele me apresentou a linda
loirinha e descobri que se chamava Marília meu coração disparou quando
seu sorriso lindo me atingiu — sim, mamãe era linda.
Porra eu estava quebrado por perder minha mãe querida. Porém, aquela
menina de apenas dezesseis anos me conquistou, eu um cara já com
dezenove anos que pegava geral na faculdade fiquei de olho nela, na sua
pureza e nos seus lindos olhos verdes, após acabar o velório fiquei mais
uma semana em casa e descobri que ela era noiva. Prometida para um
engenheiro que era negro, estranhei, porque seus avós eram racistas e
preconceituosos, mas quando há dinheiro envolvido e eles são beneficiados
não preocuparam com a cor de pele — minha mãe sempre disse que seus
pais eram filhos da puta.
Voltei para a faculdade arrasado. Mas, nunca mais deixei de ir ver meu
pai, sempre que dava e o dinheiro sobrava eu estava lá com ele e foi em
uma visita dessa que descobri o meu pai doente. Ele estava com diabetes e
cirrose adquirida após a morte da minha mãe, a dor dele era acabada na
bebida, corri com ele e quase perdi o semestre, mas não poderia perdê-lo
também — pai, por que não me mostrou este homem.
Após sua melhora, voltei a estudar. Faltava apenas seis meses para me
formar e sua mãe estava para fazer dezoito anos. Então, ela teria que
cumprir com o compromisso e casar, uma noite antes de anunciarem o
casamento, ela me contou ser apaixonada por ele e estava grávida, seu
sorriso era enorme e o meu coração doía muito e foi destruído naquele dia
— meu Deus ele era louco por minha mãe.
FOLHA 2
Pensei em voltar para a faculdade, como eu iria ver a mulher da minha
vida se preparar para casar com outro, após anunciado o noivado eles
casariam um ano depois, mas a sua mãe ficou nervosa, pois até lá você já
nasceu, eu via que ele não prestava, já havia visto dois dias antes o babaca
de beijos com a governanta da casa, o que me deixou com mais raiva dele
ainda, como tendo um anjo ao seu lado ele poderia fazer aquilo — filho da
puta.
Então a pedido do meu pai, não fui embora, mas estava com insônia aquela
noite devido ao anúncio da data que eles iriam casar, resolvi dar uma volta
no Jardim quando encontrei sua mãe chorando muito, me aproximei e a
abracei forte, soluçando, ela me contou que ele mandou sua mãe abortar,
porque não era o sonho dele ser pai, se eu já o odiava, tive vontade de
matá-lo — ele não me quis, meu progenitor, começo a chorar.
Então! O cretino aproveitou que eu estava com sua mãe em meus braços, e
fez um escândalo, chamou sua mãe dê vagabunda e desfez o casamento
dizendo que o filho não era dele. Seus avós ficaram desesperados, sua mãe
estava desonrada e grávida, sem pensar duas vezes eu me coloquei no lugar
de noivo e como eles eram uns idiotas que ligavam para opinião alheia
aceitaram para minha sorte — meu pai, meu herói.
Sua mãe deixou bem claro que não me amava, mas eu disse que iria
conquistá-la, então ela aceitou e seu avô deixou uma cláusula onde eu não
tivesse direito a um real do dinheiro de sua mãe, eu aceitei, porque a amava
e assim nos casamos e tivemos você, no dia que eu te peguei nos meus
braços fiz a promessa que faria de tudo por e para você — oh! Pai.
Desculpa por tudo.
Com o tempo sua mãe se apaixonou por mim e nossa felicidade era
completa, mas diante da sua forma de levar a vida ela resolveu que você
teria algum desafio para poder ter responsabilidade, eu concordei, porque
sei que quando os dois querem, o amor acaba surgindo, então elaboramos
aquelas cláusulas para você pegar a sua herança, meu pai morreu dois
anos após você nascer e os pais da sua mãe um ano depois, em um acidente
de avião — quem sabe eles nem deviam gostar de mim.
Devido a eles não estarem mais aqui, achamos desnecessário te contar que
eu não era o seu pai de sangue, mas filho eu te amei desde quando estava
na barriga da sua mãe e nunca pensei diferente. Você e sua mãe foram o
meu mundo, a cada vitória minha era em vocês dois que eu pensava, fomos
muito felizes e quando você foi embora sua mãe caiu doente, ninguém
descobria o que ela tinha e seu estado cada vez piorava mais — imagino o
desespero dele.
Quantas vezes sua mãe me dizia para eu te contar o que ela tinha, qual era
a doença dela, mas eu negava, porque queria te ver feliz e sem neuroses,
mesmo que você brigava comigo e me culpava por tudo, eu preferia te ver
me odiando do que te falar sobre isso, então a doença tomou conta dela e
eu chorava todas as noites com ela, a dor no seu corpo não deixava Marília
se quer dormir, morfina já não fazia efeito e os seus membros já não
funcionavam, ela estava definhando naquela cama e eu morria
diariamente um pouquinho — como eles sofreram.
FOLHA 3
Até que Marília me pediu, eu disse não, briguei com ela que falava com
dificuldades, mas eu também não aguentava mais. Vê a mulher da minha
vida morrendo e eu não poder fazer nada. E em uma noite, tive coragem e
fiz o que ela me pediu, apliquei a medicação que a levou dormindo — meu
pai a matou, não acredito.
Sim, meu filho, me odeie, mas eu não podia vê-la mais chorar e gritar de
dor, então... A matei. Sim, fui eu que dei o remédio que a levou de você.
Desde quando descobrimos a doença, passei a pesquisar se teria cura. Fiz
alguns investimentos em grupos de pesquisadores que tentam achá-la,
porém, ainda não há cura. Infelizmente é uma doença que tem um custo
muito alto e eu guardei tudo que ganhei para você ter o melhor tratamento.
A doença é hereditária. No grupo de pesquisadores você e Benjamin estão
escritos para serem um dos primeiros a tomarem a vacina. Peço desculpas
pelo processo, não pesquisei sobre a mãe dele e apenas agi por impulso. Me
desesperei quando descobri sobre o Ben, ele também poderá ter a doença e
saber que você sofreria por ver seu filho lutando, acabou comigo — pai
você a matou por amor e estava sofrendo por mim, agora lágrimas descem
do meu rosto.
Mas mesmo assim eu precisava guardar mais dinheiro agora já que teria
outro parente nosso que poderia ter a doença, por isso quis a herança dele,
não para eu gastar, mais sim, guardar no fundo, em que fiz no seu nome e
vocês dois podem ter mais oportunidade que à sua mãe teve — porra meu
peito dói.
Perdoa-me meu filho, por tudo que eu fiz, mas eu só queria deixar sua vida
tranquila, quando você me olhou naquele tribunal e percebeu que eu não
era o seu pai, chegou a partir o meu coração, mas JR você nunca deixará
de ser o meu filho, Eu Te amei. Amo-te e te amarei para toda vida,
desculpa por te deixar desta forma. Mas, eu não aguentava mais ficar
longe da sua mãe, do meu anjo salvador, da minha amada Marília, eu não
ia aguentar te ver sofrer tudo que ela sofreu, desculpa, isso me mataria
também — choro que chego a soluçar, eu te amo pai.
Desculpa por ser um covarde, mas eu não consigo ver o menino que eu
carreguei nos meus braços sofrer e eu não poder fazer nada, você agora é
pai e vai entender o que eu falo, por seu filho você faz qualquer coisa,
inclusive matar ou morrer por ele, eu te vi naquele restaurante sorrindo
com a sua Sereia e o seu Ben, então estou partindo tranquilo, pois não te
deixarei sozinho — ele me viu e supôs que não me faria falta, porra pai,
limpo meus olhos.
Nós te amamos, seja feliz meu filho, com amor do seu pai
Márcio Vilela.
FOLHA 4
DOENÇA PAF — Paciente Marília Stuart Vilela
A PAF (polineuropatia amiloidótica familiar) começa a se manifestar como
insensibilidade, formigamento e dormência nos pés, os sintomas sobem,
gradualmente, às pernas, aos braços e às mãos, ela é uma doença rara,
hereditária e progressiva, que atinge o sistema nervoso periférico,
diminuindo a função neurológica — então esta doença levou minha mãe.
OBS. Caso você queira saber o nome do seu pai verdadeiro pergunte para o
Aurélio, ele sabe, eu te amo meu lindo filho — Eu te amo pai.
Aperto aquelas folhas e choro tanto que Lilian aparece e me consola, conto
tudo para ela que fica impressionada e chora ao ler a carta.
— Eu estou aqui, sempre vou estar, ele te amava, perdoa meu amor — fala
ela, eu concordo.
— Sim, eu perdoei, eu te amo pai, você nunca será trocado — digo chorando
e ficamos lá até irmos dormir comigo ainda bastante abalado.
CAPÍTULO 14
LILIAN
Ver JR tão triste parte o meu coração, eu e Ben já fizemos de tudo para ele se
alegrar, na verdade, nosso filho é o único que consegue fazer meu marido
ainda ter alguns momentos de felicidades.
Estou realmente sentindo falta daquela alegria e do seu super alto-astral, não
sei como agir ou o que fazer para ajudá-lo além de dar muito carinho e
atenção, queria poder dividir a sua dor e ele ver o quanto estamos
preocupados com a sua situação psicológica.
— Vadia, você é uma vagabunda de primeira, fode com qualquer um que tem
pau — diz ele perto da minha boca.
— Me… sol… ta… — peço ficando sem ar e tento chutar o saco dele. Ele
afrouxa meu pescoço e tenta me beijar. Sua boca gruda na minha e eu travo o
meu maxilar, ele morde meu lábio para me obrigar a abrir mais a boca, assim
que Alysson percebe que não conseguiu nada ele se afasta e levanta a mão
para me dar um tapa.
Sinto um alívio quando Alysson solta meu pescoço sendo puxado por JR. Ele
dá um murro em meu marido que revida na mesma moeda, eles começam a
bater um no outro, chutes e murros são dados e socos deferidos de ambos os
lados.
— Você me paga infeliz por encostar a mão na minha mulher — diz JR
zangado.
— Sua mulher, o caralho, já fodi aquela boceta diversas vezes e ela gemia
meu nome — JR da (dois) socos nele que cambaleia.
— Vou te matar filho da puta — diz JR gritando, olho para o lado procurando
Ben e sinto um alívio ao vê-lo brincando na área de criança sem perceber o
que está havendo.
Vejo alguns homens tentando separar os dois e parece que estão grudados,
mais dois garçons aparecem e conseguem junto com os outros resolverem a
situação, Alysson e JR se xingam e ameaças estão sendo explícitas, me
aproximo de JR e toco na sua boca machucada.
— Amor, calma — peço o encarando.
— Amor é o caralho Lilian. Sou eu seu amor, não este imbecil — diz
Alysson com raiva — Quantas vezes você gemeu no meu pau, hein! Sua
cadela — JR tenta se soltar e eu o abraço, enquanto o outro rapaz, segura ele
também.
— Vamos embora! Agorinha nosso filho pode aparecer aqui — digo o
encarando que se acalma quando acaricio o seu rosto.
LILIAN OFF
Então eu estou processando Alysson que está também processando JR por ter
ameaçado ele, resumindo que a merda está um bolo, só sei que eu quero ver
Alysson preso por ter me agredido.
— Oi! Está tudo bem? — pergunta JR preocupado.
— Estou bem, queria te pedir uma coisa? — falo sem jeito.
— Qualquer coisa que você quiser, peça que realizo — dou um beijo na sua
boca e ele aprofunda com muita vontade.
— Não encosta em mim Sereia, estou ainda com os pensamentos bem
pecaminosos depois do nosso lindo filho nos atrapalhar.
— Estava só querendo me dar leitinho, né amor! — digo e vejo os olhos de
JR brilharem de desejo.
— Acho melhor subirmos porque meu pau está louco para te foder — diz
com um sorriso malicioso.
— Quando chegar em casa você mostra o quanto me quer e deseja estar
dentro de mim — saio do carro ouvindo ele xingar e quando olho para trás
vejo JR arrumando o pau que esta duro, rebolo de propósito e ele geme
baixinho.
— Não faz Sereia, estou louco de tesão e serei despedido no primeiro dia,
pois te jogarei naquele carro e vou te foder no estacionamento mesmo — diz
ele apertando o botão do elevador com força e suspira irritado.
— Calma JR! Ele não tem culpa de nada — digo segurando o riso.
— Eu sei — o elevador chega e por um milagre não tem ninguém, assim que
as portas se fecham JR me prensa na parede e esfrega sua ereção em mim —
Mas, você tem culpa e eu quero te castigar por me deixar de pau duro todo
este tempo. Se prepare que eu só pararei quando sentir sua boceta não
aguentar mais o meu pau dentro dela e a minha língua te chupar gostoso — aí
cacete agora sou eu que não aguento isso, merda, será que podemos voltar
para casa.
JR lambe o meu pescoço e distribui beijos bem molhados — agora eu é que
ficarei com a calcinha encharcada droga de homem gostoso.
— Sereia você me enlouquece, vamos… — o elevador chega e quando as
portas se abrem topo com aquele ser que se chama Alysson, nós saímos e ele
entra batendo no ombro de JR de propósito, eu o puxo para evitar a confusão.
— Vem, quero te apresentar o pessoal — chegamos lá e nossos amigos foram
superlegais com ele, JR logo se sentiu em casa e eu fui para o meu escritório
com a promessa que iríamos almoçar em casa com o nosso filho.
Cheguei no meu escritório e encontrei minha secretária Inês, ela estava com
um sorriso enorme e ficou cheia de coisas para o lado do JR.
— Que lindo em mulher, aquele homem é uma perdição.
— Deixa Jonas ouvir isso, você constatará o tamanho da perdição que ele
fará com você.
— Gente está com ciúmes é? Então por que casou com homem bonito? —
diz sorrindo para mim.
— Quem está com ciúmes? — entra Paixão perguntando toda animada, o que
nos deixa muito feliz, parece que nossa amiga agora será feliz.
— Não tem ninguém com ciúmes aqui, isso é coisa dessa doida aí — digo
apontando para minha secretária que dá um sorriso de lado.
— Ok Pecado. Fico feliz em saber que Marta então ficará viva por mais
alguns dias — diz Coração invadindo a minha sala séria.
— Não sei por que eu faria algo contra ela?
— Não é nada, só pensei ter visto ela se jogando para cima do seu marido —
fico muito puta de ouvir isso. Marta é a piranha do escritório onde JR irá
trabalhar e quem hoje em dia pega ela é o retardado do Natan. Mesmo ele
gostando da July o imbecil ainda dá moral para aquela vadia interesseira.
— O que eles estavam fazendo? Matarei JR para ele aprender a ser homem
comigo — digo já me levantando bem na hora que Tentação entra na sala
com um envelope nas mãos.
— Bom dia Deusas — como sempre ela está com ótimo humor e um sorriso
lindo no rosto.
— Que animação hein! Deu muito ontem? — pergunta Paixão sorrindo, que
Heiki continue mantendo-a feliz assim, penso comigo, mas não falo.
— Deus! Aquele homem está insaciável e eu assada, minha Luluzinha está
sofrendo — diz ela com uma cara de safada — Mas, fazer o que se a carne é
fraca, eu não resisto aos seus toques — começamos a rir — Pecado este
envelope estava na entrada do escritório e seu nome está escrito nele.
Pego o envelope e analiso, que coisa estranha, o envelope é amarelo e está
escrito Lilian bem grande, mas não à caneta, mas sim com vários recortes de
revistas, as meninas e eu ficamos preocupadas pois parece uma carta de
ameaça ou sei lá devo estar viajando.
— Não abra, vai que tem uma bomba — diz Paixão séria — Isso com certeza
é uma ameaça e você deveria chamar o Marcos antes de abri-la — nego com
a cabeça.
— Claro que não é Deusas, isso deve ser algum engraçadinho e não duvido
nada se não foi o Natan.
— Então espera, ligarei para ele agora — diz Coração.
— Ligarei para o João, pois ele também pode ter feito isso.
— Ainda acredito ser uma ameaça e se for vamos todas pelos ares — diz
Paixão séria fazendo os gestos com às duas mãos de explosão.
As Deusas ligam para os meninos que negam ter feito esta brincadeira, não
demora eles e JR aparecem em minha sala preocupados.
— Deixa que abro Lilian — diz ele nervoso.
— Não, eu abrirei — digo firme enquanto vou com as minhas mãos tremendo
cortando com cuidado a ponta do envelope, respiro fundo e abro de uma vez
a parte cortada. Como nada acontece olho dentro e não vejo nenhum sinal de
algo que vá me ferir, coloco minha mão dentro e puxo o seu conteúdo,
quando olho o que é fico sem ar e JR dá um murro na minha mesa.
— Puta que pariu — fala JR alto e todos vem vê o que está em minhas mãos
e nos deixou bem nervosos.
CAPÍTULO 15
JR
Depois da carta que meu pai me deixou, minha vida se transformou em dias
de tempestades. Meu humor era mudado a cada dia e momento, meu pai não
saía da minha cabeça, a imagem dele morto ali naquele chão frio me
atormentou por muito tempo.
A vontade de não fazer nada estava prejudicando a minha vida pessoal.
Mesmo Lilian não reclamando e sendo compreensiva comigo eu via em seus
olhos a preocupação e a vontade de estar ao meu lado sempre. Mas, ela não
poderia parar sua vida para ficar 24 (vinte e quatro) horas me policiando eu
tinha que passar por tudo aquilo e aprender viver com a dor da perda dos
meus pais agora não mais entre nós.
Então recomeçarei com minha linda família, mas há no ar aquela pergunta,
será que quero ver ou conhecer o meu doador de esperma?
Posso garantir que nunca mais quero saber dele, se algum dia eu tiver o
desprazer de olhar para sua cara de pau, pode ter certeza que ele será apenas
um homem na minha frente, na verdade, um canalha, pois nem homem ele
soube ser com a minha mãe.
Não ficarei amargo com a vida, ou, culpando as pessoas pelo que aconteceu.
Tive sem saber um grande pai na minha vida e ele se chama Márcio Vilela.
Vou levá-lo pelo resto da minha vida em meu coração e falarei sempre dele
para o Benjamin, lembro de quando eu era criança e ele brincava comigo e
serão essas lembranças que farei o meu filho ter.
Benjamin e Lilian foi o presente que Deus me deu, pois, sem eles eu não teria
conseguido me reerguer. Ben, diariamente vinha me ver, era como se ele
sentisse a minha angústia interna, ele estava sempre ao meu lado, às vezes
dormia entre nós, parecia querer me proteger e sentir a minha dor, o meu
filho é sem dúvida nenhuma a luz das nossas vidas.
Minha mulher é perfeita, ela é guerreira e está sempre disposta a ajudar o
próximo, eu não sabia que ela participava de uma associação. Ela presta
Assessoria a mulheres com filhos e que os canalhas não assumiram seus
papéis, igual aquele que deu esperma para minha mãe, ela também ajuda a
mulheres que sofrem violências domésticas ou outros casos.
Além da associação, ela também ajuda na construção de um novo bloco da
creche que fica no mesmo bairro. Neste espaço terão mais 6 (seis) salas de
aula. Minha Sereia doou todos os tecidos para que as mulheres possam nos
finais de semana reunirem e fazerem os lençóis, travesseiros, toalhas e os
uniformes que as crianças irão usar.
Segundo Lilian, cada criança quando entra na creche recebe um kit com 2
(duas) toalhas, 2 (dois) lençóis, 1 travesseiro, 3 uniformes e um kit de higiene
que contém 1 (um) creme dental, 1 (uma) escova de dente, 1- shampoo e
(dois) sabonetes. Ela me disse que antigamente as mulheres da associação
saiam no próprio bairro pedindo os produtos de higiene e alguns alimentos
que seriam servidos na creche para as crianças durante o período letivo.
Mas, a população é carente e eles não tinham condições de ajudar muito,
sempre estava faltando algo na alimentação dos pequenos, as cozinheiras
procuravam fazer um prato barato e que todos conseguissem ser alimentados,
resultado é que todo dia faziam macarrão e as crianças comiam apenas no
almoço.
Eles tinham que ter uma comida equilibrada onde verduras e frutas
precisavam fazer parte do cardápio. Sabendo que esta alimentação é
necessária para o desenvolvimento delas. Lilian chamou as Deusas, o trio
parada dura e Heike, eles realizam todo mês, doações para creche.
Lilian fechou contrato com alguns lugares como verduraria, frutaria,
supermercado e açougue, então o administrador da creche que é uma
nutricionista, faz semanalmente os pedidos que devem chegar para os
pequenos se alimentarem, as notas chegam para ela no escritório e eles juntos
fazem o pagamento.
Nunca houve problema, pois hoje a ADM da creche é uma pessoa muito
certinha, muito correta e elas nunca tiveram desvio de nada. Claro que há
uma comissão que acompanha tudo de perto. Eles não deixam passar nada, o
que achei muito interessante, infelizmente algumas pessoas quando tem o
poder, elas começam a usá-lo erradamente e o medo de que alguém se
corrompa acaba fazendo com que eles tenham rigor ao ver os livros dos
gastos da instituição.
Eu também quero participar e combinei com Lilian que darei assessoria com
ela, eu tive uma ideia e quero ver se consigo que meu amigo Harry vá abrir
uma escolinha de futebol junto comigo e Ricky no bairro, estamos
conversando para ver se dá certo. Quem sabe conseguimos tirar grandes
talentos e daremos a oportunidade de muitos não caírem na bandidagem.
pois, daremos um auxílio para todos que participarem. Basta só eles
quererem, precisamos apenas nos juntar e ajudar o próximo, criticar é fácil,
mas daí pergunto? O que fiz para fazer a diferença? Se não fiz nada preciso
mudar e tentar ajudar, espero que tudo dê certo.
Resolvo voltar a trabalhar, já estava na hora de parar de preocupar Lilian e o
Ben. Também tenho certeza que meu pai não está feliz de me ver tão
derrotado. Senhor Márcio Vilela não caiu após a morte da sua querida e
amada esposa, eu preciso ser forte como ele. Claro que a dor ainda existe e
está dentro do meu peito, mas meu pai me ensinou que podemos chorar e
sofrer, mas nunca devemos parar de viver, infelizmente a morte é o fim de
todos nós.
Levanto animado e quero fazer amor com minha esposa, foi um martírio ficar
sem tocar nela durante todo este tempo, além de sentir a dor pelo meu pai eu
também não gostaria de descontar todas as minhas aflições fazendo amor
com ela.
Acredito que a minha Sereia pode ter pensado que eu não estava desejando-a.
Posso garantir que foi ao contrário. Eu dormia toda noite com tesão e
acordava com pau duro e não era só pela ereção matinal, eu tinha desejo por
ela e estar perto sem tocá-la era um terror para mim.
Seu cheiro então já me deixava louco, mas eu me continha até porque
Benjamin era outro que entrava no quarto e vinha dormir conosco. Acredito
que meu filho sentia que não era o momento de eu ficar com a sua mãe, ela
não era só uma válvula de escape, Lilian é minha mulher e merece ser amada.
Quando saio do banho ataco minha mulher já louco para fazer amor com ela,
fico feliz pela Sereia corresponder o beijo com a mesma intensidade. Julgo
que terei o meu prêmio maravilhoso, mas como sempre meu lindo filho Ben
chega do nada e quase nos pega fazendo a irmã dele.
Pois é! Meu filho ia ver uma cena que com certeza iria deixá-lo chocado por
muito tempo. Ainda bem que ele não conseguiu ver nada demais e nós
conseguimos reverter a situação, o que foi complicado, tomei um banho
gelado para acalmar o meu JR Júnior que estava realmente gritando para
comer aquela boceta gostosa.
Saímos de casa e levamos nosso filho na escola, lá minha mulher teve o
desprazer de encontrar duas mulheres muito oferecidas que estavam se
jogando para cima de mim. Claro que finjo não perceber, pois, Lilian estava
já com fumaças saindo pela sua cabeça e eu não queria ver ela presa por
matar uma das duas galinhas ali na porta da escola. Então, seguimos o
caminho e ela fez questão de me deixar no meu setor para depois ir até o
escritório dela.
Combinamos de sair para almoçarmos com nosso filho, eu ainda não conheço
muita coisa aqui perto de onde trabalhamos. Ainda bem que estamos no
mesmo prédio e andar. Assim evitamos ter que sair de um lugar para o outro
no horário de pico e ter que buscar um de nós dois. Conversamos e optamos
por ficar com apenas um carro.
Depois que a Sereia me deixou lá. Uma mulher chamada Marta começou a
me cantar, eu estava já morrendo de vergonha e não havia mais nenhuma
palavra no dicionário que eu pudesse usar para falar com aquela mulher que
eu era casado, muito bem-casado e não precisava de outra que não fosse
minha Sereia.
Parece que ela era surda e não conhece a palavra não. Ela ficou fazendo
piadinhas o tempo todo, mas logo o Natan a colocou no lugar. Heiki me disse
que os dois tinham um caso antes, mas que Natan nunca gostou dela, pois ele
é apaixonado pela July e eu ainda irei conhecê-la já que ela mora com a
Deusa do Coração.
Perto do horário do almoço o resto do trio parada dura chegou para falar com
o Heike, eles me convidaram para almoçarmos juntos, pois semana que vem
é o aniversário da Deusa do Coração e eles querem fazer uma surpresa para
ela.
Será que Rick está sabendo disso? Achei por bem não perguntar para eles,
mas ligarei para o meu amigo e darei um toque sobre o aniversário da sua
amada. Sei que eles estão tentando novamente se entender e torço para dar
certo. Rick foi muito inocente e agora precisa provar que tudo não passou de
uma armação.
Chegamos no escritório das meninas e minha Sereia estava com um envelope
nas mãos. Eu quis abrir, mas ela disse que não, pensei que pudesse ser uma
bomba ou algo assim, pois com certeza aquilo ali era uma ameaça, mas a
mulher é teimosa como uma Mula e não deixou que eu abrisse o envelope.
Então esperei e quando ela abriu, eu vi os seus olhos se arregalarem e ela
ficar sem uma gota de sangue no rosto, meu coração gelou ao ver as fotos que
estavam no envelope. Meus olhos pegaram fogo, eu queria matar o filho da
puta que as tirou, os nossos amigos vieram para olhar, mas eu rapidamente as
tirei da mão dela e as escondi, imagina que eu deixaria alguém as ver, fomos
imprudentes e agora estávamos pagando.
— Puta que pariu, quem foi o filho da puta do caralho que fez esta merda? —
digo nervoso e minha Sereia vem e me abraça, todos nos olham curiosos, pois
não sabem o que tem na foto.
— Lilian! Todo mundo está aqui igual louco querendo saber o que tem na
foto, é algo grave que fez vocês dois ficarem tão sem graça e com raiva
assim? — pergunta Tentação curiosa.
— Lilian! Acho melhor você sentar, parece que irá desmaiar a qualquer
momento — diz Coração vindo até a minha mulher e colocando-a sentada.
Minha Sereia me olha e está ainda aterrorizada. Eu sei que a preocupação não
é só pela sua integridade pessoal, mas também isso pode prejudicá-la no
trabalho, quem irá dar serviço para uma mulher que está se esfregando com
um homem em plena praça pública na cidade de Las Vegas.
É isso que tem na foto, fomos fotografados depois que casamos e tivemos
nossa primeira vez na praça, a pessoa tirou certinho o momento em que estou
com a mão na calcinha dela, que estou chupando seus seios e que ela está
cavalgando no meu pau.
Então isso é uma humilhação pública para uma pessoa tão famosa como a
Lilian, se essas fotos caem na rede, Lilian estará perdida, não que todos irão
deixar de ter ela como sua advogada, mas em muitos casos sua moral e honra
poderão estar sendo julgada e colocada à prova.
— Vocês vão dizer agora o que tem na foto ou terei que descobrir sozinha —
diz Paixão séria nos olhando. Olho para Lilian e ela faz que sim, pois não
adianta esconder dos nossos amigos o que está acontecendo, eles são os
nossos alicerces e também ficaram em guarda para descobrirem quem foi o
autor dessas fotos.
— Quando nos casamos em Las Vegas, eu e Lilian fomos para uma praça e lá
pintou um clima, vocês sabem, foram 5 anos sem nos tocarmos e aconteceu,
o tesão foi maior — respiro fundo e volto a falar — Acabamos transando ali
mesmo.
As meninas fazem umas caras engraçadas, Lilian tampa o rosto com as mãos
morrendo de vergonha e os meninos dão uma risada sacana.
— A pessoa tirou foto desse momento nosso, tem claramente a Lilian e eu
transando e fazendo algumas carícias um no outro.
— Agora minha curiosidade está grande, eu quero ver essa foto — diz
Tentação levando um tapa no ombro da (Coração).
— Para de ser indiscreta, você não quer ver nada, é nossa amiga que está ali
transando com marido dela e não cabe a olharmos essa cena. Eu não quero
imaginar como é o pau do JR — diz Coração me olhando — Não me leve a
mal JR, mas não quero sonhar com marido alheio — diz ela me fazendo
sorrir, essas meninas são todas loucas mesmo.
— Ok, você venceu. Está certa outra vez. Eu também não quero sonhar com
o pau do JR. Já tenho o meu jogador que me deixa louca, outro eu não
aguentaria — diz ela agora fazendo com que todos achem graça, neste
momento aparece Harry, ele já entra sorrindo.
— Está falando de mim meu amor — diz ele indo beijar Tentação que logo
gruda nele, eles trocam um beijo totalmente apaixonado, é ótimo ver que este
casal conseguiu se recuperar após tudo que aconteceu entre eles um dia.
Harry depois que voltou com ela, me procurou e contou tudo que aconteceu,
eu queria dar umas porradas no pai dele. No final acabou que entendi o que
houve. Torço para que os meus amigos sejam felizes assim como sou com a
Sereia.
— É muito simples Pecado. Procuraremos digital no envelope ou nas fotos,
levaremos para a polícia essas fotos — diz Paixão e Lilian a olha assustada.
— Paixão eu não mostrarei uma foto com as minhas partes íntimas de fora
para um estranho, eu não posso levar para polícia essa foto, teremos que
descobrir por aqui.
— Como faremos isso? Não tem jeito, nós precisamos levar para a polícia.
Tenho certeza que mais ameaças chegaram.
— Vocês têm algum suspeito? — pergunta Natan, ele olha para minha Sereia
e ela desvia o olhar, acredito que nós dois pensamos na mesma pessoa,
acredito que foi o Alysson babaca, ele seria a única pessoa que gostaria de se
vingar da minha Sereia, pelo menos é o que sabemos.
— Pensei no Alisson — digo sério.
— Mas como ele saberia que vocês estavam em Vegas e iriam naquela praça?
— pergunta João chegando perto da Tentação e Harry a aperta.
— Só se ele colocou alguém para nos seguir — diz Tentação séria agora.
— Seria loucura Tentação, o que ele ganharia com isso? — pergunta Yuki
pensativo.
— Esta é a única coisa que veio na minha cabeça. JR moeu ele na porrada lá
no tribunal. Ele deveria estar de cama, acredito que se foi esse babaca, ele
com certeza está pagando alguém para seguir o passo de vocês.
— Faz sentido Tentação, acho melhor a partir de agora, vocês dois não
transarem mais em lugar público, pois isto será mais uma ameaça que ele
poderá usar contra vocês — diz Paixão.
— Claro Paixão que não faremos isso, eu só estou preocupada com o que
mais ele possa ter? — diz Lilian nervosa — Não quero ficar presa a este
louco e aos seus caprichos.
— Lilian! São suas carreiras. Você é uma pessoa pública. Não pode ser
exposta dessa maneira. Isso pode desmerecer a honra dos dois e eu não quero
que sejam presos por atentado ao pudor. Então, segure a sua Lilisinha no
lugar e você JR segura o Júnior também, pois não tem como sabermos o que
esta pessoa quer de vocês — diz Paixão séria.
— Acho melhor você contratar uma equipe de segurança, veremos com o seu
pai Paixão — ela concorda.
— Meu pai adorará, desde aquela tentativa de homicídio que sofri, ele
colocou dois seguranças na minha cola, escondido — ela dá um sorriso —
Então, julgo que todas precisamos tomar cuidado.
— Para minha mulher não precisa — diz Harry sério, ela o encara — Eu já
tenho uma equipe minha que cuida dela.
— Como é? Existem umas pessoas me seguindo e eu não estou sabendo? —
pergunta ela o encarando séria, Harry dá um abraço apertado nela e depois
beija seu pescoço.
— Amor, eu só tenho paz, sabendo que você está segura. Eles são muito
discretos e você nunca percebeu a existência deles ao seu lado. Você acredita
que eu ia deixar a minha mulher correr risco? — ela sorri para ele que
retribui, acredito que ela não esperava isso e mais uma vez constato o quanto
meu amigo é louco por esta mulher.
— Então, sobrou Lilian e Coração, nós precisamos falar com seu pai Paixão e
pedir uma equipe de segurança para elas — digo e todos concordam, após
conversarmos mais um pouco, almoçamos com eles. Ben não sairia para
encontrar conosco, teria que ensaiar uma apresentação e ficaria o dia todo na
escola. Ele estuda em período integral, mas às vezes Lilian o leva para
almoçar em casa.
Mesmo diante das fotos Lílian com o passar do tempo foi relaxando, como
sempre o clima entre todos eram amigáveis e divertidos, eles realmente
sabem como serem amigos. Debochavam das coisas e tiravam sarro da cara
um do outro, isso é o que acho de mais rico entre eles. Se fossem outras
pessoas já iriam existir aquela ignorância o que não há no grupo. Tudo é
levado numa boa, e a conversa flui naturalmente.
Saímos de lá e fomos para casa, tiramos a tarde para nós dois, nosso filho só
sairia do colégio as 17:00 (dezessete horas) aproveitamos, eu e Lilian quase
colocamos aquele apartamento abaixo. Aquela mulher tem um fogo que me
deixa louco e eu adoro me perder nela, namoramos bastante e tiramos o
atraso foi uma tarde maravilhosa.
— Amor eu queria ir buscar o Ben — digo para ela sentindo uma angústia no
meu peito, ela me olha e percebe que algo está errado.
— O que está acontecendo? — pergunta já se levantando e indo para o
banheiro.
— Não sei, mas parece um sexto sentido me dizendo para irmos buscar nosso
filho antes da hora — ela nem discute comigo, rapidamente Lilian entra no
banheiro para tomar banho, eu a acompanho e não houve muita troca de
carícias, havia algo me perturbando.
Quando chegamos na escola, constato o que eu não queria, Alysson está
apertando o braço do meu filho e falando algumas coisas com ele. Olho para
o lado e não vejo nenhum professor ou diretora acompanhando-os. Como
assim? Este cara vem até o colégio do meu filho e tira ele da sala sem que
ninguém veja, vou igual louco para cima dele e Lilian corre para pegar o Ben.
— Tira a mão do meu filho seu filho da puta, já chego nervoso e Lilian sai
com o Ben no colo em direção ao nosso carro.
— O que foi cara? Eu não posso vim fazer uma visitinha para ele — diz o
cara no maior cinismo.
— Visitinha é o caralho, você não é nada do meu filho para ficar perto dele.
Deixarei aqui estipulado que não quero você nem olhando para o lado dele e
se eles não tomarem alguma atitude, irei processá-los, o que meu filho está
fazendo aqui fora com você? Quando deveria estar na sala de aula? — digo
nervoso e o babaca sorri.
— Culpada é a Lilian que não proibiu de o Benjamin sair comigo. Todos
sabem que fomos namorados por muito tempo, então eles não podem
simplesmente me proibir de ver o Ben. Fiz parte da vida dele por dois anos e
você não pode fazer nada sobre isso — diz o cara me desafiando.
— Claro que posso e farei, não aceito você perto do nosso filho e a partir de
hoje você está proibido de olhar para ele — digo dando as costas e indo atrás
da diretora.
Ela nos pediu mil desculpas e disse que Lilian nunca tirou a autorização que
havia para o Alysson pegar o Ben, então para eles era normal o Benjamin sair
com ele, Lilian desfez o pedido e proibimos Alysson de chegar perto do
nosso filho.
Quando voltamos para casa, percebi que o Ben ficou muito quieto e isso
estava me incomodando, meu filho é falador e não para um minuto sequer de
conversar, peço para Lilian nos deixar sozinhos — ela mesmo contrariada
entendeu que este é um assunto para pai e filho.
Olho para o meu filho que está de cabeça baixa, peço que Ben sente no meu
colo e fico acariciando a sua cabeça enquanto tiro alguma informação sobre o
Alysson.
— Filho! Quero te fazer uma pergunta? — ele faz que sim com a cabeça —
Você sabe que somos amigos né? E você pode contar tudo para o papai não
sabe?
— Claro que sei papai, você é meu herói — diz ele me deixando
emocionado.
— Sim, papai é o seu herói — seguro minhas lágrimas — Então, agora peço
que você confie em mim e me conte porque o Alysson estava segurando seu
braço daquela forma lá na escola? — ele faz que não com a cabeça, meu filho
desvia o olhar e vejo tristeza em seus olhos.
— Ben, desde quando te encontrei no Brasil, eu senti que você esconde algo.
Agora meu filho, é o momento de você contar tudo para o papai — ele abaixa
a cabeça e começa a chorar, abraço o meu filho apertado e sei haver algo
muito mais sério do que nós sabíamos.
— Filho! Acredita no papai, conta tudo, eu estarei do seu lado, irei te
proteger e apoiar. Conta para o papai Ben — peço para ele com a maior
calma do mundo, mas por dentro há um turbilhão de emoções, eu quero matar
o Alysson, pode ter certeza que quero acabar com aquele infeliz.
— Não posso papai, ele disse que se eu falar qualquer coisa, minha mamãe
irá sofrer. Eu não quero ver ela assim, ele sempre dizia que se eu contasse
para alguém — ele começa a chorar de novo, isso deu um nó na minha
garganta e eu não acredito que esse filho da puta fez algo de tão ruim para o
meu filho assim. Tenho certeza que sai agora labaredas dos meus olhos e eu
não consigo pensar em muita coisa.
— Ele não irá fazer nada com você ou sua mãe bebê. Papai está aqui e irá
proteger vocês dois de qualquer coisa que ele falou — digo confiante
levantando o queixo do meu filho fazendo ele me olhar, Ben limpa suas
lágrimas e respira fundo tenho certeza que meu filho é um homem forte, pois
não quer mais chorar diante de mim.
— Você promete papai? — ele dá o dedo para eu cruzar com o meu.
— Prometo — ele me encara sério.
— Todas às vezes que ele queria ficar com a mamãe a sós e eu o atrapalhava,
Alysson batia em mim, ele me proibiu de contar para mamãe — mordo
minha língua, pois agora quero matar esse filho da puta, com toda certeza do
mundo e será com as minhas próprias mãos.
— Filho ele tocou em você de outra maneira que não foi dando um tapa —
digo nervoso.
— Ele puxava o meu cabelo e a minha orelha, quando mamãe constatava as
marcas dos beliscões eu tinha que falar para ela que havia caído ou batido em
algum lugar para poder proteger ela dele. Alysson me falava que se eu
contasse para mamãe ele bateria nela também — ele respira fundo. — Eu não
queria que ele machucasse minha mamãe — Meu filho agora volta a chorar,
eu o abraço e fico ali até ele se acalmar.
Depois que Ben dorme no meu colo, eu o coloco na cama e vou para o meu
quarto. Conto tudo para Lilian, minha mulher entra em desespero e promete
matar Alysson, ela nunca percebeu que ele estava judiando do nosso filho. Eu
não sei como será a minha conduta amanhã ao vê-lo, mas algo me diz que
acertaremos as contas, pois isso não ficará assim.
Jamais aceitarei que outra pessoa bata no meu filho que não seja eu ou a mãe
dele, até eu nunca encostei a mão nele. Ben, nunca mais apanhará desse
psicopata que maltrata uma criança indefesa.
CAPÍTULO 16
JR
Não dormi direito esta noite. Pensei muito em tudo que meu filho me contou,
que porra Alysson estava pensando quando ameaçou meu amado filho, além
de Ben ser um garoto muito inteligente ele é também bem-humorado e vê-lo
derrotado assim me dá muita raiva. Quero quebrar a cara deste filho da puta.
— Bom dia — diz minha Sereia com os olhos inchados de tanto chorar, eu a
confortei na noite passada, Lilian se sentia culpada pelo que aconteceu com o
nosso pequeno guerreiro.
— Bom dia Sereia, não trabalhará hoje? — pergunto curioso ao vê-la estar
ainda de camisola e se eu não estivesse tão ocupado pensando no meu filho
poderia perder o controle a qualquer momento e atacá-la. Minha Sereia não
entende o quanto ela é gostosa e eu não resisto ao seu corpo apetitoso.
— Não — diz ela quando me aproximo do seu pescoço — Para JR, eu não
estou com cabeça para isso.
— E precisa ter cabeça para foder Sereia? — pergunto rindo.
— Tem, e a minha está em um garotinho indefeso que eu como uma péssima
mãe não vi ser prejudicado por aquele monstro.
— Ele vai se reerguer amor — digo com toda certeza, meu filho é forte o que
me orgulha muito dele.
— Eu sei, marquei a psicóloga para amanhã, ela pediu que nós dois
participamos da primeira consulta e depois Ben ficará com um de nós dois
apenas.
— Ok, trabalharei, estou ainda em estágio de aprovação lá na empresa —
digo dando esta desculpa, pois, na verdade, quero é ter uma conversa com
aquele filho da puta.
— Tudo bem, amanhã vou, hoje quero ficar com o nosso filho — disse ela
ainda triste, não queria deixá-la sozinha, mas naquele momento eu tinha um
assunto muito sério para tratar.
— Venho almoçar com vocês — dou um beijo nela e abraço meu filho,
depois vou para a empresa acabar com aquele miserável.
Chego à empresa e minha raiva está em um nível muito alto. Pensei a noite
toda em qual maneira eu poderia fazer para aquele verme sofrer mais na
minha mão, não queria perder a cabeça ali no serviço, mas ele cometeu um
grave erro, mexeu com o meu filho.
— Bom dia JR — diz Natan sorrindo.
— Cara o dia ainda não está bom, mas ficará assim que eu ver aquele
monstro entrar por aquela porta — digo sorrindo e Natan me olha sério.
— Você brigará com Alysson de novo? — diz ele exasperado.
— Arrebentarei aquele infeliz, espancador de criança — digo nervoso.
— Que porra você está falando cara? — pergunta ele curioso e já irritado.
— Ontem meu filho me confidenciou que Alysson não só batia nele às
escondidas como também ameaçava a vida dele e da sua mãe, por isso meu
filho não gosta dele — Você tem ideia do que estou sentindo nesse momento,
na vontade que tenho de acabar com aquele homem?
— Você está brincando não é JR? Eu não acredito que aquele filho da puta
teve coragem de bater em uma criança e ainda ameaçar a Lilian. Como deve
ter ficado a cabeça do Benjamin — diz Natan indignado. Lilian me disse que
eles dois viviam uma relação de amor e ódio. Os dois nunca se entenderam e,
ao mesmo tempo, um não vive sem o outro, mas que o pior de tudo é Natan
querer disputar a atenção de todos com um menino de 4 anos o que faziam
eles se divertirem.
— Eu agora estou muito puto, mas vou te ajudar a pegar este safado, assim
que ele chegar indicarei uma sala dizendo que o Maurílio está chamando-o,
mas quando o idiota entrar trancarei a porta e você o arrebenta — dou um
sorriso animado.
— Combinado então — faço um toque com ele e me encaminho para a sala,
meu nervoso é tremendo e a minha paciência já não existe mais, assim que
ouço a porta abrir dou um sorriso vitorioso, estalo o meu pescoço e os meus
dedos.
— Que palhaçada é essa aqui? Por acaso você… — Não o deixo terminar de
falar.
— Cala a boca seu porco, não quero ouvir sua voz, mas os seus gritos, ah!
Esses quero ouvir e muito — ele começa a rir da minha cara e eu vou para
cima dele, dou o primeiro murro e ele desvia ainda sorrindo, isso me deixa
mais puto com ele, quero quebrar todos os dentes da sua boca.
Dou um chute na sua barriga. Ele é pego de surpresa e quando o Alysson
Abaixa um pouco do outro chute agora na sua virilha, foda-se que esse golpe
é baixo, eu quero é matar esse filho da puta. Começo a esmurrar a sua cara
enquanto ele ainda geme de dor, eu lembro do meu filho chorando e o meu
ódio aumenta.
Alysson tenta se proteger, mas estou com muita raiva e não dou tempo de ele
fazer nada. Chuto sua perna, barriga, braço, esmurro sua cara com força sem
ligar para nada, meus punhos doem, meu pé reclama e eu não quero saber,
tirarei sangue dele, a raiva que estou sentindo absorve a minha dor me
fazendo bater mais forte.
Não tenho pena dele da mesma maneira que ele não teve do meu pequeno.
Quero devolver todo o mal que ele fez ao meu filho quebrando este infeliz ao
meio, ouço vozes na porta batendo e mandando eu abrir, sei que é Maurílio,
ele é um dos donos do escritório e eu não quero saber se serei mandado
embora.
— Nunca mais toca no meu pequeno seu filho da puta, nunca mais bata em
um inocente.
— Você está fodido babaca — diz Alysson que começa a rir e cuspir sangue
— Tudo isso é medo de Lilian me querer de volta e te trocar.
Fico com mais raiva ainda, quando vou responder à porta é arrombada e vejo
dois seguranças entrando, Maurílio vem logo buscando o que está
acontecendo.
— JR Você está louco? Como agride um colega seu de serviço desta
maneira? — ele vai até o Alysson que faz agora cara de coitado.
— Eu não sei Maurílio, ai que dor — começa ele a gemer — Este cara do
nada me pegou aqui na sala e começou a me bater, você não deveria deixar
essa pessoa entrar no nosso escritório, ele é um desequilibrado mental e
poderia atacar um dos nossos clientes.
— Filho da puta — rosno querendo ir para cima dele, mas Natan me segura.
— Só irei te dar este aviso Maurílio, acho melhor este homem não participar
da nossa empresa — disse Alysson sofrido com cara de coitado, sua boca está
cortada e tem sangue escorrendo pelo canto, seu olho direito está
praticamente fechado, sua roupa rasgada e eu queria arrebentar ele mais
ainda.
— Não é nada disso Maurílio, você não sabe o que esse cara fez — antes de
eu terminar de falar chegam dois policiais e um deles vai até à direção do
Alysson todo solícito, acredito que o babaca seja amigo dele, o cara me
encara e depois o Alysson.
— Recebemos uma denúncia de agressão aqui no escritório e viemos
averiguar.
— Este cara me atacou sargento Pedroso, eu quero fazer uma denúncia contra
ele — diz o cretino.
— Senhor, preciso que me acompanhe até a delegacia — diz o sargento
Pedroso.
— Vou com toda certeza, também quero denunciar a agressão feita ao meu
filho — digo nervoso, nesta hora chega João, Heiki e não sei por que Yuki
também está aqui, acredito que Natan ligou para ele.
— Então teremos que levar vocês dois para a delegacia — diz o outro policial
que se chama cabo Queiroz.
— Foi ele Cabo, este cara do nada começou a me bater, ele chegou aqui com
uma louca acusação de agressão ao seu filho, por quem tenho muito carinho,
Benjamin é como um filho para mim também.
— Lava a boca para falar o nome do meu filho — grito nervoso.
— Acredito que ele precisa fazer algum exame, pois deve estar drogado e
veio para cima de mim sem eu ter dado nem bom dia — diz se fazendo de
coitado.
— Quero matar você — digo louco — Você é um monstro que bateu no meu
filho durante anos e fez com que a cabecinha dele ficasse confusa, meu filho
tem pavor de você seu miserável, agora estou devolvendo tudo fez para ele.
— Seu filho me adora JR, confessa logo que tudo isso é ciúmes da Lilian que
é minha ex-namorada — diz ele e vejo o sargento Pedroso ficar nervoso.
— Não acredito que fui tirado do meu descanso por causa daquela mulher
escrota — diz o sargento baixo, mas eu ouço.
— Você falou o que da minha mulher? — pergunto encarando o sargento que
já percebi ser babaca.
— Não falei nada, o senhor também quererá implicar comigo e desrespeitar
uma autoridade? — pergunta ele arrogante.
— Calma sargento, ele só está assim por medo de perder a sua mulher para
mim, ela só o quis depois que eu a dispensei — o policial concorda e sorri
parecendo gostar de saber disso.
— Chega deste assunto e vamos para a delegacia — diz o sargento puxa saco
de Alysson e eu concordo.
— Vamos que não deixarei a agressão ao meu filho passar — digo já saindo e
o sargento me olha zangado com um olhar de reprovação.
— O senhor tem como provar que seu filho foi humilhado ou maltratado pelo
doutor Alysson? — diz o sargento nervoso.
— Na época não foi realizado exame de corpo delito, então eu não tenho
provas materiais, mas a palavra do meu filho tem que valer algo, ele pode
testemunhar — digo firme.
— Senhor o seu filho é menor de idade e ele pode muito bem-estar sendo
coagido para dizer que foi maltratado pelo senhor Alisson — diz o sargento
puxa saco, defendendo o Alysson na minha frente, que parece querer sorrir.
— Não! Você não sabe o que está dizendo, meu filho jamais mentiria uma
coisa séria dessa, ele foi muito bem-educado pela minha esposa — digo sério
e percebo que a mandíbula dele fica tensa.
— Como disse, sem provas são só palavras ao vento.
— Ele foi humilhado e maltratado por Alysson e agora ele precisa, passar por
uma psicóloga para poder quebrar a barreira do medo que esse babaca fez
dentro dele — digo nervoso novamente e Maurílio me olha com pena, mas
sei que ele não irá intrometer nesta situação.
João, Nathan, Heiki e Yuki olham para Alysson mortalmente e os policiais
entram na frente querendo protegê-lo de tomar um pau deles, que porra
está acontecendo aqui.
— Vamos ou não sargento Pedroso — diz Alysson que dá um sorriso para
mim — Eu já tenho uma queixa contra ele e agora novamente sou atacado
covardemente.
Saímos de lá, fui com a polícia e os meninos atrás no carro de Heiki, eu já
respondo por aquele processo, sei que Alysson quererá ser vítima, só espero
que o delegado não acredite.
Chegamos à delegacia e Alysson já estava ansioso para me ferrar, entramos
na sala do delegado e o Sargento já deu uma versão dos fatos que eu não
gostei, o delegado deu um olhar para Alysson e ele torceu os lábios para
baixo parecendo desgostoso com aquele olhar ameaçador.
Lembrei que eu o conhecia, ele era o delegado da outra vez que demos parte
do Alysson.
— Delegado Marcos, quero pedir que este cidadão fique preso, acredito que
ele possa atentar contra minha vida — diz o filho da puta, e o sargento
concorda, o delegado levanta uma sobrancelha questionando a atitude dele.
— Quem decide isso sou eu e os fatos, JR gostaria de falar com o Alysson
primeiro e depois com você — diz ele educado.
— Marcos! Ele agrediu o doutor Alysson, você deveria mandá-lo passar pelo
menos uma noite aqui para se acalmar.
— Sargento! Quem decide isso sou eu, quero que não me chame pelo meu
nome, pois sou seu superior e não somos amigos, para você é “Delegado” —
disse Marcos e eu vejo o cara engolir seco.
Saímos todos da sala e deixamos o cretino dando seu depoimento. Melhor,
mentindo né. Quase vinte minutos depois e nada dele sair. Minha mulher
chega com Gabi, às duas estão sérias e profissionais como sempre, vejo o
olhar de nojo que o Sargento dá para Lilian que o ignora e vem até mim,
puxo ela para o meu braço e beijo sua boca gostosa.
— Como você está? — pergunta ela assim que paramos nosso beijo.
— Estou bem, mas não posso dizer o mesmo do seu ex — ela me abraça e dá
um sorriso escondido.
— Você bateu muito nele? — pergunta ela bem baixinho.
— Arrebentei com ele — digo sorrindo e ela me puxa e cola nossos lábios.
— Muito obrigada por nos defender — diz ela emocionada.
— Sempre, eu nunca mais deixarei alguém fazer mal para vocês.
Alysson sai da sala, seu sorriso que estava grande vai diminuindo e seus
olhos prendem na minha mulher, eu passo meus braços pela cintura de Lilian
e colo nossos corpos.
— Lilian — diz ele com um sussurro, ela me puxa e nós dois ignoramos ele.
Assim que sentamos em frente ao delegado, começo a contar toda a história
até aqui. Marcos parece que matará um. Percebo que sua raiva é em relação
ao que estou contando. Marcos alega não poder fazer nada devido eu não ter
nenhuma prova material. Infelizmente ele teve que concordar com o Sargento
babão e eu não posso fazer nada. Porque nenhum Juiz deixará de dar razão
para o renomado advogado para acreditar em uma criança, eles com certeza
irão expor meu filho. Mas, no final vão acreditar no Alysson e isso me deixou
muito puto. Observo a cara do policial que faz careta.
— Qual o problema sargento Pedroso? — pergunta Marcos percebendo a
cara dele que fica sério na hora.
— Nada, só pensei que veria as grandes Deusas em ação — diz ele em
deboche — Dizem que elas são muito competentes e se acham muito — diz
ele dando de ombro e a Gabi sorri.
— Eu não me acho querido sargento, eu sou boa no que faço e não deixo de
defender os inocentes.
— Será! Vocês parecem ser tão fracas — Lilian dá um sorriso e faz que não
com a cabeça.
— Não sargento, somos as melhores e tenho certeza que um dia você terá o
prazer de ver isso — Lilian olha com raiva para ele, já Gabriela se pudesse, o
atacava. Natan e João estavam putos e queriam processar o policial por
preconceito, pois foi claro o por que ele estava julgando as meninas.
Isso virou uma bagunça e Marcos teve que intervir, o que acabou deixando o
policial puto e Marcos que também é negro o colocou em seu devido lugar.
— Sargento Pedroso? — Marcos fala o nome do policial.
— Sim! — diz ele parecendo incomodado de ter que falar com Marcos.
— Nos deixa a sós por favor.
— Desculpa! Mas, não posso segurá-lo sem provas. Infelizmente terei que
liberá-lo — diz ele chateado.
— Tudo bem Marcos, eu ainda verei esse cara pagar o que fez para o nosso
filho — digo nervoso e Lilian me olha triste.
Depois voltamos para casa, eu estou com mais uma acusação de agressão e
tive que pagar uma multa exorbitante. Marcos disse que na próxima eu não
poderei pagar fiança. Então, me policiarei para isso não acontecer e eu não
ser preso, tomei um banho de banheira para relaxar os músculos e depois
amaria minha mulher para ela se acalmar, então almoçaríamos e eu procurarei
outro serviço amanhã mesmo, pois Maurílio iria me dispensar segundo me
contaram.
CAPÍTULO 17
LILIAN
UM MÊS DEPOIS
Não sei o que está acontecendo na minha vida, de uns dias para cá as coisas
deram uma virada louca, segredos foram aparecendo em forma de sofrimento.
Primeiro o pai do JR morreu e ele ficou em depressão, depois recebo cartas
com ameaças e por último a cereja do bolo descubro que meu ex-namorado
batia e mexia com o psicológico do meu querido e amado filho. Porra! Será
que estou pagando promessa e não terei a felicidade de ter conseguido formar
a minha família.
— Pecado está acontecendo algo? — diz Tentação entrando na minha sala, eu
estava tão perdida nos meus pensamentos que não vi ela chegar.
— Está acontecendo tudo Lu, eu não aguento mais tanta coisa vindo de lá
para cá. É pedrada atrás de pedrada, eu nunca fiz mal a ninguém. Não olhei
para o marido de outra, sempre fui uma boa filha e amiga, sinceramente não
vejo explicação para tudo que está acontecendo na minha vida — estou
indignada e ela vem até onde estou me abraçando.
— Amiga não fique assim! Você sabe muito bem que Deus não dá um fardo
maior do que aguentamos carregar. Sei que às vezes para nós é um pouco
esquisito e difícil ouvir isso. Pensar! Será que tem como piorar? Mas, garanto
para você que sim. Quando Deus nos dá algo em nosso caminho é porque
precisamos passar por este processo de aprendizagem e melhoria.
— Meu Deus! O que Harry fez com você? Gente até filosofando a mulher
está? — digo tirando sarro dela que cai na gargalhada.
— Minha amiga, o que um pau gostoso não faz conosco, não é? — diz ela
maliciosa e eu caio na risada.
— Faz bastante propaganda do seu homem e quando as piriguetes chegarem
junto dele, você não reclama — digo rindo.
— Ah! Por favor. Pecado eu me garanto. Se meu perneta fizer qualquer coisa
que me desagrade, acabo com ele. Começo cortando aquele pau maravilhoso
fora — diz ela confiante.
— Ok Tentação! Isso eu não posso retrucar, pois, aquele homem é louco por
você e também sabe das consequências se ele pensar em te trair ou magoar —
ela abre um sorriso enorme.
— E JR por você amiga, então não podemos reclamar — faço que sim com a
cabeça.
— Que dia a Galega chega? Pergunta ela curiosa.
— Amanhã, olha eu me surpreendi com a Fabíola, julguei que aquela mulher
iria me estressar mais ela a cada dia me mostra que mudou e eu acertei em tê-
la como minha assistente.
— Todas nós nos surpreendemos com esta nova versão 3.4 de Fabíola
Molina, eu me lembro bem de como ela olhava torto para a Gabi e se achava
superior, diz Tentação pensativa.
— Verdade, mas Fabíola não é mais aquela mulher fútil, arrogante e
ignorante, ela nos mostra isso com atitudes o que vale muito mais que mil
palavras
— Ela me disse que viajaria, mas não demoraria, pois, tinha um compromisso
sério com você — começo a rir se for o que estou pensando.
— Se for o que estou pensando, ela ainda vai nos surpreender mais ainda, ou
melhor, Fabíola irá se apaixonar.
— Eu não falo com a Galega faz dias, pois o processo que ela foi te
representar consumiu toda a energia e tempo.
— Sim, era algo muito importante e a danada ganhou, eu só não fui porque
estava dando atenção para o meu filho, JR fez uma semana de atividades para
nós em família como a psicóloga pediu.
— Como foi lá com ela, você parece ainda triste? — pergunta Tentação
preocupada.
— Posso te dizer que fui do inferno ao céu na primeira vez que fomos, o Ben
parecia um pouco inseguro e retraído, mas a doutora Vanessa nos mostrou ser
uma mulher competente e muito profissional. Tive medo de ser julgada por
não ter sido uma boa mãe, mas isso não aconteceu o que me deixou
extremamente feliz e animada com o tratamento, ela nos deixa muito a
vontade e acaba fazendo com que a conversa flua naturalmente — dou um
sorriso confiante.
— E o JR! Fará terapia também?
— Sim, ele aceitou ir para tirar o trauma da morte do seu pai, nós sabemos o
quanto aquilo o quebrou.
— Fico mais tranquila em saber disso Lilian. Ver você confiante e está
felicidade estampada no seu rosto, mostra que só precisa viver cada dia como
se fosse o último e jogue o passado para trás, pois quem vive dele é só museu
e professor de história, curta sua família e seja feliz.
— Sim, é um dia de cada vez como a doutora nos disse, agora chega desta
conversa triste, pois hoje tenho que ir à associação.
— Eu não fui lá este mês ainda por que Harry quer ir junto, ele está querendo
melhorar a escolinha e levar alguns olheiros para ver os garotos, veremos se
dará certo.
— Sim, verdade, não dá para prometer algo para eles e não cumprir — ela faz
que sim e logo voltamos a falar da Fabíola de novo. JR me diz que não
entende como conseguimos falar dez assuntos em simultâneo, fazer o que se
somos muito inteligentes e temos vários assuntos para discutir, não é? —
digo fazendo ela gargalhar.
— Com certeza, mas, fala aí, a Galega está indo bem na associação? Eu às
vezes tenho medo dela estar nos enganando — diz Tentação séria.
— Lembro do primeiro dia que ela chegou aqui, eu vi uma mulher derrotada
e triste com as suas escolhas no passado, mas gradualmente ela foi me
mostrando que mudou, acredito que Fabíola realmente tenha se arrependido
do que fez no passado para Kelly e Gabi.
— Somos duas, ela parecia nervosa, uma ratinha assustada — diz Tentação e
eu me lembro deste dia.
LILIAN ON
Estava conversando com Paixão sobre um caso que tirou o meu sono, quando
Gabi chegou com sua prima que era muito metida.
— Bom dia Deusas — diz Coração animada, ela sorri para sua
prima docemente — Olha quem chegou mais cedo meninas, acredito que
minha prima queria meter a mão na massa logo — diz Gabi meio apreensiva.
— Oi! Meninas bom dia, desculpe vir antes, mas eu não queria perder mais
tempo — diz ela parecendo com medo e isso para nós é novidade, pois
Fabíola sempre foi muito forte e determinada e hoje estou vendo-a sem
confiança nenhuma.
— Ok Fabíola, se você veio para trabalhar com tanta vontade assim, eu te
convido a colocar suas mãos na massa — ela sorriu agora parecendo mais
confiante. Olhei para Gabi e minha amiga estava toda feliz, tomara que está
nova Fabíola não queira pisar em ninguém aqui por que se isso acontecer eu
mesmo a processo.
Depois disso entreguei alguns processos que eu já avaliei para ela olhar só
por experiência e o resultado foi bem proveitoso e Fabíola passou pouco a
pouco a nos conquistar e hoje a Galega como Tentação a chama, faz parte
desta família louca e perfeita como a nossa.
LILIAN OFF
— Fico feliz de ela ter mudado e realmente hoje a galega é outra pessoa.
Antes de eu responder o meu telefone toca, olho na tela e vejo a foto que me
faz sorrir diariamente só de olha-la.
— Bom dia Sereia — diz JR todo animado.
— Bom dia amor — digo.
Chego no banheiro e coloco todos os bofes para fora, suor saem da minha
testa, meu cabelo fica grudado, sinto uma mão nas minhas costas e quando
sinto o perfume dele volto a vomitar novamente.
— Sereia o que você tem? Vamos para o hospital — diz ele preocupado.
— Nada disso. Foi algo que comi e me fez mal — falo firme e após um
tempo ali abraçada com o vaso sanitário resolvo me levantar.
— Sereia sua boca está pálida meu amor — diz ele amoroso
— Eu já estou bem amor — digo colocando minha mão na lateral do seu
rosto — ele sorri e meu coração acelera, JR abaixa para me beijar e eu
desvio.
— Nem pensar, escovarei meus dentes — ele concorda e sorri, algumas
mulheres entram no banheiro e se assustam com meu homem lá dentro — Me
espera lá fora — ele ia reclamar, mas eu não deixo — Estou bem, querido —
ele sai um pouco ainda preocupado.
Fico lá mais alguns minutos até realmente me sentir bem, pois estou um
pouco zonza, assim que meu corpo começa a me obedecer novamente volto a
andar e topo com meu marido andando de um lado para o outro.
— Você tem certeza que está tudo bem Sereia? — Pergunta ele acariciando o
meu rosto.
— Claro que sim amor — ele me puxa para os seus braços e me aperta —
Estou bem, fique calmo, ficamos assim por alguns minutos até Alex me
chamar e eu ter que olhar para aquela mulher safada.
A audiência correu tudo bem e a mulher nem sequer derramou uma lágrima
ao abdicar da guarda dos filhos, mas Alex estava emocionado por tê-los para
sempre com ele.
— Espero que você seja muito feliz com a sua escolha, pois eu não
conseguiria viver longe deles.
— Cala a boca seu pinguço, você deve estar odiando ter que deixar de ir para
o boteco final de semana, já que terá agora duas crianças para cuidar — diz
ela zangada.
— Eu não bebo mais há muito tempo, só comecei a beber quando você me
trocou pelo dono do banco, eu te amava e você me trocou por um homem que
fez agora a mesma coisa com você, mas eu nunca abandonei meus filhos por
nenhuma outra mulher — diz ele magoado.
— Alex, não vale a pena, estão todos nos olhando — eu pego no ombro dele
que concorda com a cabeça, a mulher dele abre um sorriso que parece uma
cobra pronta para dar o bote.
— Julgo que você é mais esperto do que parece, pois, pelo jeito está comendo
sua advogada — diz ela nos deixando chocados e JR chega atrás de mim.
— O único que come esta mulher sou eu. Vá jogar seu veneno para outro
lugar — diz ele me abraçando por trás e puxando meu corpo para perto dele.
— Então você é o corno — diz ela, eu perco a minha educação e vou para
cima dela mais JR me segura.
— Me solta amor, quebrarei a cara desta vadia — grito zangada e ele chega
perto do meu ouvido e sussurra para mim.
— Amor! Temos plateia, alguns até com celular, deixa esta mulher amarga
para lá. Sai dos braços dele, quando sinto seu perfume novamente, acabo o
empurrando e corro para o banheiro com JR atrás de mim me gritando.
Após mais uma seção de chamar o Hugo e eu colocar minhas tripas para fora,
volto ao normal, merda! O que comi que me fez tanto mal assim, começo a
me preocupar.
Saio do banheiro e desta vez JR não entrou por que tinha muitas mulheres lá.
Ele vem todo preocupado para o meu lado, mas antes de JR me abraçar, vejo
um cabelo loiro passar atrás dele, como torci para nos encontrarmos, sabia
que seria na hora certa, desvio do abraço dele e vou para cima daquela cobra.
— Oi! Cobra, quanto tempo não vejo seu veneno sendo espalhado por aí —
digo controlando a minha raiva para não quebrar a cara dela. Jessica vira para
mim já sorrindo, mas sua fisionomia muda quando ela olha para JR. Vejo ela
perder sua cor, então JR disse a verdade e essa víbora fez eu pensar que ele
escreveu aquele bilhete.
— Vocês estão juntos? — pergunta ela rápido.
— Não devido a você né Jéssica? Como fez aquilo? Por sua causa, meu filho
ficou sem conhecer o pai.
— Você acredita que eu deixaria um homem lindo como esse, com uma
vagabunda igual você — diz ela me olhando com desdém — Eu o salvei....
— ela não terminou de falar por que já meti a mão na cara da vagabunda.
Como ela estava de salto, Jessica acabou se desequilibrando e antes que ela
se recuperasse dei outro tapa fazendo-a cair que nem uma jaca podre e antes
dela pensar em se levantar voei para cima dela.
Jessica gritava e eu dei vários tapas na sua cara de vagabunda amarga, ela
tentava se proteger e acabou me arranhando no rosto. Aquilo me deu mais
ódio da cara dela, a esmurrei, o grito que saiu da sua boca veio após um
estalo e eu vi seu nariz entortar para a direita.
Queria quebrar ela no meio e estava pouco me lixando para aquela cobra
esperneando embaixo de mim, eu só via vermelho e queria acabar com ela de
qualquer jeito, JR depois que viu Jessica começar a ficar mole e não se
debater mais, resolveu me tirar de cima dela.
— Como assim atentado, Gabi qual o estado dele? — diz minha mulher
chorando.
— Não sabemos até ele acordar, mas seu braço direito e três costelas estão
quebrados, Lilian estou com medo e se ele não acordar — ela volta a chorar e
Rick pega o telefone.
— Oi Lilian é o Rick, acho melhor vocês virem para cá — diz ele nervoso —
Minha mulher precisa de vocês.
— Rick nós já estamos indo para o hospital, João e Heiki também sofreram
um acidente e eu falei para levarem ao hospital aonde o Yuki trabalha.
— Estamos aqui também JR. O Yuki não apareceu para o plantão — eu fico
preocupado, será que algo também aconteceu com ele? Lilian me olha
parecendo entender o que penso.
— Rick! Vamos ao apartamento dos meninos, tem algo errado acontecendo,
Yuki é muito caxias (pessoa que cumpre seus deveres e responsabilidades)
para faltar serviço.
— Concordo com você — diz Gabi
— Vou ligar para Paixão e avisá-la, pois, ela não sabe do acidente ainda —
diz minha mulher.
— Não precisa, Gabi avisou sobre Natan e ela já estava vindo para cá.
— Ok, até agorinha Rick. Toma cuidado, não sabemos se isso tudo é uma
coincidência.
— Ok, eu tomarei — desligamos o telefone e Lilian liga para Tentação que já
estava saindo, mas voltou correndo para o hospital.
Chegamos no prédio dos meninos e o porteiro falou que Yuki não saiu de lá,
perguntei se ele recebeu alguma visita e ele disse que sim, o entregador de
pizza e dois amigos da faculdade.
— Que horas foi isso? — ele olha no relógio que tem na parede.
— Meia hora atrás — pego o meu celular e vejo a última ligação de Heiki, é
no mesmo horário do acidente dos meninos, será que estou certo e eles todos
sofreram um atentado, Lilian vai correndo na minha frente enquanto eu a
acompanho.
Chegamos no apartamento deles e a porta está aberta. Seguro Lilian para
deixar que eu entre primeiro, entro e o apartamento está normal, nada fora do
lugar, mas existem gotas de sangue no corredor. Meu coração gela e eu sigo o
rastro do sangue que sobe pela escada e leva até um quarto. Deparo-me com a
cena que não queria, Yuki está só de cueca, seu rosto e corpo estão
ensanguentados, para piorar seus pulsos foram amarrados, ouço um grito
atrás de mim e minha mulher passa como um furacão.
— Não, Não, Não — ela pega no seu pescoço e vê se ainda há pulsação, ela
faz que sim e eu ligo para a emergência. Lilian chora desesperada passando a
mão pela cabeça dele — Ei meu amigo estamos aqui e ninguém mais fará mal
— diz ela olhando o peito e suas pernas com marcas de cinto ou chicote com
algum material cortante.
Assim que a ambulância chegou fomos atrás dela e Lilian pediu para que
Deus os protegesse. Mas o pior foi quando Gabi viu Yuki, ela gritava e não
houve quem não chorasse naquela sala. Até Rick se comoveu ao ver o
desespero dela, o médico disse que os cortes não foram fundos, quem fez isso
queria que ele sangrasse bem lentamente até a morte chegar.
Tentação foi a última a chegar e às quatro ficaram abraçadas uma amparando
a outra. Gabi após ficar calma contou que ela e Natan ainda estavam
trabalhando quando ele ligou para ela dizendo iriamos sair à noite e July não
estava feliz com isso, do nada Gabi ouviu seu grito e correu para o escritório
dele com a Lola. Como não o achou ela lembrou que ouviu barulho de porta e
correu para as escadas encontrando Natan desmaiado, com um corte na testa.
Depois disso o silêncio foi instalado enquanto amparávamos as meninas,
olhei para Rick e Harry e os dois me chamaram, saímos de perto das meninas
e conversamos.
— Isso foi um atentado — diz Harry sério.
— Mas, quem queria fazer mal aos quatro? — Que inimigo eles teriam em
comum?
— Pensei no meu pai, ele quer vingar de mim — diz Harry triste.
— Eu pensei em algumas ex-namoradas deles que quis se vingar, aquela
Mikaela é doida diz Rick — E você?
— Não tenho ninguém em mente, mas seja lá quem for, nós descobriremos
logo, nossos celulares começam a apitar avisando que chegou mensagem e
então todos olham, recebemos três fotos, uma do João e Heiki no carro,
desmaiados. A segunda do Natan todo torto no final da escada inconsciente e
a última, e mais chocante Yuki todo ensanguentado quase morto na cama, as
meninas começam a chorar e nós tiramos os telefones das mãos delas e
apagamos a mensagem, depois recebemos mais uma que diz.
“ISSO FOI APENAS O COMEÇO, POR CAUSA DE UM, TODOS
IRÃO PAGAR, ATÉ EU O DESTRUIR”
— Pelo jeito precisaremos descobrir logo — digo e eles concordam, quem
fez isso não sairá impune, tiraremos pedra sobre pedra e descobriremos quem
está por trás desta merda ou não me chamo José Roberto Stuart Vilela.
CAPÍTULO 19
LILIAN
Estamos todos aqui no hospital contando as horas para que algum médico
apareça e nos diga o que está acontecendo com os meninos. Paixão chora
desesperada por causa do Heike, fico triste por minha amiga, porque isso foi
acontecer? Justo agora que eles dois resolveram lutar pelo amor deles e ir
contra tudo e todos. Que Deus lhe dê forças!
JR também está bem cabisbaixo. Ninguém tira da cabeça dele que tudo isso
foi provocado pelo Alysson. Quando os meninos descobriram toda a verdade,
acabaram isolando-o. Eles não aceitaram o que foi feito com o nosso
Benjamin.
Logo a porta se abre e um médico aparece chamando.
— A violência sofrida foi muito grande, temos fé que tudo irá acabar bem,
ele já ter chegado com vida aqui, foi uma vitória — digo firme e o médico
concorda.
— Doutor há algo mais que possa ser feito? — pergunta JR e ele faz que não
com a cabeça.
— Já fizemos tudo que estava ao nosso alcance, ele teve 5 costelas
quebradas, os dois braços também estão quebrados em um lugar entre o
Úmero e a Una. O pulmão foi perfurado por umas dessas costelas, há cortes
no seu peito bem profundos, infelizmente ele está respirando com ajuda de
aparelhos, então não temos ainda um bom prognóstico de quando ele poderá
melhorar ou até mesmo diminuir a sedação. Precisamos esperar estas 48
(quarenta e oito horas) — seus pais agora choram abraçados copiosamente.
Yuki é o filho do meio e sempre foi o preferido, a única divergência deles é
Tayla, pois seus pais não querem que Yuki case com uma mulher que não
seja japonesa ou descendentes deles.
Ficamos ali chorando pela péssima notícia dada sobre o estado de Yuki e
nervosos por sabermos que mais amigos nossos podem também estar na
mesma situação. A porta do hospital é aberta e os pais de Heike chegam
desnorteados, sua mãe não para de tremer e logo ela fica abraçada a Paixão
que explica calmamente o que estamos sabendo.
Pensei que hoje ainda estaríamos comemorando a minha gravidez já que os
meninos iriam sair para isso, segundo o Trio parada dura JR teria que beber o
xixi do nosso bebê, comecei a rir, pois, ele nem nasceu e os doidos já
estavam fazendo comemorações loucas.
Ficamos ali mais um tempo, eu não aguentava mais permanecer sentada,
andava de um lado para o outro. A angústia tomava conta do meu peito pela
falta de notícias. Queria explodir, bater em quem fez isso, os meninos não
fizeram nada de errado. Pensei até na possibilidade de ser alguma ex-peguete
deles, pois mulher ferida pode virar o bicho, mas machucar os quatro acabou
tirando isto da minha cabeça.
Sinto um cheiro inconfundível e sei que meu marido está perto de mim, logo
seus braços rodeiam a minha cintura e ele dá um beijo no meu pescoço.
— Sereia! Você não pode ficar nervosa assim, isso faz mal ao nosso bebê.
Não seria bom você ir para casa e eu vou te dando notícias? — diz ele todo
preocupado.
— Nem pensar JR! Eu só saio daqui quando souber o estado de todos os
meninos — digo zangada.
— Sei que está preocupada meu amor, mas também precisamos pensar no
nosso bebê — viro para ficar de frente para ele e pego em seu rosto.
— Amor — ele abre um sorriso enorme e eu retribuo — Nosso bebê está
bem, pego sua mão e coloco em cima da minha barriga — Ele está
guardadinho aqui dentro e não deixarei que nada aconteça, me peça qualquer
coisa menos que eu vá para casa ok? Esses meninos são como meus irmãos,
não aguentarei ficar sem notícias.
— Mas, eu daria notícias para você — diz ele e eu o encaro vendo a sua
angústia, fico em dúvida se vou ou não, pois estou realmente cansada, mas
abandonar meus amigos também está fora de cogitação, coloco minha mão
por cima da dele e sorrio.
— OK amor, vamos com você, mas daqui a pouco ok — ele sorri para mim e
parece mais aliviado.
— Só para você descansar um pouco Sereia.
— JR eu não estou doente — digo e ele concorda.
— Sei amor, mas se você não descansar e acontecer algo, eu me sentirei
culpado e ficarei doente — diz JR com uma cara de coitado e se a situação
não fosse crítica até eu queria rir do seu biquinho lindo.
— Familiares do Senhor Natan Molina chama uma médica negra muito
bonita por sinal. Gabi, July e nós, chegamos próximos a ela.
— Boa noite! Meu nome é Silmara Sanches e sou médica do Senhor Natan, a
queda fez com que ele batesse a cabeça e ficasse inconsciente, além disso,
também provocou a quebra do seu braço direito, Gabi a olha com lágrimas
nos olhos.
— E como está o meu irmão agora? Acordado ou dormindo?
— Ele está sedado e achamos por bem deixá-lo assim por uns dias, pois ainda
há um pequeno inchaço no seu cérebro — diz ela calma.
— Mas, ele corre risco de não sobreviver? — Pergunta July aflita.
— Seu quadro é estável, se continuar assim, não irá demorar para retirarmos
a sedação, então saberemos como ele irá reagir.
— Doutora! Meu irmão está fora de perigo?
— Eu não posso garantir que o senhor Molina esteja fora de perigo, tudo
dependerá da reação dele — Gabi só faz que sim com a cabeça, antes de
voltar a falar.
— Posso vê-lo? — pergunta Gabi e a médica disse que um por vez.
Organizamos e a cada momento um ia vê-lo. Não perderíamos a
oportunidade de ter certeza como estava o nosso amigo, cada um se
emocionou e se tranquilizou um pouco por vê-lo respirando sozinho e sem
aquele bando de aparelhos igual o Yuki esta.
Esperamos mais um tempo até a porta abrir e João aparecer em uma cadeira
de rodas com o braço imobilizado e a perna esquerda engessada. Foi uma
comemoração ver que um deles estava acordado. Abraçamos o nosso amigo e
ficamos o tempo todo ao seu lado. Ele estava bem chateado com tudo que
aconteceu e queria pegar o culpado como nós.
Depois de um momento de alegria, recebemos a notícia de que Heiki também
estava em coma, segundo o médico que o atendeu a cabeça dele sofreu um
baque muito forte e acabou criando um coágulo, eles conseguiram tirar um
pouco do líquido fazendo diminuir a pressão, mas todo cuidado é pouco.
Paixão estava arrasada e nós á aconselhamos a ir para casa após sabermos de
todos e que ninguém poderia dormir com eles, viemos embora, mas com o
sentimento de culpa por não estarmos lá quando eles acordarem.
UM MÊS DEPOIS
— Vamos JR! Já estamos atrasados — digo estressada, não queria ir nesta
festa, porque dois dos meninos ainda estão internados. Mas, esta noite será
importante para o JR, ele irá representando o seu pai, não achamos certo
deixar de comparecer onde ele será homenageado.
— Você está linda meu amor — diz meu marido como sempre carinhoso, eu
abro um sorriso, convencida.
— Eu já nasci linda meu amor — digo e ele gargalha.
— Também já nasceu se achando né! — faço que sim com a cabeça e ele me
puxa beijando a minha boca com vontade, sua língua brinca com a minha em
quanto nossos lábios se moldam em um beijo cheio de promessas e
sentimentos.
— JR! Se você continuar me beijando assim, rasgarei a sua roupa e nós
faremos amor aqui no meio da sala — digo já excitada, os hormônios da
gravidez está me deixando insaciável e JR está amando este meu lado, leoa.
— Ah! Mulher! Não faça promessas que você não pode cumprir, já imagino
essa sua boceta apertadinha sendo comida pelo meu pau e pela minha língua
— diz ele passando a sua língua pela minha orelha e fungando no meu
pescoço, o calor que sinto é muito grande e ele quase me consome.
— JR! O Benjamin ainda está aqui em casa, July não chegou para ficar com
ele.
— Sereia! Eu só queria dar uns beijinhos em você, eu te juro que eles são
todos inocentes — começo a gargalhar.
— E a sua cara de pau supera todos os limites, inocente é o cacete. Estou
pegando fogo e quero ver se eu te atacar no meio daquela festa o que você
fará, ele me olha malicioso.
— Te levarei para o banheiro e irei foder gostoso — diz me beijando
novamente, somos interrompidos pelo nosso filho que entra entre nós dois e
começa a gritar que July chegou.
— Benjamin! Você crescerá e papai estará lá para te atrapalhar também —
diz JR e Ben olha curioso para ele.
— Atrapalhar você a fazer o que papai? Eu não fiz nada — tadinho do meu
bebê.
— Não deixou o papai brincar no playground, agora ele terá que esperar
voltar da festa, meu filho começa a bater palmas e gritar.
— Eu também quero brincar no parquinho — diz Ben sorrindo, coitado do
meu filho, não tem malícia ainda, olho para o JR sem saber o que responder e
ele gargalha.
— Eu também quero meu filho e muito, mas, esse parquinho que papai
brincará é só para adultos e você não fará parte ainda, porém, quem sabe
daqui a uns 13 anos, papai leva você em algum lugar que tem parquinho, daí
você vai se esbaldar.
— JR! Você está maluco, nosso filho não vai em um lugar desse, nem pense
em levá-lo — digo zangada e ele sorri em deboche.
— Calma meu amor — diz ele vindo me abraçar — Estou brincando.
— Brincando de verdade né JR — ele me aperta.
— Os hormônios já estão te deixando raivosa, bem que me avisaram sobre
mulheres grávidas virarem umas leoas — ele fala e gargalha, depois sussurra
no meu ouvido — Quero ver ficar assim na cama, aí o seu amor aqui está
feito — dou um beijo nele e saio rindo.
Saímos de casa atrasados e fomos para festa, fiquei muito feliz por ver
Vanessa com seu marido Kito, sua irmã Alice e seu cunhado João, sua mãe
Vitória e seu Pai Aurélio, como é bom ver essa família unida e feliz.
— Fadinha! Você por aqui, não sabia que também estaria nesta festa — digo
indo abraçar cada um deles.
— Sim, estou concorrendo como advogada revelação — diz ela sorrindo.
— Você já ganhou Fadinha, desculpa Lilian, mas minha mulher é foda — diz
Kito apaixonado.
— Não Kito! Minha Sereia ganha da Fadinha.
— Tá! Bom, crianças! As meninas são ótimas. Deixa-me dar um beijo na
Lilian e parabenizar pelo bebê. Essa família cada vez cresce mais. JR meu
filho, parabéns. Fiquei muito feliz quando soube da gravidez e pode ter
certeza que seu filho será mais um netinho para nós — diz dona Vitória toda
carinhosa e o senhor Aurélio concorda me deixando bem emocionada.
— Claro que sim. JR é um ótimo rapaz e você é linda também, o amor de
vocês foi crescendo gradualmente e nunca vi os olhos desse menino brilhar
tanto — diz senhor Aurélio que é uma pessoa bem reservada.
Alice Levanta para me cumprimentar e sua barriga está enorme e João que é
o seu esposo está com um sorriso bobo também, assim que sentamos, começa
a premiação.
O senhor Márcio ganhou prêmio como o melhor advogado trabalhista do ano
passado, ele foi lembrado por muitas vezes não ter cobrado o serviço para
pessoas carentes e ganhou a placa de honra ao mérito por vários resultados
positivos e ter exercido a profissão dignamente.
JR se emocionou muito ao ouvir algumas pessoas falarem do seu pai, era
como se nem ele mesmo acreditasse no que ouvia.
Alguns elogiaram o senhor Márcio contando sobre ações que ele prestou
voluntariamente a pessoas de baixa renda. JR se sentia a cada momento mais
orgulhoso do homem que o criou. Vanessa levou o prêmio de advogada
revelação na Espanha. Kito babou mais ainda pela sua esposa. Alice ganhou
como a melhor advogada na área criminal. Depois de tudo que aconteceu
para ela Alice resolveu defender mulheres que sofrem violência doméstica.
— Você aceita dançar comigo Sereia — diz ele ainda um pouco emocionado.
— Claro amor — vamos. Vanessa e Kito nos acompanham ao salão de festa.
CAPÍTULO 20
JR
Ontem era para ser um dia só de alegria, muitas coisas aconteceram, primeiro
que fui até ao médico com meu filho e fizemos os primeiros exames para
sabermos se temos a mesma doença que a minha mãe teve. Infelizmente ela é
hereditária e nós podemos vir a desenvolvê-la com o passar do tempo, hoje
nós não precisamos ficar preocupados. A única coisa que o médico disse, é
que após essa gravidez da Lilian, nós deveríamos evitar ter filhos, pois a
chance de eles terem a doença é de 50% pela minha parte.
Conversei com minha sereia e ela concordou com o que médico disse. Dois já
estaria bom para nós que somos filhos únicos e sabemos como é ruim ser
sozinho e não termos um irmão para compartilhar as nossas preocupações,
fazer arte, ser amigo incondicionalmente e nos ajudar a passar pelos
momentos difíceis e isso acalmou meu coração.
JR ON
Vejo minha mulher ir para o banheiro com Alice e Vanessinha, como pode o
mundo dar tantas voltas e aquelas pessoas que são importantes sempre
estarem guardadas no nosso coração, pois é assim que vejo uma amizade
entre todos nós. Podemos não morar no mesmo país, não nos falarmos todo
dia ao telefone ou só nos vermos em datas comemorativas. Nossa amizade
verdadeira está sempre lá guardada, pois ela não se abala com pequenas
coisas ou momentos desagradáveis, pelo contrário, ela se fortalece quando é
verdadeira e assim constato que é nossa amizade. Inquebrável, inabalável e
imperfeita, pois não existe nada totalmente perfeito.
— Vou atrás de um champanhe, pois hoje quero comemorar todas as nossas
vitórias, você me acompanha? — pergunto para o marido de Vanessa meu
amigo e grande engenheiro Kito.
— Claro que sim, será que Fadinha vai demorar? — diz ele olhando para a
direção do banheiro.
— Homem! Deixa a mulher respirar, ela não irá fugir de você não, esta
aliança e aqueles dois bebês, provam o tamanho do amor que existe na
relação de vocês, fique tranquilo, ela não será abduzida — digo sorrindo para
ele que me olha e mostra dedo.
— Já está igual ao Inácio. Ele tem mania de falar que preciso deixar a
Fadinha respirar — ele sorri — Acho graça do Inácio falar isso, pois ele
também não deixa a Diaba dar um passo sem ele.
— Em falar em Diaba, você está igual ela hein! Só mostrando dedo — ele
começa a gargalhar.
— Pior que aquela Diaba é doida mesmo, não há lugar para ela que possa
evitar levantar aquele dedo do meio. Esses dias, morreu o tio de um
funcionário nosso, ela foi representando a empresa e levou a Diana junto.
Chegou lá a Diana contou para ela que tinha mandado embora a secretária,
pois a mesma estava cantando Nick, a Diaba ficou doida e começou a xingar
a mulher de todos os palavrões possíveis fazendo gestos obscenos quase
matando a Diana de vergonha. Ela disse querer rir, mas fazer isso do lado do
morto seria um desrespeito né?
Começo a rir tanto que até a minha barriga dói, imagina a cena e a cara de
Diana que é toda delicada com Camila exorcizando a mulher que cantou
Nick. Inácio paga todos os seus pecados com aquela Diaba dele, porém,
ninguém fala nada, o homem é louco por ela.
— Aqueles dois se completam — digo e ele concorda, chegamos ao bar e eu
peço um champanhe para nós. Começamos a beber e conversar sobre a vida,
família e o rumo que tudo tomou. Ele queria saber a respeito do Trio Parada
Dura, de como os meninos estavam. Contei a situação e foi um momento
triste, pois dois deles ainda continuam internados. João já está bem e já saiu
do hospital, Natan já acordou, mas Yuki ainda está em coma e os médicos
não dão perspectiva de quando ele irá acordar, Heiki também ainda dorme.
Um homem negro, alto e forte se aproxima de mim, seus olhos são verdes e
ele me olha sério.
— JR quero falar com você — diz ele arrogante, eu o encaro.
— Primeiro, boa noite senhor, o meu nome é José Roberto e eu não estou
lembrado de você, eu te conheço por acaso? Eu já fui o seu advogado? —
pergunto no mesmo tom que foi falado a mim, ele não teve educação de nos
cumprimentar e já chegou falando como se eu e ele fossemos íntimos.
— Aquele Márcio era um incompetente mesmo, não acredito que ele nunca
falou de mim para você — fala mal do meu pai e acabo vendo vermelho, até
esqueço da educação me dada.
— Lava sua boca para falar do meu pai, quem você pensa que é para dizer
uma coisa dessa? Meu pai era um homem competentíssimo e venceu na vida
diante das suas adversidades, ele nunca chegaria perto de uma pessoa e a
trataria com tanta arrogância como o senhor fez — digo já irritado.
— JR! Sou eu meu filho, seu pai legítimo e não aquela cópia barata — diz o
cara com um sorriso de canto fingindo estar feliz em me ver. Fico em choque,
primeiro por ver a cara de pau dele de chegar como se fossemos amigos ou
conhecidos já que eu nunca o vi antes, segundo por agir como se não tivesse
abandonado a minha mãe e terceiro por falar mal do meu pai.
— Acho senhor, que deve estar havendo algum engano, o meu pai legítimo se
chamava Márcio Vilela e ele morreu infelizmente, então acredito que estou
sendo confundido — digo pegando no braço do Kito e dando as costas para o
cara.
— Meu nome é Rodolfo Work, eu e sua mãe éramos noivos e ela acabou
engravidando, eu era muito jovem e não queria compromisso, então a
abandonei grávida. O Márcio era um otário apaixonado por ela o que eu
sempre soube, acabou se aproveitando da fragilidade dela e assumiu você,
casou com ela e deu o nome dele para você — disse ele normalmente, eu
volto para encará-lo.
— Não senhor! Você está distorcendo a história, até a parte que você era um
moleque irresponsável do caralho, que só soube engravidar a minha mãe e
abandona-la está certo. Mas, o meu pai não era um otário apaixonado e nem
bobo por assumir uma criança que não era dele, o meu pai era um homem
que fez de tudo para que eu e minha mãe fossemos felizes.
— Ele não é o seu pai.
— Ele era — dou um passo em sua direção — Meu pai deu para nós,
amor, respeito e nos ensinou o que era ter uma família. O senhor pode ter
certeza que Márcio Vilela foi o meu herói, meu guerreiro, o homem que eu
me espelhei para ter um dia sucesso — ele bufa em deboche. Filho da puta.
— Você senhor Work, foi só um doador de esperma, que para nós, nunca
serviu para nada. Não sei porque veio me procurar. Pois, desde que descobri
a verdade, nunca tive interesse de saber quem era você. A não ser que é um
peso morto, que não fará falta na minha vida, como nunca fez antes. Quem
teve um pai de ouro como Márcio Vilela, não precisa de outro pechisbeque,
pior ainda de um que seja tão arrogante e prepotente, que se acha melhor do
que todo mundo.
— Márcio te fez um homem fraco, cheio de frescura.
— Ter humildade e respeito ao próximo não te faz uma pessoa fraca. O
senhor viu aqui o que foi dito sobre ele, percebeu o quanto seu coração era
enorme e a cada revelação feita hoje foi surpreendente para mim, eu tive
muito orgulho de dizer que sou filho dele, já de você eu teria vergonha de
falar.
— Chega seu moleque insolente, eu sou o seu pai, esqueceram de te dar
educação? — pergunta ele tentando segurar o meu braço e eu me esquivo.
— Tive a melhor educação que alguém poderia ter, não te reconheço como
pai, não sou o seu filho. Apesar de nunca saber quem é você, neste pouco
tempo que tivemos, eu pude perceber o quanto ganhei de não ter o senhor
como pai, pois não gostaria de me olhar no espelho e me ver como você.
— Você precisa me respeitar, pois, querendo ou não, sou seu pai legítimo.
— Não senhor. Pai é quem cria. Educa. Dá amor e está ao seu lado nos
momentos bons e ruins. Meu pai se chama Márcio Vilela não conheço outro e
nem quero conhecer, peço que esqueça da minha existência, sou feliz sem
precisar do seu amor e continuarei assim, não se aproxime de mim e nem da
minha família.
— JR! — o corto
— Quem me chama de JR só são os meus amigos e a minha família. Você
não tem intimidade para me chamar assim, para você, sou Doutor José
Roberto Stuart Vilela e não JR. Pedirei mais uma vez. Se afaste de mim, não
quero nunca mais olhar para sua cara, mas quero aproveitar a oportunidade
para lhe agradecer, obrigado por abandonar a minha mãe, agradeço por ter me
dado o melhor pai do mundo e você não ter sido importante na minha vida.
Através do meu pai Márcio Vilela, conheci a palavra amor, compaixão,
respeito e família. Então, não me procure mais, pois de você eu não quero
nada — viro as costas e Kito me acompanha, não dizemos nada, vejo minha
Sereia também se aproximando e chamo-a para ir embora, a noite acabou e o
tal Work ainda insiste em falar comigo. Este homem me estressou e eu não
quero mais nenhum contato com ele.
Chego na nossa casa e minha mulher me relaxa da melhor maneira possível,
fizemos amor a noite inteira, com a gravidez Lilian está com fogo e eu não
reclamo. A mulher a cada dia está mais gostosa, acabei até esquecendo da
existência daquele homem. Mesmo, que às vezes me incomodasse ele ter tido
a coragem de falar mal do meu pai. Sei que com o tempo, tudo voltará ao
normal, até porque tenho uma família para dar amor e não tenho tempo de
ficar preocupado com alguém que não me quis.
JR OFF
— Amor, amor — acordo do meu transe com Lilian estalando os dedos na
minha frente.
— Desculpa, estava lembrando da noite de ontem. Não se preocupe, que logo
será esquecido, não posso negar que foi bom saber quem doou o esperma
para minha mãe e poder saber que fui alguém muito melhor longe dele me fez
bem. Não quero mais nenhum contato com ele, só quero ser feliz com a
minha família e meus amigos.
— É isso mesmo meu amor, quero você forte como sempre foi, você teve um
Pai maravilhoso e é através dele que precisa se espelhar para os nossos filhos
— diz ela sorrindo e sentando no meu colo. Meu pau fica duro assim que
sente o calor das nossas intimidades. Com a minha mulher é assim, ele parece
ter um radar que o deixa excitado quando nos encontramos e tocamos, parece
haver uma eletricidade que começa no dedão do pé e vai até o último fio do
meu cabelo.
— Como está, nosso pimpolho? — pergunto passando a mão na sua barriga e
ela abre um sorriso lindo.
— Filho não é agora e sim depois do almoço, pois precisa marcar horário lá
na clínica e ele só tinha este — ele faz cara de desapontado, mas depois
concorda, ficamos ali conversando e eu mais uma vez admirando a linda
família que tenho. Logo meus sogros chegam, eles estão ansiosos para saber
se terão mais um neto ou uma neta?
Depois do almoço nos encaminhamos para a clínica, eu estava super nervoso,
não porque poderia ter uma menina, mas sim para ver se estava tudo bem
com o bebê, o que Deus mandar será recebido de braços abertos por nós.
Fomos chamados para entrar e Benjamin saltitava como um louco para ver
sua irmãzinha na televisão, esse é o nome que ele deu para o aparelho de
ultrassom. Quando ouviu o seu coraçãozinho, meu Ben se emocionou junto
conosco. Segundo ele, sua irmã estava parecendo correr, porque seu coração
estava batendo muito rápido. A doutora falou que nunca viu uma criança ficar
tão feliz de ver outra, pois às vezes eles têm muito ciúmes do irmão que
chegará.
— Papai! Olha lá que linda minha irmã — diz Ben passando os dedinhos pela
imagem e eu repreendo com carinho.
— Não pode mexer aí meu filho, vem aqui por favor — chamo ele que vem
para próximo de nós, triste.
— Ah! Papai, queria ver minha irmã mais um pouco de perto — disse ele
fazendo um biquinho, depois ele se aproxima da barriga da mãe e começa a
conversar com a irmã.
— Oi! Irmã, como você está aí dentro? Eu vi como é bem apertado aí, né?
Você não pode brincar aí dentro? Coitadinha de você, não dá nem para tomar
banho, você deve sair daí de dentro um pouco fedida — ele enche a barriga
de Lilian de perguntas, fazendo com que todos na sala achem graça.
— Vamos ao grande momento, será que Benjamin está certo e ganhará uma
irmãzinha? — diz a doutora rindo e ela começa a procurar até achar o órgão
sexual do bebê.
— É JR pode comprar a espingarda, pois vem aí uma menininha. Parabéns.
Benjamin você ganhou uma irmã — diz ela e Benjamin começa a
comemorar. Meu filho beija a barriga da minha mulher várias vezes e diz que
ama a irmã, não há momento mais emocionante que esse, acabamos chorando
de observar o quanto ele está realizado com a vinda dessa irmãzinha.
— Eu te amo irmã, eu te amo Pocahontas — diz ele e Sereia me olha sorrindo
com lágrimas ainda descendo, nós ainda não escolhemos o nome da nossa
filha, mas pelo jeito ela já ganhou um apelido carinhoso.
Depois disso saímos e fomos ao shopping, Lilian já queria começar a
comprar as roupinhas da nossa Pocahontas. Ela já está de 5 (cinco) meses e
não quer esperar mais. Vimos os móveis para o quartinho da nossa filha e
Ben deu várias opiniões, adivinha que decoração ele escolheu para o quarto
dela? Claro que seria da Pocahontas, o que aceitamos, porque realmente
ficará muito bonito.
Voltamos para casa e mais uma vez fico ouvindo Ben dizer que a irmã será
linda, coitado do meu filho, tenho certeza que terá muito ciúme dela também
quando crescer, mas deixarei ele descobrir isso sozinho. Ben é superprotetor
e ele será assim com a irmã.
Após chegarmos em casa, fiz uma massagem nas costas e nos pés da minha
mulher, ela reclamava de dor, a sua barriga está bem grande e a médica falou
que a bebê será enorme. Ela pediu para Lilian parar de trabalhar a partir do 7
mês. Meu celular começa a tocar e vejo ser o João, meu coração dispara, será
que algo de ruim aconteceu, não pode ser, isso acabará quebrando todos,
pego o meu telefone e saio do quarto bem de fininho, porque Sereia está
cochilando.
— João! Boa noite, aconteceu algo? — pergunto nervoso.
— Sim, JR, aconteceu cara — diz ele gritando — A porra do Japonês
acordou e você acredita que ele já pediu um yakissoba (é um prato de origem
chinesa, que se popularizou no Japão, ele é feito de legumes e verduras que
podem ou não ser fritos com o macarrão e aos quais se agrega algum tipo de
carne — diz João gargalhando.
Eu também acho graça e sinto que tirei um peso do meu peito, pois ainda
acredito que tudo isso aconteceu por minha culpa, Marcos e Melo ainda não
descobrirão quem é o filho da puta que fez os atentados, mas eles disseram
que não irão desistir, até colocar o culpado atrás das grades, Sereia logo
aparece atrás de mim com cara de sono.
— O que foi meu amor? — pergunta ela, eu abro um sorriso enorme, porque
realmente me apeguei muito a esses meninos.
— Amor! Tenho uma notícia ótima para você — ela me olha em expectativa
— Yuki acordou — Lilian dá um grito e vem até mim, abraçando e já
chorando, ela toma o telefone da minha mão.
— Meu Deus! Que milagre, estamos indo para aí — diz ela desligando o
telefone na cara de João, logo pegamos o Ben e fomos para o hospital, porque
após eu ter tido a decepção de encontrar aquele homem. Hoje tenho alegria de
sobra para comemorar. No final tudo deu certo, como diz o ditado “Nada
melhor que um dia após o outro” e isto hoje foi comprovado por mim.
CAPÍTULO 21
LILIAN
Chegamos ao hospital e a alegria era contagiante, os meninos estavam
acordados e bem, mas, fiquei preocupada quando Yuki perguntou quem era
JR. Um movimento sutil de João mostra que ele perdeu a memória. Eles
falaram que ele é o JR, meu marido.
— Pecado! Quanto tempo, estou feliz em te ver minha amiga, já soube, uma
menininha vem aí — diz Yuki sorrindo e Ben resolve responder por mim.
— Não tio, não é uma menininha, ela é minha irmãzinha, a Pocahontas —
disse meu filho beijando a minha barriga, não tem como não se emocionar de
observar o quanto Benjamin está apaixonado pela irmã, Yuki olha para ele
sem entender.
— Pocahontas? — Pergunta Yuki sem entender — Será o nome dela? —
Benjamin sorri e faz que não com a cabeça.
— Tio Yuki, você está muito bobinho, coitadinho dele, mamãe — diz ele me
olhando e Yuki tem um sorriso enorme para o seu lado. Benjamin pega o meu
celular e eu já sei o que meu filho quer, vou à internet e acho a imagem da
Pocahontas, ele vai todo feliz mostrar para o Yuki — Minha irmã será igual
ela — diz ele todo contente.
— Tem certeza? — pergunta Yuki já enciumado e Benjamin confirma, sério
que esses meninos estão acreditando nisso — Então precisamos montar uma
estratégia hein! Cara — diz ele encarando meu marido que concorda — Nada
de namorado até os trinta e cinco, depois nós vemos o que acontece — JR
sorri e vai até ele batendo as mãos com os punhos fechados.
— Olha aqui Yuki, pode parar com a sua loucura, JR já está piradinho com
esta história de querer prever o futuro amoroso dela, minha filha vai namorar
antes e muito se vocês querem saber, não venham querer comandarem a vida
dela, eu proíbo vocês 4 (quatro) estão entendendo? Proíbo — digo nervosa e
ele sorri.
— Ok Pecado, não vou mais armar um plano para não deixar que nenhum
marmanjo se aproxime dela — diz ele piscando para JR que sorri cúmplice,
ah! cretinos vão aprontar — Estava com saudades da sua marra é bom estar
de volta — diz ele emocionado.
— Eu que estou muito feliz em te ver bem — Yuki me olhando com lágrimas
nos olhos, dou um beijo em sua testa e ele sorri. A porta é aberta e Tayla
entra no quarto. Yuki a olha sério e não sorri. Merda! Ele esqueceu dela? Eles
se amam, espero que o amor deles sobreviva a batalha que irão enfrentar.
— Oi! Tayla — ele fala sem nenhuma emoção.
— Achei que ia te perder — diz ela agora chorando, Tayla se joga em seus
braços e coloca sua cabeça no peito dele, lágrimas saem em abundância, Yuki
faz carinho no seu cabelo, nós saímos para dar privacidade a eles e Tentação
que não tem um pingo de sutileza convidou os pais dele a se retirarem
também do quarto para deixar os dois a sós, vi a raiva no olhar deles e
acredito que esses dois realmente vão entrar em uma guerra, só torço para
tudo dar certo.
— Não vamos sair, meu filho acabou de acordar e não está bem pata ficar
sozinho com estranhos — a mãe dele encara Tayla que a olha seria.
— Mãe! Pode ir, Tayla é minha colega e amiga das meninas — vejo quando
ela volta seu olhar para ele confusa.
— Colega? Pensei estarmos juntos — ele começa a rir nervoso.
— Tayla! Para com esta brincadeira. Você sempre me deu toco e nós
vivemos em guerra.
— Yuki! Que brincadeira é essa?
— Tayla! Não estamos juntos — diz ele convicto. Olho o sorriso no rosto
dos seus pais. Merda! Tayla vira as costas e sai sem falar nada, enquanto
Yuki nos olha esperando resposta. Tentação vai atrás de Tayla no momento
que o médico chega e conta que Yuki só não lembra de acontecimentos
recentes, que tudo está bem.
A cobra da mãe dele pergunta sobre sua alta e ele disse que bem provável que
seja daqui a dois dias. Saímos e encontramos Tentação. Ela nos contou que
Tayla saiu arrasada. Porra! Esses dois negaram tanto esse amor que quando
resolvem vivê-lo acontece esta merda. Torço para eles conseguirem. Os pais
dele sai do quarto acompanhando o médico e nos olham com raiva. Eles
nunca gostaram de nós termos amizade com Yuki, então, que se danem.
Resolvemos ir embora, nos despedimos de nosso amigo e ignoramos a cara
feia dos pais.
— Você sabe que os pais dele queriam te matar né? — pergunta Coração e
Tentação ri.
— Justo comigo que sou paz e amor — diz ela com deboche e nós
começamos a rir.
— Ah! Meu amor! — Você pode ser tudo no mundo menos paz e você sabe
disso marrenta — diz Harry a abraçando.
— Senhor Perneta, não me provoque, você sabe que ainda vamos ter aquela
conversa — diz ela se soltando dele que resmunga.
— Mulher ciumenta é uma porra mesmo- — diz ele sorrindo — Eu te amo e
adoro te ver querendo matar todas que dão em cima de mim — fala todo
apaixonado.
— Ok, em casa conversamos e eu vou te fazer esquecer essas safadas que
ficam galinhando no meu terreiro — diz ela mandando beijo para ele que
sorri e fala com JR. Depois Fomos embora e levamos Benjamin e Pocahontas
para tomar sorvete, voltamos para casa onde terminamos a manhã brincando
com o nosso filho e depois do almoço arrumei para sair.
— Amor, vou para a instituição, preciso ajudar na nova ala e hoje teremos
assistência jurídica — digo animada e ele me olha preocupado — JR estou
grávida e não doente.
— Amor, eu me preocupo com vocês — diz ele triste e eu me aproximo
passando a mão em seu rosto.
— Nada irá me acontecer — ele me olha apreensivo — Sei que você tem
medo de que algo me aconteça depois que os meninos sofreram os atentados.
Estou segura, tenho certeza que os dois seguranças contratados darão conta
do recado — digo abraçando-o forte, desde o dia dos atentados que JR fica
controlando os meus passos e tem medo de que algo aconteça, mas isso não
quer dizer que deixarei de viver por estar com medo.
— Eu não poderei ir agora com vocês, tenho uma audiência daqui a pouco,
mas assim que ela acabar, vou para lá, seus pais ficarão com Ben? —
pergunta ele curioso.
— Sim, pode ficar tranquilo, além disso, o segurança dele ficará aqui na
porta.
— Isso me deixa um pouco mais tranquilo — responde ele, mas sinto que não
tem tranquilidade nenhuma na sua voz.
— Tudo bem, eu preciso ir. Fabíola me espera — ele concorda e depois me
dá um beijo e sai para ir aprontar, saio de casa e Fabíola já está no carro me
esperando com os seguranças, nós vamos para a instituição, pois, hoje
teremos que dar assessoria para a população.
Chegamos lá e a fila estava enorme, pelo jeito desta vez as mulheres
resolveram vir e lutarem pelos seus direitos. Começamos o atendimento e
logo já temos várias ações sobre pensão alimentícia. Pedidos de medidas
restritivas de aproximação. Divórcios e reconhecimento de paternidade
mediante a pedido de DNA. Fabíola está me saindo uma ótima estagiária
quem diria que aquela menina fútil e inútil que tanto humilhou sua prima
Kelly hoje se transformasse em uma ótima amiga. Ela e Tentação ainda estão
se adaptando e gradualmente espero que às duas se acertem.
— Buscarei água e café você quer? — pergunta ela animada.
— Sim, por favor, quero só água — ela sai e eu volto a atender Natasha, ela
quer pedir um teste de DNA para o Falcão, agora sim, estou lascada, o cara é
só o chefão do tráfico aqui no bairro que estamos trabalhando. Fabíola chega
com a minha água e uma cara nem um pouco agradável.
— O que foi Fabíola? Aconteceu algo no meio do caminho — vejo que está
com raiva.
— Não, só achei um babaca que se acha o bam, bam, bam — diz ela nervosa
— Você acredita que ele quis cobrar o café.
— Você foi na lanchonete comprar? Pensei que pegaria no salão — digo e
ela faz que sim.
— Pois fui ao salão e encontrei esse cretino, ele disse que sou patricinha e
tenho grana para pagar e não poderia pegar o café de graça.
— Fabíola! O café está lá para todos do mutirão tomarem — digo e ela anda
de um lado para o outro.
— Quem aquele cretino pensa que é para falar assim comigo? A cara dele
azeda para o meu lado me deixou estressada.
— Quem cobrou pelo café? — pergunto e ela fica nervosa.
— Não sei! Ele é negro, alto, cabelo cortado como militar, seus olhos me
desafiaram, enquanto sua boca era bem pecaminosa — disse ela bem na hora
que Alex entra, ele foi meu cliente a um tempo atrás quando ganhou a guarda
da sua filha.
— Alex! Chamo ele feliz — Qual o motivo da sua ilustre visita?
— Oi! Doutora, vim só trazer os óculos que a Patricinha deixou lá — diz ele
se aproximando de Fabíola com um sorriso convencido — Eu aceito pecar
com você branquinha — disse ele sussurrando no ouvido de Fabíola que fica
sem reação, ele pisca para nós e sai deixando ela vermelha igual um
pimentão.
— O que foi isso, branquinha? — falo sorrindo e ela me mostra dedo — Olha
só já está com a mesma mania da Tentação.
— Me poupe doutora Lilian ele não é o meu tipo — diz ela virando as costas
— Além disso, nunca daria certo.
— Fabíola! Supus que você parou de ser preconceituosa? — ela vira para
mim com os olhos arregalados.
— Pelo amor de Deus Lilian! Não leve as coisas por esse lado, não tenho
nenhum problema por ele ser negro, não mais, se fosse antigamente com
certeza eu não iria reparar em sua beleza, mas somos de mundos diferentes.
— Não existem mundos diferentes, todos vivemos e sobrevivemos em um só,
abra sua cabeça e deixe as coisas acontecerem naturalmente — digo e vejo
dúvida em seu olhar.
— Não sei Lilian, mas prefiro não imaginar coisas, ele com certeza estava
brincando com a minha cara e viu que conseguiu me irritar.
— Não concordo e acho que se você não der logo sua boceta vai acabar
ficando virgem novamente — digo e logo chega uma moça com um
hematoma no rosto, sentamos com ela que começa a falar o motivo de ter ido
até nós.
Maria Clara é o nome dela, é uma moça muito bonita, seus cabelos pretos vão
até à cintura, seus olhos são castanhos e perto da sua boca a um hematoma,
acredito que se ela fosse branca este hematoma estaria parecendo bem pior,
mas sua pele negra acaba não deixando aparecer tanto.
Maria me disse que seu namorado é um homem muito violento e ontem ela
descobriu estar sendo feita de boba por ele, pois o mesmo fez outra como sua
mulher perante o bairro, quando ela foi confrontá-lo, tomou esta surra, ela
falou que seu corpo estava todo dolorido e que ele a humilhou, depois
mandou seus homens a seguirem proibindo de sair de casa.
Quando soube do mutirão aqui na comunidade ela resolveu vir escondido,
bateu na cabeça de um dos homens e acabou correndo para cá.
— Maria! Precisamos pedir uma proteção para você, não adianta voltar para
sua casa, pois creio que ele já descobriu a sua fuga — ela treme os lábios e
seus olhos enchem de lágrimas.
— Ele nunca foi violento comigo, mas segundo o filho da puta me disse, eu
estava criando asas e elas precisavam ser cortadas.
— Então você irá perdoá-lo?
— Jamais, não fui criada para apanhar de homem nenhum, piorou de um que
dizia ser apaixonado por mim — diz ela decidida e eu adorei.
Liguei para Marcos e conversei com ele sobre o caso de Maria, ela irá entrar
no programa de proteção à testemunha, pedi para Fabíola levá-la escondida
no meu carro. Eles saíram e eu vi quando Alex ficou olhando para ela, resolvi
dar uma de cupido e chamei ele na minha sala.
— Alex que brincadeira foi aquela com a minha assistente? — perguntei e ele
deu de ombro.
— Estava me divertindo com a cara de irritada dela — diz ele sorrindo.
— Alex! Não joga em Fabíola suas frustrações, ela não é sua ex-mulher,
garanto que não são iguais, sei que aquela vaca te traiu com um homem rico e
isso o magoou muito, mas não aceitarei que trate Fabíola mal devido ao seu
passado.
— Eu sei que ela é patricinha e não vou mais olhar para o lado dela doutora,
quero ficar bem longe deste tipo de mulher — diz ele saindo, quando Alex
abre a porta, levo, um susto, seis caras entram armados até os dentes e eu me
seguro para não gritar. Eles apontam as armas para todos nós e Alex volta
ficando ao meu lado, ninguém fala nada e Alex resolve perguntar o que está
acontecendo.
— O que está acontecendo aqui Feijão? — pergunta ele para um cara
baixinho que tem um corte de cabelo com alguns desenhos, o cara olha para
ele e dá um sorriso mostrando três dentes de ouro.
— Patrão está atrás de algo que é dele, segundo nos falaram ela esteve aqui
mais cedo e ele quer dar um papo com a doutora aí — disse ele me olhando.
— Eu não sei o que ele está procurando e também não sei quem é o seu
patrão?
— Oh! Dona! Não vem com KO para o meu lado não, tu és cheia dos estudos
aí e não vem pagar de burra para o meu lado não.
— Mas eu.... — Não termino de falar por que vejo um movimento na porta.
— Você o que Porra? Cala o caralho da sua boca — diz um cara entrando na
sala gritando, seu olhar é mortal para mim e eu estremeço de medo, acredito
que hoje é meu fim — Vou te perguntar uma coisa e espero que você não
queira apanhar, onde está a minha mulher sua vadia? Fico quieta, pois não
sou vadia — Esta surda caralho?
— Cara para que esta ignorância com a doutora? — ele vem para o meu lado
e dá um murro no estômago do Alex.
— Fica na sua aí filho da puta — diz ele xingando Alex, depois o cara pega
no meu queixo e aperta forte — Cadê ela cadela?
— Quem é sua mulher? — pergunto tremendo de medo e ele abre um sorriso.
— Maria Clara e me disseram que o último lugar que ela esteve foi aqui —
ah! fodeu! — Então cadê minha mulher? — Senhor Jesus, o que eu faço.
— Você é o Falcão? — ele sorri e eu seguro minhas lágrimas.
— Ao seu dispor doutora, agora não enrola e me diz cadê ela? — ele aperta
mais meu maxilar e eu solto um gemido de dor, olho seus olhos vermelhos e
sinto o cheiro forte de álcool, pego na minha barriga e me arrependo por não
ter ouvido JR.
CAPÍTULO 22
LILIAN
Por favor, Lilian pensa, você não é nenhuma pessoa indefesa, precisa agir
para proteger sua bebê, eu não posso correr o risco de titubear na frente dele,
preciso ser firme e enganá-lo, agora tenho que ter prudência e calma.
— Senhor Falcão, é um prazer conhecê-lo, eu sou a Deusa do Pecado e
garanto ao senhor que nunca vi nenhuma Maria Clara — digo humildemente
enquanto ele afrouxa a mão do meu maxilar e fico feliz pela minha voz não
tremer.
— Como não doutora! Você está me achando com cara de otário? Meu
homem a viu entrando aqui e correu para me avisar, você está chamando-o de
mentiroso? — diz Falcão nervoso me encarando, eu dou um passo para trás,
ele olha para o tal feijão — Manda chamar o Pipa, quero vê-lo aqui e agora
— o cara só concorda e sai rápido. Aí meu Deus, estou ferrada, por favor me
ajude.
— Se esse, filho da puta estiver mentido, cortarei a sua língua fora, X9 e
mentiroso não cria no meu bairro não — diz ele, fico nervosa, não quero ser
culpada por uma mutilação, piorou sabendo que o cara não está mentindo.
— Senhor Falcão, ele pode ter se enganado, não pode sair arrancando a
língua dos outros por pensar que estão mentindo, existe leis para podermos
fazer justiça — digo tentando amenizar a porra da situação e o cara dá uma
gargalhada sinistra.
— Doutora! No mundo que vivo, não esperamos a justiça para resolver os
nossos problemas, ela é feita aqui mesmo, eu sou o Juiz e condeno aquele que
faz algo contra o que ordenei — diz ele com um ar sombrio, sinto um arrepio
passar na minha espinha de medo.
— Mas isso está errado — ele me olha parecendo bem irritado.
— Acho que você já falou demais, está na hora de calar a sua boca e torcer
para que o Pipa não confirme ter visto ela entrando aqui. Porque se isso
acontecer sobrará para o seu lado — diz ele me ameaçando novamente, eu
torço para que não ache esse tal de Pipa, espero que ele tenha voado para bem
longe daqui.
Abaixo e me aproximo do Alex que está sentado no chão após ter seu
estômago socado.
— Alex como você está? — pergunto preocupada.
— Bem doutora, foi só um soco, poderia ter sido pior e meus filhos estariam
órfãos — arregalo os meus olhos.
— Você está dizendo que ele iria te matar? — Alex confirma.
— Doutora — chama ele bem baixinho — Conta para o Falcão onde está a
mulher dele, pois senão todos irão sofrer as consequências — diz sério.
— Eu não posso Alex, ela já saiu do bairro — sussurro só para ele ouvir.
— Então estamos ferrados — diz ele preocupado.
— Não entendo Alex, se ele gostava tanto dela assim por que escondeu e não
a fez sua mulher? — pergunto sem entender o motivo dele estar fazendo este
escândalo, Alex me olha e parece incomodado com a resposta que irá me dar.
— Preconceito Doutora, ele como dono do tráfico e chefe, precisa desfilar
pelo bairro com as mais bonitas. Maria era uma mulher de beleza rústica, que
só quem a conhece consegue entender o seu charme, fora que ela é negra, os
outros traficantes estão sempre aqui com as esposas brancas e a maioria
loiras.
— Mas isso é um absurdo, ele deixou de fazê-la sua esposa só porque ela era
negra? — ele faz que sim com a cabeça e volta a falar.
— Eu estive na festa ontem e a menina que ele fez como sua esposa é uma
loira insuportável que já pagava de rainha do tráfico antes, ela e Maria já
discutiram várias vezes. Tudo piorava quando via Maria conversando com
Falcão, a mulher perseguia Maria e a tratava mal, o problema é que eu
sempre a alertava que ele só estava se divertindo e ela não acreditou em mim.
— Puta que pariu, então se ele fez a escolha dele, deixa ela viver em paz —
ele faz que não com a cabeça.
— Lilian! Você precisa entender haver regras, uma delas é que uma vez
envolvida com o dono do tráfico, você só será liberada se ele não te quiser
mais, antes disso não há para onde correr, ele é o dono dela e assim a obriga
ficar do seu lado.
— Então não é amor o que ele sente por ela e sim uma posse, como se fosse
um objeto que ele perdeu e agora está correndo atrás — Alex concorda
comigo.
— Sim, ele só está assim pelo ego ferido, pois Maria nunca tinha sequer
levantado a voz para ele, os dois viviam em plena lua de mel, mesmo
sabendo existir aquela mulher chata.
— Tenho pena de Maria, pois mesmo diante do que ele fez. Eu vi que ela
ainda o ama. Porém, a mulher me mostrou ser muito corajosa de abandona-lo,
se fosse outra estaria ainda ao seu lado acreditando na palavra de que nunca
mais isso aconteceria. Ela não esperou a segunda surra, resolveu cortar o mal
pela raiz desde a primeira vez que ele a machucou — Alex concorda e a porta
é aberta bruscamente nela entra um rapaz bem magrinho e quando ele me
olha, vejo a maldade estampada em sua face.
— Pipa! Quero saber caralho, você realmente viu minha mulher entrando
nesta porra aqui — diz o Falcão que até o momento estava parado em um
canto conversando com os seus homens.
— Claro chefia, eu vi quando a patroa entrou aqui e essa aí ó atendeu ela —
disse ele apontando para mim. O Falcão vem em cima de mim como se fosse
uma ave pronta atacar, ele pega nos meus braços e puxa, Alex tenta se
levantar para me ajudar, mas ele dá uma coronhada na cabeça dele.
— Fica aí filho da puta, segunda vez que te falo, no terceiro aviso você morre
e aqueles seus filhos ficarão sem pai caralho — diz ele nervoso e Alex olha
para mim, eu peço que ele recue e não se prejudique.
— Alex! Está tudo bem, nós só conversaremos, lembre-se de seus filhos — o
cara aperta forte meu braço e me encara.
— Conversar é o caralho, abre a porra da sua boca e fala onde você enfiou a
minha mulher.
— Calma senhor Falcão, eu tô dizendo que eu não vi a sua mulher, hoje cedo,
entrou uma moça aqui e ela tinha um hematoma no rosto. Pediu um copo de
água, eu peguei e percebi que ela estava nervosa. Perguntei se ela precisava
de ajuda e ela disse que não. Depois me contou que estava envolvida com um
homem perigoso e iria embora para nunca mais voltar. Eu não sei se essa
moça é a tal Maria, pois eu nunca a vi — digo firme, até estou acreditando na
minha mentira, ele me olha em dúvida.
— Porque não me disse isso antes? Você acredita que sou trouxa, onde você
colocou minha Maria? — diz agora gritando na minha cara.
— Senhor! Estou dizendo a verdade, não sei quem é essa Maria, mas posso
garantir que se for a moça que esteve aqui hoje de manhã, ela foi embora do
bairro e eu não tenho nada com isso — ele me solta e depois tira o seu celular
do bolso e procura algo, e vira a tela do celular para mim e a imagem que
aparece é de Maria dormindo serenamente em uma cama enorme.
— Foi essa moça que veio aqui? — diz ele nervoso e vejo sua mão tremendo,
olho para ele e concordo. Vejo seus olhos fecharem e ele apertar o celular em
sua mão, depois sinto o vento passar perto do meu rosto quando Falcão dá um
murro na parede perto da minha face.
— Descobrirei o paradeiro dela e se houver um dedo seu neste sumiço,
garanto que matarei você e todos da sua família. Mas, antes irei torturá-los do
mesmo jeito que você está fazendo comigo hoje. Me torturando ao me afastar
da minha mulher — diz ele nervoso ele liga para alguém — Quero saber
quem são os filhos da puta que estavam nos pontos de acesso do bairro. Leve
eles para boca, pois preciso saber como Maria saiu daqui sem que ninguém
visse — diz ele saindo e tenho medo de que esses caras possam pagar pelo
meu ato.
Assim que ele some da nossa frente eu consigo respirar um pouco mais
aliviada. Minha consciência pesa, essas pessoas podem morrer por minha
causa, vou até à porta e vejo os dois seguranças caídos no chão, Luigi tem um
corte na cabeça já Paulo está com a bochecha cortada.
— Alex me ajuda levá-los para dentro, enquanto faço curativos neles minha
cabeça está a mil, minhas mãos tremem e eu acredito que o meu corpo
resolveu agora se manifestar por todo o nervoso que passamos.
— Meu Deus! Aonde fui me meter — passo a mão no meu rosto, pego o meu
telefone e ligo para Fabíola que atende no segundo toque.
— Pecado está tudo bem?
— Bem feito para aquele retardado, por acaso ele cortou o saco dele fora? —
diz ela me fazendo rir e Alex torce a cara ao meu lado.
— Para o seu azar princesa o meu playground está intacto — disse ele e ela
resmunga do outro lado.
— Ah babaca! Você não prestou nem para protegê-la — diz ela implicando
com ele, que dá um sorriso travesso para o meu lado.
— Adoro mulher nervosa, vem aqui princesa dar uma volta de novo na minha
área para você ver o que irá te acontecer.
— Pecado você está vendo, eu estou sendo ameaçada por este, este troglodita,
ele está querendo fazer algo contra mim.
— Jamais sujaria minhas mãos com você, pode vir aqui quantas vezes quiser,
pois, você não é o meu tipo.
— Não sabia que homens como você tinha tipo, pelo que eu vi mais cedo
basta ela apenas ter uma rachada no meio das pernas.
— Você está muito enganada, sou seletivo, não como qualquer uma.
— Chega vocês dois, estamos conversando um assunto sério e nós
precisamos salvar a pele dos meninos que estavam na via de acesso hoje.
— Pode ficar tranquila. Pecado, ligarei para ele rápido e livrarei os meninos.
— Maria ele prometeu que matará quem te deixou sair, eu não gostaria de ter
culpa nestas mortes.
— Não precisa se preocupar, ligarei e direi que sai pelo matagal, pois sei que
não havia ninguém lá, já que ele os mandou para o seu escritório assim
ninguém será culpado.
— OK! Fico mais tranquila então — ela desliga o celular e eu volto a falar
com Alex, não demora vejo Falcão entrando novamente na minha sala e eu
suspiro frustrada e, ao mesmo tempo, aterrorizada, tenho medo de que ele
descobriu a minha participação na fuga de Maria.
— Ô doutora! Vim dar um papo com a senhora. Na verdade, um aviso — ai
meu Deus! Agora morro — Minha mulher me ligou dizendo que realmente
saiu do bairro. Então você não estava mentindo, mas se eu souber que você
ajudou a fugir garanto que arrancarei sua cabeça fora — diz ele me encarando
e eu mantenho a pose de que não tenho culpa.
— Então isso não irá acontecer, não fiz nada — digo séria e ele concorda.
— Assim espero, Alex estou de olho em você também. Se souber que você
tem algo a ver com isso, seus filhos não terão mais alguém para chamar de
pai — diz ele e Alex concorda com a cabeça. Vejo ele ir embora e resolvo
que também chegou a minha hora, pego minhas coisas, chamo o táxi e vou
embora para casa.
Quando chegamos e JR vê os seguranças machucados ficou desesperado,
conto tudo que aconteceu comigo e ele a cada momento me abraçava e
beijava minha barriga.
— Amor! Você não voltará para lá — diz zangado.
— JR! Pensa um pouco, eu não posso deixar de ir, isso irá levantar suspeitas
sobre o meu envolvimento no sumiço da Maria. Por enquanto eu preciso
manter as aparências — digo firme — Tenho medo de que o Falcão descubra
o meu envolvimento em tudo.
— Não quero saber Lilian, é você e minha filha que estão em risco, não
perderei vocês duas para um louco.
— Se eu fizer as coisas certas não teremos o que temer, estamos seguras meu
amor, você pode colocar mais dois seguranças, isso fará nós dois ficarmos
mais tranquilos.
— Não Lilian, eu não aceito.
— JR, seja mais prudente, mesmo estando com medo precisamos por
enquanto fingir que nada aconteceu. Não entregarei de bandeja para ele a
minha culpa — ele não gosta nem um pouco do que digo e quando pensa em
responder tocam a campainha, atendo louca para me ver livre dele, quando
abro encontro senhor Aurélio e Dona Vitória sorrindo para mim.
— Mas que surpresa boa é essa? Vocês aqui! Que milagre — digo e os dois
sorriem depois me abraçam e quando entram dona Vitória me entrega uma
vasilha vermelha de plástico, levo ela para cozinha e quando vou abrir senhor
Aurélio se manifesta.
— Cadê o Benjamin? — pergunta ele curioso.
— Está tomando banho, desde que nos casamos ele diz que já é homem e não
precisa mais de mim para se limpar, vocês acreditam que meu bebê me
dispensou — eles sorriem e senhor Aurélio concorda.
— Vanessa era assim, com quatro anos já queria fazer tudo sozinha e agora
meus netos apesar de pequenos tem o mesmo gênio dela, coitado do meu
genro — diz ele rindo e dona Vitória o olha com muito amor.
— Deixa-me limpar a baba que está caindo aqui do lado — diz ela e senhor
Aurélio beija sua mão que está entrelaçada na dele, adoro ver este amor, logo
meu furacão chamado Benjamin entra na sala e sorri para eles já indo abraçá-
los.
— Vovô — diz Benjamin feliz, desde a morte do pai de JR que o senhor
Aurélio e Ben ficaram próximos. Ele sempre liga para cá e quer saber sobre a
vida dele, os dois passam horas no telefone e nós combinamos que
passaremos às férias dele lá no Brasil, isso deixou os dois radiantes.
— Oi! Ben, trouxe algo para você — disse ele e seus olhos brilham, Ben
parece pensar e quando o senhor Aurélio fala no ouvido dele o que é, meu
filho abre um sorriso enorme e pula do colo dele indo para a cozinha
correndo.
— Mamãe! Cadê meu bolo que vovô trouxe — começo a rir, pois quando
estivemos no Brasil Benjamin se apaixonou pelo bolo de laranja que dona
Vitória faz, isso foi o ponto x da aproximação deles dois, o famoso bolo de
laranja que ela fazia especialmente para o senhor Aurélio.
— Pegarei e tratei um café também — vou até à cozinha com dona Vitoria e
conversamos até o café ficar pronto, depois voltamos para sala onde
encontramos JR e senhor Aurélio sentados no chão brincando com meu filho
e seus bonecos de super-heróis.
— Hum! Mamãe está cheiroso! — disse Ben sorrindo.
— E gostoso, pois foi minha flor que fez — diz senhor Aurélio pegando um
pedaço de bolo, começamos a conversar até que o senhor Aurélio disse o
verdadeiro motivo de estar ali.
— JR! Quero te dizer que além de seu amigo eu te tenho como um filho —
diz sério — Estou aqui por dois motivos, o primeiro nós já estamos fazendo
que é matar um pouco a saudade se vocês, o segundo é sobre seu pai
biológico — JR se levanta na hora.
— O que aquele crápula fez agora?
— Ele me procurou lá no Brasil e pediu para você aceitar encontrar com ele
pelo menos uma vez — JR nega.
— Não quero, ele é um estranho, nunca soube da sua existência e agora
simplesmente o cara aparece e quer que nos tornemos pai e filho — diz ele
andando nervoso pela sala, senhor Aurélio se levanta e toca no ombro dele
fazendo-o parar.
— Eu sei que você tem todo o direito de ignorá-lo, não estou aqui pedindo
uma segunda chance para ele, mas acredito que você precisa ir até este
encontro e colocar um basta nesta situação, só assim esta página poderá ser
arrancada da sua vida ou eternamente guardada.
— Mas, senhor Aurélio, eu estarei desrespeitando o meu pai ao aceitar ele na
minha vida.
— Não JR. Márcio poderia não ficar feliz em te ver próximo dele. Porém, ele
entenderia você querer saber os motivos do babaca, vulgo seu pai ter
realizado esta merda — ele tira um papel do bolso e dá na mão dele. A
decisão que você tomar eu aceitarei. Ficaremos aqui por uma semana e caso
você queira ir lá, te acompanharei — ele concorda, depois os dois vão
embora e nós combinamos de sairmos amanhã.
Vejo que JR está inquieto e seu semblante sério me deixa preocupada, não
quero ver ele fazendo coisas que possam magoá-lo, decido deixá-lo com os
seus pensamentos enquanto dou atenção para o nosso filho que não para de
comer, o garoto esfomeado.
A noite caiu e JR continua quieto. Ele só sorriu para o nosso filho que parece
ter percebido a tristeza do pai. Até pediu para dormir conosco o que o fez se
animar um pouco após os dois fazerem uma guerra de travesseiro. Ben
dormiu e JR se levantou e saiu de fininho achando que eu também estava
dormindo, me levantei com cuidado e fui atrás dele.
JR se encontrava na frente da janela que dava nos fundos da nossa casa onde
a água da piscina brilhava com a luz da lua, eu o abracei por trás e beijei suas
costas, ele colocou sua mão sobre a minha e ficamos ali admirando a noite
enquanto ele suspirava.
— Você acha que devo ir? — perguntou ele para mim e eu sinceramente não
sei a resposta, será que ele deve ir ou é melhor deixar as coisas como estão?
CAPÍTULO 23
JR
— Tudo bem tio Aurélio, eu vou. Pode marcar o nosso encontro, conversei
com a minha Sereia e ela concordou com a minha decisão — digo firme e ele
faz que não com a cabeça.
— Não queria te pressionar, por isso esperei sua decisão antes de te contar a
verdade.
— Que verdade? Vai me dizer que ele não é meu pai e sim outro?
— Não JR, Work é seu pai, mas ele está doente.
— Ele então só me procurou por que está doente? Se não fosse isso
continuaria no escuro.
— Não meu filho. O estado dele é terminal, ele quer te ver antes de morrer, o
câncer já está por todo o seu corpo — mesmo eu não tendo contato com ele, e
o mesmo ter sido um filho da puta com a minha mãe. Fiquei triste pelos seus
filhos e esposa.
— Ok, então vamos amanhã resolver isso.
— Sim, eu estou aqui para isso — diz tio Aurélio e logo ele vai embora, pois
tia Vitória tinha ido à casa da Gabi, levar um presente que a Kelly havia
mandado para o seu sobrinho Kian.
Vou para a cozinha arrumar os ingredientes para fazer uma lasanha de frango,
minha Sereia está com desejo.
Preparo tudo, quando minha mulher aparece vestida em uma camisola
vermelha, com um decote bem nos seios que já estão maiores devido à
gravidez, meu amigo dá sinal lá embaixo.
— Hum! Amor, que delícia! — diz ela sentindo o cheiro da lasanha.
— Muito gostosa — digo comendo-a com os olhos, ela me olha e sorri
quando percebe o que estou admirando.
— Então, porque nós não aproveitamos o banho demorado do nosso lindo
filho — diz ela passando a mão pelo meu pau, eu não deixarei minha mulher
com desejo, não é?
— Com toda certeza amor — pego ela no colo e suas pernas entrelaçam no
meu quadril — Mas, terá que ser rápido por que se não nosso filho aparece e
nos atrapalha — ela sorri e eu desço meu nariz pelo seu pescoço sentindo a
sua fragrância. Coloco ela sentada no banco da cozinha.
— Amo o seu cheiro — digo depositando beijos em seu rosto, queixo e
pescoço, Lilian se remexe e eu fico mais excitado quando sua mão entra pelo
meu short, ela me masturba e suas mãos pequenas e quente faz com que eu
mexa o meu quadril.
Aproveito o decote e coloco seus seios para fora, passo a língua e brinco com
eles enquanto ela começa a gemer. Suas mãos me apertam mais e eu solto um
gemido, desço minha mão livre até a sua calcinha, coloco ela de lado e
deslizo um dedo para dentro da sua boceta quente e apertada, faço
movimentos de vai e vem, enquanto meu polegar vai até o seu
clitóris, esfrego seu ponto sensível e ela geme mais alto. Beijo sua boca com
todo o meu desejo.
— Não quero que você goze nos meus dedos, quero todo o seu prazer no meu
pau — digo tirando meus dedos de dentro dela e suas mãos conduzem meu
pau até a sua entrada, porra é o céu quando sinto ela me guiando para o meu
caminho da felicidade.
Entro na sua boceta devagar, pois, mesmo com tesão não quero machucá-la.
Vou entrando e saindo cada vez mais rápido quando sinto o prazer aumentar.
Gememos chamando um, o nome do outro, o prazer a cada momento vai
subindo e nos deixam alucinados. Deslizo meu dedo até o seu clitóris e
esfrego aquela região com um pouco de pressão. Ela geme na minha boca e
morde meu lábio inferior, isso vai direto para o meu pau, acelero meus
movimentos quando Sereia aperta meu pau e diz que gozará.
— Goza comigo amor — peço sentindo meu orgasmo chegar me deixando de
perna mole.
— Lilian! Você é muito gostosa — digo dando uma última estocada ainda
sentindo seus espasmos no meu pau. Ela coloca a cabeça no meu peito
enquanto esperamos ter vontade e força para nos separarmos, mas passos no
corredor nos avisam que um furacãozinho está chegando, nos afastamos
rápido e eu arrumo minha roupa, ainda sinto as pernas moles.
Lilian levanta do banco e sai avisando que já volta. Após dez minutos ela
volta com um pijama de ursinho, estava linda como sempre e se ela pensou
que eu não ia ficar com tesão, estava muito enganada, minha mulher é
gostosa de qualquer jeito.
Comemos e rimos do nosso filho que é curioso e não parava de falar, as
sessões com o psicólogo estavam menores e Ben só ia uma vez a cada quinze
dias. Não havia nada que ele não quisesse saber e eu explicava com muita
calma. Ser pai é maravilhoso, o sentimento de proteção e cuidado é algo
único e se pudesse não o deixaria cair nunca, mas sei que o erro é importante
também para o crescimento pessoal dele, só espero sempre estar lá para
ajudá-lo a se levantar.
Dormimos depois que Lilian conta a história dos três porquinhos para ele,
tendo eu como o imitador de gestos e sons. Seus olhos brilhavam e passavam
da sua mãe para mim, eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Após o
nosso filho se entregar ao sono. Amei a Sereia mais uma vez, contudo, agora
sem pressa, depois dormimos de conchinha com a minha mão em sua
barriga. Ouço o meu filho chorar e levanto caindo de sono para ver o que
aconteceu?
— JR deixa que vou — diz ela também se levantando.
— Nada disso, fique aí que vou lá, você por muito tempo foi pai e mãe dele
meu amor, mas agora estou aqui e quero participar — digo saindo do quarto.
Chego lá e vejo meu filho chorando com as cobertas em cima da sua cabeça.
— Benjamin, por que está chorando? — digo indo sentar perto dele.
— Ele me pegou papai, me levou para longe — disse ele aos prantos me
encarando com seus lindos olhos verdes.
— Quem fez isso meu pequeno? — digo abrindo meus braços e ele pula,
percebo que Ben treme de medo e eu faço carinho nas suas costas
para tranquilizá-lo.
— O Alysson papai, ele voltou e disse que tudo era minha culpa.
— Foi só um sonho ruim meu pequeno, papai está aqui e vai te proteger
contra ele — beijo sua cabeça e o aperto no meu colo — Eu te amo e nada
acontecerá.
— Você promete papai? — diz ele ainda com lágrimas nos olhos.
— Prometo, vou proteger a nossa família — ele passa os braços pelo meu
pescoço e deita sua cabeça no meu ombro.
— Eu te amo papai — diz ele me fazendo emocionar — Amo também a
mamãe e a Pocahontas.
— Eu e elas também te amamos, agora quer ir dormir conosco? — ele faz
que sim e abre um grande sorriso beijando o meu rosto.
Chegamos lá e Lilian está sentada na cama, é claro que como uma boa mãe
ela jamais iria voltar a dormir sem saber o que aconteceu.
— Não sei como você não foi lá no quarto? — pergunto e ela abre os braços
para o nosso filho.
— Não foi por falta de vontade, mas, entendo que para você era importante
estar com nosso filho, mesmo me doendo respeitei o seu espaço — diz ela
deitando de lado devido à sua barriga e Ben a abraça forte.
— Obrigado — digo beijando sua testa, depois deito do lado deles deixando
Ben entre nós que logo volta a dormir com minha Sereia fazendo carinho em
sua cabeça.
— Porque ele estava chorando? — pergunta ela curiosa.
— Foi só um pesadelo, já passou — digo para tranquilizá-la, amanhã
aumentarei sua segurança. Eles voltam a dormir e eu fiquei velando seus
sonos, não posso perder nenhum deles, já perdi os meus pais e farei de tudo
para que nada aconteça para eles, durmo segurando a mão do meu filho,
pensando o quanto sou feliz.
— Bom dia papai — acordo com aquela voz que tanto amo — Quero ir ao
banheiro será que pode soltar a minha mãozinha — diz meu filho sorrindo.
— É claro pequeno — digo dando um beijo na sua testa, ele levanta e passa
pela sua mãe que está saindo já pronta do banheiro.
— Deus te abençoe meu neto — diz ele pegando na mão do meu filho que
sorri timidamente em sua direção — Você é lindo, já te disseram isso? —
meu filho faz que sim com a cabeça — Sabia que estes olhos são meus —
Ben faz que não com a cabeça.
— É meu, igual do papai — diz sério.
— Sim, do seu pai é igual ao meu — Ben olha dele para mim duas vezes e
abre um sorriso.
— Irado vovô — diz Ben rindo, meu pai me olha sorrindo.
— Não liga, o Natan que é o padrinho doido dele, passa a tarde ensinando
gírias para o Ben, ele adora.
— Esta é a minha irmã Pocahontas — diz Ben apontando para a barriga de
Lilian, depois ele coloca às duas mãozinhas na boca como se falasse algum
segredo. — Ela será linda também e terá os olhos verdes, eu vou protegê-la
junto com o papai dos marmanjos que darem em cima dela, mas não pode
contar para a mamãe, senão ela ficará brava conosco e ficaremos de castigo.
— JR! Eu não acredito que você está recrutando o Ben para isso! — diz
minha Sereia brava.
— Iiii papai! Sujou, acredito que a mamãe ouviu — não tem como não se
apaixonar pelo meu filho e eu vi o quanto os olhos de Rodolfo brilharam ao
olhar para ele, rimos da carinha dele de preocupado com a reação da sua mãe.
Logo o médico entra e pede para deixarmos Work descansar. Ele já
conversou demais e ainda tinha a esposa para visitá-lo. Na saída pergunto
sobre o seu estado e ele disse que não há mais o que fazer, a Carmélia entra
para vê-lo e logo o médico teve que correr para lá, pois ela gritava feito uma
louca com o Rodolfo.
Voltamos para casa e Lilian estava preocupada comigo. Sou humano e senti
de vê-lo daquela forma, como sentiria por qualquer pessoa. Penso em como o
câncer o consumiu rápido e o seu dinheiro que ele tanto prezava não foi o
suficiente para curá-lo. Ele trocou tudo por poder e agora está morrendo sem
ter uma pessoa sequer ao seu lado. Dormi com a consciência tranquila por tê-
lo perdoado. Que ele consiga ter paz.
CAPÍTULO 24
JR
__Amor, ela ligou só para saber de mim - digo nervoso pois ontem Catarina
me ligou e isso desencadeou uma briga entre mim e a Sereia, ela não entende
que Catarina é passado e com a gravidez Lilian está muito sensível e
insegura.
Então repete, porque ela te ligou? JR! Já tem um ano que estamos casados e
agora essa mulher resolveu te ligar? Ha troco do quê? Me diga? — diz ela
nervosa batendo aqueles pezinhos lindos no chão, era como se estivesse
zangada com o coitado e o estivesse punindo, eu tenho vontade de rir, mas se
fizer isso, sou um homem morto.
— Sereia! Ela me ligou para pedir desculpas por tudo que aconteceu entre
nós, Cat falou que agora ela participa de uma equipe que trabalha na África
com crianças órfãs. Olha que maravilhoso, fiquei orgulhoso dela, então ela
pediu para me ver daqui a dois meses, pois ela virá aos Estados Unidos e quer
marcar um encontro comigo.
— Que intimidade com esta jararaca hein JR! Agora você a chama de Cat?
Tem orgulho dela? E eu? Você tem orgulho de mim também? Ou só sirvo
para carregar os seus filhos no meu ventre — diz Sereia nervosa e meu Deus
ela fica uma graça ciumenta, preciso segurar a minha risada que está para sair
a qualquer momento.
— Foi só um jeito carinhoso que eu a chamei Lilian. Tenho orgulho da
mudança em Catarina sim, ela mudou, o pai dela me garantiu e o tio Aurélio
também, eles falaram que algo aconteceu quando ela esteve aqui nos Estados
Unidos e que isso a deixou diferente, lembra que eu te falei quando estive no
apartamento dela? Achei ela esquisita, pois é! Espero que não tenha sido nada
de ruim, pois Catarina não parecia ser uma pessoa que iria se entregar de
corpo e alma para outra pessoa como está fazendo na África.
— Que lindo…perfeito… — diz Lilian mais zangada ainda.
— Amor ela me disse que entrou com pedido de adoção de duas crianças,
olha que ato bonito este dela, inclusive ela os trará para os Estados Unidos.
— Ah! Claro, ela vem atrás de você — diz ela indo na penteadeira pegar uma
escova, depois ela senta na cama e penteia seus cabelos com raiva, o detalhe
que eles estão arrumados.
— Não amor, ela está noiva e o rapaz é americano, eles se conheceram lá na
África, ela está praticamente casada.
— Meu Deus! Aquela louca conseguiu um homem para casar com ela, será
que ele está doente da cabeça? Só pode né? Porque para aturar alguém como
Catarina, tem que ter algum problema — diz ela, eu não aguento, começo a
rir e Lilian pega a escova e acerta na minha cabeça.
— Ai! — grito assim que a escova bate em mim.
— Está rindo da minha cara seu traste, estou com cara de palhaça por acaso?
Seu babaca infeliz — diz ela agora muito zangada, vou até Sereia, mesmo
correndo o risco de morrer e sento ao seu lado, pego na sua mão e ela tenta
puxá-la.
— Senta aqui no meu colo — peço e ela faz que não. Sereia está com um
bico enorme e eu quero mordê-lo — Vem amor só um pouquinho — ela me
olha e pensa um pouco, depois se levanta e senta me deixando abraçá-la, meu
Deus esses hormônios vão enlouquecer minha mulher até o final e eu vou
junto nessa.
— Ei amor! Amo só você, Catarina não representa nada, a não ser o papel de
ex-mulher. Ela se portou bem neste tempo que estamos juntos, sumiu e só
apareceu agora. Deixa-a onde está, seremos felizes como sempre fomos —
digo tentando tranquilizá-la, mas agora minha Sereia começa a chorar, puta
que lá merda com a raiva até que consigo lidar, mas com as lágrimas aí fica
difícil.
— Amor porque você está chorando agora? — pergunto e ela coloca sua
cabeça no meu peito enquanto as lágrimas não param de cair. Arrumo-me
direito na cama para que ela e a bebê fiquem mais confortáveis, Lilian está de
7 meses e parece uma verdadeira bolinha, linda e perfeita, que ela não me
ouça, porque senão, podem preparar o meu velório.
— Não sei, mas não queria que você encontrasse com ela sem eu estar ao seu
lado, pelo jeito ela virá na mesma época que nossa filha nascer, então não sei
como ficarei ao vê-lo perto dela.
— Não precisa ficar nervosa meu amor, eu amo só você, tenho muito orgulho
de ser o seu marido e pai dos seus filhos, de formar a família linda que você
está me dando. Não tem porque ter ciúmes dela, algum dia eu já mostrei estar
interessado nela? — pergunto e ela faz que não com a cabeça ainda de bico,
eu acaricio a sua barriga e minha filha mexe.
— Não, você nunca deu prova nenhuma — diz ela e começa a chorar de
novo, ai meu Deus agora o desespero é total, porque Benjamin entra no
quarto e vem abraçar a mãe chorando também, não, é muito para minha
cabeça, hoje eu piro.
— Mamãe, porque a senhora está chorando, a maninha está com dor? Ela está
passando mal? — diz ele acariciando e beijando a barriga dela, enquanto
Lilian chora mais, oh! Meu Deus! Meus olhos também enchem de lágrimas,
essa família é de manteiga derretida.
— Maninha, papai vai te levar para o hospital, não pode ficar com dor — diz
ele colocando a cabecinha na barriga como se quisesse ouvir a resposta.
— Filho, não é nada com a Pocahontas, ela não está com dor, mamãe que
está emotiva devido à gravidez.
— Ah! Que bom! Você está salva maninha — diz ele beijando a barriga de
Lilian e ele me olha limpando os olhinhos — O que é emotiva papai? —
pergunta ele e minha Sereia puxa seu rosto dando beijo.
— Desculpa amor, perdoa mamãe que está louca e com ciúmes do papai,
emotiva é quando você tem vontade de chorar devido a qualquer coisa, ou
sorri por coisas bobas.
— Entendi mamãe — diz ele abraçando-a, eu aproveito e abraço os três,
ficamos quietos por uns segundos.
— Nós te amamos — digo olhando para o meu filho que sorri convencido.
— Eu sei papai, eu também amo vocês três — diz ele fazendo o número três
com os dedos.
— O que vocês acham de irmos ver o primo Vinicius e depois irmos para o
shopping comprar roupas para a Pocahontas? — pergunta Lilian animada —
digo que pirarei, olha aí a mulher agindo como se nada tivesse acontecido.
Concordamos e após prontos vimos o bebê de Natália que é esposa do
delegado babaca Marcos. Chegamos lá e Gabriela acabou de ir embora com o
Rick e o Kian, a criança é bonita e eu quase o elogiei de novo, mas desisti
quando Marcos ficou falando que ele namorará minha Pocahontas.
— E como vai minha norinha? — pergunta ele rindo.
— Eu já te disse que minha filha não terá namorado tão cedo, Benjamin está
de cão de guarda, pronto para atacar qualquer um que chegar perto dela —
ele abre um sorriso, babaca.
— Marcos, para de implicar com JR, pois logo engravidaremos de novo e
virá nossa filha, então você terá que deixá-la namorar o Ben — diz Natália e
Marcos fecha a cara na hora.
— Para com essa conversa mole Naty, minha filha não namorará antes dos
vinte e cinco anos.
— Eu falo que vai, então não começaremos tudo de novo, a bebê não está
aqui dentro da minha barriga ainda e você já quer controlar a vida dela? —
diz Natália zangada.
— Quem diria hein! O grande delegado federal Marcos de Andrade é
mandado por uma ex-modelo brava — digo rindo e Natália cruza os braços
zangada.
— JR, Marcos manda lá na delegacia, naquele bando de homens e mulheres,
lá ele pode até cantar de galo, mas aqui em casa, quem diz a última palavra,
sou eu — diz ela nervosa e eu começo a rir.
— Estamos ferrados — digo baixo e Marcos concorda.
Mais tarde após minha Sereia se esbaldar com o lanche da tarde fomos para o
shopping. Precisávamos terminar de comprar os móveis para o quarto da
nossa filha. Já escolhemos quase tudo, mas a cômoda e o berço, Lilian deixou
propositalmente para fazer na loja onde Maria Alice trabalha. Ela é irmã da
Maria Clara uma moça que Lilian ajudou a fugir do namorado violento, ela
entrou para o programa de proteção à testemunha, Maria Clara testemunhará
contra o namorado traficante. Ontem ela pediu para Lilian avisar a sua irmã
que estava tudo bem com. Segundo Clara a irmã deve ter trocado o número
do celular, então para não levantar suspeitas Lilian realizará a compra e dará
o recado.
Assim que entramos na loja que é muito sofisticada, várias moças vêm nos
atender, mas Lilian procura por Maria Alice, vejo que lá ao fundo, uma moça
negra que estava conversando com uma loira se levanta e vem até nós, seu
sorriso é muito bonito.
— Boa tarde. Sou Maria Alice do que vocês precisam? — pergunta ela
sorrindo — Só me digam a sessão que já poderemos começar.
— Maria Alice muito prazer. Sou Lilian e esse é meu marido José Roberto.
Já este pequeno é o nosso Ben — minha mulher apresenta a nossa família
sorrindo.
— Sei que você é uma das Deusas — minha mulher sorri concordando.
— Sou a Deusa do Pecado, prazer — ela olha para a loira e faz um joia.
Acredito que elas são fãs da minha esposa — Eu preciso falar com você algo
do seu interesse — diz minha mulher e agora Maria a olha intrigada — Vim a
pedido de Maria Clara — quando minha mulher diz isso os olhos da moça
enchem de lágrimas — Ela está bem e saiu ontem do País — ela passa a mão
no rosto e percebo que Maria está tremendo.
Logo que somos chamados uma enfermeira me leva para trocar de roupa,
quando entro na sala minha mulher já está anestesiada da cintura para baixo e
sorri para mim, eu estou muito emocionado, não há como não chorar diante
desta cena. Pegar Pocahontas pela primeira vez será maravilhoso e levá-la
para que meu filho a veja então será uma cena linda.
Benjamin fez uma folhinha no seu quarto e diariamente ele fazia um
pauzinho no dia mostrando que a sua irmã estava chegando, imagine a
ansiedade que ele está na nossa casa para ver pelo menos uma foto dela,
como foi combinado.
Minha mulher somente sorri e eu tento me acalmar enquanto todo o
procedimento é feito. O médico me avisa que já começará, minha mulher
aperta minha mão e seus olhos já estão cheios de lágrimas, choramos não
conseguindo segurar a emoção, tudo era novo para nós, pois eu não estava
presente no nascimento do Ben, fazendo com que não escondêssemos a
emoção do momento.
É minha filha que está chegando poxa e não ligo se estou igual mulherzinha
aqui, menos de 20 minutos depois ouvimos um choro estridente e alto.
— É! Se preparem está pequena acordará a vizinhança com os seus gritos, ela
nasceu forte e bonita — ele me chama para cortar o cordão umbilical e eu
vou emocionado.
Lilian não queria que eu fizesse isso, supôs que eu deixaria de ter tesão por
ela, jamais isso acontecerá, Lilian e meus filhos são o meu mundo, depois
disso volto para perto da minha mulher e uma enfermeira limpa a nossa
Pocahontas.
Quando ela trouxe nossa filha embrulhada em uma manta rosa meu coração
acelerou, ela é a bebê mais linda que já vimos, seu chorinho foi parando
assim que ela foi colocada em cima do peito da minha mulher, eu abaixei
dando um beijo nas duas mulheres da minha vida.
— Eu te amo — digo para Lilian que sorri e começa a chorar, ela faz carinho
no meu rosto e quando nossos olhos se encontram ela não precisa responder,
nosso amor está estampado.
— Eu te amo José Roberto, você é o homem da minha vida, você e Benjamin
são os homens da minha vida — diz ela, eu abaixo dando um beijo
apaixonado, não poderia haver melhor momento para ela se declarar. Só
faltou nosso filho para nossa felicidade ser completa e perfeita, ter nossa
família unida.
CAPÍTULO 25
JR
— Linda nossa filha né, amor? — digo para minha Sereia que está babando
em cima da nossa Pocahontas.
— Você já mandou a foto para o Ben? — pergunta ela sorrindo e eu faço que
sim. Imagine o quanto ele está pulando lá em casa de alegria, você deveria ir
buscá-lo JR, não estou aguentando de saudade do nosso filho — diz ela
manhosa e claro que farei o que Sereia pediu, eu também não aguento ficar
muito tempo longe daquele menino.
— Claro Sereia, vou agora mesmo em casa pegá-lo e daqui a pouco estou de
volta — digo deixando um beijo nela e na nossa filha, depois peço para Gabi
e Lu ficarem com minha esposa.
Pego o meu telefone e ligo para a babá. O telefone toca uma, duas, três, dez,
vinte vezes e ela não atende, meu coração começa a doer como se algo
estivesse acontecendo de errado com meu filho, uma angústia toma conta do
meu peito, paro no corredor e encosto na parede, respiro fundo antes de voltar
a andar novamente.
Percebo que tenho algumas chamadas perdidas de Catarina, ela ia chegar
hoje, mas como Sereia não quer que eu a encontre sozinho, resolvi ignorar
suas ligações. Não quero dor de cabeça com a minha Sereia, se isso é o que
ela quer, então é o que farei. Mais para frente, quando nossa filha estiver
maior e Lilian decidir querer falar com Catarina, nós iremos ao seu encontro.
— Amor, não saia daqui sem mim — pede ele ou melhor manda, ela faz que
sim com a cabeça — Não sai Natália — ele repete e ela abre um sorriso.
— Tudo bem chefe, não vou sair — diz ela batendo continência e ele revira
os olhos, vai até ela e dá um beijo, depois no seu filho Vinícius, ele sai e
avisa para dois policiais que não é para deixar Natália sair e logo vamos para
o meu carro.
Meu coração está apertado, Marcos decide ir dirigindo, pois, percebe o meu
nervosismo, eu tento novamente falar na minha casa e nada.
— Ainda não conseguiu? — pergunta ele já sabendo a resposta.
— Tem algo errado Marcos, eu aposto todas as minhas fichas em Alysson —
digo e ele na hora pega o rádio e pede para alguma viatura que esteja
próxima, que vá até a minha casa.
Logo uma viatura disse estar próximo do local e irá averiguar se tem algo
errado, depois de 10 minutos mais longos da minha vida o rádio dele apita.
— Delegado Marcos na escuta? — pergunta o policial pelo rádio.
— Aqui é o delegado Marcos, podem falar, vocês estiveram no endereço que
eu passei? Descobriram algo?
— JR! Cheguei aqui hoje e recebi uma ligação do Alysson dizendo que iria
nos vingar sequestrando e dando um fim no Benjamin. Liguei para você
várias vezes e como não me atendeu, pedi para tio Aurélio seu endereço e
corri para cá, quando entramos aqui encontrei ele batendo nela — diz
Catarina apontando para a babá desmaiada no chão.
— Só não a matei por que você chegou vagabunda — diz ele indo para cima
de Catarina e o rapaz entra na frente. Ele aponta a arma na sua direção —
Fica quieto aí corninho, não queira dar um de herói salvando esta vadia, não
esqueça que a última mulher que você arrumou te colocou um belo par de
chifre comigo.
— Alysson esquece a minha família, vai ser feliz cara, deixa o meu filho em
paz. Cadê ele? — pergunto nervoso.
— É o que quero descobrir também, pois estava tentando arrancar a verdade
da vadia ali no chão — um alívio passa pelo meu corpo, ela escondeu Ben a
tempo e eu desconfio onde.
— Meu filho deve ter ido para a casa de algum amiguinho por isso você não
o achou — minto.
— Você acha que sou trouxa filho da puta, eu vi quando você saiu com a
minha mulher para ir ao hospital e esperei pacientemente até ver aquele
moleque desgraçado aparecer na janela, eu sei que ele está aqui.
— Você já procurou com certeza pela casa toda e não achou, então meu filho
não está aqui — digo nervoso, ele se aproxima sorrindo.
— Já que eu não tenho o filho, posso ter o pai não é! Lilian sentirá do mesmo
jeito quando eu te matar, esta família ridícula irá acabar e pode ser que ela
volte para mim — diz o louco.
— Não — grita Catarina — Não faça isso Alysson. JR nunca te fez nada.
— Claro que ele fez. Este infeliz veio até aqui e tomou a minha mulher.
Minha família, ele e aquele guri insuportável, se não fosse por eles, Lilian já
teria sido minha. Mas toda vez que falava sobre nós, ela colocava aquele
moleque na frente da nossa relação, sempre vinha com aquela frase “Eu tenho
que pensar no Ben “E EM MIM! PORRA, NINGUÉM PENSAVA —
grita nervoso.
Eu controlo a minha respiração, não posso fraquejar, preciso vencer Alysson
pelo cansaço mental. Ele está louco, vejo quando retira a arma da minha
cabeça e bate na dele. Eu preciso lutar e salvar meu filho. Meu celular
começa a tocar e eu vejo o nome da Sereia aparecer na tela, quando eu pego,
Alysson aponta a arma novamente para mim e pega o telefone da minha mão.
Sem gracinha filho da puta, ou eu te mato — eu o encaro, ele atende à ligação
e coloca na viva voz.
— Oi! Meu amor, quanto tempo — diz Alysson e Lilian grita.
— NÃO — grita ela — Alysson seu monstro.
— É assim que você fala com seu homem, após tanto tempo sem conversar
comigo, você me trata assim?
— Alysson o que você está fazendo com o telefone do JR? — pergunta Lilian
com a voz trêmula.
— Vim fazer uma visita para vocês, mas infelizmente, os dois não estavam
em casa.
— Alysson deixa o meu filho em paz — fala Lilian do outro lado e a bebê
começa a chorar.
— Já imaginou Lilian como você ficaria sem o pai dos seus filhos? —
pergunta Alysson e Lilian se desespera.
— Não faça nada por favor, é a mim que você quer, não o JR, não o Ben, é a
mim — Lilian começa a chorar.
— Ah! Meu amor que lindo querendo se doar para os homens da sua vida —
diz ele em deboche — Quero o Benjamin, eu vim buscá-lo e vou levá-lo.
— Não Alysson, meu filho não — ouço a voz de Tentação perto dela.
— O que está acontecendo Lilian?
— Alysson. Ele está na minha casa, com o Benjamin e o JR.
— Ninguém sabia que isso aconteceria amor, torceremos para ela ficar boa,
não fique assim, agorinha vou lá para a sala ver como estão as coisas, nós
teremos oportunidade ainda de agradecê-la.
— Assim espero — nosso filho entra no quarto e nesta hora a enfermeira
entra com Pocahontas no colo, vejo o olhar curioso de Ben, pego minha filha
com todo cuidado e vou para perto deles, Ben e Lilian sentam na cama e eu
sento também deixando meu filho próximo da irmã, entre eu e Lilian.
— Ben! Apresento-te sua irmã, a Pocahontas — digo emocionado. Ben toca
delicadamente as bochechas da sua irmã e quando me olha sorri com
lágrimas também nos olhos
— Oi Pocahontas! Sou o Ben, seu mano, te esperei muito e quero te amar de
montão, você é linda, vou te proteger, assim como papai e mamãe me protege
— diz ele beijando o rosto da irmã e fazendo carinho enquanto nós choramos
emocionados.
— Ela também te ama meu filho — diz Lilian, ficamos ali no nosso momento
família onde nada nem ninguém poderá destruir, quando o amor é forte não
há nada que possa enfraquecê-lo e eu pretendo valorizar e fortalecer o meu e
o da minha família cada dia mais e mais.
CAPÍTULO 26
JR
Depois que Sereia dormiu, fui ver o noivo da Catarina. Ainda não entendi
porra nenhuma do que aconteceu. Parece que eu estava vivendo um pesadelo,
senti muito medo de perder meu filho. Mas, Deus foi maravilhoso e fez com
que dona Sônia colocasse meu filho bem escondido. Se Alysson tivesse
descoberto Benjamin, ele o teria matado, tremo só de pensar no tamanho da
nossa dor e na possibilidade de perder nosso filho.
Chego na recepção e o cara está de cabeça baixa chorando em silêncio, me
aproximo e ele me olha parecendo um pouco perdido.
— Desculpa incomodar, mas queria saber notícias da Catarina — ele suspira
triste
— Eles a levaram para retirar a bala, Catarina se sentia muito preocupada por
tudo o que estava acontecendo, antes, ela e meu irmão tinham este mesmo
ódio da sua família. Só que ela mudou e Catarina se transformou em uma
mulher maravilhosa, eu não posso perdê-la, se ela morrer… — Ele para de
falar por que mais lágrimas descem do seu rosto, porra, sou uma manteiga
derretida e já estou chorando também.
— Ela é forte, tenho certeza que Catarina sairá dessa, eu e minha família
poderemos agradecer por ela protegido meu filho.
— Assim espero, pois, não estou preparado para vê-la partir.
— E não irá, sei não haver palavras que possam te confortar, mais Deus
estará presente na sua luta pela vida e ela sairá de la viva. Ele concorda.
Depois de alguns minutos de silêncio o cara me olha e resolve mudar de
assunto.
— Onde o seu filho estava escondido? Alysson nos obrigou a procurá-lo e
ninguém o achou.
Na vida é assim, você colhe o que planta e não podemos mudar a lei desta
frase. Alysson só trouxe desespero e guardou mágoa a vida toda, ele não
ganhou nada com isso a não ser a solidão. Por isso aconselho, perdoe, releve
e viva, pois o único que saberá o nosso destino é Deus. Então, trilhe o seu
caminho com a maior paz possível para que no final a luz da libertação te
abrace e você seja feliz.
ÚLTIMO CAPÍTULO
LILIAN
Como é bom amar e ser amada, hoje estou completa e tenho a família que
pedi a Deus, meus filhos são o meu maior tesouro, eles me completam e
fazem da minha vida a razão para enfrentar os problemas e lutar pela nossa
família.
— Sereia, Pocahontas já está pronta — diz JR e eu começo a rir, ele está todo
sujo de talco e muito molhado.
— Amor, você precisa parar de deixá-la fazer o que quer — digo e ele sorri.
— Sereia, nossa filha adora água e chora se eu a tirar rápido do banho — faço
que não com a cabeça.
— Pode parar de deixar ela e o Ben mandarem em você. Agora troca de
roupa que o batizado já será daqui a pouco — digo e ele concorda, vou no
quarto da minha princesa e ela brinca no berço com aquele sorriso lindo, seu
vestido Laranja está já um pouco amassado e eu faço duas marias-chiquinhas
no seu cabelo.
— Oi! Princesa da mamãe — digo e ela me olha curiosa, já se passaram seis
meses desde que Alysson morreu, eu e meus filhos, ainda andamos com
seguranças, segundo JR é para minha proteção. Ele me convenceu que tanto
eu como minhas amigas somos famosas e já mexemos com muita gente com
poder, então ele pensa que por precaução é bom eu e as crianças andarmos
com seguranças.
Minha filha faz uns barulhinhos que não tem como eu entender, mas sei que
os seus bracinhos erguidos é para eu pegá-la, nós a chamamos de Pocahontas
até escolher o seu nome. Mas, na verdade, eu já escolhi, será uma surpresa
para JR, sua certidão está guardada a sete chaves para ele não ver.
Eu nunca imaginei que este homem entraria na minha vida e me faria uma
mulher tão completa e feliz.
JR é meu melhor amigo e faz tudo pelos nossos filhos, não há frescura com
ele, se tiver que dar banho ele fará, coloca para dormir e da papinha, tem vez
que o Ben me despreza dizendo que só irá dormir se o papai dele contar uma
história. Vê se pode eu passar por uma coisa dessa, você carrega seu filho por
nove meses e ele no final escolhe o pai, que injusto.
Aqui em casa sou a bruxa, pois digo não para o que precisa ser podado, já o
JR é o herói, pois ele deixa as crianças fazerem tudo que querem, esses dias
sai para resolver um problema e deixei eles com meu marido, para cuidar e
colocar para dormir.
Quando cheguei na minha casa ela estava de pernas para o ar. Eles tinham
feito uma cabana de lençol para brincarem, imagine JR um homem de quase
dois metros de altura entrando numa casinha dessas, quando ele saiu de lá a
sua coluna chegou estalar pela posição que ele ficou, mas nem pude rir muito,
pois vi minha panela novinha acabada.
Bendita hora que Marlene ensinou JR a fazer pipoca caramelada, esta já é a
terceira panela que ele acaba, a coitada fica com o fundo tão preto que precisa
ficar por dias de molho, então fico com pena da Marlene e acabo comprando
uma nova pipoqueira descartando a anterior.
JR é muito presente e muitas vezes ele traz os processos para casa só para
poder trabalhar perto das crianças, eu e Paixão pedimos para Lu e Gabi a
autorização e levamos Heiki e JR para o nosso escritório. Advinha qual é o
apelido deles? Se pensou os Deuses você acertou, JR tem o apelido de Hades
(Deus do submundo — do Pecado) e Heiki Eros (Deus do amor da Paixão).
Então, sempre que pode ele está em casa adulando as crianças, leva o Ben na
escola todo orgulhoso, ele baba todas às vezes que vamos lá, é sempre como
se fosse a primeira vez.
Lembro do primeiro dia dos pais que ele foi, acredito que aquele momento
ficará marcado, não só para mim como para todos os presentes, a emoção
dele e do Rick ao ver a apresentação dos nossos filhos foi algo único e muito
verdadeiro.
LILIAN ON
— Sereia é demorado assim para começar? — pergunta ele pela terceira vez.
— JR, é assim mesmo, fica calmo senão você passará mal — Digo e acaricio
o seu rosto.
Volto a conversar com minhas amigas que riem do JR e do Rick, os dois já
passaram a mão pela calça umas dez vezes, seus cabelos estão bagunçados de
tanto eles mexerem, seus olhos não saem do palco.
— Acredito que dá próxima vez vocês dois devem tomar calmante — diz
Tentação sorrindo.
— Está demorando muito, deveriam cumprir com o horário, será que o Kian
está bem Meu Coração? — diz ele e Gabi olha sorrindo, eles estão
recomeçando.
— Está Rick, nosso filho é a calmaria em pessoa, ele deve estar brincando lá
atrás, enquanto você está quase morrendo, vai lá dar uma olhada — disse ela
e ele sorri já levantando, mas ela segura a mão dele.
— Para de ser bobo, eu estou brincando, não está acontecendo nada de errado
— diz e ele suspira frustrado.
— Nosso pequeno Coraçãozinho é realmente muito calmo né, suponho que
ele puxou você — diz Rick sorrindo.
— Sim, Kian se parece com você fisicamente, mas emocionalmente ele é
igual a mim — diz ela e Rick concorda.
Logo a diretora da escola aparece, ela agradece pela presença de todos e faz
abertura das apresentações, os dois pais de primeira viagem levantam para ir
ficar na frente do palco, mas eu e Gabi os seguramos no lugar.
— Onde vocês pensam que vão? — pergunta Gabi preocupada.
— Ué! Queremos olhar a apresentação dos nossos filhos lá na frente — disse
Rick normalmente.
— Fiquem aqui, vocês irão atrapalhar a visão dos outros pais, por isso vamos
todos assistir às apresentações sentados — Gabi fala e Rick não concorda.
— Gabi! Não é justo — diz Rick fazendo bico como uma criança emburrada,
senhor, esses meninos ainda vão matar a gente de vergonha.
— Sereia! Quero ver a apresentação do nosso filho de perto — JR resmunga.
— Amor! Não é justo, se você e Rick ficarem em pé vão atrapalhar a visão
dos pais que estão lá trás, então para que todos vejam, é preciso ter
consciência — digo dando um beijo nele.
— Imagine o caos que seria todos esses pais se levantando e tirando fotos,
uns acabariam sendo mais privilegiados que os outros — diz Coração e Rick
dá um sorriso.
— E se eu pedir para eles, tenho certeza que após eu explicar que é a nossa
primeira vez, eles vão entender — disse Rick e JR concorda fazendo um
toque de punhos fechados entre eles, eu e Gabi olhamos para a cena nervosas.
— Podem parar de dar bafão, vocês estão iguais duas crianças mimadas, não
vão para lá, pronto e acabou, sentam aqui — tivemos que agir com firmeza
igual quando repreendemos nossos filhos, porque se não iríamos ser
apedrejados na festa.
— Agora fiquem quietos, pois já começará a apresentação deles e vocês estão
atrapalhando — digo e os dois ainda ficam sérios encarando o palco, com os
braços cruzados e os pés batendo no chão.
Como disse duas crianças emburradas, as salas começam a apresentar e os
dois cada momento ficam mais tensos, Gabi e eu ficamos só olhando aquela
cena e achamos graça, mas, ao mesmo tempo, nos sentimos felizes por ver o
amor deles por nossos filhos.
Quando chamam a sala do Kian, Rick fica de pé ignorando as reclamações
dos presentes. Ele vai para perto do palco ficando de cócoras, Kian entra
lindo como sempre e procura por nossa mesa, nós damos tchau e ele sorri,
vejo que ele está procurando algo e Gabi logo desconfia que seja Rick. Ela
aponta para onde o mesmo se encontra e o sorriso de Kian fica amplo, Rick
não está diferente e parece também emocionado de ver seu filho.
As crianças cantam uma música muito bonita que fala sobre a família, Rick
chora e Gabi está emocionada também, depois que a apresentação acaba ele
vai até atrás do palco e vem com Kian no colo, Rick o enche de beijos até
sentar na mesa novamente conosco.
Passam-se mais quatro apresentações até chegar a vez do Ben, ele me disse
que recitaria uma poesia e eu fiquei muito feliz por meu filho representar a
sua turma. Assim que ele entra eu seguro na mão de JR para que ele também
não vá ficar ao lado do palco, mas meu amor está tão emocionado que acho
provável que ele tenha um mal súbito. Meu filho termina a poesia e faz uma
reverência para o público, todos batem palmas e falam que ele é lindo,
imagine eu e JR o quanto estávamos orgulhosos.
Depois da apresentação fomos todos para uma pizzaria, pois as crianças
escolheram isto para jantarmos. Não iríamos ir contra às duas estrelas da
noite, foi emocionante, todos estavam ali, não só nossos amigos como nossas
famílias, meus pais vieram para ver a apresentação do Benjamin, eu também
reparei que Natan e July estavam mais próximos, eu acredito que agora vai
esse relacionamento.
Após uma noite gostosa, voltamos para casa e meu marido me amou como se
não houvesse amanhã, acredito que todas às vezes que faço amor com JR é
como se fosse a primeira vez, pois ele sempre está inovando e apimentando a
nossa relação.
LILIAN OFF
JR chega na sala e logo fomos para igreja, Gabi e Rick serão os padrinhos de
Pocahontas. Eles ficaram muito emocionados com o convite, Tentação e
Natan são os padrinhos do Ben e segundo Paixão eu teria que ter outro filho
para dar para ela batizar, mas sabemos que isso não irá acontecer, devido
aquela doença hereditária que nossos filhos poderão vir a ter. Resolvemos
parar apenas nesses dois.
Chegamos na igreja e estavam todos lá, que vergonha, somos os últimos a
chegarem, mas como sempre ouvimos algumas brincadeiras dos nossos
amigos, eles levaram tudo para a putaria, depois das piadas acabarem,
fizemos o batizado da nossa filha.
Quando o padre perguntou o nome da nossa filha e eu disse. JR me olhou
emocionado, ele não sabia que eu iria homenagear a sua mãe. Escolhi o nome
dela para nossa filha, Marília foi uma boa mãe e esposa, graças a ela eu tenho
um ótimo marido e meus filhos ganharam um pai excepcional, não seria mais
que justo homenagear a mulher que deu à luz ao grande amor da minha vida.
Após o batizado fomos todos para o salão de festa, tudo estava perfeito.
Camila me indicou uma amiga dela que se chama Mary, ela faz cerimonial e
é muito profissional. Ela veio para cá só para preparar a festa da minha filha,
é muito bom quando nos enturmamos com as amigas de Camila e Diana, pois
elas são muito divertidas. Os maridos então, são possessivos, ciumentos e
engraçados.
Não demora o pau começa a pegar entre Ben e Sofia. Eu não sei o que fazer
com estes dois. Eles brigam o tempo todo e olha que ela só tem quatro anos.
A menina é terrível e Benjamin não fica para trás. Inácio acredita que eles
vão namorar no futuro, mas eu acho que isso é só implicância de criança
mesmo, Ben não gosta de ser contrariado e Sofia adora contrariá-lo, causando
confusão na certa.
— Titia, titia — vem ela puxando a minha saia, eu abaixo e a pego no colo,
Sofia é linda, negra dos olhos verdes, o que faz seu Pai Inácio babar.
— Quando eu clescer quelo ser igual a voxê — disse ela para mim e eu abro
um sorriso, logo Camila e Inácio aparecem.
— Diabinha, cadê Anjinha? — pergunta Inácio.
— Está com o namolado dela papai Plincipe — Diz ela e Inácio a olha sério.
— Que namorado Sofia Reis? Com quem sua irmã está? — pergunta nervoso
e ela dá de ombro, nem ligando para o pai. Camila começa a rir.
— Você não disse, que não seria ciumento? — pergunta levantando uma
sobrancelha.
— E não sou, mas ela ainda é criança, com quem está sua irmã Sofia?
— Com o Kael papai, eles são namolados — diz ela e Inácio procura sua
filha entre os convidados.
— Ela está sentada na mesa de Diana Príncipe, olha lá — diz Camila
apontando e Inácio pede licença indo naquela direção.
— Acho que Diabinha namorará o Benjamin e a Anjinha o Kael, tenho pena
do Ben se isso acontecer — diz Camila sorrindo.
— Que nada, quando ela se apaixonar as coisas mudam, eu faço muito gosto
desse namoro — ela concorda e nós começamos a falar dos ciúmes de JR e
Inácio, logo minhas amigas chegam e nos cumprimentam.
— Qual é o assunto das duas Poderosas? — pergunta Coração curiosa.
— Estamos decidindo com quem nossos filhos vão namorar no futuro —
digo.
— Nem fala isso perto de Rick, tenho até dó da minha filha quando nascer,
pois, o homem é doente de ciúmes do Kian que é homem, imagine dela.
— O que você quer dizer Coração, temos uma Deusinha a caminho? —
pergunto e ela sorri.
— Descobri hoje cedo — abraçamos nossa amiga, comemoramos mais um
membro dessa família doida que está chegando.
— Posso saber quem será a madrinha? — pergunta Paixão cruzando os
braços e Gabi começa a rir.
— Ainda não decidimos, mas não precisa ter ciúmes, eu e Rick optamos por
escolher através da sacolinha — olhamos para ela curiosa.
— Que sacolinha? — perguntamos juntas e Camila sai da roda para ver o
Inácio.
— Vou colocar o nome de todas vocês dentro de uma sacola, Kian vai tirar o
papel e o nome que sair, será a madrinha da minha filha.
— Acho justo, pois aí não terá preferência como umas e outras tiveram — diz
Paixão me olhando torto, eu abraço minha amiga e aperto ela.
— Para de ser ciumenta. Já falei para você que se eu pudesse teria mais um,
só para você ser madrinha. Mas, devido aquela doença hereditária que um
dos nossos filhos possa vir a ter, resolvemos parar por aqui, mas quem sabe
no futuro eu adote uma criança e você seja madrinha — ela bate palmas toda
feliz com esta possibilidade.
— Agora sim, eu estou feliz — diz e nós rimos.
— OK ciumentinha, agora está na hora de sentar — disse Heiki abraçando-a
por trás.
— Ainda não amor, quero falar com as meninas um pouco — diz ela e Heiki
concorda saindo para ir à roda onde estão: Inácio, Nick, Harry, Rick e JR.
— Quem diria hein meninas que estaríamos aqui felizes depois de tudo que
aconteceu? Piorou com os homens das nossas vidas, hoje celebramos o
batizado de mais um membro dessa família louca — diz Paixão e todas
concordamos.
— Foi bom você tocar neste assunto Paixão, eu quero muito agradecer por
tudo que fizeram por mim. Quando não achei JR e tinha acabado de descobrir
a minha gravidez. Vocês seguraram a minha mão e disseram que estaríamos
juntas até o final. Eu sempre acreditei naquela promessa, mesmo eu tendo
condições de cuidar do meu filho, sozinha. O amor de vocês foi a base para
que eu nunca desistisse e sempre pensasse que dias melhores viriam — nesta
hora o trio parada dura chega e abraça as meninas, eu olho com carinho para
os meninos que sorriem para mim.
— Quero agradecer a vocês: Natan, João e Yuki por serem pais, tios e amigos
do meu filho, sem nunca o maltratar ou se acharem donos da vida dele.
— Lilian apesar daquela peste me deixar louco às vezes, eu o amo com o
mesmo amor que dou ao Kian.
— Eu sei e agradeço por sempre o defender. Vocês não sabem o quanto a
amizade sincera e amorosa de todos me fizeram bem. Sei que a nossa
chorona é a Coração, mas hoje diante dos meus filhos e marido eu quero
dizer a vocês que cada um tem um pedaço do meu coração. Ele foi moldado
em todos esses anos com todas as energias positivas que vocês me deram,
espero nunca ter que arrancar um pedacinho dele por perder um de vocês.
— Nós não somos apenas quatro irmãs, mas essa família é composta por sete
irmãos, que se amam e respeitam, juntos nós crescemos e vencemos nossos
desafios. Agradeço a cada um de vocês por estarem sempre ao nosso lado,
Gabi nos proporcionou isso quando a conhecemos e isso nunca será tirado de
nós.
— Vocês fazem parte de nós, onde estivermos todos estarão, a nossa amizade
será para sempre, espero morrer antes de qualquer um de vocês, para nunca
ter que enterrá-los. Essa perda seria algo inestimável e eu não conseguiria
suprir a falta que vocês fariam na minha vida — digo chorando muito e nesse
momento todos estão emocionados.
— Obrigada Deusas e meu trio amado, por estarem aqui dentro — aponto
para o meu Coração — Obrigado por serem os melhores amigos do mundo e
a melhor família que Deus poderia ter me dado.
A vida é assim. Erramos, acertamos, brigamos, reclamamos e julgamos, mas
nunca rompemos. Não houve sequer um dia em que ficamos zangados por
algum de nós ter dito uma verdade, pois família é assim. Nos cobra, apoia e
aconselha quando estamos errados, nos elogia quando acertamos e nos
ajudam a conseguir os nossos objetivos. A minha família foi composta por
três deusas loucas e três caras sacanas onde um pode contar com o outro de
olhos fechados.
— Amo vocês — digo e demos um abraço coletivo muito emocionados, onde
fechamos mais uma página da nossa vida, a partir de amanhã estaremos
escrevendo outro capítulo onde a amizade será a base que nos guiará para o
sucesso.
Ser Deusa do Pecado não é só ter a sensualidade que todos esperam. É
preciso ter força para acabar com aqueles que me desprezaram ao me olhar
com preconceito, e inteligência para conseguir tudo o que quero sem fazer
mal ao próximo. Preciso mostrar ao mundo que meu cérebro é mais
importante que meu corpo ou meu tom de pele.
A vida dá muitas voltas e ela nos mostra que precisamos andar para frente e
não em círculos. Os caminhos devem ser fechados para que novos caminhos
sejam abertos. Este é o ciclo da vida que continuará te levando para frente,
não deixe que a inveja, mau-olhado, arrogância, preconceito e a prepotência
do ser humano te derrube. Seja forte. Não aceite que as pessoas te olhem
diferente por você ser negra, gorda, baixa, alta, magra, loira, ou o escambau
que for. Brigue, levante a bandeira de que você se ama da maneira que é, e
aqueles que estão preocupados com a sua vida, que passem a se preocupar e
cuidar da vida deles. Pois, quando fazemos mal ao próximo, esquecemos de
nos proteger para que o mal não volte para nós mesmo.
Viva a vida, desfrute o que ela tem de melhor para lhe oferecer. Faça de um
limão a melhor limonada que você já tomou, não aceite não como resposta,
lute, viva e vença.
Sejam todos felizes
EPÍLOGO
SEIS ANOS DEPOIS
JR
Hoje acordei me sentindo mais leve, essa noite tive um sonho que me fez
ficar emocionado, inclusive acordei chorando muito e minha Sereia teve que
me acalmar, mas como não se emocionar ao pensar e lembrar do último
momento bonito que vivi ao lado dos meus pais.
Lembro de cada detalhe e pareceu ser tão real, é como se eles estivessem
realmente vindos se despedir, eu pude tê-los mais um pouco ao meu lado.
JR ON
Acordo em um lugar diferente, ué cadê minha cama? Minha mulher? Nossa
casa? Sento e percebo que estou em um jardim muito bonito, há várias
borboletas voando e algumas paradas em cima das flores, a paz daqui chega
me dar calma, me levanto e começo a seguir o caminho onde a grama está
mais baixa.
Olho para minha roupa, eu estou todo de branco e meus pés estão descalços,
vou andando naquele jardim sem ver ninguém, é como se eu estivesse em
uma fazenda, mas essa está bem mais cuidada, ao longe avisto um casal
embaixo de uma árvore.
A moça está em cima de um balanço de madeira e o rapaz a empurra, quanto
mais próximo chego deles, mais meu coração acelera e meus olhos começam
a querer encher de lágrimas, ela sorri para ele que a olha apaixonado, não
acredito no que estou vendo.
São eles, as pessoas que eu mais amei ali na minha frente pela última vez.
Meus pais. Aqueles que me deram todo amor e dedicação. Se sou um homem
de bem é graças a eles que me deram a educação necessária para que eu hoje
fosse o melhor pai e marido que minha família merece.
Quando me aproximo dos dois já estou emocionado, minha mãe desce do
balanço com lágrimas nos olhos assim como meu pai, eles se dão as mãos e
veem ao meu encontro vagarosamente. Meus pais me olham com tanto amor
que sinto a dor no peito pela saudade me fazendo soluçar, antes eu fingia não
sentir para não sofrer, mas agora diante deles eu não aguento mais a distância
e corro para acabar com o pouco espaço que nos separa, quero abraçá-los.
Os dois me dão aquele abraço gostoso e caloroso que tanta falta eu senti,
como eu queria poder voltar no tempo e ter dito adeus para os dois sem
perdê-los da forma tão brusca e idiota.
— Que saudades meu filho — foi a primeira coisa que minha mãe disse
sorrindo e chorando.
— Eu também não aguentava mais ficar longe de vocês — digo beijando os
dois, meu pai me abraça tão apertado me mostrando que também tinha
saudades, ele beija longamente minha testa, era como se eu fosse sumir de
repente.
— Mas agora estamos aqui, aproveitaremos nosso pouco tempo — diz meu
pai.
— Onde vocês vão? — pergunto emocionado e minha mãe limpa as minhas
lágrimas, seu sorriso ainda continua lindo.
__Não vamos mais ficar aqui, eu e seu pai precisamos ir para outro lugar,
gostaríamos muito de saber sobre você, como está a sua família? Nossos
lindos netos?
— Estou muito feliz. Tenho um filho lindo que Papai chegou a conhecer
chamado Benjamin, e depois tivemos uma menina que é uma verdadeira
princesa. Ela ganhou seu nome, mas nós não conseguimos parar de chamá-la
de Pocahontas. Tem também a minha Sereia que é a melhor mulher que Deus
poderia ter me dado. Minha família é tudo, eu não vivo sem eles. Sereia,
Pocahontas e Ben, são o meu mundo, a minha vida.
— Meu filho — ela beija meu rosto — Você teve muita sorte de tê-la
encontrado. Sentimos de não ter visto a criação dos nossos netos e não poder
falar para eles o quanto os amamos pessoalmente, mas queremos dizer que
nós sempre estivemos perto de vocês, nunca o abandonamos JR — olho para
minha mãe sem entender.
— Posso não estar perto de você fisicamente, mas emocionalmente sempre
estaremos ligados, você meu filho foi gerado aqui — ela coloca minha mão
na sua barriga — Dentro do meu ventre e nós ficamos ligados para sempre, a
união entre mãe e filho é eterna — diz ela emocionada.
— Mãe! Às vezes tenho a impressão de te sentir perto de mim.
— Não era impressão, sempre que me era permitido eu ia até você para te
acalmar.
— Eu te amo Mãe, você me amou mesmo depois do senhor Work te
abandonar e você Pai eu te amo por me amar como seu verdadeiro filho,
vocês foram pais maravilhosos e eu quero viver com Lilian o mesmo amor
puro e verdadeiro de vocês.
— Você é meu filho JR, eu te amei desde a primeira vez que toquei na
barriga da sua Mãe, quando você deu o primeiro chute e nós falávamos que
você seria jogador de futebol, no seu nascimento quando te peguei no colo foi
o momento mais emocionante da minha vida. Nada e nem ninguém iria te
tirar de mim. Eu te amo tanto meu filho que não aceitaria te ver sofrer pela
mesma doença que levou a minha mulher. Sei que fui covarde, mas não
aguentaria, eu morreria junto contigo — disse meu pai chorando — Eu te
amo demais JR e peço perdão por ter te abandonado — disse ele, eu o puxo
para os meus braços.
— Eu te amo e entendo o que você fala, te perdoo Pai por não querer sentir
tanta dor ao me perde, por isso preferiu morrer antes de mim e ficar com
minha Mãe me protegendo de longe, obrigado, eu amo vocês — digo já
chorando.
— Temos que ir, mas antes quero te dizer algumas coisas — diz mamãe
limpando as lágrimas.
— Casamento nem sempre é um mar de rosas, haverá momentos em que um
e o outro precisam dar um tempo para que não tenha uma briga maior. Seja
paciente e tolerante, não seja intransigente demais com sua família. Saiba dar
e receber. Respeito é uma via de mão dupla e também é a base de um
casamento. Seja fiel e honre sua família. Não passe dos limites com seu
ciúme, caso esteja próximo de estourar dê um tempo para não fazer ou falar
merda. As palavras têm poder e não podemos retroceder depois que as
usamos, eu conheço você meu filho e sei que superará tudo. JR você é o
melhor de mim por isso estou aqui para dizer o quanto nós te amamos, você
foi o melhor filho e está sendo um bom marido e pai, continue sendo
presente, amigo, companheiro e parceiro daqueles que te amam, porque no
final tudo dará certo — disse mamãe.
Depois minha mãe me dá um beijo no rosto e papai na minha testa, dão um
passo para trás enquanto lágrimas banham os seus rostos. Eles entrelaçam as
mãos e me olham pela última vez me dando aquele sorriso lindo, eu choro e
dou tchau enquanto observo os dois sumindo, dizendo que me amam.
— Amo vocês para sempre — pego no meu coração e eles repetem o meu
gesto antes de desaparecerem, caio no chão chorando e acordo sendo
amparado pela minha mulher que se emociona quando conto o que
aconteceu.
JR OFF
— Ei JR! Está no mundo da lua — disse Sereia sorrindo.
— Estava lembrando do sonho, as malas já estão prontas? — pergunto e ela
faz que sim.
— Benjamin está empolgado, Kalil reclamou por não levar o Valentim e
Pocahontas está de cara feia porque Luana não pode ir — diz ela me
abraçando. Adotamos Kalil a quatro anos atrás após sua mãe morrer de
overdose e nós nos apaixonarmos pelo bebê, quem gostou foi Paixão que se
tornou sua madrinha conforme Lilian prometeu. Já o motivo das reclamações
deles é por meus filhos são amigos dos filhos de Catarina e hoje vivemos
todos muito bem, sempre estamos fazendo churrasco e nossa família vai só
aumentando.
— Eu já disse que te amo hoje? Caso não tenha dito, eu te amo Sereia,
obrigado por me dar a melhor família que um homem poderia ter — digo e
ela fica na ponta dos pés para me dar um beijo, eu abro um sorriso e ela se
afasta resmungando.
— Juro que se você me chamar de novo de pintora de rodapé, farei greve de
sexo — fecho o meu sorriso na hora e olho sério para ela.
— Nem brincando você fará essa porra comigo de novo, já basta quando
fomos para a ilha.
— Bem feito, vocês esconderam de nós o que a Lu faria, então, todos
tomaram para aprender a nunca mais colocar uma de nós em risco, mesmo
que seja para a segurança das outras.
— Sereia, nós fizemos tudo aquilo pelo bem de vocês, eu faria tudo de novo,
eu não te colocaria na linha de fogo.
— Já disse que não concordo, mas não discutiremos sobre esse assunto, eu
entendo que foi feito para o nosso bem, mas tivemos medo de perdê-la.
— Sim, todos tivemos, mas Deus foi maravilhoso e a protegeu.
— Graças a Deus! Falaremos sobre outro assunto que esse me deixa muito
chateada — concordo, pois, ainda é algo doloroso para as meninas aquela
noite.
— Amor você não acha que o Benjamin está muito incutido com a Estela? —
pergunta ela com ciúme. Estela é filha da paixão.
— Amor para com esse ciúme bobo, o Ben logo estará namorando, este ano
ele fará 12 anos, nós teremos que entender — digo e a minha mulher malvada
abre um sorriso sarcástico.
— JR, fico tão feliz amor de ver o quanto você é um homem de mente aberta,
com certeza Pocahontas não terá problemas ao querer namorar — ela me
provoca.
— Eu nem responderei o que você falou, para que nós não saímos de casa
brigados, vamos logo antes que liguem atrás — digo sério e ela começa a rir.
— Ainda bem que só eu sou a ciumenta nesta família — diz a safada rindo na
minha frente e rebolando aquele rabo gostoso, dou um belo tapa e ela grita
passando a mão no local.
— Vai apanhar a noite amor, encherei a sua bunda de tapa e depois vou te
comer bem gostoso, só para aprender a não me provocar — ela sorri.
— Hum! Que delícia, estou contando os minutos a partir de agora — diz ela e
meu pau dá sinal de vida.
— Ah safada! Não faz isso — falo arrumando meu pau que está na calça
crescendo e ela olha na direção sorrindo. Depois morde os lábios suavemente
e passa a língua, pronto não quero mais sair, não vou para porra de festa
nenhuma. Quero fodê-la o final de semana todo, vou em sua direção e
ouvimos passos em nossa direção, não demora nossa filha vem correndo e
abraça Lilian, minha mulher olha para mim e pisca um dos olhos, depois
abraça nossa filha e vai indo para sala, merda perdi a oportunidade.
— Não provoca mulher, se não darei um irmãozinho para nossos filhos hoje
mesmo — digo e ela sorri.
— Vamos mamãe, tia Catarina deixou Luana ir — diz minha filha feliz.
— Meu Deus! Aguentar essa menina insuportável será difícil — disse Ben e
Pocahontas faz bico.
— Não fala assim irmão, pois ela é minha amiga — diz Marília abraçando
Ben que beija sua cabeça.
— Tudo por você e pelo Kalil pequena — diz ele e ela sorri.
— Obrigada Ben, eu amo vocês também. — A tia não deixou Valentim ir —
disse Kalil de bico.
— Bebê lá terá um monte de criança para brincar — ele sorri quando Ben o
abraça e leva nosso caçula para o carro. — Amo a união deles — digo e
minha mulher concorda.
Após pegarmos Luana e Ben ficar de cara feia, fomos para o aniversário dos
gêmeos, toda festa da família é assim, alugamos um lugar para que todos
possam ir e aproveitar. Dessa vez fomos para o Texas, a Mary que faz os
eventos para as meninas abriu um salão de festas na sua fazenda, como os
gêmeos adoram cavalos. Os pais resolveram fazer a festa lá.
Pegamos a estrada assim que encontramos os nossos amigos. Seis horas
depois entramos na fazenda e logo vimos todos sentados na varanda
conversando. Camila estava deitada na rede com Inácio, Nick e Diana
estavam sentados no sofá, abraçados, Kito e Vanessa sentados na cadeira
namorando, Mary e Clayton estavam na entrada nos esperando com um
sorriso enorme.
— Realizaram uma boa viagem? — perguntou Clayton.
— Sim, agora cadê o churrasco? — pergunto e ele começa a rir.
— Pergunta para o Nick — diz ele e nós olhamos em sua direção.
— Tudo culpa da Diana que quis tomar banho de cachoeira — diz rindo e
Diana dá um tapa no seu braço.
— Mentira, eu fui tomar banho sozinha e ele resolveu ir atrás, deixando o
churrasco queimar — diz nervosa.
— Ah! Para Diana! O churrasco torrou e tudo porque vocês foram transar no
rio, nós tivemos que fazer uma galinhada se não vocês iriam passar fome —
diz Camila e todos começam a rir da Diana que puxa o Nick dando um beijo
nele.
— Nem fala Diaba eu queria ir lá primeiro e você não quis, agora não vou
mais, pois a porra do Nick poluiu o rio — disse Inácio e os dois começam a
brincar um com o outro, Kito e Vanessa só acham graça, mas Camila não
perdoa nem eles.
— Amor! Pior foi Kito e Vanessa que foram pegos por Mary no celeiro, ela
estava montando no alazão dela — disse Camila e Vanessa ficou vermelha
igual um pimentão, Kito ria e abraçava sua fadinha para ela ficar menos
envergonhada.
— Camila! Por favor, assim Fadinha quererá entrar em Kito — digo e ela ri.
— Tudo bem, mas eu ainda darei no mato para o Príncipe, pois quero sair
daqui com alguma aventura — diz ela o beijando que sorri igual bobo.
Depois disso jantamos e as crianças pegaram fogo, vendo todos ali reunidos,
entendo o que minha mãe falou, casamento não é realmente somente flores,
pois brigaremos às vezes por coisas que não concordamos. Mas, quando há o
respeito entre o casal tudo fica mais fácil, claro que podemos divergir de
opiniões, porque temos pensamentos diferentes e isso é bom, como diz o
ditado os opostos se atraem.
Fomos dormir, pois no outro dia iríamos jogar futebol, estávamos esperando
Daniel e Gerard que só agora cedo chegariam para a festa.
Assim que eles chegam Harry corre para pegar a bola e nossos filhos se
preparam para a torcida. Ia ser os Brasileiros contra os Estrangeiros, daí já
viu a confusão né, o time que perdesse doaria cem mil dólares para a
instituição do Harry, mas ninguém ligaria para isso já que todos ajudamos, o
problema era perder mesmo.
— E aí preparados para o futebol? — pergunta Harry já com a bola debaixo
do braço e todos riem.
— Você sabe que nós brasileiros somos melhores, não é? Pergunta Ygor já
entrando vestido com a camiseta do Brasil.
— Pode parar Ygor que estes seus amigos patos já perderam, Brasil já foi um
dos melhores do mundo, mas agora vocês estão em baixa — diz Heiki
fazendo o número sete com os dedos.
— Pode parar babaca aquele jogo foi comprado — digo e ele ri.
— Nem discutirei com você, mostrarei no campo como se joga futebol —
disse Heiki.
Saímos e as mulheres já estavam na arquibancada sentadas, do lado direito as
esposas dos Estrangeiros e do lado esquerdo dos Brasileiros.
O capitão de cada time tirou cara e coroa, Harry era dos Estrangeiros e Nick
dos Brasileiros.
Os times foram divididos e ficaram assim, time do Harry tinha Yuki, Natan,
João, Heiki, Harry, Rick, Gerard, Clark e Clayton, Daniel era banco, pois ele
tinha estourado o joelho quando era jovem, fazendo ele aposentar as suas
chuteiras.
Já o meu tinha era: Nick, eu, Inácio, Sérgio, Mauricinho, Ronaldo, Ygor,
Hélio e Kito que seria o goleiro.
— Sério que o caolho será o goleiro de vocês? — disse Inácio rindo com
Nick e Clark.
— Eu com um olho, vejo melhor que vocês com os dois babacas — disse ele
rindo para o Inácio.
— Se ele não pegar esta porra de bola, eu arranco o outro olho dele, quero
ver se ele é fodão mesmo — diz Harry e todos acham graça.
— Mas, que porra o Kito está fazendo aí? — pergunta Rick — Você é nosso,
cara — disse ele e Fadinha faz que não.
— Ele é meu Rick, pode parar de querer o meu Zeus — diz ela sorrindo e
todos acham graça.
— Está me estranhando Fadinha, eu gosto de mulher, da minha mulher —
disse ele mandando beijo para Gabi que mandou de volta.
— Acho bom mesmo, o Zeus é meu e de mais ninguém — disse ela e depois
disso volta a discussão devido ao Kito.
— Kito você é estrangeiro — disse Harry — Vai trair mesmo a sua
nacionalidade.
— Gente está faltando um aqui disse ele sorrindo.
— Ok, eu não vou te querer no próximo jogo, seu vira-casaca — disse Natan
e todos só sabem rir.
Depois da confusão arrumada começamos o jogo. Ele estava bem animado e
tenso, ninguém queria perder e as disputas de bola estavam a cada momento
piorando. Daniel foi o juiz e quando ele roubava para o lado dos Estrangeiros
o jogo parava mais de dez minutos até que todos aceitassem sua decisão.
O primeiro a marcar foi Harry e comemorou mandando beijos para sua
esposa depois disso Ygor também fez um gol e correu até Kelly dando-lhe
um beijo. Assim, terminou o primeiro tempo, mas o intervalo que
normalmente duram vinte minutos o nosso durou quase uma hora. Paramos
para beber uma cervejinha e conversamos um pouco, quando voltamos já
estávamos um pouco alterados, aí sim, as faltas aumentaram, mas nada que
viesse a machucar um ao outro.
Mais uma vez o time dos estrangeiros fez o gol primeiro com Heiki indo
fazer coraçãozinho para sua Preciosa, por bobeira nossa tomamos o terceiro
dos pés de Rick, que também não perdeu oportunidade de homenagear sua
esposa mandando beijo.
Inácio estava puto e queria fazer um gol para sua Diaba. Não demorou
Cleyton fez uma falta nele, bem na área e depois de muita discussão Daniel
marcou pênalti. Ele bateu e marcou tirando sarro de Clark por não pegar a
bola, ele foi até Camila tampando o olho com uma das mãos como se fosse
um pirata e mandava beijos com a outra mão fazendo com que todos rissem.
Clark mostrava dedo do meio para ele rindo.
Já no finalzinho faltando apenas cinco minutos para acabar, Nick faz um
golaço após Mauricinho cruzar a bola e ele bater de voleio. Acredito que ele
acabou de quebrar a coluna no meio, ou o joelho saiu do lugar, pois o
velhinho conseguiu fazer o gol e saiu todo torto para comemorar, foi uma
cena hilária.
Acabou o jogo três a três, pois ninguém queria bater pênalti, resolvemos
então que os dois times iriam doar o dinheiro. Comemos churrasco, mas desta
vez, não deixamos Nick cuidar. Bebemos, cantamos, rimos e dançamos.
Olhei para aquela nossa família reunida e constatei o quanto o amor estava
entre nós, olho para o céu e agradeço a Deus por ter me abençoado com
tantas pessoas boas e pelas amizades verdadeiras.
Acredito que esta nossa família nada normal e unida se ama demais para
deixar que um mero problema se torne algo prejudicial para nossa amizade.
Cada um de nós, tem uma personalidade diferente e totalmente independente,
mas, sempre estamos em contato pedindo opiniões de algo, claro que na
maioria das vezes prevalece nossa opinião inicial, mas é bom saber que eles
estarão lá caso o que realizamos não dê certo.
Nós todos somos extremamente protetores com as nossas famílias e os
homens ficam irracionais quando acontece alguma confusão entre as crianças,
mas nossas mulheres entram na confusão e brigam com todos nós, deixando
os marmanjos parecendo crianças mal-educadas.
Mas, o que posso falar, nós nos amamos e com isso sempre teremos atritos,
mas nada que abale ou mude o sentimento de um pelo outro, por isso digo:
conserve as amizades verdadeiras, valorize sua família e lute.
Eu lutei para hoje ter a minha família, quem diria que naquela noite eu estaria
ligado a Deusa do Pecado, a mulher da minha vida? Se me contassem eu
mesmo não acreditaria, às vezes você está à procura de algo que pode estar
bem na sua frente, então olhe mais em volta e procure a sua felicidade sem
mudar a sua essência, se valorize e acredite no amor.
Sejam todos felizes da mesma maneira que sou com a minha família, nada
normal e totalmente apaixonada pelos seus membros.
Agradeço à Deus, minha família e meu marido, por todo apoio que
recebi, também quero dizer obrigada as amigas que eu ganhei
através do Wattpad, as vezes só precisamos de um empurrão para
que tudo aconteça. Hoje estou aqui colocando mais um livro para
que vocês possam desfrutar. Também não posso esquecer de
agradecer minha amiga Cassinha Adriana por desde o primeiro
livro, nunca ter me abandonado, sempre acreditando no meu
trabalho e se prontificando a divulgar minhas obras sem pensar
em ganhar nada em troca, sua força, apoio, e amizade quando
mais precisei foi a prova do seu enorme coração. Sempre serei
grata. Também agradeço pela parceria em diagramação deste
livro e Betagem nos outros.
Agradeço a todas as minhas leitoras do Wattpad que
estiveram comigo nesta caminhada até aqui, que vocês possam ser
felizes e se amarem como são sem ligar para as opiniões alheias, a
vida é muito curta para perdermos tempo com aqueles que não
merecem.
Diga não ao preconceito e sejam todas felizes!
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