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DEUSA DO PECADO

SIMONE QUEIROZ
2021

COPYRIGHT: SIMONEQUEIROZ
mailto:@simonequeiroz
SIMONEQUEIROZ
CUIABA/CUIABA
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO:
MARIA JOSE DOS SANTOS MARTINS
mailto:@mariadossantosmartins@yahoo.com.br

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Portuguesa
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SINOPSE
Lilian Albuquerque teve a melhor noite da sua vida, com um lindo advogado
americano, mas após esta noite quente ela acorda sozinha na cama e com um
bilhete onde ele dizia estar indo embora e que aquela foi sua despedida do
país que ele tanto amava, tudo seria normal se não fosse o caso de Lilian ser
virgem e os dois não terem se prevenido, isso resultou em uma gravidez e
agora como ela contará para o seu advogado gostoso que aquela noite foi
muito mais que uma simples despedida?
José Roberto Stuart, conhecido como JR(José Roberto) pelos seus amigos, é
um advogado americano que foi obrigado a voltar para o Brasil após ter uma
noite quente com uma negra que mexeu com seu coração, ao desembarcar no
Brasil, ele descobre que seu pai já tem sua vida definida e fica chocado ao
saber que precisa se casar para ter direito a metade da sua herança e quando
tiver um filho a criança terá direito a outra metade, mas o problema é que JR
não sabe que naquela noite quente com uma das Deusas do Olimpo, eles
geraram um filho e que está criança o aguarda ansioso para conhecê-lo.
Como o pai racista de JR reagirá ao saber que seu filho teve um bebê fora do
casamento, e, ainda por cima, com uma negra?
JR entrará nesta briga?
Qual lado ele escolherá para lutar?
SUMÁRIO

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Último Capítulo
Epílogo
CAPÍTULO 1
LILIAN
Estou pronta esperando as meninas chegarem, combinamos de irmos para o
tribunal juntas e hoje depois de seis meses correndo atrás e tentando provar a
inocência dos Irmãos Rufinem, nós conseguimos as provas suficientes para
apresentar e fazer com que esses meninos sejam absolvidos, o julgamento
começou já tem três dias e estamos no último dia.
O policial Pablo Mendes foi o único que não participou de nenhuma tortura e
não encostou a mão nos meninos, por isso não vamos pedir que ele seja preso
e nem condenado a pagar uma multa para os meninos, mas vamos pedir o
máximo que conseguirmos para aqueles que fizeram mal a eles, nossos
clientes estão psicologicamente muito abalados, eu acredito que irá passar
muito tempo para eles conseguirem esquecer tudo que viveram, foram seis
meses de horror e uma semana de tortura.
A louca da Luiza chega buzinando como se eu estivesse atrasada, é
totalmente doida de pedra mesmo, chego no carro e troco beijinhos com as
minhas amigas.
— Bom dia meninas.

— Como estão? — todas me olham e parecem nervosas, mas a Gabi está


tranquila.
— Calma, tranquila e confiante, vamos ganhar esta ação e fazer valer este
apelido que os jornais e os outros colegas estão nos chamando — disse Gabi
bem serena.
— Quando Jéssica piranha debochou de nós, falando que para absolvermos
os meninos, teríamos que ser Deus, fazendo um milagre, ela não esperava que
isto tomaria tanta repercussão e nós ganharíamos estes apelidos — disse
Carol e nós começamos a rir, pois, Jéssica é uma cadela, ela tem inveja de
nós desde a faculdade, sempre que pode, a vadia tenta nos desmerecer ou
prejudicar.
— Pois é! Só queria entender como eles escolheram os nossos nomes, pois
Gabi é a do coração, você do pecado, eu da Tentação e Carol da Paixão, gente
de onde que eles tiraram esses apelidos
— Você é a deusa do pecado, eu não sei o motivo porque você é toda
santinha, é até virgem, mas, eu ser chamada de Tentação? — Lu fala e nós
começamos todas a rir
— É óbvio Deusa da tentação — ela me olha séria.
— O que é óbvio Pecado? Se fosse linda eu aceitava, gostosa também, me
sentiria realmente perfeita, mas tentação?
— É devido às roupas ousadas que você usa Lu, esse seu bundão empinado
chama atenção dos homens, daí a tentação, tenho certeza que um monte de
caras querem dar tapas nessa sua bunda aí — ela dá um sorriso concordando,
chegamos ao tribunal e topamos com aquela cena.
Haviam várias pessoas com cartazes pedindo Justiça pelos meninos, outras
dizendo que eles deveriam ser punidos por seus crimes, já que eles eram
culpados, havia uma multidão na frente deles, aquela cambada de urubus que
dizem ser repórteres, pois eles não vieram atrás da verdade, não se
interessaram em falar com os meninos para saberem o que houve, eles os
condenaram e julgaram como culpados.
Existem jornalistas sérios que procuram além dos fatos para poderem soltar
uma matéria e até mesmo vão a campo descobrir o que é verdade e o que não
é, outros só prejudicam, como foi neste caso. Após a mídia dizer que os
meninos eram culpados a vida deles virou um inferno, as pessoas os julgavam
pelo histórico familiar, um absurdo, eu tenho que ser julgado pelos meus
próprios atos.
Fizemos uma oração para nos dar força, coragem e que as palavras certas
sejam colocadas nas nossas bocas, passamos pelos repórteres e eles queriam
agora nos ouvir, mas agora precisamos ter concentração, tentamos não falar,
mas diante de uma pergunta não podíamos ficar caladas.
— Será que as Deusas estão preparadas para a derrota em sua primeira
grande ação? — perguntou uma negra muito bonita com um sorriso
sarcástico no rosto, Lu parou de andar e voltou até ela.
— Como é o seu nome amiga? — disse Lu sarcasticamente, a mulher retira o
sorriso de deboche e a encara.
— Silvia Lendsan, sou do New York Times — grande merda pensei comigo.
— Sílvia, nós não vamos promover nenhum milagre, apenas iremos fazer
justiça, pois dois inocentes não podem pagar pela falta de caráter e
profissionalismo daqueles que devem nos defender — diz Lu dando as costas
para todos, respiramos fundo e entramos nós quatro com os braços dados.

Demos bom dia para todos os presentes, abraçamos Creusa que tinha os olhos
vermelhos de chorar e reparamos o quanto ela está bem mais magra e com
olheiras enormes, isso é o que acontece para uma mãe quando seus filhos são
presos, sendo eles, inocentes ou culpados.
— Acredita em nós, as provas estão ao nosso favor — ela faz que sim para
mim.
— Eu sei que meus filhos estão com as melhores — fazemos que sim e
fomos falar com os meninos, eles estavam de mãos dadas e de cabeça baixa
fazendo uma oração, respeitamos este tempo deles e depois os
interrompemos, seus olhos pareciam se iluminar quando nos viram, ali
naqueles olhos haviam esperança e nós íamos agarrar a isso também.
— Nós provaremos que vocês são inocentes — temos uma carta na manga e
ela será o divisor de águas — eles sorriem um pouco mais animados, mas
ainda não é aquele sorriso aberto que queremos ver.
Fomos todas para os nossos lugares e após cumprimentarmos um por um do
corpo de jurados. Promotor. Juiz e Advogado de acusação que se chama
Mizael, ele é louco para pegar Luiza, mas, segundo ela, o cara não é seu
número, voltamos para o nosso lugar.
Após o pedido de silêncio, começamos as perguntas e os meninos
respondiam firme como nós pedimos, pois, nos dois primeiros dias, eles
estavam muito nervosos e acabaram gaguejando, fizemos nossas perguntas e
o promotor não pegou leve, ele queria a todo custo que os meninos entrassem
em contradição o que não aconteceu, depois de um tempo foi a vez do senhor
Júlio Torres que era a vítima.
— Boa tarde — me levanto arrumando o meu terninho, ele me olha e cruza
os braços esperando a minha pergunta, sua postura arrogante e confiante me
fez ver que a vitória estava certa na sua cabeça, mas o problema é que nós
também pensamos a mesma coisa.
— Senhor Torres, eu gostaria de pedir para que agora você olhasse para os
irmãos Rufinem e me desse a certeza que foram eles quem bateram e
roubaram o seu veículo — ele olha para os meninos rapidamente e vira.
— Sim, foram eles — o promotor me olha, pois, acredito que nem ele está
acreditando na resposta dele.
— Peço que o senhor preste atenção neles, veja se há algo que faz o senhor
lembrar deles — ele não olha para os meninos.
— Meritíssimo, esta pergunta já foi feita, peço que a primeira resposta seja
mantida — o Juiz olha para o advogado de acusação.
— Pedido negado, senhor Torres responda à pergunta da advogada de defesa.
— Estava escuro e eles são pretos, como vou diferenciar se todos são iguais
— disse ele fazendo os presentes reclamarem.
— Ordem, ordem no tribunal — disse o Juiz.
— Então, o senhor mentiu ao afirmar serem eles naquela noite — pergunto
confiante.
— Eu não menti, foram eles — diz ele agora sério, eu dou um sorriso, me
sinto mais confiante ao ver alguns dos jurados balançarem a cabeça.
— Senhor Torres, lembre -se que antes de começar este julgamento, foi feito
um juramento e o senhor pode ser preso por falso testemunho — diz o Juiz.
— Mas alguma pergunta Doutora Lilian? — faço que não e vou sentar, esta
resposta disse tudo, eles foram presos injustamente.
Estava chegando na hora que queríamos, nossa peça chave estava pronta para
podermos acabar com estes racistas e preconceituosos.
— Peço que entre o policial Pablo Mendes — disse o Juiz e nós esperamos as
perguntas do advogado de acusação, ele estava meio desnorteado com esta
nossa testemunha surpresa, então, chegou nossa vez e agora era a hora da
(Carol) entrar em ação.
— Policial Mendes, gostaria de saber porque o senhor não participou do
interrogatório?
— Eu participei no primeiro dia, mas, algo não batia sobre a culpa dos irmãos
Rufinem, eu disse para os meus colegas, eles então me ligaram a noite e
disseram que no outro dia eu não precisava ir, pois, os criminosos
confessaram, mesmo ouvindo o meu colega de profissão, meu instinto ainda
dizia que eles eram inocentes, então, quando vocês me procuraram e eu vi as
imagens de como eles estavam machucados, eu sabia que meus colegas os
torturaram.
— Meritíssimo! Peço que o policial prove as suas acusações? — disse Mizael
e eu sabia que ele estava muito puto por ser pego de surpresa.
— Pedido aceito, Policial Mendes o senhor tem alguma prova contra as suas
acusações.
— Sim! — ele tira vários CDs e entrega para o Juiz — Nestes CDs
meritíssimo eu tenho a confissão dos atos feitos contra estes rapazes pelos
policiais Lark, kromer e Suet, os três detalham como foi feita a tortura por
seis dias contra os dois irmãos — o promotor olha para Carol, ele é afim dela,
mas ela só tem olhos para o seu anjo.

— Como a doutora descobriu a testemunha? — pergunta intrigado


— Assim que ouvimos as gravações que foram entregues pelos próprios
policiais, percebemos que as perguntas do policial Mendes eram mais
profissionais que a dos outros, ele estava realmente interrogando, enquanto os
outros, estavam culpando, então, desconfiamos que tudo foi manipulado e
que havia alguns cortes que não eram normais quando estão gravando uma
declaração. Começamos a procurar um homem bom no meio de vários que
não prestam e foi fácil, pois as pessoas que prestam não mudam sua postura e
são sempre honestas. Tiramos ele do meio da lama e foi só mostrarmos para o
policial Mendes que ele tinha tudo para sair dessa sem ser prejudicado, pois,
o mesmo não participou da tortura e também não foi um dos policiais que
acusaram os meus clientes.
— Só por uma gravação vocês conseguiram saber da índole deste policial?
Perguntou o promotor sério, ele parecia estar incomodado pela nossa
sagacidade.
— Sim, ele realizou as perguntas condizentes de quando você tem dúvidas do
delito efetuado pelo acusado, a diferença era gritante do
primeiro interrogatório para o segundo. O policial Pablo Mendes agiu
corretamente, foi respeitoso com nossos clientes, não os julgou antes de saber
se eles eram culpados ou inocentes, e a retirada dele do caso pelos outros
policiais nos deixaram mais intrigadas, esta atitude nos deu a certeza que algo
estava errado — Max concorda e vira para falar com o policial Mendes, hoje
ele está terrível.
— Quando você foi procurado pelas advogadas aqui presentes e elas pediram
a sua ajuda, foi prometido ao senhor algum benefício?
— Não senhor, sou pai de um casal, ao ver aquelas filmagens, me coloquei
no lugar da mãe deles, fiquei horrorizado ao observar nos olhos dos meninos
o medo que eles estavam de mim, no pavor de que eu fosse fazer algo
também, ali em seus olhos eu vi que qualquer coisa que os mandassem fazer
após a tortura, seria efetuada, se dissessem para assumirem que mataram a
própria mãe eles falariam sem pensar, eu me enojo por tudo que ouvi deles —
Gerard que é o mais novo com dezesseis anos, começa a chorar, seu irmão
não pode abraçá-lo devido às algemas — Carol senta e pega em seu ombro
falando baixo para só Gerard possa ouvir. Agora quem assume é Gabi.
— Eu gostaria que a doutora me contasse o que motivaram vocês a defender
estes jovens? — perguntou o Juiz.
— Além deles terem sido absurdamente torturados por algo que não
cometeram, foi a dor daquela mulher — Gabi aponta para a mãe dos meninos
que chora. — Ela sentia medo de perder os filhos para o tráfico como perdeu
o marido, mas, Dona Creusa sabia que isso não aconteceria, pois, os dois
rapazes eram trabalhadores que nunca olharam para o lado da droga,
conforme as nossas pesquisas, nem cigarro foi colocado em suas bocas, quem
os conhecia diziam que os dois jamais seriam e teriam a vida do pai deles, os
dois trabalhavam, estudavam e namoravam, e em um belo dia, tiveram suas
vidas destruídas por três policiais corruptos.
— Neste CDs provam que eles foram comprados? — pergunta o Juiz.
— Não, ela vem até a mesa e pega alguns papéis aonde tem os extratos dos
três culpados do crime — Aqui meritíssimo tem os extratos bancários dos
três acusados e das suas esposas, observe o nome do depósito feito para suas
esposas no mesmo dia que os meninos foram presos, eu me levanto e entrego
para o corpo do júri as provas.
— O empresário Júlio Torres estava procurando atenção da mídia e nada
poderia ser melhor que se tornar vítima de violência, onde a população iria
abraçá-lo.
— Passo a palavra ao advogado do senhor Júlio Torres, para ser realizada as
considerações finais antes de nos retirarmos para darmos a sentença —
Mizael levanta meio desnorteado, pois como ele acusará os meninos se as
provam apontam para os policiais corruptos e seu cliente. Ele realiza as
considerações finais e está nítido o seu abatimento, todos podiam observar
a derrota em seus olhos.
— Peço que pensem nos dois lados, observem as provas anteriores, precisam
escolher o lado certo para que uma injustiça não seja feita, os policiais agiram
como manda a lei e acharam os culpados pelo delito, por isso exijo que a
justiça seja feita e que os culpados sejam condenados — diz Mizael e depois
senta e nos olha sério, Gabi levanta e arruma um fio não existente no seu
terninho e então ela nos olha e sua determinação me diz que mais uma vez ela
vai engoli-lo.
— Quando pegamos esse caso, eu e minhas amigas tivemos esta mesma
dúvida de vocês, será que estes meninos com histórico de um pai usuário e
aviãozinho de traficantes, realmente não resolveram levar a vida da maneira
mais fácil? Pergunto se vocês não fizeram este mesmo questionamento? —
ela anda na frente do corpo de júri apontando para cada um deles.
— Vocês sabem como descobrimos que eles eram vítimas de um sistema
racista? — ela foi para a direção dos meninos que estavam bem emocionados
— Bastou olharmos nos olhos deles e vermos que os irmãos Rufinem eram
inocentes e nós decidimos que eles não pagariam por um crime que não
cometeram. Então, começarmos a coletar as provas contra este racista
e preconceituoso — agora Gabi fica de frente para Júlio Torres —
Descobrimos tudo que precisávamos para dar aquela mãe — ela aponta para
Creusa — A paz necessária.
— Por isso diante de vocês, peço — ela vai para perto novamente do Júri e os
encara — Que devolva a vida destes rapazes que foi retirada na frente da sua
casa, onde meus clientes não tiveram direito a defesa, eles foram
abandonados pelas suas namoradas a pedido dos pais que não aceitavam que
suas filhas namorassem bandidos, na escola foram taxados por malandros, a
casa da mãe teve as paredes pintadas com a frase “Bandido bom é bandido
preso”. Os vidros da residência quebrados. Eles foram humilhados perante
todos que os conhecem desde que nasceram, abandonados pela sociedade e a
mídia que fizeram de meus clientes culpados. Mas, a pergunta que faço a
vocês! Com que provas meus clientes foram acusados deste crime? A palavra
de um homem que confessou a pouco tempo para minha ilustre colega, que
ele não estava enxergando direito devido à rua estar escura e todos os negros
serem iguais, vale mais que dois inocentes, sim, porque mais uma vez a
supremacia branca prevaleceu, e dois garotos negros e pobres não tiveram
sua voz ouvida diante de uma vítima branca e rica.
— Sabe o que é pior? Foi ouvirmos as gravações e nos emocionarmos por
descobrir o que estes dois guerreiros, passaram na mão daqueles verdadeiros
criminosos — ela olha para dona Creusa com pesar — Desculpa dona
Creusa, a senhora terá que ouvir isso. Sei que os meninos não te contaram,
mas as humilhações e torturas foram o que mais doeu em cada uma de nós.
Eles nos autorizaram a expor como sofreram diante de uma mentira contada
por um homem sem caráter que os usarão para melhorar seus negócios.
— Meritíssimo! Esses rapazes têm dezesseis e dezessete anos, eles foram
levados para o fundo de uma casa que é de propriedade do senhor Júlio
Torres, lá eles tiraram as roupas dos dois e amarraram os meus clientes em
duas cadeiras, molhavam seus corpos e davam choques com fios
desencapados por todo o seu corpo, inclusive os órgãos sexuais não foram
poupados, eu tenho aqui um laudo onde fala de todas as marcas realizada nos
irmãos Rufinem, eles levavam surras diárias e há também queimaduras de
cigarros nos seus peitorais, obrigando meus clientes a gravarem uma falsa
confissão, eles diziam serem inocentes, mas, no último dia não teve como
aguentar a tortura física e psicológica, pois as ameaças eram constantes,
foram muitos dias sendo humilhados e sua dignidade sendo tirada
gradualmente, se fosse seus filhos o que vocês fariam? — diz ela indo para
onde estão os meninos e ela pega no ombro do menor e aperta levemente
enquanto lágrimas saem dos seus olhos.
— Diante disto meritíssimo, eu peço absolvição aos meus clientes, pois eles
não tiveram culpa de nada, foram apenas aqueles que levaram a culpa no
lugar de outros, para que os policiais Lark, Kromer e Suet ganhassem a
promoção que almejavam, mostrando que eles eram ótimos policiais, e
resolveram o caso rapidamente, enquanto o senhor Júlio Torres ganhava a
atenção que precisava para a mídia ajudá-lo na sua empresa que estava quase
falida, mesmo que para isso dois inocentes teriam suas vidas destruídas,
aquela mãe de família que está sentada chorando ali, torcia diariamente para
que seus filhos não entrassem no mundo das drogas, que não fossem para o
mundo da marginalidade, mas estes criminosos de farda, que deveriam dar o
exemplo, os incriminaram só pelo fato de serem negros — ela vai até os
policiais.
— Não é porque eles são negros, que serão traficantes, ladrões e precisam
matar para conseguir o que querem, vocês como homens da lei, deveriam ser
imparciais, dar o exemplo, o respeito e amor ao próximo, olhem bem para
nós — ela aponta para onde estamos sentadas — Somos negras, nunca
roubei ou fiz algo ilícito para estar aqui, se estou hoje te acusando, é porque
estudei e virava as noites para conseguir isso, pois meu sonho era colocar
vocês preconceituosos atrás das grades.
— Meritíssimo, peço a absolvição dos Irmãos Rufinem, eles não têm culpa
por nascerem negros, pelo ao contrário, são orgulhosos por serem, aqueles
que tem vergonha da sua cor de pele, das suas origens e da família que o
criou, não são dignos e não tem caráter, mas esses dois irmãos mesmo diante
de tudo um não abandonou o outro, ficaram os dois juntos sendo
massacrados, a vocês Lisa e Charlote — Gabi olha com carinho para elas, nós
as conhecemos em uma das visitas à dona Creusa, Lisa é ruiva do cabelo
cacheado, já Charlote é branca com cabelo preto liso. Eu garanto com a
minha vida, que eles são inocentes — ela olha agora para o Juiz e dá a
cartada final.
— Eu peço que seja devolvido para os meus clientes, não só a dignidade
como a liberdade para o seu recomeço, já adianto á todos que não será fácil,
nem em anos de terapia poderá apagar das suas mentes hoje fragilizada, os
atos covardes que viveram, como peço também, para que o estado lhes pague
uma multa de seis milhões de dólares, sendo um milhão para cada dia de
tortura feitas em seus corpos, pela falta de caráter e preparo daqueles que
deveriam tê-los protegidos do ato racista em que meus clientes foram
submetidos — ela vai onde estão os policiais.
— Aos policiais corruptos, peço que sejam presos e julgados por tortura,
falso testemunho, prisão indevida e cárcere privado. Ao empresário Júlio
Torres, pedimos que seja pago para cada uma das vítimas, uma multa de
cinco milhões de dólares e a prisão por falso testemunho, acusação indevida,
cárcere privado, tortura e preconceito, lembrando que este dinheiro não vai
comprar e nem devolver a dignidade deles, mas, pelo menos poderão
amenizar o dano causado por estes quatro cidadãos, meus clientes perderam o
emprego, ano letivo, seu lar, pois o mesmo foi destruído por bandidos que
achavam serem justiceiros, eles precisam fazer uma faculdade, pois quem
dará emprego para dois ex-presidiários? Por isso meritíssimo eu peço
absolvição dos nossos clientes e reparação pelos danos causados (moral e
restritivos de liberdades).
Todos os presentes no tribunal batem palmas e gritam por justiça, o Juiz
começa a bater o martelo e pede ordem, mas está difícil conter a emoção que
nesse momento toma conta de todos, os dois irmãos choram, pois, nós viemos
aqui para libertá-los. Acreditamos em suas palavras, fomos atrás da verdade.
Isso para duas pessoas que foram injustiçadas já é um ponto de partida, sua
mãe ajoelha no chão e chora pedindo que os jurados tenham clemência e
sejam justos dando a absolvição para seus filhos, depois de um tempo o
silêncio toma conta do tribunal, o Juiz e os jurados se recolhem para a sala
onde debateram a sentença, ficamos ansiosas e esperançosas, olhamos para os
meninos e eles estão batendo as pernas, coitados estão nervosos.
Após meia hora, o Juiz aparece com o corpo de jurados, todos sentam e
olham para os meninos, pelas suas feições, não conseguimos saber se eles
serão inocentados, ou culpados injustamente, em meu coração eu tenho
certeza que sairemos daqui com esses meninos e com os policiais presos, o
Juiz recomeça a sessão e dá a palavra para um dos membros dos jurados, ele
olha seriamente para nós e depois para os nossos clientes.
— Foi inevitável não percebermos durante o julgamento, a força de vontade
de vocês advogadas para que seus clientes fossem absolvidos, vocês foram
atrás de provas e as juntaram durante 6 (seis) meses, tudo para reparar uma
injustiça, onde dois Inocentes não continuassem mais presos, machucados
tanto psicologicamente como fisicamente.
Nós estamos todas de mãos dadas, eles vão inocentá-los era o que nossos
cérebros nos diziam e lágrimas estão nos nossos
olhos.
— Diante das provas apresentadas, o nosso corpo de jurados, decidiu por 19
votos a um — ele olha para os meninos e para mãe deles — Pela absolvição
dos acusados Tomas Rufinem e Gerard Rufinem — Senhora Creusa grita e
começa a chorar, a emoção mais uma vez toma conta de todos os presentes,
eles tiram as algemas e os irmãos se abraçam, choram, não acreditando que a
justiça foi feita. Nós choramos por conseguir inocentá-los. As ex-namoradas
saem de perto das famílias e vem até os meninos e tascam um beijo neles que
deixam seus pais de boca aberta, nós começarmos a gritar e bater palmas, o
Juiz pede ordem no tribunal, todos ficam quietos.
— Dando sequência a sentença, condeno os policiais Lark, Kromer e Suet a
30 anos de prisão, o empresário Júlio Torres há trinta e cinco anos, ele pagará
a Tomás e Gerard Rufinem, a multa de três milhões para cada um deles, o
estado pagará para às vítimas dois milhões de dólares a cada um, sem direito
a recorrer da decisão — ele bate o martelo — Cumprimentamos todos e
agradecemos pelo veredito, depois abraçamos Creusa que só agradecia e
chorava.
— Obrigada por devolver a minha vida e os meus dois maiores tesouros —
diz ela.
— Fique calma Creusa, agora é o momento de comemoração e isso é o que
faremos, os meninos merecem.
Ao sair do fórum, a atenção está em cima dos meninos, agora eles querem
falar com os nossos clientes, mas isso só acontecerá, quando todos os jornais
se retratarem, vão ter que tirar as palavras maldosas e depreciativas usadas
para relatar o caso, acabaram com eles sem ninguém dar direito a resposta, o
mundo noticiou a história, só porque um empresário fulano de tal disse ter
sido machucado em um assalto por dois negros que eram viciados como o seu
pai, quando os meninos nunca colocaram um cigarro na boca sequer, nós
pesquisamos a vida deles e todas as pessoas que trabalham com eles estavam
horrorizados e acreditavam na inocência dos rapazes, mesmo assim, seu
patrão os demitiu, falavam da responsabilidade deles e de que eram muito
certinhos, para de repente serem presos por assalto a mão armada e ainda com
violência, quem os conhecia bem não acreditou, estas pessoas estão aqui
hoje, dando apoio aos meninos que ganham vários abraços.
Eu e as meninas vamos até eles que olham para nós e começam a chorar,
abraçamos eles e sua mãe que chora copiosamente que chega seus ombros
tremerem de tanta emoção ao ver seus filhos inocentes serem livres.
Lembro do olhar de derrota e raiva dos policiais, tenho certeza que se
pudessem eles mandavam nos matar, como Peter estava fazendo o que era
certo e para evitar que ele sofra represálias, nós pedimos que ele fosse tirado
das ruas e seja encaminhado para a corregedoria, pois ele é um policial
honesto e são essas pessoas que queremos ter lá, para brigar pelos direitos
daqueles que estão certos e punir policiais que são corruptos e estão fazendo
merda, não podemos deixar que o crime vença, o que é certo tem que ser
feito e o que é errado tem que ser arrumado, Peter não só aceitou, como
ganhou um cargo, ele não terá que conviver com aqueles, que acharam errado
por Peter realizar a coisa certa e “trair” na mente deles seus parceiros.
— Obrigada, se não fosse por vocês, meus filhos estariam ainda presos
injustamente.
— Que isso Creusa, nós apenas fizemos Justiça, temos que parar de nos
calarmos diante da impunidade — disse Luiza.
— Não minhas filhas, vocês não entendem, ninguém acreditava nos meus
filhos, só vocês acreditaram neles, eu não tinha dinheiro para pagar e vocês
fizeram tudo isso de graça para nós, quando recebermos esse dinheiro, quero
pagar a vossa parte.
— Não Creusa, não precisa, nós fizemos isso pelos seus filhos, por você, eles
são bons meninos e mereciam a liberdade, ela foi dada e tenho certeza que de
agora para frente, à vossa vida vai deslanchar — diz Carol e ela faz que sim
com a cabeça e um sorriso enorme no rosto.
— Darei um conselho a vocês três, peguem este dinheiro e mudem daquela
casa, pois os vizinhos não acreditaram em vocês e eles vão sempre estar
olhando com desconfiança, vocês vão se sentir humilhados, mudem para
outro bairro e recomecem, esse dinheiro dá para vocês montarem algo, a
faculdade dos dois já estão garantidas, ano que vem Tomás termina os seus
estudos e Gerard daqui a dois anos, então, realize uma programação e fiquem
espertos, pois muita gente baterá nas costas de vocês e se passaram por
amigos devido ao pagamento do processo — digo avisando eles.

— O que vocês falarem, nós faremos.


— Indicarei nosso contador para você Creusa, ele é muito eficiente e poderá
te auxiliar sobre como administrar o dinheiro.
— Combinado.
Despedimos assim que eles entram no carro do nosso segurança, não
deixamos a imprensa aproximar. Os repórteres ficam ao redor. Pedimos para
ligarem e marcarem com a assessoria de imprensa, só assim falaremos do
caso. Na verdade, Luísa, Deusa da tentação que falará por todas nós, ela fala
melhor em público e sabe se sair bem perante algumas brincadeiras, fomos
todas para o nosso escritório. Ele está com tudo arrumado e esse foi o nosso
grande caso que tomou toda essa repercussão, nós já tínhamos alguns clientes
e agora que ganhamos o processo, acreditamos que teremos novos clientes.

Nossas secretárias estão eufóricas, já ligaram e gritaram animadas, Heiki


quando viu sua amada, correu até ela e a abraçou, beijou-a com toda sua
paixão e nós ficamos às três encalhadas babando pela cena de amor deles, em
seguida eles tentaram ir para o escritório dela, acredito que já iam namorar,
porque esses dois tem um fogo, mas foram interrompidos pelas nossas
secretárias que estavam com champanhe na mão e com as taças cheias para
brindarmos o sucesso que foi no tribunal, conversamos mais um pouco e o
telefone começou a tocar e não parou mais, as meninas trabalharam igual
loucas e disseram que quadruplicou a quantidade de clientes para cada uma
de nós, então, trabalharemos muito e eu estou feliz com isso, pois é horrível
ter um escritório e não ter clientes, os nossos novos casos têm cada pepino
que tenho certeza que gradualmente nós resolveremos.
Alguns colegas nossos de faculdade, ligaram para Lu e nos chamaram para
participar de uma festa na boate James, nós resolvemos ir, pois, era bom
comemorar e sair para tirar toda essa carga negativa desses últimos seis
meses. Dedicamos ao máximo para a liberdade dos meninos, e no final, valeu
muito a pena, fomos todas lindas e maravilhosas, estamos cansadas
mentalmente mais fisicamente estávamos precisando desse momento,
começamos aproveitando a noite e estava sendo muito gratificante, dançamos
e rebolamos bastante, mas, em determinado momento fui até o bar para pegar
uma bebida, pedi para o barman um Martini e quando ia pegar, outro rapaz
veio e pegou minha taça, na verdade, nós dois pegamos em simultâneo, e
olhamos um para o outro, sorrimos, pois, foi engraçada a cena.
— Pode pegar, desculpa, pensei ser o meu, pedi um também.
— Não, pode pegar, eu também pensei que fosse o meu, pode pegar não tem
problema — puxa vida que homem bonito, ele é branco, cabelos castanhos e
olhos verdes, que isso, julgo que estou babando, pera aí, me deixa limpar
aqui, penso comigo mesma.
— Não tem problema, pode pegar — ele me empurra a taça.
— Não, pode pegar você — empurro para ele de volta que sorri para mim e
puta que pariu, que sorriso é esse, ficamos empurra para lá, empurra para cá,
até ele parar de empurrar o copo.

— Tudo bem então! Pedirei outro para a senhorita, mas, peço que sente aqui
para conversamos um pouco — fico meio assim, não sei quem é ele, mas
tenho que me arriscar também, como diz Luísa, se não morrerei virgem,
preciso dar um passo de cada vez, sento ao lado dele e ele pede um Martini
para mim, então, ele me olha e dá aquele sorriso, que diz “Esta noite você é
minha” pronto acabei de gozar.
Acabei de me apaixonar só com este sorriso maravilhoso, eu percebo que ele
está me olhando de cima embaixo e seu sorriso começa a aumentar, safadinho
ele hein, eu gostei de ver que o agrado, estou precisando realmente dar uma
saída, uns beijos na boca, quem sabe uma coisinha a mais hein! Meu Deus!
Eu estou ficando louca, vou transar com um homem que acabei de conhecer,
ando pensando nisso já há muito tempo, tenho que transar para poder parar de
ficar imaginando como é, tenho que fazer para depois eu reclamar, então ele
se apresenta, estende suas mãos grandes e eu pego.
— Prazer, eu sou o Jr.
— Prazer, Lilian.
— O nome é lindo, deu certinho com a dona dele — além de tudo é
galanteador, daí é covardia.
— Você é sempre galanteador assim? Ou só quando encontra mocinhas
indefesas no balcão da boate? — ele começa a rir.
— Gostei de você, eu não sou sempre galanteador, normalmente sou até
quieto, mas quando você vê uma beldade dessa parada na sua frente, não tem
como ficar calado — ele dá uma piscadinha muito “sexy” — Até porque eu
não sou bobo — começamos a rir.
O papo flui bem, ele é filho de uma americana com um brasileiro, mas Jr
nasceu aqui nos Estados Unidos, mas, que vivia um pouco aqui e um pouco
lá no Brasil, eu digo que sou americana e sempre morei nos Estados Unidos,
depois começamos a falar sobre carreira e eu descobri que ele é advogado
também, vimos alguns pontos em comum e fiquei feliz.
— Então você é advogado de qual área? — pergunto curiosa já que ele sabe
falar de todas.

— Você acredita que realizei o impossível — diz ele sorrindo, merda de


sorriso lindo.
— Como assim? — fico mais curiosa.
— Acabei me especializando em todas as áreas, eu gosto delas por igual e
não quis ser específico apenas em uma.
— Interessante isso, eu quis mexer na área criminalística.
— Mesmo fazendo todas as áreas a que mais amo estar, é a área do trabalho,
adoro defender o trabalhador e pegar aquele patrão que se acha muito esperto,
arranco até o último fio do cabelo nos processos, eu quero é entrar de cabeça
mesmo, não defenderei deputados corruptos, piorou um assassino de criança,
eu não me sentiria bem fazendo isso, então eu me especializei em todas, para
eu poder escolher qual cliente quero defender.
— Você está certo, quem sabe eu não faça o mesmo no futuro — ele sorri.
— Eu não advogarei para um criminoso e diminuir a pena dele, como terei
uma filha, sabendo que deixei um estuprador solto, isso não entra na minha
cabeça.
— Eu também penso assim, escolhi a área criminal para só defender quem
for inocente, se o cliente chegar em mim e falar matei, direi para ele ir
embora, pois, no meu escritório ele não entra mais, não quero defender
nenhum assassino, quero soltar os inocentes, pois, acredito serem eles que
farão a diferença no futuro
— Com certeza concordo com você, por isso mesmo te digo que eu me
especializei em todas, se vier civil e trabalhista melhor ainda, mas se vier a
criminal vou também desde que o cliente seja inocente, o previdenciário
realizo feliz, eu acho o Direito tão fascinante e impressionante que você
acaba ajudando os inocentes, os canalhas serão julgados para que pague
pelos seus crimes — concordo com ele e em um dado momento as meninas
vieram me procurar, quando viram que eu sumi, apresentei o Jr para elas que
as cumprimentou com educação, mas eu não vi toda aquela atenção dele para
elas como ele estava dando para mim, o que lá dentro eu gostei.
Elas desconfiaram estar rolando um clima, pois se despediram logo, a Lu
então, nem se fala, saiu piscando o olho e de longe ficou fazendo gestos para
eu o agarrar, comecei a rir, ele olhou para trás e ela parou de gesticular, em
seguida elas sumiram, certeza cada uma encontrou alguém e eu fiquei aqui
com este homem dos lindos olhos verdes e o sorriso sapeca, não sei, mas
acredito que essa noite vou me perder neles.

CAPÍTULO 2
JOSE ROBERTO (JR)
Olho pela janela e não acredito que estou me despedindo do País que tanto
amo, não sei quando aparecerei por aqui novamente, pois segundo meu pai eu
preciso estar no Brasil para assumir os negócios, minha mãe infelizmente não
anda nada bem de saúde e a tendência é só piorar.
Ele me disse que preciso estar preparado para tudo. Isso me deixa muito
triste, pois, minha mãe sempre foi uma mulher saudável, amorosa e gentil,
depois que vim embora para os EUA (Estados Unidos da América), algo
mudou e a saúde dela ficou debilitada, até que ela caiu doente. Agora os
médicos já estão nos deixando preparados para o pior, como assim? Quando
chegar ao Brasil vou atrás desta história e descobrir o que aconteceu de
verdade!
Lembro da noite maravilhosa que tive, em como aquela linda mulher me
seduziu só com seu sorriso lindo e seus lábios grossos. Amei poder senti-los
pelo meu corpo. Porra! Que noite!

JR ON
Meus amigos da faculdade me convidaram para uma despedida em uma boate
badalada. Topei. Essa é minha última noite no (EUA) e eu quero realmente
levar uma boa lembrança, eu optei por ir de táxi já que íamos beber a noite
toda e eu viajaria bêbado amanhã, assim dormiria o voo todo e a dor seria
menor.

Cheguei à boate e estava lotada. Tinham muitas moças na faixa dos seus
dezenove a vinte e um anos. Estou com vinte e oito e os meus amigos na
faixa dos vinte e quatro anos. Então, daí todo mundo pensa que eles se darão
bem com as meninas que estão aqui mais do que eu, pois elas são novinhas,
eu mostro sempre ao contrário e acabo pegando mais mulheres que eles e as
minhas são de primeira linha.
Mas, hoje eu queria encontrar uma especial, alguém para ter um papo legal e
se no final tivesse química, poderíamos terminar na cama. Não posso
reclamar que quando saio com eles, sempre pego alguma loirinha do jeito que
gosto, elas sempre foram meu tipo, sou exigente e ela tem que ser da minha
preferência, entro na sala VIP e os meninos já estavam todos empolgados.
Começamos a pedir uma rodada de “shots”, segundo eles eu teria que beber
no mínimo 10 para conseguir sair da sala e ir até a minha presa da noite.
Após cumprir com o meu objetivo, eles me liberaram, me mandaram ir para
pista procurar uma gatinha, que era para eu me despedir dos EUA com estilo.
Já estou meio alto, pois 10 “shots” na cabeça rápido assim deixa qualquer um
desnorteado, mas, ainda quero beber algo, acho melhor pedir uma água antes
de voltar a encher a cara. Vou até o bar e peço uma água para o barman, ele
que eu vá para o meio do balcão, pois na ponta não tinha como atender, que
cara sem graça, vou abrindo caminho até onde ele mostrou.
Quando vou chegando lá, ele coloca um Martini e eu variado da cabeça pelos
shots, penso que foi isso o meu pedido. Quando pego a taça, acabo colocando
minha mão em cima de uma pele de chocolate, olho para o lado e vejo uma
moça negra, ela é bonita e eu acredito que acabei de achar minha presa dessa
noite. Será! Eu sempre preferi as loiras.
Começamos a conversar e descobri que seu nome era Lilian, ela é advogada
como eu, chamo-a para sentarmos em outra mesa, pois, no balcão é ruim para
conversarmos. Pensei que ela iria me recusar e este seria o primeiro toco da
minha vida, mas, ela cedeu e nós sentamos em outro ambiente onde tinham
vários casais se pegando, o que reparei que a deixou constrangida, porém
depois, ela ficou mais relaxada e o assunto rendeu.
Há muito (tempo) que eu não fico perto de uma moça que me traz tanto
interesse como ela fez. Na verdade, eu acredito que Lilian é a primeira que
realmente me chamou muito à atenção. Confesso que nunca fiquei com uma
negra antes, mas sempre tem uma primeira vez, Lilian conseguiu me deixar
entusiasmado com o assunto e nada mais era importante que olhar para ela,
inclusive estou reparando nela, nesse momento.
Eu retiro o que eu disse quando nos esbarramos para pegar a mesma taça do
Martini. Lilian não é bonita e sim linda, além disso, é extremamente educada
e tem mais corpo que as outras que eu já peguei. Não demora mais três moças
negras chegam perto de nós e a autoestima delas vem em primeiro lugar,
todas estão com roupas que marcam suas gordurinhas extras. Elas andam
como se fossem misses, e são mesmo, pois vi alguns homens quebrando o
pescoço para o lado delas. Às três nem olharam de lado, após conversarmos
um pouco, elas vão embora, segundo Lilian, as amigas iriam à caça, menos
uma delas que com certeza foi atrás do seu anjo que é o namorado dela.
Já iam ser 03:00 horas da manhã, nós dois não parávamos de nos encarar,
essa noite eu queria dormir com esta mulher linda e ter a melhor despedida de
todas. Lilian me olha com aqueles (olhos) cor de mel e eu fico excitado.
Quando ela toma a sua bebida e passa nos lábios a língua, eu queria ser
aquela gota e saborear sua boca perfeita. Porra! Ela dá uma cruzada de perna
na minha frente e morde o lábio inferior, não resisto e puxo-a para que os
nossos corpos se encontrem, ela senta no meu colo e me encara.
Fiquei preocupado, pensei que ela pudesse me dar um fora, mas, isso não
aconteceu. Lilian me olha e eu colo nossos lábios, sua boca molda a minha
com uma perfeição, nossas línguas começam a pedir passagem e a mulher me
tem agora nas mãos, como ela beija gostoso, que boca maravilhosa é essa?
Porra! Por que fui conhecê-la no meu último dia que estou aqui, que destino
safado esse, droga queria ter mais tempo com esta bela sereia ao meu lado,
xingo internamente por ter que ir embora.
Não tem outro jeito que não seja aproveitar cada momento. Ela começa a
ficar mais sedutora e sua mão gruda nos cabelos da minha nuca, ela aperta
forte e eu acabo esfregando minha ereção nela que geme na minha boca, essa
mulher quer me matar, no começo achei ela um pouco tímida e resistente,
mas, depois percebi que realmente Lilian é tímida, isso me deixou encantado
com ela.
Começamos a ficar como se fossemos namorados, aquela magia que existe
entre nós é como se nós já estivéssemos juntos há muito tempo, estamos em
plena sintonia, eu sempre procurei algo de especial em uma mulher e na
Lilian achei o que levou anos para acontecer, mas infelizmente, estou indo
embora e não verei mais essa linda sereia, começo a olhá-la por um tempo e a
sereia fica sem graça.
— Queria te pedir algo sereia — ela me olha meia desconfiada e dá um
sorriso meigo que me deixa mais louco ainda para prová-la.
— Sereia? — pergunta desviando o olhar, pego no seu queixo.
— Você me encantou com a sua voz, seu jeito meigo e tímido, sem falar na
sua beleza — digo e ela sorri com aquela boca gostosa me deixando mais
excitado
— O que você quer? — pergunta ela tímida.

— Quero você — digo dando um selinho nela que aprofunda o beijo e eu


aproveito — depois ela me dá um sorriso toda sem graça e tímida e isso
aquece meu coração.
— Tem certeza disso Doutor? — pergunta ela agora travessa.
— Desde quando coloquei meus olhos em você Sereia, te quero demais
mulher, nenhuma outra ficante me chamou tanto a atenção como você — ela
agora dá um sorriso largo e o meu pau fica maior.
— Passa o resto da madrugada comigo? — peço esperançoso
— Você está fazendo a proposta para eu passar com você aqui ou na sua
cama? — engulo seco, essa é das minhas, chega logo no assunto sem rodeios
e sem frescuras.
— Na minha cama. Quero seu corpo colado ao meu, saborearei cada
pedacinho seu — ela me olha agora tímida e parece meio em dúvida, acho
meio estranho uma mulher tão decidida como ela parecer estar com medo, ela
pensa um pouco e quando os nossos olhos se encontram, sei sua resposta.
Lilian pega o seu celular e começa a digitar. Acredito que esteja falando com
as suas amigas, ela levanta a cabeça e me encara, vejo em seu olhar algo que
ainda não havia constatado a noite toda, desejo, a Sereia me deseja assim
como eu a desejo, começo a sussurrar em seu ouvido.
— Proporcionarei para você linda Sereia a melhor noite da sua vida, quero
desfrutar de todo o seu corpo, irei te lamber todinha e no final vou fodê-la
duro e gostoso, você será minha por inteira — ela me olha com os seus olhos
bem arregalados e parece uma virgem.
— JR, eu nunca fui de sair com um homem assim na primeira noite — ela
fala tensa.
— Não se preocupa Sereia, eu não estou te julgando, tem sempre uma
primeira vez e fico feliz que seja comigo — ela parece relaxar com essa
minha resposta, resolvo levá-la para o meu hotel, quero ela deitada comigo
até eu ir embora.
Pego em sua mão e saio praticamente a arrastando daquela boate. Agora os
minutos estão contra mim, quero aproveitar cada segundo ao seu lado, não
posso me dar ao Luxo de ficar esperando muito tempo, beijo sua boca mais
uma vez para mostrar para ela todo o desejo que sinto agora, ela retribui na
mesma intensidade.
— Estou de táxi e você? — pergunto ansioso.
— Eu estava de carona com as meninas — dou um sorriso e a arrasto para o
ponto de táxi.
— Ah! Então, está ótimo — entramos no táxi e eu já a ataco.
— Hotel Real por favor e se o senhor chegar mais rápido lhe darei uma bela
gorjeta — o cara faz que sim com a cabeça e pisa fundo. Puxo Lilian para o
meu colo e começo a beija-la, ela dá um sorriso achando graça do meu
desespero. Realmente não demora, o taxista voou, pois, logo chegamos no
hotel, cumpri minha promessa e dei uma boa gorjeta para ele, eu e Lilian
entramos rápido no elevador que acabou de abrir.
Ela só sabia rir do meu afobamento. Começo a beijá-la novamente, coloco às
duas mãos perto da sua orelha e vou aprofundando o beijo, quero que ela
sinta todo a intensidade do meu desejo nesse momento por ela. Seu corpo
está colado ao meu o que me deixa muito excitado quero esfregar meu pau
nela, mas sei que no elevador tem câmeras e não darei um “show” para as
recepcionistas.
Chegamos ao quarto e assim que fechamos a porta, vou arrancando a roupa
dela que parece meio assustada, Lilian às vezes parece uma gatinha com
medo.
— Lilian se você não quiser, vou… — Ela me interrompe colocando dois
dedos na minha boca.
— Shiiiii! Eu te quero muito — diz ela e volta a me beijar, porra que essa
mulher me dá um tesão do caralho, ela vai plantando beijos no meu pescoço e
começa a inalar o meu cheiro, parece que ela também quer guardar o que
estamos vivendo.
Puxo sua cabeça delicadamente e beijo seus lábios com ternura. Lilian me faz
querer pensar em mais uma noite juntos, mas, eu infelizmente não posso,
minha mãe me espera, eu beijo o seu pescoço e agora eu que inalo o seu
cheiro para que nunca esqueça dela, eu queria muito marcar essa Sereia como
minha, pena não poder fazer isso.
Lilian se afasta e acaba de puxar o vestido do seu corpo, quando ela fica só de
lingerie vermelha na minha frente, aí sim! Eu vi toda a perdição naquele
momento. Essa Sereia sabe realmente seduzir um homem, eu sabia que não
poderia controlar mais o meu tesão, não da primeira vez. O poder que ela tem
sobre mim me faz querer não a deixar ir embora, tenho certeza que após eu
amá-la até a exaustão, lembrarei dela por muito tempo.
Pego na sua mão e faço ela dar uma viradinha, Lílian tem um jeito tímido que
me deixa louco, ela é a mistura completa da calmaria e do pecado, tenho
certeza que esta noite será inesquecível, minha despedida me deixará com
gosto de saudade.
— Lilian estou fascinado por você.
— E eu por você. Nunca sai com um homem desta forma, você é o primeiro.
Pego a Sereia no meu colo, levando-a até a cama, em seguida afasto um
pouco e olho novamente cada pedacinho do seu corpo, os nossos olhos se
encontram. Então, subo em cima dela e começo a beijá-la, vou passando a
mão pelo seu corpo delicadamente, sua pele é macia e quente, seu corpo se
arrepia com o meu toque. Com ela tudo parece ser mais forte, a intensidade
está no ar e nossos corpos parecem dois elementos que se atraem
naturalmente.
Depois beijo seu rosto, pescoço e abro o seu sutiã que tem o feixe frontal.
Seus seios são lindos de um tamanho médio e estão a minha disposição, isso
me faz ficar com muito tesão, minha boca saliva para poder prová-los.
Levanto e vou até à geladeira, abro-a e pego no congelador uma lata de
chantilly que deixei para tomar com sorvete de passas ao rum, volto para ela
com o chantilly e a olho.
Fico pensando o que farei com ela esta madrugada toda, mas, Lilian acaba
mordendo seus lábios me deixando sem imaginação além de querer fodê-la.
Puta que pariu. O tesão que essa mulher me dá é descomunal. Fico de joelhos
ao seu lado. Abaixo beijando sua boca, enquanto fico sacudindo a lata de
chantili para ser adicionado ao seu corpo gostoso. Paro os beijos e aperto um
pouco de chantili no meu dedo e passo nos seus lábios, ela passa a língua
lentamente e depois pega o meu dedo chupando-o, meu pau falta sair da
minha cueca agora.
Lilian me observa, seus olhos contêm fogo e desejo. Passo mais uma vez o
chantili nos meus dedos e chupo olhando para ela que esfrega uma perna na
outra. Começo a apertar o chantili nos seus dois seios maravilhosos. Porra!
Ela é gostosa demais. Faço uma trilha até o caminho da nossa felicidade.
Abaixo beijando novamente os seus lábios, quero deixá-la excitada. Passo a
língua no seu pescoço e Lilian se contorce toda. Vou delicadamente beijando
o seu colo para prepará-la, depois deslizo a língua em volta dos seus seios.
Cada momento eu me delicio mais dela, minha língua escorrega para o seu
bico pontudo e eu dou toda a minha atenção a eles. Brinco com eles e Lilian
começa a gemer, me deixando louco de tesão por ela, coloco a ponta dos dois
seios na minha boca e chupo-os com força, tenho certeza que ficará marcado.
Vou descendo o caminho da felicidade lambendo-a todinha como prometi.
Quando chego perto da sua boceta, vou retirando a sua calcinha com os meus
dentes e aplico um pouco de chantili entre os seus lábios vaginais, passo
minha língua de baixo para cima e abocanho o seu clitóris. Ela grita e eu não
consigo ser delicado nesse momento. Preciso urgente provar essa mulher,
rapidamente passo minha língua de um lado para o outro e mordisco seu
clitóris, depois os prendo com o meu dente e passo minha língua apenas no
ponto sensível dela. Lilian começa a delirar e eu tiro a minha cueca, não
demora para ela gozar na minha boca.
Vou perto dela para beijá-la. Lilian me surpreende pegando no meu pau e
começa a masturbá-lo. Porra! Amo mulher de atitude, jogo minha cabeça
para trás quando ela mete meu membro na sua boca quente. Viro meu corpo e
ficamos na posição meia nove. Volto a chupá-la enquanto ela me toma na sua
boca me deixando com mais vontade de fodê-la. Passo minha língua com
vontade e quando ela geme, o som vibra no meu pau tirando um pouco da
minha sanidade. Chupo seu clitóris como se fosse um pirulito, coloco ele na
boca e fico mamando só naquela região principal, Lilian acelera os
movimentos e meu pau pulsa para gozar, tento sair, mas, ela me abraça o
quadril.
— Sereia! Vou go...zar — engasgo com a garganta profunda que ela realizou,
Lilian não para e eu gozo com ela que grita fazendo meu pau vibrar.
— JR — grita assim que se desmancha junto comigo. Viro meu corpo e nos
beijamos sentindo os nossos gostos na boca um do outro, sem pedir licença
começo a entrar nela e mesmo eu estando meio tonto, percebo o quanto ela é
apertada. Meto tudo de uma vez e Lilian dá um grito de susto, mas antes que
eu peça desculpa, ela me puxa e beija os meus lábios me fazendo esquecer
qualquer coisa.
Começamos a transar duro e rápido. Lilian rebola e meu pau baba por ela.
Esfrego seu ponto que deve estar muito sensível e ela logo goza, saio de
dentro dela e coloco-a de quatro. Meto novamente rápido e vou fazendo um
caminho de beijos por suas costas, dou leve mordidas e puxo o seu cabelo.
Ela olhar para trás, abaixo e mordo seus lábios e puxo, ela arfa e eu meto
mais forte, Lilian parece estar alucinada, ela rebola e esfrega em mim e
quando minha liberação chega, eu esfrego o seu ponto e não paro de mexer
até ela gritar de prazer novamente.
Caio por cima dela e rolo trazendo-a para ficar deitada com as costas no meu
peito. Nossas respirações estão ofegantes e eu tenho a impressão que este foi
só o começo, não demora Lilian senta e esfrega no meu pau que ainda está
meia boca, ele vai ficando duro, mas eu seguro o seu quadril.
— Quero você de frente Sereia, preciso ver seu rosto quando meu pau te
fazer gozar — Ela levanta e eu sento na cama com as costas na cabeceira.
Lilian monta no meu pau, lentamente nossos lábios tocam, enquanto ela, sobe
e desce no meu membro. Me seduzindo. Porra! Que mulher! Abocanho o seu
seio direito e fico passando as mãos nas suas costas, ela volta a se contorcer,
sua boceta me aperta, Lilian gozará de novo e eu começo a ajudá-la no
movimento.
— Sereia! Caralho! Começo a fodê-la rápido, chupo seus seios e marco ela
de novo, seguro o seu quadril no lugar, vou metendo sem parar, Lilian me
puxa e beija minha boca, ela entrelaça nossas línguas me deixando louco de
tesão, mas quando ela morde minha boca. Porra! Grito gozando forte, minhas
pernas estão tremulas e dou graças a Deus de não estar em pé, senão teria ido
ao chão.
Após nos recuperarmos, tomamos banho, eu esfrego o seu corpo enquanto ela
está molinha em meus braços. Porra! Estou fascinado. A queria mais um
pouco, deixo Lilian pelada e linda na minha cama. Nunca peguei uma mulher
com corpão igual ela, suas coxas são grossas, o quadril largo, os seios médios
e minha boca saliva por querer mamar novamente neles, sentir o bico
enrijecer de tesão. Merda estou ficando duro de novo. Lilian parece entender
que aprecio a linda vista. Suas pequenas mãos passam pelos seios e vão até
sua boceta, ela abre as pernas me chamando e eu vou de bom grado, acredito
que ninguém dormira esta noite. Esta mulher tem o fogo de um vulcão, volto
a chupá-la até ela gozar na minha boca, subo e vou até ela para beijar os seus
lábios.
— Sereia eu nunca tive uma mulher tão gostosa como você, seu sabor me
deixa inebriado, meu pau está babando, ele quer te comer novamente.
— Então faz amor comigo. Aproveitaremos o momento — mesmo na
escuridão do quarto seus olhos brilharam de luxúria, eu rolo e deixo ela me
comandar, minha Sereia, como eu queria que ela fosse só minha para sempre,
esta mulher me deixará marcado, eu queria uma noite inesquecível, pois é!
Acabei de ganhar. Ela dá uma rebolada de leve e eu arfo, em seguida vai
subindo e descendo sem pudor nenhum. Contudo, agora difere das outras
vezes, parece que ela também quer lembrar deste momento, fizemos amor
com toda a calma do mundo, primeiro ela por cima, depois eu por cima e por
último fiz amor com ela de quatro.
Eu não sei se um dia, alguma mulher conseguirá me dar uma noite tão quente
como essa Sereia, pois, eu queria deixar marcas nesta mulher, mas ela me
marcou totalmente. Olho no relógio e já são 06:00 horas da manhã, ela está
caindo de sono. Deito e minha Sereia se aconchega em meio peito, isso
parece tão normal que chega me deixar comovido, beijo sua boca e depois a
testa, ela me dá aquele sorriso doce e eu sei que nunca mais irei esquecê-la.
— Bom dia Sereia, obrigado pela noite maravilhosa.
— Bom dia JR, eu que agradeço — diz ela já quase dormindo e então
entregamos ao sono.
Acordo com o alarme do meu celular, olho para a Sereia e ela dorme
tranquila. Dói o meu coração deixá-la aqui sozinha, antes eu queria que elas
estivessem dormindo quando eu fosse embora. Já neste caso, eu gostaria que
ela estivesse acordada para fazermos amor pela última vez, vou para o
chuveiro e tomo um banho gelado para apagar o meu fogo e o desejo que
sinto por ela.
Após ficar pronto, olho para a cama novamente, vou até ela e beijo de leve os
seus lábios que me proporcionaram tanto prazer e tesão, estou de ressaca e
cansado, mas eu faria tudo de novo para tê-la comigo. Saio com pesar do
quarto. Bato a porta para que ninguém a pegue pelada, coloco o aviso de não
perturbe para que ela acorde na hora que quiser, desço na recepção e fecho a
conta deixando o quarto pago para ela até o outro dia. Arrependo-me de não
dar um cartão com o meu número lá do Brasil e também deveria ter pedido o
número dela. Olho no relógio e não tenho tempo para voltar lá, penso se
deixo na recepção, mas tenho medo de não verem ela saindo, vejo umas
moças vindo na minha direção e uma delas lembro de ter visto falando com
minha Sereia. Lilian me disse que elas eram conhecidas.
— Oi, eu te vi ontem falando com a Doutora Lilian, vocês são amigas? — ela
me olha meio desconfiada.
— É que eu precisava entregar este bilhete para ela, como posso perder o
avião, queria pedir para você fazer isso, seria possível? — ela dá um sorriso.
— Claro que entrego — diz ela, peço um papel na recepção e escrevo um
pequeno bilhete, digo que estou indo para o Brasil e agradeço pela noite
maravilhosa, deixo meu cartão caso ela queira entrar em contato comigo.

Chego ao aeroporto correndo e quase perco o avião, até que não seria ruim,
eu voltaria para aquele quarto e amaria ela de novo. Doutora Lilian fui
fisgado por você e espero que possamos encontrar novamente, pois, se você
aceitar, eu me casaria e entregaria o meu coração somente para você. Porra!
Estou ferrado.
JR OFF
CAPÍTULO 3
LILIAN
Antes de sair da boate com JR, resolvo ir ao banheiro, seus olhos fazem
promessas que meu corpo quer cobrar. No caminho infelizmente encontro
com Jéssica que me olha com aquela cara de bunda, nunca vi uma
pessoa para ser tão antipática como ela.
— Eu queria entender o que os homens veem em vocês? — diz ela como
sempre cheia de inveja.
— Acredito que você deveria perguntar para os homens, pois são eles que
vem atrás de nós, eu não tenho culpa se ninguém quer saber de você — ela
me olha com ódio.
— Um dia Lilian horrorosa, ainda vou me vingar de vocês — respiro fundo
antes de mandá-la ir à merda.
— Jéssica! Limpa aí no canto da sua boca, porque seu veneno está
derramando e logo cairá no chão — ela me olha com mais raiva ainda e sai
puta da vida para a direção do banheiro também. Entro e ela está com um
bico enorme, finjo que não a conheço e depois volto até onde aquele
homem lindo e gostoso me espera, ele me perguntou se Jéssica era minha
amiga, pois nos viu conversando, eu disse ser uma conhecida, aquela cobra
não é amiga de ninguém.
Passo a melhor noite da minha vida com JR. Mesmo não tendo nenhuma
experiência, acredito que ele foi maravilhoso, me deu tudo na medida certa,
JR sabe ser carinhoso, quente, bruto e me levou a loucura, eu fiz amor de
todas as maneiras possíveis. Não podia ter escolhido um cara melhor para
perder a minha virgindade.
Infelizmente, JR me disse que hoje viajaria. Então, quando acordo, não o vejo
mais no quarto, eu sabia que ele havia partido. Mas, lá, no fundo, meu
coração tinha esperança de que ele estivesse aqui quando eu despertasse.
Olho no relógio e já vão ser 16:00 (dezesseis horas), também dormimos já ia
ser de manhã, o cara realmente é muito gostoso na cama e tem um pique que
me deixou de pernas bambas.
Levanto e sinto ardência no vão das minhas pernas, vou até o banheiro e
lembranças da noite anterior vem, me fazendo sorrir, esse homem realmente
me desestabilizou totalmente e se ele quisesse ficar comigo para termos algo
mais sério, com certeza eu aceitaria.
Após Um banho relaxante de banheira, volto para o quarto e me arrumo para
sair, pego o meu celular e tem mais de 20 chamadas das meninas, com
certeza elas estavam preocupadas comigo. Afinal, nunca sai com um
desconhecido antes, mesmo ele indo viajar e eu não saber se vamos nos ver
novamente, ainda não me arrependo de nada que realizamos e
compartilhamos.
Olho a porta e acho bonitinho antes dele sair ter colocado um aviso de
não perturbe do lado de fora. Senti falta de um bilhete de despedida, mas era
só uma noite, o que eu esperava? Flores e bombons no outro dia. Acorda
Lilian, você está sonhando. Meu subconsciente fala para mim, saio do
elevador feliz, JR foi uma pessoa importante na minha vida e ele me marcou
para sempre, mas, para estragar a minha tarde feliz, encontro Jéssica com
aquele sorrisinho de deboche, vindo dela sei que lá vem merda.
— Boa tarde Deusa do Pecado, pelo jeito eu te subestimei. Pois, não
imaginava que aquele gostosão traria você para terminar a noite dele. Sei de
algumas amigas que estavam ontem com a turma dele. Elas me disseram
como ele era exigente em escolher suas parceiras. Então, supus que você não
conseguiria o levar para cama — diz ela com um sorriso sarcástico.
— Fazer o que não é Jéssica! Se ele escolheu a mim, ao invés de você,
porque se andou perguntando é por estar de olho né querida — ela vai
diminuindo o sorriso — Eu já falei para você. Peça a Deus para te fazer de
novo, mas dessa vez, pede para nascer negra, linda e gostosa como nós —
digo dando o meu melhor sorriso, ela agora me olha irritada.
— Sua sorte Lilian, é que sou uma mulher de palavra, senão, eu iria te dar
uma banana — não entendo o que essa louca está falando dessa vez — O
gostosão antes de sair me pediu um favor — agora ela conseguiu me deixar
curiosa.
— Fala logo Jéssica, o que você quer me dizer? — ela coloca a mão direita
no bolso de trás e tira de lá um papel dobrado, olho sem entender o que é
aquilo.
— Aquela coisa linda, pediu para eu entregar este papel a você, como
prometi para ele que seria entregue, então está aqui — pego o papel da sua
mão, pois não esperava esse ato de Jéssica, fico até sem graça de dizer
obrigado.
— Obrigado Jéssica — ela me dá um sorriso e sai com a Karina que é outra
amiga insuportável dela, não sei por que essa também nunca gostou de nós.
Fico nervosa por não saber o que encontrarei naquele papel, vou até o
restaurante do hotel para comer algo enquanto leio o bilhete de JR, sento um
pouco distante e abro o bilhete para ler o que JR escreveu.
Bom dia, Lilian!
Como você estava dormindo, não quis te acordar. Também não vi motivo
para isso. Pois, foi só uma foda o que tivemos. Eu estava bêbado, senão, com
toda certeza, jamais terminaria minha noite com uma gorda, preta e feia igual
você. Então, aproveite a oportunidade de ter dormido com um homem como
eu. Guarde esta noite na sua mente, pois uma mulher horrível e cheia de
gorduras como você, jamais conseguirá outra experiência como essa.
Até nunca mais.
JR
Após ler esse bilhete, meu corpo todo treme, não parece ser o mesmo homem
que dormiu comigo ontem. O que aconteceu para ele mudar tanto assim?
Meu príncipe carinhoso e gostoso que estava comigo na cama chamando-me
pelo apelido de Sereia, agora pareceu um monstro.
Lembro o que todo mundo fala, que eles depois que conseguem o que
querem, nos tratam como roupa velha. Seguro as minhas lágrimas para elas
não caírem, foi uma decepção muito grande, antes não tivesse deixado bilhete
nenhum, penso em jogar fora essa merda, mas depois resolvo guardar para
que eu lembre dele e nunca mais me envolva com homens babacas.
Saio do hotel de cabeça erguida e sem olhar para trás, pois tenho certeza que
Jéssica está em algum lugar observando a minha reação. Ela não perderia a
oportunidade de ler o bilhete antes de me entregar. Seus sorrisos eram
sarcásticos, com certeza essa cobra sabia que ele tinha me humilhado. Vejo
dois seguranças me esperando em frente ao hotel. Foi bom eu ter mandado a
localização para as meninas. Eles me levam para casa e eu peço para avisar as
meninas, que estou bem, mas quero descansar. Na segunda nos falamos.

DOIS DIAS DEPOIS


Segunda-feira começou corrida e as meninas estavam atrás de mim para saber
o que aconteceu, não queria dar satisfação do que ocorrera, mas elas são
minhas amigas e irmãs de coração, depois de um tempo elas me chamaram e
estavam todas na sala de reuniões me esperando.
Comecei a contar tudo que aconteceu. Falei do bilhete para elas que JR me
deixou, todas queriam mandar mata-lo. Minhas amigas são uma comédia.
Não direi que ele não me magoou, mas mesmo assim eu não consigo
esquecer nossa noite, Luiza queria pesquisar a vida dele, mas por onde
começaremos, só sabemos que o nome dele é JR. Não sei seu sobrenome e
ele me disse que iria para o Brasil.
Quantos JR devem ter no Brasil? Então, achamos por bem deixar quieto e
vivermos as nossas vidas. Não podemos parar por causa dele. Como JR
mesmo disse, foi só uma foda, voltamos a trabalhar e estávamos cheios de
serviços. Após ganhar a causa dos meninos, nossas agendas estão lotadas,
mas, infelizmente no meio dos clientes, aparecem os “malas”, aqueles que
tem a culpa e querem que nós os defendemos, isso não irá acontecer, temos o
juramento e vamos cumprir.
Heiki está com um processo do seu escritório conosco, na verdade, depois
que ganhamos a ação dos meninos, ficamos bem vistas na mídia e vários
escritórios querem fazer parcerias conosco. Primeiro estudamos a proposta,
depois, pesquisamos se o cara é inocente e então aceitamos a parceria, o
nosso único problema são só as investidas dos rapazes.
Depois que aconteceu isso com o JR. Estou escaldada e não quero saber de
homem tão cedo na minha vida. Luiza não pode nem ouvir falar a palavra
compromisso que ela já está correndo para o outro lado. Gabi nossa Deusa do
coração quer aventurar em ter um parceiro, Carol com certeza casará com o
seu anjo esses dois são lindos demais de se vê e torço para a felicidade deles.
Vou para o fórum. Chego antes do meu cliente que está atrasado. Estou
defendendo Alex em uma ação contra sua esposa. Ela arrumou um amante e
não deixa ele ver as crianças. Sua ex-esposa pensa que o marido atual dela
que assumirá a paternidade dos filhos. Isso quase deixou Alex doido, pois ele
é um super pai e neste processo ele levará desvantagem caso não arrumasse
um bom advogado. Pois, o padrasto atual das crianças, é um banqueiro e meu
cliente é pedreiro. Somos voluntários na associação dois corações, ela fica na
periferia, nós participamos deste projeto e lá que nos conhecemos. Então, me
sensibilizei com a sua situação e resolvi ajudá-lo.

— Doutora Lilian, desculpa pelo atraso — diz ele andando rápido.


— Alex, por isso eu te disse que o horário era às três, pois sabia que você iria
se atrasar — ele fica sem graça.
— É que eu estava terminando uma obra, não podia parar na metade. Porém,
me organizei para chegar no horário — olho no relógio e já são quinze e
quarenta, quero muito rir. Infelizmente quando trabalhamos oferecendo a
nossa mão de obra, não temos horário específico para começarmos e nem
pararmos o serviço, pois ganhamos por produtividade — Você não está,
atrasado, a audiência será às dezesseis e vinte — ele limpa o suor que está em
sua testa.
— Puxa doutora. Isso é sacanagem. Quase matei o motorista do ônibus para
ele correr, tive que contar a minha história para sensibilizar a todos no
coletivo, eles me apoiaram — começo a rir dele.
— Tudo bem Alex, nós ganharemos essa causa, pode ficar tranquilo, valerá a
pena toda a comoção que você conseguiu — ele me dá, um sorriso
esperançoso.
Somos chamados e adentramos na sala de audiência que é da Vara da
Família. Conheço o juiz que irá julgar esse processo, ele é um cara muito
justo. Creio na nossa vitória, se essa vaca quer que o seu marido atual seja
pai, que ela tenha outros filhos com ele, só não é justo, ela querer tirar o
direito do Alex de fazer parte da vida dos filhos. Jogar o coitado para
escanteio.
A audiência começa. O embate estava ótimo, porém, o advogado da outra
parte quis jogar sujo e arrumou um sério problema comigo. A tática deles era
denegrir a imagem do meu cliente. Segundo a pilantra da ex mulher dele,
Alex tinha problemas com a bebida, por isso ela largou dele e arrumou outra
pessoa melhor. Ela disse ao juiz que eles estavam se sentindo sozinhos, pois
Alex não dava mais carinho para os filhos e piorou para ela, que ele
esquecera da família.
Entrei com a minha defesa e contei que Alex só tomou um porre em toda sua
vida, não quis jogar sujo como eles e evitei contar que Alex bebeu para tirar o
chifre que sua esposa pôs com o cara do açougue. Defendi que isso não era
motivo para tirar ele como pai, desde que Alex não apareça bêbado em sua
casa, ele tem todo direito de ver os seus filhos e estar ao lado deles ajudando-
os no seu crescimento, dando amor e atenção para eles.
Depois de muita briga, foi estipulado que durante três meses será realizado
uma experiência. As crianças passaram dois finais de semana com a mãe e
dois com Alex, se depois desses três meses não der nenhum problema, nós
voltaremos aqui e o juiz marcará uma nova audiência para dizer se ficará
assim mesmo, ou ele trará novo acordo.
Fiquei preocupada de Alex não ter gostado da sentença, mas ele não
reclamou e me agradeceu. Pois, como ele não podia ver seus filhos e agora
poderá ficar dois finais de semana com eles já é maravilhoso e uma vitória,
saí de lá e me despeço de um Alex todo contente, volto para o escritório, pois
ainda tenho muitos clientes para atender.

TRÊS MESES DEPOIS


— Merda! Você está vomitando de novo pecado? — olho para Lu que está
com os braços cruzados me encarando da porta do banheiro que fica no meu
escritório — Acredito que você está certa. Estou ferrada — digo olhando para
Lu preocupada, nesta hora me bate um desespero e eu desato a chorar.
— Ei! Você não está sozinha. Estamos aqui com você — sinto um braço me
envolver e sei ser a Gabi.
— Acharemos ele e contaremos que aquela noite foi mais que uma foda, este
babaca terá que assumir este ser pequenino que cresce aí dentro de você —
diz Carol que me olha triste
— Nós nunca sairemos do seu lado. Jamais iríamos te abandonar, porra,
somos amigas e irmãs. Por isso te chamam da deusa do pecado — eu e as
meninas estávamos olhamos para a louca da Luiza que tem um sorriso
malicioso no rosto — Você foi a primeira a engolir a fruta proibida do Éden
— diz Lu nos fazendo rir.
— Merda Lu, acreditei que algo de bom ia sair desta sua boca — ela começa
a rir e nos abraça, quem pode reclamar da vida tendo estas deusas como
amigas.
Após me acalmar. Lavei meu rosto e voltei para sala, as meninas saíram
dizendo que qualquer coisa para eu chamá-las, mas já aviso que a tarde irei
ao médico, elas gostariam de estar comigo, porém, todas tem algum
compromisso, eu entendo, graças a Deus clientes não estão faltando para nós.
Chamo Inês que é minha secretária no meu escritório. Ela já vem com aquele
seu sorriso que ilumina o local. Inês é negra, alta e tem um corpo muito
bonito. Ela é casada com Jonas Bahrain, ele é super conhecido no meio
musical, pois Jonas é dono de uma gravadora e Inês não aceitou ir trabalhar
com ele, pois segundo ela, se aquelas artistas viessem dar em cima do seu
homem, ela será presa por agressão.
Eles se conheceram aqui e foi amor à primeira vista. Eu o defendi em um
processo de separação bem complicado. Sua esposa o traiu com seu sócio e
mesmo assim ela não aceitava o divórcio. Pois, quando eles se casaram, foi
assinado uma cláusula que quem traísse sairia sem nada. Então, Jonas ainda
foi bom para ela, por que quando ganhamos a ação ele prometeu perante o
juiz e por escrito que daria uma pensão de dez mil reais durante um ano,
depois disso ela que se virasse.
O ex-sócio quase ficou doido quando ele acabou com a sociedade. O infeliz
teve a cara de pau de dizer que fez tudo isso para livrá-lo de uma vagabunda.
Eles estão casados a quase dois anos e ela está grávida de uma menina, o que
deixa Jonas mais apaixonado ainda, já que sua primeira esposa não queria
engravidar e este era o seu sonho, os olhos dele até brilham para ela e
sabemos que eles serão muito felizes.
— Bom dia pecado, já soube que você passou mal de novo, que dia você irá
ao médico, para de ser teimosa mulher.
— Não precisa brigar comigo mamãe, as meninas já me falaram hoje e eu
prometi que na parte da tarde não trabalharei. Se você puder reagendar os
meus compromissos, pois de lá devo ir para casa — ela concorda com a
cabeça, vem até mim e dá um beijo no meu rosto.
— Já pensou, nós duas grávidas em simultâneo, que legal hein! — dou um
sorriso fraco para ela.
— Nossos casos diferem Inês. Jonas está ao seu lado, já eu nem sei para que
lado está o pai do meu filho, na verdade, eu sei. No Brasil, mas aonde? Como
chegarei nele e falarei: Oi! Tudo bem, olha, sabe aquela noite que para você
foi só uma foda. Pois é! JR não foi, nós acabamos fazendo um filho, você foi
embora e me deixou grávida, ele rirá da minha cara, fora se não me chamar
de louca.
— Só uma perguntinha? — faço que sim com a cabeça — Ele por acaso se
preveniu, usou camisinha? Então, querida ele tem tanta culpa quanto você, se
brincar até mais, pois ele tinha que ter encapado o bicho dele.
— Sei que fomos irresponsáveis, que eu poderia pegar alguma doença,
agimos impulsivamente, estávamos bêbados e não ligamos para algo tão
importante.
— Filho, é uma dádiva de Deus Pecado. Tenho certeza que este bebê vai lhe
dar um motivo a mais para você levantar diariamente e lutar pelo que você
quer — vou até ela e lhe dou um abraço, depois trabalhamos a manhã toda, a
tarde fui até o consultório da minha ginecologista Solange.
— Boa tarde Sol — ela me dá aquele seu sorriso radiante.
— Boa tarde querida, como você está, não te vejo faz quase 4 meses, veio
fazer algum exame de rotina — faço que não com a cabeça.
— Sol suponho que estou grávida e queria realizar o exame — ela sorri e bate
palmas toda contente.
— Realizaremos esse exame agora mesmo minha amiga, teremos um
Pecadinho vindo aí — faço que sim e dou um sorriso sincero para ela que liga
para uma moça do laboratório vir coletar o meu sangue.
Ficamos falando da vida. Solange é casada com um Delegado Federal. Ela é
ruiva e tem o cabelo cacheado até as nádegas. Ele é negro, lindo, todo
malhado e eles têm três filhos. Um casal de gêmeos e agora a pequena Safira.
Ela só perde esse seu sorriso radiante, quando o assunto é o Márcio Mogre,
seu esposo. Solange é doente de ciúmes dele e o Márcio dela. Eles se
completam, é um casal muito bonito de se ver, esperava um dia encontrar
alguém que abalasse as minhas estruturas, mas depois do que JR me fez, este
desejo foi embora e agora quero cuidar deste bebê que será a minha vida.

O Resultado chega e está confirmado. Estou grávida. Sol já me colocou para


realizar a ultrassom, pois segundo ela não pode perder tempo. Posso dizer
que foi bem emocionante ouvir o coração do meu bebê pela primeira vez, ela
me indicou uma amiga obstetra, depois me fez mil e uma recomendações, eu
saio daquele consultório feliz, minha reação foi totalmente diferente da que
eu esperava. Em vez de ir para casa chorar, eu fiz foram as primeiras compras
para o meu bebê, fiquei louca com tanta coisa bonita e quase comprei a loja
toda.
Cheguei em casa. Tomei um banho e liguei para as meninas. Foi gritaria para
todos os lados, combinamos então de sair para jantarmos, Carol disse precisar
também falar conosco, achei sua voz um pouco triste, aprontei e só agora
consegui perceber que aqui dentro da minha barriga crescia um serzinho que
irei amá-lo incondicionalmente e farei tudo que estiver ao meu alcance para
que ele ou ela seja feliz, um instinto protetor surge em mim e eu passo a mão
na minha sorrindo para o espelho.
— Oi! Bebê, aqui é Lilian sua mamãe, desculpa meu momento de desespero
ao descobrir a sua gravidez, mas, é que a sua mãe levou um susto.
Porém, isso já passou, e agora, quero curtir todos os momentos ao seu lado,
você já é muito amado e terá três tias no mínimo loucas por você, eu te amo
bebê.
Lágrimas correm pela minha face, estou bem emocionada, mesmo depois
daquela merda de bilhete, eu não posso evitar em pensar que estou
carregando um pedacinho de JR. Ainda não esqueci aquela noite e não sei se
um dia esquecerei JR me marcou para sempre.
Chego ao restaurante e as meninas gritam quando me vê. Elas quase não
chamam atenção de todos os presentes. Fico morta de vergonha, Lola, Inês,
Natasha e Celeste que são as nossas secretárias também vieram, todas elas
estão com um monte de sacolas, dou beijinhos nelas e me sento, os sorrisos
no rosto delas está evidente e eu compartilho da mesma alegria.
— Cadê os meninos? — pergunto para as nossas secretárias, pois só a Lola
que não é casada, as outras todas se envolveram com clientes solteiros
nossos, pois não aceitaríamos que elas destruíssem um lar.
— Kevin, chamou Jonas e Maikon para irem jogar boliche. Já que iriamos ter
o clube da Luluzinha, eles iam para o clube do Bolinha — todos começamos
a rir, todas as nossas secretárias são negras, pois nós vimos como são raras as
negras nos escritórios que fizemos estágios, então abrimos as portas do nosso
escritório.
Natasha é secretária da Paixão e conheceu Kevin Gurter enquanto Carol o
defendia em um processo de patentes. Kevin é farmacêutico e desenvolveu
um remédio para diabetes. Ele confiou no amigo errado e contou sobre o
projeto e a fórmula. Quando Kevin foi registra-la, levou um susto ao saber
que alguém já estava pedindo a patente. Carol ganhou o processo ao pedir
para o tal amigo demonstrar na prática como era preparado o remédio, ele
realizou tudo errado enquanto Kevin foi perfeito, isso demonstrou que ele
roubara a sua fórmula.
— E cadê as crianças? — Natasha tem um menino de seis meses que é
branco como Kevin e tem os olhos castanho como Natasha. Um príncipe.
Celeste tem uma menininha linda, ela tem um ano, é da cor caramelo e tem os
olhos azuis do Maikon, ele estava sendo acusado em um teste de paternidade
e a tentação o defendeu. Maikon Fregom é Engenheiro sanitário e a secretária
dele o perseguiu até falar que estava grávida dele. Mesmo diante do exame
em mãos, ele pediu outro e ela se recusava a fazer em outro laboratório que
não fosse o do primeiro teste. Tentação provou que ela tinha um esquema
com alguns funcionários do laboratório e Maikon era o terceiro que ela
contava a mesma mentira. Descobriram que a barriga era falsa e nunca houve
bebê nenhum. Tentação acabou com ela.
— Ficaram com os avós, toda oportunidade que tem eles querem as crianças
perto — diz Celeste e Natasha concorda com a cabeça.
— Gente nem me fala. A família de Jonas me deixa louca, e olha que essa
criança ainda nem nasceu, quando nós dois pensamos que não, já tem um
deles lá em casa querendo saber se está tudo bem. Se eu não estou sentindo
alguma dor. Doces então, se eu não controlar ficarei diabética. Minha sogra
querida dona Luize me manda sempre uma sobremesa nova, segundo ela é
para conquistar o amor da sua netinha, ela vai reconhecê-la quando nascer, vê
se pode uma coisa dessa — todas rimos e achamos fofa a atitude da sogra
dela.

— Então, viemos aqui hoje para comemorar — diz Luiza — Pois, mais uma
integrante fará parte da nossa trupe — elas começam a bater palmas e todos
nos olham
— Meninas quero falar para vocês. Realmente estou muito emocionada, por
este carinho de vocês, pela atenção e sei que meu filho ou filha terá muito
amor — fico emocionada e choro com Inês que me abraça — Gente são os
hormônios, me desculpem, mas eu não tenho como controlar.
Depois da sessão choro, fizemos os nossos pedidos. Abri os meus presentes e
as meninas capricharam. Tem cada roupinha linda. Elas compraram tudo na
cor branco e amarelo, pois nós ainda não sabemos o sexo do bebê, depois
começamos a falar sobre processos, família e casamento, percebo que Carol
está um pouco quieta então resolvo perguntar o que ela tem.
— Carol! Aconteceu algo? Estou te achando um pouco caidinha hoje — ela
olha para nós e abaixa a cabeça, nunca vi Carol tão triste como hoje.
— Acredito que meu anjo está me traindo — todas paramos o que estávamos
fazendo e olhamos para ela. Heiki é louco por Carol ele jamais faria isso.
— Carol! Tem certeza disso? Não é coisa da sua cabeça — ela faz que não
com o dedo.
— Ele anda estranho, só atende o telefone longe de mim, na verdade, ele
mudou desde que chegou daquela viagem na Alemanha, vejo ele sempre
aéreo e pensativo, parece que ele quer me contar algo, mas não sabe como
dizer.
— Ele está igual Carol, seu anjo vive te idolatrando e lambe o chão que você
pisa — diz Natasha.
— Sim, Naty! Ele às vezes parece voltar a ser o meu anjo, fica todo carinhoso
e atencioso, fazemos amor com o mesmo fogo da nossa primeira vez, mas
tem vez que ele dá desculpa e vai embora para casa dele, parece que não quer
me tocar.
— Pode ser que ele esteja apenas com problemas e não quer te incomodar.

— Sim, pode ser, mas, ultimamente quando fazemos amor parece que
estamos nos despedindo — ele diz que me ama várias vezes e fala que nunca
vai se esquecer de mim.
— Aperta ele na parede e descobre então se tem algo. O que não dá é você
ficar nesta dúvida — digo olhando em seus olhos, ela concorda e sorri,
voltamos ao papo e o clima melhora, principalmente quando Heiki aparece e
leva Carol embora.
Coisas do amor não é! Só quem ama sabe a dor de perder aquele que nos faz
feliz. Se Heiki estiver aprontando com Carol, ele a perderá, pois, nenhuma
mulher deve aceitar isso. O homem que traí sua mulher, perde o direito de
tocá-la, amá-la e ser feliz ao seu lado. Quando aceitamos uma traição,
estamos perdendo a nossa essência e a dignidade que nos faz diariamente
saímos da cama e olharmos para aqueles que nos amam de verdade. Por isso
devemos acabar com a relação onde só um conhece o significado da palavra
amor, desejo que Carol seja feliz e que ela dessa vez esteja enganada.
Deito na minha cama e acabo sonhando com um lindo menino negro, com
olhos verdes como o de JR, seus cabelos são lisinhos e o sorriso sapeca me
mostra como ele é terrível, estamos na praia e ele vem correndo até mim, me
abraça e diz bem baixinho.
— Te amo mamãe. Você é minha rainha e eu sou o seu Príncipe — beijo sua
cabecinha negra e ele senta no meu colo, ficamos ali admirando o horizonte
enquanto não sabemos o que nos reserva o futuro, me sinto completa naquele
momento.
CAPÍTULO 4
JR
Vou para o aeroporto e penso naquela mulher o tempo todo. Porra! Que noite
foi essa! Lilian me deixou em dúvida se ela era virgem. Estávamos meio
bêbados e aquela boceta dela era muito apertada, eu tenho três possibilidades,
a primeira que Lilian era virgem. A segunda que ela transou no máximo só
com um cara antes de mim e bem pouco. A terceira que ela fez uma
reconstrução do hímen, pois mesmo bêbado acredito que rompi algo lá
dentro, será que isso é possível? Ela era tão alto confiante, acabo dormindo
pensando em tudo isso e sonho beijando aquela boca gostosa, resultado
acordei de pau duro.
Chego ao Brasil e meu pai está me esperando no aeroporto, eu não o vejo a
dois anos, depois que minha mãe ficou acamada, eu e ele temos uma relação
bem complicada.
Vim embora devido a um acordo que fiz com meu pai. Ele quer que eu case e
eu disse que isso só aconteceria após fazer minha faculdade nos EUA, ele
concordou. Eu me formei aqui no Brasil aos 23 anos em direito e depois fui
para os Estados Unidos e novamente repeti a faculdade lá, meu pai quer
montar um escritório internacional, onde poderei atuar em outros países.
Senhor Márcio Vilela dá a mão para mim e eu aperto, não existe um abraço
após dois anos, é como se realmente fossemos apenas conhecidos que se
encontraram para fechar um negócio, meu pai é um homem muito frio, ele
difere dos outros pais que agora estariam abraçando e beijando seus filhos
por ficarem tanto tempo longe deles.
— Como está a mamãe? — ele me olha sério.
— Sua mãe piorou, ela não passa desse ano segundo os médicos — diz ele
normalmente como se estivesse falando de uma estranha e não de sua esposa.
— Você poderia falar dela com um pouco mais de carinho, pois minha mãe
enquanto tinha saúde foi uma mulher maravilhosa para você — ele me olha
como se eu não tivesse dito nada, entramos no carro e eu cumprimento Lopes
que é o nosso motorista a anos.
— Seja bem-vindo senhor José Roberto — diz Lopes sério e eu sei que é
porque estou na presença do meu querido pai.
— Lopes pare de frescura já te disse ser JR — meu pai olha para Lopes sério
que vira para frente e sai com o carro, depois ele levanta o vidro para termos
privacidade.
— Sua vida irá mudar. Aquele cara que gostava de farra não existe mais,
você precisa ter responsabilidade e assumir o seu compromisso comigo.
— É para isso que estou aqui papai — faço uma reverência a ele que me olha
muito zangado agora — Seu servo está ao seu dispor.
— A partir de segunda-feira, te apresentarei no escritório para você ficar no
meu lugar e depois que você for visitar a sua mãe te falarei outra coisa.
— Tenho até medo de perguntar o que o senhor já está arrumando para mim,
a minha vida quem rege aqui no Brasil é o senhor. Por isso que nos Estados
Unidos eu me sentia livre — ele me olha e depois vira para a janela, o carro
fica em um silêncio constrangedor, assim que chegamos à casa, corro para o
quarto da minha mãe e ela não estava.
— Cadê a minha mãe? Onde o senhor a colocou? — pergunto zangado.

— Ela precisava de cuidados especiais, eu não podia parar de fazer minhas


coisas para ficar com ela.
— Ah! Claro pai. Sua vida é muito corrida e agora que ela não tem mais
saúde para estar ao seu lado, facilmente a descartou.
— Não fale besteira JR, eu sempre amei a sua mãe e sofro de vê-la neste
estado — diz ele irritado.
— Me dê o endereço onde posso encontrar a minha mãe, só isso que quero
nesse momento — ele pega um papel do bolso e me entrega, saio depressa
para ir vê-la, pelo menos ele a deixou uma clínica particular.
UMA SEMANA DEPOIS
Já tem uma semana que estou no Brasil. Diariamente vou ao hospital
observar minha mãe, mas infelizmente me falta coragem de me aproximar,
não consigo olhar aquela mulher forte e decidida parada ali naquela cama, sei
que estou sendo um covarde, mas eu não consigo fazer isso sozinho.
Saio de lá e vou para o cinema ver se minha mente abre um pouco, eu tenho
meus amigos aqui, mas não os vejo há muito tempo, Mauricinho, Hélio,
Ronaldo e Ygor eram meus parceiros de farra, agora não sei como eles estão
e pretendo procurá-los para sairmos novamente.
De longe vejo uma loirinha que é uma graça, ela me parece conhecida, ao me
aproximar me lembrei da onde eu a conheço, quando cheguei no Brasil meu
pai me mostrou as fotos das minhas futuras pretendentes, pois eu preciso
escolher com qual das três eu casarei.
A Alice foi a primeira que descartei, pois, nunca gostei dela. Vanessa eu não
via já havia oito anos, mas esta semana nos esbarramos no escritório. Ainda
não tive oportunidade de conversarmos, ela está gata, a outra pretendente se
chama Catarina, ou melhor, Cat, ela odeia seu nome, ela e Vanessa são
parecidas, ambas são baixinhas, loirinhas e volumosas como Lilian, mas
Vanessa tem um olhar doce igual à Sereia, enquanto Catarina tem um olhar
frio.
— Oi! Tudo bem Vanessa? — ela se assusta, pois, olhava o celular e quase o
derrubou.
— Oi! Tudo bem, você é filho do senhor Márcio, não é? — faço que sim com
a cabeça.
— JR ao seu dispor — faço uma reverência e ela sorri, uau que sorriso é esse,
só perde para aquela morena que ainda perturba a minha mente.
Começamos a falar dos nossos pais e lamentamos algumas coisas. Eu me
interessei por ela, Vanessa tem todos os atrativos para conquistar um homem.
Ela é bonita, simpática, educada, doce e inteligente. Homens que gostam de
mulheres burras são por que tem medo da concorrência, pois, eles querem
brilhar sozinhos. Uma mulher inteligente consegue pensar no futuro e
planejá-lo junto ao seu parceiro, para eles crescerem e prosperarem. Um
cabelo cai no rosto de Vanessa e o meu primeiro impulso é retirar, depois
aliso o seu rosto delicado, Vanessa fica morrendo de vergonha e quando eu
penso que terei algo com ela, chega um cara todo se achando e cortando o
nosso clima.
— Oi! Fadinha viemos atrás de você por que estava demorando — porra não
acredito que ela já está namorando e meu pai não me disse, olho para ele e
fico de cara feia.
— E quem é você mesmo? — digo para confirmar se ele é o namorado dela,
mas Vanessa não olha para ele e sim para o cara ao lado.
— Sou o Diego, primo da Vanessa e este é nosso amigo Kito — abro um
sorriso e pego na mão do Diego e na do Kito que me olha como se fosse me
matar, já entendi tudo, eles se gostam e eu pelo jeito terei que ficar com a
Cat.
— Sou José Roberto Stuart Vilela, nossos pais são amigos e sócios do
escritório de advocacia, nós trabalhamos la e eu ainda namorarei a filha mais
bonita do senhor Aurélio — olho para o Kito que falta me matar.
— Conheço Márcio Vilela, mas ele me disse que seu filho morava nos
Estados Unidos — diz Diego e eu olho para Vanessa novamente.
— Pois é! Sou americano e sempre morei aqui e la. Minha mãe é americana e
meu pai brasileiro, mas as coisas não saíram como eu esperava e então voltei
para o Brasil — digo com tristeza — Mas, parece que cheguei na hora certa,
pois conheci esta beleza rara que é Vanessa — agora o Kito me arrebenta
inteiro.
— Kito também é americano mais foi criado no Haiti — olho para ele
interessado, como ele foi para o EUA? Por que voltou para o Haiti? Olho
bem curioso para ele.
— E você quis vir para o Brasil passear? — perguntei curioso.
— Eu só nasci lá, minha vida sempre foi no meu Haiti, até que pintou esta
oportunidade e eu vim parar aqui e posso concordar com você. Fadinha tem
uma beleza rara — diz Kito babando em cima de Vanessa e o apelido caiu
muito bem para ela, mas eu darei outro apelido para Vanessa.
— Então, vamos logo por que se não poderemos perder o filme — diz o
Diego e Vanessa para de encarar Kito, mas vejo nos seus olhos o amor deles.
__Está certo, eu vou te ligar Vanessa para marcarmos um jantar, ou sei lá,
uma balada, você irá escolher, mas, não aceito que a senhorita me recuse isso
— ela dá um sorriso tímido e Kito me olha zangado.
— Claro, é só me ligar que iremos sim, pensarei onde quero ir — disse ela
me fazendo rir.

Depois deste encontro demorei alguns dias para chamar Vanessa para sair,
mas quando meu pai veio me contar a bomba do meu testamento, tive que
sair para falar com alguém senão eu explodiria.

JR ON
— JR, eu preciso falar com você e tem que ser agora — disse ele autoritário e
eu nem discuto — Vamos ao meu escritório por favor — concordo e meu
preocupo com aquele por favor, isto significa que ele irá falar algo. Não sei se
vou gostar o que é, chegamos lá e ele senta todo poderoso me encarando, lá
vem a merda.
— JR, tive dúvidas e medo de que você não cumpriria com o nosso acordo,
então conversei com a sua mãe e ela concordou comigo...... — corto ele, pois
meu pai não conversava com ela, senhor Márcio impõem o que quer.
— Conversou, ou a induziu em ferrar comigo? — perguntei irritado, pois
minha mãe era apaixonada pelo meu pai e acabava fazendo todas as suas
vontades.
— Nós conversamos. Colocamos duas cláusulas que você deve cumprir —
faço com as mãos para ele continuar, pois, já estou muito zangado.
— A primeira que você deve se casar até os seus 30 (trinta) anos.
— Mas isso é daqui a dois anos só — digo nervoso e ele sorri friamente.
— Você pensou que poderia casar quando quisesse, não meu filho será até
seus trinta anos, ou você perde cinquenta por cento da sua herança e isso te
leva a segunda cláusula, que está no nosso testamento. Você terá que ter um
filho — fico em pé e o encaro — Até você completar trinta e dois anos.
— E se eu não tiver, você já pensou na possibilidade de que sou estéril — ele
parece ficar pensativo.
— Isso está fora de cogitação, quando você tiver um filho ele terá cinquenta
por cento da sua herança e caso isso não aconteça você irá perdê-la e eu serei
o seu administrador — começo a rir da situação e ele me olha com raiva.
— O senhor é muito descarado mesmo né, você fez esta cláusula de olho na
minha herança, eu agora estarei pressionado a me casar logo também fazer
um filho na minha mulher.
— Claro que não JR, se você quiser casar tudo bem, quem sou eu para falar
algo, mas for dar um de revoltado, posso garantir que você ficará sem
nenhum tostão.
— Se não aprontasse nada para o meu lado, não seria Márcio Vilela na minha
frente. Você sempre foi manipulador. Contudo, nunca pensei que fosse jogar
tão baixo para ficar com o meu dinheiro. Viro as costas e saio batendo à porta
do escritório e vou para o meu quarto. Fico olhando para as paredes, quero
gritar de raiva e quebrar algo. Acredito que posso fazer um acordo com a
minha mulher e combinar de ficarmos casados até eu ter o dinheiro para abrir
um escritório. Daí nos separamos e cada um terá a sua vida de volta.

Fico pensando um pouco e decido ligar para Vanessa, nesse momento eu


preciso conversar e ela pareceu ser uma pessoa muito amiga e que poderá me
dar algum conselho, liguei para Vanessa cinco vezes e quando já estava
desistindo ela atendeu.
— Alô! Falou seca.
— Alô Vanessa? — perguntei para confirmar, vai que estou ligando para o
número errado.
— Oi! sim, quem deseja falar — pergunta curiosa agora.
— Puxa! Pensei que fui inesquecível para você — digo brincando e ela dá
uma risada.
— Olha moço, você deve estar me confundindo com alguém e eu estou
ocupada — agora acho graça dela.
— Sou eu Vanessa, o José Roberto, filho do Márcio Vilela esqueceu que eu
ia te ligar para irmos aquele encontro — digo malicioso.
— Oi! Tudo bem? Estou um pouco ocupada, será que poderia ser outro dia
— diz ela querendo não sair.
— Nada disso (Vanessa), não aceito esta desculpa, jantaremos amanhã, meu
pai me indicou um restaurante novo de um amigo dele — digo confiante.
— Eu não estou com clima para sair — ela diz a verdade e eu penso que tem
algo acontecendo.
— Alguém morreu? Ah! Vanessa desculpa eu não sabia — digo para ela se
abrir.
— Não, não tem nada disso, eu só estou desanimada mesmo — suspiro
derrotado.
— Então somos dois que estamos precisando conversar e de um bom amigo,
vamos Vanessa ouço suas lamentações e você ouve as minhas, o que acha?
— ela fica quieta, deve estar pensando.
— Fechado, amanhã eu te encontro lá, me mande o endereço José Roberto —
me animo.
— Ok, vou te mandar o endereço e nos encontramos as 20:00 horas — ela
concordou e nos despedimos, dormi chateado ainda com a conversa que tive
com o meu pai.
Acordo cedo, me arrumo para ir trabalhar. Tenho um cliente hoje e espero
que eu pegue o seu caso. Depois almoçarei com a Cat e seu pai. Pelo jeito,
senhor Márcio já contou a minha decisão. Passo o almoço todo tentando ter
afinidade com a Cat e até que conseguimos. Entretanto, falta a química,
atração, desejo, tudo que tive com Lilian, preciso parar de compará-las.
Mesmo indo contra a minha mente que me avisava para não continuar a ver
Catarina e esquecer minha herança, combinei para irmos ao cinema, a noite
cai e meu pai fica radiante por saber que sairei com Vanessa.
Chego ao restaurante e fico esperando-a, quando ela aparece eu pego a sua
mão e beijo, Vanessa me dá um sorriso e ela está vermelha igual um tomate,
pego na mão dela e a saio puxando.
Após sentarmos e fazemos os nossos pedidos, começamos a conversar até
que chega o vinho, depois levanto minha cabeça e vejo tristeza em seus
olhos.
— O que foi José Roberto? — ela pergunta.
— Vanessa você gosta do Kito, não é? — ela engasga com o vinho
— Por que você está realizando esta pergunta? — diz séria e eu acabo
sorrindo novamente.
— Não precisa mais responder, sua reação disse tudo — pego na mão dela e
aperto de leve para mostrar que entendo.
— Quero te contar uma coisa — digo sério — Peço que você espere eu
terminar de contar para realizar alguma pergunta — ela concorda com a
cabeça — Meu sonho sempre foi o Direito. No começo eu queria seguir a
carreira do meu pai, mas depois comecei a me apaixonar pela profissão e
então me senti quase realizado — paro e tomo um pouco de vinho.

— Eu não gostava da profissão, mas fui obrigada, e agora eu realmente gosto


muito — ela diz sorrindo.
— Quando terminei o curso aqui no Brasil eu tinha 23 anos. Meu pai queria
que eu casasse com uma das filhas dos seus sócios — ela para de beber o
vinho e me olha horrorizada.
— Ai meu Deus! Por isso estou aqui, você quer me seduzir para que eu me
case com você? — dou um sorriso triste e faço que não.
— Eu disse para o meu pai que eu me casaria, mas em troca, ele teria que me
bancar nos Estados Unidos da América (EUA) onde eu faria minha faculdade
de direito também. Pois, gostaria de atuar aqui e lá. Ele concordou até por
que seria muito lucrativo, eu poderia atender clientes dele que estivessem nos
EUA.
— Por isso você voltou, seu prazo acabou — faço que sim com a cabeça.
— Mas eu ainda queria ter ido por um ano para a Espanha, realizar um
doutorado, mas como com o senhor Márcio Vilela tudo envolve poder e
dinheiro, acaba ficando um pouco complicado as coisas.
— Acredito que você deveria atuar e realizar sua independência financeira, ir
atrás dos seus sonhos — disse ela firme

— Eu também queria, mas ele usa a fragilidade da minha mãe para eu fazer
parte dos seus planos gananciosos — digo com raiva.
— E um deles é você se casar com uma de nós — faço que sim.
— Quando te vi no cinema e descobri quem você era, realmente eu me
interessei por você, apesar de já ter te visto na empresa.
— Por quê? Eu de todas, sou a única fora do padrão de beleza? — que merda
Vanessa tem na cabeça, faço que não e aperto sua mão.
— Vanessa, você é linda, educada, simpática e tem um sorriso que tira
qualquer juízo de um homem — ela fica vermelha e morta de vergonha.
— Você é muito galanteador José Roberto — eu solto uma gargalhada.
— Sim, sou mesmo. Mas, não estou te cantando e sim falando a realidade.
Quando eu vi a troca de olhares entre você e o Kito, entendi que nós dois
seríamos só amigos e eu teria que partir para as outras duas, se eu quiser ter a
minha herança pela parte da minha mãe! — agora ela que aperta a mão dele.
— Triste seu pai te pressionar desta forma — eu concordo.
— Sim, minha mãe teve um problema de coração e meu pai aproveitando da
sua doença fez a cabeça dela colocando (duas) cláusulas no seu testamento, a
primeira que eu só terei direito a herança se me casar antes de completar 30
anos e que meu pai tem que aprovar a minha noiva.
— Além de te obrigar a casar ele tem que ser a favor da sua escolha.
— Sim, se eu descumprir esta regra, perco metade da minha herança ao me
casar com uma mulher inapropriada para o meu pai, eu perderei a herança,
preciso ter um filho antes de completar trinta e dois anos se não meu pai terá
direito a outra metade do meu dinheiro.
— Sua mãe não deveria ter concordado — Vanessa fala indignada.
— Ela vive devido a uma máquina que a mantém respirando. Mas, ela pode
morrer a qualquer momento e eu ainda não tive coragem de ir vê-la — ela
aperta minha mão me dando apoio.
— José Roberto eu posso ir ao hospital com você para te dar força — dou um
sorriso verdadeiro — Você precisa ir fazer esta visita.
— Sim, eu sei. Mas, estou tomando coragem. Minha mãe sempre foi forte e
agora vendo ela assim é tão difícil — olho para cima e fico sério.
— Meu pai está aqui no restaurante com sua família, não olha agora, pois
todos estão olhando para nós, inclusive sua irmã insuportável — ela olha para
trás e começa a rir, pois, faço cara de nojo ao olhar a sua irmã que agora está
sorrindo para nós.
— Seu pai vai pensar que estamos juntos — diz ela preocupada, eu puxo sua
mão beijando-a.
— Assim é bom que ele me deixa em paz por um tempo — digo triste, pois
será por pouco tempo que eu ainda terei a minha liberdade — Sabe o que é
mais engraçado Vanessa, na minha última noite no (EUA) conheci uma
garota que me marcou.
— Como ela se chama?
— Lilian, mas não me pergunta de quê! Por que eu estava tão louco para ficar
com ela que não tivemos muito tempo de conversarmos sobre sobrenomes e
tal, flertamos bastante, mas não falamos das nossas vidas pessoais que não
fosse sobre direito — ela sorri e me espera contar mais.
— Ela difere das meninas que eu já fiquei, ela era negra, baixinha e
volumosa.
— Você nunca ficou com uma gordinha antes? — faço que não e dou um
sorriso travesso lembrando da nossa noite.
— A mulher era maravilhosa Vanessa, eu sinto por não ter tido mais tempo
com ela, nem me despedi, pois, senão iria perder o avião — Vanessa me olha
meia receosa.
— Você já pensou na possibilidade de que ela ficou magoada por você nem
ter dito adeus — eu nunca pensei nisso, pois nós já tínhamos falado disso
antes.
— Será? Não era minha intenção. Se eu esperasse ela acordar, te garanto que
perderia o avião, porque eu iria amá-la de novo, mas, deixei um bilhete e meu
cartão.
— Pelo jeito a mulher realmente te conquistou — dou um sorriso enquanto
lembro de Lilian.
— Pena não ter sido antes — olho para cima e vejo Kito nos olhando.
— O que foi? Porque este sorriso imenso?
— Se eu te falar que Kito está aqui e acredito que vem na nossa direção, pois
ele está me olhando com cara de que a minha morte é certa — tomo um gole
de vinho.
— Nós não temos nada, ele não pode ficar zangado já que gosta da Alice —
dou uma tapinha na mão dela.
— Vanessinha você é cega então! Eu sou homem e te digo que Kito quer dar
um trato em você — não soltamos a mão, quero ver se Kito puxa Vanessa
daqui e diz que a quer logo.
__Boa noite, eu só passei para cumprimentar o casal- diz Kito parando ao
lado da mesa e seus olhos estão nas nossas mãos juntas.
— Boa noite Kito, que bom te rever, como andam as coisas? — digo
normalmente enquanto Kito encara Vanessa.
— Eu estou bem, não me lembro o seu nome como é mesmo? — começo a
rir, pois, este homem ainda me enforca.
— José Roberto, mas você pode me chamar de JR, fico feliz em saber que
você está bem Kito — digo sério fazendo Kito olhar para o meu lado.
— E você Vanessa está bem? — ela faz que sim com a cabeça.
— Ok então, vou voltar para a minha mesa, depois falamos mais — ele sai
puto da nossa mesa.
— Você ainda acredita que ele quer sua irmã? Sério Vanessa?
— Você está vendo coisas. O jantar chega e comemos conversando bobagem,
Vanessa estava mais confiante em relação ao Kito, mas o idiota foi embora
com a Alice o que deixou a loirinha triste. Vanessa é tudo que eu estava
esperando, inclusive o fato dela estar apaixonada por Kito, ela se ofereceu
para me acompanhar no hospital e eu aceitei.
Chegamos ao hospital e Vanessa me deu o apoio que eu precisava, vejo a
minha mãe toda entubada, choro muito ao vê-la, pois há dois anos quando eu
estive aqui, ela ainda estava conversando, rimos bastante na última noite que
eu fui embora e hoje volto com a minha mãe totalmente imóvel, eu
perguntava dela para o meu pai e ele dizia sempre que estava tudo bem.
Abri meu coração para minha mãe e falei tudo que me afligia, ela não podia
me responder, mas, eu sei que ela estava me ouvindo, contei sobre minha
passagem nos Estados Unidos, falei com ela sobre a Lilian e como aquela
mulher me marcou, disse para minha mãe que eu estava de volta e que era
para ela acordar, que nós ainda iríamos ter bons momentos juntos, beijei
bastante a sua mão fria e pedi para ela voltar para mim, deitei minha cabeça
no seu peito e chorei por vê-la assim.
Saí de lá e falei com o médico. Ele não me deu nenhuma esperança, disse que
eles estão esperando o coração ou o cérebro pararem para eles poderem
desligar as máquinas. Eu nunca vou deixar acontecer isso, ainda tenho
esperanças. Voltei e não quis comer nada, meu pai tentou falar comigo, mas a
minha cara para ele fez com que o senhor Márcio Vilela percebesse que não
era bom termo alguma conversa, fui para o meu quarto e dormi.
QUATRO ANOS DEPOIS
Faz dois anos que casei com a Catarina. Quando começamos a namorar ela
era uma pessoa totalmente diferente! Tínhamos uma ótima relação, saíamos
para o cinema, conversávamos bastante e ela foi menos antipática e mimada,
pensei que conseguiríamos ser felizes mesmo não existindo o amor, eu não
fui o primeiro homem de Catarina, antes de mim ela já namorou outro rapaz.
Mas, eu não sei o que aconteceu? Ela começou a mudar. Hoje eu não vejo a
mulher que me casei. Catarina é antipática com todo mundo, seu olhar para as
pessoas é de raiva e nojo, eu acreditava ser uma fase e logo as coisas
voltariam ao normal, quando eu vi estarmos nos dando muito bem. Comecei
a falar para ela sobre termos filhos, pois eu queria construir uma família ao
seu lado, mas ela só sabia falar que ainda não era a hora.
Depois de um tempo. Parei de falar sobre filho. Catarina falava que não
pensava em formar uma família. Isso estragaria o seu corpo já que ela era
gordinha, fiquei triste, queria ter alguém para ensinar a jogar bola ou até
mesmo brincar de tomar chá da tarde, não tinha problema eu perder a
Herança, se ela me dissesse que teria daqui a dois anos eu ficaria feliz.
Mas, agora com este casamento horrível, não faço questão de ter nada com
ela, na verdade, eu quero me separar dela, só não concretizei isso por medo
de Catarina se matar, mas eu não estou aguentando mais este inferno, eu não
posso sair de casa que ela vive arrumando amantes para mim, pois nós não
dormimos mais juntos há um ano, Catarina me liga vinte e quatro horas e
sempre com a sua mania de que estou aprontando.
Eu às vezes não a atendo, agora mesmo, estou ocupado, mas isso não a faz
parar de ligar, peço desculpa e saio da sala para atender senão Catarina vai
me atentar até eu estourar com ela, não posso desligar o celular por que se eu
fizer isso, ela aparece aqui no escritório e trata todos mal.
— Alô — falo irritado.
— Onde você está? — pergunta ela já gritando.
— No escritório Catarina, você sabe muito bem que trabalho e neste horário
estou no serviço — falo zangado, tentando cortar o interrogatório que ainda
será longo.
— Com quem você está? É com ela, não é? Por isso você não me atendeu?
Me de muita paciência, Catarina incutiu que estou tendo um caso com
Vanessa, ela não entende que somos apenas bons amigos, Vanessa está
morando na Espanha e lá ela reencontrou com Kito que é o grande amor da
vida dela.
— Catarina! Eu estava agora com um cliente, você sabe muito bem que eu só
vi Vanessa ontem, quando ela chegou e eu fui buscá-la no aeroporto.
— Até quando José Roberto você continuará me traindo com essa galinha-
gorda — não adianta falar para ela que Vanessa é apaixonada por Kito e ele
por ela, Catarina pensa que eu e Vanessa estamos juntos.
— Nós não temos nada, já cansei de te falar isso, agora preciso voltar para a
reunião, mais tarde conversamos em casa, não me ligue e não venha aqui no
escritório para tratar as pessoas mal — ela dá uma gargalhada.
— Eu te liguei para contar uma novidade, falei com o papai hoje, ele
aposentará e eu ficarei no seu lugar, então querido, a partir de amanhã estarei
aí trabalhando ao seu lado, você não poderá mais me trair.
— Não sei Catarina quem tem mais problema? Você ou seu pai? Você
deveria procurar um psicólogo antes de começar a trabalhar aqui.
— Ficou sem graça né, estraguei os seus esquemas, não procurarei psicólogo
nenhum — esta mulher é louca.
— Tchau! Catarina tenho que trabalhar.
— Tchau! José Roberto, até mais tarde, meu amor.
Nosso casamento já é um inferno, com Catarina trabalhando aqui a tendência
será piorar e aquela porra do pai dela não me ajuda.

DOIS MESES DEPOIS


Catarina a cada dia está pior, ela e Alice se juntaram contra mim, tudo que
falo às duas vão contra, Vanessa que coloquei o apelido de loirinha, reatou
sua relação com Kito, minha amiga está radiante e eu torço para que desta
vez os dois possam ser felizes, a loirinha virá para o Brasil daqui a dois dias e
ficará as férias dela e de Kito aqui, tenho certeza que Catarina ficará mais
louca do que já é, porque ela está insuportável e seu ciúme doentio.
Perdi minha mãe no ano passado. Uma vez no mês vou ao cemitério para
limpar a sua lápide e também faço uma oração para ela, Catarina tem ciúmes
até deste meu ato, segundo ela dou mais atenção para minha mãe morta do
que para ela que está viva.
Meus momentos de descontração são quando saio com os meus amigos, pois
reencontrei todos eles e fiquei feliz ao saber que estão praticamente casados,
suas mulheres são maravilhosas e os amam de verdade, daqui a dois meses
será o noivado do Ygor que está radiante, infelizmente a Catarina não gosta
das mulheres dos meus amigos, só porque elas são negras e minha adorável
esposa é racista, eu levo ela comigo porque não quero ouvir suas ladainhas
quando eu chegar em casa, mas está foda ficar ouvindo as reclamações toda
vez.
Esperarei passar estas festas para pedir o divórcio, não aguento mais a
Catarina, mandei o pai dela procurar um psicólogo para ela, mas ele diz que
Catarina não vai, já avisei para ele que separarei dela, chega de aguentar esta
doida, o problema é que da última vez que eu pedi o divórcio Catarina tomou
um vidro de comprimidos para dormir, ela quase morreu e eu me senti
culpado, isso fez com que eu evitasse me separar dela, mas, como ficar com
alguém que não quer fazer nada para melhorar?

Estou pensando em falar com o meu pai para ele ficar no meu lugar enquanto
vou para a Espanha, quero fazer um ano de doutorado lá, esperarei o
casamento de Ygor para eu poder ir embora já com a minha separação
assinada, não quero ter nenhum vínculo com a Catarina e quanto mais longe
dela eu estiver, melhor será minha vida sem está louca me perturbando.

CAPÍTULO 5
LILIAN
Não acredito que hoje estou completando nove meses de gestação e meu filho
está sofrendo por ser muito grande para mim. O médico falou que ele está
sem espaço para se locomover dentro do meu útero e que era importante
marcarmos a cesariana logo, marquei para o primeiro dia que ele tinha na sua
agenda e meu Benjamin (Ben) como apelidamos nascerá daqui a três dias.
Estava deitada alisando a minha barriga e pensando nele, no JR. Pai do meu
filho. Fico imaginando qual seria a reação dele ao saber do nosso Ben? Será
que ele gostaria de saber que é pai? Ou simplesmente não ligaria para o bebê?
Não posso saber como seria, pois, JR me mostrou ter duas personalidades
diferentes, porque o homem que dormiu comigo não parecia o mesmo que me
deixou aquele bilhete humilhante, julgo que ele se valorizou demais e me
colocou como qualquer uma.
Eu não deveria ter ficado com ele e entregado algo tão importante para nós
mulheres. Queria muito deletar JR da minha memória, mas como posso
realizar isso se tenho um pedaço dele aqui dentro. A campainha começa a
tocar, levanto com toda a dificuldade do mundo e quando abro a porta minhas
melhores amigas entram falando todas de uma vez o que não dá para entender
nada e com uma pizza na mão.
— Lilian! Por que demorou tanto para abrir — disse Lu tirando sarro.
— Engole uma melancia gigante e depois me cobre satisfações — digo séria
e as meninas quase morrem de rir — eu não aguento e caio na risada
também.
— Viemos saber qual de nós três vai te acompanhar no parto — diz Carol
com um sorriso no rosto o que hoje em dia é raro.
— Olha eu não quero te pressionar a escolher uma de nós, mas precisa falar
logo para podermos olhar nossa agenda — faço que sim com a cabeça.
— Pode deixar que até amanhã decido, agora qual o sabor da pizza?
— Quatro queijos e Dom Camilo — minha barriga ronca na hora, não dou
nem um passo quando sinto uma água descer nas minhas pernas.
— Porra Pecado! Ficou tão emocionada que fez xixi nas calças — diz Lu
rindo e eu a olho desesperada.
— Não Lu, a bolsa estourou — digo fazendo todas gritarem e se levantarem.
Gabi correu para o meu quarto e pegou as sacolas, enquanto Carol ligou para
o meu médico. Sinto uma dor forte e grito as fazendo ficarem mais nervosas,
Lu me ajuda a tomar banho e trocar de roupa. Saímos em disparada para o
hospital no carro da Lu, pensa em uma mulher que anda correndo é a
Tentação, ela ultrapassa todos os sinais que acha e eu grito como uma louca
quando tenho outra contração, Carol pega na minha mão e começa a fazer os
exercícios tentando me acalmar.

— Vamos lá Pecado, do jeito que aprendemos na aula — começamos a fazer


a respiração cachorrinho, enquanto ela vai medindo o tempo da contração que
a cada nova eu ficava mais histérica.
Chegamos ao hospital como loucas. Eu gritava e as meninas acompanhavam.
Não pareciam as Deusas do Olimpo, pois o show que demos era horroroso. O
Doutor Alfredo já me esperava e eu fui encaminhada para a sala de parto,
pois já estava com 9 (nove) centímetros de dilatação e meu filho estava
encaixado, mas no final foi efetuado uma cesariana, pois o médico disse que
ele estava muito grande.
— Lilian! Realizaremos uma cesariana, pois como ele está muito grande pode
correr o risco de o cordão umbilical estar enrolado no seu pescoço
e precisamos decidir, ele começará a sofrer aí dentro — nem penso e já tenho
a minha resposta.
— Pode realizar doutor Alfredo — pego na mão da Paixão que entrou
comigo, pois a Lu e Gabi estavam muito nervosas. Depois que a anestesia faz
efeito, eles começam e não demora para eu ouvir o chorinho do meu Ben.
Carol quis se fazer de forte, mas quando pegou meu bebê, ela e eu choramos
de emoção, depois disso eles esperaram os movimentos das minhas pernas
voltarem para poderem me levar ao quarto.
Passado um tempo que eu estava no quarto a porta é aberta e meus pais
entram desesperados.
— Minha filhinha, meu neto é lindo — disse mamãe emocionada e logo
todos entram sorrindo e conversando, além das Deusas também vieram
nossas secretárias e o trio parada dura que são Natan, Yuki e João, como nós
mesmo falamos, os três seguranças da Gabi. Isso é piada, Natan é irmão da
Gabi, Yuki e João são amigos.
— Pecado seu Ben é lindo — disse Tentação sorridente. Olha nós não
podemos ficar muito tempo aqui — ela olha para o meu pai me dizendo que
algo aconteceu.
— Mas, esta é uma clínica particular e vocês são meus amigos — olho para
eles e reparo que João está com a roupa amarrotada, o que é um milagre, pois
este homem vive arrumado.
— Pergunta para o seu pai o que ele fez na recepção! Isso nos custou não
poder ficar aqui — disse Gabi rindo e João fecha a cara, olho para o meu pai
que dá de ombros me encarando.
— Estou esperando quem vai me contar o que aconteceu? — levanto a
sobrancelha esperando a resposta.
— Ah droga! Eu queria saber quem era o pai do seu filho? Pensei ser ele, por
que todos tinham flores e balões e ele tinha este urso enorme, então eu o
prensei na parede — diz meu pai apontando para o João que está sério, os
outros quase morrem de rir da cara dele.
— Pai! Não acredito que você fez isso com o João, esse trio parada dura são
nossos amigos, nenhuma de nós em são consciência teríamos nada com eles,
todos são ciumentos e possessivos demais para a sanidade de uma mulher que
seja inteligente — digo rindo.
— Então, peço desculpas pelo meu comportamento rapaz — diz meu pai
dando a mão para João que abre um sorriso até que enfim.
Depois voltamos todas a conversar, meu quarto ficou cheio de flores, balões e
o urso da discórdia, mas logo o meu Ben chegou para mamar e eles foram
expulsos do quarto com a promessa de voltarem amanhã.

DOIS ANOS DEPOIS


Nestes dois anos que se passaram muita coisa aconteceu, primeiro a chegada
do meu Benjamin. Meu Ben é uma criança linda e inteligente, nunca me dá
trabalho, ele é negro como eu e tem os olhos verdes como o do pai. Neste
tempo eu nunca fiquei com ninguém, pois sempre quis preservar o meu filho
e mexendo com gente como mexemos, fica meio complicado confiar em
alguém.
De uns meses para cá observo o Alysson me cercando. Ele é branco, seus
cabelos são negros e estão sempre penteados para trás como um mauricinho,
seu rosto é muito bonito e seus olhos são verdes. Alysson é do escritório
Scorpions advocacia e trabalha com o Natan que é irmão da Gabi, ele hoje
me convidou para irmos almoçar e eu após ouvir que deveria aceitar das
minhas amigas, resolvi ir.
Chegamos ao restaurante que ele me trouxe, é um dos mais caros da
Califórnia, acredito que Alysson quer me impressionar. Contudo, isso não me
mostra nada, pois trabalhei sempre para ter o meu dinheiro e não depender de
ninguém. Meus pais moram em uma fazenda que fica a 60 (sessenta)
quilômetros daqui, Ben adora ir lá e eu realmente me sinto em paz naquele
lugar, onde não há o barulho e a loucura da cidade grande.
— Lilian — olho para Alysson que pega na minha mão e entrelaça com a
dele, me deixando sem graça com esta atitude tão íntima.
— Alysson, vamos primeiro conversar, não quero que você se iluda ou tenha
alguma expectativa em relação a nós — Alysson me dá um sorriso enorme.
— Querida! Eu te quero. Estou aqui para lutar e quebrar esta sua barreira,
ficarei com você para sempre — olho bem nos olhos dele e constato a
determinação naquele olhar. Já participamos de algumas audiências juntos e
Alysson esmagou o seu adversário, isso faz eu ficar meio arredia e então sem
ligar para o que ele pensa acabo puxando a minha mão.
— Acho melhor você não contar com isso, desde que meu Ben nasceu,
resolvi não ter nenhum compromisso sério com outro homem. Meu filho está
em primeiro lugar — sinto que ele ficou tenso, Alysson olha para o outro
lado parecendo escolher as palavras antes de voltar o seu olhar de águia para
mim.
— Lilian! Eu não sou moleque e não estou brincando, sei que você tem um
filho, mesmo assim quero fazer parte da sua vida, nunca farei você escolher
entre nós dois, pois sei como é o amor de mãe.
— E nem deve caso eu te dê uma oportunidade, pois, meu Ben vem em
primeiro lugar na minha vida, até mais que a profissão que eu tanto amo.
— Entendo Lilian e aprovo este seu lado maternal, uma boa mãe será também
ótima esposa — Alysson falou e meus olhos se arregalaram, pois, nem
estamos namorando e ele vem com este papo de casamento.
— Alysson, vamos nos conhecer primeiro antes de tomarmos qualquer
decisão — falo tentando não demonstrar como este assunto me assustou.
— Calma Lilian! Estou pensando no nosso futuro, fique tranquila, ainda não
te pedirei em casamento — dou um sorriso para ele aliviada.
— Tudo bem Alysson, fale um pouco de você, eu só te conheço lá do
escritório e não sei nada da sua vida antes — Alysson faz que sim com a
cabeça.
— Meu nome é Alysson Andrade Loher, tenho 32 anos e moro aqui há quatro
anos. Meus pais são peritos criminalistas. Tenho um irmão mais novo que é o
oposto de mim, tanto fisicamente como psicologicamente, nós não éramos
muito unidos, pois eu sempre gostei de ir atrás do que quero e luto para
conseguir, não gosto que me neguem nada — Alysson fala de um jeito que
parecia ser uma ameaça.
— Nossa! Queria ter uma irmã, contudo, sou filha única, tenho pais
maravilhosos que dariam a vida por mim e meu Ben. Conheci minhas amigas
na faculdade e de lá não nos separamos, somos unidas e queremos sempre
estarmos juntas, nem que seja uma tarde de cinema.
— Vocês nunca brigaram? — pergunta Alysson curioso e eu começo a rir.
— Direto. Temos cada quebra pau quando não concordamos com algo que
uma de nós faça, fale ou age. Mas, é coisa do momento, após dez minutos
estamos rindo da situação ou mudando de assunto para não criar mais
problemas.
— Você fala com muito amor das suas amigas, eu tinha um amigo assim,
mas ele morreu quando tínhamos dezoito anos — fico triste por ele e pego na
sua mão.
— Sinto muito, se isso te fazer mal não precisa falar — digo olhando com
carinho para Alysson que me dá um sorriso maravilhoso.
— Foi algo meio traumático e não gostaria mesmo de voltar para estas
lembranças — concordo e o papo voltou para a nossa profissão. Alysson
mostrou ser um cara muito inteligente e culto, combinamos de irmos jantar
no final de semana e ele estava todo feliz, acredito que meu filho precisa de
um homem perto dele, veremos o que acontece.

CINCO MESES DEPOIS


Faz quatro meses que estou namorando o Alysson e nós iremos ao teatro, a
Gabi ficou com o Ben enquanto iríamos sair, eu estou começando a gostar do
Alysson, ele falta adivinhar o que eu quero.
Chegamos ao teatro e fomos para os nossos lugares, quando entramos na área
vip vi um rapaz sorrindo para mim e logo lembrei ser o Logan, vizinho
da Gabi, ele veio até nós e me deu um beijo no rosto.
— Oi! Deusa a quanto tempo, vi seu Benjamin lá na Gabi ele é lindo — disse
Logan me deixando mais coruja do que eu já sou.
— Também acho, meu bebê lindo demais — falei orgulhosa e percebo que
Alysson está de cara feia, eu odeio esse ciúme dele sem ter motivo.

— Logan! Este é o meu namorado Alysson — apresento para ver se ele


melhora a cara feia.
— Prazer cara e parabéns pelo filho — Logan sorri e Alysson responde
grosseiro.
— Não sou o pai dele, deveria ser mais bem informado antes de jogar charme
para a minha namorada — Alysson me mata de vergonha e Logan muito
educado pede licença para correr da nossa mesa.
— Babaca! Pensa que vai te cantar e tudo ficará bem — falou Alysson
encarando Logan com ódio.
— Chega desta palhaçada. Ninguém te fez nada, pode pelo menos ser mais
maleável e ver que não é o meu dono — Alysson me olha zangado e pega na
minha mão.
— Você é minha Lilian e não aceito homem nenhum te cantando, ninguém
toca ou mexe com o que é meu — olho para ele e seus olhos parecem mais
escuros, puxo minha mão da dele e me levanto.
— Obrigada por estragar a nossa noite — vou saindo e ele pega no meu braço
e me olha com ódio eu o encaro. Alysson parece perceber o jeito bruto dele e
muda radicalmente se tornando dócil novamente.
— Me desculpa amor, mas você tem que entender o quanto eu te amo — diz
me assustando com a declaração.
— Vamos com calma Alysson, assim, você me assusta — ele abre um sorriso
de menino que acaba me deixando sem graça.
— Tudo bem, mas não vamos embora, eu prometo que não faço mais
confusão com ninguém, mesmo que eu os queira morto — disse ele
friamente. Fico sem reação e Alysson sorri — Brincadeira boba, não tenho
coragem de matar uma mosca — ele me puxa para os seus braços e beija
minha boca indecentemente, fico até sem ar, depois desse show, ele não fez
mais nada e a noite foi perfeita.

UM ANO E SEIS MESES DEPOIS


Hoje faz um ano e dez meses que comecei a namorar Alysson, ele continua
advogando no escritório Scorpions e o Ben não gosta dele. Vejo sempre a
rejeição do meu filho para o lado do meu namorado, eu não entendo o
motivo.
Daqui a cinco semanas meu Ben fará quatro anos. Ele me pediu para que a
festa fosse realizada no Brasil. Iremos para lá daqui a três dias, pois será o
casamento da Kelly que é irmã da Gabi, quando ela passou um tempo aqui,
acabamos virando amigas dela e então iremos prestigiá-la e aplaudiremos a
felicidade de perto da Kelly com seu bebê.
Vejo Gabi chegando com Kian. Pensa em um menino extremamente
educado, calmo e carinhoso, assim é ele. Contudo, quando junta com o meu
Ben que é terrível. Eu e Gabi faltamos entrar em desespero, até controlamos a
zorra toda, porém, só não conseguimos isso, quando o trio parada dura chega
para aumentar a bagunça, pois daí não conseguimos distinguir quem é criança
e quem são os adultos.
— Oi! Kian nós vamos para o Brasil, a tia Gabi falou para você? — Kian faz
que sim.
— Verei meu vovozinho e a tia Kelly — Kian sorri.
— Terei meu aniversário e mamãe acha que vai fazer uma fogueira, carrinho
de pipoca e que mais mesmo mamãe? — fala meu filho olhando para mim
sorridente.
— Sua festa será junina e todo mundo terá que vestir a caráter — ele me olha
interessado — As mulheres vão estar de vestidos coloridos e os homens com
calças furadas e camisa xadrez — Ben abre um sorriso lindo.
— Vai mesmo amiga fazer a festa dele assim? — faço que sim com a cabeça
— Sim Gabi, ontem já falei com a Kelly e ela até me passou o telefone do
buffet que está fazendo a preparação do casamento dela, mandei o e-mail
pedindo o orçamento para eles. Já que faremos uma festa no Brasil, nada
melhor que ser algo típico de todas as regiões. Dançaremos a quadrilha que te
mostrei.
— Ah! Quero dançar quadrilha, precisamos ensaiar neste um mês que
estaremos no Brasil.
— Não Gabi quero tudo no improviso, pegaremos os convidados de surpresa,
assim será mais espontânea a nossa dança.
— Amiga adorei, chamarei Yuki para ser o meu par, tenho certeza que ele
adorará.
— Aquela dança que você me mostrou? — chega a Lu com um sorriso
enorme no rosto.
— Sim, dançaremos todas no aniversário do meu Ben.
— Então me arruma um parceiro bem gostoso quero poder encostar meu
corpo no dele bastante.
— Deixa o seu marido ouvir você falando isso — falo só para deixar a Lu
irritada e não deu outra.
— Ex marido Lilian, não esqueça disso. Vou comprar um remédio para
memória, pois a sua anda um pouco fraca — levanto as mãos para o alto em
sinal de rendição, pois sei que mesmo negando, Lu ainda o ama. Como ele foi
babaca, acabou perdendo, nenhuma de nós tivemos sorte no amor, na área
profissional nota mil na área afetiva nota zero, não demora Alysson chega e
Ben retira o sorriso do rosto.
— Mamãe posso ir dormir na casa do Kian? — pergunta meu filho como se
não quisesse ir para o nosso apartamento por causa do Alysson, finjo que não
percebo isso e acabo cedendo.
Saímos do escritório e Alysson me chama para irmos ao cinema, não gosto de
sair sem o meu filho, parece que está sempre me faltando algo.
— Vamos amor ao cinema, pois temos sempre o Benjamim conosco, quero
ter um tempo só para nós dois — diz ele puxando os meus braços e me
beijando apaixonado, um ano e meio para que eu desse uma chance para ele,
acabei cedendo e estamos juntos até hoje e ele não conseguiu me fazer
esquecer aquela noite, mesmo eu sabendo que preciso matar JR da minha
memória, ele me tratou no outro dia como uma qualquer ao deixar aquele
bilhete.

Saio com Alysson e a noite estava sendo ótima, assistimos a um filme


romântico, comemos pipoca e no final acabamos nos braços um do outro,
após fazermos amor Alysson estava alisando as minhas costas e quando ele
falou em casamento eu congelei.
— Andei pensando, estamos juntos há quase 2 anos, sei que te amo e você
me ama, acredito que poderíamos pensar numa coisa mais séria.
— Alysson, nós já temos algo sério e estamos juntos, não acredito que
devemos apressar as coisas, ele me solta e se levanta da cama pelado.
— Porque não Lilian? Quero estar do seu lado e formar uma família.
— Nós já temos uma família, meu Ben e minhas amigas são a nossa família.
— Porra Lilian quero ter um filho com você — diz nervoso e eu me assusto,
levanto da cama e coloco uma camisola azul sem olhar na cara dele.
— Eu já tenho um filho Alysson e não terei outro, agora por favor vai
embora.
— Não porra, é só falar sobre casamento que acabamos brigando, eu quero
formar uma família com você e só porque a sua já está pronta, eu não posso
ter a minha.

— Você pode ter a sua, Alisson. Desde que o meu filho faça parte dela, eu
percebo que o Ben não gosta muito de você, e não vejo sua tentativa de
aproximação também, ele é só uma criança que precisa ser conquistada, então
se quer algo sério comigo primeiro conquiste o coração do meu filho.
— Você quer que eu deite para ele pisar em mim? O Benjamin me olha com
raiva e está sempre respondendo a tudo que falo e mesmo assim você quer
que eu fique igual besta atrás dele — faço que não com a cabeça.
— Você acredita que ficar só mandando nele, sem dar um pouco de carinho é
ser pai? Você é a única pessoa que meu filho não gosta.
— Eu não quero ser pai do seu filho, você poderia procurar o pai dele e
dividir a guarda, assim nós não teríamos mais problemas.

— O nosso problema! Fui eu ter me enganado com você. É melhor pararmos


por aqui, vai embora por favor — digo saindo do quarto e espero ele vestir a
roupa, mas Alysson aparece só de cueca e seus olhos estão vermelhos.
— Desculpa amor, eu falei na hora da raiva, claro que quero ser pai do Ben,
só me dê um tempo — diz Alysson chateado e eu também não posso obrigá-
lo a ser pai do Ben. Na verdade, eu queria achar o JR e contar sobre o nosso
filho.
— Acho melhor conversarmos amanhã — Alysson me abraça apertado.
— Não minha Lili, eu sei que cometi um deslize, posso tentar estreitar a
relação entre nós — agora, eu não posso aceitar o que ele falou, tentar? Como
um homem quer ter um compromisso comigo e não incluirá meu filho?
— Alysson! Vou te dizer algo e quero que abra bem a sua mente e guarde na
memória. Se um dia eu estiver que escolher entre você e o meu filho? Pode
ter toda a certeza do mundo que escolho ele, Ben é o que tenho de mais
valioso e nada nem ninguém vai nos separar.
— E eu Lili fico onde na sua vida? — diz zangado.
— Não fica. Estou terminando o nosso namoro, quero você fora da minha
casa agora — digo indo abrir a porta e ele vai para o quarto, não demora ele
aparece triste e eu também, sentirei esta separação, mas ficar com alguém que
não aceita o meu filho está fora de cogitação.
— Conversaremos depois com mais calma — concordo com a cabeça, ele me
puxa pelos braços e beija minha boca como se precisasse disso para viver.
— Adeus Alysson — ele me encara por um tempo e levanta a mão alisando o
meu rosto.
— Eu te amo Lili e por você, sou capaz de tudo — diz saindo depressa, credo
senti um frio na espinha agora. Fecho a porta e fico triste por acabar o nosso
relacionamento, mas o que posso fazer se Alysson não aceita o meu filho,
jamais obrigaria ele a ser o pai de Ben, mas poderia pelo menos ser um bom
padrasto.
Tomei banho e depois dormi sentindo a falta do meu Ben. Fico pensando
nesta ida para o Brasil e qual a chance de encontrar JR. Queria realmente vê-
lo para poder contar toda a verdade, mas não sei nada dele para poder ter por
onde começar a procurar. Deixarei que o destino sabe o que faz.
No outro dia, contei para as meninas o que aconteceu e elas ficaram muito
putas com Alysson. As Deusas não vão muito com cara dele e isso já deu
muita discussão entre ele e as meninas. Então! Agora acabou. O que eu
preciso é relaxar e aproveitar o Brasil, aquela terra linda e maravilhosa.
Chegamos ao aeroporto e as meninas estavam eufóricas, o trio parada dura
estava terrível, só falavam de pegar mulher e eu ria muito deles. Alysson era
o único que estava zangado e isso acabou me deixando chateada. Ele já tirou
as férias para vir comigo e também estava com a passagem comprada, então
não tinha como eu dizer para ele não vir conosco, mesmo que nós dois
tenhamos terminado acredito que podemos ser bons amigos, chegamos no
Brasil e tio Oliver nos esperava.
Fomos todas as meninas para a casa do tio Oliver que é o pai da Gabi e os
meninos foram para o Hotel até o Natan que é irmã da Gabi preferiu
acompanhar os amigos. Segundo ele seu pai já estaria lá para cuidar caso
algum babaca nos cantasse. Ficamos rindo e fomos muito bem recebidas na
casa do tio Oliver e da sua esposa Gezebeu. A história deles dá um livro e os
olhos apaixonados deles fez com que suspirássemos, logo trocamos de roupa
e fomos com o casal vinte encontrar com a Kelly que é filha deles.

Chegamos na fazenda onde será a festa e gritamos igual uma louca quando
vimos Kelly que está com uma barriguinha linda de grávida, após beijos e
abraços, seu noivo chegou e a Tentação tinha que soltar uma dela.
— Senhor, que homens bonitos são esses? — disse ela olhando para cinco
caras que chegaram.
— Tira o olho Tentação, pois são todos casados com minhas amigas e elas
são doentes de ciúmes — disse Kelly olhando para um deles com amor,
entendi que aquele era seu noivo, ele deu um beijão nela e depois virou
sorridente para nós.
— Oi meninas — disse ele educado é nós todas sorrimos simpáticas.
— Amor estas são as Deusas, amiga da Gabi, esta é Coração minha irmã.
Pecado. Tentação e Paixão — ele dá dois beijinhos em cada uma de nós.
— Estes são meus amigos Ronaldo, Diogo, Hélio e Maurício — todas só
cumprimentamos com a cabeça, pois não queremos ser mortas, não demorou
surgiu três moças negras e uma loira que vinham do salão de festa. Todas
abraçaram seus devidos homens o que fez nós até olharmos para o outro lado.
— Então! Conhecerei as Deusas até que enfim — disse uma delas com um
sorriso simpático nos lábios.
— Prazer querida, sou a Tentação, Coração, Pecado e Paixão — disse Lu e
ela aumentou o sorriso.
— Sou a Estrela da noite, Pimenta, Coelhinha e Orquídea — disse ela e logo
todas estávamos em um papo gostoso, mas Lu tinha que dar outro fora.
— Kelly, será que você não tem um cunhado para me apresentar — Kelly
deu um sorriso para ela.
— Você quer morrer antes da hora? Ou ama a sua vida? — todas olhamos
para a Lu com aquela cara “você poderia dormir sem essa” — Meu único
cunhado é o Inácio Reis e ele ama sua Diaba.
— Puta que pariu, sério que aquele gostoso é seu cunhado — disse Lu bem
no momento que um casal sai do salão com três crianças, elas são trigêmeas,
a mulher fala algo no ouvido do rapaz que sorri para ela totalmente
apaixonado.
— Oi! Então vocês são as famosas Deusas, eu sou Camila cunhada de Kelly
— disse ela toda solicita, conversamos com ela e gente Camila é muito legal
e totalmente doida, muito mais do que Lu, depois fomos embora com Camila
que nos levou para comprar os nossos vestidos para o casamento.

TRÊS DIAS DEPOIS


Hoje é o grande dia e Kelly está uma pilha de nervos. A diaba que é o apelido
carinhoso que o Inácio chama sua esposa Camila, foi a única que conseguiu
acalmá-la. Fizemos um laço de amizade com Camila tão forte que já
combinamos de ir passear na Espanha. Saio debaixo da tenda onde será
realizado o casamento e procuro por meu Ben, ele saiu com o trio parada dura
e sumiram, tenho medo de que eles façam algo e acabem destruindo alguma
decoração da festa.
Ygor está só sorrisos e o casamento ainda não começou por que três amigos
dele estão atrasados, que padrinhos atrasam no casamento do amigo? Estes
me mostram que não tem muita responsabilidade. Não demora ouço um
barulho de Helicóptero chegando, as meninas vêm ficar onde estou para
olharmos a cara dos babacas que chegaram atrasados deixando uma noiva
estressada. Fiquei nervosa, não sei o que foi? Meu coração disparou.
Vi Vanessa descendo do Helicóptero com um rapaz lindo, sua barriga estava
enorme e nós não aguentamos e começamos a dar um show, meu Deus que
escândalo realizamos quando a vimos — Vanessa sorriu e nos abraçou.
— Eu sabia que veria vocês, te apresento meu noivo Kito.

— Zeus estas são as Deusas. Tentação. Pecado. Coração e Paixão. Quero


vocês no meu casamento, será daqui a dois meses na Espanha — sorrimos
concordando.
— Então foram vocês levaram minha fadinha para o mau caminho? —
perguntou ele com um sorriso lindo no rosto, uau Vanessa está feita, só
sorrimos culpadas — Estou brincando meninas, foi até bom para eu pegar
logo esta mulher para mim, obrigado.
— De nada, vocês formam um lindo casal, parabéns — digo feliz por vê-la
com este sorrisão.
__Você está de quantos meses? — perguntou coração, passando a mão na
barriga dela.
— Estou de seis meses, mas meninas, meu amor já realizou o serviço
completo. Aqui dentro tem um casal — fizemos festa com ela de novo, até
que chega outro Helicóptero com os outros padrinhos, eu passo a mão na
barriga de Vanessa e sorrio ao vê-los mexendo, não reparo no casal que para
do nosso lado.
— Está linda loirinha — disse o cara. Conheço esta voz. Não pode ser, não
pode ser, penso duas vezes, lentamente levanto minha cabeça e quando o
vejo, fico sem reação. Merda! Ele está com uma mulher baixa e loirinha,
seus olhos estão vidrados nos meus e eu reconheço que ele está em choque
por ficarmos cara a cara.
— Sereia!
— JR!

CAPÍTULO 6
JR
Sabe aquele momento da sua vida que você olha para trás e pensa na merda
que ela está. Estou fazendo isso agora e no final o resultado é deprimente. O
meu casamento é horrível. Catarina a cada dia está mais louca do que nunca,
eu cheguei no meu limite. A gota d'água foi hoje, Catarina fez escândalo no
restaurante que estávamos, só porque fui ao banheiro e encontrei a Débora
que é a prima da fadinha no caminho.
Ficamos conversando e a louca da minha mulher já chegou falando merda.
Hélio apareceu e eu morri de vergonha, pedi desculpas e acabamos nem
jantando. Levei Catarina lá para pedir o divórcio, mas se eu falasse isso
enquanto a louca dava o seu show, as coisas poderiam piorar, era capaz da
maluca querer quebrar o lugar.
Não sei o que fazer para esta mulher me dê o divórcio. Sem precisarmos ir
para a justiça, pois nossos pais são sócios e isso poderia atrapalhar os
negócios. Eu já toquei nesse assunto três vezes e toda vez que começo a falar,
Catarina arruma uma desculpa para que o assunto não venha à tona. Avisei
hoje para o meu pai que separarei desta maluca, ele não gostou nada, pois,
Catarina na cabeça dele é a nora perfeita, mas não é ele que tem que aturar as
asneiras e loucuras dela.
— Você não presta José Roberto, sua vida é correndo atrás destas putas —
disse Catarina quase babando de raiva.
— Eu nunca te dei motivo para agir como uma doida. Cansei e quero o
divórcio, não vou mais te aturar e irei para a justiça. Este casamento de merda
já deu tudo que tinha que dar, você é louca e quer me levar para o hospício
com você.
— José Roberto eu te amo, tudo que faço é para estas oferecidas não se
aproximarem de você — faço que não com a cabeça.
— Você é doente e precisa se tratar, estou indo embora e quero o divórcio.
— Não! JR, fica comigo, prometo que mudarei, eu dou o divórcio, mas
espera passar o casamento da Kelly, o que vão falar as pessoas se estivermos
separados, prometo que não realizarei nenhum escândalo.
— Ficarei aqui só até o casamento. Depois é cada um para o seu lado,
Catarina! Você não irá conseguir me enlouquecer — digo indo para o meu
quarto e trancando a porta para ela não entrar, pois, se deixo aberta ela tenta
me seduzir, agora Catarina quer engravidar, já eu, não quero mais.
Começo a voltar no tempo e ela aparece na minha mente, a Sereia anda
ultimamente nos meus pensamentos e estou torcendo para que um milagre
aconteça. Queria vê-la ao menos mais uma vez. Sei que isso é complicado e
querer não é poder como muitos pensam.
Queria achar a lâmpada do Aladim e faria um grande pedido. Queria ver
novamente Lilian, mas sei que isso seria como achar uma agulha no palheiro.
Já se passaram quase cinco anos e ela com certeza deve ter casado assim
como eu, acredito que Lilian nem deve mais se lembrar de mim. Uma mulher
como ela jamais ficaria presa a uma noite. Espero que ela esteja muito feliz,
saio dos meus pensamentos com Ygor me ligando.
— Fala cara, como vão os preparativos para sábado? — pergunto empolgado,
adoro ter a oportunidade de estar com os meus amigos e desta vez será muito
especial, pois todos estarão literalmente presentes, tanto os brasileiros como
os americanos.
— Está tudo pronto. Só aquele pau no cu que irá atrasar. Já falei para ele que
se isso fizer mal para minha mulher ou meu filho, mato ele, nem que eu
apareça no jornal com a matéria “Noivo mata padrinho por que deixou a
noiva estressada” — começamos a rir da situação.
— Não se preocupe, quando ele chegar com aquela abençoada de sua noiva,
nós iremos rapidamente — digo para tranquilizá-lo.
— Me diz por que vocês dois arrumaram estas duas malas? Desculpa meu
amigo, mas sua mulher é insuportável e a dele só pelo Skype eu já não gostei,
fora que ela tem cara de piranha — diz Ygor revoltado.
— Você sabe que depois daquela mulher misteriosa, aquela pistoleira se
aproveitou dele — digo triste, pois meu amigo era louco por uma mulher que
o dispensou sem ao menos dar para ele uma explicação coerente.
— Eu ainda penso que esta história tem algo de errado. Não sei! Pelo que ele
nos disse, os dois estavam apaixonados, como de uma hora para a outra ela
pulou fora. Falarei com ele e insistirei que uma investigação seja realizada —
diz Ygor que desde o começo sempre achou estranho tudo que aconteceu
com eles.
— Também nunca engoli o que aconteceu. Contudo, ele era o maior
prejudicado e colocou na cabeça que ela o enganou, como poderíamos mudar
seus pensamentos, na cabeça dele ela só queria brincar com ele, nós só
podemos apoiá-lo, já que nosso amigo quando incuti com algo é pior que
mula — digo para ele esquecer esta história.
— Sim, verdade, coloca cabeça dura nisso, aquele homem é muito teimoso.
Depois converso com ele. Te liguei para falar que Inácio pediu o seu telefone,
ele quer saber a respeito de uma ação que estão movendo contra sua empresa.
Vanessa está de licença, ele quer te pedir uma consultoria — seguro para não
rir, pois Inácio quer é outra coisa e pediu minha ajuda para conseguir.
— Tudo bem Ygor, quando ele me ligar dou a consultoria sem problema
nenhum, você sabe o quanto admiro seu irmão.
— Quem não admira aquele cara, ele é foda mesmo — Ygor diz e tenho
certeza que ele estava sorrindo, realmente ele e Inácio hoje tem uma ligação
muito forte e bonita, eles dois me fazem até querer ter um irmão perdido por
aí.
— Cara terei que desligar, Kelly está novamente vomitando, minha Deusa
anda sofrendo com o nosso filho, ele a coloca doida para comer de tudo, mas
depois a coitada precisa correr para colocar para fora — sorrio por sentir a
felicidade dele.
— Vai lá meu amigo, vocês merecem ser felizes — desligo e fico deitado em
minha cama, pensando na minha vida novamente, me bate uma tristeza por
pensar que se Catarina tivesse aceitado ter filhos antes eu estaria com eles
agora brincando e não no quarto enfurnado.
Acabo dormindo e sonhando com minha Sereia, ela está grávida e eu estou
do seu lado sorrindo como um bobo apaixonado. Sereia se aproxima de mim
e quando nossos lábios iriam se encontrar, acordo com alguém batendo na
porta, ou melhor, com aquela louca, ela está toda arrumada e seu olhar é de
coitada, se ela pensa que recuarei está muito enganada.
— Quem morreu para você estar batendo assim na minha porta — digo
zangado, acordar com alguém batendo na porta como se a quisesse derrubá-la
é foda.
— Ninguém querido. Papai e meu sogrinho vão almoçar aqui — entro
novamente para o meu quarto e tranco a porta. Ela com certeza já chorou para
os dois. Catarina sempre faz isso quando brigamos e eles dois vem tentar
interceder, eu já cedi antes, mas agora eles podem esquecer, não voltarei com
a minha decisão.
Tomo um banho e espero os dois chegarem o que não demorou a acontecer,
almoçamos e logo o pai de Catarina começa a falar.
— JR, a Catarina nos contou sobre a crise no casamento de vocês. Está
faltando diálogo, um casamento é feito de coisas boas e ........ — o corto.
— Me diga meu ex-futuro sogro, quais são as coisas boas ao lado da sua
filha? Por que eu não sei, ela é louca e eu te avisei que se Catarina não
mudasse, eu largaria, meu limite estourou, não quero mais estar casado com
ela e se este divórcio não sair por bem, sairá por mal.
— JR, para com esta besteira meu filho, vocês estão casados já a algum
tempo, agora jogará fora o que vocês construíram devido a uma briga boba
— diz meu pai tentando me convencer.
— Quem jogou fora pai qualquer oportunidade de eu ter um sentimento por
ela. Foi a própria Catarina. Seu temperamento sem medida, suas atitudes
infantis. Não quero mais ter nada com ela, vê se vocês dois entendem —
Catarina começa a chorar e seu pai se levanta rápido e vai consolá-la, levanto
da mesa zangado.
— Pensa bem, vocês são jovens ainda, cometem erros, somos humanos… —
Chega de ouvir estas merdas.
— Minha decisão já foi tomada e eu já conversei com você Catarina. Após o
casamento da Kelly, você assinará o divórcio, se isso não acontecer, eu entro
na justiça e consigo ele do mesmo jeito. Com você eu não fico mais casado.
Acabou, quero que vocês entendam — saio irritado e vou para casa de
Vanessa. Ela chegou de viagem e mal tive tempo de ir vê-la, sempre Catarina
inventava algo para que eu não fosse, então para não fazer confusão em casa
resolvi acatar, nas agora chega, eu cansei de ser infeliz.
Como sempre o clima na casa de Vanessa é maravilhoso! Ela está linda
grávida e muito apaixonada pelo seu Zeus. Ainda bem que ele parou de
implicar comigo, pois tenho certeza que minha amiga cortaria amizade
comigo para poder ficar bem com o homem da sua vida. Após conversarmos
um pouco e rirmos bastante do Senhor Aurélio, decidimos que Vanessa e
Kito irão no primeiro helicóptero. Eu e Catarina iremos na segunda viagem,
na terceira vez irá meus dois amigos com suas respectivas noivas.
Sinceramente, acredito que de todos nós, Ygor foi o único que acertou, pois,
as nossas mulheres são insuportáveis.
Volto para casa e graças a Deus Catarina não está, meus amigos me avisaram
que chegarão juntos, combinei de ir buscá-los no aeroporto e de lá saímos
para jantar, claro que terei que aturar suas noivas insuportáveis, mas fazer o
que não é, eles terão que aturar Catarina.
O jantar foi uma bosta. Nós não tivemos tempo para conversarmos. Pois, as
mulheres queriam ser o centro das atenções. Logo nos despedimos, eles iriam
para um hotel. A desculpa é que não queriam tirar nossa privacidade, mal
sabiam eles que o meu casamento já acabou há muito tempo, eu não sei o que
é ter um momento íntimo com Catarina há muito tempo.
Chegamos no Heliponto (lugar onde há decolagem e pouso de helicóptero)
Kito e Vanessa já nos esperavam. Atrasamos, pois, Catarina não achava
ninguém para arrumar o seu cabelo como ela gostava, mas, vindo de Catarina
não é novidade para ninguém que ela sempre é uma pedra no nosso caminho.
As Noivas dos meus amigos não tiveram a educação de cumprimentar
Vanessa e Kito. Diferente dos caras que foram super simpáticos, não
esperava menos que isso deles. Vanessa e Kito decolam primeiro eu e
Catarina vamos no outro, lá dê cima, no helicóptero dava para observar a
festa, tudo estava muito bonito, meu coração deu uma disparada, tive uma
sensação que a minha vida mudaria após este casamento.
Descemos e eu falei com o piloto, ele me disse que passaram um rádio o
mandando ir para outro local. Mas, que não era para eu me preocupar, os
meus amigos iriam vir no helicóptero que trouxe Vanessa. Fiquei
preocupado, pois, não foi isso que combinei com o senhor João, vi Vanessa
conversando com alguém que estava abaixada, mas eu tinha a impressão que
aquela voz doce já foi ouvida por mim, ainda mais com este sotaque sexy.
Chegamos na roda e eu elogio Vanessa já que lá no Heliponto eu não
consegui fazer isso, pois devido ao atraso da Catarina o nosso tempo estava
curto, eu não estava preparado para o choque que tomei quando ela, minha
Sereia levantou a cabeça e me encarou.
Acredito que o tempo parou e meu coração disparou, o espanto também
estava no rosto da minha Lilian e ela passou os olhos nos braços de Catarina.
Merda. Queria tirar os braços dela do meu e puxar a Sereia para que os
nossos corpos se encontrassem, eu beijaria aquela boca que me fez sonhar e
desejar por estes anos todos.
— Sereia!
— JR!
Ela diz em um sussurro e meu coração explode de alegria. Meu Deus!
Acredito que você está me dando uma segunda oportunidade, olho para às
mãos dela e nada de aliança, isso me deixou bem empolgado, mas a cobra da
minha futura ex-mulher abre a boca me lembrando da sua presença
insuportável.
— Quem é esta vadia JR, outra vagabunda que você se envolveu — vejo
minha Sereia sair do transe e quando ela ia falar algo, chega um menino
negro de olhos verdes iguais aos meus correndo e gritando, meu coração
agora definitivamente parou de bater.
— Não deixa ele me pegar — disse o garoto com meio metro de língua para
fora e atrás dele vinha um cara que me parece familiar. Acredito que fui
apresentado para ele nos Estados Unidos, ele está com cara de quem matará o
pequeno. Será que este menino é meu filho? Se for não deixarei este cara
encostar a mão nele. Olho para Lilian que tenta segura-lo, porém, ele correrá
de novo e acaba trombando em Catarina fazendo-a se desequilibrar e cair
com um grito, logo um rapaz japonês se abaixa e começa a mexer no pé dela
que fica dando um escândalo.
— Ela luxou o tornozelo — diz ele sem se alterar — João vai à cozinha e
pede um gelo para que não piore as coisas — lembro desses caras, eles
estavam na boate e só agora reparei nas outras duas amigas da Lilian. O
loirinho é irmão da Gabriela e estes são seus amigos, já a outra que me olha
séria é a Luiza. Por que elas estão aqui? Será que são amigas da Kelly? Saio
dos meus pensamentos com Catarina gritando.
— Sua peste, você me machucou — o japonês que eu não me lembro o nome
dele levantou na hora deixando Catarina sozinha no chão.
— Não fale assim do meu sobrinho sua histérica louca — disse o japonês
zangado e o loirinho encara Catarina cruzando os braços.
— Só eu chamo esta praguinha assim, então respeite meu...— O cara não
terminou de falar e Lilian já estava abaixada com o dedo na cara da Catarina,
será que ele é o pai do garoto.
— Se você abrir a boca para falar do meu filho, eu te arrebento sua vaca — aí
meu Deus! Terei um troço aqui no meio de todos. Não Lilian, você não pode
ter casado, que porra, não tem aliança, que merda, quero gritar de raiva, olho
para ela e pergunto sério.
— Filho? Você tem um filho? — pergunto ainda atordoado e ela me encara,
vejo que seus olhos estão apavorados e eu não entendo por quê? Até ver um
babaca se aproximar dela, ele é branco com os cabelos pretos e olhos verdes,
então será ele o pai do filho dela? O idiota chega e abraça à cintura da Lilian,
querendo marcar território, acho que vou cuspir na mão para mostrar quem é
mais homem das cavernas aqui.
— Ela tem, e você para de babar pela minha mulher — disse o cara querendo
me intimidar, idiota, está pensando ser quem? Idiota.
— Princesinha não acredito que você está grávida e linda — disse o loiro que
não tem medo de morrer para Vanessa.
— Nem pensar babaca, por que eu te arrebento. — Tô falando, Kito está
quase mordendo o cara.
— Você e mais quantos? — Kito dá um passo na direção dele e Gabi entra na
frente.
— Desculpa Kito, meu irmão não é babaca assim, Kito é o noivo de Vanessa
e o pai dos filhos dela então para de graça — o cara dá um sorriso para Kito e
estende a mão.
— Desculpa cara, mas eu também sou protetor e não queria te ofender. Sua
mulher é como uma irmã para as meninas e se tornou da família, com todo
respeito gostaria de dar um abraço nela — Kito faz que sim, o cara só pega na
barriga dela sorrindo, pelo jeito ele foi esperto.
— Parabéns ao casal, torço para serem muito felizes — Kito relaxa e pega na
mão dele.
— Sim, já somos e espero vocês no nosso casamento — ele abre um sorriso
enorme e concorda.
— Você precisa me ajudar JR, não consigo me manter sozinha em pé — diz
Catarina gritando e Lilian pega o menino pela mão e vai acompanhando o
homem que a abraçou. Vi seu olhar de canto para mim e eu queria falar com
ela, se não fosse dona caçadora de confusão isto teria acontecido.
Fico olhando ela ir embora, vou para dentro da tenda com Vanessa me
acompanhando enquanto carrego Catarina, ouço o helicóptero dos meus
amigos chegando.
— Vanessa vou só deixar Catarina sentada e volto para falar com os caras.
— Tudo bem, pedirei para as meninas irem recepcionando-os — concordo
com a cabeça e ouço ela falar com a Gabi.
— Gabi os amigos do noivo estão chegando de helicóptero, eu vou entrar, a
minha barriga pesa um pouco, será que vocês poderiam chamar o Ygor e
contar por que o JR não ficou esperando por eles.
— Não tem problema Vanessinha nós mesmo escoltamos os caras — disse a
Lu, estas foram as únicas coisas que eu consegui ouvir até a Catarina começar
a xingar. Tirei seu sapato com cuidado e realmente ela luxou o pé, peço ao
garçom para me arrumar mais um pouco de gelo para colocar no pé dela, o tal
João trouxe pouco. Assim que chega faço uma compressa e coloco o pé dela
para cima em outra cadeira, vou saindo quando ela reclama.
__ Vai me deixar aqui sozinha — faço que sim com a cabeça.
— Vou falar para o piloto te levar de volta — ela arregala os olhos e me olha
zangada.
— Você vai comigo? — faço que não com a cabeça.
— Você sabe que eu não posso, sou o padrinho do noivo e amigo também —
digo antes dela reclamar.
— Eu não voltarei sozinha JR, eu espero a cerimônia acabar — diz ela com
bico.
— Não Catarina, seu pai vai te acompanhar até o hospital, seu pé pode ter
quebrado, ligarei para ele — ela fica com um bico enorme, mas vê que seu pé
está ficando preto.
— Tudo bem então! — Peguei meu celular e expliquei para o pai dela o que
aconteceu, ele me diz que estará esperando-a, saio da tenda e falarei com os
meninos e o piloto, mas eles não chegaram ainda, me aproximo de Vanessa e
começo a falar.
— Vanessa ela era a mulher da minha despedida, você conhecia minha
Sereia? — ela faz que não com a cabeça.
— Conheci Lilian quando fui a um congresso nos Estados Unidos, se você
me falasse que ela era uma das deusas eu ....... — olho para ela curioso.
— Deusa? Que Deusa? — Vanessa me dá um sorriso.
— Lilian é uma das Deusas do Olimpo — levanto minha sobrancelha — Ela
tem um escritório que se chama assim e sua Sereia, na verdade é a Deusa do
Pecado — abro um sorriso enorme.
— E que pecado meu pai! — digo suspirando, ela me contou tudo que sabia
sobre Lilian. Descobri que Gabi é a Deusa do Coração, Lu da Tentação e a
Carol que está me olhando de cara feia é a da paixão, acredito que está
faltando amor para ela, por isso seus olhares para o meu lado são mortais.
Logo ouço o barulho do helicóptero e vou ao encontro dos meus amigos.
Explico para o piloto que ele precisa levar Catarina no hospital Sírio Libanês
e que o pai dela acertará tudo. Ligo para o João que autoriza a decolagem,
quando olho para os meus amigos eles estão encarando Gabi e Lu e eu não
sei o que está acontecendo. Pego Catarina no colo e ela quando vê minha
Sereia se aproximando de nós com o garoto, de propósito deita sua cabeça no
meu ombro, merda.
— Meu filho quer pedir desculpa, ele é um bom menino e não fez por mal —
Catarina olha para a Sereia de cima a baixo.
— JR! Leva-me daqui, não desculparei esse pivete — disse Catarina e eu a
encarei sério.
— Você pode se desculpar sim, ela aceitará, ele é só uma criança Catarina —
digo olhando para o menino que parece assustado.
— Me... me... desculpa dona, foi sem querer — ela só faz que sim com a
cabeça e vira o rosto.
— Desculpa Sereia — digo sincero e ela está séria me olhando, ou melhor,
ela olha a minha aliança, eu não tenho como falar com ela agora — Preciso
levar Catarina para o Helicóptero — ela faz que sim e eu saio com pressa.
Deixo Catarina no helicóptero e ela tenta roubar um beijo meu, viro o rosto e
ela me olha magoada, fecho a porta e vou para onde está meus amigos e suas
noivas com um bico enorme, o que perdi aqui.
— Rick! O que está acontecendo — digo encarando meu amigo que fuzila a
Gabi.
— Você sabe quem é ela? — faço que sim com a cabeça.
— Ela é a Gabi, cunhada do Ygor — vejo sua noiva se aproximando.
— Rick, eu não quero você perto daquela mulher — diz a noiva insuportável
dele.
— Você quer que eu entre pela festa como Letícia? — pergunta ele nervoso.
— Eu e Ester não aceitaremos isso, essas duas aqui no casamento como
anfitriãs nossas ainda. Você sabe que eu não posso passar contrariedade
devido à minha gravidez — diz a nojenta colocando a mão na barriga, olho
para o Harry e seu olhar esta mortal para a Lu que sorri de algo que o tal João
fala em seu ouvido.
— Vamos, o casamento é na tenda e não fora — preciso saber que merda está
acontecendo aqui. Eles começam a andar mais Rick paralisa quando aquele
rapaz japonês chega com um menininho muito bonito no colo, o guri abraça o
pescoço da Gabi e do rapaz japonês dando beijos em suas bochechas, olho
para Rick e ele está vermelho de raiva.
— Amor, eu te falei que ela era uma vagabunda e te traía com o japonês —
disse a tal noiva e Rick, ele sai puxando-a sem nenhuma delicadeza, quando
eles passam pela Gabi vejo seus olhos se cruzarem e ela rapidamente desvia.
Chego perto de Harry que está com o seu maxilar trincado e sussurro só para
ele ouvir.
— Vocês dois vão me explicar que merda está acontecendo aqui! — ele faz
que sim, sem parar de encarar o João que age como se não ligasse para nada,
eles pegam o filho da minha Sereia e começam a fazer cosquinhas nele. Mas,
quando vamos passando do lado a noiva do Harry não aguenta e solta um
elogio.
— Vocês fazem um par bonito. Deveriam assumir logo essa relação — disse
ela e Harry soltou da sua mão.
— Obrigada querida — disse a Lu rindo, mas seus olhos estavam pegando
fogo — Amor ela estragou a nossa surpresa — disse a Lu que ganha um
cheiro no cangote e sorri toda boba para o cara.
— Amo este seu perfume, ele é tão sensual, envolvente dá até vontade de te
comer — diz o João malicioso.
— Suponho que vocês já estão juntos faz é tempo, eu disse amor que estava
desconfiada deles dois, está aí a prova — os dois riram e não negaram as
acusações.
__Marrenta (De forte temperamento) você deveria ter vergonha de fazer isso
perto de duas crianças — ela olha irada para ele.
— Perna de pau (jogador ruim de bola) me dá um tempo por favor, deixa eu
curtir o meu boy magia em paz — ela diz e sai puxando o cara deixando
Harry vermelho de raiva.
— Vamos logo, porque este casamento já me deixou zangado — diz ele
puxando sua noiva e se entendi bem, nós três ficamos com as deusas e agora
nenhum de nós estamos felizes longe delas.
— Rick, nem eu e nem você, participaremos deste casamento, por mim,
vamos embora — disse a Letícia quase gritando, Rick se aproximou dela e
falou algo baixo, ela fez que não com a cabeça e cruzou os braços.
— Se não quer ir embora tudo bem, sente e pedirei para o Ygor arrumar outra
pessoa para entrar comigo.
— Desde que não seja a baleia você pode entrar com qualquer outra — diz
zangada.
Nós três saímos de lá e os dois começam a andar e xingar, cruzo meus braços
esperando a confirmação do que eu desconfio.
— É ela JR, a mulher que eu amei, é a Deusa do coração — dou um abraço
nele que está bem abalado — Ela teve um filho com aquele japonês safado.
Gabi dizia que eles eram só amigos quase irmãos, você observou a felicidade
deles, que merda cara — Harry está perdido em seus pensamentos e do nada
ele fala.
— Tentação ou Lu como vocês conhecem, nós fomos casados — puta que lá
merda esta foi forte, eu hein, pelo jeito estas mulheres são demais mesmo.
— Lembram da mulher que me deixou louco na minha despedida dos
Estados Unidos — eles fazem que sim — É a Lilian, Deusa do pecado.

CAPÍTULO 7
LILIAN
Estou muito tensa. Vi JR olhando para nós, então quando acredito que ficará
tudo bem e nós poderemos falar sobre o nosso filho, meu ex namorado vem
para ficar próximo e me trata como se eu fosse sua propriedade. Saio puta da
vida com ele grudado na minha cintura.
— Mãe! Desculpa por machucar aquela mulher — diz meu filho triste.
— Você tem que aprender a ser educado Benjamim, machucou a pobre moça
com a sua falta de limites — diz Alysson olhando para o meu filho com
repreensão.
— Alysson! Meu filho quem educa sou eu — digo zangada — Nunca mais
fale com ele desta maneira, você não é nada dele para querer repreendê-lo —
digo o encarando e ele me olha nervoso.
— Desculpa, não mexo mais com o seu filhinho — ele responde ofendido e
eu não ligo. Meu Ben é a minha prioridade e ele sempre soube disso, vou sair
e Alysson gruda no meu braço — Não aceito que aquele babaca te encare
desta maneira, você é minha Lilian, só minha entendeu? — diz ele apertando
o meu braço me fazendo sentir dor. Estou chocada com este ato violento dele,
puxo meu braço e o encaro.
— Nunca mais encoste suas mãos em mim — digo séria e saio puxando o
meu filho de perto dele, ouço Alysson me chamar e eu quero evitar olhar em
sua cara de pau.
— Mamãe! Fiquei com medo dele, será que ele vai te bater? — pergunta meu
filho assustado, filho de uma égua, paro e abaixo para ficar na mesma altura
que ele.
— Ele não é louco de fazer isso, você sabe como seu avô é protetor — digo
fazendo ele sorrir — Então, depois falamos para ele o que aconteceu e com
certeza o seu avô quererá ter uma conversa com aquele babaca — ele me
abraça o pescoço.
— Tudo bem mamãe, eu ainda sou pequeno para te defender, quando eu for
grandão não precisará que o vovô venha, eu farei isso — levanto meu filho
no colo beijando o seu rosto e ele sorri feliz. Converso com Ben, peço para
ele se desculpar com Catarina. O levo para falar com aquela nojenta que me
esfrega na cara o seu casamento e JR me encara. Finjo não ver seus olhares
tortos, depois a Catarina vai embora de helicóptero.
Volto para o salão e vejo Vanessa cheia de sorrisos, não sei por que mais ela
parece que está aprontando, ela caminha lentamente até mim e pega na minha
mão me levando para sentar.
— Oi pecado tudo bem? — pergunta sorrindo.
— Conta logo Vanessinha o que a senhorita quer? — digo e ela sorri.
— Sabe o que é? — ela dá uma pausa e sorri — Como a Catarina foi embora,
eu preciso de um par para o JR. O Natan não poderá entrar com você, daí
pensei que eu poderia te pedir isso, na verdade, Kelly que está pedindo, você
sabe que pedido de grávida tem que ser atendido — olho para Vanessa que
faz a maior cara de coitada.
— Vanessa que coisa feia, usando sua gravidez para conseguir o que quer —
Fadinha dá um sorriso enorme.
— Imagina pecado. Jamais faria isso. Foi tudo uma coincidência — olho para
a sua cara de pau e resolvo parar de reclamar. Logo somos chamados para
fazermos a fila dos padrinhos. Quando JR cruza os nossos braços meu
coração dispara, sei que para ele foi apenas uma noite, mas, eu não penso
assim, foi algo muito especial, esse homem me idolatrou a noite toda e
geramos o meu filho que é a prova da nossa química perfeita.
— Quanto tempo Lilian! Até que enfim nos encontramos — diz tentando
puxar assunto, lembro da maneira que fui tratada após ficarmos juntos, tenho
o bilhete guardado para poder esfregar na cara dele caso ele venha querer
brigar pela guarda do meu filho.
— Não seja cínico Jr. Fiz o que você queria! Não sei porque essa cara de
quem está doido para ficar ao meu lado — ele me olha meio estranho e
levanta uma das sobrancelhas. Quando JR vai falar algo, a moça do
cerimonial chega e avisa que seremos os próximos a entrar, estávamos
envoltos a nossa conversa que acabamos nem percebendo que a fila havia
andado.
Depois deste pequeno assunto acabamos não conversando mais nada, várias
vezes peguei JR me olhando de cima embaixo. Isso me deixou bem
constrangida até porque Alysson estava me olhando com cara feia, não
conhecia este lado dominador dele. Será que ele sempre foi assim e eu nunca
percebi, a sua atitude de mais cedo ainda está guardada na minha mente, não
aceito que homem nenhum toque em mim daquela maneira, como se eu fosse
o seu objeto e não tivesse pensamentos próprios.
— Antes de tudo isso acabar, gostaria muito de falar com você, mas claro se
aquele cão de guarda permitir que possamos conversar em particular — faço
que sim com a cabeça, pois realmente preciso revelar para JR sobre o Ben.
— Sim, nós precisamos conversar. Não aqui no altar. Ficarei no Brasil por
um mês e nós teremos que arrumar um tempo para falarmos. Na verdade,
você terá que arrumar, eu estou de férias e terei todo tempo do mundo, não te
procurarei em casa, você é casado e sua mulher já nos mostrou ser uma
pessoa bem difícil de lidar — não direi para ele que achei a mulher
insuportável.
Ele suspira parecendo derrotado. Contudo, JR para me deixar afetada, me
encara. Depois lentamente vai analisando todo o meu rosto. Era como se ele
estivesse lembrando daquela noite. Seus olhos descem para a minha boca e
ele morde os lábios inferiores sensualmente, eu acompanho os seus
movimentos e quase saio de lá sem olhar para trás, preciso tomar cuidado,
pois, JR é um homem sensual e pode me destruir só com aquele jeito
malicioso e bonito dele.
A cerimônia acabou após um barraco enorme, depois disso fomos para a festa
onde percebemos que algo estava errado com Paixão. Ela bebeu um pouco
mais que o normal e nós sabíamos que isso tinha a ver com o seu noivado.
Toda vez que participamos de uma festa desta, precisamos ampará-la. Mas,
desta vez gostei o que ela fez. Quando vi Paixão bater no Harry e na noiva
dele, meu Deus! Me senti tão vingada pela minha amiga Tentação que quase
soltei fogos de artifícios para comemorar. Ele foi um babaca e agora fica aí
olhando para ela com pena, quem tem pena é galinha e então Harry que
guarde seus sentimentos mentirosos para outra pessoa, pois estou vendo a
hora da Tentação quebrar a cara dele.
— Paixão fique calma querida, você já chegou ao seu objetivo, vamos
embora para casa do tio Oliver — ela faz que sim com a cabeça e depois
começa a se lamentar.
— Por que nós não podemos ser felizes, é tão difícil assim? Eles nos amarem
pelo que somos. Porque foram nos trair e destruírem os nossos sonhos — ela
me diz isso com lágrimas nos olhos, vejo que Gabi também vira o rosto para
que eu não observe a tristeza em seu olhar. Tentação é a única que está
disfarçando a sua dor conversando com João.
— Ei Carol! Não fica assim. Heiki foi o único que perdeu aqui, você continua
linda e gostosa enquanto ele está ficando velho e amargurado a cada dia mais
— diz Yuki dando um beijo carinhoso nela.
— Tayla é uma menina de sorte, ela não sabe o homem maravilhoso que está
perdendo — diz ela sorrindo para ele que pisca para ela.
— Amo aquela negra linda e teimosa. Darei um jeito nela assim que
voltarmos.
— Coitada, tenho pena dela, pois esta sua cara de tarado vai deixá-la assada
por vários dias — todos rimos e ele faz cara de safado.
— Vamos todos embora, amanhã iremos para a praia, quero tomar muito sol
para ficar sensual, pois minha mulher me quer um pouco vermelhinho para
ela — diz João abraçando Tentação enquanto saímos com Paixão da festa.
— Lilian podemos conversar — diz meu ex agora calminho no seu tom de
voz. Entretanto, seus olhos estavam bem irritados.

— Acho melhor deixarmos para amanhã, hoje preciso ajudar as meninas com
Paixão — ele concorda com a cabeça, mas percebo que ficou irritado, por
mim, não ligo para o que Alysson pensa, ajudamos nossa amiga e depois
apagamos.
Amanhecemos animadas, as crianças estavam só sorrisos, fomos para a praia
e de cara encontramos os malas. Eles fizeram o time de futevôlei, Yuki e João
não quiseram jogar e preferiram curtir a praia com as crianças. Camila
chegou e aí a praia ficou divertida. Rick puxou Gabi para eles conversarem,
mas isso não durou muito tempo, pois logo ela saiu andando e ele tentou
segurá-la, vi Yuki indo para perto e Rick o encará-lo. Depois vejo Harry e Lu
discutindo também, vou na direção dela, Carol me segura.
— Deixa, eles precisam se entenderem — diz séria.
— Você acredita que isso é possível? — ela faz que sim

— Acredito que você, Gabi e Lu precisam aprofundar esta história, não sei
dizer, mas algo me cutuca aqui dentro dizendo que foi armação — vejo JR
me olhando e penso em ir falar com ele, mas meu ex mala chega e atrapalha o
meu trajeto.
— Podemos conversar agora? — pergunta ele todo calminho e eu aceito o
ouvir.

— Você está calmo ou precisarei ficar aqui para quebrar a sua cara caso tente
algo contra ela — diz Carol o encarando, ele levanta as mãos em sinal de
rendição.
— Fique tranquila, amo sua amiga e o que aconteceu ontem, não se repetira
— diz me olhando sério, concordo com ele e saímos um pouco de perto do
grupo.
— Lilian! Eu te quero de volta, chega de querer me dar este gelo, nos dê uma
oportunidade por favor — será que ele não entende quando uma mulher não o
quer mais? Não tem como darmos certos, ele ainda olha para o meu filho sem
vontade de se tornar amigo dele e isso futuramente poderá acarretar
problemas na nossa relação.
— Não voltaremos Alysson, eu gosto de você e fui feliz ao seu lado, mas não
dá mais para nós dois. Espero que você arrume alguém que te ame e possa te
dar a família que você sonhou — digo sincera e ele pega no meu rosto e me
dá um beijo. Vejo que ainda estou ligada nele e isso me deixa em dúvida se
ele poderia mudar para nos fazer feliz, ele para o beijo me dando um selinho.
— Me dê uma chance, prometo que serei mais paciente com o Ben, quero ter
ele como meu amigo — diz ele todo amoroso e eu concordo com a cabeça.
— Ficarei de olho, se você olhar feio para o meu filho estará tudo terminado
entre nós e não terá volta — ele faz que sim com a cabeça e me puxa para
perto dele.
Passamos o resto do dia namorando, vi várias vezes Alysson tentar se
aproximar do Ben que o rejeitou em todas as ocasiões. Depois pedirei para o
meu filho deixar o Alysson ser amigo dele. Pelo menos tentar ter uma boa
convivência entre eles. JR está nos olhando e o Alysson estava para morrer
de ciúmes dele. Tudo piorou quando contei para ele quem era o José Roberto.
Parece que Alysson não gostou de saber esta novidade, mas, expliquei que
precisamos conviver bem com JR, pois contarei para ele sobre sua
paternidade.
Antes de ir embora JR me chamou para conversarmos, decidi marcar um
jantar com ele para que eu possa colocar os pingos nos seus devidos lugares.

— Viajo amanhã e só volto daqui a duas semanas, então minha secretária irá
ligar para você e nós marcamos tudo — concordo com a cabeça e passo o
meu número para ele.
— Tudo bem, olha eu gostaria de te convidar para o aniversário do Ben, será
daqui a um mês e nós iremos embora no outro dia — ele abre um sorriso
feliz.
— Poderei levar meus amigos? — ele aponta para o babaca do Rick e o idiota
do Harry — Prometo que eles vão se comportar, acredito que eles vão
embora na madrugada deste mesmo dia — penso no que Carol falou e julgo
que pode ter algo errado nestas nossas histórias mesmo. Então, darei uma
força para os ex-casais.
— Tudo bem, mas segura aquelas cobras que vocês se casaram — digo
mostrando minha indignação para ele — Se elas nos ofenderem dará barraco
— ele começa a rir.
— Estou me separando, então você pode ficar tranquila — seguro meu
sorriso, mas não mentirei que gostei de ouvir isso, logo Alysson chega e
atrapalha nossa conversa.
Fomos para casa já ia ser seis horas da tarde. As crianças estavam mortas de
cansadas, só tomaram banho e caíram na cama. Tentamos ainda fazê-los
comer algo, mas não teve jeito, os dois estavam com um sono terrível, a partir
de amanhã começaremos a ir no buffet para ver sobre a festa, espero que eles
arrumem tudo como eu pedi, pois, quero ver meu filho feliz.
UM MÊS DEPOIS
Tem um mês que estou no Brasil. Me apaixonei por este País, além de São
Paulo fomos para Fernando de Noronha que fica em Pernambuco e depois
para a praia do Calhau em Paraty no Rio de Janeiro. JR não me procurou e
sua secretária me ligou duas vezes para marcar e desmarcar o nosso jantar.
Parece que não é para ele saber do Ben, meu namorado parou de implicar
sobre o assunto JR. Isso fez com que nós não brigássemos mais e ele se
aproximou do meu Ben.
— Pecado! Vamos logo para a festa, pois Ben tem que chegar primeiro — diz
Tentação com um vestido todo quadriculado e com babadinhos na barra, em
sua cabeça tem duas Marias-Chiquinhas.
— Já estou indo, estou só terminando de fazer o bigode dele — Ben está
muito feliz, sua festa é junina e nós estamos todos a caráter.
— Quero ver como os tios estão vestidos — diz ele se referindo ao trio
parada dura (Yuki, Natan e João) seu sorriso é enorme, dou um beijo em sua
bochecha gostosa.
Fomos todos rindo e conversando. Quando Ben viu o trio parada dura seus
olhos brilharam e ele pulou no colo do Natan, vai entender estes dois. Eles
brigam feito cão e rato. Entretanto, Natan protege meu filho como se fosse
filho dele, todas ficamos bobas com o jeito dos dois se acertarem.
— Minha mãe falou que você vai ter que dançar quadrilha tio Natan, eu só
quero ver tudo dar errado, quero rir da sua cara — diz meu filho caindo na
gargalhada, Natan olha sério para ele e depois para mim.
— Sai Lilian para lá, nem conta comigo para isso, sabe que tenho dois pés-
direitos — meu filho na hora olha para baixo procurando ver os dois pés dele,
isso foi motivo para todos rirmos da inocência do Ben.
— Vocês três vão ser nossos pares e nem vem com essa história de me falar
não — Carol me olha sorrindo.
— Então eu posso ficar fora disso já que só tem três homens para quatro
mulheres — diz ela feliz, mas seu sorriso morre quando meu filho anuncia
quem chegou.
— Tio Heiki — diz meu filho saindo dos braços de Natan, ele corre e pula no
pescoço do Heiki que só sabe encher seu rosto de beijos, meu filho e de Gabi
são muito queridos por todos.
— Sério que você fez isso comigo? — diz paixão me tirando do momento
família. — Quando você me perguntou se eu ficaria chateada por convidá-lo,
não esperava que você faria isso — chego perto dela que parece querer
evaporar.
— Olha lá amiga, meu filho o ama, o que posso fazer? Vai me dizer que se
fosse ao contrário, você não realizaria tudo pelo seu filho — ela me olha
triste e eu me arrependo do que falei. Merda, merda e merda de novo.
— Tudo bem pecado, vamos embora amanhã, o que de mal poderia acontecer
— diz ela tentando se convencer disso.
Entramos no salão e tudo estava perfeito. Meu filho e Kian já saem correndo
com o Yuki e João atrás deles. Falei com a organizadora da festa. As meninas
foram sentar com tio Oliver e tia Gezebeu, pois Kelly ainda não estava
presente. Todos chegam e a festa estava sendo um sucesso, Alysson parecia
realmente o pai do Ben e isso me alegrava muito, nem sempre JR poderá
estar com o nosso filho e se eu estiver com Alysson tenho certeza que ele o
substituirá temporariamente muito bem.
— Estava linda a festa, pena que você convidou essas três malas — diz
Tentação vendo JR chegar com o Rick e Harry, suas noivas insuportáveis não
vieram o que nós todas agradecemos.
— Você já parou para pensar que se JR aceitar nosso filho, vocês terão que
vê-los mais vezes — ela me olha horrorizada.
__Para com esta conversa besta, eu posso até ir, mas não quero falar com
aquele babaca — ela vira para apontar bem na hora que ele chega atrás dela.
Tentação e Harry ficam frente a frente e ele está grudado na cintura dela que
parece estar enfeitiçada, ela não move um músculo sequer e os dois parecem
que esqueceram de nós.
— Você continua usando este perfume que me enlouquece — diz ele
cheirando o pescoço dela que só faz sim com a cabeça, coitada da minha
amiga está hipnotizada, vejo duas mãozinhas na perna dela e sei que é Kian.
Ele morre de ciúmes dela, isso quebra o clima e ela se afasta para pegar ele
no colo, coração chega igual uma flecha e não olha para o Rick que fala.
— Muito bonito nosso filho — diz ele e Gabi pega Kian do colo de Tentação
o encarando.
— Sim, obrigada, meu filho é lindo — diz ela estressada.
— Gabi! Precisamos conversar, porque não aproveitamos que estamos aqui e
colocamos as coisas no seu devido lugar? Quero te ajudar na criação do nosso
filho será que dá para você me ouvir?
— Hoje não Rick, podemos combinar quando eu voltar para os Estados
Unidos. Entretanto, isso acontecerá daqui a um mês, pois vou para Londres
ficar com minha mãe que está doente, quando voltar combinamos de nos
encontrarmos.
— Quem já esperou três anos, esperar mais 1 mês é fichinha, não queria,
mas, fazer o quê! — Gabi está muito magoada e Rick terá que ter calma.
— Posso pegar o Kian um pouco? — pede e Gabi o entrega.
— Oi tio — diz Kian sorridente.
— Oi! Senti saudades — diz Rick e Kian dá um abraço apertado em seu
pescoço.
Percebo só agora que JR está me olhando e fico sem graça, Tentação sai
puxando Coração e eu me dirijo até JR.
— Oi! JR, é bom ver você aqui, nós precisamos conversar, eu vou embora
amanhã e essa conversa já demorou tempo demais para acontecer, tem como
você me encontrar após a quadrilha, ali atrás no jardim para podermos
colocar os pingos nos is? — ele dá aquele sorriso lindo que me conquistou.
— Claro que sim Lilian, se você não pedisse eu tentaria falar com você. Julgo
que te devo uma explicação tardia, você merecia um adeus melhor após
aquela nossa noite maravilhosa — disse ele me olhando com desejo, fico
constrangida na frente dos seus amigos, aceno com a cabeça e saio para
receber outros convidados.
A festa estava perfeita, meu filho anda pegou fogo com as crianças de Camila
e o Kian. Reparei que o Rick não parou de olhar para ele, estou começando a
acreditar no que Carol falou, armaram algo para separar estes dois e se isso
aconteceu, coloco às minhas duas mãos no fogo que foi a vaca da noiva dele.
— Senhorita Lilian, começaremos a quadrilha, senão daqui a pouco as
crianças estão dormindo em pé — dou uma risada, pois ela não conhece o
meu anjinho, mal sabe ela que ele só dorme altas horas da madrugada o
menino demora para descarregar as baterias.
Ela pega o microfone e começa a convidar as pessoas para participarem da
dança, umas meninas que estavam no cerimonial e passaram a noite inteira
dando em cima dos três babacas (JR, Rick e Harry) vem com eles para
dançar. Coração está com uma cara feia. Tentação então, se pudesse, matava
um, eu me incomodei um pouco, mas logo Alysson aparece e me faz lembrar
de que ele é quem está ao meu lado e que JR é apenas o doador de
espermatozoide para eu gerar o meu filho.
— Dançaremos minha Lili — disse Alysson carinhoso e eu vou, ficamos
todos em fileira, os homens de um lado e as mulheres do outro, quando a
música começou entrelaçamos os nossos braços e acompanhamos o que o
locutor dizia. Rimos e nos divertíamos muito, mas na hora que falou hora do
baile os casais tinham que trocar, os homens ficavam no lugar e as mulheres
iam sendo passadas nos braços de um por um dos homens. O locutor gritava
anarriê e você tinha que ir dançar com o homem na sua frente, meu coração
disparou quando tive que dançar com JR.
— Sabia que eu só vim participar da dança para poder ter você assim nos
meus braços — diz ele olhando para os meus lábios.
— JR! Por favor, eu tenho namorado — digo virando o meu rosto e
encontrando dois olhos verdes olhando para nós com raiva, dou um sorriso
para ele que ameniza a sua cara feia.
— Você o ama Sereia? — pergunta JR e eu volto a encará-lo.
— Por que você quer saber? — pergunto curiosa.
— Para saber se tenho chances — o quê? Olho para ele sem saber o que falar,
quando vou responder o locutor grita e eu vou para outro parceiro, mas vejo
Gabi discutir com Rick ele segura seu braço.
— Não Rick — diz ela o encarando.
— Você está mentindo, eu vejo isso nos seus olhos — ele tenta abraçá-la,
mas Yuki entra no meio deles.
— Solta ela agora babaca — diz Yuki zangado.
— Por que ele te defende tanto em Gabriela? Por acaso o Kian pode ser filho
dele? — pergunta Rick perdendo a cabeça.
— E se for? — diz ela sorrindo.
— Você é idiota sabia! Está criando um filho que não é seu. Kian é meu filho
— diz nervoso, ah! Merda. Natan nunca conseguiu confirmar que Rick era o
pai de Kian, não até agora, pois ele queria quebrar a cara dele e Gabi disse
que não era do Rick.
— O que você falou filho da puta? — diz Natan agora sendo seguro por João.
— Calma brother — diz João tentando acalmar Natan enquanto JR sai
puxando Rick.
— Titio! — chama Kian dando os bracinhos para Natan, que abaixa o
abraçando, ele gruda no seu pescoço e abaixa a cabecinha para se esconder de
Rick.
— Desculpa filho, eu… eu…estava com ciúmes — diz ele e Kian não olha
para o seu lado — Gabriela pode esperar que irei te procurar assim que você
voltar para casa — ela não olha para Rick e sai agora abraçada ao senhor
Oliver que quer matá-lo.
Depois disso a festa ficou com um clima horrível, mas logo nossos amigos
conseguirão voltar ao normal, Gabi foi embora com Kian, ela me disse que
Rick perguntou se Kian era seu filho, como Rick pode fazer esta pergunta
para ela.
Depois de tudo arrumado, recebo um bilhete de JR me convidando para
encontrá-lo no Jardim, não adianta mais correr é agora ou nunca, olho para o
lado e não vejo Alysson, acho bom para não ter mais confusões, sento no
banco que estava de frente para uma fonte e espero, vinte minutos depois e
nada dele aparecer, meia hora depois vejo uma sombra aparecendo e me
levanto arrumando o meu vestido, mas me decepciono ao ver ser Alysson.
— Oi! Amor, ele não quis vir. Conversamos e o babaca não quer saber do
Ben. Ele me mandou te falar para você esquecer do dinheiro dele, pois você é
uma golpista igual sua amiga.
— Meu Deus! — Estou sem reação como JR pode ser tão cínico, ainda veio
cheio de amor para o meu lado, que filho da puta, ele desprezou o meu Ben,
como JR não tem coração, estou em choque.
— Desculpa amor, eu não tinha o direito de falar, mas não pude deixá-lo te
magoar, queria te poupar — diz Alysson me abraçando e eu penso no meu
filho, JR nunca colocará mais os olhos em cima dele, pois não deixarei ele
magoá-lo como me magoou esta noite.

CAPÍTULO 8
LILIAN
— Vou lá — digo nervosa e Alysson me olha assustado.
— Vai lá onde meu amor? — ele fala parecendo estar com medo.
— Vou atrás do JR, quero que ele fale e assine um documento abrindo mão
do meu Ben para sempre — digo já indo para o salão e Alysson tenta me
segurar, eu saio dos seus braços e caminho apressada.
— Lili querida, você não vai atrás dele, aceite que aquele babaca nunca será o
pai que seu filho merece — diz Alysson zangado e eu agora estou puta da
vida.
— Alysson me deixa em paz, eu vou atrás dele e não preciso da sua
permissão — vejo Alysson fechar as mãos e vir na minha direção, mas eu não
saio do lugar se ele pensa que me intimida este idiota está muito enganado.
— Mamãe — ouço a voz do homem da minha vida me chamando, quando
olho ele está nos braços de Natan que sorri todo bobo para ele, não
aguento esta relação de amor e ódio deles, quando tento ir até eles Alysson
me puxa com estupidez me deixando muito zangada.
— Onde você pensa que vai, já disse porra, para não ir atrás dele — diz ele
agora puxando o meu cabelo e gritando comigo, logo vejo o Natan entrar
entre nós dois.
— Você quer brigar filho da puta, escolhe um homem, seu covarde — diz
Natan o empurrando e depois dando dois socos na cara dele, Alysson dá um
passo para trás, ele parece acordar e recobrar a razão do que acabou de fazer,
ele me olha arrependido.
— Lili desculpa amor — faço que não com a cabeça — Sabe que tenho
ciúmes do pai dele, e mesmo assim você faz tudo para me provocar, eu acabo
perdendo a cabeça.
— Nunca mais toque em mim Alysson, porque farei questão de te mandar
para a cadeia — saio puxando o meu filho que olha para trás assustado —
Outra coisa acabou tudo entre nós seu covarde.
— Não amor, não me deixe, eu te amo — diz ele desesperado.
— Quem ama protege e nunca levanta a mão para sua mulher amada que não
seja para dar carinho, se você chegar perto dela de novo, eu mesmo dou um
fim em você — diz Natan vindo atrás de mim.
— Ele te bateu mamãe? — pergunta meu filho preocupado, ainda bem que
ele não se ligou no que Alysson falou. Pois, como contarei para o meu Ben
que seu pai não o quer. Vejo meu filho olhando para trás assustado com tudo
que aconteceu, isso me mostrou que quando aceitamos ficar com alguém
abusivo e não nos impomos acabamos colocando a saúde mental dos nossos
filhos no meio disso também. Nunca mais quero vê-lo, pois aquele dia foi um
aperto, hoje um puxão de cabelo e da próxima vez será um murro ou um tapa.
Isso se ele não me matar, precisamos ter amor-próprio e nunca deixar que um
homem nos humilhe ou toque agressivamente.
— Não amor, eu nunca deixarei nenhum homem me bater, pode ficar
tranquilo — porque se ele fizer isso, será um homem morto ou capado, penso
mentalmente, pois não falaria isso para o meu Bem.
Pego meu filho no colo e o encho de beijos, não deixarei que este filho da
puta estrague a nossa noite. Piorou que eu derrame uma lágrima por alguém
que não conhece o significado da palavra amor. Alysson que se dane, porque
eu não deixarei de ir atrás do JR.
Voltei para o salão e pedi o endereço dele para o senhor Aurélio, não queria
pedir para Vanessa, pois ela com certeza vai saber o motivo, no momento eu
só preciso falar com JR e saber sobre suas reais intenções em relação ao
nosso filho.
Saio dá festa e peço para o Natan olhar meu filho. Tentação não me deixa sair
sozinha, sua intenção é encontrar Alysson no caminho e quebrar a cara dele
no meio, isso me fez rir e acabei me acalmando, mesmo ele sendo possessivo
nunca esperei que um dia seria agredida.
— Ei! Já passou — diz Tentação pegando na minha mão, o tio Oliver
mandou seu motorista nos levar depois que Natan contou o que Alysson fez,
também pediu para o rapaz não sair de perto de nós.
— Eu sei! Arrependo-me de ter deixado passar aquela primeira vez. Deveria
ter cortado o mal pela raiz. Às vezes, preferimos acreditar na cara deles de
coitados e arrependidos, do que a verdade na nossa frente, uma vez dado o
primeiro tapa logo virá o segundo, terceiro e por aí vai, por isso quero bater
em mim mesma por perdoa-lo.
— Mas, agora isso é passado. Ele nunca mais chegará perto de você — diz
Tentação me abraçando, depois ela muda o rumo da conversa me fazendo
sorrir — Você viu a cara de pau daquele jogadorzinho idiota? Todo saliente
com aquela sirigaita — diz ela nervosa e nós sabemos que isso é porque seu
coração bate forte pelo tal jogador.
— Ah! Não acredito Tentação. Ciúmes? — digo para provocá-la.
— Pecado! Se você disser isso de novo, te jogo para fora do carro agora
mesmo — diz se controlando para não gritar.
— Ok, não está, mas aqui quem falou isso — digo sorrindo e ela olha para a
janela irada.
Chegamos ao prédio e o porteiro diz que a mulher dele acabou de subir.
Trinco meus dentes irada, este safado não está em casa e a coitada da esposa
dele mesmo sendo chata não merecia estar passando por isso. Quando decido
ir embora sou chamada pelo porteiro que me pede para subir. Subimos, estou
um pouco nervosa, não sei como será esta conversa.
— Relaxa, se ela te deixar estressada, coloco esta Catarina no forno — diz
Tentação me fazendo rir — Isso aí Deusa, te quero sorrindo e não se
preocupando com esta perua amarga e ridícula — faço que sim com a cabeça.
Quando chegamos no andar indicado, a tal Catarina está só de camisola, seu
olhar para é mortal e Tentação a olha bem irritada também, acredito que eu
não deveria ter vindo até aqui.
— Entrem na “Nossa casa” — diz ela dando ênfase na palavra nossa casa,
que ridícula — Diga o que você quer com o meu marido — diz a louca
cruzando os braços.
— Você disse tudo, eu vim para falar com o seu marido e não deveria ter
subido aqui — digo já me encaminhando para a porta e ela entra na frente
— Se veio atrás da herança dele, está muito enganada, nós somos casados
com separação total de bens e eu não deixarei dividir a parte dele com o seu
capetinha — diz ela sorrindo, esta noite joguei pedra na cruz e acertei estes
encostos, não é possível isso.
— Não fale assim do meu filho sua amargurada dos infernos — digo já quase
gritando e Tentação a encara irada, falem mal de nós, mas nem pensem em
olhar para Ben e Kian que ela comete um assassinato.
— Falo como quiser daquela praga — Tentação dá um passo para o lado dela
— Retira o que você disse do meu sobrinho, por que, eu juro que esfregarei
sua cara no chão — ela olha desafiando Tentação que devolve o olhar.
— Como eu estava dizendo. Prepare para entrar na justiça. JR não quer
reconhecer este filho, ele já tem o nosso, estou grávida — ela pega na sua
barriga e sorri feliz — Tudo dele ficará para o seu herdeiro legítimo e não um
bastardinho. Fecho meus olhos e conto até três, ela está grávida e eu não
posso bater nela, merda de consciência, se eu não tivesse isso avançava agora
nesta mulher, respiro fundo e volto a falar.
— Eu não quero o dinheiro do JR. Se ele já tem o seu filho escolhido, tudo
bem. Vou te deixar o endereço do nosso escritório e como você é advogada,
me mande uma declaração do JR registrada em cartório, onde ele renuncia a
guarda do nosso filho — digo muito magoada, então Alysson não mentiu JR
esteve no encontro e não quer saber do nosso filho. Como eu me enganei com
ele assim!
— Sim. Querida, ele sempre soube da existência dele — diz a vaca em minha
cara, como se estivesse lendo a minha mente — Inclusive no casamento ele
queria vir embora comigo só para não ter que ficar perto desta peste que você
chama de filho — Tentação se aproxima dela.
— Olha amargurada, mal-amada e mal-comida, eu sou uma mulher de
palavra, mas devido ao seu estado, você não levará uns tabefes, mas não
brinca com a sorte, pois eu não tenho tanta consciência quando perco a minha
cabeça — Catarina dá um passo para trás e engole seco.
— Tudo bem, não chamo mais o bast.... Garoto deste nome. Quero dizer que
ele é uma vítima nisso tudo, pobre menino que mal cresceu e já está sendo
rejeitado pelo pai — diz ela parecendo triste — Ele não tem culpa do meu
querido marido — ela pega uma foto do JR sorrindo e beija — Não querer ter
contato com ele. Eu o amo, contudo, JR às vezes é muito insensível. Por isso
acabamos brigando, fora o ciúme de mim que me enlouquece e nos faz brigar
também, ele é muito possessivo e também um pouco violento — diz ela
parecendo lembrar de algo que JR fez.
— Nós não queremos saber da sua vida amorosa, mas quero saber se temos
este acordo — digo olhando sério para ela que abre agora um sorriso enorme.
— Claro que temos, ele saiu zangado comigo só por que atendi a ligação de
um amigo e logo ele chegará mais calmo. Contarei que você esteve aqui e
mandarei fazer a declaração, caso fique pronto até amanhã te levo onde você
estiver.
— Por problemas na companhia aérea, nosso voo foi transferido para as
14:00 horas, se puder me levar neste endereço poderemos resolver isso e
vocês se livram mais rápido de nós. tranquilize-se quanto ao dinheiro, eu não
preciso, pois o que tenho é suficiente para não deixar faltar nada ao Ben —
digo para ela saber que eu não queria o dinheiro e sim, o amor dele para o
meu filho. Benjamin sofrerá no futuro quando souber que foi rejeitado pelo
próprio pai, entrego o papel para vaca e saímos.
— Boa noite — diz ela atrás de nós que não damos ao luxo de responder,
minha vontade era de mandá-la para outro lugar.
— Você observou o teatro de boa moça que ela fez — diz Tentação rindo —
Queria que ela falasse algo do meu Benjamin, garanto para você que eu lhe
daria uns tapas na cara.
— Eu sei, mas ela está grávida e nós não batemos em mulheres grávidas, está
entendendo doida — digo para ela que sorri.
— Claro — diz ela batendo os cílios tentando fazer cara de anjo para o meu
lado, começamos a rir, mas eu estava triste por ele desprezar meu Ben. JR
não sabe o que perdeu.
— Agora, preciso realmente me desdobrar porque meu filho terá que contar
apenas comigo e com mais ninguém nesta vida — digo triste e Tentação me
abraça.
— Sua sorte é que somos amigas, por que senão sua babaca, eu quebraria a
sua cara por falar isso — diz ela beijando a minha testa — Você nunca
precisou dele, nós sempre estivemos juntas e também você não pode esquecer
do trio parada dura — diz ela me fazendo sorrir.
— Desculpa pelo que falei, você tem razão, temos uma família muito grande
para dar atenção para este babaca, tenho certeza que meu filho não sentirá
falta da presença masculina já que tem os meninos para auxiliá-lo — ela faz
que sim e beija minha testa.
— Esta é minha garota, voltaremos para a festa e esqueceremos este casal
insuportável — diz ela me largando.
— Acredito que tem gente com saudades de um certo jogador — digo e ela
fecha a cara na hora.
— Não gastarei minha saliva para te responder. Então — ela abre a palma da
mão virada para mim — Fale com a minha mão, pois estou cansada — diz
ela me fazendo rir e assim voltamos para a festa e ficamos o resto da noite na
maior bagunça com os nossos amigos. Natan queria dar no Ben, pois meu
anjinho o empurrou na piscina de sabão e a roupa dele ficou toda molhada, eu
falo que eles têm um problema de amor e ódio, mas sei que o amor fala mais
alto por isso me divirto com eles.

Saímos da festa exaustos e eu só queria saber da minha cama, tínhamos


acabado de chegar na casa do tio Oliver quando Antônia que é a governanta
me informou haver um senhor me esperando na sala. Estranhei a presença
dele àquela hora da madrugada e fui até lá para saber o que ele queria.
Chegando lá ele estava de costas para mim e de frente para a janela, seu terno
muito bem alinhado, sua postura ereta e seus cabelos arrumados me
mostraram que o homem tinha dinheiro, meu coração sentiu uma pontada e
parecia já adivinhar que aquela conversa não seria boa para mim.
— Boa noite, o senhor está me procurando? — pergunto receosa, ele vira
rapidamente e seu olhar de desaprovação ficou evidente.
— Temos um assunto a tratar — disse ele sem ao menos me cumprimentar,
para que ter dinheiro se é tão sem educação.

— Quem é o senhor? — pergunto logo também sem rodeios, se ele quer ir


direto ao ponto então é para lá que vamos, ele me olha com cara de nojo, em
seguida seu olhar frio me deixa desestabilizada e preocupada.
— Você tem algo que é do meu filho? — diz ele petulante e vejo Tentação se
aproximar, o cara olha para ela com cara de poucos amigos — Peça para sua
empregada nos dar privacidade. Não aceito falar da minha vida pessoal com
serviçais — diz ele com ar de superioridade e Tentação o encara agora irada.
— Quem o senhor chamou de empregada? — antes do homem falar
novamente ela abre a boca — Meu nome é Luiza Arão. Sou advogada no
estado da Califórnia. Se o senhor tentar ser preconceituoso comigo por pensar
que só porque sou negra não posso ter um diploma e crescer na vida, já te
aviso que terei total prazer em processá-lo seu velho babaca — diz ela já com
a voz alterada fazendo Paixão e Coração aparecer.
— O que está acontecendo aqui? — pergunta tio Oliver olhando para o
senhor á minha frente, ele o encara e vendo que está em desvantagem, o
idiota diminui o seu desrespeito engolindo a arrogância e nós o encaramos
prontas para a briga.
— Este senhor — diz Tentação o olhando frio — Entrou aqui acusando
Pecado Deus sabe lá de que e teve a capacidade de querer ser superior a mim
— o cara olha para ela sem um pingo de remorso e não lhe pede desculpas,
babaca.
— O que você quer aqui Márcio Vilela? — olho para o tio Oliver que
conhece o idiota.
— Quero falar com ela em particular, temos um assunto a tratar — diz ele
arrogante.
— Tinha que ser este horário, você não sabe ser falta de educação vir na casa
dos outros sem avisar e em plena madrugada — diz tio Oliver parecendo
irritado. Não poderia deixar para amanhã cedo antes dela ir embora — tio
Oliver levanta uma sobrancelha fazendo o cara ficar sério.
— Peço desculpas pelo horário, mas a ansiedade falou mais alto, fui
imprudente e gostaria de resolver logo o que eu vim fazer — tio Oliver vem
até onde estou e pega na minha mão.
— Você só falará com a Lilian se ela quiser falar com você. Aqui nesta sala
você tem 4 advogadas que nunca perderam uma causa. Já vi elas em ação e
por muito menos já tiraram até a calça dos babacas que quiseram crescer em
cima delas. Por isso peço para medir as suas palavras Márcio, mesmo você
sendo um advogado experiente e muito bom no que faz. Garanto-te que estas
meninas são bem melhores e te arrebentaram em um tribunal — vejo o
babaca engolir seco, então as palavras do tio Oliver o deixaram com medo,
ótimo saber disso.
— Medirei as minhas palavras, não por medo delas, mas por respeito a você
que é o dono da casa — diz sem graça.
— Como disse antes, ela decidirá — diz tio Oliver apertando a minha mão —
Você quer falar com este senhor? — pergunta ele me encarando. Faço que
sim com a cabeça, tio Oliver nos leva até o escritório e eu peço para as
meninas não me acompanharem, será apenas eu, tio Oliver e o idiota.
Entramos e tio Oliver manda o idiota sentar. Seu olhar ainda é mortal e
acredito que nunca consegui sentir tanta raiva de alguém em tão pouco
tempo, ele me avalia de cima embaixo e seus olhos de reprovação são bem
claros.
— Não gosto de rodeios e vou logo ao assunto que me trouxe aqui, quero
saber quanto você quer para dar a guarda do meu neto para mim? — que
merda este homem falou, estou congelada, meu sangue parou de passar pelas
minhas veias e abro a boca sem conseguir me pronunciar.
— Não sei como meu filho, que teve berço e foi criado para se envolver com
mulheres lindas, foi se envolver e ter um filho com uma pobre coitada como
você. Mas, eu agora quero resolver isso e dar para ele tudo que você nunca
poderá dar, por que com certeza deu o golpe do baú naquele idiota que não....
— saio do meu transe como uma louca.
— QUE PORCARIA VOCÊ FALOU SEU VERME ASQUEROSO? —
digo gritando e tio Oliver me segura para eu não bater naquele infeliz.
— Que você é uma golpista… — olho para aquele homem incrédula, peço
para tio Oliver me soltar e eu me seguro para não voar na cara deste infeliz.
— Não seu velho nojento sobre o meu filho. Você é louco ou cheirou cueca
vencida, eu jamais abriria mão do meu Ben para deixá-lo com um babaca
infeliz como você. Amo meu filho, ele é o mundo em que habito e o ar que
respiro, você é louco de pensar que eu te deixaria chegar perto dele.
— Eu já esperava isso de você, pois conheço uma aproveitadora de longe —
ele se aproxima de mim e tio Oliver entra na frente — Quero te dizer que
você não verá um real do meu dinheiro.
— Já chega Márcio, você foi longe demais e peço que se retire da minha casa
— diz tio Oliver nervoso.
— Eu vou, mas antes quero te avisar que entrarei com o pedido na justiça lá
nos Estados Unidos pedindo para ter a guarda do meu neto — diz o filho da
puta.
— Vamos então para a justiça. Terei prazer de te esmagar, meu filho jamais
sairá de perto de mim — digo entre dentes e o idiota passa a mão no seu terno
como se estivesse tirando alguma sujeira imaginária, seus olhos cruzam com
os meus e só existe fogo neles.
— Será um prazer acabar com você, jamais perdi uma ação tão importante e
esta não será a primeira — ele olha para o tio Oliver e faz um cumprimento
com a cabeça, antes dele sair eu faço a pergunta que veio na minha cabeça.
— O JR sabe que o senhor quer a guarda do nosso filho? — ele me olha e
sorri friamente como se tivesse acabado de ganhar algo.
— Claro que ele sabe, inclusive foi a pedido dele que estou aqui o
representando, pois, meu filho percebeu a cagada que fez ao se envolver com
uma qualquer — tio Oliver dá um passo à frente e eu o seguro.
— Deixa-o ir tio, vamos destruí-lo no tribunal definitivamente e não deixarei
meu filho ter contato com alguém tão preconceituoso e racista — depois saio
para conversar com as meninas, meu coração está a mil por hora e eu lutarei
pelo meu filho com unhas e dentes.

DOIS MESES DEPOIS


Pelo jeito, subestimei o meu adversário. O pai do JR me mostrou ser uma
pessoa muito influente, inclusive aqui nos Estados Unidos. Tem três meses
que eu estava tentando marcar uma audiência para pedir um exame de DNA.
Meu cliente precisava fazer o teste para confirmar a paternidade do bebê,
porque nem a mãe sabe quem seria o pai. Entretanto, eu nunca consegui um
horário. Ele conseguiu em 2(dois) meses marcar audiência para tentar dividir
a guarda do meu filho comigo. Na verdade, a intenção dele é ter a guarda
definitiva e tomar o meu filho dos meus braços. Ele jamais conseguirá,
porque não fiz nada de errado e JR não quis saber do meu Ben. Eu esperava
que aquela mulher levasse o documento dele abrindo mão do nosso filho. Daí
sim, a vitória seria totalmente minha.
A audiência foi marcada para daqui a 3 (três) dias e hoje é o casamento de
Vanessa. As meninas foram para lá e eu não tive cabeça de acompanhá-las.
Elas me garantiram que no domingo à noite estarão aqui. Segunda estaremos
às quatro na audiência. Se hoje existe um inimigo em comum, ele se chama
Márcio Vilela. Somos uma família e ninguém irá nos separar. Carol já disse
que quer arrancar o pau dele fora, já a Lu quer tirar as tripas, a Gabi o
coração, e eu, quero a cabeça dele em uma bandeja, estamos preparadas para
fazer esta defesa e o senhor Vilela não perde por esperar.
— Filha não vai dormir? — pergunta meu pai preocupado, ele e minha mãe
vieram para cá já faz uma semana, pois eles querem também estar aqui no dia
da audiência.
— Não consigo papai, eu sei que preciso pensar só na nossa vitória, porém eu
não consigo tirar esta audiência da minha cabeça, não posso perder o meu
Ben, minha vida se resume nele e como ficarei se perdê-lo.
— Não vai minha princesinha, nosso Ben ficará conosco e aquele homem
voltará para casa com as mãos abanando — abraço meu pai apertado, após
conversarmos mais algumas coisas, decidimos dormir.
Acordei hoje preocupada, as meninas perderam o voo devido a uma tragédia
que aconteceu no casamento de Vanessa, elas acabaram ficando lá e agora
estão voltando em um jatinho particular. Às três estão nervosas e
preocupadas, me disseram que não estarão de corpo comigo, mas em
pensamentos todas vão me apoiar, aprontei e conversei bastante com Deus,
pedi que ele me dê forças para enfrentar este homem sem que eu arranque os
olhos dele fora.
— Vamos filha — diz meu pai nervoso também — Dará tudo certo
princesinha — faço que sim com a cabeça. Meu filho está alheio a tudo, não
conversei com ele sobre o seu avô, vamos todos para o tribunal e minha mãe
fica mais afastada com o Ben enquanto sou chamada.
Entramos e o pai do JR sustenta um sorriso cínico no seu rosto, minha
vontade é dar na cara deste cretino, a audiência começa e vejo meus amigos
chegando, primeiro o Natan, depois Yuki e por último o João.
— Como eu estava dizendo excelentíssimo. Ela tirou do meu cliente o direito
de ser avô e do pai da criança o direito de estar ao lado do filho,
acompanhando o seu crescimento. Esta mulher foi egoísta e não pensou na
parte em que um filho precisa estar perto do seu pai — diz o babaca do
Alysson, eu quero mata-lo, não esperava essa traição.
— Senhorita Lilian, em algum momento você contou para o pai da criança
que ele existia? — pergunta o Juiz me olhando com reprovação, o pai do JR
foi atrás do Juiz Gethrem. Ele é o mais machista e conservador que tem entre
os magistrados e sempre dá a guarda para os “Pais injustiçados”.
— Tentei procurá-lo, mas não sabia por On… — Ele me corta.
— Responda apenas com sim ou não Doutora, por acaso está esquecendo
como se deve responder.
— Não excelentíssimo — respondo querendo voar nele.
— Não o quê? A senhorita pode ser mais clara em sua resposta, pois eu te fiz
duas perguntas.
— Sim para a primeira pergunta e não para a segunda, não deixei de aprender
a minha profissão e tentei avisar para o pai quando o encontrei no Brasil
ma… — Ele me corta de novo.
— Quantos anos o menor B.A tinha quando tentou contar para o pai da sua
existência?

— Quatro anos tinha meu Ben quando encontrei seu pai novamente.
— Por que demorou tanto para contar? Não sabe da importância de um pai
perto do seu filho? Como pode fazer isso com este pobre pai e com o seu avô
que só tem ele de neto?
— Eu não soube onde poderia encontrá-lo, não sabia o nome dele completo e
com isso fiquei sem ter como avisá-lo — falei a verdade, a cara de repúdio
que o Juiz me dá, diz que esse filho da puta está levando a melhor.
— Como não soube? Vocês não namoravam? — puta que lá merda e agora?
Contarei que foi apenas uma noite e nós só pensamos em pegação naquela
altura do campeonato, este cara vai me malhar muito, olho para Alysson e seu
sorriso de canto me diz que eu não posso mentir, pois, com certeza ele irá me
desmascarar.
— Não senhor Juiz, foi apenas uma paquera, nos conhecemos naquela noite e
acabamos dormindo juntos — o babaca do Juiz torce a cara e minha vontade
é de bater na cara dos idiotas na minha frente que estão segurando o riso.
— Como a senhorita pensa que posso acreditar na boa educação do seu filho,
com uma mãe que sai à noite e dorme com um cara que nunca viu antes? Isso
com certeza me mostra como é a sua vida — diz o Juiz me olhando com
indiferença.
— Excelentíssimo! Isso aconteceu apenas uma vez. Depois do José Roberto
eu só tive um namorado, pois me preocupo com meu filho — digo
desesperada — Quando estive no Brasil, procurei o JR e ele não quis saber do
meu filho. Não entendo porque o interesse da família dele agora — digo
firme.
— Excelentíssimo, peço permissão da palavra — o Juiz faz que sim com a
cabeça — Tenho uma prova que ela está mentindo — diz Alysson.
__Me apresente então — o babaca do Juiz fala sério.
— Se o senhor autorizar, tenho uma testemunha — diz Alysson me
encarando, depois do que aconteceu no Brasil, quero ele léguas de distância
de mim e do meu filho. Eu soube que alguns colegas dele o evitaram, nossos
amigos Heiki, João e Yuki andaram dando umas porradas nele também, isso
fez seu ódio por mim, aumentar.
— Isso deveria estar aparecendo aqui, pois, precisava preparar a minha
defesa — digo nervosa olhando a pauta da audiência e a lista dos
participantes.
— Por Isso é uma testemunha surpresa, para não dar tempo de você mentir —
diz o babaca me olhando com raiva.
— Autorizo sua entrada, tragam a testemunha — o Juiz deve estar curioso ou
louco para me destruir.
— Peço que entre Catarina Homer, ex-mulher do senhor José Roberto Stuart
Vilela, me surpreendo ao observar a esposa do JR entrando toda feliz, ela
realiza o juramento e se senta elegante.
— Gostaria de saber se o senhor José Roberto e o pai dele Márcio Vilela em
algum momento foram avisados sobre a existência do menor B. A.
— Não senhor, esta mulher esteve na minha casa e disse que se meu ex-
marido quisesse vê-lo, teria que pagar bem caro — me levanto e bato na mesa
irada, se eu pudesse acabaria com ela agora.
— Isso é mentira — digo já gritando e o Juiz pede ordem no tribunal e eu
quero só gritar com esta vaca.
— Se a senhorita não se comportar, acabarei esta audiência agora e darei o
meu veredicto favorável para a outra parte, não aceito bagunça na minha sala
de audiência — diz ele me deixando mais nervosa ainda.
— Desculpa senhor Juiz, eu não me comportei bem, mas meu filho é minha
vida e eu jamais o venderia — olho para Catarina querendo quebrar ela ao
meio, safada.
— Prossiga — disse o babaca do Juiz e ela sorri docemente para ele.
— Como eu havia dito antes, ela queria entregar a guarda do filho mediante
ao pagamento pelo tempo em que cuidou dele. Achei aquilo desnecessário
por que o JR é louco para ser pai, ela não precisava nos chantagear. Ele daria
a roupa do corpo por aqueles que ama — o Juiz olha me condenando e pela
primeira vez acredito que perderei a ação mais importante da minha vida, a
guarda do meu filho amado.
— Não preciso ouvi-la mais, a senhorita pode se retirar - ele vira seu corpo
para mim.
— Senhorita Lilian tudo que ela falou é mentira? Diga simplesmente sim ou
não!
— Sim, eu nunca venderia meu filho — digo emocionada.
— Diante de todos os fatos apresentados eu preciso fazer uma pausa para ver
alguns detalhes que me foi mostrado de última hora. É confidencial e eu
preciso analisar, me deem por favor meia hora e retornaremos com a minha
decisão — ele sai e eu quero chorar.
Sento entre meus pais e choro bastante. Eu vi a decisão na cara daquele juiz e
sei que terei a guarda dividida com aquele homem. Após meia hora somos
chamados para dentro da sala e eu estou muito nervosa — o Juiz entra todo
autoritário e me olha esquisito, aí meu Deus.
— Foi difícil julgar este caso, pois vi provas que a senhorita Lilian está
sabendo criar o seu filho muito bem. Antes de entrar aqui tive uma conversa
bem interessante com ele — diz ele me fazendo emocionar — Seu filho a
ama demais e dar a guarda para outra pessoa poderá atrapalhar no seu
desenvolvimento — ele efetua uma pausa e vejo apreensão pela primeira vez
na cara do pai de JR. — Mas também não é justo ter afastado seu pai e avô
por tanto tempo não deixando que laços familiares tenham sido criados,
diante disso darei a guarda do menor B.A para… — a porta é aberta
bruscamente.
— Pare essa porra de audiência agora — Meu Deus! O que ele faz aqui?
— Quem é o senhor para entrar na audiência desta maneira? Posso mandar te
prender, sabia? — diz o Juiz irritado.
— Meu nome é José Roberto Stuart Vilela, sou pai do Benjamin
Albuquerque — diz ele emocionado e minhas amigas chegam ao seu lado
sorrindo para mim que não sei o que está acontecendo, mas pela cara delas a
notícia é ótima.

CAPÍTULO 9
JR
Estou aqui dentro deste avião olhando os meus amigos Rick e Harry que
estão encarando as mulheres que eles amam. Meus pensamentos me mostram
como tudo pode mudar de repente, a quase quatro meses atrás reencontrei
minha Sereia e ela estava com um filho que quando vi, desejei com todo o
meu coração ser meu.
Eu era casado com a doida da Catarina e meus amigos tinham me contado o
nome das mulheres que deixaram eles loucos de amor no passado. Agora
estamos dentro deste avião tentando recuperar o que perdemos a tempos
atrás. Meus amigos querem reconquistar suas mulheres. Ganhei o filho que
desejei ser meu. Minha amiga e irmã de coração Vanessa acabou de
sobreviver a um atentado. Acabamos de sair do hospital e viemos todos para
os Estados Unidos. Faz três meses que eu estava longe do Brasil e o
casamento de Vanessa me salvou, pois, qual seria a oportunidade de as
Deusas contar a verdade sobre o meu filho, iria quem sabe morrer sem nunca
saber da sua existência.
Muita gente pagará por terem me afastado dele por tanto tempo. Inclusive
Catarina que mentiu para Lilian, aquela cretina está ferrada na minha mão.
Separamos e eu renunciei a muita coisa para me ver livre dela e o que essa
vaca fez? Me separou do meu filho, filha da puta infeliz. Juro que ela me
paga por ter me ferrado.
Outro que vai me pagar será o Alysson. Aquele cretino mentiu para mim,
quando fui ao aniversário do Ben e Lilian pediu para conversamos. Não sei
dizer, mas, passou pela minha cabeça que fosse algo sobre o Benjamin. Eu
olhava para ele e via alguns traços meus, então fui esperançoso para aquele
encontro. Tomei um susto ao não encontrar a Lilian, mas sim o babaca do
namorado em seu lugar, aquele homem sempre me pareceu estranho, ele
tinha cara de louco, a nossa conversa não sai da minha cabeça e cada vez
mais quero socar a cara dele.

JR ON
Saio apressado da festa para encontrar a minha Sereia. Será que ela quer
tentar algo sério comigo? Ou teremos mais uma noite quente como aquela do
nosso último encontro? Como eu me separei ontem de Catarina, agora sou
um homem solteiro e tenho o direito de ser feliz após ter ficado casado com
aquela louca que só me trouxe infelicidade.
Quando chego até o local que marcamos, sou puxado pelo braço, acabo me
assustando, olho rápido para trás e encontro um par de olhos verdes frios e
raivosos me encarando.
— Você está indo para o encontro que meu amor marcou? — e agora? Faço
sim ou não com a cabeça, acredito que ele já saiba do encontro por isso está
aqui. Resolvo confirmar, faço que sim com a cabeça e ele trinca o maxilar.
Será que ele estava blefando?
— Eu pedi para ela marcar este encontro, espero não ter te decepcionado —
diz ele com um sorrisinho sarcástico na boca, babaca.
— Claro que não, mas quero saber porque se deu o trabalho de marcar um
encontro comigo, de antemão digo que não sou preconceituoso, mas meu
negócio não é homem — digo segurando o sorriso, pois a cara dele de horror
agora é impagável, toma idiota.
— O meu também não, quem tem Lílian na cama, não quer saber de mais
nada — diz o babaca com um sorriso malicioso agora.
— Tudo bem. Não viemos aqui para falar sobre a performance sexual da
Lilian na cama, até porque acredito que ela não gostaria de ouvir este assunto
— digo já para cortar as gracinhas dele.
— Não, não foi por isso que viemos aqui. Lilian me contou tudo que
aconteceu entre vocês dois. Quero te pedir em nome do nosso filho Benjamin
que você afaste dela. Estávamos em crise na nossa relação. Estamos tentando
de novo por causa dele. Sou fraco. Tenho medo que ela não me ache
suficiente e acabe tendo uma recaída com você. Isso prejudicaria o nosso
casamento demais, meu filho ficou até doente quando nos separamos a
primeira vez e não quero vê-lo ter outra desilusão dessa. Você é pai José
Roberto? — pergunta ele triste e esta pergunta dá uma dor no meu coração,
me lembro que eu quis ter um filho com Catarina, porém, ela nunca facilitou.
— Infelizmente não, gostaria muito de um dia ter uma miniatura minha me
chamando de pai — digo triste.
— Torço para isso acontecer um dia, pois realmente é um sentimento único
ouvir aquele que você fez com tanto amor te chamando assim — diz ele
parecendo imaginar a cena, não posso negar que (tive) inveja por vê-lo tão
completo.
— Olha cara, eu só vim aqui porque a Lilian me pediu, não quero ser o
causador de brigas entre vocês, ou até mesmo prejudicar o Benjamim, ele é
uma criança de ouro — observo o cara ficar irritado, que louco ele.
— Ele é uma criança de ouro, prata e bronze — diz o babaca parecendo
debochar, eu não falo nada, mas desde o casamento da Kelly que eu acho este
cara esquisito — José Roberto. Agradeço-te por não atrapalhar a
reconciliação com a minha família, Lilian é o que tenho de mais importante
na vida — ele tirou o filho de lado e falou como se só sua mulher interessava
na relação deles.
— Se era só isso o assunto, acho melhor eu ir embora, pois não sou fura olho
e jamais atrapalharia o casamento de vocês — ele abre um sorriso — Como
já deu na minha hora peço que se despeça por favor da Lilian e do Benjamin
para mim — o tal Alysson apenas balança a cabeça confirmando. Saio às
pressas, pois, no fundo, eu tinha esperança que a Lilian iria me dizer que o
Benjamin era meu filho e não daquele homem que parece um louco.
Sai de lá e fui para a praia olhar um pouco o mar, já que seria meu último dia
no Brasil, após ver o lindo nascer do Sol, eu fui embora, peguei minha mala e
fui para a Espanha sem olhar para trás.

JR OFF
Então imagine o quanto estou estressado por saber que fui feito de trouxa por
Alysson, meu pai e Catarina. Garanto que todos vão pagar. Paixão me contou
que Lilian tem um bilhete onde eu a tratei como um lixo, o problema é que eu
nunca escrevi uma palavra sequer que a ofendesse, o piloto avisa que já
pousaremos, arrumo minha poltrona esperando a descida.
Descemos às pressas e logo fui para o carro da Paixão. Ela acelera rumo ao
tribunal. Coração e Tentação vão com Rick e Harry, logo o celular dela toca e
Paixão suspira antes de atender.
— Oi! Tia Maitê, como está o julgamento — diz Paixão ainda me olhando
com dúvidas — Então, quero dizer que chegamos e estamos voando para aí,
quero que a senhora fique calma, não diga nada para Pecado — ela para
ouvindo algo e depois se despede.
— Vamos JR, parece que sua esposa safada andou mentindo no julgamento
— olho para ela sem entender.
— Não tenho esposa Paixão. Acredito haver um erro no que te contaram,
digo sério e ela sorri.
— O nome Catarina. Ela te lembra alguém? — pergunta séria.
— Porra! Essa louca deu um depoimento falso? — pergunto incrédulo.
— Sim, segundo dona Maitê me contou que Pecado estava preocupada. O
depoimento daquela filha da puta pode prejudicá-la bastante — que merda
Catarina está pensando.
— Que merda essa mulher tem na cabeça, ela pode ser presa por fazer isso,
mas quer saber, foda-se. Ela fez isso para ajudar o meu pai e os dois vão sair
derrotados desta história toda.
— Isso aí JR, você poderia casar com Pecado e o Juiz nem discutiria sobre a
guarda do Ben, daí você teria o pacote completo — diz ela brincando.
— Sabia que isso não é uma má ideia — digo e ela me olha assustada —
Claro que se eu casar com ela, iríamos ficar com o nosso filho e poderíamos
ser grandes amigos caso nossa relação não desse certo.
— Você pirou JR, estou brincando, Lilian jamais aceitaria casar com você se
não te amasse — disse acelerando — E aonde vocês conseguiriam casar de
repente sem ter que esperar os proclames correrem? — dou um sorriso.
— Em Vegas, posso casar com a Lilian ainda hoje, só preciso conseguir que
o Juiz deixe essa audiência para amanhã.
— Acho tudo isso uma loucura, mas se você conseguir quero ser a madrinha
— diz ela sorrindo, mas vi que este assunto a deixou desconfortável.
Chegamos ao tribunal e eu corri como louco para chegar até a sala da
audiência, vi meu filho com sua avó, me emocionei quando cheguei perto,
mesmo não podendo perder tempo tive que falar com ele um pouquinho, me
ajoelhei perto dele e seu sorriso apareceu.
— Oi! Tio, lembra de mim? — disse ele sorrindo e está ali mais uma coisa
que se parece comigo, Ben tem o mesmo sorriso da minha querida falecida
mãe, isso me faz emocionar.
— Como eu poderia esquecer de você meu fi...Ben — disse o abraçando, não
sei se Lilian quer contar para ele que sou seu pai agora ou se esperará, então
primeiro falarei com ela, seguro minhas lágrimas para não o assustar.
— Você veio para ver a mamãe? — ele faz as mãozinhas em conchas e
sussurra no meu ouvido — Tem um homem mau querendo ficar comigo, mas
a mamãe prometeu que isso não acontecerá — olho para ele sorrindo.
— Vim aqui para ajudar sua mãe a não deixar isso acontecer — ele abre um
sorriso com uma janelinha linda, meu filho, meu Deus, meu lindo filho, passo
a mão no seu rosto, lindo.
— Obrigado tio, o senhor é muito legal — sorrio para ele e as Deusas
chegam falando alto e chamando a minha atenção.
— JR! Pensei que já estivesse lá dentro — pergunta Coração, mas abre um
sorriso quando vê porque parei e aperta o meu ombro — Eu entendo, mas
acho melhor entrar — concordo com ela e respiro fundo, essa com certeza é a
maior causa da minha vida. Preciso fazer tudo certo para não a perder, entro
igual um furacão e as Deusas vem atrás de mim.
— Para esta porra de audiência agora — digo gritando e o Juiz levanta uma
sobrancelha me olhando sério.
— Quem é o senhor para entrar na audiência desta maneira? Posso mandar te
prender, sabia? — pergunta o juiz me encarando e eu olho para ele da mesma
maneira.
— Meu nome é José Roberto Stuart Vilela, sou pai do Benjamin
Albuquerque — me emociono ao falar e olho para Lilian.
— Senhor José Roberto, como invade minha audiência desse jeito, o que
levou o senhor a atrapalhá-la?
— Excelentíssimo! Gostaria de pedir para falar com o senhor por um minuto
— ele me olha meio desconfiado.
— Senhor Juiz, este homem não pode simplesmente invadir sua audiência e ir
querendo uma conversa em particular — diz o babaca do Alysson e meu
olhar para ele é mortal.
— Peço que os dois advogados se aproximem com o senhor Vilela — diz o
Juiz nos chamando e falo baixo apenas para nós ouvirmos.
— Excelentíssimo! Peço que o senhor me dê uma oportunidade de ajudar a
minha noiva — pego na mão da Sereia que está sem reação, o babaca do
Alysson nos olha com muita raiva — A não perder ou dividir a guarda do
nosso filho. Ela está sendo vítima de uma injustiça feita pelo meu pai que não
sabia do nosso envolvimento.
— O senhor não pode vir aqui e simplesmente acusar alguém sem prova,
mesmo que ele seja o seu pai — faço que sim com a cabeça.
— Excelentíssimo! Eles estão mentindo, não há relação nenhuma entre eles
— diz o Alysson irritado e o Juiz nos encara, aperto a mão da Lilian que está
para explodir.
— Sou advogado também e estava viajando para fazer uma especialização,
por isso não estava presente antes, por favor excelentíssimo. Peço só mais um
prazo para colher as provas e o senhor dará sua sentença tendo todas as
provas incluídas no processo, entrarei como advogado de defesa com a minha
futura esposa — ele nos olha em dúvida.
— Excelentíssimo! Amanhã mesmo o senhor José Roberto estará incluído
como meu advogado, e as provas, estarão anexadas no processo — diz Lilian
e ele parece pensar, vejo quando o Juiz resolve esperar para tomar sua
decisão.
— Quero avisar que aqui é um tribunal e não um picadeiro para vocês
fazerem o que querem. Mas, não quero agir impulsivamente neste caso que
parece ser bem mais complexo do que imaginei. Darei para você quinze dias
e nada mais — diz o Juiz para Lilian e eu sorrio. Ganhamos a primeira
batalha — abaixo para sussurrar no ouvido da Sereia e a mulher é cheirosa
demais.
— Peça para mandar fazer um exame de DNA entre nós dois — aponto para
o senhor Márcio Vilela, Lilian me encara séria — Tenho dúvida há muito
tempo sobre ele ser meu pai após ouvir uma conversa entre ele e minha mãe,
meu pai vai se arrepender pelo que fez.
— Excelentíssimo! Gostaria de pedir um exame de DNA entre o senhor José
Roberto Stuart Vilela e o senhor Márcio Vilela.
— Isso não pode acontecer, o excelentíssimo não deve autorizar este pedido
— o Juiz olhou para Alysson e sorriu, sabe aquele sorriso que diz” O
processo quem julga sou eu, posso fazer o que quiser", pois é foi este sorriso
que o Juiz deu.
— Qual é o objetivo deste pedido de exame? — diz me encarando.
— O senhor José Roberto não tem certeza que o senhor Márcio Vilela é seu
pai e naturalmente se eles não tiverem nenhum parentesco sanguíneo, ele não
pode pedir a guarda do menor B. A. — diz Lilian apertando a minha mão, o
Juiz concorda com a cabeça.
— Pedido de DNA aceito, feito pela advogada de defesa Lilian Albuquerque
para que José Roberto Stuart Vilela faça o exame de DNA com o avô da
criança Márcio Vilela. Eu também peço para ser feito a comparação com o
menor B. A., para sabermos se há parentesco entre eles — o Juiz bate o
martelo — olho para o meu pai e ele está branco como um papel. Pelo jeito
estou certo e entendi bem o que ouvi anos atrás naquela sala.
— Excelentíssimo eles não podem fazer isso — diz meu pai nervoso, o Juiz
olha para ele com cara de poucos amigos.
— Já autorizei, então senhor Vilela nos vemos daqui a quinze dias — diz o
Juiz encerrando a seção e depois saindo.
Olho para Lilian que parece nervosa, vejo seus olhos passarem pela sala e
pararem em Catarina que nos encara, meu pai me olha magoado e Alysson
encara minha Sereia surpreso.
— Desde quando vocês estão juntos? — diz ele com raiva.
— Não te interessa, nós não devemos satisfação da nossa vida para você.
Fomos saindo da sala e meu pai pede para falar comigo, eu aceito, pois, estou
preparado para o que ele falará.
— JR! Você não pode fazer isso — diz nervoso.
— Posso e já fiz, o senhor pode não fazer este exame — digo e ele parece
mais aliviado — Apenas desiste deste processo que Lilian não será contra,
deixaremos tudo morrer numa boa e eu ficarei com o meu filho — ele abaixa
a cabeça e suspira chateado.
— Você não entende, este dinheiro é importante para o seu futuro — bufo
irritado.
— Você só pensa em dinheiro, por acaso pensou em algum momento que
meu filho ficaria longe da mãe dele? Por acaso observou o que você estava
fazendo para eles — digo triste e decepcionado — Se o senhor quiser ir até o
fim por mim tudo bem. Mas, saiba que Lilian não está sozinha nessa,
destruirei todos vocês que tentaram separar uma mãe do seu filho — ele
concorda com a cabeça.
— Eu não farei este exame — olho para ele e vejo medo, isso atiça mais
ainda minha curiosidade
— Desista do processo e tudo ficará como era antes — ele me olha triste.
— Me dê até amanhã? — diz me encarando.

— Até amanhã! Nada mais que isso pai — digo já saindo, só vi o barraco
armado na porta do tribunal. Lilian estava em cima da Catarina e dava tapas
na cara dela, olhei ao redor e meu filho não estava presente, as Deusas
gritavam e mandavam a Sereia bater mais, ela não se fazia de rogado
metendo a mão na Catarina que gritava e tentava se defender.
— Isto aqui vaca é por mentir — tapa — Por ofender meu filho — tapa —
Para não falar que eu queria vendê-lo — tapa — Isto por ofender minha cor
— tapa — Nunca mais vagabunda fale mal de nós — vadia — tapa.
— Socorro, me solta sua — tapa — Socorr… tapa — vejo os policiais se
aproximando para separá-las, chego antes e tiro a Sereia de cima da Catarina,
que vira de lado e cospe um pouco de sangue.
— Você cortou minha boca sua maldita — disse Catarina — Vou te
processar por agressão — disse ela rindo com a boca cortada.
— Faça isso, eu mandarei te prender por falso testemunho, torce para o meu
pai arquivar este processo, pois se ele for até o final, você sairá algemada
deste tribunal — digo a encarando, Catarina se levanta e engole seco, ela
começa a arrumar seu cabelo que está uma bagunça.
— Você não teria coragem — me aproximo dela e a encaro.
— Após você esconder a existência do meu filho? De se unir aquele filho da
puta do Alysson e apoiar a loucura do meu pai? — Catarina vira o rosto e eu
pego fazendo ela me encarar — O pouco de respeito que eu tinha por você,
acabou quando soube desta cachorrada toda — ela começa a chorar.
— JR! Fiz tudo isso por amor — diz ela tentando me abraçar e eu me afasto,
faço que não com a cabeça.
— Não, fez tudo isso por maldade e inveja. Você é louca e precisa se tratar,
agora sai da minha frente, tenho raiva da sua cara e não posso se quer ficar
perto de você — digo com nojo dela.
Dou as costas e vou para perto das meninas que estavam indo para o
estacionamento. Assim que olho ao redor, encontro meu outro alvo e pelo
jeito hoje é dia do acerto de contas. Lilian acompanha o meu olhar e me vê
indo para a direção do Alysson que me olha com um sorriso de deboche.
Nem falo nada e já dou um murro na cara dele. Alysson tenta me dar um soco
e eu desvio do primeiro e ele acerta o segundo, isso me irrita e eu dou dois
socos na cara dele que chuta meu estômago. Porra! Que dor do caralho, me
viro para acertá-lo e ele me dá outro murro, merda. Controlo-me e dou uma
joelhada na perna direita dele, que desequilibra. Avanço dando uma
sequência de quatro socos levando-o quase ao chão. Ele tenta me acertar
novamente, porém, sou mais rápido e além de sair do seu chute, bato mais
duas vezes em seu rosto e no seu estômago, fazendo-o abaixar, dou uma
joelhada certeira na sua face, levando Alysson ao chão, ele se contorce.
— Isso filho da puta, foi por mentir ao se passar pelo pai do meu filho —
digo dando mais um chute na cara dele.
— JR! Chega. Vamos embora! Cuidarei dos seus ferimentos — disse Lilian
me abraçando, faço que sim e nós deixamos o Alysson lá com a Catarina que
corre para ajudá-lo os dois se merecem.
Assim que entramos no carro, Lilian começa a limpar o canto da minha boca
com um lenço umedecido, suas mãos tremem e depois que eu já estou limpo
ela se vira no volante e explode em lágrimas, Lilian deita a cabeça no volante
e chora.
— Tive medo, tenho medo, não posso perder o meu filho, não posso JR —
puxo ela para o meu colo e a abraço forte.
— Não perderá, nós teremos o Ben conosco — pego em seu rosto e limpo as
suas lágrimas — Estou aqui com você e já amo o nosso filho desde o
momento que descobri a sua existência — ela sorri e lágrimas voltam a
descer por sua linda face.
— Porque seu pai está fazendo tudo isso? Por quê? — pergunta ela com as
mãos tremendo.
— Você não me incluiu nesta sujeira toda, por que não está com raiva de
mim? — digo agora acariciando o seu rosto
— A Paixão me contou tudo e eu só quero saber por que me deixou aquele
bilhete. Por que não me deixou um telefone, pois, você sabia haver
possibilidade de uma gravidez após aquela noite — diz ela tentando sair do
meu colo, eu seguro seu rosto fazendo nossos rostos ficarem perto.
— Você era virgem? Não era? — perguntei o que me assombrava todo este
tempo e ela desvia o olhar.
— Pensei que você percebeu — faço que sim e não com a cabeça fazendo-a
rir — Como assim sim ou não?
— Eu estava um pouco bêbado, mas lembro de você muito apertada e de algo
se rompendo, mas o seu desempenho foi de alguém experiente o que me
confundiu — ela fica tímida e olha para o outro lado agora.
— Deixei um bilhete para você sim, nele eu dizia estar voltando para o Brasil
e que eu sentia muito por não poder ver você acordar, deixei o meu telefone
no verso e a moça me jurou que iria te entregar.
— Mas aquela cobra me entregou um bilhete que me deixou muito mal, eu o
guardei até hoje, pois queria fazê-lo engolir — disse ela zangada.
— Jamais poderia ofender a Sereia que me enlouqueceu como nenhuma outra
mulher fez — digo abrindo meu coração e ela desvia nosso olhar.
— No bilhete que Jéssica me entregou não tinha palavras bonitas e muito
menos o seu telefone, por isso nunca falei do Ben para você, eu não tinha
como encontrá-lo. Acredito que fomos vítimas — concordo com a cabeça.

— Agora, eu já estou aqui e não quero separar você do nosso filho. Tenho um
plano B caso meu pai não desista do processo — ela me encara séria.
— O que você tem em mente? Faço qualquer coisa pelo meu filho — conto
na minha cabeça 1, 2, 3 e falo a minha ideia.
— Vamos para Vegas e lá casamos, que Juiz separará seu filho dos pais
biológicos — digo confiante e ela agora sai do meu colo e me encara.
— Está certo que o plano é bom, mas nós não podemos casar sem ter
sentimentos — diz séria.
— Lilian, nós não nos amamos ainda, mas isso pode acontecer com o tempo,
tesão por você não me falta, olha aqui como estou só de você ficar em cima
de mim agora — ela olha para fora.
— JR! Isto não é suficiente, o Ben imaginará coisas e nós teremos que passar
por casados para o nosso filho.
— Qual é o problema de você e eu dividirmos a mesma cama, somos adultos
e sabemos nos controlar, quando um não quer dois não brigam — digo a
encarando — É pelo nosso filho, não podemos contar só com a desistência do
meu pai. Este processo pode se arrastar e nosso filho que sofrerá.
— Quando iríamos para lá? — Agora vem a notícia.
— Hoje mesmo, depois que eu falar com o seu pai e o nosso filho — ela me
encara e quando penso que ela dirá não, Lilian me surpreende com um sim.
— Tudo bem, mas estou fazendo isso pelo Ben, não quero dar nenhuma
brecha para o seu pai tentar tirá-lo novamente de mim — concordo com a
cabeça, mas o que minha Sereia não sabe é que farei de tudo para conquistá-
la.
Já diz o ditado "O que acontece em Vegas fica em Vegas" e eu tentarei a
sorte de tê-la em meus braços novamente.

CAPÍTULO 10
LILIAN
Ainda não estou acreditando em tudo que aconteceu hoje. Meu dia foi tenso e
eu estou literalmente abalada. Ben, sempre foi a minha vida e eu não sei o
que seria de mim se perdesse aquela audiência. Só quem tem filho pode saber
o medo e a angústia que dominava o meu peito. Tudo foi embora quando dei
na cara daquela Catarina, me senti muito bem e vingada, para completar
minha alegria, o Alysson pagou por todas as suas mentiras na mão do JR.
Quando eu vi o JR entrando naquele tribunal, senti meu corpo tremer, eu tive
medo do que ele estava fazendo ali e se sua intenção era se voltar contra mim.
Meu coração ficou com raiva por pensar nesta possibilidade, mas ao olhar o
sorriso no rosto das minhas amigas e o aceno sutil de cabeça da Paixão,
conseguiu acalmar meu coração aflito.
JR me mostrou ser o homem que eu esperava. Eu não me enganei. Tudo foi
armação daquela falsiane da Jéssica, meu sangue ferveu ao saber da verdade.
Jéssica sempre foi uma mulher invejosa, dissimulada e cretina. Eu não
deixarei barato e pode ter certeza que ainda arrancarei aquele sorriso no tapa,
só espera eu ter a primeira oportunidade. O problema de Jéssica é Paixão,
pois ela era louca pelo Heiki na faculdade e nunca conseguiu o posto de
namorada dele. Já Paixão, foi amor à primeira vista e ele fez de tudo para
conquistá-la, então Jéssica culpa Paixão por Heiki não ter se apaixonado por
ela, o que se pode fazer se o Anjo apaixonou pela Preciosa.
— O que tanto você pensa? — pergunta JR do meu lado, ele se instalou no
carro e eu estou de motorista.
— JR! Agora temos outra coisa para resolver — falo e ele me olha curioso.
— Você já deve desconfiar o assunto? — ele faz que sim com a cabeça e dá
uma coçada na nuca, meu filho faz igualzinho quando está nervoso.
— Estou muito nervoso — abro um sorriso — Diante desta situação, tenho
medo dele não me querer — chego no meu prédio e entro na garagem, paro o
carro e pego na mão dele. JR me olha e volta a falar — Sereia, quero
novamente afirmar para você que eu não tive culpa de tudo que o meu pai e a
Catarina fizeram. Você não sabe como sonhei que o Benjamin fosse meu
filho quando o vi no casamento do Ygor — diz ele me fazendo arregalar os
olhos.
— Pensei que veria alguns traços seus nele, fiquei muito nervosa e acreditei
que você o estava desprezando. Meu filho é a luz da minha vida, eu fiquei
com muita raiva JR quando te procurei naquele apartamento, a Catarina me
garantiu que vocês sabiam de tudo e que você jamais aceitaria o Ben. Isso me
magoou profundamente e se eu te visse na minha frente, acredito que daria
merda — falo séria e ele passa a mão no meu rosto, não sei dizer, mas, eu não
me afasto do seu toque o que faz ele me encarar.
— Eu sempre quis ter um filho. Você não sabe como me arrependi de não ter
perdido aquele avião, ter te deixado sem pegar seu contato e tentarmos algo
mais sério. Quando Alysson disse que Ben era filho dele e pediu para que eu
me afastasse de vocês, eu fiz porque não queria prejudicar a cabecinha do
Ben.
— Eu sei, eles foram uns filhos da puta — só em pensar nisso, quero dar na
cara do Alysson.
— Suponho que foi o Alysson que falou para o meu pai, pois ele era o único
que faria isso — diz JR pensativo — Ou também pode ter sido a Catarina —
eu concordo.
— No dia que você foi me procurar, eu fiquei arrasado após a minha
conversa com o Alysson, decidi ir para a praia e fiquei vendo o nascer do sol,
tive inveja daquele babaca — olho séria para ele que sorri sem graça.
— Mas, por que você não me procurou? Poderia termos conversado naquela
noite — pergunto curiosa.
— Quando cheguei no meu prédio, o porteiro avisou que duas mulheres me
procuraram e que Catarina pediu para irem ao seu apartamento — olho
curiosa, ele sorri — Nós já havíamos separado. Eu morava em outro
apartamento. Três andares acima. Quando falei com ela ao telefone e
perguntei quem eram as mulheres? Ela me disse que foi engano.
— Essa sua ex-mulher é uma filha da puta — digo zangada e ele concorda,
dou um suspiro antes de sair do carro, espero que meu filho aceite o pai sem
reservas.
— Vamos — digo saindo do carro e ele desce sorrindo nervoso.
— Lilian — chama JR e eu o encaro — Obrigado — faço cara de quem não
sabe o por que ele está me agradecendo. — Por continuar a gravidez e ter
dado amor para o nosso filho, eu vi no Brasil o quanto você o ama — dou um
sorriso e vou até o elevador.
Chegamos na porta do meu apartamento e JR coça a nuca, dou um sorriso
achando bonitinho ele e meu filho terem esta mesma mania, pego na sua mão
e ele sorri de lado, oh! Meu pai que sorriso é esse.
— Pronto — pergunto apertando a sua mão.
— Pronto — responde ele firme, entramos e encontro meu filho brincando no
tapete, assim que Ben nos vê abre um sorriso enorme fazendo meu coração
aliviar, sai hoje com tanto medo de perdê-lo que sinto agora meu corpo
relaxar.
— Mamãe senti sua falta — diz já me abraçando.
— Oi! Meu amor onde estão a vovó e o vovô? — digo beijando sua
bochecha.
— No quarto — diz ele e seus olhos estão em JR. Ben me puxa para falar no
meu ouvido.
— O que o tio JR faz aqui em casa? — pergunta meu filho curioso e eu acho
graça.
— Ele veio brincar com você, pode ser, ou JR é muito grande para isso? —
ele coloca a mãozinha no queixo e sorri.
— Ah! Mamãe nunca podemos deixar de brincar, não importa se a pessoa é
pequena ou grande — diz ele abrindo e fechando os bracinhos mostrando
para nós as dimensões do que ele fala. Olho para JR que está igual eu
babando pelo nosso mini nerdinho.
— Concordo com você Benjamin, então posso brincar? — meu filho faz um
sinal com o dedão virado para cima e os outros dedos fechados que significa
Joia, fazendo JR sorrir bobo. Eles sentam no (carpete) e eu no sofá, olho pai e
filho em uma sintonia absurda até que JR começa o assunto delicadamente.
— Benjamin! Quando você foi ao Brasil nós dois tivemos uma ótima
amizade, mesmo ela sendo rápida, então eu queria pedir para você quebrar o
nosso trato e fazermos que ele seja para sempre, o que você acha? Meu filho
faz uma cara de sim e sorri alegremente.
— Que trato foi esse? — pergunto curiosa e JR parece que volta para o
momento.
— Eu sai para ir ao jardim, pois não estava me sentindo bem por ver sua
felicidade com a família formada, eu desejei fazer parte deste momento e eu
odiava o babaca do Alysson, ver você com ele me incomodava bastante —
diz ele me encarando e eu desvio o olhar.
— Então vi as crianças brincando enquanto o Ben estava sentado sozinho, ele
tinha às duas mãozinhas no rosto, eu percebi que ele não estava bem e resolvi
me aproximar — quando sentei ao seu lado ele assustou, mas quando
percebeu ser eu ele relaxou.
— Após um tempo, Ben falou. Ele me disse que não gostava do Alysson
como pai e que estava ali pedindo para o papai do céu que desse para ele um
pai novo — olho para o meu filho e sinto meu coração sangrar. Errei como
mãe e não percebi a infelicidade do meu filho, pego no meu peito e
massageio.
— Então eu me ofereci para ser pai dele reserva. Qualquer coisa que ele
precisasse ou quisesse era para falar comigo caso o Alysson não pudesse dar
ou fazer. Este acordo ia valer por um ano e depois nós dois íamos conversar
— olho boba para aqueles dois que mesmo não sabendo serem pai e filho já
haviam realizado algo juntos.
— Filho! Por que não contou para a mamãe que não queria o Alysson como
seu pai? — pergunto me punindo.
— Eu via você feliz mamãe — ele dá de ombro e eu ajoelho perto dele o
abraçando, olho para JR e agradeço por deixar meu Ben mais tranquilo.
— Nunca mais esconda nada da mamãe, se você não gosta de alguém, então
me diz, se não aceita o meu namoro me diz, mas não guarda mais aqui dentro
— digo pegando no seu peito em cima do seu coração disparado e ele sorri,
depois olha para o JR.
— Então eu agora terei dois pais? — diz meu filho sorrindo.
__Não meu filho, você terá um único pai - diz ele fazendo o sorriso do Ben
sumir.
— Só o Alysson, não é? — diz meu filho chateado e eu fico sem reação, pois
nunca percebi o quanto o Ben não queria o Alysson perto de nós. Eu pensava
ser só ciúmes, mas agora estou vendo ser muito mais do que isso. JR pega no
queixo do meu filho e sorri para ele que devolve um sorriso bem fraco.
— Você só terá a mim como pai — vejo que meu filho ficar meio confuso —
Eu Benjamin sou seu pai verdadeiro — ele olha para mim que confirmo com
a cabeça sorrindo para ele.
— Meu pai… i, me.u.. Pai… i… de… ver… da… de — diz meu filho
gaguejando e percebo seus olhos lacrimejarem. JR confirma com a cabeça.
— Ben — chamo fazendo meu filho me olhar — JR era o meu namorado que
foi embora sem saber que a mamãe estava grávida de você — seus olhinhos
passam de mim para JR e ele deixa as lágrimas rolarem, também me
emociono e JR não fica atrás. Não falarei para meu filho que foi só uma
noite, porque Ben não precisa saber destes detalhes.
— Posso te abraçar — pede JR e meu filho limpa as lágrimas com as costas
das mãos e confirma, pai e filho se abraçam emocionados e eu choro sozinha
até que JR abre seus braços na minha direção e eu vou até eles. Ficamos os
três abraçados por um tempo, depois meus pais chegam e JR conta a mesma
história que falei para o Ben.
Tudo estava tranquilo. Porém, quando falamos do casamento relâmpago, meu
pai desatou a falar. Mamãe foi crucial no nosso meio, acalmando a situação e
meu pai, ele não quer dormir no sofá por um mês, pois é! Minha mãe usou o
psicológico para atingir meu pai, depois todos dormimos e o Ben quis dormir
com JR que adorou a ideia.

Acordo cedo e me sinto mais leve, parece que tirei um peso das minhas
costas, eu sei que o pai do JR ainda não desistiu, mas segundo ele logo isto
acontecerá, eu acredito que o senhor Márcio Vilela esconde algo de JR e
sinto que logo ele descobrirá.
— Vamos Sereia — diz JR no meu ouvido, dei um pulo para frente e
coloquei a mão no meu coração.
— Você quer ficar viúvo antes da hora? — pergunto séria e ele sorri.
— Não deixarei isso acontecer — diz se aproximando e passando o dorso da
mão no meu rosto — Não antes de fazermos amor de novo — diz ele
malicioso e eu desvio o seu olhar.
— Precisamos ir, os outros devem já estarem nos esperando — ele sorri de
lado.
— Você pode até correr Sereia, mas, não vai se esconder de mim — finjo que
não ouvi indo para o elevador. Percebi que JR estava me olhando, ou melhor,
secando, eu olhava para o meu celular e me recusava a encará-lo, mal as
portas se abriram e eu já fui rápido para o meu carro. Como JR veio com sua
mala direto do aeroporto, então não tivemos que ir em algum lugar buscá-la.
— Você é realmente uma Sereia Lilian — JR fala quando saímos do prédio.
— JR! Por favor, estamos realizando isso pelo nosso filho — respondo para
ver se ele diminui as cantadas, mas, meu coração está acelerado, eu não posso
negar a atração que existe entre nós, mas tenho que deixar nosso filho
acostumar em ver nós dois juntos.
— Qual o problema de te elogiar? Que eu saiba nós dois somos livres e
podemos muito bem tentar uma reaproximação — JR resmunga, resolvo
adiar esta conversa para outra hora.
— Vamos primeiro pensar no nosso casamento e tentar ter uma ótima
convivência devido ao Ben — digo preocupada por que se esse homem ficar
me cantando 24(vinte e quatro horas) por dia acabarei me entregando de
novo.
— Por enquanto, aceito. Mas, preciso falar algo — viro para olhá-lo quando
paramos no sinaleiro — Você é muito sexy com aquele terninho e a sua cara
de mal lá no tribunal, dirigindo então com esta saia que sobe a cada mudança
de marcha, é um pecado mesmo — Tô ferrada! O carro de trás buzina já que
estou com a maior cara de besta e não sai com o carro do lugar o encarando,
meu Deus! Me dê força para eu resistir a este homem.
Depois disso JR mudou de assunto e começou a perguntar do Ben, fiquei
mais relaxada até que chegamos ao aeroporto, fomos os últimos a chegar o
que causou a palhaçada geral para o meu lado.
— Está certo que você é a noiva, mas precisava quase perder o avião? —
disse a Lu sorrindo, mas quando o Harry se aproxima ela fecha a cara, não
entendi! Coração falou que eles estavam bem.
— Oi! Bom dia — disse ele olhando para ela que o ignorou totalmente.
— Ué nós não somos os últimos a chegar? — pergunto olhando séria para
Tentação que sorri.
— Desculpa Pecado, esqueci que o perneta ainda não chegará — diz ela
dando de ombros e ele só passa as mãos em seus cabelos.
— Me dê paciência nesta viagem — diz Coração quando Rick chega com um
café.
— Vamos, já chamaram para o embarque, nosso portão é o 7(sete) —
comunica Rick.
— Tem certeza Rick? Nós já passamos por um perrengue outro dia no
aeroporto com o portão errado — digo querendo ir lá tirar a prova.
— Claro que ele tem. Você não estava aqui, então não observou o cretino
quase transando com a moça que dá informação.
— Está com ciúmes meu coração — diz ele com um sorriso satisfeito e Gaby
dá um olhar para o seu lado que congelou até minha espinha.
— Acorda Odorico Paraguaçu (este nome é de um personagem de uma
novela brasileira chamada “O Bem Amado" ele é um político corrupto e
demagogo) após Gabi ter discutido com o Rick na festa do Ben ela viu um
filme na tv a cabo. Tia Gezebeu não sabia haver um filme desta novela
preferida dela, acabou elas assistindo tudo, depois que o pai do JR foi
embora, eu tinha ido dormir por que estava no meu limite, então a Luiza
juntou com a Gabi e colocaram este apelido no Rick que é político também.
— La vem você com isso Gabriela — fala sério — Para de ser ciumenta, eu
sou seu, droga — diz a encarando.
— Eu não te quero Odorico, então some — sai ela na frente com a Lu, e os
dois vão atrás com cara de cachorro quando cai da mudança, entramos no
avião e já estava quase na hora de voar quando ouço Paixão reclamar alto.
— Quem comprou essa porra de passagem? Quem está com você Coração?
— Odorico — disse Coração segurando a risada — E você?
— Pinóquio (personagem que ficou conhecido porque toda vez que mentia o
seu nariz crescia), então paixão chama Heiki deste nome agora, segundo ela
Heiki foi rebaixado de anjo para Pinóquio, nos fazendo rir e deixando ele
puto, — Quem comprou essa merda de passagem? — diz ela nervosa.
— Camila, foi o presente de casamento nosso — disse JR que me olha
curioso.
— Do que você me chama? — olho para ele sem entender a pergunta —
Harry é perna de pau, perna de chumbo ou perneta. Rick é Odorico
Paraguaçu e Heiki é anjo ou Pinóquio. Tenho medo de saber do que sou
chamado, começo a rir por observar a cara de assustado dele.
— Nada de mais, nós chamávamos de babaca, cretino, filho da puta, corno e
alguns outros nomes legais.
— Credo, suponho que eu preciso ir em uma igreja, pedirei para realizarem
uma oração em nome de vocês para acalmarem os seus corações — disse ele
rindo e eu o acompanho.
— Agora que você nos mostrou estarmos xingando a pessoa errada, então
fique tranquilo, seu nome está seguro entre nós. Porém, se magoar o meu
Ben, a coisa muda de figura e você será malhado por nós quatro e o trio
parada dura, principalmente o Natan que vive como cão e gato com o Ben,
mas não admite que ninguém o magoe — ele concorda.
— Então, estou seguro. Amo nosso filho e não farei nada para magoar o Ben
ou a mãe gata dele — diz acariciando o meu rosto e eu o encaro, sinto seu
hálito perto do meu rosto e quando penso que vamos nos beijar, uma Paixão
puta chega do nosso lado.
— Desculpe atrapalhar o momento tesão de vocês, por favor JR troca de
lugar comigo? — disse Paixão zangada — Senão mato Pinóquio — JR me
olha chateado, mas faz o que ela quer. Ele dá um beijo no canto da minha
boca e vai até o lugar dela. Paixão senta e bufa frustrada, depois me olha e
sorri.
— O que está rolando entre vocês? — me olha curiosa, eu não sei o que
responder.
— Não sei! Há uma química entre nós e ele está me seduzindo, então estou
deixando rolar, veremos no que dará — ela sorri e deita no meu ombro.

— O que aconteceu lá atrás? — pergunto para ela que fica triste.


__ Ele me beijou e eu correspondi, que ódio de mim, por que sou tão fraca?
— reclama angustiada.
— Por que você o ama, acredito que deveria conversar com ele, sem brigar
ou gritar, sentar e conversar, o que acha? — ela parece pensar.
— Vou pensar, mas agora quero tirar um cochilo — concordo e ela logo
dorme.
Quando penso em cochilar nos avisam que estamos chegando, droga, serei a
noiva com olheiras e não poderei pelo menos ter uma foto decente.
— Vamos Sereia — sussurra JR no meu ouvido.
— Vamos — digo me levantando e JR já pegou minha mala.

— Homem prático — digo e JR sorri e me dá uma piscada, senhor como


resistirei a este homem.
Saímos e fomos direto para o hotel que já havíamos deixado reservado, o
Harry estava mais coberto que os outros pelo fato dele ser jogador e a mídia o
perseguir direto, isso era um problema para ele e Tentação.
— Vou atrás da Capela e te vejo mais tarde — disse JR acariciando o meu
rosto, senhor me dê força para ir devagar com este homem.
— Ok! Te esperarei pronta — ele sorri e sai com os meninos, enquanto
vamos para os quartos descansar. Ninguém quis dormir junto então cada uma
foi para o seu quarto. Uma hora depois, minhas amigas me surpreenderam
com um dia de noiva, então fomos para um spa onde todas aproveitamos para
descansar.
As vinte horas eu estava quase pronta. As meninas me levaram para comprar
um vestido lindo perolado e meu cabelo estava preso em uma trança espinha
de peixe. JR não quis me ver antes, pois disse dar azar, não sei, mas nós dois
parecíamos realmente um casal apaixonado, eu estava muito nervosa e meu
coração disparado.
As vinte e trinta uma limusine veio nos buscar. Eu e as meninas chegamos no
salão e modéstia a parte estávamos lindas, vi alguns olhos para nós sendo eles
de todos os sentimentos, o preconceito era um deles, como sempre
ignoramos, será só mais um babaca que nunca terá uma mulher de verdade.
As meninas foram o caminho todo quietas, pareciam estarem perdidas nos
seus medos e desejos, às vezes elas falavam algo, mas logo o silêncio
voltava. Quando chegamos, pedi dez minutos com minhas amigas que me
abraçaram e desejaram felicidade.
— Seja feliz amiga, você merece e eu torcerei para que nada separe vocês —
disse Paixão me apertando.
— Quero que o Ben ganhe logo outro irmão — disse Tentação
maliciosamente.
— Felicidade, você será a primeira de nós que conseguiu recuperar-se, pode
ter certeza que seremos as próximas — diz Coração me apertando.
— Meninas, não entregarei o meu coração. JR terá que entrar nele
gradualmente — tentação ia falar, pedi para ela esperar — Existe algo entre
nós? Sim, não negarei, mas, estamos realizando isso pelo Ben. Então, não
fantasiarei nada, mas prometo que deixarei rolar, se ele me quiser e eu estiver
a fim ficaremos juntos — elas abrem um sorriso e batem palmas, igual
criança, pegamos as nossas mãos e após um momento olhei para elas e
respiro fundo.
— Está pronta? — pergunta Paixão, faço que sim, por que agora não tem
como retroceder. Já tomei minha decisão. Farei tudo para não dividir a guarda
do meu Ben. Espero que JR não me decepcione, saímos rumo a minha nova
vida, que sejamos muito felizes.

CAPÍTULO 11
JR
Como a vida pode mudar tão rápido? Saí do Brasil para fazer o meu tão
esperado doutorado e agora larguei tudo após descobrir que tenho um filho.
Meu filho com a mulher que me deixou desestabilizado, que entregou sua
virgindade para mim e agora me fez sentir vivo e forte novamente.
Quando fui até o jardim no aniversário do Benjamin e reparei que ele estava
triste, uma sensação de dor tomou o meu peito. Tive vontade de protegê-lo do
mundo, queria ter entendido naquele momento que aquele lindo menino era
meu filho e da minha Sereia. Acredito que mesmo eu negando por medo de
me decepcionar aqui dentro, a pulga permanecia, algo me empurrava para eu
ir falar com ele. Foi então que me aproximei e ele me deu um sorriso
amoroso.

JR ON
Saí daquele salão para tomar um ar, porra o que vim fazer aqui? — perguntei
colocando às duas mãos na nuca. "Você veio ver se ela está feliz, seu babaca"
— disse meu subconsciente, me fazendo lamentar pela milésima vez que não
era para eu pegar aquele avião, mas agora não adianta mais chorar o leite
derramado.
Olho para frente e vejo as crianças brincando. Enquanto Ben, estava sentado
sozinho, ele tinha às duas mãozinhas no rosto e parecia pensativo, eu percebi
que Ben não estava legal e resolvi me aproximar para conversarmos —
quando sentei ao seu lado, Ben acabou se assustando, mas quando percebeu
ser eu, vi seu corpinho relaxar.

— Está tudo bem Benjamin? — ele me olha avaliativo, pior que faço a
mesma coisa quando alguém vem falar comigo, ele responde após um suspiro
derrotado.
— Tudo bem tio — disse ele agora olhando para as suas mãozinhas.
— Então, por que você está triste e aqui sem brincar com os seus
convidados? — ele coça a nuca, lembro novamente que eu faço este gesto
quando estou nervoso.
— É que eu gostaria muito de ter um pai carinhoso. O Alysson não é como os
outros pais — disse Ben triste, eu não sei o que ele quer dizer.
— Como assim? Ele não brinca com você? Coloca para dormir e conta
historinhas? Ajuda a realizar as tarefas? — ele abaixa a cabeça e depois olha
para um pé de coqueiro e faz que não com a cabeça — Você gostaria que ele
fizesse isso? — ele faz que não de novo.
— Ele é mau, o Alysson não gosta de mim — será que ele o trata mal?
— Por que você diz isso Ben? Por acaso ele fez algo para você desconfiar
dele? — pergunto sério e Ben novamente vira o rosto, filho da puta, com
certeza é um pai abusivo e está machucando o menino.
— Ben! Se algum dia o Alysson te bater e sua mãe não estiver perto para te
defender, quero que me conte — digo e ele faz que não com a cabeça, pelo
jeito a coisa está séria. Então, tenho uma ideia — E se eu fosse o seu pai?
Você me contaria? — ele parece pensar um pouco mais depois concorda.
— Sim, entre os pais não pode haver segredos — concordo e fico pensando
em como abordarei isso com a Lilian, pois o cara é pai dele.
— Então, a partir de hoje serei seu pai de coração e te protegerei — pego um
cartão meu e entrego para ele — Sempre que você precisar é só me ligar que
irei correndo até você — ele abre um sorriso enorme. Depois me abraça forte,
sinto meu coração acelerado e não queria largá-lo.
— Prometo tio. Ops pai de coração JR — ele beija meu rosto e sai correndo
para brincar, eu mato aquele babaca se descobrir que ele colocou as suas
mãos imundas no Ben e na Sereia.

JR OFF
— Ei acorda que sua futura esposa chegou — diz Rick sorrindo para Gabi
que desvia o olhar, meus olhos voam para minha linda Sereia e a mulher está
mais deslumbrante do que nunca.
— JR limpa aí o canto da sua boca — diz Harry sério.
— Está sujo? Qual dos lados? — pergunto preocupado.
— Não está sujo, é só para segurar a baba que continua caindo — e os
meninos caem na risada.
— Se só ele estivesse babando estava tranquilo, mas nós quatro estamos
parecendo criança quando vê algodão-doce, fica desesperado e louco para
avançar no vendedor, as meninas estão lindas e nós quatro estamos com
olhares de bobos apaixonados e doidos para atacá-las — disse Heiki olhando
para sua Preciosa.
— Concordo, mas lembre-se que estamos em Vegas, à terra da tentação e do
pecado, essa é a oportunidade de reconquistarem suas mulheres, de a elas
uma noite inesquecível — digo fazendo eles sorrirem largamente.
— Com certeza — disse Harry comendo Tentação com os olhos e ela retribui
seu olhar.
— Começaremos a cerimônia — fala o rapaz que irá nos casar. Sua fantasia é
do Batman. Ele realmente poderia parecer o Bruce Wayne, se não fosse seu
nariz pontudo, sua barriga de Chopp, o cabelo comprido até os ombros, a
altura não chegar no máximo 1,60, branco com um sorriso sarcástico.
Acredito que ele está mais para o coringa, como disse, estamos em Vegas e
aqui tudo é possível.
— Claro — nos ajeitamos e começa a tocar uma música brasileira que eu
amo. Ela chama “Eu sei que vou te amar” (Tom Jobim), através dessa música
quero mostrar para Lilian o nosso futuro. Este casamento não terá nada de
cada um no seu quarto, eu partirei para o ataque e quero Lilian todas as noites
se perdendo nos meus braços e gemendo o meu nome em cima dos nossos
lençóis.

Vejo o susto no seu rosto devido à música. Nossos olhos estão cheios de
promessas. Ela entendeu o meu recado e a intensidade de como eu a quero na
nossa cama, lentamente as meninas ficam ao lado dos caras que estão quase
avançando nelas. Quando Lilian chega, eu pego na sua mão e ela está
tremendo, dou um selinho nela e sussurro no seu ouvido.
— Fique calma Sereia, não farei nada que você não queira — ela concorda —
Mas, vou te foder na primeira oportunidade — digo fazendo Lilian arregalar
os olhos e eu sorrir mais maliciosamente possível. Ela rapidamente olha para
o Batman e a cerimônia começa, aqui é algo rápido, nada de sermões e várias
partes bíblicas, o máximo é fazermos uns juramentos e votos. Optamos por
não os fazer, Lilian e as meninas derramam algumas lágrimas e depois do tão
sonhado sim, encaminhamos para a noite em Vegas.

— Iremos para o Cassino Rio All-Suite (Ele é da rede Caesars, o Rio All-
Suite fica na Flamingo Road, a 5 minutos da Strip (avenida mais conhecida
de Las Vegas) — digo e todos comemoram.
— Vamos logo, pois quero muito desfilar com a minha mulher e mostrar para
ela os prazeres da carne — disse Harry olhando Tentação que dá um sorriso
de lado, depois ela vira para Gabi e fala algo no seu ouvido. Discretamente
Gabi olha para Rick que dá seu sorriso Colgate para o lado dela que vira o
rosto rapidamente.
— Eu estou dentro — diz Heiki animado, as meninas não fizeram objeções e
fomos todos ao lado de nossas mulheres. Precisávamos marcar território, vi
que Tentação, Harry, eu e Lilian éramos os únicos de mãos dadas, tanto Gabi
como Carol não ergueram a mão para pegar nas dos meninos que não se
deixaram abater, eu sei que elas terão que fazer muito mais para afastá-los
esta noite.
Chegamos ao Cassino e Heiki pegou na cintura de Carol que o olhou
zangada, Rick ainda tentava se aproximar de Gabi que estava correndo dele,
logo escolhemos jogar Banca Francesa (onde o objetivo é prever o resultado
do lançamento de três dados lançados por um crupiê (Pessoa que dirige uma
mesa de jogo num cassino) Os jogadores apostam no total das pintas dos
dados, tendo três opções (Grande, pequeno e ases).

As meninas falaram que não sabiam jogar, então todos que estavam na mesa
aceitaram na hora e presença delas. Babacas, pensam que ganharam fácil.
— O jogo começa e Gabi está séria, enquanto Rick fica ao seu lado.
— Após duas horas todos já haviam desistido, Coração os pelou, alguns
saíram nervosos dizendo que ela havia mentido, outros estavam mais calmos
e falavam ser sorte de principiante.
Depois de não ter mais ninguém para jogar. A Deusa do Coração está com
uma bela quantia nas mãos. Ela disse que trocaria as fichas e voltava logo
para torcer por nós. Gabi falou que não jogaria em outra mesa. Rick foi fazer
companhia para ela, mesmo Coração protestando e o ignorando.
— E agora o que faremos, já se passou meia hora e aqueles dois sumiram
disse Paixão preocupada.
— Carolzinha! Acorda, aqueles dois estão se pegando por aí — disse
Tentação e ela faz que sim com a cabeça.
— Quero jogar vinte um ou Blackjack — disse Carol batendo palmas, ela
estava animada. Fomos para a mesa acompanhá-la.
— Posso entrar na próxima rodada — pergunta Carol sorrindo docemente e o
dealer (negociante da mesa) a olha com desprezo.
— Boneca isto aqui é para homem, lugar de mulher é em casa cuidando dos
filhos e esperando o seu marido chegar para dar carinho — disse um cara
olhando feio para Carol e Heiki fulmina ele com o olhar.
— Respeita minha mulher, seu babaca — disse Heiki nervoso e Carol já ia
desistir do jogo, mas Heiki pegou na cintura dela e a conduziu até um banco
vazio — Ela jogará e quando te pelar todo, estarei aqui para aplaudir. A mesa
é pública e minha mulher irá jogar — disse Heiki encarando o cara que nos
olhava com raiva.
— Será um prazer vê-la perder — e assim começou o jogo, gradualmente um
a um foi desistindo inclusive o babaca que Heiki confrontou, depois ficou a
disputa entre a Carol e o dealer, eles estavam toda hora se encarando e piadas
ácidas e sarcásticas saiam de suas bocas.

Na última jogada. Paixão apostou quase tudo e o dealer pagou. Ele puxou
uma carta para Paixão era o 7, para ele saiu um 5. Depois Paixão rejeitou a
segunda carta, já o dealer quis e era o 9. Paixão aceitou a próxima carta e era
um 10. O dealer estava com 14 pontos e se tirasse um 7 faria 21, já Paixão
estava com 17 e precisava de 4 para fazer 21, a chance para o cara estava
maior. Ele poderia tirar um número menor que 7, já Paixão tinha que tirar
abaixo de 4, nós ficamos nervosos e torcemos para ela acabar com ele.
O dealer perguntou se ela quererá a próxima carta e ela fez que não, já ele
aceitou e tirou 2, ficando com 16 pontos e Paixão permanecia com 17. A
chance de sair (quatro) era difícil, então Carol suspirou fundo e aceitou a
próxima carta, todos ficamos na expectativa quando sai o 4 para ela e nós
começamos a gritar Blackjack. Para o babaca saiu 6 e ele estourou,
comemoramos a vitória dela e eu aproveitei para dar um beijo na Lilian.

Minha esposa me puxou pela camisa e correspondeu ao beijo com a mesma


vontade, fazendo meu corpo pegar fogo. Quando dissemos sim, ela estava
tímida, mas agora diante da adrenalina do jogo, acabou cedendo e me
beijando com tanta vontade que fiquei muito excitado, porra mulher! Assim
eu não resisto.
— Trocarei o dinheiro, disse Paixão e Heiki pisca para nós com um sorriso
no rosto
— Pelo visto estes dois não voltam mais — digo e as meninas trocam olhares
cúmplices.
— Agora é minha vez — diz Tentação animada.
— O que você jogará amor? — diz Harry fazendo Lilian e eu cruzar os
braços olhando para eles que ficam sem graça.
— Harry para com esta merda de me chamar assim — diz Luiza acreditando
que não percebo seus olhos brilharem para o meu amigo que esta da mesma
maneira. — Quero jogar Pôquer — Lilian sorri animada e bate palmas.
— Eu aposto com certeza em você — disse minha esposa para Luiza que
pisca para ela e já vai se encaminhando na direção das mesas do pôquer.
— Boa noite senhores — diz Tentação soltando seu sorriso sedutor e
sentando ao lado de um rapaz que dá uma boa olhada nela, Harry, está igual
galo marcando território.
— Boa noite princesa, vai nos dar a honra da sua presença a nossa mesa? —
o cara já estava de olho nela. Harry enlaça a cintura dela e puxa seu queixo
fazendo Tentação quase virar a mulher do exorcista, ele beija sua boca e
deixa Lilian de boca aberta, inocente esta minha mulher, faz é horas que eles
estão juntos.
— Minha mulher jogará e eu estarei aqui do lado caso algum babaca a cante
— Tentação fica sem graça.
— Harry para com isso — ela fala desesperada — Você sabe que nós não…
— Ele coloca um dedo nos lábios dela e depois dá outro beijo apaixonado.
— Não importo com nada, só quero você perto de mim e o resto que se dane
— ela sorri sem jeito e ele dá outro selinho nela — Eu te amo — Harry se
declara e os olhos de Tentação brilham diante dele, Lilian aperta minha mão e
seu sorriso é enorme.
— Eu também — Tentação fala fazendo Harry abraçá-la forte. Ele dá um
beijo em seu pescoço, depois das declarações de amor o jogo começa e Luiza
é uma excelente jogadora. Seus blefes são perfeitos e os olhares de admiração
vão crescendo em volta da mesa, descobrimos que o cara de olho em Luiza é
um príncipe das arábias e ele está provocando muito o Harry que já quase foi
expulso do cassino.
— Nunca vi uma mulher jogar como você senhorita Luiza — disse o
príncipe.
— É senhora e minha mulher babaca — diz Harry, o cara só sabe rir, acredito
que ele está se divertindo com os shows de Harry, meu amigo está se
controlando para não bater no Príncipe e ser retirado à força.
— Desculpa Ahmed, mas, eu preciso apostar — diz ela sorrindo e ele faz que
sim com a cabeça, Luiza e ele foram tirando um por um dos competidores,
agora só restaram os dois.
Vejo uma garçonete quase pelada vir para o lado de Harry. Ela é uma mulher
muito bonita, mas ainda não chega aos pés da minha Sereia, eu nem olho para
o lado dela, pois tenho certeza que se Lilian me pegar olhando para ela,
acabarei ficando capado e sinceramente sou muito mais babar na minha
esposa gostosa.
— É verdade! — exclamou a mulher um pouco agitada — Eu não acreditei
que você estava aqui — ela sorri para o Harry que ergue a sobrancelha
interrogativo — Você não é o jogador dos Gladiadores? — pergunta com um
sorriso falso. Harry faz que sim e olha para Tentação que o encara e nem faz
a jogada — Meu filho é seu fã, pode me dar um autógrafo.
— Cla..ro — Harry gagueja enquanto Luiza o encara — Só me dá um papel e
caneta por favor — Harry está louco para se ver livre dela.
— Não querido, quero o seu autógrafo aqui — disse ela abaixando o short e
apontando para ele escrever na sua calcinha, ficamos todos sem reação.
— Moça! Aí eu não posso assinar, amo minha mulher e ela vai me matar se
eu fizer isso — Luiza dá um sorriso e puxa Harry dando um beijo de deixar
quem estava olhando abismado.
— Ok, no meu seio direito pode, não é? — Luiza agora para de beijar Harry e
a encara.
— Filha! Vai trabalhar por que se não vou te mandar para o dentista — a
mulher fica sem entender e ela completa — Com certeza arrancarei o seu
dente na porrada caso insista em continuar cantando o meu homem. — A
mulher sai igual uma bala e Harry está com um sorriso enorme no rosto.
— Ah! Minha Marrentinha como eu te amo — ela olha séria para ele.
— É melhor tirar este sorriso também porque se não te mandarei para o
mesmo dentista que aquela vaca — agora eu e Lilian damos uma gargalhada
com Harry que beija Luiza sem nenhum pudor, eles sorriem um para o outro
e Tentação volta a concentrar no jogo.
— Pronto para perder? — pergunta ela sorrindo e o príncipe faz que não.
— Infelizmente querida, eu suponho que ganhei — disse ele e sorri — Quero
apostar tudo — ele coloca até a última ficha e Luiza fica séria. Depois paga a
aposta e acho que de todas as Deusas, Luiza será quem mais lucrará, porque
tem muita ficha na mesa — Como dizem azar no jogo e sorte no amor —
pisca o cara e Harry beija o pescoço de Luiza.
— Veremos não é, mas julgo que estou com sorte nos dois — a croupier abre
a última carta e Luiza dá um sorriso discreto.
Ambas as cartas estão na mesa aberta, o príncipe fez um full house (Uma
trinca e um par, caso de empate ganha o jogador com a trinca mais alta), já
Luiza está rindo de orelha a orelha, pois ela fez Royal Straight Flush (São 5
cartas seguidas do mesmo naipe do 10 até ao As). É a maior e melhor jogada
do Pôquer.
Todos que estavam observando o show de Luiza batem palmas e a
cumprimentam, deixando-a sem jeito, Harry a abraça e beija.
— Eu te disse que apostaria minhas fichas nela — disse minha mulher
sorrindo.
— Quero apostar todas as minhas expectativas em você — puxo-a para perto
e ataco sua boca fazendo minha Sereia retribuir e parece que todos em nossa
volta sumiram. Beijo sua boca gostosa até precisarmos de ar, olho nos seus
lindos olhos — Apostarei em nós e sei que dará certo — ela agora que me
beija, as coisas estavam esquentando, mas Luiza apareceu.
— Trocarei minha grana e depois darei uma volta por aí — diz ela piscando
para a Lilian e sai com Harry que tem os braços em sua cintura.
— E agora todos sumiram? — pergunta Lilian me olhando com carinho.
— Agora curtirei minha lua de mel ao lado da esposa mais gostosa do mundo
— nos beijamos novamente e eu estava me controlando.
— Espero te fazer feliz — diz ela sorrindo.

— Você já fez, me deu o meu maior sonho, nosso filho Ben, vem jogaremos
a roleta um pouco se não com o tesão que estou aqui, acabarei te fodendo
rápido demais — ela desvia o olhar e nós saímos para jogar, eu apostei no 42
e ela no 27.
Parece que a noite era das mulheres, o número 27 deu várias vezes e após
jogarmos bastante e percebermos que ninguém voltaria resolvemos dar uma
volta, peguei na mão dela e começamos a conversar, eu queria muito que
Lilian percebesse o quanto ela é especial para mim.
Paramos em frente do Bellágio (É um hotel cassino que tem como uma das
principais atrações, os espetáculos de água e luz que oferece aos turistas,
tendo como cenário o lago artificial e a fachada do hotel que é belíssima) ele
é um dos pontos turísticos de Las Vegas. Tiramos algumas fotos e paramos
em uma praça para conversarmos, pelo menos é o que ela pensava. Eu não
deixei Lilian sentar, avancei nela e sentei puxando-a para o meu colo,
comecei a beijar seus lábios macios e delicados que me tentaram a noite
inteira com cada risada e sorrisos maliciosos para suas amigas.
Sua língua quente e doce me dava muito mais tesão, meu pau duro como uma
rocha queria entrar na sua fenda úmida e apertada. Lembro da nossa primeira
vez, de sentir meu pau romper sua barreira e eu burro duvidei de como uma
mulher quente e gostosa como o inferno poderia ainda ser virgem.

— JR — geme ela baixinho quando minha mão entra na abertura do seu


vestido, meus dedos vão tateando até chegar no meu objetivo, dou um
gemido sofrido ao perceber que ela está sem calcinha.
— Mulher assim enlouqueço de vez, porra Sereia! Quero te provar —
sussurro no ouvido dela que abre os olhos e morde os lábios sensualmente.
— Estamos em uma praça JR. Você não pode fazer se...xo — ela geme
quando coloco um dedo nela e começo a beijar seu pescoço, provoco-a até
vê-la gemer mais alto.
— Eu sei — tiro o dedo dela e levo até a minha boca e solto um gemido. —
Deliciosa como eu me lembrava — Lilian passa a língua em seus lábios e eu
dou o dedo para ela chupar — Prove o seu sabor delicioso minha Sereia —
ela leva o dedo na boca e passa a língua. Lilian parece estar chupando o meu
pau de tão gostoso que sua boca suga o meu dedo. Ela rebola no meu colo e
foda-se se alguém está vendo.
— Quero te foder! Aqui e agora — ela só geme, eu abro o meu zíper e tiro
meu pau duro e babado para fora. Lilian não para de rebolar e se continuar
assim não vou me segurar e gozarei fora dela.
— Para de rebolar Sereia. Senão passarei vergonha — ela para e seus olhos
nebulosos me mostram o desejo dentro dela. Passo a mão no seu rosto e ela
fecha os olhos, beijo seu queixo e pescoço, passo a língua na sua orelha
fazendo-a tremer, pego a camisinha no bolso da calça e coloco já arrumando
ela como eu queria.
— Senta gostoso no meu pau, minha linda e gostosa esposa — digo e ela faz
o que peço, trinco meu maxilar por que ela continua apertada e quente como
se estivesse febril, nosso encaixe é perfeito, lentamente Lilian começa a se
mexer enquanto pequenos gemidos são tirados dos nossos lábios. Olho para
cada canto naquela praça e não vejo ninguém.
— Me fode com força Sereia e mais rápido por favor — digo desesperado
enquanto começo a esfregar o meu polegar no seu clitóris inchado. Quanto
mais rápido ela faz, mais sinto ficar próximo ao meu orgasmo, Lilian joga a
cabeça para trás quando goza apertando o meu pau e me levando junto, meu
corpo convulsiona como a primeira vez que fizemos amor — ela debruça sua
cabeça no meu ombro e ficamos quietos e ofegantes. Ninguém fala nada
apenas sentimos nossas respirações voltarem ao normal, Lilian me olha com
carinho nos olhos depois de um tempo, eu dou um selinho nela.
— Sei que já fizemos amor. Mas, eu queria muito que nossa relação fosse
devagar — eu ia protestar mais ela coloca um dedo na minha boca —
Acredito que nosso amor tem que ser construído. Hoje precisávamos matar a
saudade que nossos corpos sentiam um do outro, mas de agora para frente
gostaria de te conhecer primeiro — faço que sim.
— Concordo, apesar de não saber como ficarei na mesma cama com você e
não poderei te tocar. Mas, suponho que precisamos começar como se fosse o
nosso primeiro encontro sem sexo é claro — ela faz que sim — Então, deixa
eu tirar o meu pau de dentro de você, senão ele ganhará vida novamente e eu
não conseguirei resistir — ela se levanta, eu tiro a camisinha e amarro.
Depois ela senta ao meu lado e voltamos a falar do futuro, até que resolvemos
ir dormir. Ela vai no quarto de cada uma das meninas e ninguém a atende.
— É! Pelo jeito estão desmaiadas aí dentro — eu suponho que elas estão em
outro lugar, mas não falo nada. Levo-a até o meu quarto e enquanto a Sereia
toma banho pego uma camisa social para ela. Assim que ela sai, tomo banho
e deito só de cueca na cama com ela em meus braços, ela me dá um beijo que
quase me faz esquecer nossa conversa, piorou ao lembrar que ela está sem
calcinha.
— Boa noite meu marido — diz ela maliciosa enquanto fica com as costas
encostada em meu peito para dormimos de conchinha.
— Boa noite Sereia — dou mais uns beijos nela e dormimos abraçados,
certeza que eu estava com um sorriso gigantesco no rosto.

CAPÍTULO 12
LILIAN
Não acredito que casei com o JR. Mesmo Alysson sendo às vezes um babaca,
eu sempre acreditei que ele seria o meu marido, o pai que meu Ben merecia.
Como todos nós já sabemos quem comanda a nossa vida é Deus e só ele pode
trilhar a direção que devemos seguir.
Claro que o meu casamento não foi como eu queria ou desejava. Tinha o
sonho de entrar na igreja de véu e grinalda com todos os meus amigos e
parentes presentes. Queria ver meu pai e minha mãe emocionados chorando
horrores no altar e eu estaria acabando com a maquiagem, meu vestido seria
branco que lembra a pureza que já não existia há muito tempo.
Contudo, eu não poderia arriscar continuar nesta briga judicial. Isso poderia
durar anos fazendo um estrago na cabeça do meu pequeno Ben. Então, fiz o
que era certo e necessário, casei-me com JR e espero que esta atração que
sentimos um pelo outro, um dia se transforme em amor, pois ele é uma das
bases dos relacionamentos.
JR já demonstrou que será um ótimo amante e fará de tudo por nosso filho
pelo pouco que eu vi, apesar da distância que eles estiveram nestes quatro
anos ele será um pai maravilhoso. Seus olhos brilham quando olham para o
nosso filho e seu sorriso sai fácil, às vezes a mania deles de coçarem a nuca
quando estão nervosos me deixa fascinada. Como pai e filho que nunca se
encontrarão praticamente podem fazer a mesma coisa quando não sabem
como agir ou o que falar?

Ben é terrível. Às vezes, perdemos a fala diante da sua curiosidade e


inteligência. Eu já estava intimando a Tentação para quando chegasse o
momento de falar sobre sexo ela seria a pessoa no comando deste assunto.
Apesar que o trio parada dura zangou e disse que seriam eles a não só falar
como levariam ele para praticar também, meu Deus o que seria do meu bebê.
Depois do casamento fiz uma loucura e transei com JR na praça, foi muito
gostoso porque o meu marido sabe como enlouquecer uma mulher na cama,
seus lábios, seus dedos mágicos me deixaram louca, mas no final foi aquele
pau maravilhoso que me ganhou.
Só de pensar nisso me sobe um calor, passo a mão pela minha intimidade e
vejo que fiquei com tesão só de pensar no que fizemos ontem à noite.
— Você não precisa se tocar mais Sereia, por que agora tem um homem para
satisfazer os seus desejos — sussurra JR no meu ouvido e eu congelo os
meus dedos.
Porra! Esqueci que dormimos juntos, sinto o colchão mexer e mãos suaves
tocarem meus pés e plantar beijos delicados, eu não abri os olhos e queria
curtir o momento, mas conversamos e precisamos ir devagar. Eu deveria
atrapalhar, pedir para ele parar, porém, não consigo.
JR vai subindo lentamente pelas minhas pernas e vai beijando cada canto até
se apossar do que ele almejava.
— Linda — abro meus olhos e encaro o teto, ele abre os lábios maiores da
minha boceta e passa sua língua para cima e para baixo lentamente, daí
lembrei o quanto ele é fabuloso com aquela língua.
JR parece que entendeu a minha necessidade e passou a me chupar, o barulho
da sua boca me comendo dava mais tesão, sinto ele colocar dois dedos na
minha entrada e gradualmente ir metendo dentro da minha boceta.
— JR — suspiro e ele geme por ouvir seu nome nos meus lábios, seus
movimentos ficam em meio-termo hora rápido e outra lento, ele prende seus
lábios na minha parte sensível e sua língua me estimula, seus dedos me
penetram com rapidez.
Meu marido me chupa deliciosamente, rebolo na sua boca e ele geme,
resolvo olhar para baixo e tenho uma visão deliciosa, JR está tocando no seu
pau enquanto me leva a loucura.
— JR — puxo seu cabelo da nuca fazendo ele me encarar com a boca
brilhosa pelo meu prazer nos seus lábios — Quero seu pau na minha boca —
digo o encarando — Vira seu corpo para cá — ele sorri e se levanta acabando
de tirar a cueca. Depois JR coloca às duas pernas entre a minha cabeça e cai
de boca em mim novamente.
Eu o estímulo com as mãos e me posiciono para chupá-lo fico impressionada
com esta maravilha de pau. Sei que é grande e meio grosso, terei que
escancarar a minha boca, eu passo a língua pela cabeça e ele chupa forte a
minha boceta, nunca fiz 69(meia nove) está sendo minha primeira vez e ver
JR gemendo na minha boceta enquanto eu o chupo é ótimo.

Chupo suas bolas sendo uma de cada vez enquanto minha mão o masturba,
passo a língua em todo o seu pau e coloco-o na boca, JR começa a se
movimentar e eu sinto um calor invadir a minha intimidade.
Lilian que boca deliciosa você tem caralho — diz ele soltando minha boceta
— Porra! — quanto mais forte eu o chupo e coloco dentro da minha boca,
mais desesperado JR fica, eu aperto sua bunda e trago seu pau para mais
perto, fazendo-o soltar um grito rouco.
— Ah! tesão de mulher, porra minha Sereia assim..... ah! merda — grita
quando passo a mão nos seus testículos e tomo seu pau mais um pouco, JR
circula sua língua pela minha boceta enquanto estou perto de gozar, ele faz
um biquinho e concentra em chupar apenas um ponto específico fazendo
movimentos de sucção isso me faz ficar muito próxima a um orgasmo, eu
acelero o movimento no seu pau e nossos gemidos devem estar sendo
ouvidos em todo o andar do hotel.
— Sereia se não quiser beber leitinho acho melhor você parar, por que estou
para gozar nesta sua boca deliciosa — diz rápido e acelera os movimentos de
vai e vem me fazendo às vezes quase engasgar, sinto meu corpo esquentar e
aquela deliciosa sensação tomar conta do meu corpo.
Solto um gemido forte que faz o pau dele tremer e JR geme na minha boceta
gozando e prolongando os nossos orgasmos. Depois ele vira e muda a
posição ficando de frente para mim, agora seus olhos vão para os meus seios
e ele abaixa passando a língua por cima da camisa, ele abocanha meu seio me
fazendo suspirar.
— Vou te foder minha Sereia, mesmo que você queira ir devagar, não
podemos deixar de nos amarmos ok, eu preciso de você — diz ele no meu
ouvido enquanto tira a minha camisa, mesmo eu pensando que precisamos
parar, percebo que não consigo e o desejo fala mais alto.
JR acaricia meus seios com a língua e sobe para o meu pescoço, onde deixa
algumas mordidinhas leves. Eu já estou louca para tê-lo dentro de mim, seus
dedos mágicos voltam a me estimular, nosso tesão está alto, mas vejo que ele
também quer me foder quando seu pau já duro começa a E.
— JR! Camisinha — digo com uma voz de desejo.

— Gozo fora, mas no momento me deixa te sentir na pele — diz ele e eu


concordo, JR me beija enquanto vai mais fundo em mim — Deliciosa — diz
ele no meu ouvido, sua língua me deixa muito excitada, JR sabe como me
levar ao ápice rapidamente.
— Fica de quatro para mim — eu rapidamente obedeço. JR coloca o dedão
na minha boca.
— Chupa Sereia como se fosse o meu pau — diz ele gemendo a cada vez que
eu passava a língua no seu dedo ou chupava forte, suas estocadas
aumentavam e eu gemia, JR tira o dedo da minha boca e começa a passar no
meu ânus.
— Você ainda é virgem aqui Sereia? — pergunta ele com a voz cheia de
tesão.
— Sou — digo quando sinto ele começar a colocar o dedo no meu ânus.
— Relaxa, é só uma experiência, se doer eu paro — faço que sim com a
cabeça ele tira seu pau para fora e leva até o meu ânus me deixando nervosa
— Só vou molhá-lo, não vou ainda te comer aqui — após lubrificar ele volta
a comer minha boceta enquanto seu dedão vai entrando no meu ânus, no
começo arde um pouco mais depois eu relaxo e vai ficando prazeroso.
— Porra Sereia eu já quero gozar — diz ele me fodendo mais rápido, seu
dedo me comendo junto com o seu pau me deixa no limite.
JR não cansa e meu corpo está arrepiando todo, sinto que gozarei e será
melhor que o orgasmo da praça.
— JR! — grito quando o prazer chega rapidamente, ele dá mais duas
estocadas e sai de dentro gozando em cima da minha bunda.
— Ah! Gostosa Sereia. Minha Sereia — diz ele desesperado, eu caio na cama
e ele beija minhas costas e alisa o lado da minha bunda que não tem o seu
prazer.
— Tomaremos banho? — Concordo e ele foi todo cuidadoso, lavou meus
cabelos e depois me secou. Achei aquele mimo fofo. Depois descemos de
mãos dadas e encontramos nossos amigos, a cara das meninas entregava que
a noite foi ótima, Lu e Harry se olhavam apaixonadamente, ela ainda tentava
disfarçar que eles não estavam juntos, mas Harry toda hora beijava sua mão
ou cheirava seu pescoço.
— Bom dia. Deusas — digo encarando-as, todas me respondem. Contudo,
sinto um clima estranho, Gabi e Paixão evitavam os olhares dos meninos e eu
resolvi provocar.
— O que fizeram ontem? — pergunto levantando a sobrancelha.
— Dormi — disse Gabi e vejo Rick encará-la com um sorriso debochado.
— Eu também, estava com dor de cabeça — disse Paixão e Heiki a olha
sério.
— Eu e Harry conhecemos umas boates de strip-tease aqui em Vegas, menina
fiquei boba com quanto dinheiro as mulheres ganham só para tirar a roupa.
— Não me lembre desta porra — disse Harry nervoso a encarando, Tentação
dá um sorriso de quem aprontou.
— O que ela fez Harry? — pergunta Carol tentando correr dos olhares do
Heiki.

— Nada, só falou para mim que ia ao banheiro e quando uma moça veio
oferecer os seus serviços… — Ela o corta.
— Harry! Nem completa essa porra, que eu já quero dar na sua cara e quebrar
todos os seus dentes.
— Mas, amor! Eu não fiz nada — diz ele fazendo Lu olhá-lo com raiva.
— Não, a mulher estava só se oferecendo para você no seu colo.
— Pode parar, que ela sentou no meu colo e quando eu estava tirando-a você
chegou e depois me fez quase ir preso — diz ele irritado, ela sorri.
— Não estava fazendo nada de mais, você que é escandaloso — ele puxa o
rosto dela e dá um beijão na nossa frente nos fazendo gritar.
— Ninguém toca em você perto de mim, você é minha mulher, nunca se
esqueça disso — ela sorri e dá um selinho nele.
— Tudo bem, mas agora desgruda antes que algum fotógrafo nos veja juntos
— ele solta chateado, mas concorda com ela, resolvo mudar o foco do
assunto.
— Gabi! Amiga seu sono estava muito pesado ontem, porque você não me
ouviu bater em sua porta — digo fazenda ela engasgar com o suco e Rick
solta uma gargalhada.
— Vai mentir meu Coração? — diz Rick sério — Passamos a noite juntos —
ela o fuzila com olhar.
— Eu também estava com minha Preciosa ontem, não tinha porra nenhuma
de dor na cabeça — disse Heiki olhando para Carol.
— Coloca no jornal o que fizemos ontem — diz ela o encarando de volta.
— Não precisa meu amor, por que está guardado em minha memória, cada
pedacinho seu delíci… — ela o corta.
— Tudo bem Heiki, todos já sabem que ontem você me fudeu — diz ela se
levantando da mesa, que horas nosso voo sai?
— Às 19:00 horas — digo a encarando.
— Tudo bem, dormirei um pouco e quando começarem a aprontar me avisam
— ela sai e Heiki vai atrás.
— Aposto 50 que eles vão se resolver? — diz Tentação.
— Eu aposto que ela não cederá só porque eles tiveram uma recaída — disse
Gabi olhando para Rick.
— Ok, eu não apostarei, até por que com coisas do coração é difícil julgar —
todos concordam e nós resolvemos sair para passear, liguei para Paixão, mas
ela não atendeu, o que achei um bom sinal, a Tentação comemorou, pois,
disse ter ganho a aposta.
Após passearmos bastante e JR faltar adivinhar o que quero, nós voltamos
para o Hotel e dormimos abraçados.
No horário marcado todos estavam prontos. Mas, algo estava diferente entre
nós, acredito que Vegas fez os casais se acertarem, vi Paixão e Heiki se
olharem várias vezes e ali existia muito amor. Harry como sempre
extremamente possessivo e ciumento, já JR era um amor que estava sempre
dando um jeito de me tocar, Gabi era a única que ainda tinha dúvida se eles
iriam voltar, mas com aquele olhar de determinação do Rick acho difícil
minha amiga não cair nos braços dele.
— Está pensando em quê? — pergunta JR assim que decolamos.
— Nos nossos amigos, será que as coisas vão se acertar entre eles.
— Tenho certeza que sim, eu não conheço bem o Heiki, mas Harry e Rick
não querem mais ficar longe das suas mulheres — diz ele me fazendo feliz
em ouvir isso.
— As meninas são como irmãs para mim e vê-las felizes é maravilhoso —
ele acaricia meu rosto com as costas da mão.
— Te ver feliz é lindo, você é perfeita minha Sereia — diz ele me dando um
selinho e eu abro um sorriso.
— Será que seremos sempre assim? — pergunto o encarando — Por que está
tão perfeito que tenho medo de ser irreal.
— Não, terá dias que um quererá matar o outro. Daí entraremos em um
acordo e tudo voltará ao normal — dou um sorriso que ele retribui — Quero
apenas fazer você e nosso filho muito feliz — diz sorrindo e dando um beijo
na minha testa, na pontinha do meu nariz e por último em minha boca.
Paramos porque a porra da mulher ao lado está incomodada conosco.
— Daqui a dez anos estão os dois em um tribunal querendo o divórcio — diz
ela nos olhando irritada, sai para lá urubu.
— A senhora é casada? — pergunto tentando ignorar as suas palavras
amargas.
— Não, fui viúva uma vez e estou na quarta separação — diz ela magoada,
eu pego na mão dela que se assusta.

— Espero no fundo da minha alma que você encontre o verdadeiro amor e


seja muito feliz com ele — digo sorrindo carinhosamente.
— Não existe isso querida, apenas ilusão e decepção — diz ela ainda
amargurada. Então, JR começa a contar a nossa história para ela de uma
forma tão romântica que até acredito que ele me ama desde a nossa primeira
vez. A senhora ao meu lado tinha uma carranca menor e até sorriu em alguns
momentos, depois nosso destino chegou e me surpreendi com o desejo de
felicidade dela para nós.
— Desejo que vocês sejam muito felizes e quem sabe um dia possamos nos
encontrar novamente — faço que sim e saio me sentindo bem por levar um
pouco de esperança para aquela mulher que já havia desistido de ser feliz.
— Você foi incrível — digo sorrindo e dando um beijo nele que me puxa
para mais perto do seu corpo.
— Apenas mostrei para ela o que há de bom na vida. Como é maravilhoso
encontrar a sua cara-metade — fico encarando-o, ele nem pisca olhando para
mim.
— Mamãe — ouço um grito no saguão do aeroporto e logo meu pequeno
corre para me abraçar, beijo ele e bagunço seu cabelo cacheado — Eu te amo
mamãe — ele olha para JR todo sem graça.
— Posso dar um abraço no senhor papai? — pergunta meu filho fazendo JR
se emocionar.
— Quantos você quiser meu filho amado — Ben larga meu pescoço e gruda
no do JR que está de joelhos ao nosso lado, mas sempre tem um para estragar
o clima e este é muito ciumento.
— Então é assim carinha, eu te trago aqui e você já está todo derretido nos
braços do seu pai — diz Natan nos fazendo rir, mas ele muda de expressão
quando vê o Rick.
— Posso saber o que este pau no cu faz aqui com você Gabriela Moore
Montreal? — Afff Natan falou o nome dela inteiro, problema na certa.

Percebo que tem uma galera olhando feio um para o outro. Harry está quase
matando João com seu olhar 43 (quarenta e três) e Rick está fuzilando Yuki
que carrega Kian no colo.
— Ei! Não fala palavrão na frente do meu filho — digo séria olhando para
Natan tentando quebrar o clima, Gabi o ignora e pega Kian no colo, ela olha
para Rick.
— Marcaremos o jantar Ricardo para conversarmos.
— Nem fudendo você falará com este canalha — Yuki reclama.
— Por favor! Vocês dois, vamos embora — Gabi sai com os dois e João vai
até Tentação e dá um beijo no seu rosto ignorando o olhar mortal do Harry.
— Larga minha mulher — disse baixo só para nós ouvirmos, João dá um
sorriso.
— Que eu saiba Lu é solteira, ou melhor, separada de você — João debocha.
— Mas as coisas mudaram e ela voltou a ser minha, só minha — Harry se
aproxima de João e Lu entra na frente.
— Pode parar de show os dois, tem Luiza para todo mundo — diz ela
sorrindo, mas Tentação recebe um olhar feio de Harry — Brincadeira
perneta, vamos embora. João, me leva porque precisamos conversar.
— Luiza você não vai com este infeliz — Harry resmunga zangado, ela abre
um sorriso e sussurra algo no ouvido dele que o faz rir, Harry olha para João
e sai feliz.
— O que você disse para ele? — pergunta João curioso, ela olha sério para
nós.
— Falei que dá fruta que gosto você come até o caroço — Rick e JR estão
morrendo de rir, enquanto João a olha puto.
— Ah! Dona Luiza, você me paga pela brincadeira — diz ele abraçando-a e
todos fomos embora. Paixão estava quieta e parecia perdida no seu mundo.
— Paixão quer carona? — ela faz que não com a cabeça.
— Vou com o Heiki — levanto a sobrancelha — Depois conto — concordo e
todos vamos embora.
No caminho para casa Ben e JR não paravam de falar e eu via a alegria nos
olhos dos dois, me senti culpada por não ter tentado achá-lo, mas espero que
recuperemos o tempo perdido.

UM MÊS DEPOIS
Sabe o que é ver seu filho muito feliz, pois é hoje meu Ben irradia brilho,
estamos aqui na escola para apresentação do dia dos pais, JR e Rick estão
aqui já que nossos filhos estudam na mesma escola.
— Será que demorará? — pergunta ele pela trigésima vez.
— Sim, sempre dá uma atrasada ou outra, fique calmo — digo pegando na
mão dele que beija sorrindo.
— Estou triste por ter que me afastar de vocês dois, mas eu preciso ir até o
meu pai — diz ele chateado — Ele pode não ser meu pai de sangue, mas foi
quem me criou.
— Vai que você está errado e ele é seu pai — JR! Faz que não e respira
fundo.

— Ele tirou o processo e recusou fazer o exame de DNA, isso já disse tudo
— dou um beijo em seu rosto
— Quero pedir que você não tome decisões precipitadas, converse com ele e
ouço a sua versão — JR sorri para mim admirado.
— Mesmo diante de tudo, você ainda o defende, estou muito magoado com
ele — faço que sim.
— Não sou santa JR e também estou magoada, mas agora é preciso agradecê-
lo por ter nos unidos — ele sorri e me beija.
— Com certeza, seremos felizes, vamos esquecê-lo por enquanto, prometo ir
com a mente aberta — isso aí.
As apresentações começam e quando Kian começa a dançar vejo os olhos de
Rick brilharem e ele limpar algumas lágrimas que caem, Gabi aperta a mão
dele e vejo Rick sussurrar um obrigado e ela sorri de volta, depois eles vão
abraçar o filho deles enquanto esperamos pelo nosso Bem.
Assim que meu filho faz sua apresentação e no final grita que ama o pai, vejo
meu marido chorar e correr para abraçá-lo nos fazendo ficar com lágrimas
nos olhos.
— Eu também te amo meu filho — diz ele apertando Ben que reclama.
— Papai, assim o senhor quebrará os meus ossinhos — diz meu filho nos
fazendo rir da situação, depois saímos de lá e fomos para uma pizzaria onde
estávamos nos divertindo até eu ir ao banheiro e topar com alguém bem
inesperado.
— Boa noite Lilian — ele diz com ódio no olhar.
— Boa noite Alysson.

CAPÍTULO 13
JR
Pego o avião e meu coração está pequeno. Não queria deixar minha família
sozinha, mas é preciso. Tenho que colocar as coisas nos seus devidos lugares.
Meu pai precisa conversar comigo e eu também acredito que ele tem
explicações para me dar. Não acredito que mais uma vez estou casado, abro
um sorriso pensando nisso.
Lilian é tudo que eu sempre quis. Seu coração generoso, o sorriso encantador,
aquele corpo gostoso com aquela bunda linda, onde eu ainda comerei me
enlouquece, sei que ela quer ir devagar e eu respeito isso, mas nossos corpos
tem uma eletricidade quando chocam, não há estudo para comprovar tamanho
efeito causado quando isso ocorre, só sei que as consequências são uma foda
deliciosa e eu idolatrando a minha mulher.
Chego ao Brasil a noite e já estou com muitas saudades deles, meu filho me
deixou indeciso se eu viria ou não ao pensar que nunca mais me veria.
Lembro dos seus olhinhos cheios de lágrimas e isso partiu meu coração.

JR ON
Estávamos chegando em casa depois de eu quase ter acabado com o ex-
namorado da minha linda Sereia, aquele babaca está pedindo para morrer, ele
vive cercando-a e eu não confio nele perto do meu filho, pois já percebi que
Ben não gosta nem um pouco dele.
Às vezes tenho a impressão que meu filho tem medo do Alysson e se eu
descobrir que aquele infeliz bateu no Ben, acredito que acabarei com ele.
— Papai você já vai embora? — pergunta Ben — Não me deixe de novo —
diz ele aflito.
— Não vou embora filho, apenas viajarei, mas logo estarei de volta para ficar
com você e sua mãe — ele me dá um sorriso de lado e olha para outro canto,
Benjamin parece não acreditar em mim e isso me incomoda.
Assim que estaciono o carro, dou um beijo na minha linda Sereia e peço para
ela deixar eu ter uma conversa de pai e filho com ele. Lembro quando o meu
pai tinha estas conversas comigo e elas foram muito importantes. Nossa
relação mudou de uns seis anos para cá, eu o amo e quero muito entender o
porquê de ele ter feito tudo isso.
— Esperarei vocês lá fora — diz minha mulher saindo meio curiosa.
— Ben sente aqui na frente meu filho.
— Mas, Papai! Criança não pode sentar no banco da frente é errado — diz
ele preocupado, eu queria rir da maturidade do meu filho, ele só tem quatro
anos.
— Eu sei querido, mas agora o carro está parado no estacionamento e nós não
sairemos mais, a hora que acabar a nossa conversa, iremos para casa, ele faz
que sim e senta no banco do passageiro.
— Papai! Fiz algo de errado? — pergunta ele com os olhos cheios de
lágrimas — O senhor vai me bater? — meu coração parte só de pensar em
encostar a mão nele.
— Não Ben, Papai quer ter uma conversa de pai e filho com você, acredito
que posso viajar e te deixar cuidando da mamãe para mim — passo a mão no
seu rosto limpando uma lágrima solitária.
— Pode sim. Papai! O tio Natan diz que sou muito forte, que preciso ser
homem e bater nos caras que chegarem perto da mamãe — este Natan é uma
comédia, mas ele adora ficar de gracinha com a Lilian o que me deixa com
ciúmes.
— Muito bem! Os únicos homens que podem encostar na sua mãe, sou eu e
você, o resto está proibido ok — ele concorda e abre um sorriso, depois
parece preocupado.
— Mas! E o vovô? Ele não gostará de me ver brigando, eu o amo — diz ele
triste.
— O vovô também pode, mas o tio Natan não, tudo bem — ele concorda
feliz.
— Ben! Eu te amo e nunca vou te abandonar, você é luz da minha vida junto
com a minha Sereia. Papai precisa realizar esta viagem e quando voltar,
prometo que não nos separaremos mais — ele pula no meu braço e eu aperto-
o bem forte — Eu te amo filho — beijo sua cabecinha e saio do carro com ele
no meu colo. Ligo o alarme e vou para perto da minha mulher onde passo a
mão livre pelo seu ombro, eu não poderia estar mais feliz.

JR OFF
Resolvo ir para um hotel e amanhã procurarei eles dois. Primeiro quero pegar
a Catarina e depois terei uma conversa séria com o meu pai. Quero ele perto
de nós, não vou afastá-lo, pois mesmo meu pai não estando mais tão perto de
mim como era antes, posso dizer que fui muito feliz ao seu lado e nossa
amizade sempre foi muito bonita, durmo pensando no turbilhão de coisas que
enfrentarei amanhã.
Acordo cedo e após um café da manhã bem suculento ligo para a minha
família.
— Alô.
— Oi! JR você já tem previsão de voltar? — fala nervosa.
— Já está com saudades minha Sereia? — pergunto animado.
— Não JR. Só quero saber quando poderei te matar — ela fala e o Ben diz
algo que eu não consegui ouvir — Ben você é o homem da casa, mas sou a
mulher e mãe, então fica na sua aí — ouço ela dizer nervosa com nosso filho.
— O que está acontecendo? — digo preocupado.
— Você não sabe o que fez? O Ben hoje deu um chute na perna de um rapaz
no supermercado só porque ele me pediu uma informação, você é louco? —
diz nervosa e eu começo a rir.
— Sereia! Na minha ausência o nosso filho irá te proteger, ele deve ter visto
que o cara estava te cantando — ela bufa do outro lado.
— JR nosso filho só tem quatro anos e não pensa nessas coisas, me faça o
favor hein!
— Mesmo assim, ele era homem e não pode se aproximar de você — ela dá
uma gargalhada e sei que está nervosa.

— Você pode parar com ciúmes exagerados, já tive um Alysson louco na


minha vida.
— Não me compare com ele Lilian. Somos bem diferentes. Você pode sair e
viver desde que me respeite, mas eu não gosto de ver outros homens
próximos de você. Sereia! Sei o quanto você é gostosa pra caralho, só de falar
estou de pau duro porra — digo com tesão louco.
— Vai tomar um banho bem gelado para apagar o seu fogo. Eu não vou me
esconder quando um homem se aproximar JR, pode ficar tranquilo que não te
trairei, mas não me sufoque como o Alysson fez. Deixa-me ser feliz ao seu
lado sem me sentir uma prisioneira — diz me deixando sem graça.
— Ok Sereia, me desculpa, eu estou sendo um pouco possessivo — ela
gargalha agora.

— Um pouco não, muito possessivo. Por favor, vamos com calma e não
estrague tudo — suspiro derrotado.
— Desculpa! Vou me controlar.
— Ok, vou cobrar. Agora mudando de assunto, vai primeiro em qual dos
dois?
— Primeiro na Catarina, depois no meu pai e você fique tranquila, eu quero
estar só na sua cama e sentir só o seu corpo e cheiro perto do meu — ela fica
em silêncio e depois ouço o Ben chamando.
— Preciso desligar, porque seu filho não sabe esperar, beijo JR volta logo
para nós.
— Beijo Sereia, logo estarei de volta — desligamos e eu estou com um
sorriso bobo, termino de me aprontar e vou ao encontro da minha ex-mulher.
Chego no meu antigo prédio e o porteiro sorri quando me vê, depois de uns
minutos conversando resolvi subir para enfrentar Catarina.
— Bom dia Catarina — digo assim que ela abre a porta e me olha triste, eu
esperava qualquer sentimento vindo dela mais tristeza é novo para mim.

— Bom dia José Roberto — disse seca indo sentar, reparo que nada mudou,
tudo está do mesmo jeito de quando eu saí, sento de frente para ela e nos
encaramos por um longo tempo.
— Você não tem nada para me dizer? — pergunto já irritado com aquele
silêncio dela, Catarina faz que não com a cabeça — Quero saber como você
foi capaz de ser tão baixa Catarina? Por que não me contou que eu tinha um
filho? Por que se juntou ao meu pai para tirar o meu filho? — ela continuou
quieta.
— Então se você não falará, comece a ouvir — ela faz que sim.
— Catarina! Eu nunca te amei, mas posso garantir que também nunca te traí,
fui fiel a você mesmo não merecendo. Nossa vida era um inferno, seu ciúme
louco e seu jeito mimado só fez eu me distanciar mais e mais do seu lado,
mas ver você depor naquele tribunal foi a minha maior decepção e eu espero
que você pague caro por ter me traído daquela maneira.
— Eu já paguei JR, eu já paguei — diz olhando longe.
— O que você está tramando?
— Nada José Roberto, eu não estou tramando nada — diz séria me encarando
com lágrimas nos olhos — Quero distância de você e sua família, se quiser,
juro ou faço promessa. O que eu mais quero agora é paz, por favor vai
embora e me deixa viver minha vida, por favor — diz nervosa, vejo Catarina
ir no rack da sala e pegar um remédio, suas mãos tremem e ela o engole.
— O que você tem Catarina? — pergunto preocupado, ela vai até à porta e a
abre.
— Por favor JR. Vai embora da minha casa, por favor — ela chora e eu tento
me aproximar — Por favor não se aproxime — diz ela saindo de perto da
porta e indo para outro canto.
— Nos esqueça mesmo Catarina e espero que um dia você possa ser feliz —
Vou saindo, mas ouço ela ainda falar “Eu também espero". Ela fecha a porta,
mesmo incomodado vou embora, pois pode ser mais um truque dela e eu não
quero problemas com minha Sereia.
Saio do apartamento e vou para a casa do meu pai, acho estranho não ter
segurança, pois meu pai é advogado especializado na área criminal e já
trabalhou para os piores bandidos que possa existir, aciono o portão da
garagem e vejo senhor Lopes saindo com uma mala na mão.
— JR! — diz ele feliz, será que meu pai viajou.
— Oi! Lopes irá viajar? Meu pai não está aí? — pergunto curioso e ele faz
que não.
— Seu pai ontem de manhã me mandou ir para casa e disse que não vai mais
precisar do meu serviço — levanto a minha sobrancelha sem entender.
— Ele mandou o senhor embora? — não acredito que meu pai teve coragem.
Sr. Lopes já está com mais de sessenta e cinco anos e onde conseguirá um
emprego nessa idade, espero que tenha recebido todos os seus benefícios.
— Não JR! Seu pai fez uma reunião com todos e pediu para que hoje,
fôssemos procurar o senhor Aurélio, para poder receber o nosso dinheiro e as
nossas indenizações, no meu caso a minha aposentadoria.
— Por que ele fez isso? Mandou todos embora e nada mais? — pergunto
preocupado.
— O único que está aqui é o Lúcio. Seu pai o mandou ir acordá-lo às dez
horas, todos ficaram sem entender — meu coração dói com uma
possibilidade.
— Que horas ele fez essa reunião?
— Eram dezoito horas e depois ele se trancou no quarto e Lúcio estava
esperando dar o horário para ir lá — saio correndo em disparada gritando,
meu pai não pode ter feito isso comigo. Sr. Lopes me grita e vem atrás de
mim, acredito que ele agora entendeu o que está acontecendo, entro gritando
por Lúcio e vejo que já são dez horas em ponto.
— Lúcio corre, ele vai se matar — Lúcio olha para trás assim que pega na
maçaneta da porta e quando vê meu desespero entra rápido no quarto. Subo
os degraus como louco a dor me consome, vejo ele entrar e não sair mais, vou
diminuindo meus passos quando Lúcio sai do quarto e me segura antes que
eu veja aquela cena.
— Não entra aí JR — lágrimas descem do meu rosto e eu puxo o meu cabelo
gritando. Sr. Lopes senta no chão após ir à porta do quarto e Lúcio chora
baixo. Ele era mais que um segurança, os dois eram amigos, passo por ele e
entro, seu corpo está ao lado da cama, a arma está com silenciador e um
buraco de bala está em seu corpo sendo bem em cima do seu coração.
Grito, grito e me desespero, abraço seu corpo frio, ensanguentado e sem vida
e choro, depois vem a raiva por ele ter me abandonado, bato no seu peito
enfurecido e grito com ele.
— Por que me abandonou, por que fez isso comigo, eu te amo pai, mesmo
depois das suas merdas. Continuei te amando, você acabou comigo seu
egoísta — levanto e começo a andar de um lado para o outro, sei lá por
quanto tempo fico nisso, até alguém pegar no meu ombro e eu me assustar,
vejo tio Aurélio e tia Vitória que me abraçam apertado, choro com eles.
— Vamos lá para fora — diz ela docemente, a polícia quer investigar, seu pai
era um advogado criminalista famoso. Eles acreditam que foi acerto de conta
— olho mais uma vez para o corpo do meu pai e tia Vitória me manda tomar
um banho e trocar de roupa já que estou sujo de sangue.
— Por que tia? Por quê? — pergunto ainda nervoso.
— Não sei meu querido, não sei, esperaremos a confirmação — ela me deixa
no meu quarto e eu choro embaixo do chuveiro. Quando saio já se passaram
horas e vejo meus amigos aqui. Hélio. Júnior. Ronaldo. Mauricinho e Diogo
com suas esposas me abraçam e assim ficamos todos em um abraço coletivo,
depois chega Alice com o João e até Catarina veio com o seu pai, ela me
abraça e diz que sente muito, pois gostava dele.
A polícia me interroga e convoca os funcionários que falam a mesma coisa.
Senhor Aurélio e o pai de Catarina também dizem que ele deixou ordem para
pagar os três meses do Lopes, Márcia e Lúcio normalmente. Após isso era
para aposentá-los, os três ficaram emocionados por meu pai ter feito isso por
eles. Todos estão de idade. O contador confirma tudo e diz que ele mandou
pagar a rescisão de todos que trabalhavam para ele, então não tiveram
dúvidas, meu pai se matou.
— Você precisa comer — diz Catarina junto e as meninas.
— Eu não tenho fome — olho para ela e Catarina está com o rosto vermelho
de chorar.
— Ele te amava — diz séria — Por um momento eu vi ali a menina que
casei, mas que o tempo fez se tornar uma pessoa horrível.
— Pena que ele esqueceu de falar — respondo magoado, logo tia Vitória me
avisa que o funeral já está pronto, pois o mesmo deixou tudo especificado,
incluindo que ele queria ser enterrado com a minha mãe.
As horas passam e todos fomos para lá. Fico imerso a dor e ao desespero,
sinto braços me abraçarem enquanto olho para o caixão, uns estão na minha
perna e outros na minha cintura, olho para baixo e vejo meu Ben me
encarando e minha mulher — pego ele e choro junto com Lilian que está
sofrendo por mim.
— Não chora mamãe, papai não chora — diz Ben chorando também, as
Deusas e os meninos também vieram, Harry e Rick me apertam forte.
— Você não está só, todos estamos com você — olho em volta e vejo meus
amigos todos ali me amparando.
— Como vocês vieram? — pergunto olhando para Lilian.
— Ela aponta para um canto onde vejo Nick, Diana, Inácio, Camila, Vanessa
e Kito, eles foram no jatinho nos buscar. Ela me abraça forte mais uma vez e
limpa minhas lágrimas que insistem em cair. Ficamos na nossa bolha, as
horas passavam e nenhum deles saiam de lá, todos estavam bem
emocionados, naquele momento eu vi que realmente não estava só, eu tinha
tantos amigos que nunca estaria completamente sozinho.
No outro dia cedo foi o enterro e voltar para aquela casa foi muito triste e
nem um pouco confortável, já que aqui tive minha infância quando estava no
Brasil. Agora eu só lembro do meu pai morto naquele chão e na dor que arde
no meu peito.

— Lilian! Terei que esperar a abertura do testamento e gostaria de participar


da reunião com os funcionários. Por isso, queria te pedir para ficar aqui até
depois de amanhã.
— Claro que ficamos meu amor — dou um sorriso de lado, ela ainda não
tinha me chamado assim, acredito que minha Sereia percebe, pois fica
envergonhada, puxo ela para os meus braços e dou um beijo na sua boca
deliciosa.
— Pode me chamar assim quantas vezes quiser — digo sorrindo e ela me dá
um selinho.
— Está bem amor, não vou me esquecer — sentimos mãos pequenas nos
abraçar.
— Papai quero brincar no parquinho — disse Ben sorrindo e um misto de
tristeza e alegria invade meu coração, pois quantas vezes meus pais
brincaram comigo ali e várias vezes eu me ralava descendo do escorregador,
agora me resta só as boas lembranças. Apenas elas poderão tranquilizar o
meu coração maltratado.
Brinquei a tarde toda com o meu filho e minha mulher. Eles fizeram de tudo
para me animar o que não adiantou muito. A noite eles foram dormir no meu
quarto enquanto fui para o escritório dele, Lúcio e mais três seguranças
vieram para ficar comigo, segundo eles meu pai era um bom patrão, ele só
mudou depois que minha mãe morreu, mas isso não apagava o que ele era
antes.
Batem na porta, sei que é minha Sereia, peço para entrar e ela aparece com o
tio Aurélio, até estranhei, pois, combinamos de nos ver amanhã.
— Oi tio Aurélio aconteceu algo? — pergunto preocupado.
— Seu pai me procurou a uns três dias atrás e pediu que eu te entregasse uma
coisa — diz ele me estendendo um envelope.
— Pelo jeito ele estava decidido a me deixar — digo chateado.
— JR! Não julgue seu pai ainda, leia esta carta e depois se quiser conversar
me procure.
— Você sabe o que está escrito aqui? — pergunto curioso.
— Não, mas desconfio já que sei tudo sobre o Márcio. Somos amigos há
muito tempo e eu vi você nascer, então bem provável de ele te contar algo
que eu já saiba — ele me abraça e sai.
— Vou te deixar sozinho — diz Lilian saindo, penso em pedir para ela ficar
mais a mesma se manifesta — Este momento é seu. Espero-te no quarto —
diz ela saindo. Com as mãos tremendo e o coração disparado abro aquela
carta que com certeza me trará muitas surpresas. Respiro fundo e vejo que
tem várias folhas, pego a sequência que está escrita e começo a ler.

FOLHA 1
Meu querido e amado filho José Roberto Stuart Vilela.
Se você está lendo esta carta é porque eu não aguentava mais viver longe
dela, da minha linda e apaixonante esposa. Sua mãe, quero te contar como
tudo isso aconteceu, quando eu vi pela primeira vez aquele anjo que me
faria feliz até hoje — pai não sabia o quanto você sofria.
Quando fiz dezessete anos meus pais mudaram para a casa dos seus avós
maternos, como eu ia para a faculdade acabei não indo para a nova
moradia deles. Sua avó Melinda ia ser a nova cozinheira enquanto meu
pai, o jardineiro, a alegria deles foi plena, pois ambos iriam trabalhar e
estariam juntos enquanto seu único filho estaria na faculdade de direito.
Após conseguir bolsa integral e eles se sentiam muito orgulhosos — claro
que sim pai, quem não teria.
Então passei dois anos sem visitá-los, não só por falta de tempo como
também por que você sabe como era a faculdade. Festas e mulherada o
tempo todo e eles foram ficando para depois, mas infelizmente minha mãe
teve um infarto fulminante e eu não pude me despedir dela, a culpa me
corroeu por estes anos — não pai, você era jovem.
Então volto para casa e era o velório da minha mãe, meu pai estava
acabado e eu culpado por ser tão egoísta, chegando lá observei a coisa mais
linda deste mundo. Um anjo loiro chorava abraçada ao meu pai que me
olhou com decepção. Eu não tive coragem de encará-lo, mas, pedi perdão e
ele como era um pai maravilhoso aceitou, então ele me apresentou a linda
loirinha e descobri que se chamava Marília meu coração disparou quando
seu sorriso lindo me atingiu — sim, mamãe era linda.
Porra eu estava quebrado por perder minha mãe querida. Porém, aquela
menina de apenas dezesseis anos me conquistou, eu um cara já com
dezenove anos que pegava geral na faculdade fiquei de olho nela, na sua
pureza e nos seus lindos olhos verdes, após acabar o velório fiquei mais
uma semana em casa e descobri que ela era noiva. Prometida para um
engenheiro que era negro, estranhei, porque seus avós eram racistas e
preconceituosos, mas quando há dinheiro envolvido e eles são beneficiados
não preocuparam com a cor de pele — minha mãe sempre disse que seus
pais eram filhos da puta.

Voltei para a faculdade arrasado. Mas, nunca mais deixei de ir ver meu
pai, sempre que dava e o dinheiro sobrava eu estava lá com ele e foi em
uma visita dessa que descobri o meu pai doente. Ele estava com diabetes e
cirrose adquirida após a morte da minha mãe, a dor dele era acabada na
bebida, corri com ele e quase perdi o semestre, mas não poderia perdê-lo
também — pai, por que não me mostrou este homem.
Após sua melhora, voltei a estudar. Faltava apenas seis meses para me
formar e sua mãe estava para fazer dezoito anos. Então, ela teria que
cumprir com o compromisso e casar, uma noite antes de anunciarem o
casamento, ela me contou ser apaixonada por ele e estava grávida, seu
sorriso era enorme e o meu coração doía muito e foi destruído naquele dia
— meu Deus ele era louco por minha mãe.

FOLHA 2
Pensei em voltar para a faculdade, como eu iria ver a mulher da minha
vida se preparar para casar com outro, após anunciado o noivado eles
casariam um ano depois, mas a sua mãe ficou nervosa, pois até lá você já
nasceu, eu via que ele não prestava, já havia visto dois dias antes o babaca
de beijos com a governanta da casa, o que me deixou com mais raiva dele
ainda, como tendo um anjo ao seu lado ele poderia fazer aquilo — filho da
puta.
Então a pedido do meu pai, não fui embora, mas estava com insônia aquela
noite devido ao anúncio da data que eles iriam casar, resolvi dar uma volta
no Jardim quando encontrei sua mãe chorando muito, me aproximei e a
abracei forte, soluçando, ela me contou que ele mandou sua mãe abortar,
porque não era o sonho dele ser pai, se eu já o odiava, tive vontade de
matá-lo — ele não me quis, meu progenitor, começo a chorar.
Então! O cretino aproveitou que eu estava com sua mãe em meus braços, e
fez um escândalo, chamou sua mãe dê vagabunda e desfez o casamento
dizendo que o filho não era dele. Seus avós ficaram desesperados, sua mãe
estava desonrada e grávida, sem pensar duas vezes eu me coloquei no lugar
de noivo e como eles eram uns idiotas que ligavam para opinião alheia
aceitaram para minha sorte — meu pai, meu herói.
Sua mãe deixou bem claro que não me amava, mas eu disse que iria
conquistá-la, então ela aceitou e seu avô deixou uma cláusula onde eu não
tivesse direito a um real do dinheiro de sua mãe, eu aceitei, porque a amava
e assim nos casamos e tivemos você, no dia que eu te peguei nos meus
braços fiz a promessa que faria de tudo por e para você — oh! Pai.
Desculpa por tudo.
Com o tempo sua mãe se apaixonou por mim e nossa felicidade era
completa, mas diante da sua forma de levar a vida ela resolveu que você
teria algum desafio para poder ter responsabilidade, eu concordei, porque
sei que quando os dois querem, o amor acaba surgindo, então elaboramos
aquelas cláusulas para você pegar a sua herança, meu pai morreu dois
anos após você nascer e os pais da sua mãe um ano depois, em um acidente
de avião — quem sabe eles nem deviam gostar de mim.
Devido a eles não estarem mais aqui, achamos desnecessário te contar que
eu não era o seu pai de sangue, mas filho eu te amei desde quando estava
na barriga da sua mãe e nunca pensei diferente. Você e sua mãe foram o
meu mundo, a cada vitória minha era em vocês dois que eu pensava, fomos
muito felizes e quando você foi embora sua mãe caiu doente, ninguém
descobria o que ela tinha e seu estado cada vez piorava mais — imagino o
desespero dele.
Quantas vezes sua mãe me dizia para eu te contar o que ela tinha, qual era
a doença dela, mas eu negava, porque queria te ver feliz e sem neuroses,
mesmo que você brigava comigo e me culpava por tudo, eu preferia te ver
me odiando do que te falar sobre isso, então a doença tomou conta dela e
eu chorava todas as noites com ela, a dor no seu corpo não deixava Marília
se quer dormir, morfina já não fazia efeito e os seus membros já não
funcionavam, ela estava definhando naquela cama e eu morria
diariamente um pouquinho — como eles sofreram.

FOLHA 3
Até que Marília me pediu, eu disse não, briguei com ela que falava com
dificuldades, mas eu também não aguentava mais. Vê a mulher da minha
vida morrendo e eu não poder fazer nada. E em uma noite, tive coragem e
fiz o que ela me pediu, apliquei a medicação que a levou dormindo — meu
pai a matou, não acredito.
Sim, meu filho, me odeie, mas eu não podia vê-la mais chorar e gritar de
dor, então... A matei. Sim, fui eu que dei o remédio que a levou de você.
Desde quando descobrimos a doença, passei a pesquisar se teria cura. Fiz
alguns investimentos em grupos de pesquisadores que tentam achá-la,
porém, ainda não há cura. Infelizmente é uma doença que tem um custo
muito alto e eu guardei tudo que ganhei para você ter o melhor tratamento.
A doença é hereditária. No grupo de pesquisadores você e Benjamin estão
escritos para serem um dos primeiros a tomarem a vacina. Peço desculpas
pelo processo, não pesquisei sobre a mãe dele e apenas agi por impulso. Me
desesperei quando descobri sobre o Ben, ele também poderá ter a doença e
saber que você sofreria por ver seu filho lutando, acabou comigo — pai
você a matou por amor e estava sofrendo por mim, agora lágrimas descem
do meu rosto.
Mas mesmo assim eu precisava guardar mais dinheiro agora já que teria
outro parente nosso que poderia ter a doença, por isso quis a herança dele,
não para eu gastar, mais sim, guardar no fundo, em que fiz no seu nome e
vocês dois podem ter mais oportunidade que à sua mãe teve — porra meu
peito dói.
Perdoa-me meu filho, por tudo que eu fiz, mas eu só queria deixar sua vida
tranquila, quando você me olhou naquele tribunal e percebeu que eu não
era o seu pai, chegou a partir o meu coração, mas JR você nunca deixará
de ser o meu filho, Eu Te amei. Amo-te e te amarei para toda vida,
desculpa por te deixar desta forma. Mas, eu não aguentava mais ficar
longe da sua mãe, do meu anjo salvador, da minha amada Marília, eu não
ia aguentar te ver sofrer tudo que ela sofreu, desculpa, isso me mataria
também — choro que chego a soluçar, eu te amo pai.
Desculpa por ser um covarde, mas eu não consigo ver o menino que eu
carreguei nos meus braços sofrer e eu não poder fazer nada, você agora é
pai e vai entender o que eu falo, por seu filho você faz qualquer coisa,
inclusive matar ou morrer por ele, eu te vi naquele restaurante sorrindo
com a sua Sereia e o seu Ben, então estou partindo tranquilo, pois não te
deixarei sozinho — ele me viu e supôs que não me faria falta, porra pai,
limpo meus olhos.

Nós te amamos, seja feliz meu filho, com amor do seu pai
Márcio Vilela.

FOLHA 4
DOENÇA PAF — Paciente Marília Stuart Vilela
A PAF (polineuropatia amiloidótica familiar) começa a se manifestar como
insensibilidade, formigamento e dormência nos pés, os sintomas sobem,
gradualmente, às pernas, aos braços e às mãos, ela é uma doença rara,
hereditária e progressiva, que atinge o sistema nervoso periférico,
diminuindo a função neurológica — então esta doença levou minha mãe.
OBS. Caso você queira saber o nome do seu pai verdadeiro pergunte para o
Aurélio, ele sabe, eu te amo meu lindo filho — Eu te amo pai.
Aperto aquelas folhas e choro tanto que Lilian aparece e me consola, conto
tudo para ela que fica impressionada e chora ao ler a carta.
— Eu estou aqui, sempre vou estar, ele te amava, perdoa meu amor — fala
ela, eu concordo.
— Sim, eu perdoei, eu te amo pai, você nunca será trocado — digo chorando
e ficamos lá até irmos dormir comigo ainda bastante abalado.

CAPÍTULO 14
LILIAN
Ver JR tão triste parte o meu coração, eu e Ben já fizemos de tudo para ele se
alegrar, na verdade, nosso filho é o único que consegue fazer meu marido
ainda ter alguns momentos de felicidades.
Estou realmente sentindo falta daquela alegria e do seu super alto-astral, não
sei como agir ou o que fazer para ajudá-lo além de dar muito carinho e
atenção, queria poder dividir a sua dor e ele ver o quanto estamos
preocupados com a sua situação psicológica.

— Sereia — saio dos meus pensamentos com ele me olhando parado na


minha frente com uma toalha amarrada na cintura, seu corpo todo molhado,
uma delícia. Desde a morte do seu pai há um mês, que nós não temos
relações sexuais, agora me diga se isso não é um pecado para mim.
— Oi! Desculpa, não vi você sair do banheiro — digo sem graça, pois ele
tem um sorriso sacana no rosto de quem percebeu meu desejo ao vê-lo quase
pelado na minha frente.
— Sim, eu percebi — diz ele com um olhar predador para o meu lado. Meu
Deus! Molhei a calcinha só de ver ele lamber os lábios e olhar para o meu
corpo descaradamente. JR lentamente vem até mim me mostrando que hoje
ele vai me foder de todas as maneiras possíveis e que seu luto passou.
Ele me puxa pela mão, fazendo nossos corpos se chocarem, porra de homem
gostoso, eu naturalmente coloco minhas mãos no seu peitoral e encaro seus
olhos verdes, ele respira mais rapidamente quando minha mão desce pelo seu
abdômen e chega naquele V maravilhoso dele, zero de gordura, ai papai
obrigado por tudo isso ser meu.
Desço minha mão mais um pouco e acaricio seu membro duro e gostoso, JR
geme baixo e isso me excita e estimula meu ego me fazendo ficar mais
ousada, me ajoelho na sua frente e ele pega no seu pau me encarando com
tesão.
— Você me quer na sua boca Sereia? — pergunta enquanto ainda passa a
mão no seu pau grosso e gostoso para cima e para baixo sem tirar a toalha.
— Quero, lamberei ele todinho — digo excitada.
— Ah Sereia! Você só parará quando ganhar leitinho — diz ele excitado, seu
pau parece que dobrou de tamanho — Quer leitinho meu amor? — meu
coração dispara sempre que ele me chama assim.
— Quero muito leitinho… — antes de terminar a minha frase sedutora,
somos interrompidos pela voz do nosso filho.
— Eu também quero leitinho, mamãe — diz ele inocentemente entrando no
quarto. Eu abaixo ficando de quatro e finjo procurar algo no chão. Enquanto
JR vai para o banheiro acalmar o seu amiguinho, sorte que ele ainda não tinha
tirado a sua toalha, por quê senão Ben iria nos encher de perguntas e nós
ficaríamos com certeza sem respostas para sua curiosidade.
— Filho a mamãe já não falou para bater antes de entrar no quarto? —
pergunto só para distraí-lo, mas isso não adiantou nada, pois o garoto estava
demais.
— Desculpa mamãe — faço que sim com a cabeça — Por que você esta no
chão? — JR volta para o quarto com um sorriso cínico e levanta a
sobrancelha, pelo jeito meu marido voltou para nós, pois está muito
engraçadinho, antes ele mal sorria.
— Á mamãe perdeu o brinco meu filho, achou meu amor? — diz JR e pisca
para mim, confirmo e vou para o banheiro tomar o meu banho e acalmar a
bicha lá embaixo que ficou pegando fogo.
Depois de um banho bem gelado, eu troco de roupa e vou até à sala ver os
homens da minha vida, eles estão me esperando para tomarmos o café
matinal em família, sento na mesa e nós começamos a conversar sobre vários
assuntos, depois saímos de casa.
— Você está bem mesmo? — pergunto assim que chegamos na frente da
escola do nosso filho, ele pega minha mão e beija olhando nos meus olhos.
— Ainda não estou totalmente bem, mas ficarei, está na hora de retomar a
minha vida, quero agradecer por estarem do meu lado incondicionalmente.
— Somos uma família e você é importante para nós dois — digo o
encarando.
— Papai! Leva-me até a minha sala! — pede meu filho e JR faz que sim
ainda me olhando, eu abro um sorriso e ele retribui.
— Claro meu filho, eu te amo — diz ele já saindo do carro e vai tirando
nosso filho da cadeirinha, dou um beijo em nosso bebê que não me dá moral.
— Ficarei aqui esperando você — digo observando os dois homens da minha
vida entrarem na escola conversando e rindo, não poderia ter momento mais
feliz que esse, estou suspirando quando vejo duas cobras se aproximando,
respiro fundo já esperando o veneno ser lançado.
— Oi! Doutora Lilian como está? — diz Beatriz.
— Vou bem Beatriz e você?
— Estou ótima também.
— Oi! Lilian — fala Sônia com aquela cara de puta.
— Oi! — digo sem vontade nenhuma, logo vejo JR aparecendo e às duas
estão iguais galinhas quando querem botar.
— Bom dia — fala o safado todo solícito para às duas ordinárias na minha
frente, elas começam a arrumar os decotes quase colocando aqueles peitos
siliconados para fora.
— Bom dia! Você é o pai do Benjamin? Seu filho é uma criança adorável —
diz a puta da Sônia, ela nunca gostou do meu filho e sempre foi
preconceituosa, agora vem com este papo, vadia, cretina.
— Meu filho e minha mulher — diz JR me puxando para ficar do seu lado —
São pessoas adoráveis e os meus bens mais preciosos — diz ele me
abraçando forte, vejo a inveja estampada na cara delas e eu dou um sorriso
envergonhada pela declaração dele.
— Você é uma mulher de sorte doutora — diz Beatriz sem graça, já a puta da
Sônia continua com a cara amarrada, não falei que ela é puta.
— Sim, eu sei Beatriz, obrigada por perceber que meu marido não está a
disposição para as outras mulheres, sou grata por JR ser tão apaixonado por
nossa família — digo isso e nem encaro ele, pois estou pisando em um
terreno ainda desconhecido.
— Quem sabe não é querida, pois, o futuro só a Deus pertence e nós não
sabemos quando tudo pode mudar — diz Sônia com malícia.
— Concordo Sônia, então, aproveitarei para viver o hoje, o agora, pois a
nossa felicidade é perfeita e espero que nada nem ninguém queria nos
atrapalhar — digo a encarando.
— Sereia! Vamos — diz JR quebrando o clima ruim entre nós.
— Claro — ele segura o meu queixo e deposita um selinho demorado,
quando nos separamos as vacas já foram embora para pastar em outro curral.
— Achei simpáticas aquelas moças — diz JR, eu viro minha cabeça o
encarando, porque não estou acreditando no que ouço.
— Você está brincando, não é? — pergunto incrédula, ele faz que não com a
cabeça e depois começa a rir da minha cara.
— Claro Sereia que estou brincando, aquelas duas não me enganaram, deixei
elas pensarem que sou inocente — ele beija minha mão e entramos no carro.
— JR! Elas estavam te cantando — faço cara de zangada e ele sorri.
— Não se preocupe minha Sereia, eu conheço puta de longe — diz ele
ligando o carro e nós vamos para o serviço, JR irá trabalhar com Natan, Heiki
e João, eu sei que os meninos vão fazer de tudo para socializá-lo logo.
Contudo, estou preocupada, porque Alysson também estará lá e não quero ver
JR ser mandado embora porque eles brigaram. Já basta no dia da pizzaria que
o clima foi para lá de tenso entre eles dois, teve até polícia no meio, nós
tínhamos saído para jantar e quando fui ao banheiro, senti meu braço ser
puxado e lá estava Alysson me olhando com raiva.
LILIAN ON
— Boa noite Lilian — diz ele com cara feia.
— Oi! Alysson — ficamos nos encarando e um medo passa pela minha
espinha, seu olhar para o meu lado é de puro ódio, chego a dar um passo para
trás.
— Você agora está com um novo macho — diz ele me ofendendo.
— Não, agora estou com meu marido, o homem que é o pai do meu filho e
que me ajudou a ficar com ele. Enquanto você estava tentando tirá-lo de mim,
este é um macho de verdade — mal termino de falar e ele gruda no meu
pescoço me prensando na parede, sinto o ar me faltar quando Alysson aperta
mais forte.

— Vadia, você é uma vagabunda de primeira, fode com qualquer um que tem
pau — diz ele perto da minha boca.
— Me… sol… ta… — peço ficando sem ar e tento chutar o saco dele. Ele
afrouxa meu pescoço e tenta me beijar. Sua boca gruda na minha e eu travo o
meu maxilar, ele morde meu lábio para me obrigar a abrir mais a boca, assim
que Alysson percebe que não conseguiu nada ele se afasta e levanta a mão
para me dar um tapa.
Sinto um alívio quando Alysson solta meu pescoço sendo puxado por JR. Ele
dá um murro em meu marido que revida na mesma moeda, eles começam a
bater um no outro, chutes e murros são dados e socos deferidos de ambos os
lados.
— Você me paga infeliz por encostar a mão na minha mulher — diz JR
zangado.
— Sua mulher, o caralho, já fodi aquela boceta diversas vezes e ela gemia
meu nome — JR da (dois) socos nele que cambaleia.
— Vou te matar filho da puta — diz JR gritando, olho para o lado procurando
Ben e sinto um alívio ao vê-lo brincando na área de criança sem perceber o
que está havendo.

Vejo alguns homens tentando separar os dois e parece que estão grudados,
mais dois garçons aparecem e conseguem junto com os outros resolverem a
situação, Alysson e JR se xingam e ameaças estão sendo explícitas, me
aproximo de JR e toco na sua boca machucada.
— Amor, calma — peço o encarando.
— Amor é o caralho Lilian. Sou eu seu amor, não este imbecil — diz
Alysson com raiva — Quantas vezes você gemeu no meu pau, hein! Sua
cadela — JR tenta se soltar e eu o abraço, enquanto o outro rapaz, segura ele
também.
— Vamos embora! Agorinha nosso filho pode aparecer aqui — digo o
encarando que se acalma quando acaricio o seu rosto.

— Aquele capeta, garoto mal-educado, eu sempre o odiei, você sabia disso?


— fala Alysson olhando para mim, eu solto JR que está sendo seguro por
outro homem e viro para ele com raiva.
— Filho da puta, não fale do meu filho seu monstro — digo zangada.
— Tinha raiva dele por não ser meu filho e você ter dado para outro sua
safada — JR agora escapa ou o cara soltou-o de propósito, ele deu mais
vários socos no Alysson até que o mesmo quase perdesse o sentido. Saio
puxando JR pela mão enquanto alguém está chamando a polícia, pago a conta
e mando JR ir para o carro com o Ben.
Após deixar Ben na casa de Coração, fomos para a delegacia. Tentação e
Paixão logo chegaram, como sempre elas nunca iriam me deixar sozinha.
Coração não parou de ligar atrás de notícias e se não fosse pelas crianças, ela
com certeza também estaria aqui para me ajudar, mas July saiu com Natan e
não tinha com quem deixá-los.
— Nossa sorte é que Marcos está de plantão (Ele é delegado e nosso amigo,
além de ser um homem muito honesto e justo) então conto o que houve e ele
pede o exame de corpo delito, depois de tudo pronto, voltamos para casa,
pois JR viajaria no outro dia.

LILIAN OFF
Então eu estou processando Alysson que está também processando JR por ter
ameaçado ele, resumindo que a merda está um bolo, só sei que eu quero ver
Alysson preso por ter me agredido.
— Oi! Está tudo bem? — pergunta JR preocupado.
— Estou bem, queria te pedir uma coisa? — falo sem jeito.
— Qualquer coisa que você quiser, peça que realizo — dou um beijo na sua
boca e ele aprofunda com muita vontade.
— Não encosta em mim Sereia, estou ainda com os pensamentos bem
pecaminosos depois do nosso lindo filho nos atrapalhar.
— Estava só querendo me dar leitinho, né amor! — digo e vejo os olhos de
JR brilharem de desejo.
— Acho melhor subirmos porque meu pau está louco para te foder — diz
com um sorriso malicioso.
— Quando chegar em casa você mostra o quanto me quer e deseja estar
dentro de mim — saio do carro ouvindo ele xingar e quando olho para trás
vejo JR arrumando o pau que esta duro, rebolo de propósito e ele geme
baixinho.
— Não faz Sereia, estou louco de tesão e serei despedido no primeiro dia,
pois te jogarei naquele carro e vou te foder no estacionamento mesmo — diz
ele apertando o botão do elevador com força e suspira irritado.
— Calma JR! Ele não tem culpa de nada — digo segurando o riso.
— Eu sei — o elevador chega e por um milagre não tem ninguém, assim que
as portas se fecham JR me prensa na parede e esfrega sua ereção em mim —
Mas, você tem culpa e eu quero te castigar por me deixar de pau duro todo
este tempo. Se prepare que eu só pararei quando sentir sua boceta não
aguentar mais o meu pau dentro dela e a minha língua te chupar gostoso — aí
cacete agora sou eu que não aguento isso, merda, será que podemos voltar
para casa.
JR lambe o meu pescoço e distribui beijos bem molhados — agora eu é que
ficarei com a calcinha encharcada droga de homem gostoso.
— Sereia você me enlouquece, vamos… — o elevador chega e quando as
portas se abrem topo com aquele ser que se chama Alysson, nós saímos e ele
entra batendo no ombro de JR de propósito, eu o puxo para evitar a confusão.
— Vem, quero te apresentar o pessoal — chegamos lá e nossos amigos foram
superlegais com ele, JR logo se sentiu em casa e eu fui para o meu escritório
com a promessa que iríamos almoçar em casa com o nosso filho.
Cheguei no meu escritório e encontrei minha secretária Inês, ela estava com
um sorriso enorme e ficou cheia de coisas para o lado do JR.
— Que lindo em mulher, aquele homem é uma perdição.
— Deixa Jonas ouvir isso, você constatará o tamanho da perdição que ele
fará com você.
— Gente está com ciúmes é? Então por que casou com homem bonito? —
diz sorrindo para mim.
— Quem está com ciúmes? — entra Paixão perguntando toda animada, o que
nos deixa muito feliz, parece que nossa amiga agora será feliz.
— Não tem ninguém com ciúmes aqui, isso é coisa dessa doida aí — digo
apontando para minha secretária que dá um sorriso de lado.
— Ok Pecado. Fico feliz em saber que Marta então ficará viva por mais
alguns dias — diz Coração invadindo a minha sala séria.
— Não sei por que eu faria algo contra ela?
— Não é nada, só pensei ter visto ela se jogando para cima do seu marido —
fico muito puta de ouvir isso. Marta é a piranha do escritório onde JR irá
trabalhar e quem hoje em dia pega ela é o retardado do Natan. Mesmo ele
gostando da July o imbecil ainda dá moral para aquela vadia interesseira.
— O que eles estavam fazendo? Matarei JR para ele aprender a ser homem
comigo — digo já me levantando bem na hora que Tentação entra na sala
com um envelope nas mãos.
— Bom dia Deusas — como sempre ela está com ótimo humor e um sorriso
lindo no rosto.
— Que animação hein! Deu muito ontem? — pergunta Paixão sorrindo, que
Heiki continue mantendo-a feliz assim, penso comigo, mas não falo.
— Deus! Aquele homem está insaciável e eu assada, minha Luluzinha está
sofrendo — diz ela com uma cara de safada — Mas, fazer o que se a carne é
fraca, eu não resisto aos seus toques — começamos a rir — Pecado este
envelope estava na entrada do escritório e seu nome está escrito nele.
Pego o envelope e analiso, que coisa estranha, o envelope é amarelo e está
escrito Lilian bem grande, mas não à caneta, mas sim com vários recortes de
revistas, as meninas e eu ficamos preocupadas pois parece uma carta de
ameaça ou sei lá devo estar viajando.
— Não abra, vai que tem uma bomba — diz Paixão séria — Isso com certeza
é uma ameaça e você deveria chamar o Marcos antes de abri-la — nego com
a cabeça.
— Claro que não é Deusas, isso deve ser algum engraçadinho e não duvido
nada se não foi o Natan.
— Então espera, ligarei para ele agora — diz Coração.
— Ligarei para o João, pois ele também pode ter feito isso.
— Ainda acredito ser uma ameaça e se for vamos todas pelos ares — diz
Paixão séria fazendo os gestos com às duas mãos de explosão.
As Deusas ligam para os meninos que negam ter feito esta brincadeira, não
demora eles e JR aparecem em minha sala preocupados.
— Deixa que abro Lilian — diz ele nervoso.
— Não, eu abrirei — digo firme enquanto vou com as minhas mãos tremendo
cortando com cuidado a ponta do envelope, respiro fundo e abro de uma vez
a parte cortada. Como nada acontece olho dentro e não vejo nenhum sinal de
algo que vá me ferir, coloco minha mão dentro e puxo o seu conteúdo,
quando olho o que é fico sem ar e JR dá um murro na minha mesa.
— Puta que pariu — fala JR alto e todos vem vê o que está em minhas mãos
e nos deixou bem nervosos.

CAPÍTULO 15
JR
Depois da carta que meu pai me deixou, minha vida se transformou em dias
de tempestades. Meu humor era mudado a cada dia e momento, meu pai não
saía da minha cabeça, a imagem dele morto ali naquele chão frio me
atormentou por muito tempo.
A vontade de não fazer nada estava prejudicando a minha vida pessoal.
Mesmo Lilian não reclamando e sendo compreensiva comigo eu via em seus
olhos a preocupação e a vontade de estar ao meu lado sempre. Mas, ela não
poderia parar sua vida para ficar 24 (vinte e quatro) horas me policiando eu
tinha que passar por tudo aquilo e aprender viver com a dor da perda dos
meus pais agora não mais entre nós.
Então recomeçarei com minha linda família, mas há no ar aquela pergunta,
será que quero ver ou conhecer o meu doador de esperma?
Posso garantir que nunca mais quero saber dele, se algum dia eu tiver o
desprazer de olhar para sua cara de pau, pode ter certeza que ele será apenas
um homem na minha frente, na verdade, um canalha, pois nem homem ele
soube ser com a minha mãe.
Não ficarei amargo com a vida, ou, culpando as pessoas pelo que aconteceu.
Tive sem saber um grande pai na minha vida e ele se chama Márcio Vilela.
Vou levá-lo pelo resto da minha vida em meu coração e falarei sempre dele
para o Benjamin, lembro de quando eu era criança e ele brincava comigo e
serão essas lembranças que farei o meu filho ter.
Benjamin e Lilian foi o presente que Deus me deu, pois, sem eles eu não teria
conseguido me reerguer. Ben, diariamente vinha me ver, era como se ele
sentisse a minha angústia interna, ele estava sempre ao meu lado, às vezes
dormia entre nós, parecia querer me proteger e sentir a minha dor, o meu
filho é sem dúvida nenhuma a luz das nossas vidas.
Minha mulher é perfeita, ela é guerreira e está sempre disposta a ajudar o
próximo, eu não sabia que ela participava de uma associação. Ela presta
Assessoria a mulheres com filhos e que os canalhas não assumiram seus
papéis, igual aquele que deu esperma para minha mãe, ela também ajuda a
mulheres que sofrem violências domésticas ou outros casos.
Além da associação, ela também ajuda na construção de um novo bloco da
creche que fica no mesmo bairro. Neste espaço terão mais 6 (seis) salas de
aula. Minha Sereia doou todos os tecidos para que as mulheres possam nos
finais de semana reunirem e fazerem os lençóis, travesseiros, toalhas e os
uniformes que as crianças irão usar.
Segundo Lilian, cada criança quando entra na creche recebe um kit com 2
(duas) toalhas, 2 (dois) lençóis, 1 travesseiro, 3 uniformes e um kit de higiene
que contém 1 (um) creme dental, 1 (uma) escova de dente, 1- shampoo e
(dois) sabonetes. Ela me disse que antigamente as mulheres da associação
saiam no próprio bairro pedindo os produtos de higiene e alguns alimentos
que seriam servidos na creche para as crianças durante o período letivo.
Mas, a população é carente e eles não tinham condições de ajudar muito,
sempre estava faltando algo na alimentação dos pequenos, as cozinheiras
procuravam fazer um prato barato e que todos conseguissem ser alimentados,
resultado é que todo dia faziam macarrão e as crianças comiam apenas no
almoço.
Eles tinham que ter uma comida equilibrada onde verduras e frutas
precisavam fazer parte do cardápio. Sabendo que esta alimentação é
necessária para o desenvolvimento delas. Lilian chamou as Deusas, o trio
parada dura e Heike, eles realizam todo mês, doações para creche.
Lilian fechou contrato com alguns lugares como verduraria, frutaria,
supermercado e açougue, então o administrador da creche que é uma
nutricionista, faz semanalmente os pedidos que devem chegar para os
pequenos se alimentarem, as notas chegam para ela no escritório e eles juntos
fazem o pagamento.

Nunca houve problema, pois hoje a ADM da creche é uma pessoa muito
certinha, muito correta e elas nunca tiveram desvio de nada. Claro que há
uma comissão que acompanha tudo de perto. Eles não deixam passar nada, o
que achei muito interessante, infelizmente algumas pessoas quando tem o
poder, elas começam a usá-lo erradamente e o medo de que alguém se
corrompa acaba fazendo com que eles tenham rigor ao ver os livros dos
gastos da instituição.
Eu também quero participar e combinei com Lilian que darei assessoria com
ela, eu tive uma ideia e quero ver se consigo que meu amigo Harry vá abrir
uma escolinha de futebol junto comigo e Ricky no bairro, estamos
conversando para ver se dá certo. Quem sabe conseguimos tirar grandes
talentos e daremos a oportunidade de muitos não caírem na bandidagem.
pois, daremos um auxílio para todos que participarem. Basta só eles
quererem, precisamos apenas nos juntar e ajudar o próximo, criticar é fácil,
mas daí pergunto? O que fiz para fazer a diferença? Se não fiz nada preciso
mudar e tentar ajudar, espero que tudo dê certo.
Resolvo voltar a trabalhar, já estava na hora de parar de preocupar Lilian e o
Ben. Também tenho certeza que meu pai não está feliz de me ver tão
derrotado. Senhor Márcio Vilela não caiu após a morte da sua querida e
amada esposa, eu preciso ser forte como ele. Claro que a dor ainda existe e
está dentro do meu peito, mas meu pai me ensinou que podemos chorar e
sofrer, mas nunca devemos parar de viver, infelizmente a morte é o fim de
todos nós.
Levanto animado e quero fazer amor com minha esposa, foi um martírio ficar
sem tocar nela durante todo este tempo, além de sentir a dor pelo meu pai eu
também não gostaria de descontar todas as minhas aflições fazendo amor
com ela.
Acredito que a minha Sereia pode ter pensado que eu não estava desejando-a.
Posso garantir que foi ao contrário. Eu dormia toda noite com tesão e
acordava com pau duro e não era só pela ereção matinal, eu tinha desejo por
ela e estar perto sem tocá-la era um terror para mim.
Seu cheiro então já me deixava louco, mas eu me continha até porque
Benjamin era outro que entrava no quarto e vinha dormir conosco. Acredito
que meu filho sentia que não era o momento de eu ficar com a sua mãe, ela
não era só uma válvula de escape, Lilian é minha mulher e merece ser amada.
Quando saio do banho ataco minha mulher já louco para fazer amor com ela,
fico feliz pela Sereia corresponder o beijo com a mesma intensidade. Julgo
que terei o meu prêmio maravilhoso, mas como sempre meu lindo filho Ben
chega do nada e quase nos pega fazendo a irmã dele.
Pois é! Meu filho ia ver uma cena que com certeza iria deixá-lo chocado por
muito tempo. Ainda bem que ele não conseguiu ver nada demais e nós
conseguimos reverter a situação, o que foi complicado, tomei um banho
gelado para acalmar o meu JR Júnior que estava realmente gritando para
comer aquela boceta gostosa.
Saímos de casa e levamos nosso filho na escola, lá minha mulher teve o
desprazer de encontrar duas mulheres muito oferecidas que estavam se
jogando para cima de mim. Claro que finjo não perceber, pois, Lilian estava
já com fumaças saindo pela sua cabeça e eu não queria ver ela presa por
matar uma das duas galinhas ali na porta da escola. Então, seguimos o
caminho e ela fez questão de me deixar no meu setor para depois ir até o
escritório dela.
Combinamos de sair para almoçarmos com nosso filho, eu ainda não conheço
muita coisa aqui perto de onde trabalhamos. Ainda bem que estamos no
mesmo prédio e andar. Assim evitamos ter que sair de um lugar para o outro
no horário de pico e ter que buscar um de nós dois. Conversamos e optamos
por ficar com apenas um carro.
Depois que a Sereia me deixou lá. Uma mulher chamada Marta começou a
me cantar, eu estava já morrendo de vergonha e não havia mais nenhuma
palavra no dicionário que eu pudesse usar para falar com aquela mulher que
eu era casado, muito bem-casado e não precisava de outra que não fosse
minha Sereia.
Parece que ela era surda e não conhece a palavra não. Ela ficou fazendo
piadinhas o tempo todo, mas logo o Natan a colocou no lugar. Heiki me disse
que os dois tinham um caso antes, mas que Natan nunca gostou dela, pois ele
é apaixonado pela July e eu ainda irei conhecê-la já que ela mora com a
Deusa do Coração.

Perto do horário do almoço o resto do trio parada dura chegou para falar com
o Heike, eles me convidaram para almoçarmos juntos, pois semana que vem
é o aniversário da Deusa do Coração e eles querem fazer uma surpresa para
ela.
Será que Rick está sabendo disso? Achei por bem não perguntar para eles,
mas ligarei para o meu amigo e darei um toque sobre o aniversário da sua
amada. Sei que eles estão tentando novamente se entender e torço para dar
certo. Rick foi muito inocente e agora precisa provar que tudo não passou de
uma armação.
Chegamos no escritório das meninas e minha Sereia estava com um envelope
nas mãos. Eu quis abrir, mas ela disse que não, pensei que pudesse ser uma
bomba ou algo assim, pois com certeza aquilo ali era uma ameaça, mas a
mulher é teimosa como uma Mula e não deixou que eu abrisse o envelope.
Então esperei e quando ela abriu, eu vi os seus olhos se arregalarem e ela
ficar sem uma gota de sangue no rosto, meu coração gelou ao ver as fotos que
estavam no envelope. Meus olhos pegaram fogo, eu queria matar o filho da
puta que as tirou, os nossos amigos vieram para olhar, mas eu rapidamente as
tirei da mão dela e as escondi, imagina que eu deixaria alguém as ver, fomos
imprudentes e agora estávamos pagando.
— Puta que pariu, quem foi o filho da puta do caralho que fez esta merda? —
digo nervoso e minha Sereia vem e me abraça, todos nos olham curiosos, pois
não sabem o que tem na foto.
— Lilian! Todo mundo está aqui igual louco querendo saber o que tem na
foto, é algo grave que fez vocês dois ficarem tão sem graça e com raiva
assim? — pergunta Tentação curiosa.
— Lilian! Acho melhor você sentar, parece que irá desmaiar a qualquer
momento — diz Coração vindo até a minha mulher e colocando-a sentada.
Minha Sereia me olha e está ainda aterrorizada. Eu sei que a preocupação não
é só pela sua integridade pessoal, mas também isso pode prejudicá-la no
trabalho, quem irá dar serviço para uma mulher que está se esfregando com
um homem em plena praça pública na cidade de Las Vegas.
É isso que tem na foto, fomos fotografados depois que casamos e tivemos
nossa primeira vez na praça, a pessoa tirou certinho o momento em que estou
com a mão na calcinha dela, que estou chupando seus seios e que ela está
cavalgando no meu pau.
Então isso é uma humilhação pública para uma pessoa tão famosa como a
Lilian, se essas fotos caem na rede, Lilian estará perdida, não que todos irão
deixar de ter ela como sua advogada, mas em muitos casos sua moral e honra
poderão estar sendo julgada e colocada à prova.
— Vocês vão dizer agora o que tem na foto ou terei que descobrir sozinha —
diz Paixão séria nos olhando. Olho para Lilian e ela faz que sim, pois não
adianta esconder dos nossos amigos o que está acontecendo, eles são os
nossos alicerces e também ficaram em guarda para descobrirem quem foi o
autor dessas fotos.

— Quando nos casamos em Las Vegas, eu e Lilian fomos para uma praça e lá
pintou um clima, vocês sabem, foram 5 anos sem nos tocarmos e aconteceu,
o tesão foi maior — respiro fundo e volto a falar — Acabamos transando ali
mesmo.
As meninas fazem umas caras engraçadas, Lilian tampa o rosto com as mãos
morrendo de vergonha e os meninos dão uma risada sacana.
— A pessoa tirou foto desse momento nosso, tem claramente a Lilian e eu
transando e fazendo algumas carícias um no outro.
— Agora minha curiosidade está grande, eu quero ver essa foto — diz
Tentação levando um tapa no ombro da (Coração).
— Para de ser indiscreta, você não quer ver nada, é nossa amiga que está ali
transando com marido dela e não cabe a olharmos essa cena. Eu não quero
imaginar como é o pau do JR — diz Coração me olhando — Não me leve a
mal JR, mas não quero sonhar com marido alheio — diz ela me fazendo
sorrir, essas meninas são todas loucas mesmo.
— Ok, você venceu. Está certa outra vez. Eu também não quero sonhar com
o pau do JR. Já tenho o meu jogador que me deixa louca, outro eu não
aguentaria — diz ela agora fazendo com que todos achem graça, neste
momento aparece Harry, ele já entra sorrindo.
— Está falando de mim meu amor — diz ele indo beijar Tentação que logo
gruda nele, eles trocam um beijo totalmente apaixonado, é ótimo ver que este
casal conseguiu se recuperar após tudo que aconteceu entre eles um dia.
Harry depois que voltou com ela, me procurou e contou tudo que aconteceu,
eu queria dar umas porradas no pai dele. No final acabou que entendi o que
houve. Torço para que os meus amigos sejam felizes assim como sou com a
Sereia.
— É muito simples Pecado. Procuraremos digital no envelope ou nas fotos,
levaremos para a polícia essas fotos — diz Paixão e Lilian a olha assustada.
— Paixão eu não mostrarei uma foto com as minhas partes íntimas de fora
para um estranho, eu não posso levar para polícia essa foto, teremos que
descobrir por aqui.
— Como faremos isso? Não tem jeito, nós precisamos levar para a polícia.
Tenho certeza que mais ameaças chegaram.
— Vocês têm algum suspeito? — pergunta Natan, ele olha para minha Sereia
e ela desvia o olhar, acredito que nós dois pensamos na mesma pessoa,
acredito que foi o Alysson babaca, ele seria a única pessoa que gostaria de se
vingar da minha Sereia, pelo menos é o que sabemos.
— Pensei no Alisson — digo sério.
— Mas como ele saberia que vocês estavam em Vegas e iriam naquela praça?
— pergunta João chegando perto da Tentação e Harry a aperta.
— Só se ele colocou alguém para nos seguir — diz Tentação séria agora.

— Seria loucura Tentação, o que ele ganharia com isso? — pergunta Yuki
pensativo.
— Esta é a única coisa que veio na minha cabeça. JR moeu ele na porrada lá
no tribunal. Ele deveria estar de cama, acredito que se foi esse babaca, ele
com certeza está pagando alguém para seguir o passo de vocês.
— Faz sentido Tentação, acho melhor a partir de agora, vocês dois não
transarem mais em lugar público, pois isto será mais uma ameaça que ele
poderá usar contra vocês — diz Paixão.
— Claro Paixão que não faremos isso, eu só estou preocupada com o que
mais ele possa ter? — diz Lilian nervosa — Não quero ficar presa a este
louco e aos seus caprichos.
— Lilian! São suas carreiras. Você é uma pessoa pública. Não pode ser
exposta dessa maneira. Isso pode desmerecer a honra dos dois e eu não quero
que sejam presos por atentado ao pudor. Então, segure a sua Lilisinha no
lugar e você JR segura o Júnior também, pois não tem como sabermos o que
esta pessoa quer de vocês — diz Paixão séria.
— Acho melhor você contratar uma equipe de segurança, veremos com o seu
pai Paixão — ela concorda.

— Meu pai adorará, desde aquela tentativa de homicídio que sofri, ele
colocou dois seguranças na minha cola, escondido — ela dá um sorriso —
Então, julgo que todas precisamos tomar cuidado.
— Para minha mulher não precisa — diz Harry sério, ela o encara — Eu já
tenho uma equipe minha que cuida dela.
— Como é? Existem umas pessoas me seguindo e eu não estou sabendo? —
pergunta ela o encarando séria, Harry dá um abraço apertado nela e depois
beija seu pescoço.
— Amor, eu só tenho paz, sabendo que você está segura. Eles são muito
discretos e você nunca percebeu a existência deles ao seu lado. Você acredita
que eu ia deixar a minha mulher correr risco? — ela sorri para ele que
retribui, acredito que ela não esperava isso e mais uma vez constato o quanto
meu amigo é louco por esta mulher.
— Então, sobrou Lilian e Coração, nós precisamos falar com seu pai Paixão e
pedir uma equipe de segurança para elas — digo e todos concordam, após
conversarmos mais um pouco, almoçamos com eles. Ben não sairia para
encontrar conosco, teria que ensaiar uma apresentação e ficaria o dia todo na
escola. Ele estuda em período integral, mas às vezes Lilian o leva para
almoçar em casa.

Mesmo diante das fotos Lílian com o passar do tempo foi relaxando, como
sempre o clima entre todos eram amigáveis e divertidos, eles realmente
sabem como serem amigos. Debochavam das coisas e tiravam sarro da cara
um do outro, isso é o que acho de mais rico entre eles. Se fossem outras
pessoas já iriam existir aquela ignorância o que não há no grupo. Tudo é
levado numa boa, e a conversa flui naturalmente.
Saímos de lá e fomos para casa, tiramos a tarde para nós dois, nosso filho só
sairia do colégio as 17:00 (dezessete horas) aproveitamos, eu e Lilian quase
colocamos aquele apartamento abaixo. Aquela mulher tem um fogo que me
deixa louco e eu adoro me perder nela, namoramos bastante e tiramos o
atraso foi uma tarde maravilhosa.
— Amor eu queria ir buscar o Ben — digo para ela sentindo uma angústia no
meu peito, ela me olha e percebe que algo está errado.
— O que está acontecendo? — pergunta já se levantando e indo para o
banheiro.
— Não sei, mas parece um sexto sentido me dizendo para irmos buscar nosso
filho antes da hora — ela nem discute comigo, rapidamente Lilian entra no
banheiro para tomar banho, eu a acompanho e não houve muita troca de
carícias, havia algo me perturbando.
Quando chegamos na escola, constato o que eu não queria, Alysson está
apertando o braço do meu filho e falando algumas coisas com ele. Olho para
o lado e não vejo nenhum professor ou diretora acompanhando-os. Como
assim? Este cara vem até o colégio do meu filho e tira ele da sala sem que
ninguém veja, vou igual louco para cima dele e Lilian corre para pegar o Ben.
— Tira a mão do meu filho seu filho da puta, já chego nervoso e Lilian sai
com o Ben no colo em direção ao nosso carro.
— O que foi cara? Eu não posso vim fazer uma visitinha para ele — diz o
cara no maior cinismo.
— Visitinha é o caralho, você não é nada do meu filho para ficar perto dele.
Deixarei aqui estipulado que não quero você nem olhando para o lado dele e
se eles não tomarem alguma atitude, irei processá-los, o que meu filho está
fazendo aqui fora com você? Quando deveria estar na sala de aula? — digo
nervoso e o babaca sorri.
— Culpada é a Lilian que não proibiu de o Benjamin sair comigo. Todos
sabem que fomos namorados por muito tempo, então eles não podem
simplesmente me proibir de ver o Ben. Fiz parte da vida dele por dois anos e
você não pode fazer nada sobre isso — diz o cara me desafiando.
— Claro que posso e farei, não aceito você perto do nosso filho e a partir de
hoje você está proibido de olhar para ele — digo dando as costas e indo atrás
da diretora.
Ela nos pediu mil desculpas e disse que Lilian nunca tirou a autorização que
havia para o Alysson pegar o Ben, então para eles era normal o Benjamin sair
com ele, Lilian desfez o pedido e proibimos Alysson de chegar perto do
nosso filho.
Quando voltamos para casa, percebi que o Ben ficou muito quieto e isso
estava me incomodando, meu filho é falador e não para um minuto sequer de
conversar, peço para Lilian nos deixar sozinhos — ela mesmo contrariada
entendeu que este é um assunto para pai e filho.
Olho para o meu filho que está de cabeça baixa, peço que Ben sente no meu
colo e fico acariciando a sua cabeça enquanto tiro alguma informação sobre o
Alysson.
— Filho! Quero te fazer uma pergunta? — ele faz que sim com a cabeça —
Você sabe que somos amigos né? E você pode contar tudo para o papai não
sabe?
— Claro que sei papai, você é meu herói — diz ele me deixando
emocionado.
— Sim, papai é o seu herói — seguro minhas lágrimas — Então, agora peço
que você confie em mim e me conte porque o Alysson estava segurando seu
braço daquela forma lá na escola? — ele faz que não com a cabeça, meu filho
desvia o olhar e vejo tristeza em seus olhos.
— Ben, desde quando te encontrei no Brasil, eu senti que você esconde algo.
Agora meu filho, é o momento de você contar tudo para o papai — ele abaixa
a cabeça e começa a chorar, abraço o meu filho apertado e sei haver algo
muito mais sério do que nós sabíamos.
— Filho! Acredita no papai, conta tudo, eu estarei do seu lado, irei te
proteger e apoiar. Conta para o papai Ben — peço para ele com a maior
calma do mundo, mas por dentro há um turbilhão de emoções, eu quero matar
o Alysson, pode ter certeza que quero acabar com aquele infeliz.
— Não posso papai, ele disse que se eu falar qualquer coisa, minha mamãe
irá sofrer. Eu não quero ver ela assim, ele sempre dizia que se eu contasse
para alguém — ele começa a chorar de novo, isso deu um nó na minha
garganta e eu não acredito que esse filho da puta fez algo de tão ruim para o
meu filho assim. Tenho certeza que sai agora labaredas dos meus olhos e eu
não consigo pensar em muita coisa.

— Ele não irá fazer nada com você ou sua mãe bebê. Papai está aqui e irá
proteger vocês dois de qualquer coisa que ele falou — digo confiante
levantando o queixo do meu filho fazendo ele me olhar, Ben limpa suas
lágrimas e respira fundo tenho certeza que meu filho é um homem forte, pois
não quer mais chorar diante de mim.
— Você promete papai? — ele dá o dedo para eu cruzar com o meu.
— Prometo — ele me encara sério.
— Todas às vezes que ele queria ficar com a mamãe a sós e eu o atrapalhava,
Alysson batia em mim, ele me proibiu de contar para mamãe — mordo
minha língua, pois agora quero matar esse filho da puta, com toda certeza do
mundo e será com as minhas próprias mãos.
— Filho ele tocou em você de outra maneira que não foi dando um tapa —
digo nervoso.
— Ele puxava o meu cabelo e a minha orelha, quando mamãe constatava as
marcas dos beliscões eu tinha que falar para ela que havia caído ou batido em
algum lugar para poder proteger ela dele. Alysson me falava que se eu
contasse para mamãe ele bateria nela também — ele respira fundo. — Eu não
queria que ele machucasse minha mamãe — Meu filho agora volta a chorar,
eu o abraço e fico ali até ele se acalmar.
Depois que Ben dorme no meu colo, eu o coloco na cama e vou para o meu
quarto. Conto tudo para Lilian, minha mulher entra em desespero e promete
matar Alysson, ela nunca percebeu que ele estava judiando do nosso filho. Eu
não sei como será a minha conduta amanhã ao vê-lo, mas algo me diz que
acertaremos as contas, pois isso não ficará assim.
Jamais aceitarei que outra pessoa bata no meu filho que não seja eu ou a mãe
dele, até eu nunca encostei a mão nele. Ben, nunca mais apanhará desse
psicopata que maltrata uma criança indefesa.

CAPÍTULO 16
JR
Não dormi direito esta noite. Pensei muito em tudo que meu filho me contou,
que porra Alysson estava pensando quando ameaçou meu amado filho, além
de Ben ser um garoto muito inteligente ele é também bem-humorado e vê-lo
derrotado assim me dá muita raiva. Quero quebrar a cara deste filho da puta.
— Bom dia — diz minha Sereia com os olhos inchados de tanto chorar, eu a
confortei na noite passada, Lilian se sentia culpada pelo que aconteceu com o
nosso pequeno guerreiro.
— Bom dia Sereia, não trabalhará hoje? — pergunto curioso ao vê-la estar
ainda de camisola e se eu não estivesse tão ocupado pensando no meu filho
poderia perder o controle a qualquer momento e atacá-la. Minha Sereia não
entende o quanto ela é gostosa e eu não resisto ao seu corpo apetitoso.
— Não — diz ela quando me aproximo do seu pescoço — Para JR, eu não
estou com cabeça para isso.
— E precisa ter cabeça para foder Sereia? — pergunto rindo.
— Tem, e a minha está em um garotinho indefeso que eu como uma péssima
mãe não vi ser prejudicado por aquele monstro.

— Ele vai se reerguer amor — digo com toda certeza, meu filho é forte o que
me orgulha muito dele.
— Eu sei, marquei a psicóloga para amanhã, ela pediu que nós dois
participamos da primeira consulta e depois Ben ficará com um de nós dois
apenas.
— Ok, trabalharei, estou ainda em estágio de aprovação lá na empresa —
digo dando esta desculpa, pois, na verdade, quero é ter uma conversa com
aquele filho da puta.
— Tudo bem, amanhã vou, hoje quero ficar com o nosso filho — disse ela
ainda triste, não queria deixá-la sozinha, mas naquele momento eu tinha um
assunto muito sério para tratar.

— Venho almoçar com vocês — dou um beijo nela e abraço meu filho,
depois vou para a empresa acabar com aquele miserável.
Chego à empresa e minha raiva está em um nível muito alto. Pensei a noite
toda em qual maneira eu poderia fazer para aquele verme sofrer mais na
minha mão, não queria perder a cabeça ali no serviço, mas ele cometeu um
grave erro, mexeu com o meu filho.
— Bom dia JR — diz Natan sorrindo.
— Cara o dia ainda não está bom, mas ficará assim que eu ver aquele
monstro entrar por aquela porta — digo sorrindo e Natan me olha sério.
— Você brigará com Alysson de novo? — diz ele exasperado.
— Arrebentarei aquele infeliz, espancador de criança — digo nervoso.

— Que porra você está falando cara? — pergunta ele curioso e já irritado.
— Ontem meu filho me confidenciou que Alysson não só batia nele às
escondidas como também ameaçava a vida dele e da sua mãe, por isso meu
filho não gosta dele — Você tem ideia do que estou sentindo nesse momento,
na vontade que tenho de acabar com aquele homem?
— Você está brincando não é JR? Eu não acredito que aquele filho da puta
teve coragem de bater em uma criança e ainda ameaçar a Lilian. Como deve
ter ficado a cabeça do Benjamin — diz Natan indignado. Lilian me disse que
eles dois viviam uma relação de amor e ódio. Os dois nunca se entenderam e,
ao mesmo tempo, um não vive sem o outro, mas que o pior de tudo é Natan
querer disputar a atenção de todos com um menino de 4 anos o que faziam
eles se divertirem.
— Eu agora estou muito puto, mas vou te ajudar a pegar este safado, assim
que ele chegar indicarei uma sala dizendo que o Maurílio está chamando-o,
mas quando o idiota entrar trancarei a porta e você o arrebenta — dou um
sorriso animado.
— Combinado então — faço um toque com ele e me encaminho para a sala,
meu nervoso é tremendo e a minha paciência já não existe mais, assim que
ouço a porta abrir dou um sorriso vitorioso, estalo o meu pescoço e os meus
dedos.
— Que palhaçada é essa aqui? Por acaso você… — Não o deixo terminar de
falar.
— Cala a boca seu porco, não quero ouvir sua voz, mas os seus gritos, ah!
Esses quero ouvir e muito — ele começa a rir da minha cara e eu vou para
cima dele, dou o primeiro murro e ele desvia ainda sorrindo, isso me deixa
mais puto com ele, quero quebrar todos os dentes da sua boca.
Dou um chute na sua barriga. Ele é pego de surpresa e quando o Alysson
Abaixa um pouco do outro chute agora na sua virilha, foda-se que esse golpe
é baixo, eu quero é matar esse filho da puta. Começo a esmurrar a sua cara
enquanto ele ainda geme de dor, eu lembro do meu filho chorando e o meu
ódio aumenta.
Alysson tenta se proteger, mas estou com muita raiva e não dou tempo de ele
fazer nada. Chuto sua perna, barriga, braço, esmurro sua cara com força sem
ligar para nada, meus punhos doem, meu pé reclama e eu não quero saber,
tirarei sangue dele, a raiva que estou sentindo absorve a minha dor me
fazendo bater mais forte.
Não tenho pena dele da mesma maneira que ele não teve do meu pequeno.
Quero devolver todo o mal que ele fez ao meu filho quebrando este infeliz ao
meio, ouço vozes na porta batendo e mandando eu abrir, sei que é Maurílio,
ele é um dos donos do escritório e eu não quero saber se serei mandado
embora.
— Nunca mais toca no meu pequeno seu filho da puta, nunca mais bata em
um inocente.
— Você está fodido babaca — diz Alysson que começa a rir e cuspir sangue
— Tudo isso é medo de Lilian me querer de volta e te trocar.
Fico com mais raiva ainda, quando vou responder à porta é arrombada e vejo
dois seguranças entrando, Maurílio vem logo buscando o que está
acontecendo.
— JR Você está louco? Como agride um colega seu de serviço desta
maneira? — ele vai até o Alysson que faz agora cara de coitado.
— Eu não sei Maurílio, ai que dor — começa ele a gemer — Este cara do
nada me pegou aqui na sala e começou a me bater, você não deveria deixar
essa pessoa entrar no nosso escritório, ele é um desequilibrado mental e
poderia atacar um dos nossos clientes.
— Filho da puta — rosno querendo ir para cima dele, mas Natan me segura.
— Só irei te dar este aviso Maurílio, acho melhor este homem não participar
da nossa empresa — disse Alysson sofrido com cara de coitado, sua boca está
cortada e tem sangue escorrendo pelo canto, seu olho direito está
praticamente fechado, sua roupa rasgada e eu queria arrebentar ele mais
ainda.
— Não é nada disso Maurílio, você não sabe o que esse cara fez — antes de
eu terminar de falar chegam dois policiais e um deles vai até à direção do
Alysson todo solícito, acredito que o babaca seja amigo dele, o cara me
encara e depois o Alysson.
— Recebemos uma denúncia de agressão aqui no escritório e viemos
averiguar.
— Este cara me atacou sargento Pedroso, eu quero fazer uma denúncia contra
ele — diz o cretino.
— Senhor, preciso que me acompanhe até a delegacia — diz o sargento
Pedroso.
— Vou com toda certeza, também quero denunciar a agressão feita ao meu
filho — digo nervoso, nesta hora chega João, Heiki e não sei por que Yuki
também está aqui, acredito que Natan ligou para ele.
— Então teremos que levar vocês dois para a delegacia — diz o outro policial
que se chama cabo Queiroz.
— Foi ele Cabo, este cara do nada começou a me bater, ele chegou aqui com
uma louca acusação de agressão ao seu filho, por quem tenho muito carinho,
Benjamin é como um filho para mim também.
— Lava a boca para falar o nome do meu filho — grito nervoso.

— Acredito que ele precisa fazer algum exame, pois deve estar drogado e
veio para cima de mim sem eu ter dado nem bom dia — diz se fazendo de
coitado.
— Quero matar você — digo louco — Você é um monstro que bateu no meu
filho durante anos e fez com que a cabecinha dele ficasse confusa, meu filho
tem pavor de você seu miserável, agora estou devolvendo tudo fez para ele.
— Seu filho me adora JR, confessa logo que tudo isso é ciúmes da Lilian que
é minha ex-namorada — diz ele e vejo o sargento Pedroso ficar nervoso.
— Não acredito que fui tirado do meu descanso por causa daquela mulher
escrota — diz o sargento baixo, mas eu ouço.
— Você falou o que da minha mulher? — pergunto encarando o sargento que
já percebi ser babaca.
— Não falei nada, o senhor também quererá implicar comigo e desrespeitar
uma autoridade? — pergunta ele arrogante.
— Calma sargento, ele só está assim por medo de perder a sua mulher para
mim, ela só o quis depois que eu a dispensei — o policial concorda e sorri
parecendo gostar de saber disso.
— Chega deste assunto e vamos para a delegacia — diz o sargento puxa saco
de Alysson e eu concordo.
— Vamos que não deixarei a agressão ao meu filho passar — digo já saindo e
o sargento me olha zangado com um olhar de reprovação.
— O senhor tem como provar que seu filho foi humilhado ou maltratado pelo
doutor Alysson? — diz o sargento nervoso.
— Na época não foi realizado exame de corpo delito, então eu não tenho
provas materiais, mas a palavra do meu filho tem que valer algo, ele pode
testemunhar — digo firme.
— Senhor o seu filho é menor de idade e ele pode muito bem-estar sendo
coagido para dizer que foi maltratado pelo senhor Alisson — diz o sargento
puxa saco, defendendo o Alysson na minha frente, que parece querer sorrir.

— Não! Você não sabe o que está dizendo, meu filho jamais mentiria uma
coisa séria dessa, ele foi muito bem-educado pela minha esposa — digo sério
e percebo que a mandíbula dele fica tensa.
— Como disse, sem provas são só palavras ao vento.
— Ele foi humilhado e maltratado por Alysson e agora ele precisa, passar por
uma psicóloga para poder quebrar a barreira do medo que esse babaca fez
dentro dele — digo nervoso novamente e Maurílio me olha com pena, mas
sei que ele não irá intrometer nesta situação.
João, Nathan, Heiki e Yuki olham para Alysson mortalmente e os policiais
entram na frente querendo protegê-lo de tomar um pau deles, que porra
está acontecendo aqui.
— Vamos ou não sargento Pedroso — diz Alysson que dá um sorriso para
mim — Eu já tenho uma queixa contra ele e agora novamente sou atacado
covardemente.
Saímos de lá, fui com a polícia e os meninos atrás no carro de Heiki, eu já
respondo por aquele processo, sei que Alysson quererá ser vítima, só espero
que o delegado não acredite.
Chegamos à delegacia e Alysson já estava ansioso para me ferrar, entramos
na sala do delegado e o Sargento já deu uma versão dos fatos que eu não
gostei, o delegado deu um olhar para Alysson e ele torceu os lábios para
baixo parecendo desgostoso com aquele olhar ameaçador.
Lembrei que eu o conhecia, ele era o delegado da outra vez que demos parte
do Alysson.
— Delegado Marcos, quero pedir que este cidadão fique preso, acredito que
ele possa atentar contra minha vida — diz o filho da puta, e o sargento
concorda, o delegado levanta uma sobrancelha questionando a atitude dele.
— Quem decide isso sou eu e os fatos, JR gostaria de falar com o Alysson
primeiro e depois com você — diz ele educado.
— Marcos! Ele agrediu o doutor Alysson, você deveria mandá-lo passar pelo
menos uma noite aqui para se acalmar.

— Sargento! Quem decide isso sou eu, quero que não me chame pelo meu
nome, pois sou seu superior e não somos amigos, para você é “Delegado” —
disse Marcos e eu vejo o cara engolir seco.
Saímos todos da sala e deixamos o cretino dando seu depoimento. Melhor,
mentindo né. Quase vinte minutos depois e nada dele sair. Minha mulher
chega com Gabi, às duas estão sérias e profissionais como sempre, vejo o
olhar de nojo que o Sargento dá para Lilian que o ignora e vem até mim,
puxo ela para o meu braço e beijo sua boca gostosa.
— Como você está? — pergunta ela assim que paramos nosso beijo.
— Estou bem, mas não posso dizer o mesmo do seu ex — ela me abraça e dá
um sorriso escondido.
— Você bateu muito nele? — pergunta ela bem baixinho.
— Arrebentei com ele — digo sorrindo e ela me puxa e cola nossos lábios.
— Muito obrigada por nos defender — diz ela emocionada.
— Sempre, eu nunca mais deixarei alguém fazer mal para vocês.
Alysson sai da sala, seu sorriso que estava grande vai diminuindo e seus
olhos prendem na minha mulher, eu passo meus braços pela cintura de Lilian
e colo nossos corpos.
— Lilian — diz ele com um sussurro, ela me puxa e nós dois ignoramos ele.
Assim que sentamos em frente ao delegado, começo a contar toda a história
até aqui. Marcos parece que matará um. Percebo que sua raiva é em relação
ao que estou contando. Marcos alega não poder fazer nada devido eu não ter
nenhuma prova material. Infelizmente ele teve que concordar com o Sargento
babão e eu não posso fazer nada. Porque nenhum Juiz deixará de dar razão
para o renomado advogado para acreditar em uma criança, eles com certeza
irão expor meu filho. Mas, no final vão acreditar no Alysson e isso me deixou
muito puto. Observo a cara do policial que faz careta.
— Qual o problema sargento Pedroso? — pergunta Marcos percebendo a
cara dele que fica sério na hora.
— Nada, só pensei que veria as grandes Deusas em ação — diz ele em
deboche — Dizem que elas são muito competentes e se acham muito — diz
ele dando de ombro e a Gabi sorri.
— Eu não me acho querido sargento, eu sou boa no que faço e não deixo de
defender os inocentes.
— Será! Vocês parecem ser tão fracas — Lilian dá um sorriso e faz que não
com a cabeça.
— Não sargento, somos as melhores e tenho certeza que um dia você terá o
prazer de ver isso — Lilian olha com raiva para ele, já Gabriela se pudesse, o
atacava. Natan e João estavam putos e queriam processar o policial por
preconceito, pois foi claro o por que ele estava julgando as meninas.
Isso virou uma bagunça e Marcos teve que intervir, o que acabou deixando o
policial puto e Marcos que também é negro o colocou em seu devido lugar.
— Sargento Pedroso? — Marcos fala o nome do policial.
— Sim! — diz ele parecendo incomodado de ter que falar com Marcos.
— Nos deixa a sós por favor.
— Desculpa! Mas, não posso segurá-lo sem provas. Infelizmente terei que
liberá-lo — diz ele chateado.
— Tudo bem Marcos, eu ainda verei esse cara pagar o que fez para o nosso
filho — digo nervoso e Lilian me olha triste.
Depois voltamos para casa, eu estou com mais uma acusação de agressão e
tive que pagar uma multa exorbitante. Marcos disse que na próxima eu não
poderei pagar fiança. Então, me policiarei para isso não acontecer e eu não
ser preso, tomei um banho de banheira para relaxar os músculos e depois
amaria minha mulher para ela se acalmar, então almoçaríamos e eu procurarei
outro serviço amanhã mesmo, pois Maurílio iria me dispensar segundo me
contaram.

CAPÍTULO 17
LILIAN
UM MÊS DEPOIS
Não sei o que está acontecendo na minha vida, de uns dias para cá as coisas
deram uma virada louca, segredos foram aparecendo em forma de sofrimento.
Primeiro o pai do JR morreu e ele ficou em depressão, depois recebo cartas
com ameaças e por último a cereja do bolo descubro que meu ex-namorado
batia e mexia com o psicológico do meu querido e amado filho. Porra! Será
que estou pagando promessa e não terei a felicidade de ter conseguido formar
a minha família.
— Pecado está acontecendo algo? — diz Tentação entrando na minha sala, eu
estava tão perdida nos meus pensamentos que não vi ela chegar.
— Está acontecendo tudo Lu, eu não aguento mais tanta coisa vindo de lá
para cá. É pedrada atrás de pedrada, eu nunca fiz mal a ninguém. Não olhei
para o marido de outra, sempre fui uma boa filha e amiga, sinceramente não
vejo explicação para tudo que está acontecendo na minha vida — estou
indignada e ela vem até onde estou me abraçando.
— Amiga não fique assim! Você sabe muito bem que Deus não dá um fardo
maior do que aguentamos carregar. Sei que às vezes para nós é um pouco
esquisito e difícil ouvir isso. Pensar! Será que tem como piorar? Mas, garanto
para você que sim. Quando Deus nos dá algo em nosso caminho é porque
precisamos passar por este processo de aprendizagem e melhoria.
— Meu Deus! O que Harry fez com você? Gente até filosofando a mulher
está? — digo tirando sarro dela que cai na gargalhada.
— Minha amiga, o que um pau gostoso não faz conosco, não é? — diz ela
maliciosa e eu caio na risada.
— Faz bastante propaganda do seu homem e quando as piriguetes chegarem
junto dele, você não reclama — digo rindo.
— Ah! Por favor. Pecado eu me garanto. Se meu perneta fizer qualquer coisa
que me desagrade, acabo com ele. Começo cortando aquele pau maravilhoso
fora — diz ela confiante.
— Ok Tentação! Isso eu não posso retrucar, pois, aquele homem é louco por
você e também sabe das consequências se ele pensar em te trair ou magoar —
ela abre um sorriso enorme.
— E JR por você amiga, então não podemos reclamar — faço que sim com a
cabeça.
— Que dia a Galega chega? Pergunta ela curiosa.
— Amanhã, olha eu me surpreendi com a Fabíola, julguei que aquela mulher
iria me estressar mais ela a cada dia me mostra que mudou e eu acertei em tê-
la como minha assistente.
— Todas nós nos surpreendemos com esta nova versão 3.4 de Fabíola
Molina, eu me lembro bem de como ela olhava torto para a Gabi e se achava
superior, diz Tentação pensativa.
— Verdade, mas Fabíola não é mais aquela mulher fútil, arrogante e
ignorante, ela nos mostra isso com atitudes o que vale muito mais que mil
palavras
— Ela me disse que viajaria, mas não demoraria, pois, tinha um compromisso
sério com você — começo a rir se for o que estou pensando.
— Se for o que estou pensando, ela ainda vai nos surpreender mais ainda, ou
melhor, Fabíola irá se apaixonar.
— Eu não falo com a Galega faz dias, pois o processo que ela foi te
representar consumiu toda a energia e tempo.
— Sim, era algo muito importante e a danada ganhou, eu só não fui porque
estava dando atenção para o meu filho, JR fez uma semana de atividades para
nós em família como a psicóloga pediu.

— Como foi lá com ela, você parece ainda triste? — pergunta Tentação
preocupada.
— Posso te dizer que fui do inferno ao céu na primeira vez que fomos, o Ben
parecia um pouco inseguro e retraído, mas a doutora Vanessa nos mostrou ser
uma mulher competente e muito profissional. Tive medo de ser julgada por
não ter sido uma boa mãe, mas isso não aconteceu o que me deixou
extremamente feliz e animada com o tratamento, ela nos deixa muito a
vontade e acaba fazendo com que a conversa flua naturalmente — dou um
sorriso confiante.
— E o JR! Fará terapia também?
— Sim, ele aceitou ir para tirar o trauma da morte do seu pai, nós sabemos o
quanto aquilo o quebrou.
— Fico mais tranquila em saber disso Lilian. Ver você confiante e está
felicidade estampada no seu rosto, mostra que só precisa viver cada dia como
se fosse o último e jogue o passado para trás, pois quem vive dele é só museu
e professor de história, curta sua família e seja feliz.
— Sim, é um dia de cada vez como a doutora nos disse, agora chega desta
conversa triste, pois hoje tenho que ir à associação.
— Eu não fui lá este mês ainda por que Harry quer ir junto, ele está querendo
melhorar a escolinha e levar alguns olheiros para ver os garotos, veremos se
dará certo.
— Sim, verdade, não dá para prometer algo para eles e não cumprir — ela faz
que sim e logo voltamos a falar da Fabíola de novo. JR me diz que não
entende como conseguimos falar dez assuntos em simultâneo, fazer o que se
somos muito inteligentes e temos vários assuntos para discutir, não é? —
digo fazendo ela gargalhar.
— Com certeza, mas, fala aí, a Galega está indo bem na associação? Eu às
vezes tenho medo dela estar nos enganando — diz Tentação séria.
— Lembro do primeiro dia que ela chegou aqui, eu vi uma mulher derrotada
e triste com as suas escolhas no passado, mas gradualmente ela foi me
mostrando que mudou, acredito que Fabíola realmente tenha se arrependido
do que fez no passado para Kelly e Gabi.
— Somos duas, ela parecia nervosa, uma ratinha assustada — diz Tentação e
eu me lembro deste dia.

LILIAN ON
Estava conversando com Paixão sobre um caso que tirou o meu sono, quando
Gabi chegou com sua prima que era muito metida.
— Bom dia Deusas — diz Coração animada, ela sorri para sua
prima docemente — Olha quem chegou mais cedo meninas, acredito que
minha prima queria meter a mão na massa logo — diz Gabi meio apreensiva.
— Oi! Meninas bom dia, desculpe vir antes, mas eu não queria perder mais
tempo — diz ela parecendo com medo e isso para nós é novidade, pois
Fabíola sempre foi muito forte e determinada e hoje estou vendo-a sem
confiança nenhuma.
— Ok Fabíola, se você veio para trabalhar com tanta vontade assim, eu te
convido a colocar suas mãos na massa — ela sorriu agora parecendo mais
confiante. Olhei para Gabi e minha amiga estava toda feliz, tomara que está
nova Fabíola não queira pisar em ninguém aqui por que se isso acontecer eu
mesmo a processo.

Depois disso entreguei alguns processos que eu já avaliei para ela olhar só
por experiência e o resultado foi bem proveitoso e Fabíola passou pouco a
pouco a nos conquistar e hoje a Galega como Tentação a chama, faz parte
desta família louca e perfeita como a nossa.

LILIAN OFF
— Fico feliz de ela ter mudado e realmente hoje a galega é outra pessoa.
Antes de eu responder o meu telefone toca, olho na tela e vejo a foto que me
faz sorrir diariamente só de olha-la.
— Bom dia Sereia — diz JR todo animado.
— Bom dia amor — digo.

— Repete Sereia, adoro quando me chama assim. Sou seu amor?


— Sim, pois durante todos esses meses você se transformou nisso, meu amor,
minha família — digo e vejo Luiza fazer coração com as mãos para mim.
— Porra mulher, por que você não falou isso hoje enquanto eu estava te
fodendo gostoso — diz ele malicioso — Garanto que eu ainda estaria dentro
de você fazendo o nosso segundo filho — diz sério.
— Eu adoraria estar com você até agora — digo sorrindo — Principalmente
se fosse para sentir suas mãos deslizando pelo meu corpo enquanto seu pau
enorme esfrega na minha intimidade — digo e JR solta um monte de
palavrão.
— Valeu aí Sereia, estou no corredor do fórum de pau duro e sem um pingo
de cabeça para defender um caso de paternidade, porra mulher assim você me
mata de amor por você caralho — diz ele, eu começo a rir do seu desespero.
— Mais tarde eu te recompenso pode ser? Chuparei seu pau gostoso e você
gozará nos meus seios enquanto eu me toco — ele solta um gemido.
— Sereia você está muito safada hoje, isso significa que eu ganharei uma
noite deliciosa mais tarde.
— Pode apostar que sim JR, pode apostar que sim — ele dá um suspiro e
volta a falar.
— Começará minha audiência, me deseje sorte.
— Vai lá amor e arrebenta com este canalha.
— Com este incentivo não terá para ninguém meu amor, beijos e até a noite
— diz calmo e meu coração bate descompassado.
— Beijos meu amor — desligo toda apaixonada e Lu está com um sorriso
enorme.
— Aí que tudo amiga, vocês estão apaixonados — diz batendo palmas.
— Sim, estamos — digo sorrindo, depois disso falamos sobre dois processos
e ela foi embora.
Almoço na empresa às pressas, pois tenho uma audiência e se não me
apressar acabarei me atrasando. Como rápido e acabo ficando ruim com o
meu estômago, estou muito enjoada, chego no fórum e o Alex já está me
esperando. A cretina da mulher dele quer ir embora para outra cidade atrás do
ex-marido que a deixou e com isso irá dar a guarda das duas filhas para ele.
Como uma mãe pode fazer isso com as suas próprias filhas? Ainda mais
devido a macho, não, isso realmente não entra na minha cabeça.
Chego ao fórum atrasada e Alex está rindo, pois, ele que sempre se atrasava.
— Ainda bem que não fui eu hein! Doutora. Senão a senhora acabaria
comigo — diz ele rindo, JR se aproxima, quando sinto seu perfume, eu saio
correndo para o banheiro.
— Sereia — grita JR atrás de mim e eu não tenho tempo de responder.

Chego no banheiro e coloco todos os bofes para fora, suor saem da minha
testa, meu cabelo fica grudado, sinto uma mão nas minhas costas e quando
sinto o perfume dele volto a vomitar novamente.
— Sereia o que você tem? Vamos para o hospital — diz ele preocupado.
— Nada disso. Foi algo que comi e me fez mal — falo firme e após um
tempo ali abraçada com o vaso sanitário resolvo me levantar.
— Sereia sua boca está pálida meu amor — diz ele amoroso
— Eu já estou bem amor — digo colocando minha mão na lateral do seu
rosto — ele sorri e meu coração acelera, JR abaixa para me beijar e eu
desvio.
— Nem pensar, escovarei meus dentes — ele concorda e sorri, algumas
mulheres entram no banheiro e se assustam com meu homem lá dentro — Me
espera lá fora — ele ia reclamar, mas eu não deixo — Estou bem, querido —
ele sai um pouco ainda preocupado.
Fico lá mais alguns minutos até realmente me sentir bem, pois estou um
pouco zonza, assim que meu corpo começa a me obedecer novamente volto a
andar e topo com meu marido andando de um lado para o outro.
— Você tem certeza que está tudo bem Sereia? — Pergunta ele acariciando o
meu rosto.
— Claro que sim amor — ele me puxa para os seus braços e me aperta —
Estou bem, fique calmo, ficamos assim por alguns minutos até Alex me
chamar e eu ter que olhar para aquela mulher safada.
A audiência correu tudo bem e a mulher nem sequer derramou uma lágrima
ao abdicar da guarda dos filhos, mas Alex estava emocionado por tê-los para
sempre com ele.
— Espero que você seja muito feliz com a sua escolha, pois eu não
conseguiria viver longe deles.
— Cala a boca seu pinguço, você deve estar odiando ter que deixar de ir para
o boteco final de semana, já que terá agora duas crianças para cuidar — diz
ela zangada.
— Eu não bebo mais há muito tempo, só comecei a beber quando você me
trocou pelo dono do banco, eu te amava e você me trocou por um homem que
fez agora a mesma coisa com você, mas eu nunca abandonei meus filhos por
nenhuma outra mulher — diz ele magoado.
— Alex, não vale a pena, estão todos nos olhando — eu pego no ombro dele
que concorda com a cabeça, a mulher dele abre um sorriso que parece uma
cobra pronta para dar o bote.
— Julgo que você é mais esperto do que parece, pois, pelo jeito está comendo
sua advogada — diz ela nos deixando chocados e JR chega atrás de mim.
— O único que come esta mulher sou eu. Vá jogar seu veneno para outro
lugar — diz ele me abraçando por trás e puxando meu corpo para perto dele.
— Então você é o corno — diz ela, eu perco a minha educação e vou para
cima dela mais JR me segura.
— Me solta amor, quebrarei a cara desta vadia — grito zangada e ele chega
perto do meu ouvido e sussurra para mim.

— Amor! Temos plateia, alguns até com celular, deixa esta mulher amarga
para lá. Sai dos braços dele, quando sinto seu perfume novamente, acabo o
empurrando e corro para o banheiro com JR atrás de mim me gritando.
Após mais uma seção de chamar o Hugo e eu colocar minhas tripas para fora,
volto ao normal, merda! O que comi que me fez tanto mal assim, começo a
me preocupar.
Saio do banheiro e desta vez JR não entrou por que tinha muitas mulheres lá.
Ele vem todo preocupado para o meu lado, mas antes de JR me abraçar, vejo
um cabelo loiro passar atrás dele, como torci para nos encontrarmos, sabia
que seria na hora certa, desvio do abraço dele e vou para cima daquela cobra.
— Oi! Cobra, quanto tempo não vejo seu veneno sendo espalhado por aí —
digo controlando a minha raiva para não quebrar a cara dela. Jessica vira para
mim já sorrindo, mas sua fisionomia muda quando ela olha para JR. Vejo ela
perder sua cor, então JR disse a verdade e essa víbora fez eu pensar que ele
escreveu aquele bilhete.
— Vocês estão juntos? — pergunta ela rápido.
— Não devido a você né Jéssica? Como fez aquilo? Por sua causa, meu filho
ficou sem conhecer o pai.
— Você acredita que eu deixaria um homem lindo como esse, com uma
vagabunda igual você — diz ela me olhando com desdém — Eu o salvei....
— ela não terminou de falar por que já meti a mão na cara da vagabunda.
Como ela estava de salto, Jessica acabou se desequilibrando e antes que ela
se recuperasse dei outro tapa fazendo-a cair que nem uma jaca podre e antes
dela pensar em se levantar voei para cima dela.
Jessica gritava e eu dei vários tapas na sua cara de vagabunda amarga, ela
tentava se proteger e acabou me arranhando no rosto. Aquilo me deu mais
ódio da cara dela, a esmurrei, o grito que saiu da sua boca veio após um
estalo e eu vi seu nariz entortar para a direita.
Queria quebrar ela no meio e estava pouco me lixando para aquela cobra
esperneando embaixo de mim, eu só via vermelho e queria acabar com ela de
qualquer jeito, JR depois que viu Jessica começar a ficar mole e não se
debater mais, resolveu me tirar de cima dela.

— Chega amor, ela perderá os sentidos — diz ele, eu levanto arrumando a


minha roupa — Jessica chora e me xinga.
— Filha da puta, vou te processar por agressão, sua preta maldita, macaca
escrota, piranha suja, preta fedida — diz gritando e eu apenas a encarei.
— Faça isso que vou te processar por racismo — digo saindo e vendo
algumas pessoas a ajudarem a se levantar
— Vamos amor que este lixo já foi expulso da nossa vida — diz ele me
puxando, mas não dou dois passos e vejo tudo escurecer e JR me gritar
desesperado.
— Sereia… amor… acorda dorminhoca — diz ele no meu ouvido. Dou um
sorriso e lembro do meu sonho, credo, penso que estou querendo pegar a
Jessica há tanto tempo que até no sonho ela apanha. Abro meus olhos
lentamente e logo percebo que não estou no meu quarto, JR está sorrindo
para mim e eu devolvo o sorriso.
— Oi! Amor vai me dizer que não foi um sonho e eu quase matei a Jessica?
— Pergunto abismada com a minha atitude.
— Não foi um sonho Sereia, eu te parei antes que você fosse presa e nós
tivéssemos que visitar a senhora lá na cadeia, por que me deu muita vontade
de deixar você bater mais naquela racista.
— Desculpa te envergonhar desta maneira — ele pega na minha mão e beija.
— Não fiquei envergonhado, pelo ao contrário, me senti orgulhoso de te ver
lutando contra aquela que nos prejudicou tanto.
— Puxa! Até que enfim você acordou Pecado — diz Lu entrando no quarto
com as minhas amigas e os meninos também.
— Yuki! O que minha Sereia tem? — pergunta JR preocupado e ele está
olhando os meus exames.
— Ela não tem nada no momento — ele para de falar e olha para a minha
barriga — Mas daqui a seis meses, nossa família irá aumentar e Lilian te dará
seu segundo ou segunda herdeira — JR me olha e abre um sorriso lindo. Seus
olhos ficam marejados e eu me emociono de vê-lo tão feliz, as meninas
gritam e os meninos se abraçam, olho para todos ali e vejo que apesar de
tudo, nós ainda estamos juntos e permaneceremos por muito tempo.
— Obrigado Sereia, porra! Serei pai novamente caralho — grita JR
esquecendo onde estamos e todos batem palmas felizes, era isso que eu
sonhava em acontecer quando ele soubesse do Ben e hoje vejo que não estava
errada. Obrigada Deus por me trazer este homem maravilhoso.
CAPÍTULO 18
JR
Serei pai porra! Isso é uma coisa maravilhosa. Quando soube da existência do
Ben, foi tudo tão louco que não pude saborear tanto a emoção de ser pai
como agora que posso observar a barriga da sereia crescer. As emoções são
fortes e eu a cada momento babo mais ainda em cima dela.
— JR vou com esta roupa — diz zangada.
— Sereia esta roupa amassará nosso filho — digo chateado.
— JR não me irrite, eu estou te avisando, já sinto que meus hormônios vão
me fazer te matar antes da gravidez acabar.
— Sereia, acredito que aquela outra está mais larga em você — digo não
desistindo de fazê-la mudar de roupa.
— Não mudarei, eu sei o que estou fazendo e jamais colocaria nosso filho em
perigo — diz ela sorrindo — Acalme meu lindo marido porque senão você
pirará antes do nosso filho nascer — Sereia vem até onde estou e me abraça
apertado.
— Ok, tentarei não pirar, mas, você tem que ter calma comigo — logo meu
celular começa a tocar e eu atendo vendo ser o João.
— A noite pub sem reclamações — diz João.
— Não posso, minha mulher está grávida e não quero deixá-la sozinha, vai
que meu filho quer comer algo eu… — Sereia toma o celular da minha mão.
— Ele vai João — olho para ela sem entender — Meu marido está precisando
relaxar. Aí de você se apresentar alguma piranha para ele — diz sorrindo
docemente para mim e me devolve o telefone.
— Ah! Mulher nervosa, você está ferrado em JR — disse João rindo.
— Você também não fica atrás, sua noiva é muito quieta, mas, quando fica
zangada não tem quem há acalme ela — digo debochando dele.
— Ok, não posso reclamar mesmo, minha pequena é um vulcão em erupção
— ele cai na gargalhada.
— Todos vão? — Pergunto sabendo que logo as meninas vão inventar a noite
delas para o nosso azar e desespero.
— Sim, antes de sair te aviso o horário que estaremos lá.
— Ok combinado. João — chamo sua atenção.
— Fala cara, não vem com outra desculpa entendeu — diz ele.
— Não, eu queria saber se vocês convidaram todos do escritório.
— Fica tranquilo, depois que descobrimos o que aconteceu com o Ben,
excluímos Alysson das nossas vidas. Seu filho é o nosso sobrinho. Jamais
deixaríamos fazerem algo com ele e sair impune. Somos uma família e
mexeu com um, mexeu com todos — diz ele
irritado.
— Obrigado, nosso filho também ama todos vocês — digo aliviado por saber
que Alysson não estará lá.
— Até a noite. Despedimos e eu namorei mais um pouco com minha linda
esposa que me deixou muito excitado e para o meu azar estava atrasada para
encontrar um cliente. Fui obrigado a tomar um banho gelado e depois levei
meu filho para brincar na pracinha, hoje eu só ia para o escritório na parte da
tarde, meu chefe decidirá qual seria nossa punição pela briga no escritório.
Chegamos na Praça e o Ben logo fez amizades com algumas crianças que ali
se encontravam, percebi que algumas estavam com suas babás enquanto
outras com as mães. Meu filho como é muito receptivo logo já tinha sua
turminha arrumada e eu me orgulhava de observar o quanto Benjamin era
uma criança querida.
Vi seus olhos brilharem e percebi o quanto ele ir ao psicólogo estava fazendo
bem para a sua vida, Benjamin voltou a ter aquele sorriso sapeca e conversar
mais que o homem da cobra. Sei que às vezes ele ainda parece um pouco
perturbado com o que aconteceu, mas segundo a psicóloga isso é normal.
Benjamin está ainda no processo de cura, de libertação e nós precisamos ter
paciência.
Dou um sorriso ao perceber que meu filho está de mãos dadas com uma
loirinha, olha só o meu garotão já escolheu sua futura namorada, devo estar
igual um pai babão olhando a sua cria se dando bem.
Mas, claro que entre eles não há malícia apenas uma amizade pura e
verdadeira, ver ele assim interagindo com outras crianças e vivendo este
momento é maravilhoso, não posso deixar que meu filho pule etapas da vida
dele, todas elas devem ser sentidas e curtidas ao extremo.
Vejo uma Land Rover branca chegar e uma loira muito bonita descer dela, a
babá que estava acompanhando a garotinha loirinha que brincava com
Benjamin, vai às pressas pegá-la, seu sorriso que antes existia agora sumiu do
seu rosto junto com a cor dela que é branca e está igual papel.
— Anastácia! Posso saber porque você deixou a minha princesa brincar com
o filho da empregada — disse a mulher esnobe apontando para Benjamin que
brinca sem perceber o que foi dito, isso faz o meu sangue ferver e eu vou até
à mulher já pronto para a briga.
— Dona Amália! Ele não é filho da empregada e sim de um morador aqui do
condomínio — diz ela toda nervosa, quando voltamos de Vegas eu e Pecado
compramos uma casa em um condomínio. Pensei muito na possibilidade de
futuramente termos mais filhos e um apartamento não era nada bom para uma
criança, Benjamin é o que diga, ele é muito travesso e precisava extravasar as
suas energias.
— Esse neguinho é filho de alguém rico, então por favor os pais precisam
cortar o cabelo dele, parece um bombril esticado — diz a mulher em deboche
e eu chego bem na hora. A menina quando me vê fica mais branca ainda o
que acreditei não ser possível, seus lábios tremem de nervoso e a mulher me
olha com Malícia.
— Bom dia! Você é novo por aqui? Não me lembro de já ter te visto antes —
diz a mulher ignorando agora sua filha e a babá.
— Sim, eu e minha família nos mudamos a pouco tempo, pois compramos a
casa e mandamos reformá-la — digo muito puto da vida e ela percebe a
minha irritação.
— Você parece estar estressado, quer sair para tomar algo e dar uma relaxada
— diz a mulher na maior cara de pau, será que ela não está vendo a minha
aliança.
— Eu não estou estressado “Senhora” — dei ênfase na senhora — Estou puto
da vida, pois não aceito que as pessoas falem ou trate mal meu filho — já
chego jogando na cara dela o que me incomoda. Vejo ela olhando em volta
do parque procurando quem é meu filho e logo ela sorri vendo um menino
branco, com cabelos castanhos cortados como mauricinho.
— Muito lindo seu filho e parece ser uma criança adorável — diz ela ainda
olhando o menino, Benjamin cai nesta hora e eu vou até ele às pressas para
ver se machucou.
— Senhora aquele não é o fi... — ela tenta falar, mas a mulher não deixa.
— Fica quieta inútil, que eu não perguntei nada para você, pegue Isabela e a
leve daqui, pois falarei com este rapaz simpático e você aqui só vai me
atrapalhar — diz a mulher na maior cara de pau chegando perto de mim. A
moça vai embora com a criança no colo que agora sei que se chama Isabela.
Pego meu filho no colo que chora pedindo para ir embora. Tento acalmá-lo
dando beijos na sua cabeça e dizendo que irá ficar tudo bem. Mostro que isso
acontece e é normal, falo que toda criança rala e se corta. Sento em um banco
e mostro para ele alguns cortes que tenho para ver se Ben entende. Ele
começa a passar a mão em uma cicatriz pequena que tenho no meu braço
direito, depois enxugo suas lágrimas e ele logo volta a brincar, quando olho
para a mulher insuportável, ela está com o rosto horrorizado ao perceber a
interação do meu filho comigo.
— Você é o pai do neguinho? — diz ela me deixando nervoso.
— Sou o pai do Benjamin e ele não se chama neguinho. Processarei a
senhora por racismo, quero que saiba que tanto como minha esposa somos
advogados e sabemos o direito do nosso filho, se a senhora não sabe, todos
temos o direito de ir e vir e o meu filho está exercendo o direito dele, nesta
pracinha.
— Mas como isso é possível, para ele ser ne… — ela se cala ao observar o
meu olhar reprovador para o seu lado.
— Se a senhora está aí queimando os seus neurônios informarei que minha
mulher não pulou a cerca e ela é negra. Por isso meu filho tem esta pele linda
de chocolate, se a senhora está incomodada com a presença dele, construa
uma praça na sua casa onde só a sua filha poderá brincar. Aqui o Benjamim
irá brincar diariamente e a senhora nem sequer olhará para o lado dele.
Senão, eu e minha esposa teremos o prazer de arrancar até o último fio do seu
cabelo com um processo gigantesco, além do processo por racismo que
abrirei com toda certeza — digo olhando bem nos olhos dela e a mulher dá
um passo para trás.
— Isso é uma ameaça? — pergunta ela com o nariz empinado.
— Não senhora é uma constatação. Já diz o ditado que se conselho fosse
bom, nós não dávamos e sim vendíamos, então já lhe dei o meu. Senão quiser
acabar presa, nunca mais olhe para o meu filho, ou seja, racista com ele ou
com qualquer outra pessoa. Se souber que a senhora destratou novamente as
pessoas que estão aqui por se sentir superior e ofendê-las de alguma forma,
pode ter certeza que advogarei na defesa de sua vítima — digo muito
revoltado e ela só sabe balançar a cabeça.
Logo Benjamin volta e pega na minha mão dando um sorriso para a mulher
que fica sem saber o que fazer. Mas, ela é inteligente e retribui o sorriso do
meu filho, eu o pego no colo e ignoro ela totalmente dando as costas e
voltando para casa, que estressante foi isso.
Após acabar de curtir a manhã com meu filho. Sereia me avisa que não viria
almoçar, arrumo Ben e levo-o para a escola, depois vou para o escritório onde
recebo a punição junto com o babaca que continua com cara de coitado para
ficarmos uma semana fora do escritório. Aceito o que me foi dado mesmo
sabendo que faria tudo de novo.
Depois disso vi o treino do Harry que estava um pouco tenso devido ao filho
da puta do seu pai. Este homem terá que implorar para entrar no inferno, pois
nem aquele lá vai querê-lo. Contei para ele sobre a noite dos garotos e ele
disse que não poderia ir. Tentação e ele vão viajar. Combinamos para a
próxima ele comparecer e eu logo volto para casa. Não podia colocar os pés
no escritório e a noite ainda demorará para chegar, deito para descansar no
sofá e acabei apagando, acordo com uma mão delicada me chamando de
amor e acariciando o meu rosto. Seguro a sua mão embaixo da minha e abro
os olhos vendo aquela mulher com um sorriso lindo o que me deixou com
cara de bobo.
— Acorda amor, agorinha você tem que sair para ter a noite dos meninos —
diz ela ainda me fazendo carinho.

— Oi! Amor, deixa eu dormir mais um pouquinho, eu estava sonhando que


nós dois fazíamos amor em uma praia deserta — digo manhoso e ela começa
a rir.
— Meu Deus! Até no sonho você é um tarado — diz ela rindo e eu adoro o
som da sua risada. Logo nosso filho aparece de banho tomado e se junta a nós
deitando no sofá, ficamos ali, um amontoado em cima do outro, conversamos
e rimos, deixei para falar sobre o que aconteceu na praça mais tarde quando
eu voltar da rua ou amanhã. Sei que ela irá surtar, após pedirmos uma pizza e
eu comer com a minha família meu celular começou a tocar, sei que é os
meninos avisando que estão indo para o Pub.
— Fala aí mala — já digo assim que atendo e vi ser o Heiki.
— Mala nada, sou um homem de família, se minha linda mulher ouvir você
falando isso pensará besteira, por favor não me coloque em maus lençóis,
babaca — diz ele já preocupado, porque paixão é realmente muito
desconfiada, começo a rir e concordo.
— Ok! Sei como é, sou casado com uma Deusa — olho para Sereia e pisco
fazendo-a sorrir — Vocês já estão indo para o Pub? — pergunto um pouco
animado, pois sair com esses meninos é diversão na certa. Não há mulheres,
mesmo que algumas nos cantem logo as colocamos nos seus devidos lugares,
este é o momento em que falamos de nós mesmos as nossas peripécias do
passado, esses meninos têm cada coisa para contar que até Deus duvidaria
deles.
— Sim já estamos a cami… — ouço um barulho alto de algo se chocando e a
ligação fica em silêncio.
— Alô, alô, Heiki, João fala comigo — digo preocupado e a Sereia me olha.
— O que aconteceu? — Pergunta ela nervosa e eu me lembro e me xingo
mentalmente, pois minha mulher está grávida e não pode passar por esses
tipos de trauma.
— Não sei amor, mas quero que fique calma, eu acredito que algo aconteceu
com os meninos. Pego, o telefone novamente e falo agora mais calmo — Alô,
alô me responde Heiki.
— Oi! João, falem comigo — ninguém fala nada, fico preocupado e resolvo
que irei atrás dos meninos, quando ia desligar o telefone ouço vozes e volto a
gritar no telefone na esperança de alguém responder — Alô, alô, alô — falo
novamente e dessa vez tenho resposta.
— Alô, oi! Heiki? João? — pergunto e logo a pessoa se identifica.
— Não sou eles. Meu nome é Gilberto, eu estava atrás deles e vi todo o
acidente, uma caminhonete bateu na porta do motorista e não prestou socorro,
desculpa, mas não peguei a placa.
— Como eles estão?
— Não sei te dizer, mas parece que nada bem, o loiro está com um corte na
cabeça e desmaiou, o rapaz que está no volante parece meio atordoado e
geme parecendo estar com bastante dor, acredito que deva ter quebrado algo,
já chamamos a ambulância.
— Por favor me passa o endereço que estou indo para aí — assim que pego o
endereço com o Gilberto agradeço e peço se for possível que ele fique até nós
ou a ambulância chegar, para que os meninos não se sintam tão sozinhos.
— Ficarei! Pode vir tranquilo — diz calmo.
— Qualquer coisa me liga, obrigado Gilberto — desligamos e saímos
correndo para deixar Benjamin com a Inês que é a secretária de Pecado, no
caminho Sereia liga para Gabi e deixa na viva voz, ela atende chorando.
— Gabi o que aconteceu?
— O Natan, ele, ele, sofreu um atentado e está no hospital.

— Como assim atentado, Gabi qual o estado dele? — diz minha mulher
chorando.
— Não sabemos até ele acordar, mas seu braço direito e três costelas estão
quebrados, Lilian estou com medo e se ele não acordar — ela volta a chorar e
Rick pega o telefone.
— Oi Lilian é o Rick, acho melhor vocês virem para cá — diz ele nervoso —
Minha mulher precisa de vocês.
— Rick nós já estamos indo para o hospital, João e Heiki também sofreram
um acidente e eu falei para levarem ao hospital aonde o Yuki trabalha.
— Estamos aqui também JR. O Yuki não apareceu para o plantão — eu fico
preocupado, será que algo também aconteceu com ele? Lilian me olha
parecendo entender o que penso.
— Rick! Vamos ao apartamento dos meninos, tem algo errado acontecendo,
Yuki é muito caxias (pessoa que cumpre seus deveres e responsabilidades)
para faltar serviço.
— Concordo com você — diz Gabi
— Vou ligar para Paixão e avisá-la, pois, ela não sabe do acidente ainda —
diz minha mulher.
— Não precisa, Gabi avisou sobre Natan e ela já estava vindo para cá.
— Ok, até agorinha Rick. Toma cuidado, não sabemos se isso tudo é uma
coincidência.
— Ok, eu tomarei — desligamos o telefone e Lilian liga para Tentação que já
estava saindo, mas voltou correndo para o hospital.
Chegamos no prédio dos meninos e o porteiro falou que Yuki não saiu de lá,
perguntei se ele recebeu alguma visita e ele disse que sim, o entregador de
pizza e dois amigos da faculdade.
— Que horas foi isso? — ele olha no relógio que tem na parede.
— Meia hora atrás — pego o meu celular e vejo a última ligação de Heiki, é
no mesmo horário do acidente dos meninos, será que estou certo e eles todos
sofreram um atentado, Lilian vai correndo na minha frente enquanto eu a
acompanho.
Chegamos no apartamento deles e a porta está aberta. Seguro Lilian para
deixar que eu entre primeiro, entro e o apartamento está normal, nada fora do
lugar, mas existem gotas de sangue no corredor. Meu coração gela e eu sigo o
rastro do sangue que sobe pela escada e leva até um quarto. Deparo-me com a
cena que não queria, Yuki está só de cueca, seu rosto e corpo estão
ensanguentados, para piorar seus pulsos foram amarrados, ouço um grito
atrás de mim e minha mulher passa como um furacão.
— Não, Não, Não — ela pega no seu pescoço e vê se ainda há pulsação, ela
faz que sim e eu ligo para a emergência. Lilian chora desesperada passando a
mão pela cabeça dele — Ei meu amigo estamos aqui e ninguém mais fará mal
— diz ela olhando o peito e suas pernas com marcas de cinto ou chicote com
algum material cortante.
Assim que a ambulância chegou fomos atrás dela e Lilian pediu para que
Deus os protegesse. Mas o pior foi quando Gabi viu Yuki, ela gritava e não
houve quem não chorasse naquela sala. Até Rick se comoveu ao ver o
desespero dela, o médico disse que os cortes não foram fundos, quem fez isso
queria que ele sangrasse bem lentamente até a morte chegar.
Tentação foi a última a chegar e às quatro ficaram abraçadas uma amparando
a outra. Gabi após ficar calma contou que ela e Natan ainda estavam
trabalhando quando ele ligou para ela dizendo iriamos sair à noite e July não
estava feliz com isso, do nada Gabi ouviu seu grito e correu para o escritório
dele com a Lola. Como não o achou ela lembrou que ouviu barulho de porta e
correu para as escadas encontrando Natan desmaiado, com um corte na testa.
Depois disso o silêncio foi instalado enquanto amparávamos as meninas,
olhei para Rick e Harry e os dois me chamaram, saímos de perto das meninas
e conversamos.
— Isso foi um atentado — diz Harry sério.
— Mas, quem queria fazer mal aos quatro? — Que inimigo eles teriam em
comum?
— Pensei no meu pai, ele quer vingar de mim — diz Harry triste.
— Eu pensei em algumas ex-namoradas deles que quis se vingar, aquela
Mikaela é doida diz Rick — E você?
— Não tenho ninguém em mente, mas seja lá quem for, nós descobriremos
logo, nossos celulares começam a apitar avisando que chegou mensagem e
então todos olham, recebemos três fotos, uma do João e Heiki no carro,
desmaiados. A segunda do Natan todo torto no final da escada inconsciente e
a última, e mais chocante Yuki todo ensanguentado quase morto na cama, as
meninas começam a chorar e nós tiramos os telefones das mãos delas e
apagamos a mensagem, depois recebemos mais uma que diz.
“ISSO FOI APENAS O COMEÇO, POR CAUSA DE UM, TODOS
IRÃO PAGAR, ATÉ EU O DESTRUIR”
— Pelo jeito precisaremos descobrir logo — digo e eles concordam, quem
fez isso não sairá impune, tiraremos pedra sobre pedra e descobriremos quem
está por trás desta merda ou não me chamo José Roberto Stuart Vilela.

CAPÍTULO 19
LILIAN
Estamos todos aqui no hospital contando as horas para que algum médico
apareça e nos diga o que está acontecendo com os meninos. Paixão chora
desesperada por causa do Heike, fico triste por minha amiga, porque isso foi
acontecer? Justo agora que eles dois resolveram lutar pelo amor deles e ir
contra tudo e todos. Que Deus lhe dê forças!
JR também está bem cabisbaixo. Ninguém tira da cabeça dele que tudo isso
foi provocado pelo Alysson. Quando os meninos descobriram toda a verdade,
acabaram isolando-o. Eles não aceitaram o que foi feito com o nosso
Benjamin.
Logo a porta se abre e um médico aparece chamando.

— Familiares do senhor Yuki komoto — diz o médico e Tayla é a primeira a


se aproximar junto com os pais dele.
— Eu sou o Dr. Marcelo Carson e fui quem deu os primeiros atendimentos ao
senhor Komoto. Infelizmente as notícias não são boas. O estado dele é
gravíssimo. Ele está em coma — ao dizer isso Tayla começa a chorar
abraçada a Gabi e todos estamos no chão ao ouvir essa palavra.

— A violência sofrida foi muito grande, temos fé que tudo irá acabar bem,
ele já ter chegado com vida aqui, foi uma vitória — digo firme e o médico
concorda.
— Doutor há algo mais que possa ser feito? — pergunta JR e ele faz que não
com a cabeça.
— Já fizemos tudo que estava ao nosso alcance, ele teve 5 costelas
quebradas, os dois braços também estão quebrados em um lugar entre o
Úmero e a Una. O pulmão foi perfurado por umas dessas costelas, há cortes
no seu peito bem profundos, infelizmente ele está respirando com ajuda de
aparelhos, então não temos ainda um bom prognóstico de quando ele poderá
melhorar ou até mesmo diminuir a sedação. Precisamos esperar estas 48
(quarenta e oito horas) — seus pais agora choram abraçados copiosamente.
Yuki é o filho do meio e sempre foi o preferido, a única divergência deles é
Tayla, pois seus pais não querem que Yuki case com uma mulher que não
seja japonesa ou descendentes deles.
Ficamos ali chorando pela péssima notícia dada sobre o estado de Yuki e
nervosos por sabermos que mais amigos nossos podem também estar na
mesma situação. A porta do hospital é aberta e os pais de Heike chegam
desnorteados, sua mãe não para de tremer e logo ela fica abraçada a Paixão
que explica calmamente o que estamos sabendo.
Pensei que hoje ainda estaríamos comemorando a minha gravidez já que os
meninos iriam sair para isso, segundo o Trio parada dura JR teria que beber o
xixi do nosso bebê, comecei a rir, pois, ele nem nasceu e os doidos já
estavam fazendo comemorações loucas.
Ficamos ali mais um tempo, eu não aguentava mais permanecer sentada,
andava de um lado para o outro. A angústia tomava conta do meu peito pela
falta de notícias. Queria explodir, bater em quem fez isso, os meninos não
fizeram nada de errado. Pensei até na possibilidade de ser alguma ex-peguete
deles, pois mulher ferida pode virar o bicho, mas machucar os quatro acabou
tirando isto da minha cabeça.
Sinto um cheiro inconfundível e sei que meu marido está perto de mim, logo
seus braços rodeiam a minha cintura e ele dá um beijo no meu pescoço.
— Sereia! Você não pode ficar nervosa assim, isso faz mal ao nosso bebê.
Não seria bom você ir para casa e eu vou te dando notícias? — diz ele todo
preocupado.
— Nem pensar JR! Eu só saio daqui quando souber o estado de todos os
meninos — digo zangada.
— Sei que está preocupada meu amor, mas também precisamos pensar no
nosso bebê — viro para ficar de frente para ele e pego em seu rosto.
— Amor — ele abre um sorriso enorme e eu retribuo — Nosso bebê está
bem, pego sua mão e coloco em cima da minha barriga — Ele está
guardadinho aqui dentro e não deixarei que nada aconteça, me peça qualquer
coisa menos que eu vá para casa ok? Esses meninos são como meus irmãos,
não aguentarei ficar sem notícias.
— Mas, eu daria notícias para você — diz ele e eu o encaro vendo a sua
angústia, fico em dúvida se vou ou não, pois estou realmente cansada, mas
abandonar meus amigos também está fora de cogitação, coloco minha mão
por cima da dele e sorrio.
— OK amor, vamos com você, mas daqui a pouco ok — ele sorri para mim e
parece mais aliviado.
— Só para você descansar um pouco Sereia.
— JR eu não estou doente — digo e ele concorda.
— Sei amor, mas se você não descansar e acontecer algo, eu me sentirei
culpado e ficarei doente — diz JR com uma cara de coitado e se a situação
não fosse crítica até eu queria rir do seu biquinho lindo.
— Familiares do Senhor Natan Molina chama uma médica negra muito
bonita por sinal. Gabi, July e nós, chegamos próximos a ela.
— Boa noite! Meu nome é Silmara Sanches e sou médica do Senhor Natan, a
queda fez com que ele batesse a cabeça e ficasse inconsciente, além disso,
também provocou a quebra do seu braço direito, Gabi a olha com lágrimas
nos olhos.
— E como está o meu irmão agora? Acordado ou dormindo?
— Ele está sedado e achamos por bem deixá-lo assim por uns dias, pois ainda
há um pequeno inchaço no seu cérebro — diz ela calma.
— Mas, ele corre risco de não sobreviver? — Pergunta July aflita.
— Seu quadro é estável, se continuar assim, não irá demorar para retirarmos
a sedação, então saberemos como ele irá reagir.
— Doutora! Meu irmão está fora de perigo?
— Eu não posso garantir que o senhor Molina esteja fora de perigo, tudo
dependerá da reação dele — Gabi só faz que sim com a cabeça, antes de
voltar a falar.
— Posso vê-lo? — pergunta Gabi e a médica disse que um por vez.
Organizamos e a cada momento um ia vê-lo. Não perderíamos a
oportunidade de ter certeza como estava o nosso amigo, cada um se
emocionou e se tranquilizou um pouco por vê-lo respirando sozinho e sem
aquele bando de aparelhos igual o Yuki esta.
Esperamos mais um tempo até a porta abrir e João aparecer em uma cadeira
de rodas com o braço imobilizado e a perna esquerda engessada. Foi uma
comemoração ver que um deles estava acordado. Abraçamos o nosso amigo e
ficamos o tempo todo ao seu lado. Ele estava bem chateado com tudo que
aconteceu e queria pegar o culpado como nós.
Depois de um momento de alegria, recebemos a notícia de que Heiki também
estava em coma, segundo o médico que o atendeu a cabeça dele sofreu um
baque muito forte e acabou criando um coágulo, eles conseguiram tirar um
pouco do líquido fazendo diminuir a pressão, mas todo cuidado é pouco.
Paixão estava arrasada e nós á aconselhamos a ir para casa após sabermos de
todos e que ninguém poderia dormir com eles, viemos embora, mas com o
sentimento de culpa por não estarmos lá quando eles acordarem.

UM MÊS DEPOIS
— Vamos JR! Já estamos atrasados — digo estressada, não queria ir nesta
festa, porque dois dos meninos ainda estão internados. Mas, esta noite será
importante para o JR, ele irá representando o seu pai, não achamos certo
deixar de comparecer onde ele será homenageado.
— Você está linda meu amor — diz meu marido como sempre carinhoso, eu
abro um sorriso, convencida.
— Eu já nasci linda meu amor — digo e ele gargalha.
— Também já nasceu se achando né! — faço que sim com a cabeça e ele me
puxa beijando a minha boca com vontade, sua língua brinca com a minha em
quanto nossos lábios se moldam em um beijo cheio de promessas e
sentimentos.
— JR! Se você continuar me beijando assim, rasgarei a sua roupa e nós
faremos amor aqui no meio da sala — digo já excitada, os hormônios da
gravidez está me deixando insaciável e JR está amando este meu lado, leoa.
— Ah! Mulher! Não faça promessas que você não pode cumprir, já imagino
essa sua boceta apertadinha sendo comida pelo meu pau e pela minha língua
— diz ele passando a sua língua pela minha orelha e fungando no meu
pescoço, o calor que sinto é muito grande e ele quase me consome.
— JR! O Benjamin ainda está aqui em casa, July não chegou para ficar com
ele.
— Sereia! Eu só queria dar uns beijinhos em você, eu te juro que eles são
todos inocentes — começo a gargalhar.
— E a sua cara de pau supera todos os limites, inocente é o cacete. Estou
pegando fogo e quero ver se eu te atacar no meio daquela festa o que você
fará, ele me olha malicioso.
— Te levarei para o banheiro e irei foder gostoso — diz me beijando
novamente, somos interrompidos pelo nosso filho que entra entre nós dois e
começa a gritar que July chegou.
— Benjamin! Você crescerá e papai estará lá para te atrapalhar também —
diz JR e Ben olha curioso para ele.
— Atrapalhar você a fazer o que papai? Eu não fiz nada — tadinho do meu
bebê.
— Não deixou o papai brincar no playground, agora ele terá que esperar
voltar da festa, meu filho começa a bater palmas e gritar.
— Eu também quero brincar no parquinho — diz Ben sorrindo, coitado do
meu filho, não tem malícia ainda, olho para o JR sem saber o que responder e
ele gargalha.
— Eu também quero meu filho e muito, mas, esse parquinho que papai
brincará é só para adultos e você não fará parte ainda, porém, quem sabe
daqui a uns 13 anos, papai leva você em algum lugar que tem parquinho, daí
você vai se esbaldar.
— JR! Você está maluco, nosso filho não vai em um lugar desse, nem pense
em levá-lo — digo zangada e ele sorri em deboche.
— Calma meu amor — diz ele vindo me abraçar — Estou brincando.
— Brincando de verdade né JR — ele me aperta.
— Os hormônios já estão te deixando raivosa, bem que me avisaram sobre
mulheres grávidas virarem umas leoas — ele fala e gargalha, depois sussurra
no meu ouvido — Quero ver ficar assim na cama, aí o seu amor aqui está
feito — dou um beijo nele e saio rindo.
Saímos de casa atrasados e fomos para festa, fiquei muito feliz por ver
Vanessa com seu marido Kito, sua irmã Alice e seu cunhado João, sua mãe
Vitória e seu Pai Aurélio, como é bom ver essa família unida e feliz.
— Fadinha! Você por aqui, não sabia que também estaria nesta festa — digo
indo abraçar cada um deles.
— Sim, estou concorrendo como advogada revelação — diz ela sorrindo.
— Você já ganhou Fadinha, desculpa Lilian, mas minha mulher é foda — diz
Kito apaixonado.
— Não Kito! Minha Sereia ganha da Fadinha.
— Tá! Bom, crianças! As meninas são ótimas. Deixa-me dar um beijo na
Lilian e parabenizar pelo bebê. Essa família cada vez cresce mais. JR meu
filho, parabéns. Fiquei muito feliz quando soube da gravidez e pode ter
certeza que seu filho será mais um netinho para nós — diz dona Vitória toda
carinhosa e o senhor Aurélio concorda me deixando bem emocionada.
— Claro que sim. JR é um ótimo rapaz e você é linda também, o amor de
vocês foi crescendo gradualmente e nunca vi os olhos desse menino brilhar
tanto — diz senhor Aurélio que é uma pessoa bem reservada.
Alice Levanta para me cumprimentar e sua barriga está enorme e João que é
o seu esposo está com um sorriso bobo também, assim que sentamos, começa
a premiação.
O senhor Márcio ganhou prêmio como o melhor advogado trabalhista do ano
passado, ele foi lembrado por muitas vezes não ter cobrado o serviço para
pessoas carentes e ganhou a placa de honra ao mérito por vários resultados
positivos e ter exercido a profissão dignamente.
JR se emocionou muito ao ouvir algumas pessoas falarem do seu pai, era
como se nem ele mesmo acreditasse no que ouvia.
Alguns elogiaram o senhor Márcio contando sobre ações que ele prestou
voluntariamente a pessoas de baixa renda. JR se sentia a cada momento mais
orgulhoso do homem que o criou. Vanessa levou o prêmio de advogada
revelação na Espanha. Kito babou mais ainda pela sua esposa. Alice ganhou
como a melhor advogada na área criminal. Depois de tudo que aconteceu
para ela Alice resolveu defender mulheres que sofrem violência doméstica.
— Você aceita dançar comigo Sereia — diz ele ainda um pouco emocionado.
— Claro amor — vamos. Vanessa e Kito nos acompanham ao salão de festa.

O clima estava maravilhoso e por um momento esqueci os nossos problemas


e preocupações para curtir com o meu marido que como sempre é carinhoso e
um verdadeiro cavalheiro.
Dá vontade de ir ao banheiro após voltarmos para mesa, saio com Alice e
Vanessa. Vamos fofocando e contando as novidades, Alice e Vanessa
disseram que Kelly não está sabendo o que aconteceu com o Natan, pois Gabi
e o senhor Oliver acharam por bem esconder já que ela não pode passar
contrariedades, pois o nascimento do bebê já está próximo.
Logo que volto para mesa vejo JR nervoso e o senhor Aurélio tentando
acalmá-lo.
— Lilian vamos embora agora dessa festa — diz ele olhando para trás,
senhor Aurélio acompanha o olhar dele e depois pega no seu braço.
— JR não sei o que passa na sua cabeça e nem o que está acontecendo, apesar
de saber quem é aquele Senhor, mas peço que não deixe de ser tudo que você
foi até agora, seu pai sempre será o Márcio não importa o que falem, ele te
amou muito.
— Quero ele longe de mim senhor Aurélio, espero nunca mais ter que vê-lo
novamente, pois ele só soube comer minha mãe e abandoná-la, ele é um lixo
humano — o cara se aproxima e JR se despede de todos.
JR pega na minha mão e sai puxando sem dar atenção para o homem que quis
vir atrás dele, mas, o senhor Aurélio entrou na frente.
— Não pensa que você está anos, atrasado. Melhor esquecê-lo, pois, Márcio
é o único pai que ele conhece.
— Cuida da sua vida — diz ele.
— José Roberto — chama ele e o meu marido apressa os passos, entramos no
carro e logo saímos, JR parece em choque, eu o deixo pensar sem
pressão, aperto sua mão e ele me olha parecendo perdido.
— Estou aqui, sempre estarei, nós te amamos — digo e ele para o carro no
acostamento e começa a me beijar carinhosamente.
— Amo vocês também Sereia — diz ele, eu descobri ali que não havia
melhor lugar para realizar esta declaração, não importa o lugar, nem o
momento, o que vale é ser a hora certa e o amor verdadeiro.

CAPÍTULO 20
JR
Ontem era para ser um dia só de alegria, muitas coisas aconteceram, primeiro
que fui até ao médico com meu filho e fizemos os primeiros exames para
sabermos se temos a mesma doença que a minha mãe teve. Infelizmente ela é
hereditária e nós podemos vir a desenvolvê-la com o passar do tempo, hoje
nós não precisamos ficar preocupados. A única coisa que o médico disse, é
que após essa gravidez da Lilian, nós deveríamos evitar ter filhos, pois a
chance de eles terem a doença é de 50% pela minha parte.
Conversei com minha sereia e ela concordou com o que médico disse. Dois já
estaria bom para nós que somos filhos únicos e sabemos como é ruim ser
sozinho e não termos um irmão para compartilhar as nossas preocupações,
fazer arte, ser amigo incondicionalmente e nos ajudar a passar pelos
momentos difíceis e isso acalmou meu coração.

A noite chegou e a empolgação de ir à festa que homenagearia meu pai o


grande Márcio Vilela era enorme. Queria que lá do céu, ele observasse o
quanto eu me orgulhava dele e sentia a sua falta. Descobrir toda a verdade
daquela maneira foi algo um pouco traumático. Minha Sereia, Benjamin e
nossos amigos inseparáveis foram importantes para a minha vitória
psicológica e que não me deixasse cair totalmente no abismo da depressão.
Mas, nem tudo na minha vida são flores. Em um determinado momento da
festa, eu recebi o prêmio em homenagem ao meu pai. Isso me emocionou
muito e apertou meu coração que sente às vezes culpa de não o ter
compreendido ou me aproximado mais dele quando estava vivo. Mas, tudo
acabou sendo estragado pela presença desagradável do meu pai biológico.
Como após tanto tempo este crápula pode se aproximar? Ele agiu como se
nada tivesse acontecido, eu fiz de tudo para não ser grosseiro. Não que ele
não merecesse um belo soco na cara. Entretanto, queria mostrar-lhe que sou
muito melhor do que sua pessoa. Diferente dele que foi um moleque e deixou
a minha mãe grávida e sozinha. Fui criado por um homem que a amou até o
último minuto da sua vida. Deixando-a ir através de uma eutanásia, pois não
aguentava mais vê-la sofrendo, depois não mediu esforços, mesmo magoando
algumas pessoas e ficando como um monstro, para me proteger de uma
doença que poderia levar a mim e ao meu filho ao sofrimento, como foi com
a minha mãe.
Lembro da sua cara cínica ao falar comigo. Como se os anos não haviam
passado? Os momentos perdidos? Meu pai nunca deixou de ir em uma
festinha da escola. Seu sorriso era enorme e chego a me emocionar de
lembrar de cada lágrima que ele derramava com as minhas apresentações. Ele
sim, foi meu pai, meu guerreiro, o homem que me ensinou o que era certo e
errado, que andou de bicicleta comigo e me ajudou a dar os meus primeiros
passos.
Foi para ser igual a ele que eu me tornei advogado. Queria dar orgulho ao
homem que me trouxe ao mundo e provar para ele que todos os seus
ensinamentos foram ouvidos e iriam ser colocados em prática. Fazê-lo ver o
grande pai que ele era. Devo a minha vida ao meu pai Márcio Vilela, mas a
este homem que pensa ter algum poder sobre mim eu não devo nada. A raiva
volta quando lembro da sua abordagem.

JR ON
Vejo minha mulher ir para o banheiro com Alice e Vanessinha, como pode o
mundo dar tantas voltas e aquelas pessoas que são importantes sempre
estarem guardadas no nosso coração, pois é assim que vejo uma amizade
entre todos nós. Podemos não morar no mesmo país, não nos falarmos todo
dia ao telefone ou só nos vermos em datas comemorativas. Nossa amizade
verdadeira está sempre lá guardada, pois ela não se abala com pequenas
coisas ou momentos desagradáveis, pelo contrário, ela se fortalece quando é
verdadeira e assim constato que é nossa amizade. Inquebrável, inabalável e
imperfeita, pois não existe nada totalmente perfeito.
— Vou atrás de um champanhe, pois hoje quero comemorar todas as nossas
vitórias, você me acompanha? — pergunto para o marido de Vanessa meu
amigo e grande engenheiro Kito.
— Claro que sim, será que Fadinha vai demorar? — diz ele olhando para a
direção do banheiro.
— Homem! Deixa a mulher respirar, ela não irá fugir de você não, esta
aliança e aqueles dois bebês, provam o tamanho do amor que existe na
relação de vocês, fique tranquilo, ela não será abduzida — digo sorrindo para
ele que me olha e mostra dedo.
— Já está igual ao Inácio. Ele tem mania de falar que preciso deixar a
Fadinha respirar — ele sorri — Acho graça do Inácio falar isso, pois ele
também não deixa a Diaba dar um passo sem ele.
— Em falar em Diaba, você está igual ela hein! Só mostrando dedo — ele
começa a gargalhar.
— Pior que aquela Diaba é doida mesmo, não há lugar para ela que possa
evitar levantar aquele dedo do meio. Esses dias, morreu o tio de um
funcionário nosso, ela foi representando a empresa e levou a Diana junto.
Chegou lá a Diana contou para ela que tinha mandado embora a secretária,
pois a mesma estava cantando Nick, a Diaba ficou doida e começou a xingar
a mulher de todos os palavrões possíveis fazendo gestos obscenos quase
matando a Diana de vergonha. Ela disse querer rir, mas fazer isso do lado do
morto seria um desrespeito né?
Começo a rir tanto que até a minha barriga dói, imagina a cena e a cara de
Diana que é toda delicada com Camila exorcizando a mulher que cantou
Nick. Inácio paga todos os seus pecados com aquela Diaba dele, porém,
ninguém fala nada, o homem é louco por ela.
— Aqueles dois se completam — digo e ele concorda, chegamos ao bar e eu
peço um champanhe para nós. Começamos a beber e conversar sobre a vida,
família e o rumo que tudo tomou. Ele queria saber a respeito do Trio Parada
Dura, de como os meninos estavam. Contei a situação e foi um momento
triste, pois dois deles ainda continuam internados. João já está bem e já saiu
do hospital, Natan já acordou, mas Yuki ainda está em coma e os médicos
não dão perspectiva de quando ele irá acordar, Heiki também ainda dorme.
Um homem negro, alto e forte se aproxima de mim, seus olhos são verdes e
ele me olha sério.
— JR quero falar com você — diz ele arrogante, eu o encaro.
— Primeiro, boa noite senhor, o meu nome é José Roberto e eu não estou
lembrado de você, eu te conheço por acaso? Eu já fui o seu advogado? —
pergunto no mesmo tom que foi falado a mim, ele não teve educação de nos
cumprimentar e já chegou falando como se eu e ele fossemos íntimos.
— Aquele Márcio era um incompetente mesmo, não acredito que ele nunca
falou de mim para você — fala mal do meu pai e acabo vendo vermelho, até
esqueço da educação me dada.
— Lava sua boca para falar do meu pai, quem você pensa que é para dizer
uma coisa dessa? Meu pai era um homem competentíssimo e venceu na vida
diante das suas adversidades, ele nunca chegaria perto de uma pessoa e a
trataria com tanta arrogância como o senhor fez — digo já irritado.
— JR! Sou eu meu filho, seu pai legítimo e não aquela cópia barata — diz o
cara com um sorriso de canto fingindo estar feliz em me ver. Fico em choque,
primeiro por ver a cara de pau dele de chegar como se fossemos amigos ou
conhecidos já que eu nunca o vi antes, segundo por agir como se não tivesse
abandonado a minha mãe e terceiro por falar mal do meu pai.

— Acho senhor, que deve estar havendo algum engano, o meu pai legítimo se
chamava Márcio Vilela e ele morreu infelizmente, então acredito que estou
sendo confundido — digo pegando no braço do Kito e dando as costas para o
cara.
— Meu nome é Rodolfo Work, eu e sua mãe éramos noivos e ela acabou
engravidando, eu era muito jovem e não queria compromisso, então a
abandonei grávida. O Márcio era um otário apaixonado por ela o que eu
sempre soube, acabou se aproveitando da fragilidade dela e assumiu você,
casou com ela e deu o nome dele para você — disse ele normalmente, eu
volto para encará-lo.
— Não senhor! Você está distorcendo a história, até a parte que você era um
moleque irresponsável do caralho, que só soube engravidar a minha mãe e
abandona-la está certo. Mas, o meu pai não era um otário apaixonado e nem
bobo por assumir uma criança que não era dele, o meu pai era um homem
que fez de tudo para que eu e minha mãe fossemos felizes.
— Ele não é o seu pai.
— Ele era — dou um passo em sua direção — Meu pai deu para nós,
amor, respeito e nos ensinou o que era ter uma família. O senhor pode ter
certeza que Márcio Vilela foi o meu herói, meu guerreiro, o homem que eu
me espelhei para ter um dia sucesso — ele bufa em deboche. Filho da puta.
— Você senhor Work, foi só um doador de esperma, que para nós, nunca
serviu para nada. Não sei porque veio me procurar. Pois, desde que descobri
a verdade, nunca tive interesse de saber quem era você. A não ser que é um
peso morto, que não fará falta na minha vida, como nunca fez antes. Quem
teve um pai de ouro como Márcio Vilela, não precisa de outro pechisbeque,
pior ainda de um que seja tão arrogante e prepotente, que se acha melhor do
que todo mundo.
— Márcio te fez um homem fraco, cheio de frescura.
— Ter humildade e respeito ao próximo não te faz uma pessoa fraca. O
senhor viu aqui o que foi dito sobre ele, percebeu o quanto seu coração era
enorme e a cada revelação feita hoje foi surpreendente para mim, eu tive
muito orgulho de dizer que sou filho dele, já de você eu teria vergonha de
falar.
— Chega seu moleque insolente, eu sou o seu pai, esqueceram de te dar
educação? — pergunta ele tentando segurar o meu braço e eu me esquivo.
— Tive a melhor educação que alguém poderia ter, não te reconheço como
pai, não sou o seu filho. Apesar de nunca saber quem é você, neste pouco
tempo que tivemos, eu pude perceber o quanto ganhei de não ter o senhor
como pai, pois não gostaria de me olhar no espelho e me ver como você.
— Você precisa me respeitar, pois, querendo ou não, sou seu pai legítimo.
— Não senhor. Pai é quem cria. Educa. Dá amor e está ao seu lado nos
momentos bons e ruins. Meu pai se chama Márcio Vilela não conheço outro e
nem quero conhecer, peço que esqueça da minha existência, sou feliz sem
precisar do seu amor e continuarei assim, não se aproxime de mim e nem da
minha família.
— JR! — o corto
— Quem me chama de JR só são os meus amigos e a minha família. Você
não tem intimidade para me chamar assim, para você, sou Doutor José
Roberto Stuart Vilela e não JR. Pedirei mais uma vez. Se afaste de mim, não
quero nunca mais olhar para sua cara, mas quero aproveitar a oportunidade
para lhe agradecer, obrigado por abandonar a minha mãe, agradeço por ter me
dado o melhor pai do mundo e você não ter sido importante na minha vida.
Através do meu pai Márcio Vilela, conheci a palavra amor, compaixão,
respeito e família. Então, não me procure mais, pois de você eu não quero
nada — viro as costas e Kito me acompanha, não dizemos nada, vejo minha
Sereia também se aproximando e chamo-a para ir embora, a noite acabou e o
tal Work ainda insiste em falar comigo. Este homem me estressou e eu não
quero mais nenhum contato com ele.
Chego na nossa casa e minha mulher me relaxa da melhor maneira possível,
fizemos amor a noite inteira, com a gravidez Lilian está com fogo e eu não
reclamo. A mulher a cada dia está mais gostosa, acabei até esquecendo da
existência daquele homem. Mesmo, que às vezes me incomodasse ele ter tido
a coragem de falar mal do meu pai. Sei que com o tempo, tudo voltará ao
normal, até porque tenho uma família para dar amor e não tenho tempo de
ficar preocupado com alguém que não me quis.

JR OFF
— Amor, amor — acordo do meu transe com Lilian estalando os dedos na
minha frente.
— Desculpa, estava lembrando da noite de ontem. Não se preocupe, que logo
será esquecido, não posso negar que foi bom saber quem doou o esperma
para minha mãe e poder saber que fui alguém muito melhor longe dele me fez
bem. Não quero mais nenhum contato com ele, só quero ser feliz com a
minha família e meus amigos.
— É isso mesmo meu amor, quero você forte como sempre foi, você teve um
Pai maravilhoso e é através dele que precisa se espelhar para os nossos filhos
— diz ela sorrindo e sentando no meu colo. Meu pau fica duro assim que
sente o calor das nossas intimidades. Com a minha mulher é assim, ele parece
ter um radar que o deixa excitado quando nos encontramos e tocamos, parece
haver uma eletricidade que começa no dedão do pé e vai até o último fio do
meu cabelo.
— Como está, nosso pimpolho? — pergunto passando a mão na sua barriga e
ela abre um sorriso lindo.

— Pode ser pimpolha, depois do almoço descobriremos e tiraremos as suas


dúvidas — diz ela feliz, meu Deus se minha filha tiver esse sorriso morrerei
de ciúmes. Serei um pai bem chato e muito protetor, eu sei o que passa na
cabeça dos homens e tenho medo de ver alguns deles a olhando diferente,
quando ela se tornar uma mulher, mas sei que ela precisará namorar, casar e
ter sua família.
— Pode ser que seja amor, mas sinceramente gostaria de ter outro menininho
para fazer companhia ao Ben — ela dá uma gargalhada.
— E também para você não passar raiva ao vê-la namorando né? — diz ela,
eu dou com ombro.
— É verdade, ela será sempre a minha menininha, eu cuidarei para que
nenhum idiota a faça de boba, mesmo sabendo que terei que respeitar o seu
espaço, o que me custará muito — digo e minha mulher sorri. Ela beija meu
rosto delicadamente, depois a minha boca, o beijo como sempre é delicioso,
sua língua sempre brinca com a minha, ela sabe que estas provocações deixa
o meu pau muito mais duro, para piorar a Sereia dá uma rebolada no meu
colo e eu solto seus lábios gemendo baixinho.
— Há! Sereia assim você me mata — digo e ela rebola mais e adivinha quem
aparece, ele mesmo, meu lindo e amado filho que parece ter um radar anti-
foda grudado nele, pois ele gosta de atrapalhar o nosso momento de prazer,
mas, eu o amo demais para ficar bravo.
— Papai! Mamãe! Veremos a minha irmã! — diz Benjamin sorrindo, ele já
disse para nós que é uma menininha e que ele sonhou com ela. Se isso for
verdade, ficarei careca de preocupação. Benjamin falou que ela é morena
como ele e também terá os olhos verdes, seus cabelos serão lisos e estarão
cumpridos até o seu bumbum, para piorar Ben disse que ela parecerá a
Pocahontas do desenho, imagine como fiquei quando vi o desenho que ele
falou e aquela mulher linda apareceu.
— É meu amor, pelo jeito não faltarão pretendentes para nossa menina — diz
Lilian sorrindo e descendo do meu colo. Benjamin vem correndo e senta no
colo dela, eu dei graças à Deus. Me levanto para arrumar o meu pau na calça
antes que o meu filho veja.

— Filho não é agora e sim depois do almoço, pois precisa marcar horário lá
na clínica e ele só tinha este — ele faz cara de desapontado, mas depois
concorda, ficamos ali conversando e eu mais uma vez admirando a linda
família que tenho. Logo meus sogros chegam, eles estão ansiosos para saber
se terão mais um neto ou uma neta?
Depois do almoço nos encaminhamos para a clínica, eu estava super nervoso,
não porque poderia ter uma menina, mas sim para ver se estava tudo bem
com o bebê, o que Deus mandar será recebido de braços abertos por nós.
Fomos chamados para entrar e Benjamin saltitava como um louco para ver
sua irmãzinha na televisão, esse é o nome que ele deu para o aparelho de
ultrassom. Quando ouviu o seu coraçãozinho, meu Ben se emocionou junto
conosco. Segundo ele, sua irmã estava parecendo correr, porque seu coração
estava batendo muito rápido. A doutora falou que nunca viu uma criança ficar
tão feliz de ver outra, pois às vezes eles têm muito ciúmes do irmão que
chegará.
— Papai! Olha lá que linda minha irmã — diz Ben passando os dedinhos pela
imagem e eu repreendo com carinho.
— Não pode mexer aí meu filho, vem aqui por favor — chamo ele que vem
para próximo de nós, triste.
— Ah! Papai, queria ver minha irmã mais um pouco de perto — disse ele
fazendo um biquinho, depois ele se aproxima da barriga da mãe e começa a
conversar com a irmã.
— Oi! Irmã, como você está aí dentro? Eu vi como é bem apertado aí, né?
Você não pode brincar aí dentro? Coitadinha de você, não dá nem para tomar
banho, você deve sair daí de dentro um pouco fedida — ele enche a barriga
de Lilian de perguntas, fazendo com que todos na sala achem graça.
— Vamos ao grande momento, será que Benjamin está certo e ganhará uma
irmãzinha? — diz a doutora rindo e ela começa a procurar até achar o órgão
sexual do bebê.
— É JR pode comprar a espingarda, pois vem aí uma menininha. Parabéns.
Benjamin você ganhou uma irmã — diz ela e Benjamin começa a
comemorar. Meu filho beija a barriga da minha mulher várias vezes e diz que
ama a irmã, não há momento mais emocionante que esse, acabamos chorando
de observar o quanto ele está realizado com a vinda dessa irmãzinha.
— Eu te amo irmã, eu te amo Pocahontas — diz ele e Sereia me olha sorrindo
com lágrimas ainda descendo, nós ainda não escolhemos o nome da nossa
filha, mas pelo jeito ela já ganhou um apelido carinhoso.
Depois disso saímos e fomos ao shopping, Lilian já queria começar a
comprar as roupinhas da nossa Pocahontas. Ela já está de 5 (cinco) meses e
não quer esperar mais. Vimos os móveis para o quartinho da nossa filha e
Ben deu várias opiniões, adivinha que decoração ele escolheu para o quarto
dela? Claro que seria da Pocahontas, o que aceitamos, porque realmente
ficará muito bonito.
Voltamos para casa e mais uma vez fico ouvindo Ben dizer que a irmã será
linda, coitado do meu filho, tenho certeza que terá muito ciúme dela também
quando crescer, mas deixarei ele descobrir isso sozinho. Ben é superprotetor
e ele será assim com a irmã.
Após chegarmos em casa, fiz uma massagem nas costas e nos pés da minha
mulher, ela reclamava de dor, a sua barriga está bem grande e a médica falou
que a bebê será enorme. Ela pediu para Lilian parar de trabalhar a partir do 7
mês. Meu celular começa a tocar e vejo ser o João, meu coração dispara, será
que algo de ruim aconteceu, não pode ser, isso acabará quebrando todos,
pego o meu telefone e saio do quarto bem de fininho, porque Sereia está
cochilando.
— João! Boa noite, aconteceu algo? — pergunto nervoso.
— Sim, JR, aconteceu cara — diz ele gritando — A porra do Japonês
acordou e você acredita que ele já pediu um yakissoba (é um prato de origem
chinesa, que se popularizou no Japão, ele é feito de legumes e verduras que
podem ou não ser fritos com o macarrão e aos quais se agrega algum tipo de
carne — diz João gargalhando.
Eu também acho graça e sinto que tirei um peso do meu peito, pois ainda
acredito que tudo isso aconteceu por minha culpa, Marcos e Melo ainda não
descobrirão quem é o filho da puta que fez os atentados, mas eles disseram
que não irão desistir, até colocar o culpado atrás das grades, Sereia logo
aparece atrás de mim com cara de sono.
— O que foi meu amor? — pergunta ela, eu abro um sorriso enorme, porque
realmente me apeguei muito a esses meninos.
— Amor! Tenho uma notícia ótima para você — ela me olha em expectativa
— Yuki acordou — Lilian dá um grito e vem até mim, abraçando e já
chorando, ela toma o telefone da minha mão.
— Meu Deus! Que milagre, estamos indo para aí — diz ela desligando o
telefone na cara de João, logo pegamos o Ben e fomos para o hospital, porque
após eu ter tido a decepção de encontrar aquele homem. Hoje tenho alegria de
sobra para comemorar. No final tudo deu certo, como diz o ditado “Nada
melhor que um dia após o outro” e isto hoje foi comprovado por mim.

CAPÍTULO 21
LILIAN
Chegamos ao hospital e a alegria era contagiante, os meninos estavam
acordados e bem, mas, fiquei preocupada quando Yuki perguntou quem era
JR. Um movimento sutil de João mostra que ele perdeu a memória. Eles
falaram que ele é o JR, meu marido.
— Pecado! Quanto tempo, estou feliz em te ver minha amiga, já soube, uma
menininha vem aí — diz Yuki sorrindo e Ben resolve responder por mim.
— Não tio, não é uma menininha, ela é minha irmãzinha, a Pocahontas —
disse meu filho beijando a minha barriga, não tem como não se emocionar de
observar o quanto Benjamin está apaixonado pela irmã, Yuki olha para ele
sem entender.
— Pocahontas? — Pergunta Yuki sem entender — Será o nome dela? —
Benjamin sorri e faz que não com a cabeça.
— Tio Yuki, você está muito bobinho, coitadinho dele, mamãe — diz ele me
olhando e Yuki tem um sorriso enorme para o seu lado. Benjamin pega o meu
celular e eu já sei o que meu filho quer, vou à internet e acho a imagem da
Pocahontas, ele vai todo feliz mostrar para o Yuki — Minha irmã será igual
ela — diz ele todo contente.
— Tem certeza? — pergunta Yuki já enciumado e Benjamin confirma, sério
que esses meninos estão acreditando nisso — Então precisamos montar uma
estratégia hein! Cara — diz ele encarando meu marido que concorda — Nada
de namorado até os trinta e cinco, depois nós vemos o que acontece — JR
sorri e vai até ele batendo as mãos com os punhos fechados.
— Olha aqui Yuki, pode parar com a sua loucura, JR já está piradinho com
esta história de querer prever o futuro amoroso dela, minha filha vai namorar
antes e muito se vocês querem saber, não venham querer comandarem a vida
dela, eu proíbo vocês 4 (quatro) estão entendendo? Proíbo — digo nervosa e
ele sorri.
— Ok Pecado, não vou mais armar um plano para não deixar que nenhum
marmanjo se aproxime dela — diz ele piscando para JR que sorri cúmplice,
ah! cretinos vão aprontar — Estava com saudades da sua marra é bom estar
de volta — diz ele emocionado.
— Eu que estou muito feliz em te ver bem — Yuki me olhando com lágrimas
nos olhos, dou um beijo em sua testa e ele sorri. A porta é aberta e Tayla
entra no quarto. Yuki a olha sério e não sorri. Merda! Ele esqueceu dela? Eles
se amam, espero que o amor deles sobreviva a batalha que irão enfrentar.
— Oi! Tayla — ele fala sem nenhuma emoção.
— Achei que ia te perder — diz ela agora chorando, Tayla se joga em seus
braços e coloca sua cabeça no peito dele, lágrimas saem em abundância, Yuki
faz carinho no seu cabelo, nós saímos para dar privacidade a eles e Tentação
que não tem um pingo de sutileza convidou os pais dele a se retirarem
também do quarto para deixar os dois a sós, vi a raiva no olhar deles e
acredito que esses dois realmente vão entrar em uma guerra, só torço para
tudo dar certo.
— Não vamos sair, meu filho acabou de acordar e não está bem pata ficar
sozinho com estranhos — a mãe dele encara Tayla que a olha seria.
— Mãe! Pode ir, Tayla é minha colega e amiga das meninas — vejo quando
ela volta seu olhar para ele confusa.
— Colega? Pensei estarmos juntos — ele começa a rir nervoso.
— Tayla! Para com esta brincadeira. Você sempre me deu toco e nós
vivemos em guerra.
— Yuki! Que brincadeira é essa?
— Tayla! Não estamos juntos — diz ele convicto. Olho o sorriso no rosto
dos seus pais. Merda! Tayla vira as costas e sai sem falar nada, enquanto
Yuki nos olha esperando resposta. Tentação vai atrás de Tayla no momento
que o médico chega e conta que Yuki só não lembra de acontecimentos
recentes, que tudo está bem.
A cobra da mãe dele pergunta sobre sua alta e ele disse que bem provável que
seja daqui a dois dias. Saímos e encontramos Tentação. Ela nos contou que
Tayla saiu arrasada. Porra! Esses dois negaram tanto esse amor que quando
resolvem vivê-lo acontece esta merda. Torço para eles conseguirem. Os pais
dele sai do quarto acompanhando o médico e nos olham com raiva. Eles
nunca gostaram de nós termos amizade com Yuki, então, que se danem.
Resolvemos ir embora, nos despedimos de nosso amigo e ignoramos a cara
feia dos pais.
— Você sabe que os pais dele queriam te matar né? — pergunta Coração e
Tentação ri.
— Justo comigo que sou paz e amor — diz ela com deboche e nós
começamos a rir.
— Ah! Meu amor! — Você pode ser tudo no mundo menos paz e você sabe
disso marrenta — diz Harry a abraçando.
— Senhor Perneta, não me provoque, você sabe que ainda vamos ter aquela
conversa — diz ela se soltando dele que resmunga.
— Mulher ciumenta é uma porra mesmo- — diz ele sorrindo — Eu te amo e
adoro te ver querendo matar todas que dão em cima de mim — fala todo
apaixonado.
— Ok, em casa conversamos e eu vou te fazer esquecer essas safadas que
ficam galinhando no meu terreiro — diz ela mandando beijo para ele que
sorri e fala com JR. Depois Fomos embora e levamos Benjamin e Pocahontas
para tomar sorvete, voltamos para casa onde terminamos a manhã brincando
com o nosso filho e depois do almoço arrumei para sair.
— Amor, vou para a instituição, preciso ajudar na nova ala e hoje teremos
assistência jurídica — digo animada e ele me olha preocupado — JR estou
grávida e não doente.
— Amor, eu me preocupo com vocês — diz ele triste e eu me aproximo
passando a mão em seu rosto.
— Nada irá me acontecer — ele me olha apreensivo — Sei que você tem
medo de que algo me aconteça depois que os meninos sofreram os atentados.
Estou segura, tenho certeza que os dois seguranças contratados darão conta
do recado — digo abraçando-o forte, desde o dia dos atentados que JR fica
controlando os meus passos e tem medo de que algo aconteça, mas isso não
quer dizer que deixarei de viver por estar com medo.
— Eu não poderei ir agora com vocês, tenho uma audiência daqui a pouco,
mas assim que ela acabar, vou para lá, seus pais ficarão com Ben? —
pergunta ele curioso.
— Sim, pode ficar tranquilo, além disso, o segurança dele ficará aqui na
porta.
— Isso me deixa um pouco mais tranquilo — responde ele, mas sinto que não
tem tranquilidade nenhuma na sua voz.
— Tudo bem, eu preciso ir. Fabíola me espera — ele concorda e depois me
dá um beijo e sai para ir aprontar, saio de casa e Fabíola já está no carro me
esperando com os seguranças, nós vamos para a instituição, pois, hoje
teremos que dar assessoria para a população.
Chegamos lá e a fila estava enorme, pelo jeito desta vez as mulheres
resolveram vir e lutarem pelos seus direitos. Começamos o atendimento e
logo já temos várias ações sobre pensão alimentícia. Pedidos de medidas
restritivas de aproximação. Divórcios e reconhecimento de paternidade
mediante a pedido de DNA. Fabíola está me saindo uma ótima estagiária
quem diria que aquela menina fútil e inútil que tanto humilhou sua prima
Kelly hoje se transformasse em uma ótima amiga. Ela e Tentação ainda estão
se adaptando e gradualmente espero que às duas se acertem.
— Buscarei água e café você quer? — pergunta ela animada.
— Sim, por favor, quero só água — ela sai e eu volto a atender Natasha, ela
quer pedir um teste de DNA para o Falcão, agora sim, estou lascada, o cara é
só o chefão do tráfico aqui no bairro que estamos trabalhando. Fabíola chega
com a minha água e uma cara nem um pouco agradável.
— O que foi Fabíola? Aconteceu algo no meio do caminho — vejo que está
com raiva.

— Não, só achei um babaca que se acha o bam, bam, bam — diz ela nervosa
— Você acredita que ele quis cobrar o café.
— Você foi na lanchonete comprar? Pensei que pegaria no salão — digo e
ela faz que sim.
— Pois fui ao salão e encontrei esse cretino, ele disse que sou patricinha e
tenho grana para pagar e não poderia pegar o café de graça.
— Fabíola! O café está lá para todos do mutirão tomarem — digo e ela anda
de um lado para o outro.
— Quem aquele cretino pensa que é para falar assim comigo? A cara dele
azeda para o meu lado me deixou estressada.
— Quem cobrou pelo café? — pergunto e ela fica nervosa.

— Aquele babaca do Mestre de obra. Ele resolveu dar um de gostosão para


cima de mim e o pior que tinha umas garotas todas derretidas pelas atitudes
broncas dele. Como pode? Pecado as mulheres ficarem babando por um cara
tão ignorante como aquele — diz ela nervosa.
— Fabíola! Sei que a cada dia tem um chefe de obra aqui, mas quem hoje
está aí?

— Não sei! Ele é negro, alto, cabelo cortado como militar, seus olhos me
desafiaram, enquanto sua boca era bem pecaminosa — disse ela bem na hora
que Alex entra, ele foi meu cliente a um tempo atrás quando ganhou a guarda
da sua filha.
— Alex! Chamo ele feliz — Qual o motivo da sua ilustre visita?
— Oi! Doutora, vim só trazer os óculos que a Patricinha deixou lá — diz ele
se aproximando de Fabíola com um sorriso convencido — Eu aceito pecar
com você branquinha — disse ele sussurrando no ouvido de Fabíola que fica
sem reação, ele pisca para nós e sai deixando ela vermelha igual um
pimentão.
— O que foi isso, branquinha? — falo sorrindo e ela me mostra dedo — Olha
só já está com a mesma mania da Tentação.

— Me poupe doutora Lilian ele não é o meu tipo — diz ela virando as costas
— Além disso, nunca daria certo.
— Fabíola! Supus que você parou de ser preconceituosa? — ela vira para
mim com os olhos arregalados.
— Pelo amor de Deus Lilian! Não leve as coisas por esse lado, não tenho
nenhum problema por ele ser negro, não mais, se fosse antigamente com
certeza eu não iria reparar em sua beleza, mas somos de mundos diferentes.
— Não existem mundos diferentes, todos vivemos e sobrevivemos em um só,
abra sua cabeça e deixe as coisas acontecerem naturalmente — digo e vejo
dúvida em seu olhar.
— Não sei Lilian, mas prefiro não imaginar coisas, ele com certeza estava
brincando com a minha cara e viu que conseguiu me irritar.
— Não concordo e acho que se você não der logo sua boceta vai acabar
ficando virgem novamente — digo e logo chega uma moça com um
hematoma no rosto, sentamos com ela que começa a falar o motivo de ter ido
até nós.
Maria Clara é o nome dela, é uma moça muito bonita, seus cabelos pretos vão
até à cintura, seus olhos são castanhos e perto da sua boca a um hematoma,
acredito que se ela fosse branca este hematoma estaria parecendo bem pior,
mas sua pele negra acaba não deixando aparecer tanto.
Maria me disse que seu namorado é um homem muito violento e ontem ela
descobriu estar sendo feita de boba por ele, pois o mesmo fez outra como sua
mulher perante o bairro, quando ela foi confrontá-lo, tomou esta surra, ela
falou que seu corpo estava todo dolorido e que ele a humilhou, depois
mandou seus homens a seguirem proibindo de sair de casa.
Quando soube do mutirão aqui na comunidade ela resolveu vir escondido,
bateu na cabeça de um dos homens e acabou correndo para cá.
— Maria! Precisamos pedir uma proteção para você, não adianta voltar para
sua casa, pois creio que ele já descobriu a sua fuga — ela treme os lábios e
seus olhos enchem de lágrimas.
— Ele nunca foi violento comigo, mas segundo o filho da puta me disse, eu
estava criando asas e elas precisavam ser cortadas.
— Então você irá perdoá-lo?
— Jamais, não fui criada para apanhar de homem nenhum, piorou de um que
dizia ser apaixonado por mim — diz ela decidida e eu adorei.
Liguei para Marcos e conversei com ele sobre o caso de Maria, ela irá entrar
no programa de proteção à testemunha, pedi para Fabíola levá-la escondida
no meu carro. Eles saíram e eu vi quando Alex ficou olhando para ela, resolvi
dar uma de cupido e chamei ele na minha sala.
— Alex que brincadeira foi aquela com a minha assistente? — perguntei e ele
deu de ombro.
— Estava me divertindo com a cara de irritada dela — diz ele sorrindo.
— Alex! Não joga em Fabíola suas frustrações, ela não é sua ex-mulher,
garanto que não são iguais, sei que aquela vaca te traiu com um homem rico e
isso o magoou muito, mas não aceitarei que trate Fabíola mal devido ao seu
passado.
— Eu sei que ela é patricinha e não vou mais olhar para o lado dela doutora,
quero ficar bem longe deste tipo de mulher — diz ele saindo, quando Alex
abre a porta, levo, um susto, seis caras entram armados até os dentes e eu me
seguro para não gritar. Eles apontam as armas para todos nós e Alex volta
ficando ao meu lado, ninguém fala nada e Alex resolve perguntar o que está
acontecendo.
— O que está acontecendo aqui Feijão? — pergunta ele para um cara
baixinho que tem um corte de cabelo com alguns desenhos, o cara olha para
ele e dá um sorriso mostrando três dentes de ouro.
— Patrão está atrás de algo que é dele, segundo nos falaram ela esteve aqui
mais cedo e ele quer dar um papo com a doutora aí — disse ele me olhando.
— Eu não sei o que ele está procurando e também não sei quem é o seu
patrão?
— Oh! Dona! Não vem com KO para o meu lado não, tu és cheia dos estudos
aí e não vem pagar de burra para o meu lado não.
— Mas eu.... — Não termino de falar por que vejo um movimento na porta.
— Você o que Porra? Cala o caralho da sua boca — diz um cara entrando na
sala gritando, seu olhar é mortal para mim e eu estremeço de medo, acredito
que hoje é meu fim — Vou te perguntar uma coisa e espero que você não
queira apanhar, onde está a minha mulher sua vadia? Fico quieta, pois não
sou vadia — Esta surda caralho?
— Cara para que esta ignorância com a doutora? — ele vem para o meu lado
e dá um murro no estômago do Alex.
— Fica na sua aí filho da puta — diz ele xingando Alex, depois o cara pega
no meu queixo e aperta forte — Cadê ela cadela?
— Quem é sua mulher? — pergunto tremendo de medo e ele abre um sorriso.
— Maria Clara e me disseram que o último lugar que ela esteve foi aqui —
ah! fodeu! — Então cadê minha mulher? — Senhor Jesus, o que eu faço.
— Você é o Falcão? — ele sorri e eu seguro minhas lágrimas.
— Ao seu dispor doutora, agora não enrola e me diz cadê ela? — ele aperta
mais meu maxilar e eu solto um gemido de dor, olho seus olhos vermelhos e
sinto o cheiro forte de álcool, pego na minha barriga e me arrependo por não
ter ouvido JR.

CAPÍTULO 22
LILIAN
Por favor, Lilian pensa, você não é nenhuma pessoa indefesa, precisa agir
para proteger sua bebê, eu não posso correr o risco de titubear na frente dele,
preciso ser firme e enganá-lo, agora tenho que ter prudência e calma.
— Senhor Falcão, é um prazer conhecê-lo, eu sou a Deusa do Pecado e
garanto ao senhor que nunca vi nenhuma Maria Clara — digo humildemente
enquanto ele afrouxa a mão do meu maxilar e fico feliz pela minha voz não
tremer.
— Como não doutora! Você está me achando com cara de otário? Meu
homem a viu entrando aqui e correu para me avisar, você está chamando-o de
mentiroso? — diz Falcão nervoso me encarando, eu dou um passo para trás,
ele olha para o tal feijão — Manda chamar o Pipa, quero vê-lo aqui e agora
— o cara só concorda e sai rápido. Aí meu Deus, estou ferrada, por favor me
ajude.
— Se esse, filho da puta estiver mentido, cortarei a sua língua fora, X9 e
mentiroso não cria no meu bairro não — diz ele, fico nervosa, não quero ser
culpada por uma mutilação, piorou sabendo que o cara não está mentindo.
— Senhor Falcão, ele pode ter se enganado, não pode sair arrancando a
língua dos outros por pensar que estão mentindo, existe leis para podermos
fazer justiça — digo tentando amenizar a porra da situação e o cara dá uma
gargalhada sinistra.
— Doutora! No mundo que vivo, não esperamos a justiça para resolver os
nossos problemas, ela é feita aqui mesmo, eu sou o Juiz e condeno aquele que
faz algo contra o que ordenei — diz ele com um ar sombrio, sinto um arrepio
passar na minha espinha de medo.
— Mas isso está errado — ele me olha parecendo bem irritado.
— Acho que você já falou demais, está na hora de calar a sua boca e torcer
para que o Pipa não confirme ter visto ela entrando aqui. Porque se isso
acontecer sobrará para o seu lado — diz ele me ameaçando novamente, eu
torço para que não ache esse tal de Pipa, espero que ele tenha voado para bem
longe daqui.
Abaixo e me aproximo do Alex que está sentado no chão após ter seu
estômago socado.
— Alex como você está? — pergunto preocupada.
— Bem doutora, foi só um soco, poderia ter sido pior e meus filhos estariam
órfãos — arregalo os meus olhos.
— Você está dizendo que ele iria te matar? — Alex confirma.
— Doutora — chama ele bem baixinho — Conta para o Falcão onde está a
mulher dele, pois senão todos irão sofrer as consequências — diz sério.
— Eu não posso Alex, ela já saiu do bairro — sussurro só para ele ouvir.
— Então estamos ferrados — diz ele preocupado.
— Não entendo Alex, se ele gostava tanto dela assim por que escondeu e não
a fez sua mulher? — pergunto sem entender o motivo dele estar fazendo este
escândalo, Alex me olha e parece incomodado com a resposta que irá me dar.
— Preconceito Doutora, ele como dono do tráfico e chefe, precisa desfilar
pelo bairro com as mais bonitas. Maria era uma mulher de beleza rústica, que
só quem a conhece consegue entender o seu charme, fora que ela é negra, os
outros traficantes estão sempre aqui com as esposas brancas e a maioria
loiras.
— Mas isso é um absurdo, ele deixou de fazê-la sua esposa só porque ela era
negra? — ele faz que sim com a cabeça e volta a falar.
— Eu estive na festa ontem e a menina que ele fez como sua esposa é uma
loira insuportável que já pagava de rainha do tráfico antes, ela e Maria já
discutiram várias vezes. Tudo piorava quando via Maria conversando com
Falcão, a mulher perseguia Maria e a tratava mal, o problema é que eu
sempre a alertava que ele só estava se divertindo e ela não acreditou em mim.
— Puta que pariu, então se ele fez a escolha dele, deixa ela viver em paz —
ele faz que não com a cabeça.
— Lilian! Você precisa entender haver regras, uma delas é que uma vez
envolvida com o dono do tráfico, você só será liberada se ele não te quiser
mais, antes disso não há para onde correr, ele é o dono dela e assim a obriga
ficar do seu lado.
— Então não é amor o que ele sente por ela e sim uma posse, como se fosse
um objeto que ele perdeu e agora está correndo atrás — Alex concorda
comigo.
— Sim, ele só está assim pelo ego ferido, pois Maria nunca tinha sequer
levantado a voz para ele, os dois viviam em plena lua de mel, mesmo
sabendo existir aquela mulher chata.
— Tenho pena de Maria, pois mesmo diante do que ele fez. Eu vi que ela
ainda o ama. Porém, a mulher me mostrou ser muito corajosa de abandona-lo,
se fosse outra estaria ainda ao seu lado acreditando na palavra de que nunca
mais isso aconteceria. Ela não esperou a segunda surra, resolveu cortar o mal
pela raiz desde a primeira vez que ele a machucou — Alex concorda e a porta
é aberta bruscamente nela entra um rapaz bem magrinho e quando ele me
olha, vejo a maldade estampada em sua face.
— Pipa! Quero saber caralho, você realmente viu minha mulher entrando
nesta porra aqui — diz o Falcão que até o momento estava parado em um
canto conversando com os seus homens.
— Claro chefia, eu vi quando a patroa entrou aqui e essa aí ó atendeu ela —
disse ele apontando para mim. O Falcão vem em cima de mim como se fosse
uma ave pronta atacar, ele pega nos meus braços e puxa, Alex tenta se
levantar para me ajudar, mas ele dá uma coronhada na cabeça dele.
— Fica aí filho da puta, segunda vez que te falo, no terceiro aviso você morre
e aqueles seus filhos ficarão sem pai caralho — diz ele nervoso e Alex olha
para mim, eu peço que ele recue e não se prejudique.
— Alex! Está tudo bem, nós só conversaremos, lembre-se de seus filhos — o
cara aperta forte meu braço e me encara.
— Conversar é o caralho, abre a porra da sua boca e fala onde você enfiou a
minha mulher.
— Calma senhor Falcão, eu tô dizendo que eu não vi a sua mulher, hoje cedo,
entrou uma moça aqui e ela tinha um hematoma no rosto. Pediu um copo de
água, eu peguei e percebi que ela estava nervosa. Perguntei se ela precisava
de ajuda e ela disse que não. Depois me contou que estava envolvida com um
homem perigoso e iria embora para nunca mais voltar. Eu não sei se essa
moça é a tal Maria, pois eu nunca a vi — digo firme, até estou acreditando na
minha mentira, ele me olha em dúvida.
— Porque não me disse isso antes? Você acredita que sou trouxa, onde você
colocou minha Maria? — diz agora gritando na minha cara.
— Senhor! Estou dizendo a verdade, não sei quem é essa Maria, mas posso
garantir que se for a moça que esteve aqui hoje de manhã, ela foi embora do
bairro e eu não tenho nada com isso — ele me solta e depois tira o seu celular
do bolso e procura algo, e vira a tela do celular para mim e a imagem que
aparece é de Maria dormindo serenamente em uma cama enorme.
— Foi essa moça que veio aqui? — diz ele nervoso e vejo sua mão tremendo,
olho para ele e concordo. Vejo seus olhos fecharem e ele apertar o celular em
sua mão, depois sinto o vento passar perto do meu rosto quando Falcão dá um
murro na parede perto da minha face.
— Descobrirei o paradeiro dela e se houver um dedo seu neste sumiço,
garanto que matarei você e todos da sua família. Mas, antes irei torturá-los do
mesmo jeito que você está fazendo comigo hoje. Me torturando ao me afastar
da minha mulher — diz ele nervoso ele liga para alguém — Quero saber
quem são os filhos da puta que estavam nos pontos de acesso do bairro. Leve
eles para boca, pois preciso saber como Maria saiu daqui sem que ninguém
visse — diz ele saindo e tenho medo de que esses caras possam pagar pelo
meu ato.
Assim que ele some da nossa frente eu consigo respirar um pouco mais
aliviada. Minha consciência pesa, essas pessoas podem morrer por minha
causa, vou até à porta e vejo os dois seguranças caídos no chão, Luigi tem um
corte na cabeça já Paulo está com a bochecha cortada.
— Alex me ajuda levá-los para dentro, enquanto faço curativos neles minha
cabeça está a mil, minhas mãos tremem e eu acredito que o meu corpo
resolveu agora se manifestar por todo o nervoso que passamos.
— Meu Deus! Aonde fui me meter — passo a mão no meu rosto, pego o meu
telefone e ligo para Fabíola que atende no segundo toque.
— Pecado está tudo bem?

— Agora sim, Fabíola quero saber de Maria ela está bem?


— Sim, já estamos na delegacia.
— Estou preocupada, o Falcão está igual louco procurando-a por todo o
bairro, acredito que isto irá dar merda — digo e Fabíola me avisa que o
telefone está na viva-voz.
— O que ele fez com você? — Pergunta Maria preocupada.
— Comigo ele não fez nada, mas o Alex e meus seguranças tomaram umas
cacetadas — digo e logo Fabíola se manifesta.
— Todos estão bem?
— Sim, estão inteiros — digo e ela logo fala com sarcasmo.

— Bem feito para aquele retardado, por acaso ele cortou o saco dele fora? —
diz ela me fazendo rir e Alex torce a cara ao meu lado.
— Para o seu azar princesa o meu playground está intacto — disse ele e ela
resmunga do outro lado.
— Ah babaca! Você não prestou nem para protegê-la — diz ela implicando
com ele, que dá um sorriso travesso para o meu lado.
— Adoro mulher nervosa, vem aqui princesa dar uma volta de novo na minha
área para você ver o que irá te acontecer.
— Pecado você está vendo, eu estou sendo ameaçada por este, este troglodita,
ele está querendo fazer algo contra mim.
— Jamais sujaria minhas mãos com você, pode vir aqui quantas vezes quiser,
pois, você não é o meu tipo.
— Não sabia que homens como você tinha tipo, pelo que eu vi mais cedo
basta ela apenas ter uma rachada no meio das pernas.
— Você está muito enganada, sou seletivo, não como qualquer uma.
— Chega vocês dois, estamos conversando um assunto sério e nós
precisamos salvar a pele dos meninos que estavam na via de acesso hoje.
— Pode ficar tranquila. Pecado, ligarei para ele rápido e livrarei os meninos.
— Maria ele prometeu que matará quem te deixou sair, eu não gostaria de ter
culpa nestas mortes.
— Não precisa se preocupar, ligarei e direi que sai pelo matagal, pois sei que
não havia ninguém lá, já que ele os mandou para o seu escritório assim
ninguém será culpado.
— OK! Fico mais tranquila então — ela desliga o celular e eu volto a falar
com Alex, não demora vejo Falcão entrando novamente na minha sala e eu
suspiro frustrada e, ao mesmo tempo, aterrorizada, tenho medo de que ele
descobriu a minha participação na fuga de Maria.
— Ô doutora! Vim dar um papo com a senhora. Na verdade, um aviso — ai
meu Deus! Agora morro — Minha mulher me ligou dizendo que realmente
saiu do bairro. Então você não estava mentindo, mas se eu souber que você
ajudou a fugir garanto que arrancarei sua cabeça fora — diz ele me encarando
e eu mantenho a pose de que não tenho culpa.
— Então isso não irá acontecer, não fiz nada — digo séria e ele concorda.
— Assim espero, Alex estou de olho em você também. Se souber que você
tem algo a ver com isso, seus filhos não terão mais alguém para chamar de
pai — diz ele e Alex concorda com a cabeça. Vejo ele ir embora e resolvo
que também chegou a minha hora, pego minhas coisas, chamo o táxi e vou
embora para casa.
Quando chegamos e JR vê os seguranças machucados ficou desesperado,
conto tudo que aconteceu comigo e ele a cada momento me abraçava e
beijava minha barriga.
— Amor! Você não voltará para lá — diz zangado.
— JR! Pensa um pouco, eu não posso deixar de ir, isso irá levantar suspeitas
sobre o meu envolvimento no sumiço da Maria. Por enquanto eu preciso
manter as aparências — digo firme — Tenho medo de que o Falcão descubra
o meu envolvimento em tudo.
— Não quero saber Lilian, é você e minha filha que estão em risco, não
perderei vocês duas para um louco.
— Se eu fizer as coisas certas não teremos o que temer, estamos seguras meu
amor, você pode colocar mais dois seguranças, isso fará nós dois ficarmos
mais tranquilos.
— Não Lilian, eu não aceito.
— JR, seja mais prudente, mesmo estando com medo precisamos por
enquanto fingir que nada aconteceu. Não entregarei de bandeja para ele a
minha culpa — ele não gosta nem um pouco do que digo e quando pensa em
responder tocam a campainha, atendo louca para me ver livre dele, quando
abro encontro senhor Aurélio e Dona Vitória sorrindo para mim.
— Mas que surpresa boa é essa? Vocês aqui! Que milagre — digo e os dois
sorriem depois me abraçam e quando entram dona Vitória me entrega uma
vasilha vermelha de plástico, levo ela para cozinha e quando vou abrir senhor
Aurélio se manifesta.
— Cadê o Benjamin? — pergunta ele curioso.
— Está tomando banho, desde que nos casamos ele diz que já é homem e não
precisa mais de mim para se limpar, vocês acreditam que meu bebê me
dispensou — eles sorriem e senhor Aurélio concorda.
— Vanessa era assim, com quatro anos já queria fazer tudo sozinha e agora
meus netos apesar de pequenos tem o mesmo gênio dela, coitado do meu
genro — diz ele rindo e dona Vitória o olha com muito amor.
— Deixa-me limpar a baba que está caindo aqui do lado — diz ela e senhor
Aurélio beija sua mão que está entrelaçada na dele, adoro ver este amor, logo
meu furacão chamado Benjamin entra na sala e sorri para eles já indo abraçá-
los.
— Vovô — diz Benjamin feliz, desde a morte do pai de JR que o senhor
Aurélio e Ben ficaram próximos. Ele sempre liga para cá e quer saber sobre a
vida dele, os dois passam horas no telefone e nós combinamos que
passaremos às férias dele lá no Brasil, isso deixou os dois radiantes.
— Oi! Ben, trouxe algo para você — disse ele e seus olhos brilham, Ben
parece pensar e quando o senhor Aurélio fala no ouvido dele o que é, meu
filho abre um sorriso enorme e pula do colo dele indo para a cozinha
correndo.
— Mamãe! Cadê meu bolo que vovô trouxe — começo a rir, pois quando
estivemos no Brasil Benjamin se apaixonou pelo bolo de laranja que dona
Vitória faz, isso foi o ponto x da aproximação deles dois, o famoso bolo de
laranja que ela fazia especialmente para o senhor Aurélio.
— Pegarei e tratei um café também — vou até à cozinha com dona Vitoria e
conversamos até o café ficar pronto, depois voltamos para sala onde
encontramos JR e senhor Aurélio sentados no chão brincando com meu filho
e seus bonecos de super-heróis.
— Hum! Mamãe está cheiroso! — disse Ben sorrindo.
— E gostoso, pois foi minha flor que fez — diz senhor Aurélio pegando um
pedaço de bolo, começamos a conversar até que o senhor Aurélio disse o
verdadeiro motivo de estar ali.
— JR! Quero te dizer que além de seu amigo eu te tenho como um filho —
diz sério — Estou aqui por dois motivos, o primeiro nós já estamos fazendo
que é matar um pouco a saudade se vocês, o segundo é sobre seu pai
biológico — JR se levanta na hora.
— O que aquele crápula fez agora?
— Ele me procurou lá no Brasil e pediu para você aceitar encontrar com ele
pelo menos uma vez — JR nega.
— Não quero, ele é um estranho, nunca soube da sua existência e agora
simplesmente o cara aparece e quer que nos tornemos pai e filho — diz ele
andando nervoso pela sala, senhor Aurélio se levanta e toca no ombro dele
fazendo-o parar.
— Eu sei que você tem todo o direito de ignorá-lo, não estou aqui pedindo
uma segunda chance para ele, mas acredito que você precisa ir até este
encontro e colocar um basta nesta situação, só assim esta página poderá ser
arrancada da sua vida ou eternamente guardada.
— Mas, senhor Aurélio, eu estarei desrespeitando o meu pai ao aceitar ele na
minha vida.
— Não JR. Márcio poderia não ficar feliz em te ver próximo dele. Porém, ele
entenderia você querer saber os motivos do babaca, vulgo seu pai ter
realizado esta merda — ele tira um papel do bolso e dá na mão dele. A
decisão que você tomar eu aceitarei. Ficaremos aqui por uma semana e caso
você queira ir lá, te acompanharei — ele concorda, depois os dois vão
embora e nós combinamos de sairmos amanhã.
Vejo que JR está inquieto e seu semblante sério me deixa preocupada, não
quero ver ele fazendo coisas que possam magoá-lo, decido deixá-lo com os
seus pensamentos enquanto dou atenção para o nosso filho que não para de
comer, o garoto esfomeado.
A noite caiu e JR continua quieto. Ele só sorriu para o nosso filho que parece
ter percebido a tristeza do pai. Até pediu para dormir conosco o que o fez se
animar um pouco após os dois fazerem uma guerra de travesseiro. Ben
dormiu e JR se levantou e saiu de fininho achando que eu também estava
dormindo, me levantei com cuidado e fui atrás dele.
JR se encontrava na frente da janela que dava nos fundos da nossa casa onde
a água da piscina brilhava com a luz da lua, eu o abracei por trás e beijei suas
costas, ele colocou sua mão sobre a minha e ficamos ali admirando a noite
enquanto ele suspirava.
— Você acha que devo ir? — perguntou ele para mim e eu sinceramente não
sei a resposta, será que ele deve ir ou é melhor deixar as coisas como estão?

CAPÍTULO 23
JR
— Tudo bem tio Aurélio, eu vou. Pode marcar o nosso encontro, conversei
com a minha Sereia e ela concordou com a minha decisão — digo firme e ele
faz que não com a cabeça.
— Não queria te pressionar, por isso esperei sua decisão antes de te contar a
verdade.
— Que verdade? Vai me dizer que ele não é meu pai e sim outro?
— Não JR, Work é seu pai, mas ele está doente.
— Ele então só me procurou por que está doente? Se não fosse isso
continuaria no escuro.
— Não meu filho. O estado dele é terminal, ele quer te ver antes de morrer, o
câncer já está por todo o seu corpo — mesmo eu não tendo contato com ele, e
o mesmo ter sido um filho da puta com a minha mãe. Fiquei triste pelos seus
filhos e esposa.
— Ok, então vamos amanhã resolver isso.
— Sim, eu estou aqui para isso — diz tio Aurélio e logo ele vai embora, pois
tia Vitória tinha ido à casa da Gabi, levar um presente que a Kelly havia
mandado para o seu sobrinho Kian.
Vou para a cozinha arrumar os ingredientes para fazer uma lasanha de frango,
minha Sereia está com desejo.
Preparo tudo, quando minha mulher aparece vestida em uma camisola
vermelha, com um decote bem nos seios que já estão maiores devido à
gravidez, meu amigo dá sinal lá embaixo.
— Hum! Amor, que delícia! — diz ela sentindo o cheiro da lasanha.
— Muito gostosa — digo comendo-a com os olhos, ela me olha e sorri
quando percebe o que estou admirando.
— Então, porque nós não aproveitamos o banho demorado do nosso lindo
filho — diz ela passando a mão pelo meu pau, eu não deixarei minha mulher
com desejo, não é?
— Com toda certeza amor — pego ela no colo e suas pernas entrelaçam no
meu quadril — Mas, terá que ser rápido por que se não nosso filho aparece e
nos atrapalha — ela sorri e eu desço meu nariz pelo seu pescoço sentindo a
sua fragrância. Coloco ela sentada no banco da cozinha.
— Amo o seu cheiro — digo depositando beijos em seu rosto, queixo e
pescoço, Lilian se remexe e eu fico mais excitado quando sua mão entra pelo
meu short, ela me masturba e suas mãos pequenas e quente faz com que eu
mexa o meu quadril.
Aproveito o decote e coloco seus seios para fora, passo a língua e brinco com
eles enquanto ela começa a gemer. Suas mãos me apertam mais e eu solto um
gemido, desço minha mão livre até a sua calcinha, coloco ela de lado e
deslizo um dedo para dentro da sua boceta quente e apertada, faço
movimentos de vai e vem, enquanto meu polegar vai até o seu
clitóris, esfrego seu ponto sensível e ela geme mais alto. Beijo sua boca com
todo o meu desejo.
— Não quero que você goze nos meus dedos, quero todo o seu prazer no meu
pau — digo tirando meus dedos de dentro dela e suas mãos conduzem meu
pau até a sua entrada, porra é o céu quando sinto ela me guiando para o meu
caminho da felicidade.
Entro na sua boceta devagar, pois, mesmo com tesão não quero machucá-la.
Vou entrando e saindo cada vez mais rápido quando sinto o prazer aumentar.
Gememos chamando um, o nome do outro, o prazer a cada momento vai
subindo e nos deixam alucinados. Deslizo meu dedo até o seu clitóris e
esfrego aquela região com um pouco de pressão. Ela geme na minha boca e
morde meu lábio inferior, isso vai direto para o meu pau, acelero meus
movimentos quando Sereia aperta meu pau e diz que gozará.
— Goza comigo amor — peço sentindo meu orgasmo chegar me deixando de
perna mole.
— Lilian! Você é muito gostosa — digo dando uma última estocada ainda
sentindo seus espasmos no meu pau. Ela coloca a cabeça no meu peito
enquanto esperamos ter vontade e força para nos separarmos, mas passos no
corredor nos avisam que um furacãozinho está chegando, nos afastamos
rápido e eu arrumo minha roupa, ainda sinto as pernas moles.

Lilian levanta do banco e sai avisando que já volta. Após dez minutos ela
volta com um pijama de ursinho, estava linda como sempre e se ela pensou
que eu não ia ficar com tesão, estava muito enganada, minha mulher é
gostosa de qualquer jeito.
Comemos e rimos do nosso filho que é curioso e não parava de falar, as
sessões com o psicólogo estavam menores e Ben só ia uma vez a cada quinze
dias. Não havia nada que ele não quisesse saber e eu explicava com muita
calma. Ser pai é maravilhoso, o sentimento de proteção e cuidado é algo
único e se pudesse não o deixaria cair nunca, mas sei que o erro é importante
também para o crescimento pessoal dele, só espero sempre estar lá para
ajudá-lo a se levantar.
Dormimos depois que Lilian conta a história dos três porquinhos para ele,
tendo eu como o imitador de gestos e sons. Seus olhos brilhavam e passavam
da sua mãe para mim, eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida. Após o
nosso filho se entregar ao sono. Amei a Sereia mais uma vez, contudo, agora
sem pressa, depois dormimos de conchinha com a minha mão em sua
barriga. Ouço o meu filho chorar e levanto caindo de sono para ver o que
aconteceu?
— JR deixa que vou — diz ela também se levantando.
— Nada disso, fique aí que vou lá, você por muito tempo foi pai e mãe dele
meu amor, mas agora estou aqui e quero participar — digo saindo do quarto.
Chego lá e vejo meu filho chorando com as cobertas em cima da sua cabeça.
— Benjamin, por que está chorando? — digo indo sentar perto dele.
— Ele me pegou papai, me levou para longe — disse ele aos prantos me
encarando com seus lindos olhos verdes.
— Quem fez isso meu pequeno? — digo abrindo meus braços e ele pula,
percebo que Ben treme de medo e eu faço carinho nas suas costas
para tranquilizá-lo.
— O Alysson papai, ele voltou e disse que tudo era minha culpa.
— Foi só um sonho ruim meu pequeno, papai está aqui e vai te proteger
contra ele — beijo sua cabeça e o aperto no meu colo — Eu te amo e nada
acontecerá.
— Você promete papai? — diz ele ainda com lágrimas nos olhos.
— Prometo, vou proteger a nossa família — ele passa os braços pelo meu
pescoço e deita sua cabeça no meu ombro.
— Eu te amo papai — diz ele me fazendo emocionar — Amo também a
mamãe e a Pocahontas.
— Eu e elas também te amamos, agora quer ir dormir conosco? — ele faz
que sim e abre um grande sorriso beijando o meu rosto.
Chegamos lá e Lilian está sentada na cama, é claro que como uma boa mãe
ela jamais iria voltar a dormir sem saber o que aconteceu.
— Não sei como você não foi lá no quarto? — pergunto e ela abre os braços
para o nosso filho.
— Não foi por falta de vontade, mas, entendo que para você era importante
estar com nosso filho, mesmo me doendo respeitei o seu espaço — diz ela
deitando de lado devido à sua barriga e Ben a abraça forte.
— Obrigado — digo beijando sua testa, depois deito do lado deles deixando
Ben entre nós que logo volta a dormir com minha Sereia fazendo carinho em
sua cabeça.
— Porque ele estava chorando? — pergunta ela curiosa.
— Foi só um pesadelo, já passou — digo para tranquilizá-la, amanhã
aumentarei sua segurança. Eles voltam a dormir e eu fiquei velando seus
sonos, não posso perder nenhum deles, já perdi os meus pais e farei de tudo
para que nada aconteça para eles, durmo segurando a mão do meu filho,
pensando o quanto sou feliz.
— Bom dia papai — acordo com aquela voz que tanto amo — Quero ir ao
banheiro será que pode soltar a minha mãozinha — diz meu filho sorrindo.
— É claro pequeno — digo dando um beijo na sua testa, ele levanta e passa
pela sua mãe que está saindo já pronta do banheiro.

— Já vai Sereia? — pergunto e ela sorri.


— Hoje será o julgamento do Heiki, eu não perco a surra daquela lambisgoia
por nada nesse mundo — diz ela sorrindo.
— Não entrará na briga amor, lembra da nossa menina — digo e ela passa a
mão na sua barriguinha linda.
— Pode deixar, vou só olhar de longe — levanto minha sobrancelha porque
conheço a mulher que tenho — Juro amor, não sou irresponsável.
— Ok, acreditarei em você mulher — digo e ela sorri saindo do quarto, logo
Ben sai também, vou para o banheiro e após me aprontar encontro os dois
tomando café da manhã.
— Sinto falta de Tiana, se ela tivesse aqui tenho certeza que queria ir ver
Paixão acabar com Mikaela.
— Sinto não ter conhecido ela, vocês todos falam com carinho dela
— Sim, mas espero que ela esteja bem — minha mulher fala triste. Tiana
trabalhava para Tentação e realizava limpeza no apartamento da Lilian, ela
foi embora devido ao seu ex-namorado e as meninas sentem sua falta.

— Com certeza está meu amor — digo dando um beijo nela.


— Que horas você encontrará com o senhor Aurélio — só de pensar nisso já
fico nervoso
— As quinze horas, você tem certeza que o quer levar? — pergunto para a
Sereia que vai me acompanhar levará o Ben, ela disse que devemos ter
compaixão e perdoar o senhor Work. Pois, ele já está sofrendo e não somos
Deus para julgá-lo. A nossa parte é sair daquele hospital com a nossa
consciência tranquila e eu concordei. Work é um estranho e não tem porque
eu guardar esta mágoa, isto só me fará mal, mas eu também não quero
contato com ele, é só apenas para eu fechar esta página em branco da minha
vida.
— Darei apoio para Paixão e mais tarde estaremos aqui, somos uma família e
como diz os três mosqueteiros “Um por todos e todos por um” — sorrio e
puxo ela para outro beijo.
— Eu te amo — declaro para minha linda mulher na hora que meu filho
resolveu derrubar o copo no chão.
— Ben, não pega, mamãe limpa — disse ela apurada, ele já ia pegar no caco
de vidro, logo o clima é quebrado e nós dois deixamos isso para depois.
Despedimos e eu fui para o escritório após deixar meu filho na escola,
trabalhei até na hora do almoço com o Natan. Ri das crises de ciúmes dele
pela July e tentamos não lembrar do julgamento do Heiki, depois fui para
casa e após minha mulher chegar e contar tudo que aconteceu fomos para o
hospital onde tio Aurélio já nos esperava.
Ele nos encaminhou até um corredor, as imagens da minha mãe vieram na
cabeça instantaneamente, como esquecer a última vez que há vi acordada,
assim que nos aproximamos uma mulher loira se levanta e me olha com
raiva.
— Carmélia este é JR, sua esposa Lilian e seu filho Benjamin — diz tio
Aurélio e a mulher olha para nós, com ar de superioridade.
— Não falarei que é um prazer te conhecer, porque não é, você parece a
songa monga da sua mãe. Tenho até minhas dúvidas se é filho dele, mas se
até no final da vida aquele idiota quer o seu perdão — diz ela com desdém
balançando o ombro.
— Se para você não é um prazer conhecer o meu marido problema é seu,
agora nos trate com respeito, porque meu marido não está aqui para ser
destratado, sua vaca metida a besta — diz Lilian furiosa.
— Sereia! Pensa na nossa filha e deixa esta mulher para lá — digo levando-a
e meu filho para sentar longe e evitar brigas.
Não se passaram dez minutos e eu fui chamado. Minha mulher me beija
passando toda a calma possível. Respiro fundo e entro naquele quarto que
cheira remédio, o senhor Work me olhava e seu rosto estava inchado e pálido,
eu me aproximo dele e ninguém fala nada, peço que tio Aurélio permaneça na
sala e o Work não se opõem.
— Bem José Roberto. Sei que você tem muitas perguntas para me fazer e eu
sou dono das suas respostas. Mas, infelizmente não tenho todo tempo que
seria necessário para saná-las, mas você entenderá o que aconteceu após eu te
contar minha história com a sua mãe, quero o seu perdão e gostaria de
perguntar se fiz falta para você?
— Eu não tive vontade de te conhecer senhor Work, tudo que eu disse aquele
dia na festa foi verdade, não podemos sentir falta do que você nunca teve,
mas entendo a sua procura pelo meu perdão. Se eu tivesse no seu lugar faria a
mesma coisa — digo sério e sem mágoa.
— Entendo, vejo muito o Márcio em você sabia — abro um sorriso, pois já
me disseram isso várias vezes — Quando fui um canalha para a sua mãe, ele
me enfrentou e foi mais homem que eu — fico sério e espero ele desabafar.
Se isso vai fazê-lo feliz e descansar em paz, então ouvirei tudo e terei mais
consideração com ele do que o mesmo teve com a minha mãe.
— Tenho certeza que a pergunta que está sendo feita na sua cabeça agora é
porquê?
— Sim, o por que você abandonou minha mãe? Ela era uma mulher
maravilhosa?
— A verdade é só uma José Roberto. Eu era novo e tinha o mundo aos meus
pés. Sabe quando a arrogância, prepotência e dinheiro fazem você se achar o
dono da porra toda. Pois é! Este era eu, quando estava com sua mãe a
Carmélia era minha amante, ela era mais parecida comigo em todos os
sentidos que sua mãe, posso dizer que Carmélia era eu vestida de mulher e
pensei que ela seria a escolha perfeita.
— Então, agora você deve estar feliz, não entendo a amargura em sua voz.
— Eu errei JR. Escolhi a igual, a que parecia comigo e não me daria os
limites necessários para parar. Então, hoje entendo porque os opostos se
atraem, eles não se misturam e isso dá o equilíbrio necessário. Sua mãe era
doce, amiga, fiel e extremamente madura. Tudo que eu precisava em uma
mulher para não me deixar perder no meio do caminho. Ao ter o poder meu
filho, acabamos esquecendo os princípios e isso me fez não valorizar a única
mulher e filho que amei — fico sem reação.

— Você não construiu uma família com Carmélia?


— Não, após eu largar a sua mãe, Carmélia achou que era muito nova para
engravidar e isso estragaria o corpo dela. Com o passar dos anos fomos nos
afastando e quando ela decidiu ter filhos eu descobri a doença. Julguei que
não seria justo deixar outra criança sem pai, fiz vasectomia e ela não
entendeu, como disse, somos egoístas demais para pensar na dor do outro.
— Mas ela está aí na porta e sofre por você?
— Não meu filho, ela sofre por descobrir o quanto eu te amo e amei a sua
mãe. Por eu engravidar outra e não ter dado o que ela queria e também por
deixar metade da minha herança para você e seus filhos e ela perder o bolo
todo — olho para ele incrédulo.
— Você não precisa fazer isso, use o seu dinheiro para o tratamento, meus
pais já deixaram tudo para mim — ele pega na minha mão.
— Por favor, eu sei sobre a doença e o quanto seu tratamento é caro. Não
tenha orgulho como tive. Pensa no seu filho como eu não pensei em você. Sei
que seu coração é enorme e você consegue ser mil vezes melhor pai que eu.
Deixa-me fazer pelo menos algo por você, este é o meu último pedido, por
isso te chamei aqui, para me desculpar e informar sobre a herança. Aurélio já
sabe de tudo e está com os documentos é só você assinar.
— Agradeço, Rodolfo, obrigado por pensar nos meus filhos, inclusive eles
estão aí, Lilian veio também.
— Gostaria de vê-los, você permite? — me levanto e abro a porta chamando
minha linda família. Carmélia torce a cara, credo, mulher nojenta. Eles
entram e Benjamin está me encarando, pego ele nos meus braços.
— Ben este é Rodolfo Work — digo e minha Sereia completa.
— Seu avô — Rodolfo sorri para o meu filho.
— Benção vovozinho — diz Ben inocentemente, vejo os olhos do Rodolfo
encher de lágrimas.

— Deus te abençoe meu neto — diz ele pegando na mão do meu filho que
sorri timidamente em sua direção — Você é lindo, já te disseram isso? —
meu filho faz que sim com a cabeça — Sabia que estes olhos são meus —
Ben faz que não com a cabeça.
— É meu, igual do papai — diz sério.
— Sim, do seu pai é igual ao meu — Ben olha dele para mim duas vezes e
abre um sorriso.
— Irado vovô — diz Ben rindo, meu pai me olha sorrindo.
— Não liga, o Natan que é o padrinho doido dele, passa a tarde ensinando
gírias para o Ben, ele adora.
— Esta é a minha irmã Pocahontas — diz Ben apontando para a barriga de
Lilian, depois ele coloca às duas mãozinhas na boca como se falasse algum
segredo. — Ela será linda também e terá os olhos verdes, eu vou protegê-la
junto com o papai dos marmanjos que darem em cima dela, mas não pode
contar para a mamãe, senão ela ficará brava conosco e ficaremos de castigo.
— JR! Eu não acredito que você está recrutando o Ben para isso! — diz
minha Sereia brava.
— Iiii papai! Sujou, acredito que a mamãe ouviu — não tem como não se
apaixonar pelo meu filho e eu vi o quanto os olhos de Rodolfo brilharam ao
olhar para ele, rimos da carinha dele de preocupado com a reação da sua mãe.
Logo o médico entra e pede para deixarmos Work descansar. Ele já
conversou demais e ainda tinha a esposa para visitá-lo. Na saída pergunto
sobre o seu estado e ele disse que não há mais o que fazer, a Carmélia entra
para vê-lo e logo o médico teve que correr para lá, pois ela gritava feito uma
louca com o Rodolfo.
Voltamos para casa e Lilian estava preocupada comigo. Sou humano e senti
de vê-lo daquela forma, como sentiria por qualquer pessoa. Penso em como o
câncer o consumiu rápido e o seu dinheiro que ele tanto prezava não foi o
suficiente para curá-lo. Ele trocou tudo por poder e agora está morrendo sem
ter uma pessoa sequer ao seu lado. Dormi com a consciência tranquila por tê-
lo perdoado. Que ele consiga ter paz.

Às três horas da madrugada recebi a ligação do tio Aurélio avisando da sua


morte. Me senti triste, mas sei que ele estava me esperando para poder partir
em paz. Desejei em seu funeral que ele alcançasse a paz almejada e me senti
mais leve por não guardar esta mágoa comigo. Hoje fechei uma página da
minha vida e só quero ser feliz com a melhor família que Deus poderia ter me
dado.

CAPÍTULO 24
JR
__Amor, ela ligou só para saber de mim - digo nervoso pois ontem Catarina
me ligou e isso desencadeou uma briga entre mim e a Sereia, ela não entende
que Catarina é passado e com a gravidez Lilian está muito sensível e
insegura.
Então repete, porque ela te ligou? JR! Já tem um ano que estamos casados e
agora essa mulher resolveu te ligar? Ha troco do quê? Me diga? — diz ela
nervosa batendo aqueles pezinhos lindos no chão, era como se estivesse
zangada com o coitado e o estivesse punindo, eu tenho vontade de rir, mas se
fizer isso, sou um homem morto.
— Sereia! Ela me ligou para pedir desculpas por tudo que aconteceu entre
nós, Cat falou que agora ela participa de uma equipe que trabalha na África
com crianças órfãs. Olha que maravilhoso, fiquei orgulhoso dela, então ela
pediu para me ver daqui a dois meses, pois ela virá aos Estados Unidos e quer
marcar um encontro comigo.
— Que intimidade com esta jararaca hein JR! Agora você a chama de Cat?
Tem orgulho dela? E eu? Você tem orgulho de mim também? Ou só sirvo
para carregar os seus filhos no meu ventre — diz Sereia nervosa e meu Deus
ela fica uma graça ciumenta, preciso segurar a minha risada que está para sair
a qualquer momento.
— Foi só um jeito carinhoso que eu a chamei Lilian. Tenho orgulho da
mudança em Catarina sim, ela mudou, o pai dela me garantiu e o tio Aurélio
também, eles falaram que algo aconteceu quando ela esteve aqui nos Estados
Unidos e que isso a deixou diferente, lembra que eu te falei quando estive no
apartamento dela? Achei ela esquisita, pois é! Espero que não tenha sido nada
de ruim, pois Catarina não parecia ser uma pessoa que iria se entregar de
corpo e alma para outra pessoa como está fazendo na África.
— Que lindo…perfeito… — diz Lilian mais zangada ainda.
— Amor ela me disse que entrou com pedido de adoção de duas crianças,
olha que ato bonito este dela, inclusive ela os trará para os Estados Unidos.
— Ah! Claro, ela vem atrás de você — diz ela indo na penteadeira pegar uma
escova, depois ela senta na cama e penteia seus cabelos com raiva, o detalhe
que eles estão arrumados.
— Não amor, ela está noiva e o rapaz é americano, eles se conheceram lá na
África, ela está praticamente casada.
— Meu Deus! Aquela louca conseguiu um homem para casar com ela, será
que ele está doente da cabeça? Só pode né? Porque para aturar alguém como
Catarina, tem que ter algum problema — diz ela, eu não aguento, começo a
rir e Lilian pega a escova e acerta na minha cabeça.
— Ai! — grito assim que a escova bate em mim.
— Está rindo da minha cara seu traste, estou com cara de palhaça por acaso?
Seu babaca infeliz — diz ela agora muito zangada, vou até Sereia, mesmo
correndo o risco de morrer e sento ao seu lado, pego na sua mão e ela tenta
puxá-la.
— Senta aqui no meu colo — peço e ela faz que não. Sereia está com um
bico enorme e eu quero mordê-lo — Vem amor só um pouquinho — ela me
olha e pensa um pouco, depois se levanta e senta me deixando abraçá-la, meu
Deus esses hormônios vão enlouquecer minha mulher até o final e eu vou
junto nessa.
— Ei amor! Amo só você, Catarina não representa nada, a não ser o papel de
ex-mulher. Ela se portou bem neste tempo que estamos juntos, sumiu e só
apareceu agora. Deixa-a onde está, seremos felizes como sempre fomos —
digo tentando tranquilizá-la, mas agora minha Sereia começa a chorar, puta
que lá merda com a raiva até que consigo lidar, mas com as lágrimas aí fica
difícil.
— Amor porque você está chorando agora? — pergunto e ela coloca sua
cabeça no meu peito enquanto as lágrimas não param de cair. Arrumo-me
direito na cama para que ela e a bebê fiquem mais confortáveis, Lilian está de
7 meses e parece uma verdadeira bolinha, linda e perfeita, que ela não me
ouça, porque senão, podem preparar o meu velório.
— Não sei, mas não queria que você encontrasse com ela sem eu estar ao seu
lado, pelo jeito ela virá na mesma época que nossa filha nascer, então não sei
como ficarei ao vê-lo perto dela.
— Não precisa ficar nervosa meu amor, eu amo só você, tenho muito orgulho
de ser o seu marido e pai dos seus filhos, de formar a família linda que você
está me dando. Não tem porque ter ciúmes dela, algum dia eu já mostrei estar
interessado nela? — pergunto e ela faz que não com a cabeça ainda de bico,
eu acaricio a sua barriga e minha filha mexe.
— Não, você nunca deu prova nenhuma — diz ela e começa a chorar de
novo, ai meu Deus agora o desespero é total, porque Benjamin entra no
quarto e vem abraçar a mãe chorando também, não, é muito para minha
cabeça, hoje eu piro.
— Mamãe, porque a senhora está chorando, a maninha está com dor? Ela está
passando mal? — diz ele acariciando e beijando a barriga dela, enquanto
Lilian chora mais, oh! Meu Deus! Meus olhos também enchem de lágrimas,
essa família é de manteiga derretida.
— Maninha, papai vai te levar para o hospital, não pode ficar com dor — diz
ele colocando a cabecinha na barriga como se quisesse ouvir a resposta.
— Filho, não é nada com a Pocahontas, ela não está com dor, mamãe que
está emotiva devido à gravidez.
— Ah! Que bom! Você está salva maninha — diz ele beijando a barriga de
Lilian e ele me olha limpando os olhinhos — O que é emotiva papai? —
pergunta ele e minha Sereia puxa seu rosto dando beijo.
— Desculpa amor, perdoa mamãe que está louca e com ciúmes do papai,
emotiva é quando você tem vontade de chorar devido a qualquer coisa, ou
sorri por coisas bobas.
— Entendi mamãe — diz ele abraçando-a, eu aproveito e abraço os três,
ficamos quietos por uns segundos.
— Nós te amamos — digo olhando para o meu filho que sorri convencido.
— Eu sei papai, eu também amo vocês três — diz ele fazendo o número três
com os dedos.
— O que vocês acham de irmos ver o primo Vinicius e depois irmos para o
shopping comprar roupas para a Pocahontas? — pergunta Lilian animada —
digo que pirarei, olha aí a mulher agindo como se nada tivesse acontecido.
Concordamos e após prontos vimos o bebê de Natália que é esposa do
delegado babaca Marcos. Chegamos lá e Gabriela acabou de ir embora com o
Rick e o Kian, a criança é bonita e eu quase o elogiei de novo, mas desisti
quando Marcos ficou falando que ele namorará minha Pocahontas.
— E como vai minha norinha? — pergunta ele rindo.
— Eu já te disse que minha filha não terá namorado tão cedo, Benjamin está
de cão de guarda, pronto para atacar qualquer um que chegar perto dela —
ele abre um sorriso, babaca.
— Marcos, para de implicar com JR, pois logo engravidaremos de novo e
virá nossa filha, então você terá que deixá-la namorar o Ben — diz Natália e
Marcos fecha a cara na hora.
— Para com essa conversa mole Naty, minha filha não namorará antes dos
vinte e cinco anos.
— Eu falo que vai, então não começaremos tudo de novo, a bebê não está
aqui dentro da minha barriga ainda e você já quer controlar a vida dela? —
diz Natália zangada.
— Quem diria hein! O grande delegado federal Marcos de Andrade é
mandado por uma ex-modelo brava — digo rindo e Natália cruza os braços
zangada.
— JR, Marcos manda lá na delegacia, naquele bando de homens e mulheres,
lá ele pode até cantar de galo, mas aqui em casa, quem diz a última palavra,
sou eu — diz ela nervosa e eu começo a rir.
— Estamos ferrados — digo baixo e Marcos concorda.
Mais tarde após minha Sereia se esbaldar com o lanche da tarde fomos para o
shopping. Precisávamos terminar de comprar os móveis para o quarto da
nossa filha. Já escolhemos quase tudo, mas a cômoda e o berço, Lilian deixou
propositalmente para fazer na loja onde Maria Alice trabalha. Ela é irmã da
Maria Clara uma moça que Lilian ajudou a fugir do namorado violento, ela
entrou para o programa de proteção à testemunha, Maria Clara testemunhará
contra o namorado traficante. Ontem ela pediu para Lilian avisar a sua irmã
que estava tudo bem com. Segundo Clara a irmã deve ter trocado o número
do celular, então para não levantar suspeitas Lilian realizará a compra e dará
o recado.
Assim que entramos na loja que é muito sofisticada, várias moças vêm nos
atender, mas Lilian procura por Maria Alice, vejo que lá ao fundo, uma moça
negra que estava conversando com uma loira se levanta e vem até nós, seu
sorriso é muito bonito.

— Boa tarde. Sou Maria Alice do que vocês precisam? — pergunta ela
sorrindo — Só me digam a sessão que já poderemos começar.
— Maria Alice muito prazer. Sou Lilian e esse é meu marido José Roberto.
Já este pequeno é o nosso Ben — minha mulher apresenta a nossa família
sorrindo.
— Sei que você é uma das Deusas — minha mulher sorri concordando.
— Sou a Deusa do Pecado, prazer — ela olha para a loira e faz um joia.
Acredito que elas são fãs da minha esposa — Eu preciso falar com você algo
do seu interesse — diz minha mulher e agora Maria a olha intrigada — Vim a
pedido de Maria Clara — quando minha mulher diz isso os olhos da moça
enchem de lágrimas — Ela está bem e saiu ontem do País — ela passa a mão
no rosto e percebo que Maria está tremendo.

— Como? Para onde ela foi? — pergunta nervosa.


— Fique calma, Maria Clara está no programa de proteção à testemunha,
você irá vê-la quando voltar para cá e testemunhará contra o Falcão.
— Meu Deus! Onde minha irmã se meteu? — pergunta ela agora se
abraçando.
— Ela está com saudades e pediu seu novo número.
— Eu e Maria Eugênia que é nossa irmã caçula tivemos que sair fugida do
bairro. Falcão está igual louco atrás dela.
— Meu Deus! Onde vocês estão morando?
— Nós temos uma tia bruxa que mora distante e eu consegui que ela nos
aceitasse lá. Mas, não ficarei por muito tempo, pois a velha é insuportável e
está fazendo Maria Eugênia de empregada enquanto estou trabalhando. Ela é
apenas uma criança e eu não aceitarei que a trate deste jeito só porque
estamos morando de favor, esse mês terei uma boa comissão e poderei sair
daqui para alugar um puxadinho para nós — diz ela e minha mulher a olha
com tristeza.
— Tenho um apartamento que está fechado, ontem mesmo eu estava
procurando alguém para cuidar dele, será que você não teria interesse? Só
precisa pagar água e luz, o condomínio está pago até o final do ano — digo
para ela sorrindo, seus olhos enchem de lágrimas.
— Senhor! Deve ser muito caro — fala ela.
— Não é, o preço é bem razoável e acredito que será mais barato do que você
alugar um puxadinho para você e sua irmã, fora a segurança que ela terá,
você poderá sair e deixá-la sossegada.
— Eu aceito senhor José Roberto, é claro que esperarei chegar ao final do
mês para nos mudarmos.
— Porque esperar tanto Maria? Podem mudar hoje mesmo e não precisa
levar nenhum móvel, ele já está todo mobiliado, ela aperta a barra da sua
blusa e suas lágrimas banham seu rosto.
— Meu Deus! Vocês existem mesmo? Primeiro a senhora ajuda a minha irmã
e agora o seu esposo me ajuda.
— Ei! Não precisa ficar assim, se tivesse me procurado antes já teria
resolvido a vossa situação. Peço desculpa de não ter me ligado que Falcão
poderia ir atrás de vocês — diz Sereia triste.
— Que isso senhora, o que está fazendo por nós, já é maravilhoso, obrigada,
muito obrigada — diz ela, eu saio um pouco para o lado, meu filho me
mostra um vestidinho rosa.
— Você quer levar para sua irmã? — ele sorri concordando. Volto para onde
está minha esposa com o vestido na mão, uma mulher com o nariz empinado
se aproxima de Lilian.
— Maria Alice, você tem outros clientes que querem ser atendidos, será que
irá demorar esta conversa de comadres aí? Suas amigas devem deixar para vir
te ver no seu horário de almoço e não quando você precisa trabalhar — diz
ela toda arrogante e Lilian a encara, esta merda não prestará, pego meu filho
no colo para ele ver sua mãe em ação.
— Ela não está conversando e sim me atendendo. Sou cliente e não amiga
del. Dito isso posso ficar parada aqui por meia, uma, duas, 10 horas e ela me
atenderá. Acho uma tremenda falta de educação e respeito você vir aqui e
chamar a atenção da sua funcionária, piorou na nossa frente. Isso é
constrangedor e cabe uma ação judicial você sabia? — diz Lilian e a mulher
arregala os olhos, depois ela olha para minha mulher de cima a baixo, vejo
quando há o reconhecimento de quem é Lilian, a mulher que é branca fica
pálida e começa a gaguejar.
— Dou…Dou. Doutora, eu não quis em nenhum momento constranger a
minha funcionária, apenas estou falando que aqui não é lugar para conversar,
sinto se isso pareceu para senhora uma ofensa.
— Não pareceu — ela parece respirar aliviada — Porque foi com toda
certeza. Se Maria Alice quiser, eu entro com processo hoje contra você, pois
estou vendo várias de suas funcionárias sentadas conversando e nenhuma
delas teve o privilégio de ser chamada a atenção, mas percebo que o
tratamento nesta loja é diferenciado, será que é por que Maria Alice é negra?
— Cla.... Claro que não, aqui não fazemos diferença de raça entre os nossos
funcionários — minha mulher abre um sorriso sarcástico.
— Raça? Não sabia que somos agora animais e temos raças para nos
diferenciar, somos humanos, senhora, e não animais, temos tonalidades de
melanina diferentes, nada mais que isso, mas dentro do nosso peito bate o
mesmo tipo de coração, nunca mais repita que sua funcionária tem raça
porque ela não é cachorro.
— A senhora não me entendeu direito — diz a mulher mais nervosa ainda.
— Entendi, infelizmente, muito mais do que você poderia imaginar, Maria
Alice está com uma cliente, mesmo que eu não compre um botão aqui ela
precisa ser simpática comigo, para eu voltar novamente — diz Lilian e a
mulher parece se irritar.
— Peço desculpa pelo constrangimento senhora e você tem razão, existem
outras vendedoras para ficar no lugar dela — diz a mulher encarando Maria
Alice e acredito que a moça será mandada embora.
— Espero que pague todos os direitos de Maria Alice, caso queira mandá-la
embora. Maria se isso acontecer me procure, pois, verei sua rescisão e quero
que esteja todos os seus direitos pagos, porque se isso não acontecer, vamos
colocá-la no pau — diz Lilian sorrindo, a mulher sai deixando Maria Alice
preocupada.
— Meu Deus! Se ela me mandar embora o quê farei Doutora Lilian? Eu não
tenho estudo e ninguém quer me contratar, ela com certeza denegrirá minha
imagem aqui no shopping, isso é o que ela faz quando alguém sai daqui.
— Não se preocupe querida, amanhã mesmo você está empregada — minha
mulher pega o celular e se afasta. Não demora ela volta sorrindo — Hoje
você passa na loja Sol e Lua artigos infantis e fala com Leila, ela é a dona e
estará esperando para te contratar, amanhã você começa a trabalhar lá, ela
fica aqui mesmo no shopping e eu serei sua primeira cliente.
— Obrigada, muito obrigada.

— Este é o meu cartão e do JR, aqui atrás está o endereço do prédio e o


número do apartamento, ligue quando chegar la para que JR libere sua
entrada, amanhã venho para fazer as compras — ela concorda e nós saímos
com minha Sereia olhando feio para a mulher.
Voltamos para casa cerca de 20:00 horas, quando Maria Alice ligou e disse
que foi mandado embora e já estava indo para o apartamento, que a dona da
loja pagou todos seus direitos e o aviso prévio, depois pediu para que ela não
aparecesse mais na sua frente. Já na outra loja deu tudo certo e ela já
começava amanhã mesmo a trabalhar.
Voltaremos para fazer as compras amanhã, ai meu Deus! Meus pés. Não
aguentam, minha mulher é indecisa, quer escolher a loja toda e no final leva a
metade, tenho até dó dos vendedores, penso, mas não falo nada, pois não
quero apanhar.
— Amor que tanto você pensa aí? Pergunta e eu começo a rir.
— Nada querida, só quero saber se amanhã escolheremos os móveis do
quarto, pois tenho uma audiência no período da tarde.
— Pode ser, será que você incomodaria se eu fosse comprar as roupinhas no
período da manhã? Aí à tarde nós só escolhemos os móveis — quase que
levanto às duas mãos para o céu e agradeço, eu amo a minha filha, mas ficar
o dia inteiro no shopping fazendo compras não é a minha praia, seguro ao
máximo a minha cara de feliz para que ela não perceba.
— Claro que não meu amor, é bom que você pode conversar com a Maria
Alice mais à vontade.
— Obrigada por você entender, pensei que ficaria zangado — diz ela vindo
sentar no meu colo, não preciso dizer o que rolou não é.
Lilian já era fogosa, mas agora com a gravidez ela está insaciável, quando sua
mão entra no meu short e ela começa a rebolar em cima do meu pau, não tem
mais jeito que não seja correr para o abraço.
Começo a tirar sua camisola e beijar sua barriga Redonda — ela sorri, Lilian
fica zangada, pois, quer que eu a foda com força, mas não quero machucar
nossa bebê, mesmo sabendo que ela nem chegará a ser tocada.
Tenho a impressão que partirei Lilian ao meio, caso faça a sua vontade,
fomos para o banheiro tomar banho e lá fizemos amor delicadamente.
Como somos muito escandalosos e Benjamin tem o sono leve, optamos por
colocar paredes acústicas no quarto e banheiro, pois assim podemos gritar à
vontade, isso é o que a minha mulher mais faz quando a estou chupando
gostoso como agora.
Minha língua é incansável e eu a como de todas as maneiras, lambo seu ânus
e sua boceta, chupo o seu clitóris e dou uma mordidinha, depois coloco o
dedo em cada um dos seus buracos, fazendo com que Lilian estremeça toda e
goze na minha boca.
— Senta amor na beirada da banheira — faço o que me pede e Lilian vira me
deixando apreciar sua comissão de trás. Depois senta no meu pau e rebola
gostoso, ela usa meu joelho como sustentação, então sobe e desce
deliciosamente, eu mordo a suas costas, enquanto vejo o meu pau entrar e sair
nela sem nenhuma cerimônia. Gritamos e suamos ali dentro daquele
banheiro, eu lambo o suor que cai das suas costas sem um pingo de nojo, é
sensual demais saber que ela está desse jeito porque quer me fazer gozar.
Lilian aperta o meu pau, minha Sereia fez aula de pompoarismo, o que faz me
provocar e eu quero estocar com força. Ela vira o seu rosto e eu tomo seus
lábios e seguro o seu quadril. Começo a me movimentar, mesmo ela pedindo
mais eu não passo dos meus limites, a beijo com intensidade e desejo, tomo
sua boca e sua boceta enquanto gozo sendo violentamente seguido por ela
que treme toda.
Esperamos nossas respirações voltarem ao normal, estamos totalmente
saciados, depois disso voltamos para o quarto e dormimos de conchinha, não
há nada melhor do que estar nos braços da mulher amada.

DOIS MESES DEPOIS


É hoje o nascimento da minha filha, quase não dormi a noite, andei pela casa
toda como se fosse um doido, contei passos para me acalmar, Lilian dormiu
feito um bebê e não estava nervosa.

Optamos pela cesariana, mesmo que o parto normal é defendido pelos


médicos. Mas, para minha mulher não, Pocahontas está muito grande e isso
pode vir a machucá-la. Sereia ficou nervosa e disse que não quer fazer uma
reconstituição anal e vaginal, já que só a cabeça da nossa filha ira regaçá-la,
eu ri dessa história e o médico que é branco ficou vermelho como um
pimentão de vergonha.
Vamos para o hospital e as meninas já esperavam lá. A união delas é muito
bonita. São às quatro mosqueteiras, uma por todas e todas por uma. Assim
como os meninos que são agora como meus irmãos.
No começo eu tinha um pouco de ciúmes do Natan, pois achava ele muito
apegada a Sereia. Mas, depois vi ser bobagem da minha parte, eles eram
realmente só amigos e nada mais, nosso problema hoje foi o nosso filho Ben,
ele ficou zangado, queria ter vindo para o hospital e ver sua irmã saindo de
dentro da mãe, o que não agradou a Lilian.
Lilian teve medo do nosso filho ficar traumatizado e nunca mais querer ver
uma mulher pelada. Então deixamos ele aos cuidados da babá e três
seguranças. Não confio deixá-lo sozinho, principalmente por saber que
Alysson está por aí solto, ele faz cara de que tudo está bem ao me ver com
Lilian, isso não desce, a vantagem é que Lilian não reclama dos seguranças o
que já é um grande alívio.

Logo que somos chamados uma enfermeira me leva para trocar de roupa,
quando entro na sala minha mulher já está anestesiada da cintura para baixo e
sorri para mim, eu estou muito emocionado, não há como não chorar diante
desta cena. Pegar Pocahontas pela primeira vez será maravilhoso e levá-la
para que meu filho a veja então será uma cena linda.
Benjamin fez uma folhinha no seu quarto e diariamente ele fazia um
pauzinho no dia mostrando que a sua irmã estava chegando, imagine a
ansiedade que ele está na nossa casa para ver pelo menos uma foto dela,
como foi combinado.
Minha mulher somente sorri e eu tento me acalmar enquanto todo o
procedimento é feito. O médico me avisa que já começará, minha mulher
aperta minha mão e seus olhos já estão cheios de lágrimas, choramos não
conseguindo segurar a emoção, tudo era novo para nós, pois eu não estava
presente no nascimento do Ben, fazendo com que não escondêssemos a
emoção do momento.
É minha filha que está chegando poxa e não ligo se estou igual mulherzinha
aqui, menos de 20 minutos depois ouvimos um choro estridente e alto.
— É! Se preparem está pequena acordará a vizinhança com os seus gritos, ela
nasceu forte e bonita — ele me chama para cortar o cordão umbilical e eu
vou emocionado.
Lilian não queria que eu fizesse isso, supôs que eu deixaria de ter tesão por
ela, jamais isso acontecerá, Lilian e meus filhos são o meu mundo, depois
disso volto para perto da minha mulher e uma enfermeira limpa a nossa
Pocahontas.
Quando ela trouxe nossa filha embrulhada em uma manta rosa meu coração
acelerou, ela é a bebê mais linda que já vimos, seu chorinho foi parando
assim que ela foi colocada em cima do peito da minha mulher, eu abaixei
dando um beijo nas duas mulheres da minha vida.
— Eu te amo — digo para Lilian que sorri e começa a chorar, ela faz carinho
no meu rosto e quando nossos olhos se encontram ela não precisa responder,
nosso amor está estampado.
— Eu te amo José Roberto, você é o homem da minha vida, você e Benjamin
são os homens da minha vida — diz ela, eu abaixo dando um beijo
apaixonado, não poderia haver melhor momento para ela se declarar. Só
faltou nosso filho para nossa felicidade ser completa e perfeita, ter nossa
família unida.

CAPÍTULO 25
JR
— Linda nossa filha né, amor? — digo para minha Sereia que está babando
em cima da nossa Pocahontas.

— Você já mandou a foto para o Ben? — pergunta ela sorrindo e eu faço que
sim. Imagine o quanto ele está pulando lá em casa de alegria, você deveria ir
buscá-lo JR, não estou aguentando de saudade do nosso filho — diz ela
manhosa e claro que farei o que Sereia pediu, eu também não aguento ficar
muito tempo longe daquele menino.
— Claro Sereia, vou agora mesmo em casa pegá-lo e daqui a pouco estou de
volta — digo deixando um beijo nela e na nossa filha, depois peço para Gabi
e Lu ficarem com minha esposa.
Pego o meu telefone e ligo para a babá. O telefone toca uma, duas, três, dez,
vinte vezes e ela não atende, meu coração começa a doer como se algo
estivesse acontecendo de errado com meu filho, uma angústia toma conta do
meu peito, paro no corredor e encosto na parede, respiro fundo antes de voltar
a andar novamente.
Percebo que tenho algumas chamadas perdidas de Catarina, ela ia chegar
hoje, mas como Sereia não quer que eu a encontre sozinho, resolvi ignorar
suas ligações. Não quero dor de cabeça com a minha Sereia, se isso é o que
ela quer, então é o que farei. Mais para frente, quando nossa filha estiver
maior e Lilian decidir querer falar com Catarina, nós iremos ao seu encontro.

Tento ligar na minha casa e o telefone novamente não é atendido, minha


preocupação está em dobro agora. Por que a babá não atende a porra do
telefone, o celular ela pode até ter uma desculpa para não ter atendido. Mas, o
aparelho da casa não há desculpa, algo está errado, um medo passa pela
minha espinha, começo a andar rápido, preciso ver meu filho, vou saindo
com pressa quando esbarro em Natália. Marcos me olha sério.
— O que foi JR? Onde você vai com esta pressa?
— Não sei Marcos, estou com pressentimento ruim, não consigo falar com
meu filho, já liguei para minha casa e a babá não atende, os seguranças
também não atendem. Algo está acontecendo, só não sei o que é? — ele olha
para Natália e ela faz sinal para ele ir comigo com a mão.
— Vamos então! Vou com você — diz sério e eu me sinto mais aliviado.

— Amor, não saia daqui sem mim — pede ele ou melhor manda, ela faz que
sim com a cabeça — Não sai Natália — ele repete e ela abre um sorriso.
— Tudo bem chefe, não vou sair — diz ela batendo continência e ele revira
os olhos, vai até ela e dá um beijo, depois no seu filho Vinícius, ele sai e
avisa para dois policiais que não é para deixar Natália sair e logo vamos para
o meu carro.
Meu coração está apertado, Marcos decide ir dirigindo, pois, percebe o meu
nervosismo, eu tento novamente falar na minha casa e nada.
— Ainda não conseguiu? — pergunta ele já sabendo a resposta.
— Tem algo errado Marcos, eu aposto todas as minhas fichas em Alysson —
digo e ele na hora pega o rádio e pede para alguma viatura que esteja
próxima, que vá até a minha casa.
Logo uma viatura disse estar próximo do local e irá averiguar se tem algo
errado, depois de 10 minutos mais longos da minha vida o rádio dele apita.
— Delegado Marcos na escuta? — pergunta o policial pelo rádio.
— Aqui é o delegado Marcos, podem falar, vocês estiveram no endereço que
eu passei? Descobriram algo?

— Delegado, soldado Souza falando, não entramos na residência, mas


falamos com a moradora que disse estar tudo bem — nesta hora meu sangue
gela.
— Que dona da casa? Lilian estava no hospital junto comigo e não tem mais
ninguém na minha casa que não seja a babá Marcos — digo nervoso, ele
percebe o que aconteceu.
— Não saiam da frente da casa e chame mais viaturas, cerque o perímetro,
ninguém entra e ninguém saí — meu nervosismo é total se algo acontecer
com meu filho, nós enlouqueceremos, não podemos perder Benjamin, ele é a
nossa estrela, nossa luz.
Cinco minutos depois estamos chegando na minha casa, vários carros de
polícia chegam em simultâneo, Marcos começa a dividir a equipe e coloca
eles em um ponto específico, para que ninguém fuja.
Tento novamente ligar na minha casa e o telefone chama até cair a ligação.
— Marcos! Eu entrarei — digo nervoso.
— Não JR, faremos o primeiro contato, não posso deixar você se arriscar.
— Se fosse Vinícius você esperaria? — ele fica quieto — Foi o que pensei,
meu Ben está lá e deve ter medo, não quero o perder, se eu não sair para dar
uma satisfação é porque algo está errado — ele não concorda, é meu filho
e não vou deixá-lo sozinho.
Vou até à porta da minha casa e abro como se nada tivesse acontecido, os
seguranças não estão aqui o que me deixa em alerta, assim que entro na sala
meu sangue acaba de congelar, minhas pernas ficam bambas e eu não posso
cair.
Alysson está sentado no sofá apontando uma arma para Catarina que tem um
rapaz negro ao seu lado, no chão está a babá com o rosto machucado e
desmaiada.
— O que você está fazendo aqui? Ou melhor, o que vocês estão fazendo
aqui? — digo nervoso e Catarina me olha com medo, o rapaz a abraça e ela
está com o rosto vermelho, ele limpa as lágrimas dela.
— Que lindo, meu irmão bastardo comendo a vadia do JR — diz Alysson
rindo — então percebo que a coisa está pior do que eu imaginava.
— O que você faz aqui Alisson? — repito a pergunta e ele sorri com maldade
para mim.
— Vim buscar o culpado por todo o meu sofrimento, pegarei o Benjamin —
disse ele normalmente.
— Cadê os seguranças que estavam cuidando da casa?
— Estão desmaiados, eu ia matar essa vadia aí — ele aponta para a babá —
Só não fiz porque essa outra vagabunda chegou e tentou me enfrentar —
Alysson olha feio para Catarina.

— JR! Cheguei aqui hoje e recebi uma ligação do Alysson dizendo que iria
nos vingar sequestrando e dando um fim no Benjamin. Liguei para você
várias vezes e como não me atendeu, pedi para tio Aurélio seu endereço e
corri para cá, quando entramos aqui encontrei ele batendo nela — diz
Catarina apontando para a babá desmaiada no chão.
— Só não a matei por que você chegou vagabunda — diz ele indo para cima
de Catarina e o rapaz entra na frente. Ele aponta a arma na sua direção —
Fica quieto aí corninho, não queira dar um de herói salvando esta vadia, não
esqueça que a última mulher que você arrumou te colocou um belo par de
chifre comigo.
— Alysson esquece a minha família, vai ser feliz cara, deixa o meu filho em
paz. Cadê ele? — pergunto nervoso.
— É o que quero descobrir também, pois estava tentando arrancar a verdade
da vadia ali no chão — um alívio passa pelo meu corpo, ela escondeu Ben a
tempo e eu desconfio onde.
— Meu filho deve ter ido para a casa de algum amiguinho por isso você não
o achou — minto.
— Você acha que sou trouxa filho da puta, eu vi quando você saiu com a
minha mulher para ir ao hospital e esperei pacientemente até ver aquele
moleque desgraçado aparecer na janela, eu sei que ele está aqui.
— Você já procurou com certeza pela casa toda e não achou, então meu filho
não está aqui — digo nervoso, ele se aproxima sorrindo.
— Já que eu não tenho o filho, posso ter o pai não é! Lilian sentirá do mesmo
jeito quando eu te matar, esta família ridícula irá acabar e pode ser que ela
volte para mim — diz o louco.
— Não — grita Catarina — Não faça isso Alysson. JR nunca te fez nada.
— Claro que ele fez. Este infeliz veio até aqui e tomou a minha mulher.
Minha família, ele e aquele guri insuportável, se não fosse por eles, Lilian já
teria sido minha. Mas toda vez que falava sobre nós, ela colocava aquele
moleque na frente da nossa relação, sempre vinha com aquela frase “Eu tenho
que pensar no Ben “E EM MIM! PORRA, NINGUÉM PENSAVA —
grita nervoso.
Eu controlo a minha respiração, não posso fraquejar, preciso vencer Alysson
pelo cansaço mental. Ele está louco, vejo quando retira a arma da minha
cabeça e bate na dele. Eu preciso lutar e salvar meu filho. Meu celular
começa a tocar e eu vejo o nome da Sereia aparecer na tela, quando eu pego,
Alysson aponta a arma novamente para mim e pega o telefone da minha mão.
Sem gracinha filho da puta, ou eu te mato — eu o encaro, ele atende à ligação
e coloca na viva voz.
— Oi! Meu amor, quanto tempo — diz Alysson e Lilian grita.
— NÃO — grita ela — Alysson seu monstro.
— É assim que você fala com seu homem, após tanto tempo sem conversar
comigo, você me trata assim?
— Alysson o que você está fazendo com o telefone do JR? — pergunta Lilian
com a voz trêmula.
— Vim fazer uma visita para vocês, mas infelizmente, os dois não estavam
em casa.
— Alysson deixa o meu filho em paz — fala Lilian do outro lado e a bebê
começa a chorar.
— Já imaginou Lilian como você ficaria sem o pai dos seus filhos? —
pergunta Alysson e Lilian se desespera.
— Não faça nada por favor, é a mim que você quer, não o JR, não o Ben, é a
mim — Lilian começa a chorar.
— Ah! Meu amor que lindo querendo se doar para os homens da sua vida —
diz ele em deboche — Quero o Benjamin, eu vim buscá-lo e vou levá-lo.
— Não Alysson, meu filho não — ouço a voz de Tentação perto dela.
— O que está acontecendo Lilian?
— Alysson. Ele está na minha casa, com o Benjamin e o JR.

— Alysson seu doente, maníaco filho da puta, deixe eles em paz.


— Cala a porra da sua boca e se Lilian não estiver aqui dentro de vinte
minutos, mato o JR, se ela demorar mais de meia hora, mato o Benjamin.
— Eu vou, por favor, não faça nada com meu filho, eu vou até aí.
— Não. Você não vai, fica aí — grito e ela fica quieta, Alysson dá uma
coronhada na minha cabeça e eu caio de joelhos.
— Vem amor, estou te esperando — diz o louco e Lilian desliga.
— Você não sairá vivo dessa história — digo e ele pressiona mais o revólver
na minha cabeça.
— Quem vai me matar? Você? — na hora que vou responder, Alysson me dá
outra coronhada e Catarina grita novamente — ele olha para o rapaz do lado
dela e fala.
— Cala a boca dessa piranha, se não encho a cara dela de bala — o cara olha
para ele com raiva e abraça Catarina mais ainda.
— Sei que seu filho está aqui, só preciso descobrir onde!
— Alysson não faça nada contra meu filho — digo nervoso e Marcos começa
a falar lá fora.
— A casa está cercada, se entregue e nada de mal lhe acontecerá, entregue os
reféns, garanta um acordo Alysson, não nos faça invadir.
— Porra, mas a piranha da Lilian foi rápida hein?
— A polícia já estava aí, não foi ela. Marcos veio comigo.
— Então foi você filha da puta, agora mato todo mundo e sua Lilian fica sem
o grande amor da vida dela — diz ele nervoso.
— Irmão você...... — ele corta o cara.
— Não me chama de irmão seu bastardo — grita Alysson com o rapaz e
começa a andar e bater o revólver na sua testa como se estivesse pensando, eu
aproveito o seu destemperamento e pulo em cima dele.
Dou dois murros na cara dele, fazendo a arma cair e o babaca rir. Ele se joga
em cima de mim e dá um murro no meu estômago. Dou outro murro na cara
dele que devolve uma cotovelada no meu peito e um murro no meu olho
direito. A porrada come solta para todos os lados, eu o empurro em cima da
mesa e o abajur vai para o chão se quebrando. O barulho começa a ficar alto e
bato minha cabeça no sofá. Mesmo assim não paro de lutar, ele tenta montar
em cima de mim e eu chuto seus testículos, quando ele curva seu corpo sobre
mim, dou uma cotovelada no seu rosto, ele vira tentando me bater, mas sou
mais forte e inverto nossas posições.
Começo a encher a cara dele de porrada, cada hora que penso no medo que
ele fez o meu filho passar no passado me dá um nervoso, eu tenho mais
vontade de bater nele.
Sinto braços me puxarem de cima dele e eu tento me esquivar.
— Calma cara acabou, ele está desmaiado — diz o rapaz que estava com
Catarina e Marcos entra na casa nesta hora com mais quatro policiais, de
repente aquela vozinha me chama no corredor.
— Pai — olho para trás e Benjamin está assustado vendo tudo, seus olhos
arregalaram quando Alysson toma a arma do policial e aponta para ele. Viro
para correr na direção do meu filho, mas Catarina é mais rápida e entra na
frente dele, no momento que ouço o barulho do tiro.
Catarina olha para baixo e o tiro foi na direção do coração, ela coloca sua
mão ali e antes de cair o rapaz a segura, ouço mais outros disparos, quando
olho para trás os policiais alvejaram várias balas em Alisson que respira com
dificuldade agora.
Pego meu filho no colo e tampo seu rosto, para que ele não veja aquela cena.
Levo Ben para o nosso quarto. O acalmo, alcanço o telefone fixo que está no
meu quarto e ligo para Lilian. Peço para ela se acalmar e digo que está tudo
bem e estamos indo para o hospital vê-la. Ouço barulho de ambulância e
Marcos diz que já levaram Catarina, mas que não sabe se ela sobreviverá,
espero que sim, pois ela salvou meu filho e lhe deverei isso para sempre.

Chegamos ao hospital e Ben ainda estava assustado. Liguei para a sua


psicóloga e ela vem vê-lo. Depois minha mulher chorou abraçada ao nosso
filho e encheu ele de carinho. Lu levou ele para comer algo e quando ficamos
sozinhos, eu conto que Alysson morreu e deixou os três seguranças
inconscientes, mas graças a Deus nenhum morreu, falei também da babá que
já estava acordada e Marcos aproveitou para pegar seu depoimento.

— O estado mais grave de todas as vítimas amor, é de Catarina — digo e ela


arregala os olhos.
— Aquela mulher estava com ele nisso? — diz minha mulher zangada.
— Não amor — conto para ela o que Catarina me disse e Lilian se emociona,
por saber que ela se jogou na frente do nosso filho e tomou a bala por ele.
— JR, estou me sentindo tão mal por não a ter ouvido — diz ela triste.

— Ninguém sabia que isso aconteceria amor, torceremos para ela ficar boa,
não fique assim, agorinha vou lá para a sala ver como estão as coisas, nós
teremos oportunidade ainda de agradecê-la.
— Assim espero — nosso filho entra no quarto e nesta hora a enfermeira
entra com Pocahontas no colo, vejo o olhar curioso de Ben, pego minha filha
com todo cuidado e vou para perto deles, Ben e Lilian sentam na cama e eu
sento também deixando meu filho próximo da irmã, entre eu e Lilian.
— Ben! Apresento-te sua irmã, a Pocahontas — digo emocionado. Ben toca
delicadamente as bochechas da sua irmã e quando me olha sorri com
lágrimas também nos olhos
— Oi Pocahontas! Sou o Ben, seu mano, te esperei muito e quero te amar de
montão, você é linda, vou te proteger, assim como papai e mamãe me protege
— diz ele beijando o rosto da irmã e fazendo carinho enquanto nós choramos
emocionados.
— Ela também te ama meu filho — diz Lilian, ficamos ali no nosso momento
família onde nada nem ninguém poderá destruir, quando o amor é forte não
há nada que possa enfraquecê-lo e eu pretendo valorizar e fortalecer o meu e
o da minha família cada dia mais e mais.

CAPÍTULO 26
JR
Depois que Sereia dormiu, fui ver o noivo da Catarina. Ainda não entendi
porra nenhuma do que aconteceu. Parece que eu estava vivendo um pesadelo,
senti muito medo de perder meu filho. Mas, Deus foi maravilhoso e fez com
que dona Sônia colocasse meu filho bem escondido. Se Alysson tivesse
descoberto Benjamin, ele o teria matado, tremo só de pensar no tamanho da
nossa dor e na possibilidade de perder nosso filho.
Chego na recepção e o cara está de cabeça baixa chorando em silêncio, me
aproximo e ele me olha parecendo um pouco perdido.
— Desculpa incomodar, mas queria saber notícias da Catarina — ele suspira
triste
— Eles a levaram para retirar a bala, Catarina se sentia muito preocupada por
tudo o que estava acontecendo, antes, ela e meu irmão tinham este mesmo
ódio da sua família. Só que ela mudou e Catarina se transformou em uma
mulher maravilhosa, eu não posso perdê-la, se ela morrer… — Ele para de
falar por que mais lágrimas descem do seu rosto, porra, sou uma manteiga
derretida e já estou chorando também.
— Ela é forte, tenho certeza que Catarina sairá dessa, eu e minha família
poderemos agradecer por ela protegido meu filho.
— Assim espero, pois, não estou preparado para vê-la partir.
— E não irá, sei não haver palavras que possam te confortar, mais Deus
estará presente na sua luta pela vida e ela sairá de la viva. Ele concorda.
Depois de alguns minutos de silêncio o cara me olha e resolve mudar de
assunto.
— Onde o seu filho estava escondido? Alysson nos obrigou a procurá-lo e
ninguém o achou.

— Ele estava no elevador da dispensa, dona Sônia colocou Ben nele e


acionou para descer e parar no sótão. Ela pediu para que Benjamin não saísse
de lá, ele fez isso por um tempo, mas acredito que com o barulho acabou
deixando Ben curioso, ele então, foi ver o que estava acontecendo.
— Meu irmão era perigoso JR. Por isso Catarina queria falar com você, ela ia
abrir o jogo e te contar tudo o que aconteceu entre eles. Vim junto para te
dizer quem era o verdadeiro Alysson, isso que você viu hoje não é nada
comparado a tudo que ele já fez — diz o irmão dele me encarando e um
calafrio passa por minha espinha.
— Matar uma criança não seria nada para o seu irmão? — pergunto
horrorizado.
— Infelizmente não, Alysson sofre de Sociopatia (A Sociopatia é classificada
como um transtorno de personalidade que é caracterizado por um
egocentrismo exacerbado, que leva a uma desconsideração em relação aos
sentimentos e opiniões dos outros) ele havia fugido da nossa família, quando
eu o achei passei a monitorá-lo de longe.
— Como assim foragido? Ele era procurado pela polícia? — pergunto
ficando cada vez mais curioso com essa história.
— O verdadeiro nome de Alysson é Albert Losen Croter, eu sou Louis Losen
Croter, sou o irmão bastardo como ele sempre me disse. Fui adotado com
dois anos e Alysson tinha cinco, meus pais pensavam que isso iria ajudá-lo a
ter uma companhia e seríamos almas gêmeas.
— Mas isso não aconteceu pelo jeito — digo e ele concorda com tristeza.
— Não, eles se enganaram e o ciúmes de Alysson por mim, foi cada vez
ficando pior, ele me batia, me humilhava na escola por eu ser negro e tentou
me matar duas vezes — olho para ele chocado.
— Te matar? Como assim? A diferença de idade de vocês é só de três anos.
— Sim, quando eu tinha seis anos, Alysson tinha nove, ele me empurrou na
piscina propositalmente achando que nossos pais não viriam me socorrer a
tempo, mas o jardineiro chegou e me tirou da piscina, fiquei uns dias no
hospital, mas logo voltei para casa e Alysson chorou para os meus pais
dizendo que foi sem querer. Desde essa época entendi que nós nunca
seríamos amigos. Eu seria o pior inimigo na cabeça dele, aos doze anos,
Alysson me empurrou da nossa casinha na árvore, eu fui amortecido pelo
meu cachorro que acabou vindo a morrer, eu tive a clavícula e a perna direita
quebrada, mais uma vez ele chorou e disse que eu escorreguei.
— Meu Deus ele é um monstro.
— Longe dos meus pais, ele me ameaçava e dizia para eu não falar nada, se
eu fizesse isso, ele entraria no meu quarto à noite e me mataria, desde o
episódio da piscina, eu só dormia de porta trancada, nunca confiei em dormir
no mesmo local que Alysson estivesse.
— Olha Louis eu estou horrorizado e sinto pelo que você passou — digo
sincero e ele concorda.
— Quando fiz 16 anos comecei a namorar uma moça linda chamada Victória,
ela era uma princesa, delicada, alegre e muito carinhosa. Alysson fazia
Faculdade de Medicina, ele sempre foi muito inteligente e aos 16 já entrou
em uma faculdade. Eu tinha muito orgulho do meu irmão mesmo sabendo
que ele me odiava, eu falava dele para Victória.
— Claro ela era sua namorada e você precisava desabafar.
— Nas férias do meu irmão, ele veio para casa e eles se conheceram. Alysson
a seduziu e levou Victória para cama. Ela se apaixonou por ele, eu era um
moleque ainda e Alysson um homem, eu não tive chance, então Victória
virou namorada dele, eu sofria calado, mas não o deixava perceber — Louis
respira fundo antes de voltar a me contar.
— Gradualmente o sorriso de Victória foi sumindo, só havia tristeza no seu
olhar, às vezes dava para ver algumas marcas no seu corpo pela agressão
sofrida, ao ser questionada ela dizia que não era nada. Sempre tinha uma
desculpa diferente, Victória dizia ter caído da escada, escorregado em algum
lugar, batido na parede, eu e meus pais sabíamos que não era verdade, eles
questionavam Alysson que ficava irritado e falava que eu estava inventando
coisas só porque estava com inveja dele.
— Então! Seus pais não o acobertavam?
— De maneira alguma, nossos pais são pessoas maravilhosas, eles não
acreditavam em Alysson e até aconselharam Victória a terminar com ele, mas
ela estava apaixonada e insistiu, Alysson ficou puto quando ela contou tudo
que falamos.
— A pessoa quando está apaixonada fica cega mesmo, ela deveria ter ouvido
seus pais — ele só concorda.
— Meus pais o confrontaram e Alysson disse que não era para nós nos
metermos em seu caminho. Ali foi a primeira ameaça aos nossos pais, mesmo
assim eles não recuaram, chamaram Victória para conversar novamente e ela
negou que Alysson fazia isso com ela, ainda pediu para eles não se meterem.
— Porra daí fica difícil de ajudar! — digo revoltado.
— Após dois anos de namoro, Alysson trouxe nas férias um amigo dele da
faculdade, o cara era muito gente boa e ele acabou gostando de Victória
também. Mas, não havia malícia na relação deles, era amizade mesmo, só que
na cabeça doente do Alysson, a Victória e o seu amigo estavam o traindo.
— Ah Merda! Seu irmão era doido mesmo.
— Sim, ele via pelo em ovo, as férias acabaram e todos voltamos a nossa
normalidade, eu também havia entrado para medicina e isso foi mais um
motivo de briga entre nós.
— Ele se incomodou por você também se tornar médico?
— Sim, eu quis seguir a carreira dos nossos pais, mas em outra especialidade,
meus pais e Alysson são médicos legistas, eu sou pediatra.
— Você não quis mexer com defunto? — ele faz que não — Entendo.
— Voltando a Victória, passaram-se mais seis meses e Alysson voltou para
casa com o amigo de novo, ele se chamava Washington e uma semana depois
que eles chegaram. Victória e Washington sumiram. Fomos até a polícia e
começaram as buscas depois do prazo de espera, queríamos saber o que havia
acontecido mais ninguém nunca achou nenhum vestígio deles, nós sabíamos
que tinha sido ele, pelo fato de ser legista, Alysson saberia muito bem como
apagar as evidências.
— Meu Deus! Alysson era louco, ele matou a namorada e o amigo por
ciúmes?
— Sim, quando ele percebeu que nós não acreditávamos nele e sabíamos que
ele tinha matado os dois, Alysson fugiu assim que pegou o seu diploma, para
não facilitar o seu reconhecimento Alysson fez plástica na sua face.
— Não vou te mentir, eu estou chocado, acredito que estou em algum
episódio daquelas séries policiais — ele tira uma fotografia do seu bolso.
— Esta era a verdadeira face do Albert, não essa que morreu hoje — olho
para foto e o cara não tem nada de Alysson. Ele é bem diferente mesmo, do
que estava na nossa frente, seu cabelo era loiro, seu nariz estava bem menor,
seus lábios e bochechas mais cheios e os olhos de Alysson eram azuis como o
mar, antes que eu pergunte ele fala.
— Ele usava lente para esconder a cor dos seus olhos e também pintava os
cabelos para não ficarem loiros. Desde que ele sumiu meus pais não tiveram
mais descanso, não só pelo sumiço do filho como também pela preocupação
do que ele estava fazendo com outras meninas. Prometi-lhes que iria procura-
lo — vejo ele me olhar preocupado.
— Não acredito que ele fez plástica e ficou tão diferente.
— Fez e faria novamente para não ser pego, sempre que eu estava chegando
perto, Alysson dava um jeito de sumir. Como ele havia mudado de nome
ficava difícil de achá-lo. Ele fez direito e foi em um dos julgamentos que ele
foi filmado e eu reconheci Alysson. Por incrível que pareça, foi por uma
mania que ele tinha de coçar a orelha quando estava nervoso. Aquilo me
deixou intrigado e eu resolvi vir falar com ele, quando cheguei na sua casa e
ele me viu, o espanto foi total e ali tive certeza que era Albert na minha
frente.
— Ele deve ter ficado com muita raiva de você, né?
— Sim, ele tentou me expulsar da sua casa, mas fui mais rápido e entrei,
nunca gostei de bater nele, mas se eu quiser sou bem mais forte e consigo
derrubá-lo. Alysson só cantava de galo com mulher, com um homem mesmo
na porrada ele tomava era muita surra — disse ele nervoso.
— Sim, nós já caímos na porrada — digo sério — Dei uma surra nele.
— Eu sei, foi depois do seu julgamento que eu o achei.
— Sério?
— Sim, Catarina me contou.
— Então! Vocês se conhecem desde aquela época?
— Sim e não foi um primeiro encontro legal, quando cheguei na casa dele
nós dois caímos no soco, pois eu ouvi os gritos de uma mulher. Sabia que ele
estava maltratando aquela garota, seu pedido de socorro era desesperador, eu
não poderia deixar ele matar pela segunda vez, bati nele e quando já estava
desacordado corri na direção dos gritos.
— Não me diga que era Catarina? — pergunto nervoso.

— Era ela JR — fechei meus olhos sentindo muita raiva — Eu desci as


escadas até o sótão e encontrei ela amarrada, suas roupas rasgadas e havia
vários hematomas pelo seu corpo e rosto. Alysson a estava espancando e
acredito que no final iria estuprá-la — acho que neste momento não há mais
nenhum sangue no meu rosto e meu coração dói por Catarina ter passado por
isso. Lembro quando estive na sua casa lá no Brasil e ela estava muito
diferente, eu não entendia o porquê daquela tristeza.
— Após o julgamento do seu filho ele a levou para casa e ela começou a
cuidar dos seus ferimentos. Catarina disse que falou algo da sua mulher e isso
fez Alysson ficar zangado. Naquele dia ele a espancou e fez isso
sucessivamente por três dias. Ele nos ameaçou e disse que se Catarina fizesse
algo contra ele todos ao seu redor morreriam, nós sabemos que ele estava
falando a verdade e optamos por nos calarmos, eu nunca mais vi Catarina e
segui a minha vida.
— Vocês deveriam ter denunciado, ele não poderia sair impune após essa
monstruosidade — digo nervoso.
— Eu até quis fazer isso, mas Catarina se fechou e não quis ir para frente
com a denúncia. Passei a monitorá-lo e esperava um erro dele para poder
mandar prendê-lo, há um ano eu fiz intercâmbio na África e encontrei
Catarina trabalhando em um lar adotivo. Ela dedicava tanto amor por aquelas
crianças que isso me comoveu. Catarina mudou, não por mim ou por você,
ela mudou por ela, por perceber que toda aquela raiva que tinha de vocês
poderia transformar em loucura como a de Alysson, ela não gostaria de se
transformar em um monstro.
— Meu Deus! Tudo que você está me falando, é como uma bola de neve,
parece que aumenta e só piora a cada momento.
— Eu sei, quando ele disse para a Catarina que iria se vingar de vocês, ela
ficou desesperada, pois, sabia que Benjamin era a vítima dele.
— Cara, eu não sei o que dizer, a não ser que me desculpe, mas seu irmão já
foi tarde — digo a verdade e ele faz que sim com a cabeça triste.
— Infelizmente meu irmão teve o que merecia, meus pais irão sofrer com a
notícia de sua morte, mas pelo menos terão paz em saber que ele não está lá
fora fazendo mal para ninguém.
— Há mais alguma vítima dele que você descobriu?
— Graças a Deus! Não, mas houve tentativas, uma delas segundo ele disse
para Catarina lá na sua casa, foi contra um tal de Natan. Ele disse para ela que
todos que se voltaram contra ele pagariam, e que este Natan era muito ligado
ao Benjamin por isso Lilian sofreria com a sua morte, assim como seu filho
— então foi esse maldito?
— Eu sempre desconfiei que o Alysson tinha algo a ver com o acidente dos
meninos, tudo que ele fez foi para me acertar.
— Não JR, ele estava envolvido com uma associação chamada os
(Sentinelas). Ele nos disse que as Deusas eram para ser as prejudicadas,
minha família pede desculpas a vocês por todo o constrangimento e mal que
meu irmão fez vocês passarem. Meus pais devem estar chegando para fazer
todo o translado do corpo, peço que não nos odeie, pois não tivemos culpa do
que Alysson fez, se eu tivesse o parado antes, quem sabe hoje ele ainda
estaria vivo e pagaria pelos seus crimes.
— Vocês não tiveram culpa nenhuma, eu espero que Catarina saia de lá e
vocês recomecem uma vida feliz, eu já percebi que você a ama e Catarina
merece uma segunda chance.
— Sim, nosso amor foi se construindo gradualmente, isso foi muito
importante para a nossa relação. Alysson nunca foi uma sombra entre nós,
mas espero que ela não queira me deixar após o que ele fez, eu a amo e não
gostaria de perder meu segundo amor por causa daquele louco do meu irmão.
— Não vai, pode ter certeza disso — logo a porta do hospital se abre e um
casal loiro entram no hospital, me deu até algo ruim de observar o cara, pois
Alysson da foto que Louis me mostrou era a cara dele.
— Filho — diz a mulher, Louis se levanta e vai até ela a abraçando, depois
de um tempo eles se aproximam.
— Mãe, pai esse é o JR, ele é o marido da Lilian que o Albert estava atrás —
eles me olham com muita vergonha, ali vejo como um filho pode ser tão
diferente dos seus pais.
— Queríamos te pedir perdão por tudo que o nosso filho fez. Sabemos que
nada mudará, não podemos voltar com as atitudes dele. Envergonhamos em
saber que sua vida foi só de discórdia, maldade e tristeza, enquanto em casa
tentamos dar muito amor e suprir as suas necessidades — disse a mulher com
lágrimas nos olhos, eu sou pai e não gostaria de enterrar um filho, mesmo ele
sendo o pior monstro do mundo.

— Acabou. Infelizmente vocês passaram por essa dor de enterrar um filho,


mas quero que saibam que não guardaremos rancor de ninguém — digo e
eles choram abraçados ao Louis. Acredito que este momento é da família que
está sentindo a dor da perda de um filho e não de um louco.
Quando dou as costas para sair o médico aparece, ele está sério e tenho medo
do pior ter acontecido.
— Parentes da senhorita Catarina Oliveira, todos nos aproximamos.
— Sou o noivo dela — diz Louis apertando as mãos dos pais.
— Apesar de perder muito sangue, ela está bem, os primeiros socorros foram
primordiais para a sua chegada até aqui com vida — disse o médico e Louis
sorri.
— Sou pediatra e dei os primeiros socorros até a ambulância chegar.
— Parabéns meu rapaz, ela está fora de perigo, às 48 horas serão importantes,
mas acredito que tudo correrá bem, a bala não pegou nenhum órgão vital e
também não acertou o bebê — diz o médico e Louis começa a chorar.
— Serei pai? — pergunta ele para o médico que sorri.
— Sim, ela está com dezesseis semanas.
— Não acredito nisso — disse ele olhando para os seus pais que agora
choram emocionados.
— E será o melhor do mundo, pois você tem um coração enorme meu filho,
obrigado por existir nas nossas vidas — diz seu pai abraçando Louis e sua
esposa, deixo eles ali com um sorriso no rosto.
Tudo ficará bem, eles serão felizes, estão formando sua família e não terá
ninguém que os prejudiquem mais. Os pais dele com certeza irão demorar um
pouco para pararem de sofrer a perda do seu filho. Este neto suprirá a falta
dele e em algum momento vão superar a morte do Alysson, deixando só as
boas lembranças se existir alguma, eu quero ficar com a minha família e
aproveitar ao máximo os meus filhos e a minha Sereia.

Na vida é assim, você colhe o que planta e não podemos mudar a lei desta
frase. Alysson só trouxe desespero e guardou mágoa a vida toda, ele não
ganhou nada com isso a não ser a solidão. Por isso aconselho, perdoe, releve
e viva, pois o único que saberá o nosso destino é Deus. Então, trilhe o seu
caminho com a maior paz possível para que no final a luz da libertação te
abrace e você seja feliz.

ÚLTIMO CAPÍTULO
LILIAN
Como é bom amar e ser amada, hoje estou completa e tenho a família que
pedi a Deus, meus filhos são o meu maior tesouro, eles me completam e
fazem da minha vida a razão para enfrentar os problemas e lutar pela nossa
família.
— Sereia, Pocahontas já está pronta — diz JR e eu começo a rir, ele está todo
sujo de talco e muito molhado.
— Amor, você precisa parar de deixá-la fazer o que quer — digo e ele sorri.
— Sereia, nossa filha adora água e chora se eu a tirar rápido do banho — faço
que não com a cabeça.
— Pode parar de deixar ela e o Ben mandarem em você. Agora troca de
roupa que o batizado já será daqui a pouco — digo e ele concorda, vou no
quarto da minha princesa e ela brinca no berço com aquele sorriso lindo, seu
vestido Laranja está já um pouco amassado e eu faço duas marias-chiquinhas
no seu cabelo.
— Oi! Princesa da mamãe — digo e ela me olha curiosa, já se passaram seis
meses desde que Alysson morreu, eu e meus filhos, ainda andamos com
seguranças, segundo JR é para minha proteção. Ele me convenceu que tanto
eu como minhas amigas somos famosas e já mexemos com muita gente com
poder, então ele pensa que por precaução é bom eu e as crianças andarmos
com seguranças.
Minha filha faz uns barulhinhos que não tem como eu entender, mas sei que
os seus bracinhos erguidos é para eu pegá-la, nós a chamamos de Pocahontas
até escolher o seu nome. Mas, na verdade, eu já escolhi, será uma surpresa
para JR, sua certidão está guardada a sete chaves para ele não ver.
Eu nunca imaginei que este homem entraria na minha vida e me faria uma
mulher tão completa e feliz.
JR é meu melhor amigo e faz tudo pelos nossos filhos, não há frescura com
ele, se tiver que dar banho ele fará, coloca para dormir e da papinha, tem vez
que o Ben me despreza dizendo que só irá dormir se o papai dele contar uma
história. Vê se pode eu passar por uma coisa dessa, você carrega seu filho por
nove meses e ele no final escolhe o pai, que injusto.
Aqui em casa sou a bruxa, pois digo não para o que precisa ser podado, já o
JR é o herói, pois ele deixa as crianças fazerem tudo que querem, esses dias
sai para resolver um problema e deixei eles com meu marido, para cuidar e
colocar para dormir.
Quando cheguei na minha casa ela estava de pernas para o ar. Eles tinham
feito uma cabana de lençol para brincarem, imagine JR um homem de quase
dois metros de altura entrando numa casinha dessas, quando ele saiu de lá a
sua coluna chegou estalar pela posição que ele ficou, mas nem pude rir muito,
pois vi minha panela novinha acabada.
Bendita hora que Marlene ensinou JR a fazer pipoca caramelada, esta já é a
terceira panela que ele acaba, a coitada fica com o fundo tão preto que precisa
ficar por dias de molho, então fico com pena da Marlene e acabo comprando
uma nova pipoqueira descartando a anterior.
JR é muito presente e muitas vezes ele traz os processos para casa só para
poder trabalhar perto das crianças, eu e Paixão pedimos para Lu e Gabi a
autorização e levamos Heiki e JR para o nosso escritório. Advinha qual é o
apelido deles? Se pensou os Deuses você acertou, JR tem o apelido de Hades
(Deus do submundo — do Pecado) e Heiki Eros (Deus do amor da Paixão).
Então, sempre que pode ele está em casa adulando as crianças, leva o Ben na
escola todo orgulhoso, ele baba todas às vezes que vamos lá, é sempre como
se fosse a primeira vez.
Lembro do primeiro dia dos pais que ele foi, acredito que aquele momento
ficará marcado, não só para mim como para todos os presentes, a emoção
dele e do Rick ao ver a apresentação dos nossos filhos foi algo único e muito
verdadeiro.

LILIAN ON
— Sereia é demorado assim para começar? — pergunta ele pela terceira vez.
— JR, é assim mesmo, fica calmo senão você passará mal — Digo e acaricio
o seu rosto.
Volto a conversar com minhas amigas que riem do JR e do Rick, os dois já
passaram a mão pela calça umas dez vezes, seus cabelos estão bagunçados de
tanto eles mexerem, seus olhos não saem do palco.
— Acredito que dá próxima vez vocês dois devem tomar calmante — diz
Tentação sorrindo.
— Está demorando muito, deveriam cumprir com o horário, será que o Kian
está bem Meu Coração? — diz ele e Gabi olha sorrindo, eles estão
recomeçando.
— Está Rick, nosso filho é a calmaria em pessoa, ele deve estar brincando lá
atrás, enquanto você está quase morrendo, vai lá dar uma olhada — disse ela
e ele sorri já levantando, mas ela segura a mão dele.
— Para de ser bobo, eu estou brincando, não está acontecendo nada de errado
— diz e ele suspira frustrado.
— Nosso pequeno Coraçãozinho é realmente muito calmo né, suponho que
ele puxou você — diz Rick sorrindo.
— Sim, Kian se parece com você fisicamente, mas emocionalmente ele é
igual a mim — diz ela e Rick concorda.
Logo a diretora da escola aparece, ela agradece pela presença de todos e faz
abertura das apresentações, os dois pais de primeira viagem levantam para ir
ficar na frente do palco, mas eu e Gabi os seguramos no lugar.
— Onde vocês pensam que vão? — pergunta Gabi preocupada.
— Ué! Queremos olhar a apresentação dos nossos filhos lá na frente — disse
Rick normalmente.
— Fiquem aqui, vocês irão atrapalhar a visão dos outros pais, por isso vamos
todos assistir às apresentações sentados — Gabi fala e Rick não concorda.
— Gabi! Não é justo — diz Rick fazendo bico como uma criança emburrada,
senhor, esses meninos ainda vão matar a gente de vergonha.
— Sereia! Quero ver a apresentação do nosso filho de perto — JR resmunga.
— Amor! Não é justo, se você e Rick ficarem em pé vão atrapalhar a visão
dos pais que estão lá trás, então para que todos vejam, é preciso ter
consciência — digo dando um beijo nele.
— Imagine o caos que seria todos esses pais se levantando e tirando fotos,
uns acabariam sendo mais privilegiados que os outros — diz Coração e Rick
dá um sorriso.
— E se eu pedir para eles, tenho certeza que após eu explicar que é a nossa
primeira vez, eles vão entender — disse Rick e JR concorda fazendo um
toque de punhos fechados entre eles, eu e Gabi olhamos para a cena nervosas.
— Podem parar de dar bafão, vocês estão iguais duas crianças mimadas, não
vão para lá, pronto e acabou, sentam aqui — tivemos que agir com firmeza
igual quando repreendemos nossos filhos, porque se não iríamos ser
apedrejados na festa.
— Agora fiquem quietos, pois já começará a apresentação deles e vocês estão
atrapalhando — digo e os dois ainda ficam sérios encarando o palco, com os
braços cruzados e os pés batendo no chão.
Como disse duas crianças emburradas, as salas começam a apresentar e os
dois cada momento ficam mais tensos, Gabi e eu ficamos só olhando aquela
cena e achamos graça, mas, ao mesmo tempo, nos sentimos felizes por ver o
amor deles por nossos filhos.
Quando chamam a sala do Kian, Rick fica de pé ignorando as reclamações
dos presentes. Ele vai para perto do palco ficando de cócoras, Kian entra
lindo como sempre e procura por nossa mesa, nós damos tchau e ele sorri,
vejo que ele está procurando algo e Gabi logo desconfia que seja Rick. Ela
aponta para onde o mesmo se encontra e o sorriso de Kian fica amplo, Rick
não está diferente e parece também emocionado de ver seu filho.
As crianças cantam uma música muito bonita que fala sobre a família, Rick
chora e Gabi está emocionada também, depois que a apresentação acaba ele
vai até atrás do palco e vem com Kian no colo, Rick o enche de beijos até
sentar na mesa novamente conosco.
Passam-se mais quatro apresentações até chegar a vez do Ben, ele me disse
que recitaria uma poesia e eu fiquei muito feliz por meu filho representar a
sua turma. Assim que ele entra eu seguro na mão de JR para que ele também
não vá ficar ao lado do palco, mas meu amor está tão emocionado que acho
provável que ele tenha um mal súbito. Meu filho termina a poesia e faz uma
reverência para o público, todos batem palmas e falam que ele é lindo,
imagine eu e JR o quanto estávamos orgulhosos.
Depois da apresentação fomos todos para uma pizzaria, pois as crianças
escolheram isto para jantarmos. Não iríamos ir contra às duas estrelas da
noite, foi emocionante, todos estavam ali, não só nossos amigos como nossas
famílias, meus pais vieram para ver a apresentação do Benjamin, eu também
reparei que Natan e July estavam mais próximos, eu acredito que agora vai
esse relacionamento.
Após uma noite gostosa, voltamos para casa e meu marido me amou como se
não houvesse amanhã, acredito que todas às vezes que faço amor com JR é
como se fosse a primeira vez, pois ele sempre está inovando e apimentando a
nossa relação.

LILIAN OFF
JR chega na sala e logo fomos para igreja, Gabi e Rick serão os padrinhos de
Pocahontas. Eles ficaram muito emocionados com o convite, Tentação e
Natan são os padrinhos do Ben e segundo Paixão eu teria que ter outro filho
para dar para ela batizar, mas sabemos que isso não irá acontecer, devido
aquela doença hereditária que nossos filhos poderão vir a ter. Resolvemos
parar apenas nesses dois.
Chegamos na igreja e estavam todos lá, que vergonha, somos os últimos a
chegarem, mas como sempre ouvimos algumas brincadeiras dos nossos
amigos, eles levaram tudo para a putaria, depois das piadas acabarem,
fizemos o batizado da nossa filha.
Quando o padre perguntou o nome da nossa filha e eu disse. JR me olhou
emocionado, ele não sabia que eu iria homenagear a sua mãe. Escolhi o nome
dela para nossa filha, Marília foi uma boa mãe e esposa, graças a ela eu tenho
um ótimo marido e meus filhos ganharam um pai excepcional, não seria mais
que justo homenagear a mulher que deu à luz ao grande amor da minha vida.
Após o batizado fomos todos para o salão de festa, tudo estava perfeito.
Camila me indicou uma amiga dela que se chama Mary, ela faz cerimonial e
é muito profissional. Ela veio para cá só para preparar a festa da minha filha,
é muito bom quando nos enturmamos com as amigas de Camila e Diana, pois
elas são muito divertidas. Os maridos então, são possessivos, ciumentos e
engraçados.
Não demora o pau começa a pegar entre Ben e Sofia. Eu não sei o que fazer
com estes dois. Eles brigam o tempo todo e olha que ela só tem quatro anos.
A menina é terrível e Benjamin não fica para trás. Inácio acredita que eles
vão namorar no futuro, mas eu acho que isso é só implicância de criança
mesmo, Ben não gosta de ser contrariado e Sofia adora contrariá-lo, causando
confusão na certa.
— Titia, titia — vem ela puxando a minha saia, eu abaixo e a pego no colo,
Sofia é linda, negra dos olhos verdes, o que faz seu Pai Inácio babar.
— Quando eu clescer quelo ser igual a voxê — disse ela para mim e eu abro
um sorriso, logo Camila e Inácio aparecem.
— Diabinha, cadê Anjinha? — pergunta Inácio.
— Está com o namolado dela papai Plincipe — Diz ela e Inácio a olha sério.
— Que namorado Sofia Reis? Com quem sua irmã está? — pergunta nervoso
e ela dá de ombro, nem ligando para o pai. Camila começa a rir.
— Você não disse, que não seria ciumento? — pergunta levantando uma
sobrancelha.
— E não sou, mas ela ainda é criança, com quem está sua irmã Sofia?
— Com o Kael papai, eles são namolados — diz ela e Inácio procura sua
filha entre os convidados.
— Ela está sentada na mesa de Diana Príncipe, olha lá — diz Camila
apontando e Inácio pede licença indo naquela direção.
— Acho que Diabinha namorará o Benjamin e a Anjinha o Kael, tenho pena
do Ben se isso acontecer — diz Camila sorrindo.
— Que nada, quando ela se apaixonar as coisas mudam, eu faço muito gosto
desse namoro — ela concorda e nós começamos a falar dos ciúmes de JR e
Inácio, logo minhas amigas chegam e nos cumprimentam.
— Qual é o assunto das duas Poderosas? — pergunta Coração curiosa.
— Estamos decidindo com quem nossos filhos vão namorar no futuro —
digo.
— Nem fala isso perto de Rick, tenho até dó da minha filha quando nascer,
pois, o homem é doente de ciúmes do Kian que é homem, imagine dela.
— O que você quer dizer Coração, temos uma Deusinha a caminho? —
pergunto e ela sorri.
— Descobri hoje cedo — abraçamos nossa amiga, comemoramos mais um
membro dessa família doida que está chegando.
— Posso saber quem será a madrinha? — pergunta Paixão cruzando os
braços e Gabi começa a rir.
— Ainda não decidimos, mas não precisa ter ciúmes, eu e Rick optamos por
escolher através da sacolinha — olhamos para ela curiosa.
— Que sacolinha? — perguntamos juntas e Camila sai da roda para ver o
Inácio.

— Vou colocar o nome de todas vocês dentro de uma sacola, Kian vai tirar o
papel e o nome que sair, será a madrinha da minha filha.
— Acho justo, pois aí não terá preferência como umas e outras tiveram — diz
Paixão me olhando torto, eu abraço minha amiga e aperto ela.
— Para de ser ciumenta. Já falei para você que se eu pudesse teria mais um,
só para você ser madrinha. Mas, devido aquela doença hereditária que um
dos nossos filhos possa vir a ter, resolvemos parar por aqui, mas quem sabe
no futuro eu adote uma criança e você seja madrinha — ela bate palmas toda
feliz com esta possibilidade.
— Agora sim, eu estou feliz — diz e nós rimos.
— OK ciumentinha, agora está na hora de sentar — disse Heiki abraçando-a
por trás.
— Ainda não amor, quero falar com as meninas um pouco — diz ela e Heiki
concorda saindo para ir à roda onde estão: Inácio, Nick, Harry, Rick e JR.
— Quem diria hein meninas que estaríamos aqui felizes depois de tudo que
aconteceu? Piorou com os homens das nossas vidas, hoje celebramos o
batizado de mais um membro dessa família louca — diz Paixão e todas
concordamos.
— Foi bom você tocar neste assunto Paixão, eu quero muito agradecer por
tudo que fizeram por mim. Quando não achei JR e tinha acabado de descobrir
a minha gravidez. Vocês seguraram a minha mão e disseram que estaríamos
juntas até o final. Eu sempre acreditei naquela promessa, mesmo eu tendo
condições de cuidar do meu filho, sozinha. O amor de vocês foi a base para
que eu nunca desistisse e sempre pensasse que dias melhores viriam — nesta
hora o trio parada dura chega e abraça as meninas, eu olho com carinho para
os meninos que sorriem para mim.
— Quero agradecer a vocês: Natan, João e Yuki por serem pais, tios e amigos
do meu filho, sem nunca o maltratar ou se acharem donos da vida dele.
— Lilian apesar daquela peste me deixar louco às vezes, eu o amo com o
mesmo amor que dou ao Kian.
— Eu sei e agradeço por sempre o defender. Vocês não sabem o quanto a
amizade sincera e amorosa de todos me fizeram bem. Sei que a nossa
chorona é a Coração, mas hoje diante dos meus filhos e marido eu quero
dizer a vocês que cada um tem um pedaço do meu coração. Ele foi moldado
em todos esses anos com todas as energias positivas que vocês me deram,
espero nunca ter que arrancar um pedacinho dele por perder um de vocês.
— Nós não somos apenas quatro irmãs, mas essa família é composta por sete
irmãos, que se amam e respeitam, juntos nós crescemos e vencemos nossos
desafios. Agradeço a cada um de vocês por estarem sempre ao nosso lado,
Gabi nos proporcionou isso quando a conhecemos e isso nunca será tirado de
nós.
— Vocês fazem parte de nós, onde estivermos todos estarão, a nossa amizade
será para sempre, espero morrer antes de qualquer um de vocês, para nunca
ter que enterrá-los. Essa perda seria algo inestimável e eu não conseguiria
suprir a falta que vocês fariam na minha vida — digo chorando muito e nesse
momento todos estão emocionados.
— Obrigada Deusas e meu trio amado, por estarem aqui dentro — aponto
para o meu Coração — Obrigado por serem os melhores amigos do mundo e
a melhor família que Deus poderia ter me dado.
A vida é assim. Erramos, acertamos, brigamos, reclamamos e julgamos, mas
nunca rompemos. Não houve sequer um dia em que ficamos zangados por
algum de nós ter dito uma verdade, pois família é assim. Nos cobra, apoia e
aconselha quando estamos errados, nos elogia quando acertamos e nos
ajudam a conseguir os nossos objetivos. A minha família foi composta por
três deusas loucas e três caras sacanas onde um pode contar com o outro de
olhos fechados.
— Amo vocês — digo e demos um abraço coletivo muito emocionados, onde
fechamos mais uma página da nossa vida, a partir de amanhã estaremos
escrevendo outro capítulo onde a amizade será a base que nos guiará para o
sucesso.
Ser Deusa do Pecado não é só ter a sensualidade que todos esperam. É
preciso ter força para acabar com aqueles que me desprezaram ao me olhar
com preconceito, e inteligência para conseguir tudo o que quero sem fazer
mal ao próximo. Preciso mostrar ao mundo que meu cérebro é mais
importante que meu corpo ou meu tom de pele.
A vida dá muitas voltas e ela nos mostra que precisamos andar para frente e
não em círculos. Os caminhos devem ser fechados para que novos caminhos
sejam abertos. Este é o ciclo da vida que continuará te levando para frente,
não deixe que a inveja, mau-olhado, arrogância, preconceito e a prepotência
do ser humano te derrube. Seja forte. Não aceite que as pessoas te olhem
diferente por você ser negra, gorda, baixa, alta, magra, loira, ou o escambau
que for. Brigue, levante a bandeira de que você se ama da maneira que é, e
aqueles que estão preocupados com a sua vida, que passem a se preocupar e
cuidar da vida deles. Pois, quando fazemos mal ao próximo, esquecemos de
nos proteger para que o mal não volte para nós mesmo.

Viva a vida, desfrute o que ela tem de melhor para lhe oferecer. Faça de um
limão a melhor limonada que você já tomou, não aceite não como resposta,
lute, viva e vença.
Sejam todos felizes

❤❤❤❤❤ FIM ❤❤❤❤❤

EPÍLOGO
SEIS ANOS DEPOIS
JR
Hoje acordei me sentindo mais leve, essa noite tive um sonho que me fez
ficar emocionado, inclusive acordei chorando muito e minha Sereia teve que
me acalmar, mas como não se emocionar ao pensar e lembrar do último
momento bonito que vivi ao lado dos meus pais.
Lembro de cada detalhe e pareceu ser tão real, é como se eles estivessem
realmente vindos se despedir, eu pude tê-los mais um pouco ao meu lado.

JR ON
Acordo em um lugar diferente, ué cadê minha cama? Minha mulher? Nossa
casa? Sento e percebo que estou em um jardim muito bonito, há várias
borboletas voando e algumas paradas em cima das flores, a paz daqui chega
me dar calma, me levanto e começo a seguir o caminho onde a grama está
mais baixa.
Olho para minha roupa, eu estou todo de branco e meus pés estão descalços,
vou andando naquele jardim sem ver ninguém, é como se eu estivesse em
uma fazenda, mas essa está bem mais cuidada, ao longe avisto um casal
embaixo de uma árvore.
A moça está em cima de um balanço de madeira e o rapaz a empurra, quanto
mais próximo chego deles, mais meu coração acelera e meus olhos começam
a querer encher de lágrimas, ela sorri para ele que a olha apaixonado, não
acredito no que estou vendo.
São eles, as pessoas que eu mais amei ali na minha frente pela última vez.
Meus pais. Aqueles que me deram todo amor e dedicação. Se sou um homem
de bem é graças a eles que me deram a educação necessária para que eu hoje
fosse o melhor pai e marido que minha família merece.
Quando me aproximo dos dois já estou emocionado, minha mãe desce do
balanço com lágrimas nos olhos assim como meu pai, eles se dão as mãos e
veem ao meu encontro vagarosamente. Meus pais me olham com tanto amor
que sinto a dor no peito pela saudade me fazendo soluçar, antes eu fingia não
sentir para não sofrer, mas agora diante deles eu não aguento mais a distância
e corro para acabar com o pouco espaço que nos separa, quero abraçá-los.
Os dois me dão aquele abraço gostoso e caloroso que tanta falta eu senti,
como eu queria poder voltar no tempo e ter dito adeus para os dois sem
perdê-los da forma tão brusca e idiota.
— Que saudades meu filho — foi a primeira coisa que minha mãe disse
sorrindo e chorando.
— Eu também não aguentava mais ficar longe de vocês — digo beijando os
dois, meu pai me abraça tão apertado me mostrando que também tinha
saudades, ele beija longamente minha testa, era como se eu fosse sumir de
repente.
— Mas agora estamos aqui, aproveitaremos nosso pouco tempo — diz meu
pai.
— Onde vocês vão? — pergunto emocionado e minha mãe limpa as minhas
lágrimas, seu sorriso ainda continua lindo.
__Não vamos mais ficar aqui, eu e seu pai precisamos ir para outro lugar,
gostaríamos muito de saber sobre você, como está a sua família? Nossos
lindos netos?
— Estou muito feliz. Tenho um filho lindo que Papai chegou a conhecer
chamado Benjamin, e depois tivemos uma menina que é uma verdadeira
princesa. Ela ganhou seu nome, mas nós não conseguimos parar de chamá-la
de Pocahontas. Tem também a minha Sereia que é a melhor mulher que Deus
poderia ter me dado. Minha família é tudo, eu não vivo sem eles. Sereia,
Pocahontas e Ben, são o meu mundo, a minha vida.
— Meu filho — ela beija meu rosto — Você teve muita sorte de tê-la
encontrado. Sentimos de não ter visto a criação dos nossos netos e não poder
falar para eles o quanto os amamos pessoalmente, mas queremos dizer que
nós sempre estivemos perto de vocês, nunca o abandonamos JR — olho para
minha mãe sem entender.
— Posso não estar perto de você fisicamente, mas emocionalmente sempre
estaremos ligados, você meu filho foi gerado aqui — ela coloca minha mão
na sua barriga — Dentro do meu ventre e nós ficamos ligados para sempre, a
união entre mãe e filho é eterna — diz ela emocionada.
— Mãe! Às vezes tenho a impressão de te sentir perto de mim.
— Não era impressão, sempre que me era permitido eu ia até você para te
acalmar.
— Eu te amo Mãe, você me amou mesmo depois do senhor Work te
abandonar e você Pai eu te amo por me amar como seu verdadeiro filho,
vocês foram pais maravilhosos e eu quero viver com Lilian o mesmo amor
puro e verdadeiro de vocês.
— Você é meu filho JR, eu te amei desde a primeira vez que toquei na
barriga da sua Mãe, quando você deu o primeiro chute e nós falávamos que
você seria jogador de futebol, no seu nascimento quando te peguei no colo foi
o momento mais emocionante da minha vida. Nada e nem ninguém iria te
tirar de mim. Eu te amo tanto meu filho que não aceitaria te ver sofrer pela
mesma doença que levou a minha mulher. Sei que fui covarde, mas não
aguentaria, eu morreria junto contigo — disse meu pai chorando — Eu te
amo demais JR e peço perdão por ter te abandonado — disse ele, eu o puxo
para os meus braços.
— Eu te amo e entendo o que você fala, te perdoo Pai por não querer sentir
tanta dor ao me perde, por isso preferiu morrer antes de mim e ficar com
minha Mãe me protegendo de longe, obrigado, eu amo vocês — digo já
chorando.

— Temos que ir, mas antes quero te dizer algumas coisas — diz mamãe
limpando as lágrimas.
— Casamento nem sempre é um mar de rosas, haverá momentos em que um
e o outro precisam dar um tempo para que não tenha uma briga maior. Seja
paciente e tolerante, não seja intransigente demais com sua família. Saiba dar
e receber. Respeito é uma via de mão dupla e também é a base de um
casamento. Seja fiel e honre sua família. Não passe dos limites com seu
ciúme, caso esteja próximo de estourar dê um tempo para não fazer ou falar
merda. As palavras têm poder e não podemos retroceder depois que as
usamos, eu conheço você meu filho e sei que superará tudo. JR você é o
melhor de mim por isso estou aqui para dizer o quanto nós te amamos, você
foi o melhor filho e está sendo um bom marido e pai, continue sendo
presente, amigo, companheiro e parceiro daqueles que te amam, porque no
final tudo dará certo — disse mamãe.
Depois minha mãe me dá um beijo no rosto e papai na minha testa, dão um
passo para trás enquanto lágrimas banham os seus rostos. Eles entrelaçam as
mãos e me olham pela última vez me dando aquele sorriso lindo, eu choro e
dou tchau enquanto observo os dois sumindo, dizendo que me amam.
— Amo vocês para sempre — pego no meu coração e eles repetem o meu
gesto antes de desaparecerem, caio no chão chorando e acordo sendo
amparado pela minha mulher que se emociona quando conto o que
aconteceu.

JR OFF
— Ei JR! Está no mundo da lua — disse Sereia sorrindo.
— Estava lembrando do sonho, as malas já estão prontas? — pergunto e ela
faz que sim.
— Benjamin está empolgado, Kalil reclamou por não levar o Valentim e
Pocahontas está de cara feia porque Luana não pode ir — diz ela me
abraçando. Adotamos Kalil a quatro anos atrás após sua mãe morrer de
overdose e nós nos apaixonarmos pelo bebê, quem gostou foi Paixão que se
tornou sua madrinha conforme Lilian prometeu. Já o motivo das reclamações
deles é por meus filhos são amigos dos filhos de Catarina e hoje vivemos
todos muito bem, sempre estamos fazendo churrasco e nossa família vai só
aumentando.
— Eu já disse que te amo hoje? Caso não tenha dito, eu te amo Sereia,
obrigado por me dar a melhor família que um homem poderia ter — digo e
ela fica na ponta dos pés para me dar um beijo, eu abro um sorriso e ela se
afasta resmungando.
— Juro que se você me chamar de novo de pintora de rodapé, farei greve de
sexo — fecho o meu sorriso na hora e olho sério para ela.
— Nem brincando você fará essa porra comigo de novo, já basta quando
fomos para a ilha.
— Bem feito, vocês esconderam de nós o que a Lu faria, então, todos
tomaram para aprender a nunca mais colocar uma de nós em risco, mesmo
que seja para a segurança das outras.
— Sereia, nós fizemos tudo aquilo pelo bem de vocês, eu faria tudo de novo,
eu não te colocaria na linha de fogo.
— Já disse que não concordo, mas não discutiremos sobre esse assunto, eu
entendo que foi feito para o nosso bem, mas tivemos medo de perdê-la.
— Sim, todos tivemos, mas Deus foi maravilhoso e a protegeu.
— Graças a Deus! Falaremos sobre outro assunto que esse me deixa muito
chateada — concordo, pois, ainda é algo doloroso para as meninas aquela
noite.
— Amor você não acha que o Benjamin está muito incutido com a Estela? —
pergunta ela com ciúme. Estela é filha da paixão.
— Amor para com esse ciúme bobo, o Ben logo estará namorando, este ano
ele fará 12 anos, nós teremos que entender — digo e a minha mulher malvada
abre um sorriso sarcástico.
— JR, fico tão feliz amor de ver o quanto você é um homem de mente aberta,
com certeza Pocahontas não terá problemas ao querer namorar — ela me
provoca.
— Eu nem responderei o que você falou, para que nós não saímos de casa
brigados, vamos logo antes que liguem atrás — digo sério e ela começa a rir.
— Ainda bem que só eu sou a ciumenta nesta família — diz a safada rindo na
minha frente e rebolando aquele rabo gostoso, dou um belo tapa e ela grita
passando a mão no local.
— Vai apanhar a noite amor, encherei a sua bunda de tapa e depois vou te
comer bem gostoso, só para aprender a não me provocar — ela sorri.
— Hum! Que delícia, estou contando os minutos a partir de agora — diz ela e
meu pau dá sinal de vida.
— Ah safada! Não faz isso — falo arrumando meu pau que está na calça
crescendo e ela olha na direção sorrindo. Depois morde os lábios suavemente
e passa a língua, pronto não quero mais sair, não vou para porra de festa
nenhuma. Quero fodê-la o final de semana todo, vou em sua direção e
ouvimos passos em nossa direção, não demora nossa filha vem correndo e
abraça Lilian, minha mulher olha para mim e pisca um dos olhos, depois
abraça nossa filha e vai indo para sala, merda perdi a oportunidade.

Assim que entramos na sala encontramos Benjamin emburrado olhando para


Kalil que mexe no seu videogame.
— Pai! Vamos logo, tia Carol já ligou e disse que estão esperando só nós.
— Você quer chegar logo devido à tia Carol? Ou pela Estela? — pergunto e
vejo o meu filho ficar todo sem graça.
— Devido a todos estarem lá, que ideia a sua coroa — diz ele rindo.
— Coroa é o seu passado moleque eu tô um quarentão enxuto — digo e
Lilian ri.
— Quase um cinquentão — diz ela me provocando, pois, este ano faço
quarenta e três anos e ainda estou acabando com ela na cama, mulher
atentada, me enlouquece e no final às vezes pede arrego.

— Não provoca mulher, se não darei um irmãozinho para nossos filhos hoje
mesmo — digo e ela sorri.
— Vamos mamãe, tia Catarina deixou Luana ir — diz minha filha feliz.
— Meu Deus! Aguentar essa menina insuportável será difícil — disse Ben e
Pocahontas faz bico.
— Não fala assim irmão, pois ela é minha amiga — diz Marília abraçando
Ben que beija sua cabeça.
— Tudo por você e pelo Kalil pequena — diz ele e ela sorri.
— Obrigada Ben, eu amo vocês também. — A tia não deixou Valentim ir —
disse Kalil de bico.
— Bebê lá terá um monte de criança para brincar — ele sorri quando Ben o
abraça e leva nosso caçula para o carro. — Amo a união deles — digo e
minha mulher concorda.
Após pegarmos Luana e Ben ficar de cara feia, fomos para o aniversário dos
gêmeos, toda festa da família é assim, alugamos um lugar para que todos
possam ir e aproveitar. Dessa vez fomos para o Texas, a Mary que faz os
eventos para as meninas abriu um salão de festas na sua fazenda, como os
gêmeos adoram cavalos. Os pais resolveram fazer a festa lá.
Pegamos a estrada assim que encontramos os nossos amigos. Seis horas
depois entramos na fazenda e logo vimos todos sentados na varanda
conversando. Camila estava deitada na rede com Inácio, Nick e Diana
estavam sentados no sofá, abraçados, Kito e Vanessa sentados na cadeira
namorando, Mary e Clayton estavam na entrada nos esperando com um
sorriso enorme.
— Realizaram uma boa viagem? — perguntou Clayton.
— Sim, agora cadê o churrasco? — pergunto e ele começa a rir.
— Pergunta para o Nick — diz ele e nós olhamos em sua direção.
— Tudo culpa da Diana que quis tomar banho de cachoeira — diz rindo e
Diana dá um tapa no seu braço.
— Mentira, eu fui tomar banho sozinha e ele resolveu ir atrás, deixando o
churrasco queimar — diz nervosa.
— Ah! Para Diana! O churrasco torrou e tudo porque vocês foram transar no
rio, nós tivemos que fazer uma galinhada se não vocês iriam passar fome —
diz Camila e todos começam a rir da Diana que puxa o Nick dando um beijo
nele.
— Nem fala Diaba eu queria ir lá primeiro e você não quis, agora não vou
mais, pois a porra do Nick poluiu o rio — disse Inácio e os dois começam a
brincar um com o outro, Kito e Vanessa só acham graça, mas Camila não
perdoa nem eles.
— Amor! Pior foi Kito e Vanessa que foram pegos por Mary no celeiro, ela
estava montando no alazão dela — disse Camila e Vanessa ficou vermelha
igual um pimentão, Kito ria e abraçava sua fadinha para ela ficar menos
envergonhada.
— Camila! Por favor, assim Fadinha quererá entrar em Kito — digo e ela ri.
— Tudo bem, mas eu ainda darei no mato para o Príncipe, pois quero sair
daqui com alguma aventura — diz ela o beijando que sorri igual bobo.

Depois disso jantamos e as crianças pegaram fogo, vendo todos ali reunidos,
entendo o que minha mãe falou, casamento não é realmente somente flores,
pois brigaremos às vezes por coisas que não concordamos. Mas, quando há o
respeito entre o casal tudo fica mais fácil, claro que podemos divergir de
opiniões, porque temos pensamentos diferentes e isso é bom, como diz o
ditado os opostos se atraem.
Fomos dormir, pois no outro dia iríamos jogar futebol, estávamos esperando
Daniel e Gerard que só agora cedo chegariam para a festa.
Assim que eles chegam Harry corre para pegar a bola e nossos filhos se
preparam para a torcida. Ia ser os Brasileiros contra os Estrangeiros, daí já
viu a confusão né, o time que perdesse doaria cem mil dólares para a
instituição do Harry, mas ninguém ligaria para isso já que todos ajudamos, o
problema era perder mesmo.
— E aí preparados para o futebol? — pergunta Harry já com a bola debaixo
do braço e todos riem.
— Você sabe que nós brasileiros somos melhores, não é? Pergunta Ygor já
entrando vestido com a camiseta do Brasil.
— Pode parar Ygor que estes seus amigos patos já perderam, Brasil já foi um
dos melhores do mundo, mas agora vocês estão em baixa — diz Heiki
fazendo o número sete com os dedos.
— Pode parar babaca aquele jogo foi comprado — digo e ele ri.
— Nem discutirei com você, mostrarei no campo como se joga futebol —
disse Heiki.
Saímos e as mulheres já estavam na arquibancada sentadas, do lado direito as
esposas dos Estrangeiros e do lado esquerdo dos Brasileiros.
O capitão de cada time tirou cara e coroa, Harry era dos Estrangeiros e Nick
dos Brasileiros.
Os times foram divididos e ficaram assim, time do Harry tinha Yuki, Natan,
João, Heiki, Harry, Rick, Gerard, Clark e Clayton, Daniel era banco, pois ele
tinha estourado o joelho quando era jovem, fazendo ele aposentar as suas
chuteiras.
Já o meu tinha era: Nick, eu, Inácio, Sérgio, Mauricinho, Ronaldo, Ygor,
Hélio e Kito que seria o goleiro.
— Sério que o caolho será o goleiro de vocês? — disse Inácio rindo com
Nick e Clark.
— Eu com um olho, vejo melhor que vocês com os dois babacas — disse ele
rindo para o Inácio.
— Se ele não pegar esta porra de bola, eu arranco o outro olho dele, quero
ver se ele é fodão mesmo — diz Harry e todos acham graça.
— Mas, que porra o Kito está fazendo aí? — pergunta Rick — Você é nosso,
cara — disse ele e Fadinha faz que não.
— Ele é meu Rick, pode parar de querer o meu Zeus — diz ela sorrindo e
todos acham graça.
— Está me estranhando Fadinha, eu gosto de mulher, da minha mulher —
disse ele mandando beijo para Gabi que mandou de volta.
— Acho bom mesmo, o Zeus é meu e de mais ninguém — disse ela e depois
disso volta a discussão devido ao Kito.
— Kito você é estrangeiro — disse Harry — Vai trair mesmo a sua
nacionalidade.
— Gente está faltando um aqui disse ele sorrindo.
— Ok, eu não vou te querer no próximo jogo, seu vira-casaca — disse Natan
e todos só sabem rir.
Depois da confusão arrumada começamos o jogo. Ele estava bem animado e
tenso, ninguém queria perder e as disputas de bola estavam a cada momento
piorando. Daniel foi o juiz e quando ele roubava para o lado dos Estrangeiros
o jogo parava mais de dez minutos até que todos aceitassem sua decisão.
O primeiro a marcar foi Harry e comemorou mandando beijos para sua
esposa depois disso Ygor também fez um gol e correu até Kelly dando-lhe
um beijo. Assim, terminou o primeiro tempo, mas o intervalo que
normalmente duram vinte minutos o nosso durou quase uma hora. Paramos
para beber uma cervejinha e conversamos um pouco, quando voltamos já
estávamos um pouco alterados, aí sim, as faltas aumentaram, mas nada que
viesse a machucar um ao outro.
Mais uma vez o time dos estrangeiros fez o gol primeiro com Heiki indo
fazer coraçãozinho para sua Preciosa, por bobeira nossa tomamos o terceiro
dos pés de Rick, que também não perdeu oportunidade de homenagear sua
esposa mandando beijo.
Inácio estava puto e queria fazer um gol para sua Diaba. Não demorou
Cleyton fez uma falta nele, bem na área e depois de muita discussão Daniel
marcou pênalti. Ele bateu e marcou tirando sarro de Clark por não pegar a
bola, ele foi até Camila tampando o olho com uma das mãos como se fosse
um pirata e mandava beijos com a outra mão fazendo com que todos rissem.
Clark mostrava dedo do meio para ele rindo.
Já no finalzinho faltando apenas cinco minutos para acabar, Nick faz um
golaço após Mauricinho cruzar a bola e ele bater de voleio. Acredito que ele
acabou de quebrar a coluna no meio, ou o joelho saiu do lugar, pois o
velhinho conseguiu fazer o gol e saiu todo torto para comemorar, foi uma
cena hilária.
Acabou o jogo três a três, pois ninguém queria bater pênalti, resolvemos
então que os dois times iriam doar o dinheiro. Comemos churrasco, mas desta
vez, não deixamos Nick cuidar. Bebemos, cantamos, rimos e dançamos.
Olhei para aquela nossa família reunida e constatei o quanto o amor estava
entre nós, olho para o céu e agradeço a Deus por ter me abençoado com
tantas pessoas boas e pelas amizades verdadeiras.
Acredito que esta nossa família nada normal e unida se ama demais para
deixar que um mero problema se torne algo prejudicial para nossa amizade.
Cada um de nós, tem uma personalidade diferente e totalmente independente,
mas, sempre estamos em contato pedindo opiniões de algo, claro que na
maioria das vezes prevalece nossa opinião inicial, mas é bom saber que eles
estarão lá caso o que realizamos não dê certo.
Nós todos somos extremamente protetores com as nossas famílias e os
homens ficam irracionais quando acontece alguma confusão entre as crianças,
mas nossas mulheres entram na confusão e brigam com todos nós, deixando
os marmanjos parecendo crianças mal-educadas.
Mas, o que posso falar, nós nos amamos e com isso sempre teremos atritos,
mas nada que abale ou mude o sentimento de um pelo outro, por isso digo:
conserve as amizades verdadeiras, valorize sua família e lute.
Eu lutei para hoje ter a minha família, quem diria que naquela noite eu estaria
ligado a Deusa do Pecado, a mulher da minha vida? Se me contassem eu
mesmo não acreditaria, às vezes você está à procura de algo que pode estar
bem na sua frente, então olhe mais em volta e procure a sua felicidade sem
mudar a sua essência, se valorize e acredite no amor.

Sejam todos felizes da mesma maneira que sou com a minha família, nada
normal e totalmente apaixonada pelos seus membros.

Fim .... ��������������������


AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, minha família e meu marido, por todo apoio que
recebi, também quero dizer obrigada as amigas que eu ganhei
através do Wattpad, as vezes só precisamos de um empurrão para
que tudo aconteça. Hoje estou aqui colocando mais um livro para
que vocês possam desfrutar. Também não posso esquecer de
agradecer minha amiga Cassinha Adriana por desde o primeiro
livro, nunca ter me abandonado, sempre acreditando no meu
trabalho e se prontificando a divulgar minhas obras sem pensar
em ganhar nada em troca, sua força, apoio, e amizade quando
mais precisei foi a prova do seu enorme coração. Sempre serei
grata. Também agradeço pela parceria em diagramação deste
livro e Betagem nos outros.
Agradeço a todas as minhas leitoras do Wattpad que
estiveram comigo nesta caminhada até aqui, que vocês possam ser
felizes e se amarem como são sem ligar para as opiniões alheias, a
vida é muito curta para perdermos tempo com aqueles que não
merecem.
Diga não ao preconceito e sejam todas felizes!

Redes Sociais:
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Livros Publicados
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1. E AGORA O QUE EU FAÇO? - LIVRO 1: DA SÉRIE
QUEBRANDO O PRECONCEITO

2. DANDO UMA LIÇÃO - LIVRO 2: DA SÉRIE


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12. LINDA RAINHA – LIVRO 2: DA SÉRIE MINHA


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13. ARDENTE RAINHA – LIVRO 3: DA SÉRIE MINHA


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SINOPSE:

Ricardo Wesh era um cara extremamente mulherengo e não


levava nenhuma mulher a sério. Ele conhece uma linda mulher
que faz sua cabeça mudar. Rick como é chamado pelos mais
íntimos, se apaixona pela doce Letícia. Seu mundo agora é
perfeito. Ele começa a trabalhar no gabinete do seu pai que é o
prefeito da cidade e fica noivo da mulher mais bonita que já
viu.
Porém, após uma noite trágica seu mundo acaba sendo
mudado. Sua noiva se volta contra ele, seu pai está mais
preocupado com a vida política e o que a acusação contra Rick
poderá fazer em sua carreira do que em salvar o filho da grave
acusação.
Desesperado, Rick se vê sozinho e foge para provar a sua
inocência, ele acaba no caminho se esbarrando em um anjo, ou
melhor, em umas das Deusas do Olimpo, ela é uma advogada
que fará de tudo para provar a sua inocência.
Gabriela Moore ao sair de uma confeitaria tromba com um
desconhecido. Ele precisa de uma boa advogada e Gaby sabe
que ela consegue ajudá-lo. Rick acaba balançando o seu mundo
e fazendo ela entender que a beleza e o tom de pele de uma
pessoa contam mais que o amor verdadeiro.
Será que ela se reerguerá após ser traída por aquele que jurou
estar ao seu lado?
Você conseguiria perdoar o único homem que um dia amou e
depois que ele conseguiu o que queria tanto ter, lhe virasse as
costas sem ao menos se despedir.
Venha conhecer esta história e descobrir como tudo acabará.

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