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Com carinho,
Adri luna
Copyright © 2023 Adri Luna
Diagramação: Adri Luna
Revisão: Sônia Carvalho
Betagem: Letícia Ribas - Samanta Marinho – Jéssica Nery
CONTATO:
E-mail: adrianalunagaldino@gmail.com Instagram: @autoraadriluna
Para a querida Calistene Vieira. Marcus Collins é um homem dominador e
possessivos, ele sabe bem como envolver uma mulher. Esse homem de
olhar misterioso e pegada gostosa é todo seu.
Dedico este livro a todos àqueles que, como eu, trilham jornadas
repletas de encontros e desencontros, de feridas e curas. Que compreendem
que a complexidade das relações humanas muitas vezes nos confronta com
corações machucados e almas que ainda não aprenderam a receber o amor.
Que reconhecem a importância vital de nutrir o amor próprio, assumir a
responsabilidade pela nossa própria felicidade antes de buscar nos outros
aquilo que só podemos encontrar dentro de nós mesmos. Este livro é
dedicado a vocês, que seguem em busca da verdadeira essência do amor.
AGE GAP + CASAMENTO POR CONTRATO + GRAVIDEZ INESPERADA + PATRÃO X
FUNCIONÁRIA.
Marcus Collins
Estou sentado no banco dos réus, Joseph, meu cunhado, me olha
com ódio. Não é como se a nossa relação algum dia tivesse sido
maravilhosa, mas sempre nos toleramos em respeito às nossas esposas, que
eram irmãs. Os murmúrios das pessoas ecoam em meus ouvidos como um
zumbido insuportável, as opiniões estão divididas, e a mim só o que resta é
ouvir o veredito do Juiz.
— Este homem tem uma personalidade obsessiva. Ele a mantinha
como sua prisioneira, talvez confiando em seus bilhões ou no cargo que já
ocupou nas forças especiais do exército. Não posso afirmar ao certo, mas
sim garantir que entre ele e Julia Carter nunca houve uma relação saudável
— a voz de Joseph reverbera. Sua expressão de ódio e músculos
tensionados vão de encontro à minha postura que luto para transparecer
calma.
Meu advogado levanta a mão, pedindo a palavra, concedida pelo
Juiz.
— O advogado de acusação parece movido pela emoção. É
importante lembrar que a acusação deve ser baseada em fatos e provas
substanciais. Até o momento, neste tribunal, ficou claro que meu cliente
não tinha motivos plausíveis para cometer um ato tão terrível como o
assassinato de sua esposa, com quem compartilhou sete anos de sua vida. A
relação deles foi marcada por inúmeras demonstrações de afeição e
companheirismo, o que foi amplamente documentado em vídeos e fotos do
casal, mostrando que eles compartilharam momentos de felicidade e amor
genuíno. Não devemos permitir que as emoções nublem o nosso
julgamento, mas sim buscar a verdade com base em evidências concretas e
testemunhos imparciais.
— É fato que o acusado culpava sua esposa de adultério, indo ao
extremo de alegar que o filho que a vítima esperava não era dele.
— Senhor Joseph, a palavra não lhe foi concedida; por favor,
controle-se — pede o juiz.
Ele suspira, encarando-me mais uma vez, desejando, se fosse
possível, que fogo jorrasse de seus olhos.
— Essas alegações podem parecer incriminatórias à primeira vista,
mas precisamos olhar além das aparências. Essas acusações são
manifestações de ciúmes e desconfiança, e não provam a culpa do meu
cliente na morte de sua esposa. A discussão sobre a paternidade do filho em
questão deve ser encarada como um sintoma dos problemas conjugais que
enfrentavam, mas não é uma evidência direta de homicídio. É imperativo
que este tribunal não tome conclusões precipitadas com base em
suposições, mas sim examine todas as evidências disponíveis de forma
objetiva e imparcial.
— Duas mulheres e uma criança ainda no ventre perderam suas
vidas, e o senhor apresenta a explicação de problemas conjugais como
justificativa. Este homem é um criminoso, responsável pela morte das três
vítimas — Joseph diz exaltado.
— Senhor Advogado de acusação, solicito que mantenha a
compostura, ou será removido da sala de audiências — fala o juiz com um
tom calmo.
As horas se arrastam em um julgamento angustiante, o juiz
determina que as provas ainda não estão suficientemente claras, e que será
agendada uma nova data para o veredito. Viverei isso por mais algum
tempo, o que não me deixa nada satisfeito.
Na saída do tribunal, sou cercado por repórteres eufóricos em busca
da sentença que não veio. Algumas mulheres seguram placas exigindo
minha prisão, enquanto outras gritam em defesa da minha inocência. O caso
se tornou famoso, e eu, que sempre fui respeitado, me tornei um monstro.
Chego à mansão, abro uma garrafa de uísque e não me dou ao
trabalho de pôr em um copo.
— Merda! — esbravejo derrubando objetos na minha frente.
— O senhor precisa de algo? — pergunta, Peter, o meu mordomo.
— Preciso de paz, pode me conseguir isso, Peter? — grito enquanto
ando em círculos pela sala. — Grávida? — Sorrio com amargura. — Você
lembra Peter, quantas vezes a Julia, jogou na minha cara que eu não poderia
lhe dar um filho? Foram sete anos, fazendo de tudo por ela e por esse
casamento, e no final ela morre grávida. De quem era o filho, porra? —
Jogo longe a garrafa.
— O senhor precisa se acalmar — ele sussurra quando duas das
empregadas nos observam.
— Eu não a matei, eu sequer sabia que ela estava grávida. Ela me
pediu o divórcio e sabia que estava grávida. Você entende isso, Peter? Ela ia
ficar com o pai da criança. — Jogo-me no sofá, esfregando os olhos,
impedindo que qualquer gota que ameace cair deles escorra pela minha
face.
— Eu sei o quanto o senhor tratava bem a senhora Júlia — ele diz
com uma voz gentil, talvez ele seja o único que confia em mim, já que as
mulheres que nos observam têm os olhos esbugalhados.
Minha relação com Julia não era tranquila, embora eu me esforçasse
para agradar aos seus muitos caprichos. Ela nunca me amou, não sei se por
ser um casamento arranjado ou porque já amava alguém. O fato é que, não
importa o que eu fizesse, ela nunca me olhou com ternura. Meus ciúmes
cresceram ao longo do tempo. Era impossível não notar como ela tratava as
pessoas, e o quanto ela se esforçava para demonstrar afeto por mim. Essas
são as recordações boas gravadas em fotos e vídeos. Momentos falsos.
— Eu sei que não é um bom momento, mas estamos precisando de
uma empregada, mais uma pediu demissão hoje.
Mordo o lábio, passando a mão pelos cabelos. Já faz um ano desde a
morte de Júlia, e eu ainda vivo nesse pesadelo. Talvez o maior culpado seja
Joseph, que insiste em me acusar de ter matado a minha esposa, juntamente
com a dele, quando as duas faziam um passeio juntas. Cristina Carter, a
irmã mais nova de Júlia.
— Ligue para a agência e contrate outra — ordeno, com um olhar
firme para Peter.
Ele força um sorriso, mas desta vez, não repete a frase de sempre,
"nenhuma mulher quer vir trabalhar nessa casa, senhor." Já que, todas as
vezes que diz essas palavras, eu simplesmente grito para que ele ofereça o
triplo do valor se necessário. O que eu não posso fazer é permitir que a
mídia pense que nenhuma mulher trabalha na minha casa, alimentando
história sobre quem de fato eu sou.
Eu sei que Joseph não me poupará. Ele acredita firmemente na
minha culpa, e a cada oportunidade que tem, ele tenta me arrastar para o
abismo das suspeitas. A sombra de sua acusação ainda me destroça, mesmo
após um ano da tragédia que abalou minha vida. Preciso encontrar a
verdade e provar minha inocência, se o carro sofreu uma falha mecânica ou
foi sabotado, a verdade está em algum lugar.
Capítulo 02
Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
"Você deve saber... Certamente, você deve saber que não posso
suportar sua falta de modéstia."
"Realmente, você é bom demais para mim", disse ele, com um ar
sério.
"Você é muito gentil para dizer essas coisas. Você acredita mesmo
que sou a melhor pessoa que já conheceu?"
"Não quero me envaidecer", respondeu Darcy, "mas confesso que
não posso imaginar ninguém sendo mais desejável."
À medida que ela recita com graciosidade cada palavra, sinto o meu
corpo relaxar, sua voz me envolve como um suave calmante. Acomodo-me
no sofá, fechando os olhos e permitindo que o sono se aposse de mim. Não
recordo o exato momento em que adormeço, mergulhando em um sono
profundo, embalado pelas palavras que ecoam suavemente em meus
ouvidos.
Capítulo 04
Marcus Collins
Ayla Munis
Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
No meu encontro com Fernanda, ficou claro para mim que preciso
fazer algo. Ela está sendo prejudicada enquanto espera que eu resolva a
minha situação aqui na mansão. Peter parece ser uma boa pessoa, e talvez
se eu me abrir para ele, possa conseguir a sua ajuda temporária. Levanto-
me, tomo um banho e visto meu uniforme. Desço mais cedo do que o
habitual, e como todos os dias, Peter já está de pé, dando ordens conforme
instruído pelo senhor Collins.
— Quer falar algo, Fernanda? — ele pergunta passando direto por
mim, checando se tem poeira nos móveis
— Sim, em particular, se o senhor puder me ouvir por alguns
minutos. — Ele para o que está fazendo para me encarar com curiosidade.
— Venha, vamos até a minha sala. — Peter me conduz até sua sala e
fecho a porta atrás de mim, nervosa com a reação que ele terá ao ouvir meu
pedido.
— O que tem para falar?
— Bom, primeiramente, quero agradecer imensamente por me
acolher tão bem. Sou muito grata por estar aqui…
— Pode parar, não me diga que está pedindo demissão, quer que eu
tenha um enfarte? O senhor Collins exigiu que você o servisse
pessoalmente, você sabe o quanto isso é maravilhoso? Não, você não sabe.
Isso significa que ele, enfim, gostou de alguma funcionária, então, não
continue o que ia dizer e suba para levar o café da manhã dele.
— Ele gosta de mim? — pergunto com orgulho e felicidade.
— Sim, dos seus serviços. Não seja ingênua — ele responde com
um sorriso divertido.
— Na verdade, eu não iria pedir demissão. Era apenas para o senhor
me pagar o salário em mãos, em vez de repassar para a agência.
Peter me olha desconfiado.
— Por quê?
— Bom… é que se o senhor me pagar diretamente, eu posso
economizar um pouco mais.
— É apenas isso? — ele pergunta encarando os meus olhos pidões.
— Pagarei a você diretamente, Fernanda — ele diz seguido de um logo
suspiro.
— Jura? — pergunto sem acreditar.
— Parece que estou brincando, menina? Suba, o Senhor Collins tem
hora para comer. — Peter me dá um sorriso e me conduz de volta para as
atividades do dia.
Antes de bater na porta, ouço um gemido vindo do quarto. Ele estará
com dor? Me questiono enquanto permaneço parada na entrada. Resolvo
anunciar minha presença de maneira gentil.
— Senhor Collins, trouxe o seu café da manhã. Posso entrar? —
pergunto com uma voz suave.
— Entre — ele responde ainda com um gemido, denunciando o
desconforto que está enfrentando.
Com cuidado, abro a porta lentamente e me deparo com ele estirado
sobre o colchão, com uma expressão de dor visível. Ele está vestindo
apenas uma calça de moletom, o que, devo admitir, não ajuda em nada na
minha tentativa de manter minha postura profissional, fazendo com que
meus olhos percorram involuntariamente seu corpo divinamente esculpido.
— O que está olhando? Deixe a comida sobre a mesa e saia. — Sua
voz, ainda carregada de desconforto, quebra a breve pausa de observação.
— Sair? — questiono, franzindo o cenho.
— Planeja ficar aí parada? — ele pergunta enquanto permanece
estirado na cama, tentando disfarçar a expressão de dor que está claramente
escondendo em alguma parte de seu corpo.
Dou a volta, indo até a mesa e colocando a bandeja com o café da
manhã. Em seguida, retorno lentamente ao seu lado, observando-o alisar os
ombros e o pescoço. Tensão muscular, concluo, lembrando-me das dores
que meu irmão costumava sentir após suas atividades físicas intensas. No
caso do senhor Collins, essas dores devem ser sequelas de anos servindo ao
exército.
— Vou preparar um banho quente para o senhor. Pode ajudar a
aliviar essas dores musculares — ofereço com compaixão, desejando
amenizar seu desconforto.
— Apenas saia — a sua voz reverbera.
— Tudo bem, se precisar é só chamar, senhor.
Marcus Collins
Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
Marcus Collins
Marcus Collins
Ayla Munis
Marcus Collins
— Não, eu não posso ficar aqui, você precisa me dizer que tudo já
está bem por aí. — Paraliso no momento em que ouço a voz de Fernanda
no aparelho de escuta.
— Isso, continue… — falo para mim mesmo, dando total atenção às
suas palavras.
— Você não imagina o quanto está sendo difícil para mim, mas você
não se importa, você está bem vivendo a sua vida enquanto eu estou aqui
prestes a ser descoberta, eu tenho medo do que ele pode fazer comigo,
então me ajude a me livrar disso tudo.
Aperto os meus dedos em punho fechado.
— Que tipo de vigarista você é? — Esmurro a mesa.
— Eu também te amo, e estou com saudades — ela diz com a voz
partida e o silêncio se instala.
— Ama? Ama quem? Que porra, Fernanda, quem seduziu você? O
que está acontecendo aí? — grito para o aparelho, minha mente
enlouquecendo com a possibilidade de Fernanda estar envolvida com
Joseph ou qualquer outro.
Capítulo 13
Ayla Munis
Marcus Collins
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Ayla Munis
Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
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Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
Após o café da manhã, Ayla vai até o jardim, fica agarrada ao filhote
cheio de pulgas que ela arrumou, mas vejo isso como algo que ela usa para
se distrair, e pode ser bom. Olho para o meu motorista sentado mais à frente
com um dos seguranças e sem que eu precise pronunciar uma palavra, ele
levanta e me segue até o escritório.
— Me dê o endereço do local onde deixou a Ayla ontem — ordeno
assim que entramos no escritório.
— Agora mesmo senhor — diz puxando um pedaço de papel e
anotando o que mandei.
— O que viu lá, quem estava no local?
Ele parece hesitar em falar, e isso me tira a paciência.
— Desembucha de uma vez — grito.
— Eu vi um homem e uma mulher, que pareciam aguardar a
senhora.
— Um homem? — pergunto lutando para acreditar.
— Sim, eu tenho certeza, mesmo com o local com baixa iluminação
posso afirmar que era um homem e uma mulher.
— Baixa iluminação? — pergunto aborrecido.
— Sim, parece ser uma boate, que ainda não está aberta ao público.
— Saia e mantenha o bico fechado. Se a Ayla quiser ir a algum
lugar, leve-a, mas me ligue assim que ela estiver lá, quero saber os locais
que ela frequenta.
— Devo ligar na frente dela?
— Você deve fazer o que mando da forma mais discreta possível —
respondo com um grito, diante da pergunta idiota.
— Entendido, senhor.
— Agora saia! — volto a ordenar.
Esmurro a mesa com força e sinto um estalo entre os meus dedos. O
sangue escorre sobre a mesa e vejo que o dedo saiu do lugar.
— Está tudo bem aí, senhor? — Peter entra após ouvir o barulho. —
Jesus! O senhor quebrou o dedo?
— Sai, Peter, eu quero ficar sozinho.
Antes que Peter cruzasse a porta, Ayla entra e se sobressalta com a
mão sobre a boca.
— Virgem de Guadalupe! O que aconteceu aqui? Peter, traga a caixa
de primeiros socorros — ela pede se aproximando de mim e pegando a
minha mão com delicadeza. — Vamos precisar de um médico.
— É só uma torção — digo puxando o dedo de volta para o lugar e
ela grita como se fosse nela a dor.
— Aqui está a caixa. — Peter retorna ofegante. E eu não entendo o
motivo de tanto alvoroço.
Gesticulo com a cabeça para que Peter saia, e ele o faz, fechando a
porta atrás de si. Ayla pega minha mão e começa a limpar o machucado,
sentada sobre a mesa com minha mão apoiada em seu colo. Observo sua
expressão e seus gestos cuidadosos. Quero sentir ódio, mostrar a ela que
não se brinca com fogo, mas, por enquanto, desejo apenas deixar que o fogo
que arde em mim, a consuma, até que ela não tenha outra opção senão ficar
presa a ele.
Capítulo 24
Ayla Munis
Marcus Collins
Marcus Collins
Semanas depois...
A claridade do dia quebrando pela janela me desperta. Esfrego os
olhos, tentando afastar a sonolência, foi mais uma noite que dormi bastante.
Levanto-me lentamente sem acordar Ayla e piso em algo, mas não com
muita força, e um ganido suave ressoa. Olho para baixo e vejo Bolinha ali,
encolhido, olhando para mim com olhos suplicantes.
— Como diabos você entrou aqui? — murmuro, surpreso. Ayla tem
ordens para deixá-lo no jardim. Ele chora baixinho, e uma pontada de
preocupação surge dentro de mim.
Bolinha continua a choramingar, e agora ele arrasta uma das patas, o
que me deixa ainda mais apreensivo.
— Droga! — exclamo quando ele arrasta a pata de novo. Ayla
acorda assustada com meu alvoroço.
— O que aconteceu? — ela pergunta, ainda sonolenta.
— Machuquei ele — respondo, parecendo um tanto desesperado.
— Ele quem? — pergunta, ainda despertando.
— O cachorro, Ayla.
— Ai, não. — Ela desce da cama e vai pegar Bolinha no chão.
— Ele deveria estar no jardim, Ayla — digo, lançando a ela um
olhar acusador.
— Vamos levá-lo ao veterinário, e depois você resmunga o quanto
quiser.
— Se troque também, vou ligar para um veterinário vir aqui.
Nós nos trocamos rapidamente e eu desço ao lado dela que segura o
cachorro nos braços.
— Você deveria olhar por onde pisa — ela me adverte, paro no meio
da escada incrédulo com o que ouço.
— O que quer dizer com isso? — Franzo o cenho.
— Marcus, ele está com dor, você já se olhou no espelho? Você
poderia tê-lo esmagado. — Ela deixa cair lágrimas dos olhos, e sinto meu
coração se apertar. Respiro fundo e a abraço, tentando acalmá-la.
— Acalme-se, tudo ficará bem, eu não pisei com força, você vai ver.
Com um analgésico, isso será resolvido. — Tento acalmá-la com palavras,
depois a beijo suavemente.
Nesse momento, somos surpreendidos pelo som da garganta sendo
coçada, vindo da sala de estar. O fiscal de imigração está ali, assistindo à
cena com as sobrancelhas arqueadas.
— Cheguei em uma hora ruim? — ele pergunta.
— Aguarde só um pouco, o nosso bebê está machucado — Ayla fala
com um tom dramático, e sei que ela não interpreta, apenas está sendo ela.
— Fique à vontade, senhora — ele diz educadamente, e continua
nos observando o que é o trabalho dele.
— Meu amor, sente-se, vou ligar para o veterinário e em alguns
minutos ele chega — digo da forma mais romântica possível.
Ligo e em menos de meia hora ele está lá. Tento manter uma
conversa com o fiscal enquanto o veterinário analisa a situação do cachorro.
Ele o examina com cuidado, verificando a pata machucada e a expressão de
dor no rosto do animal. Depois de alguns minutos de avaliação, ele se vira
para nós.
— A lesão não parece ser grave, felizmente. Bolinha teve sorte de
não ter sofrido uma fratura. É uma torção na pata traseira. Nada que não
possa ser tratado. Vou administrar um analgésico e prescrever alguns dias
de repouso para o Bolinha. Ele ficará bem com cuidados adequados.
Ayla solta um suspiro de alívio, abraçando o cachorro com carinho.
Sinto-me também aliviado, por não causar um dano maior ao cachorro.
O veterinário, continua oferecendo instruções detalhadas sobre
como cuidar da pata machucada de Bolinha e o medicamento a ser
administrado.
— Certifique-se de seguir as instruções de medicação e manter o
repouso estrito.
— Obrigado — digo acompanhando o veterinário até a porta e volto
a minha atenção ao fiscal. — Bom, parece que agora vamos conseguir
atendê-lo.
— Não se preocupe, eu vou deixar a autorização para que vocês
realizem o casamento.
— Sério? — Ayla mostra um lindo sorriso que acompanhou a sua
expressão de surpresa.
— Sim, e em breve acredito que terão muitas crianças correndo pela
casa. — Endureço a postura ouvindo as suas palavras que vieram
acompanhadas de um sorriso gigante de Ayla.
— Ah, eu quero uns três — Ayla responde se aproximando de mim.
Claro, ela certamente quer filhos. Ayla é jovem, cheia de sonhos e
desejos, e não tenho dúvidas de que encontrará alguém que possa
compartilhar e realizar todos esses sonhos com ela. À medida que observo o
cachorro Bolinha se acomodar confortavelmente no colo de Ayla, percebo
que, além de ser um homem envolto em um mar de problemas e
responsabilidades, eu sei que nunca serei capaz de lhe proporcionar a
família completa que ela merece. Minha mente vagueia por pensamentos
sombrios sobre meu passado e sobre como ele afetou meu presente. Percebo
que carrego um fardo que talvez seja pesado demais para Ayla, que, de
alguma forma, se tornou parte dessa complicada história.
— Coloque a cama do cachorro aqui no quarto, Ayla, assim evita
que ele acabe piorando a situação — falo enquanto ela administra as
medicações receitadas para ele.
— Está falando sério? — seu tom de surpresa vem acompanhado de
um sorriso que estou viciado em receber.
— Sim, mas deixe do seu lado da cama.
— Obrigada, obrigada… — Ela se apressa em me abraçar e eu
retribuo o carinho beijando-a em seguida.
— Preciso que você foque no casamento agora. Sete dias são
suficientes para você organizar uma festa?
— Sete? Para o tamanho que você quer precisaria de um ano — diz
jogando-se na cama.
— Não temos todo esse tempo, eu tenho pressa com isso, liguei para
uma equipe especializada em eventos, eles vão te ajudar. Faça algo menor,
cinquenta pessoas, farei uma lista e você também pode chamar as suas
antigas colegas de trabalho.
— Não acho que seja necessário. — Ela torce o nariz.
— É claro que é necessário, e muito mais necessário é você mostrar
empolgação, você está entrando em um casamento bilionário, qualquer
mulher estaria radiante e comprando joias para enfeitar até as pontas dos
cabelos. Aja como uma mulher comum e saia para gastar o que as suas
amigas levariam uma vida para acumular.
— Posso ficar com o dinheiro das joias? Tenho planos melhores
para ele. — Ela aperta os lábios, me olhando com um olhar tão inocente que
chego a duvidar que, de fato, essa atitude é real.
— Joias são dinheiro, Ayla, de que mundo você vem?
— Tudo bem, podemos ir comprar joias juntos, o que acha?
Considero esse tipo de coisa igual a flores, é bem mais interessante ganhar
ao invés de comprar.
Olho ainda sem querer acreditar, não é como se eu estivesse
ofertando flores, são joias as quais estou lhe permitindo escolher as que ela
quiser.
— Faremos como quiser — respondo.
Sento-me ao seu lado, olhando para o cachorro, que, apesar de
minha desaprovação, está estirado na nossa cama, posicionado entre os
travesseiros, iluminado pela luz da manhã. No entanto, fico em silêncio,
desejando proporcionar a ela todos os sonhos que sempre almeja. Mas
reconheço que sou incapaz de lhe dar o essencial, uma família e um lar
feliz.
Capítulo 27
Ayla Munis
Olho para o jardim da varanda, ao mesmo tempo que viro para trás e
encaro o meu reflexo no espelho. Estou em um vestido digno de princesa, a
casa está enfeitada com flores delicadas em um tom rosa-claro com branco.
Tudo tão lindo para uma farsa que desejo algumas vezes que seja verdade.
Não tenho muita ideia de quem, na verdade, era o Marcus, apenas
conheço aquele me dá afagos no meio da noite, e que me beija com posse.
Gosto disso, gosto do seu toque possessivo, e dos seus beijos avassaladores,
e amo quanto os seus olhos queimam em ciúmes quando acha que cruzei a
linha de um relacionamento que nunca existiu.
No entanto, mesmo sabendo que tudo isso não passa de um jogo de
aparências, não consigo evitar me entregar a essa fantasia. É como se uma
parte de mim desejasse que essa história fosse real, que eu pudesse viver
um conto de fadas com meu príncipe encantado.
— Continua nessa varanda, Ayla, só espero que esteja pronta, em
breve os convidados chegam e ao contrário do que dizem, não é nada
educado se atrasar. — Viro ouvindo a voz de Marcus atrás de mim e ele
paralisa no meio do quarto com os olhos brilhantes. — Você ficou linda
nesse vestido — diz me encarando como se nunca tivesse me visto antes.
— Você sabe que dá azar ver a noiva antes do casamento — zombo.
— Posso garantir que até o azar ao seu lado é sorte — diz se
aproximando com um olhar que me incendeia.
— Vamos apenas assinar um papel onde beneficia a ambos, mas
juro que me sinto como se estivesse te entregando algo precioso. Estou
nostálgica.
— Apesar de estar ciente de que ambos estamos sendo beneficiados,
nunca me senti tão à vontade com alguém como me sinto agora com você.
Você me deu muitas coisas valiosas, muito mais do que o dinheiro jamais
poderia comprar. São coisas que acredito que nunca poderei comprar — diz
enquanto segura meu rosto entre as mãos.
— Você já tem tudo, o que eu poderia lhe dar? — Sorrio baixando a
cabeça, sentindo-me pequena entre as suas mãos.
Ele envolve os braços em volta da minha cintura, eu levanto o rosto
para encará-lo e fecho os olhos esperando o beijo que ele se prepara para
dar conforme aproxima o rosto do meu. Nossos corpos estão tão próximos
que consigo sentir a eletricidade pulsando dentro de mim. O coração
acelera, ao passo que ele pressiona seu corpo contra o meu. Suas mãos
percorrem suavemente minhas costas, fazendo-me arrepiar, e eu me entrego
completamente a esse momento. Nossos lábios estão a apenas milímetros de
distância, e eu posso sentir sua respiração quente contra minha pele.
Finalmente, nossos lábios se encontram e eu percebo que estou
totalmente dependente disso. Dependente dos seus beijos intensos que me
fazem perder o fôlego. Nossas línguas se entrelaçam em uma dança sensual,
explorando cada centímetro da boca do outro. Sinto suas mãos deslizando
pela minha cintura, subindo até meus seios, acariciando-os com força,
provocando-me arrepios de prazer.
— Marcus, acho que deveríamos parar, você acabará com o meu
vestido e a minha maquiagem — digo ofegante ainda entre os beijos.
Ele se afasta também ofegante passando as mãos pelos cabelos
enquanto fica de costas para mim como quem busca o autocontrole.
— Eu quero te foder agora — diz retornando e me beijando com
mais posse. — Tira o vestido. — A sua voz soa como uma ordem, que ele
delega com desespero ao tentar achar meios de se livrar de tantos panos e
tule.
— Senhor, os convidados começaram a chegar, precisa descer para
recebê-los — ouvimos uma das funcionárias responsáveis pelo evento falar
atrás da porta.
— Que caralhos! Desço assim que estiver pronto, e os demais
podem esperar — rosna.
— Tudo bem, senhor. — Ouço a resposta sem jeito da mulher
seguido do som dos seus saltos se afastando da porta.
— Se acalme, teremos tempo depois da cerimônia. — Sorrio me
afastando, mas ele me agarra arrancando o meu vestido e todos os botões
vão ao chão, e eu sequer tive tempo de assimilar tudo antes que ele se
arraste pelo meu corpo parando em meus pés.
— Quero você agora! — diz me jogando sobre a cama e me
beijando com desejo enquanto explora o meu corpo. Em seguida faz o
mesmo tirando tudo que veste sem o menor cuidado, levando as minhas
mãos até o seu corpo.
Acaricio seu corpo, sentindo seu peito forte e musculoso sob minhas
palmas. Um arrepio percorre minha espinha quando ele desliza sua mão até
minhas coxas, intensificando ainda mais o desejo que arde dentro de mim.
Seus dedos, agora livres para explorar, começam a acariciar minha pele
sensível, provocando arrepios deliciosos que se espalham pelo meu corpo.
Cada toque é cuidadoso e calculado, como se ele conhecesse cada
centímetro do meu ser, despertando em mim uma entrega total ao prazer
que ele é capaz de me proporcionar. Ele lentamente afasta minha calcinha,
revelando minha intimidade para ele.
— Delícia! — geme, espalmando a minha intimidade antes de entrar
em mim sem aviso. Arqueio as costas, sentindo uma onda de prazer
dominar o meu corpo, à medida que ele chupa os meus seios, alternando
com leves mordidas. — Goza para mim, Ayla.
— Ah! — grito, me contorcendo cravando minhas unhas em suas
costas.
— Isso! — ele geme. — Goza! — A ordem faz o meu corpo
obedecer sem hesitar, e em segundos estou me desmanchando, ele me toma
com beijos mais exigentes, a sua barba por fazer arranha a minha pele ao
mesmo tempo que ele entra com mais força. — Eu vou gozar — anuncia
puxando os meus cabelos enquanto os dedos da outra mão sobre a minha
bunda são cravados em minha pele. — Caralho! — diz ofegante se jogando
ao meu lado na cama.
— Isso é loucura! — Sorrio me virando para ele. — Eu não tenho
mais um vestido para me casar e acho que vou precisar me maquiar e
arrumar os cabelos novamente.
— Não se preocupe, em alguns minutos você terá um exército aos
seus pés e ficará pronta em menos de uma hora.
— Você é louco! — Gargalho.
— E você é minha, e eu cuido do que me pertence.
Ele me beija mais uma vez nos lábios e se levanta indo em direção
ao banheiro. Ouço batidas na porta e me levanto indo até ela.
— Quem é? — indago ainda nua, incapaz de abrir para verificar.
Sem ouvir resposta do outro lado, vejo um envelope ser empurrado por
baixo da porta, com o meu nome em cima e uma observação abaixo.
“ Ayla, leia quando estiver sozinha”
— Quem era na porta? — Marcus sai do banheiro e eu sobressalto
no lugar.
— Só mais funcionários vindo nos apressar. — Forço um sorriso
escondendo o envelope atrás de mim.
Capítulo 28
Marcus Collins
Ayla Munis
Após a cerimônia, que foi simples e sem muito falatório por parte do
celebrante, estou finalmente livre para aproveitar a festa. Marcus me
carrega com ele para onde vai, e eu encaro Fernanda de longe louca para ir
falar com ela.
— Você parece tenso. Vem aqui, eu vou te apresentar Fernanda
adequadamente. — Puxo-o atravessando o jardim. — Fê, vocês já se
falaram, mas quero apresentá-los oficialmente. Esse é Marcus Collins, o
meu esposo — digo com orgulho as últimas palavras.
Eles trocam sorrisos discretos e ela me abraça sussurrando palavras
de felicitações em meu ouvido.
— Faça a minha amiga feliz — seu tom ecoa como um aviso e eu
acho graça.
— Feliz? — Tyler, o homem com quem ela vem saindo diz ao se
aproximar. — Você sabe como se faz isso, Marcus? — Marcus lança um
olhar de ódio para ele que o encara com deboche enquanto leva à boca a
taça cheia de champanhe. — Abra os olhos, Ayla, se eu fosse você dormiria
com um olho aberto e outro fechado, como os cães de rua que vivem à
espreita do perigo.
— Tyler! — Fernanda o repreende à medida que tento voltar a
respirar.
— Vamos, Ayla, a festa continuará sem a nossa presença, se despeça
da sua amiga. — Faço o que ele me pede com pressa, vendo que está a
ponto de explodir afrouxando a gravata como se o ar lhe faltasse.
— Sim, vamos. Nos falamos outro dia, Fernanda. — Aceno já
distante tentando acompanhar os passos de Marcus que parecia fugir de
uma bomba prestes a explodir.
— O que diabos a sua amiga faz com ele? — ele pergunta assim que
cruzamos a porta do quarto, tirando a camisa, já que o terno e a gravata
foram largados pelo caminho.
— E como vou saber? — Dou de ombros.
— Você vem encontrando com eles? — pergunta como se eu
estivesse sendo acusada de um crime.
— Apenas uma vez — respondo com sinceridade. — Qual o
problema com ele? — Quero saber, preocupada com a Fernanda.
— Isso não é relevante — ele diz enquanto anda de um lado para o
outro.
— Como não? O que ele quis dizer com aquilo? — exijo a resposta.
— Ele quis dizer que posso te matar, Ayla. — Sobressalto com o
impacto das palavras dele.
— E por que ele insinua isso? — temo a resposta.
— Sério, que não sabe? Você está casada com um homem acusado
de matar a esposa, e aquele lá fora é meu ex-cunhado, irmão da Júlia.
Nesse momento, eu me dei conta de que nunca me perguntei se, de
fato, ele havia feito isso. Foi como se uma borracha tivesse sido passada em
minha mente no momento em que cruzei a entrada dessa casa, e eu tivesse
esquecido tudo o que já ouvi falar sobre ele. Uma espécie de amnésia
seletiva, onde as informações desapareciam.
— Você não fez isso. — Sorri de nervoso e ele nota.
Ele caminha lentamente zerando o espaço entre nós, e com o meu
rosto entre as suas mãos, ele responde:
— Nunca mais me olhe com medo, Ayla, eu posso suportar isso de
todos, menos de você. Agora vamos que o helicóptero nos espera para nos
levar à lua de mel.
Capítulo 29
Marcus Collins
Marcus Collins
Ayla Munis
Ayla Munis
Marcus Collins
Desperto com o peso das pernas de Ayla sobre mim, ela está
completamente nua, após tomarmos um banho e adormecermos juntos
depois de várias seções de sexo. Ouço o seu telefone vibrar sobre a mesa de
apoio ao seu lado e não resisto em tirá-lo de lá para checar a mensagem.
“Ayla, estou esperando que você me mande mais dinheiro, você me
disse que ficaria mais fácil conseguir grana assim que se casasse e foi só
por isso que permiti que esse homem tocasse em você. Se apresse, as contas
não esperam.”
Alejandro.
Sinto uma onda de raiva percorrer meu corpo ao ler as palavras.
Aperto o telefone com força entre meus dedos, considerando a possibilidade
de ler mais, mas Ayla se move entre as cobertas, e eu coloco o aparelho de
volta no lugar, tentando conter a tempestade que se forma dentro de mim.
Ayla abre os olhos lentamente, encarando-me com uma expressão
sonolenta. Tento esconder qualquer sinal de raiva e, ao invés disso, forço
um sorriso. E me pergunto o que será que acontece se paro de lhe oferecer
dinheiro com tanta facilidade?
— Bom dia, meu amor. Dormiu bem? — pergunto, tentando conter
a minha fúria.
Ela boceja e estende os braços na minha direção. Aceito o convite,
abraçando-a. Contudo, a mensagem persiste como uma sombra no fundo da
minha mente, alimentando a chama dos ciúmes.
— Eu que pergunto a você, é o seu sono que me preocupa. Por que
você tem tantos pesadelos?
— Reflexos da guerra, foram muitas noites vigilante, a vigilância
me mantém vivo.
— Você não precisa mais se preocupar com isso — diz alisando os
meus cabelos.
— Vou tomar um banho — digo indo ao banheiro, vendo-a sentar-se
na cama e olhar a tela no celular com um semblante preocupado.
— Marcus, você acha possível me adiantar dinheiro? — ela
pergunta parada na porta.
— Para quando precisa? — indago sabendo que não tenho intenção
de lhe fornecer nem um centavo de dólar para ela dar a outro homem.
— Hoje? — sua resposta é cheia de insegurança.
— O que precisa que é tão urgente, pergunto porque eu estou com
alguns problemas, preciso de uma semana para fazer saques.
— Uma semana? — questiona com uma expressão preocupada.
— Não se preocupe, em uma semana lhe darei mais. — Sinto cada
parte de mim tremer, de raiva. Quero prendê-la contra parede e perguntar
quem é ele.
Ela abre o box e se aproxima enquanto analiso o seu corpo nu
perfeito sobre a luz fraca que entra pela pequena janela no alto.
— Você não parece bem — fala se aproximando de mim.
Uma enxurrada de pensamentos invade a minha mente e ajo
conforme eles surgem, me aproximando, traçando um caminho entre os
seus peitos e alisando a sua escápula nua, parando em seu pescoço, sentindo
as minhas mãos tremerem em volta dele.
— O que está fazendo? — Ela me olha assustada, com a respiração
ofegante, e eu a viro prendendo-a entre o meu corpo e a parede, ainda com
minhas mãos em volta do seu pescoço. — Pare de me olhar assim, você está
me assustando. — Tenta me empurrar, mas com apenas uma das mãos
seguro os seus braços em cima da sua cabeça.
— Eu já te disse, Ayla, não me olhe com medo. Eu nunca
machucaria você. — Deslizo os meus dedos encontrando os seus lábios e os
pressiono antes de beijá-la com loucura e dependência. — Me diga, o que
preciso fazer para que você seja apenas minha, o que você quer? Minha
fortuna, meu coração, minha vida? Estou disposto a te entregar tudo, Ayla.
— Então comece me falando o que posso esperar de você — diz
com um tom desafiador.
— O que mais quer que eu te prometa?
— Como era a sua relação com a Júlia? — Afrouxo a mão e coloco
meus braços contra a parede, baixando a cabeça, deixando que a água leve
embora o inferno que vagueia os meus pensamentos agora.
— Por que é tão difícil para você confiar no que você está vendo?
— Porque posso estar tendo uma miragem, e enxergando aquilo que
eu quero ver.
Viro as costas e pego a toalha sem dizer uma única palavra e ouço
os seus passos me seguindo até o quarto.
— Vou passar na empresa agora pela manhã, Ayla — falo, enquanto
me visto, mas o silêncio ecoa de uma forma que faz meus ouvidos doerem.
Viro-me e ela está sentada me observando, como se me estudasse,
ou tentasse ler só um pouco a minha mente.
“Não faça isso, minha linda, não queira entrar nesse labirinto
escuro, não queira se afundar nessa larva que me puxa para o inferno”
— Ayla — falo me aproximando e colocando o seu rosto entre as
minhas mãos. — Ouça bem o que eu vou te falar agora, porque talvez eu
não consiga repetir essas palavras, mas elas estão me queimando e me
sufocando e eu preciso dizê-las. EU-TE-AMO — pronuncio pausadamente,
sentindo um alívio tocar a minha alma. Mas ela permanece em silêncio,
embora uma lágrima ensaie cair dos seus olhos.
— Se apresse, você vai se atrasar para o trabalho — alerta com a
voz entrecortada, levantando-se para se afastar de mim.
— Retorno no fim da tarde — declaro deixando o quarto.
Ayla Munis
Ouço os seus passos se afastando até ouvir a porta bater atrás de
mim. Tomo um banho e me troco rápido para ir encontrar Fernanda.
“Eu preciso conversar com alguém, ou eu vou enlouquecer se não
puder desabafar”
Desço as escadas apressada, mas sou contida por Abigail.
— Senhora — ela grita andando apressada em minha direção.
— O que você quer agora? — meu tom é irritado e impaciente.
— Só vim lhe entregar essa carta que chegou há pouco — responde
estendendo um envelope igual aos outros.
— Quem lhe entregou? Me diga! Como é a pessoa, é homem ou
mulher. Fala! — grito de forma histérica.
— Não sei, senhora, um dos seguranças me entregou.
Puxo o envelope de suas mãos sem o menor cuidado e caminho em
direção ao jardim, onde avisto o motorista que acena para que eu o espere.
Em poucos segundos ele estaciona na minha frente e sai do carro para abrir
a porta para mim.
— Aonde vamos, senhora? — pergunta já ao volante.
— Apenas saia daqui, logo lhe direi o caminho.
Abro o envelope com minhas mãos trêmulas.
Cara Ayla,
Espero que este recado chegue até você a salvo. Há algo sobre
Marcus que você precisa saber. Sua vida pode estar em risco, e eu sinto a
responsabilidade de compartilhar essas informações. Não acredite em tudo
que ele diz. Marcus Collins é mais perigoso do que parece. Sei de segredos
que ele esconde, e você está envolvida em algo que vai além do que
imagina. Se deseja saber a verdade, apareça hoje às 19h no parque perto
da sua casa. Estarei lá para lhe contar tudo o que sei. Não fale com
ninguém sobre este bilhete.
Preocupo-me com sua segurança.
Alguém preocupado.
Aperto o papel contra a minha mão enquanto me permito chorar.
— Está tudo bem, senhora? — pergunta o motorista me olhando
pelo retrovisor.
— Sim, me leve a uma praia, distante — peço e ele pega a estrada
que nos leva a uma das praias.
Eu não quero envolver a Fernanda nisso, e eu preciso pensar no que
fazer.
Capítulo 33
Marcus Collins
Após um dia improdutivo, passando horas pensando em Ayla,
finalmente retorno para casa.
— Peter — chamo assim que cruzo a entrada da mansão.
— Pois não, senhor.
— Onde está Ayla?
— Ela saiu, pouco depois de você, e ainda não retornou.
— Eu instruí o Borges para me informar quando Ayla deixasse a
residência. — Expresso minha irritação, dirigindo-me rapidamente ao
escritório, seguido de perto por Peter, que adentra o local logo após mim. —
O que você quer? — questiono com as duas mãos na cintura.
— Se me permite, gostaria de falar sobre a senhora Ayla — diz com
um tom preocupado.
— O que quer falar sobre ela? — pergunto de cenho franzido.
— Tenho notado ela diferente, estressada, sem fome, como se
estivesse em alerta. Não é mais a garota de sorriso fácil que chegou aqui, e
anda me fazendo perguntas sobre o senhor e a senhora Júlia.
— Maldição! — Esmurro a mesa.
— Não acha que deveria contar a ela o que aconteceu entre vocês, e
o principal o que aconteceu no dia em que a senhora morreu?
— Cala a boca, Peter, ninguém deve saber sobre isso, ninguém
entenderia, e muito menos Ayla, ela já me olha com medo e se souber do
que, de fato, aconteceu ela vai me ver como um monstro, e eu não quero
que ela vá embora, Peter, eu a amo.
— Se a ama, considere contar tudo, antes que alguém faça isso,
talvez a versão que ela vá ouvir seja ainda mais assustadora.
— Não! Eu vou me livrar dessa acusação, e tudo voltará ao normal.
Terei uma vida com a Ayla, afastarei tudo que atravessa o nosso caminho,
seja quem for, nada ficará entre mim e ela.
— Peço desculpas pela intromissão senhor — diz saindo do
escritório e me deixando sozinho.
Pego o telefone e ligo para o motorista que atende prontamente.
— Onde está a minha esposa? — pergunto antes mesmo que ele
consiga dizer qualquer palavra.
— Estamos na Madison Beach, senhor.
— Que parte do “você deve me ligar e me informar sobre o
paradeiro da minha esposa” você não entendeu?
— Me desculpe, senhor, mas ela está apenas deitada na areia há
horas, eu não vi motivos para ligar e incomodá-lo. — Ouço um suspiro
preocupado do outro lado da linha.
— O que houve? — pergunto, alarmado.
— Não sei, ela estava aqui, agora mesmo, e…. Aonde ela foi? —
indaga com a voz trêmula.
— Que caralhos! Procure por ela e me ligue assim que a vir — digo
encerrando a ligação.
Passo a ligar para Ayla, mas o telefone só dá desligado.
— Porra, Ayla! — grito batendo com o telefone contra a mesa.
Ayla Munis
Ayla Munis
Marcus Collins
— Você tem certeza de que viu o Joseph? — pergunto ao motorista
que acompanhou Ayla ontem.
— Sim. Assim que senti falta da senhora, liguei o carro e a procurei,
vi quando ela entrou no táxi e eu a segui até o parque próximo à residência.
Ela encontrou com ele no local.
— Tudo bem, saia!
Arrasto para o chão tudo que tenho sobre a mesa do escritório,
descontando nos objetos o ódio que me consome.
Não sei o que pensar. O que fazer.
— Uau! — Levanto os olhos para ver o dono da voz surpresa. —
Cheguei em uma hora ruim? — pergunta Edward, o meu advogado.
— Péssima.
— Problemas? — indaga, fechando a porta atrás de si.
— O casamento foi um erro — falo com a respiração pesada.
— Mas está tudo saindo como planejado, a mídia ama a Ayla e
vocês formam um casal bonito.
— Ela vai me levar para o buraco. — Esmurro a mesa.
— Sobre o que está falando?
— O meu motorista a viu se encontrando com o Joseph. Aquele
filho da puta. Eu vou acabar com a raça daquele miserável. — Abro a
gaveta, tiro a arma que está nela, e caminho apressado em direção à porta.
— Ei, aonde vai com isso?
— Resolver esse assunto com aquele filho da puta.
— Marcus, espera, espera… — Ele me segue aos gritos, mas ignoro
entrando no carro e saindo cantando pneu.
Chego rápido até a casa de Joseph, não preciso atravessar a cidade
para encontrá-lo, já que as nossas esposas queriam morar próximas uma da
outra. Os seguranças abrem o portão assim que identificam o carro, isso é
uma falha do caralho, que já aconteceu até na minha casa.
— Joseph — grito saindo do carro, em questão de segundos ele
surge com um ar tranquilo.
— O que você faz aqui? — Seu tom de voz é de desdém.
— Vou deixar uma coisa clara para você. Não faço ideia do que
exista entre você e a Ayla, mas agora somos casados, e eu não estou
disposto a perdê-la.
Um sorriso cínico estampa os seus lábios.
— Está me dizendo que mesmo que eu esteja comendo a sua
mulher, você ainda a quer?
— Desgraçado do caralho! — Saco a arma e a aponto para ele. Os
seguranças me cercam apontando armas para mim.
— Atira, só assim vou ter o gostinho de ver você ser preso, seu filho
da puta.
“Que merda eu estou fazendo?” abaixo a arma com as minhas mãos
ainda trêmulas.
— Fica longe da Ayla, ou mato você — cuspo as palavras com ódio.
— Você vai pagar pelo que fez, Marcus, em breve todos vão saber
quem é você, o respeitado comandante. Um assassino do caralho, porra.
— Você está avisado, Joseph. Ayla é minha esposa, não chegue mais
perto dela ou posso não me controlar da próxima vez, e te garanto que ir
preso por enfiar bala nessa sua cara vai me deixar bem feliz — digo
voltando para o carro
— Puxem as câmeras de segurança, ele me ameaçou, vou apresentar
o vídeo à polícia, para que esse louco não possa se aproximar de mim.
Retorno quando ele finaliza a provocação.
— Nem mesmo o exército pode me deter, Joseph! — Ele ergue as
mãos ao me ver me aproximando, e sem pensar, lanço um soco que o
derruba ao chão. — Agora você tem as provas que precisa. Está avisado,
deixe minha mulher em paz — pronunciei as palavras antes de retornar ao
carro.
Na volta encontro o carro do meu advogado, ele freia bruscamente e
paro o carro no acostamento.
— Que porra você fez, Marcus? — pergunta vindo até mim que
ainda tenho a respiração pesada
— Nada que eu realmente queira, pode ter certeza. Quero matar
aquele filho da puta. — Esmurro o volante.
— Assim, vai ficar difícil eu conseguir manter a sua defesa.
— Estou pouco me fodendo para tudo isso. Não aguento mais esse
inferno, porra.
— A Ayla era para te ajudar, não te deixar surtado. Esse era o plano
— ele diz sentando-se ao meu lado no carro.
— Me apaixonei por ela.
— Que merda! Você sempre soube que existe uma mínima chance
dela estar ali para levar informações.
— Se esse era o caso, ela não fará mais.
— Sério que acredita nisso?
— Sim, eu acredito.
— Se acredita tanto, deveria perguntar tudo que tem vontade a ela,
começando por essa história do Joseph, do Tyler, e do tal Alejandro que
você diz que manda mensagens para ela.
— Que se fodam todos, ela é minha e ponto final. Eu não quero
ouvir nada dela, não quero saber se outro a tocou, ou algo do tipo.
— Ah, então estamos na frente de alguém que quer viver uma
ilusão. — Zomba.
— Estão sendo os melhores dias da minha vida. Ela consegue curar
as minhas dores, me trazer de volta dos meus tormentos, ela me traz de
volta, é o que eu preciso para me manter lúcido.
Ele balança a cabeça negativamente várias vezes, inconformado
com a resposta.
— Não quero saber de Tyler, Joseph, Alejandro. Não quero saber
nada sobre isso. Eu a quero e ponto final. Farei ela me amar, e ela vai querer
ficar mesmo quando toda essa merda acabar.
Ayla Munis
Marcus Collins
Ayla Munis
Retorno para casa com tudo que o médico me receitou, o meu
coração batendo a ponto de sair pela boca.
“Eu estou grávida, ele vai me matar”
O áudio apavorado da Júlia veio à minha mente como um soco no
estômago, e eu subo as escadas correndo me prostrando no vaso sanitário e
vomito.
— O que vou fazer agora? — me pergunto, enquanto escovo os
dentes, retorno para a cama em lágrimas e logo adormeço.
Marcus Collins
Saio da empresa o mais rápido possível. Ayla não me ouviu quando
pedi que me esperasse para ir ao médico com ela, e eu já recebi a notícia de
que ela saiu pálida do consultório.
— Peter, Ayla desceu para comer? — pergunto parando na porta da
cozinha.
— Não. A senhora saiu logo cedo e retornou indo direto para o
quarto, provavelmente comeu algo no caminho.
— Não, ele veio direto para casa. Prepare algo, algumas frutas,
coisas leves e leve até o meu quarto.
— Farei agora mesmo, senhor.
Subo até o nosso quarto, abro a porta lentamente, a vejo dormindo e
ao lado tem a sacola de farmácia. Vou apressado e pego para checar o que
contém nela.
— Vitaminas — digo em um suspiro de alívio.
Tiro o paletó, a camisa e me deito ao lado dela, passando o braço em
volta da sua cintura e beijo as suas costas.
— Você já chegou? — ela pergunta despertando e virando-se para
mim.
— Não tive um segundo de paz. Eu não deveria ter ido e te deixado
doente.
— Não precisa se sentir culpado, como eu havia dito, é só uma
virose.
— Então por que esses olhos estão inchados? Quem te fez chorar?
— indago, beijando-os.
Tem algo a perturbando, isso é nítido em seu semblante caído e sua
voz fraca.
— Achei que tivesse uma doença terminal, então chorei de
felicidade.
— De onde você tirou isso? — Estreito os olhos, curioso.
— Do meu histórico de doenças na família.
— Seria muita maldade da parte de Deus contar os seus dias ao meu
lado depois de toda uma vida à sua procura.
Ela ergue uma das mãos e alisa o meu rosto, ainda mantendo o
semblante triste que me preocupa.
— Venha, deite a cabeça sobre o meu peito, eu cuidarei de você.
— Marcus, como você sabe que o que sente por mim é amor? — me
questiona enquanto aliso os seus cabelos.
— Eu não faço ideia do que seja amor, Ayla, mas tenho certeza de
que o que sinto por você pode ter esse nome, já que eu não consigo
controlar as minhas ações em relação a você. No final das contas, acredito
que isso seja amar, quando paramos de ser racionais e desejamos que o
outro seja feliz acima da nossa própria felicidade.
— Você amava a Júlia? — a pergunta dela me pega de surpresa, não
deveríamos estar falando de Júlia.
— Eu vou buscar algo para você comer, pedi a Peter, mas ele está
demorando.
— Marcus, por favor. Eu preciso saber — diz segurando o meu
braço me impedindo de levantar.
— Não quero que compare o que temos com o que eu tinha com a
Júlia, eu lhe garanto que não chega nem a um por cento, a intensidade dos
sentimentos que sinto por você e isso não é algo que me orgulhe. Talvez eu
tenha feito ela sofrer sem que, de fato, esse tenha sido o meu desejo. Mas
ainda não estou pronto para ter essa conversa com você. Ayla, eu preciso
que você me conheça e não ache que sou um monstro.
— Você a matou?
— Se fui o culpado de alguma forma, tenha certeza de que nunca foi
a minha intenção. Eu nunca machucaria você, Ayla, então não tenha esses
pensamentos.
Volto a me deitar na cama, passando os braços em volta dela, e a
beijo com suavidade na testa.
— Eu amo você, Ayla, não duvide disso.
Ayla Munis
Com o passar dos dias fico mais disposta, o que percebo que
diminui a preocupação de Marcus em relação à minha saúde, aos poucos
estou voltando a comer, eu e ele passamos boa parte do dia juntos. Às vezes
me pego pensativa nos cantos da casa, mas me recomponho sempre que ele
se aproxima, embora o seu olhar curioso revele que ele acredita que
escondo algo dele.
Eu não sei como contar a ele sobre a gravidez, mas também não é
uma coisa que eu possa adiar por uma vida. O meu telefone vibra sobre a
mesa e eu me apresso em atender a chamada de Fernanda.
— Amiga — digo ao atender.
— Ayla, você pode vir hoje? Tenho um tempo livre, ando
trabalhando dobrado, mas hoje sou sua — ela pergunta, me deixando feliz
em saber que vou poder enfim desabafar.
— Sim, claro, vou me arrumar e chego aí em alguns minutos.
— Fechado, então. Te espero.
Tomo um banho rápido e desço as escadas. Resolvo não ir com o
motorista dessa vez, apenas dessa vez. Eu gostaria de me sentir dona dos
meus próprios passos e ter uma conversa tranquila, sem que eu precise
informar onde estive ou com quem. É um desejo que parece pequeno, mas
que, em meio a tanta vigilância, se tornou um luxo para mim.
— Senhora, o carro está pronto, posso acompanhá-la. — Ouço o
motorista quando já estou próxima à saída.
— Não se preocupe, irei de táxi hoje. — Por sorte havia um
passando na esquina da mansão.
Em poucos minutos, chego ao apartamento de Fernanda, que acena
para mim da janela assim que desço do táxi. Subi e ela já estava na porta
pronta para me abraçar assim que apontei na porta.
— Ayla, estou te achando diferente — diz dando voltas ao meu
redor.
— Pare, você vai me deixar tonta — meu tom é de repreensão.
— Vai, não seja boba. Vem, senta aqui, me conta tudo, como está lá
com o gostosão?
— Fê — volto a repreender e ela gargalha,
— Ai, amiga, estou só te zoando.
Meu semblante muda e ela maneia a cabeça com os olhos estreitos.
— Ayla, o que está acontecendo? Você está me deixando
preocupada.
— Estou grávida — respondo sem delongas.
— Grávida? — Ela se levanta como quem acaba de receber um
choque da cadeira e coloca a mão na boca. — Quem é o pai?
— Que pergunta idiota, Fê, é claro que é o meu marido.
— Mas ele não era infértil?
— Era o que eu também pensava, mas o médico disse que nem
sempre esses exames são conclusivos e que existem vários fatores para que
eu possa ter engravidado.
— Você já disse a ele?
— Estou com medo da reação dele.
— E não é para menos, já que a ex-esposa morreu grávida, de um
filho que ele disse que não era dele.
— Nossa, como você me deixou mais tranquila agora.
— Amiga, não posso te passar falsa segurança. — Ela se senta ao
meu lado enquanto dou um longo suspiro já sem unhas para roer.
— Não sei o que fazer — admito.
— Você não tem alternativa, Ayla, você precisa contar para ele e
deixa que ele desabafe todas as incertezas dele, no final, um DNA resolve
esse assunto. Só não sei o quanto esse processo vai te quebrar.
— Sei que não posso esconder uma gravidez por muito tempo.
— Então encha o peito de coragem e conte tudo a ele, fala na frente
dos empregados, do tipo, surpresa, você será pai! Ele não surtaria na frente
de todos, só não faça durante a refeição, ele pode morrer engasgado.
— Fernanda, você ainda está brincando?
— Não, estou tentando te fazer voltar a respirar. Não fique
apavorada, você me disse que ele falou as três palavras mágicas, então vá
fundo e conte a ele.
Reúno toda a coragem que não tenho e me levanto do sofá, depois
de soltar o ar com força dos pulmões.
— Eu não tenho outra alternativa, tenho?
— Não, você não tem.
Capítulo 38
Ayla Munis
Marcus Collins
Deixo Ayla sozinha no quarto, enquanto tomo um ar no jardim, o
mesmo ar que busco com desespero a fim de permanecer vivo. Ela merece
alguém melhor do que eu, mas sou egoísta demais para deixá-la ir. Lembro-
me das brigas entre os meus pais, de ver a minha mãe chorar a cada crise de
ciúmes. Eu não quero isso, mas eu não consigo evitar.
“Você vai matá-la, Marcus”. A minha mente grita me alertando.
Ouço passos, mas não me viro, apenas olho por cima do ombro
quando eles cessam um pouco atrás de mim.
— Trouxe um pouco de água, o senhor começou a beber cedo — diz
Peter, colocando a jarra e os copos sobre a mesa do jardim.
— Obrigado.
— Eu ouvi os gritos no quarto, espero que tenham se entendido.
— Não sei o que fazer, Peter.
— Confiar na mulher que você ama, já é um bom começo. — Ele
coloca a mão sobre o meu ombro como se quisesse me consolar.
— Eu não consigo baixar a guarda, O medo de perdê-la me deixa
apavorado, descontrolado, eu vejo ameaça em todo lugar. Sinto medo de
estar repetindo tudo que aconteceu com a Júlia.
— Vejo amor, compreensão, empatia, carinho, respeito sempre que
ela te olha. Você achou alguém disposto a lutar, a sentir, e vejo vontade nela
em ficar, de não desistir. Leve isso em conta, Marcus, Ayla te ama.
— Eu também a amo.
— Eu sei, eu conheço você desde jovem. Sei que você é capaz,
acredito em você, Marcus.
Capítulo 39
Marcus Collins
Volto para o quarto no fim da noite, mais calmo e louco para abraçá-
la. Ayla está deitada aparentando dormir, porém, quando me aproximo a sua
respiração irregular me diz o contrário.
Tiro as roupas e tomo um banho, retornando em seguida, visto uma
calça de moletom e me deito de barriga para cima apoiando a cabeça sobre
os meus braços.
— Você está dormindo? — sussurro.
— Estou sem sono, talvez eu devesse caminhar um pouco, não sei,
talvez isso me distraia e o sono venha — diz levantando-se.
— Está desconfortável em dividir a cama comigo? — pergunto e
recebo o seu silêncio como resposta.
Eu já estou fodido o suficiente para me dar ao luxo de ter qualquer
tipo de orgulho.
— Não vai, ver você se afastando de mim é bem pior que a morte
lenta na mão dos inimigos.
— Você não tinha o direito de ler as minhas mensagens, Marcus. Há
quanto tempo isso está acontecendo?
Levanto-me da cama parando na frente dela que me olha com
decepção.
— Me perdoa. — Caio de joelhos em seus pés me agarrando em
suas pernas me inclinando até os seus pés. Eu nunca me ajoelhei aos pés de
ninguém.
Ainda de caça baixa vejo-a se abaixando ficando de joelhos na
minha frente.
— Me perdoa. — Levanto o rosto quando ela repete as minhas
palavras. — Por não conseguir fazer você sentir todo o amor que cresceu
em meu coração.
É como se ela entendesse a minha mente na mais profunda
escuridão e ainda assim quisesse ficar.
Subo as minhas mãos contornando as suas curvas, parando em seus
peitos cobertos por uma renda fina, acariciando-os suavemente enquanto
nossos lábios se encontram em um beijo tranquilo esperando ser
correspondido. Sinto seu corpo arrepiar sob meu toque, e as batidas do seu
coração aceleram.
— Não me deixa, Ayla — imploro entre os beijos.
Suas mãos percorrem minha pele, deixando um rastro de calor e
desejo por onde passam. Explorando cada parte de mim, elas descem
lentamente pelo meu peito e abdômen, até alcançarem o limite das minhas
calças.
— Então, por favor, não pare de lutar contra os seus demônios,
continue tentando se controlar e se permita confiar.
— Me ajuda — volto a implorar, e abaixo a minha calça como se
estar dentro dela fosse o lugar mais seguro, como se vê-la gemer me
trouxesse a estabilidade que eu preciso.
Nossos lábios voltam a se encontrar e eu a beijo com loucura,
puxando seus lábios com o dente, apertando os seus peitos e arrancando a
camisola que me impede de sentir a sua pele quente sobre a minha.
Ela me masturba e estremeço com o estímulo, chupando os seus
peitos. Puxo os seus cabelos levando a sua cabeça para trás, e traço um
caminho pelo seu pescoço arrastando a minha língua até encontrar os seus
lábios novamente. Deito-a sobre o piso de mármore, me posicionando entre
as suas pernas, esfregando o meu pau em sua entrada deliciosa, molhada e
pronta.
Não é só sexo, mas preciso dele para reafirmar que ela é minha.
Aos poucos entro nela, com calma e sentindo a sua boceta apertar
meu pau dentro dela.
— Caralho! — urro, lutando para não gozar só de senti-la.
— Faz com força — ela pede com as costas arqueadas. Ah, minha
linda, não me peça o que não pode aguentar, se soubesse o que tenho
vontade de fazer não me pediria isso.
Puxo o seu corpo e ela se senta com as pernas em volta da minha
cintura.
— Rebola — peço, sentindo os seus seios roçando na minha pele.
Eu os levo até a boca chupando um a um. — Isso, goza para o seu homem.
— Tiro-a de cima de mim, colocando-a de quatro e a penetro com força
enquanto estimulo o seu clitóris. — Goza, Ayla — ordeno estocando forte,
e me desmancho em um orgasmo com ela, que cai sentada no chão
ofegante.
Com minhas mãos em seus cabelos puxo o seu rosto o apertando
contra o meu.
— Vou ser o homem que você quer que eu seja, Ayla, eu não
perderei você.
Ayla Munis
Ayla Munis
Ando apressada retornando para o quarto fechando a porta atrás de
mim, e me arrasto por ela até encontrar o chão onde me encolho abraçando
as minhas pernas.
— O que faço, o que eu faço? — Encolho a cabeça entre as pernas
tentando manter a minha respiração estável. — Foi tudo uma mentira, Ayla,
parte de um plano sujo — afirmo para mim.
“Estou grávida, ele vai me matar” o áudio da Júlia retoma a minha
mente, as palavras de Joseph, os alertas de Tyler.
— Merda, merda, merda! — Levanto-me apressada, sem saber ao
certo o que fazer.
Ouço a porta abrir atrás de mim e tento me recompor.
— Ayla, já tomou café da manhã? — Marcus se aproxima,
envolvendo os braços em volta da minha cintura, apoiando o queixo sobre o
meu ombro.
— Estava terminando de me arrumar para descer. — Forço um
sorriso virando-me para encará-lo.
— Olha só quem está aprontando por aqui. — Ele se abaixa
inclinando o copo para olhar embaixo da cama e puxa Bolinha voltando
com ele em seus braços. — Não temos mais sapatos inteiros aqui para você,
rapazinho. — Eu o observo com um semblante sério, tentando entender o
que ele tem na mente. Vi o tom da voz que ele acabou de usar para se referir
ao cachorro e agora… Eu não sei o que pensar.
— Me dê ele. — Eu me aproximo esticando o braço para pegar
Bolinha de seus braços, mas ele desvia.
— Está com ciúmes? — pergunta com um tom divertido. — É nas
minhas roupas que ele se esconde quando quer dormir, e você está com
ciúmes. Não sabia que a senhora Collins era tão ciumenta assim.
— Você parece preocupado — jogo verde, tentando fazê-lo falar,
buscando explicação, querendo ouvir dele que tudo que escutei não passa
de um mal-entendido.
— Está tudo bem. Essa semana receberemos alguns repórteres aqui,
eles vão fazer uma matéria para revista. Espero que não se importe. Eles
querem conhecer a nossa casa e a nossa rotina. Devemos comprar roupinha
para o Bolinha? — Sinto o meu estômago embrulhar e contenho o vômito.
— Com quem você estava no escritório, eu ouvi gritos. — Quero
saber sendo mais direta dessa vez, e ele estreita os olhos com um semblante
preocupado.
— O que você ouviu exatamente?
— Falaram algo que eu não podia ouvir? — questiono mostrando
que sei mais do que falei até agora.
— Ayla, vamos conversar sobre isso.
— Preciso de espaço, Marcus — Ando em passos largos trancando a
porta do banheiro e me prostro sobre o vaso sanitário incapaz de controlar o
enjoo que volta com mais força e vomito o pouco que tinha comigo ontem à
noite.
O meu telefone vibra em meu bolso e pego-o me sentando no chão
ignorando as batidas na porta.
“Ayla, algo deu errado
Alejandro”
Antes que eu conseguisse digerir a mensagem, o telefone toca.
— Alejandro, o que aconteceu? — pergunto aflita.
— Ayla, a nossa mãe, você precisa vir — pronuncia com urgência.
— Alejandro, por favor, me diga exatamente o que aconteceu. —
Tento manter a calma, mas o desespero em sua voz é nítido.
— Eu não sei, porra, ela se sentiu mal, Ayla, eles não me deixam
entrar no quarto.
Sinto um aperto no peito ao escutar as palavras desesperadas do meu
irmão. Ele parece agitado, quase sem controle.
O medo me consome enquanto minhas mãos tremem, tento me
levantar, mas minhas pernas cedem. O ar parece escasso e um vazio
agonizante toma conta de mim.
— Ayla, Ayla, abre a porta, vamos conversar.
— Preciso ir embora, agora — digo ao abrir a porta.
— Ir embora? — Ele estreita os olhos.
— Agora. Eu preciso ir agora. — Ando como louca pelo quarto sem
saber ao certo o que fazer.
— Ei, espera, vamos conversar, eu não sei o que você ouviu, mas
posso explicar.
— A minha mãe, ela…
— Ayla, fala comigo. — Ele me chacoalha tentando me fazer voltar
a mim. — O que aconteceu com a sua mãe, podemos resolver, certo? Você
senta e se acalma.
— Não, Macus, não podemos resolver, os seus problemas não são
mais importantes que os meus. Preciso ir para o México agora.
— Espera uma hora, vou resolver umas questões e vou com você.
Sento-me na cama, sem dar muita importância para o que ele diz,
apenas traçando os meus próximos passos.
Marcus Collins
Entro no escritório como uma bala, e ligo para Edward, que não me
atende prontamente, o que me deixa muito nervoso.
— Que porra está fazendo, já te liguei seis vezes — grito.
— Estava resolvendo a questão do júri, Marcus.
— Esquece isso por hora, eu preciso sair do país, Ayla precisa ir ao
México — declaro com urgência.
— Você não pode sair do país, ainda mais depois do processo que
Joseph abriu sobre invasão domiciliar, ameaça, agressão…
— Eu sei o que fiz a Joseph, porra, eu preciso sair do país.
— Impossível.
Esmurro a mesa apertando o celular na outra mão.
— Ayla, Ayla… — Saiu da sala aos gritos.
— Ela acabou de sair, parecia nervosa — Peter diz surgindo na sala
do andar de baixo.
— Saiu? Porra! — Corro até o jardim e vejo Borges como o idiota
que é dando de ombros quando me vê surgir na porta. — Inútil do caralho,
você só tem um trabalho, colar na minha esposa quando ela sair e o que
você está fazendo aqui?
— Ela saiu muito rápido, já tinha um táxi esperando, não tive
tempo…
— Você está demitido, agora sai da minha frente.
— Mas senhor… — ele tenta protestar, mas ignoro.
Pego o carro e dirijo com as mãos tremendo ao volante, em alta
velocidade em direção ao aeroporto, o coração bate descompassado no meu
peito. A sensação de desespero toma conta de mim, enlouqueço com a
possibilidade de perder Ayla. Ligo incessantemente para o seu celular,
implorando para que ela atenda.
Quando enfim chego ao aeroporto e estaciono o carro em uma vaga
qualquer, salto para fora e corro desesperadamente pelos corredores,
empurrando as pessoas no meu caminho, implorando para que elas abram
espaço.
Percorro cada sala de embarque, cada corredor, cada loja, mas ela
parece ter desaparecido no ar, contudo, continuo procurando na esperança
de encontrar aqueles olhos brilhantes que tanto amo. O desespero me faz
chorar, lágrimas de angústia e impotência escorrem pelo meu rosto. O suor
frio escorre pela minha testa enquanto minha respiração se torna curta e
rápida.
— Marcus. — Escuto o meu nome atrás de mim.
— Procure os voos para o México, Edward. Encontre a Ayla —
ordeno segurando a gola da sua camisa tentando descarregar a minha fúria.
— Marcus, se acalme, ela não vai ser engolida pela terra.
— Você não entende — começo a falar. — Tinha algo errado no tom
da sua voz, e ela me olhou como se eu fosse uma incógnita que ele desejava
desvendar. Ela nos ouviu hoje pela manhã e eu não sei exatamente o que ela
entendeu.
— Você está colocando coisas na cabeça, vamos voltar, eu tentarei
conseguir autorização para você sair do país.
— Ela ainda não saiu dos Estados Unidos, vamos até o apartamento
da Fernanda.
Capítulo 41
Ayla Munis
Marcus Collins
Estou com o carro estacionado em frente ao prédio da Fernanda há
mais de quatro horas. Em algum momento ela retornará para casa ou sairá
se ela estiver se escondendo dentro dele.
— Marcus, já chega, vamos embora — Edward diz com a voz
impaciente.
— Ninguém está te segurando aqui, vá embora e me deixe em paz
— resmunguei com o olhar inexpressivo fixo na entrada do prédio.
— E deixa que você cometa uma loucura? Está cada dia mais difícil
te defender.
— Você é muito bem pago para isso, então pare de choramingar.
Arrumo a postura, vendo um táxi se aproximar do prédio e
estacionar. A garota magra e de cabelos compridos sai do carro segurando o
meu cachorro nos braços, espero mais uns segundos, porém, é apenas ela.
— Ela esteve com Ayla — afirmo saindo do carro.
— Você deixou homens no aeroporto e eles não viram a Ayla, ela
ainda deve estar no país.
Ignoro a voz irritante de Edward que fica me atormentando como se
fosse capaz de tirar da minha cabeça qualquer coisa que eu queira fazer.
— Onde está a Ayla? — Quero saber, me aproximando da garota
que interrompe os passos e se vira lentamente em minha direção.
— Ela não está mais no país, achei que vocês tinham conversado
— diz naturalmente como uma bela fingida.
— Me diga onde é a casa dos pais dela no México — meu tom sai
como uma ordem e ela estreita os olhos, mudando a expressão para um
sorriso de deboche.
— Se você que é o marido dela não sabe onde ela tem residência no
México, como acredita que eu sei? — Aperto os punhos tentando me
controlar enquanto ela sorri com ironia.
— Certo, Fernanda, já entendi que não está disposta a me ajudar.
— Aproximo-me dela que recua alguns passos. — Quero apenas o nosso
cachorro. — Estico os braços para pegar Bolinha que balança o rabo para
mim.
— Ayla me pediu para cuidar dele. — Ela aperta o animal em seus
braços.
— Quando Ayla ligar, informe que tudo está da forma que ela
deixou, a casa dela, o marido dela e o cachorro que ela adotou. Estão todos
no devido lugar aguardando o seu retorno. — Pego Bolinha dos seus
braços e retorno para o carro, enfurecido.
Edward abre a porta do carona, mas o impeço de entrar.
— Vá fazer o seu trabalho. Me arrume uma autorização para deixar
o país — falo impedindo-o de entrar.
Marcus Collins
Eu me encontro isolado no meu quarto, com as cortinas
completamente fechadas, impedindo que qualquer vestígio de claridade
penetre. A ausência de ruídos é extremamente opressora, porém, em alguns
instantes, é interrompida pelo suave ronronar de Bolinha, que se tornou o
meu fiel companheiro. Ele é o único resquício que tenho de tudo que vivi
com Ayla.
Ouço batidas na porta e levanto-me sem vontade.
— Quem é? — grito.
— Chegou uma caixa para o senhor — diz a empregada do outro
lado da porta.
— Deixe no chão e saia. — Ouço os passos dela se afastando e abro
para pegar o objeto encostado na parede do meu quarto.
Abro as janelas sentindo o incômodo da luz atingir os meus olhos.
Jogo o conteúdo da caixa sobre a mesa e meus joelhos tremem com o
conteúdo.
“Caro Collins, quão bela é a sua esposa, claro que não chega aos
pés da Júlia, que era uma dama. Mas eu costumava apreciar a encantadora
Ayla nos eventos, e penso em como seria tê-la em minha cama, assim como
tive a Júlia por tantos anos. Alguns podem dizer que é uma obsessão, mas
costumo dizer que você tem um bom gosto para mulheres. Acompanho a
passagem da sua linda esposa no México, ela pouco sai de casa, o que é
uma lástima. Bom, mas vamos ao que interessa, que tal dizer no tribunal
como sabotou o próprio carro para que a sua bela esposa morresse? Ela
gostava de sexo selvagem, então apenas diga que as marcas em suas
pernas foram consequências de uma noite quente de puro tesão. Sim, nós
brincamos desse tipo de coisa. Mas o que é mais interessante é que você a
matou porque ela estava grávida de outro homem. No caso, eu! Pense com
carinho a respeito, e garanto que a sua bela esposa ficará bem onde está”
Arrasto as fotos pela mesa, todas elas mostram Ayla em diversos
eventos, momentos nos quais ela ficou sozinha por alguns minutos, mas
dentre essas está Ayla, em um lugar que não reconheço.
— Ninguém ameaça a minha mulher, seu filho da puta. — Esmurro
a mesa.
No mesmo instante ligo para o chefe dos seguranças que atende
prontamente.
— Sim, senhor? — pergunta do outro lado da linha
— Seus incompetentes do caralho, como vocês ainda não acharam
a Ayla?
— O México é grande, senhor, estamos procurando sem muitas
pistas.
Solto o ar com força dos pulmões desligando o telefone. Eu mesmo
estaria procurando e já teria encontrado se eu não estivesse preso no país.
— Sim! Por que não pensei naquele filho da puta antes? — eu me
pergunto discando para um delinquente de quinta.
— Ora, ora, ora. Comandante? — ele debocha atendendo.
— Maxwell, preciso dos seus serviços. — Ele gargalha do outro
lado da linha.
— Meus serviços? — pergunta com deboche.
— Quero que encontre alguém, no México.
— Ah, que pena não posso viajar agora. — Zomba. — Mande seus
soldadinhos fazerem o serviço. Passar bem, senhor Collins.
— Os meus funcionários são treinados para proteger, e eu preciso de
alguém que seja treinado para matar sem sentir remorso depois.
— Matar? — Sua voz soa interessada.
— Ache a minha esposa no México e mate quem tentar machucá-la.
Eu mesmo faria se pudesse sair do país.
— Esposa. — Torna a gargalhar. — Ela deve estar fodendo com
outro, parte para outra.
— Maxwell! — grito.
— Tenho alguns dias livre, ficará me devendo um belo favor. Devo
arrastá-la de volta até a América?
— Me passe o endereço e mate quem ousar tocá-la.
Ouço uma risada contida.
— Pelo menos nisso combinamos, comandante, somos possessivos
com o que nos pertence. Mande fotos e tudo que sabe sobre a sua esposa,
em breve terá o que me pediu.
Ayla Munis
Encaro o celular em minhas mãos apertando entre os dedos. “Será
que ele tentou me ligar?” “Será que ele está comendo bem?”
É impossível viver sem pensar em como seria se eu não tivesse me
escondido, se ele teria vindo.
— Ayla, estamos precisando comprar algumas coisas no mercado —
diz Alejandro encarando a geladeira aberta.
— Podemos ir agora, ainda é cedo e tem poucas filas — respondo.
— Acho lindo ver os meus dois filhos unidos e sem brigar. Vocês
costumavam se atracar quando criança. — O tom de voz da minha mãe me
deixa ainda mais nostálgica, talvez sejam os hormônios da gravidez.
— Ainda brigamos, mamãe, só que agora eu não puxo mais os
cabelos dela, mas acho que ela sente falta dos meus puxões de cabelo.
— Se atreva que eu corto a sua mão fora, seu atrevido — respondo
com um tom divertido e todos caímos na gargalhada.
É bom estar com eles novamente, mesmo que meu coração sangre
de saudades daquele ogro sem sentimentos.
— Então, quando vai parar de fugir e vai me apresentar o seu
marido? — Alejandro pergunta enquanto caminhamos até o mercado.
— Eu não sei, quando eu estiver pronta.
— Sei, no dia que o tribunal disser que ele é inocente. Você tem
medo dele?
Paro alguns segundos processando a pergunta.
— Tudo em mim diz que ele é inocente. Quero acreditar nele, até
pelo nosso filho, quero contar que ele será pai.
— Então entra em contato com ele e resolve logo isso, para a nossa
vida voltar ao normal.
Entramos no mercado e Alejandro percorre os corredores enchendo
o carrinho.
— Alejandro, vou precisar usar o banheiro, escolha tudo que retorno
daqui a alguns minutos.
Ele assente com a cabeça e eu vou em direção à saída já que o
banheiro fica na entrada próximo ao estacionamento.
— Não faz nenhum movimento, passa a bolsa. — Sobressalto
sentindo uma mão me puxar e em poucos segundos estou encarando uma
arma apontada para mim.
A voz ríspida e ameaçadora ecoa novamente, me obrigando a agir
rapidamente.
— Por favor, não me machuque — digo com a voz trêmula.
Com um movimento rápido, ele estende a mão e agarra a alça de
minha bolsa, tentando arrancá-la do aperto que dou, segurando-a com força
contra o meu corpo.
Vejo alguns clientes percebendo o que está acontecendo e um deles
grita:
— É um assalto!
— Vadia do caralho! — Ele puxa a alça com mais força me
lançando contra o chão, sinto a minha cabeça se chocar contra algo e a
minha vista escurece à medida que vejo as pessoas se aproximando.
Abro os olhos com dificuldade, a minha cabeça lateja e a minha
vista demora a ir se acostumando, ficando nítida lentamente.
— Não sabia que a esposa do comandante era tão jovem. — Viro o
rosto para o lado, com os olhos arregalados.
— Quem é você? — pergunto ao homem alto com as partes do
corpo à mostra repleto de tatuagens, sentado me olhando como se eu fosse
alguma espécie de animal em extinção. — Onde está o meu irmão?
— Não sou pago para responder perguntas. Mas tenho uma, você é
louca de reagir a um assalto?
— Sai daqui! — tento gritar mais minha cabeça doí.
— Até o seu irmão voltar da cafeteria temos trinta minutos,
considerando que ele vai derramar café na camisa e uma enfermeira,
digamos que muito bem apessoada, vai ajudá-lo a se trocar, com aquela
máquina de mulher não dou mais de meia hora para ele. Mas enfim, vamos
ao que interessa.
— Quem te mandou aqui?
— O seu marido está preocupado com você, Ayla, a única ordem
que ele me deu foi que não permitisse que ninguém machucasse você.
Falhei, mas eu ainda não havia te encontrado, então, tecnicamente, a culpa
foi do infeliz destino que fez com que eu encontrasse você tarde demais.
— Ele mandou você me procurar? — pergunto curiosa.
Ele tira um maço de cigarro do bolso e ensaia acendê-lo quando a
porta se abre.
— Senhor, não pode fumar aqui dentro — diz a enfermeira com um
tom repressor.
— Tudo bem, vou até o terraço e volto em alguns minutos. — Ele
olha o relógio, e sorri com malicioso. — Tenho certeza de que o seu irmão
está na segunda rodada.
— Do que você está falando?
— Até breve, Ayla. — Ele mostra um sorriso sacana enquanto cruza
a porta.
Retomo a minha atenção para a enfermeira.
— Como está o meu filho? — pergunto ansiosa.
— O bebê está bem, não se preocupe. Você ficará em observação
por uns dois dias, o médico ainda não definiu ao certo.
— Obrigada. — Sorrio de forma simpática.
— Administrarei remédio para dor, a pancada foi feia — ela diz e eu
concordo com a cabeça.
Em alguns minutos Alejandro retorna arrumando os cabelos, e com
um sorriso cínico.
— Onde você estava?
— Fui tomar um café e por que está tão alterada?
— Marcus me encontrou.
— E daí, ele nem pode sair do país — ele afirma com tranquilidade.
— Não pode? — Franzo o cenho.
— Ayla, vai dizer que não sabia? O homem está sendo processado
pela morte de alguém, é óbvio que ele não pode sair do país. — Ele se joga
na poltrona com um ar relaxado colocando os pés no puff na sua frente
enquanto a minha mente agitada vagueia por tudo que está acontecendo.
Marcus Collins
Marcus Collins
Em poucos segundos o celular vibra no chão, e várias fotos chegam
por mensagem
“Só poderei ficar aqui poucos dias, então arrume um jeito de vir
cuidar da sua mulher.
Maxwell Miller”
Tento controlar a respiração acelerada, mas tudo só piora. A minha
vista escurece e os meus joelhos tremem.
Disco o número de Edward e ele atende prontamente.
— Preciso sair do país agora — falo com urgência antes que ele
consiga pronunciar qualquer palavra.
— Não dá, Marcus, sinto muito.
— Irei de qualquer forma.
— Isso será considerado uma fuga e você assumirá a culpa. Tenha
calma, só mais um pouco de paciência.
— Você não entende. Ayla está grávida.
Ele fica um tempo em silêncio, tão chocado quanto fiquei ao receber
a notícia.
— Quem é o pai?
— Acredito que vou precisar fazer essa pergunta pessoalmente.
Ayla Munis
— Ele já foi embora? — pergunto com o olhar fixo na porta, mas
em segundos o cheiro forte de cigarro invade o quarto antes mesmo que ela
se abra.
— Perguntando por mim? — questiona com um ar convencido e
debochado.
— E quem é você? — Alejandro se ergue da poltrona de peito
estufado.
— Maxwell Miller. — Ele estende a mão e Alejandro mantém a dele
no bolso ainda com os olhos estreitos. — Só estou fazendo um favor para
um velho inimigo. — Recolhe a mão e a leva ao bolso também.
— Vai ficar de babá da minha irmã? — Alejandro zomba.
— Pois é, garoto, tem coisas que só fazemos pelos nossos piores
inimigos, e essa é uma das coisas.
— Alejandro, vá cuidar da nossa mãe, eu ficarei bem. — Ele vira a
cabeça para me encarar me olhando como se eu tivesse dito uma loucura.
— De jeito nenhum — murmura com os braços cruzados nos
peitos.
— A nossa mãe não pode ficar sozinha, vá e tranquilize ela.
— Você tem certeza? — Quer saber, olhando para o homem que
parece alheio a nossa conversa, jogado no sofá.
— Sim, eu tenho.
Alejandro vem até a cama e beija a minha testa.
— Fique com o telefone na mão, e me ligue se precisar de algo —
sussurra.
Espero Alejandro cruzar a porta e coço a garganta chamando a
atenção do cara que se acha o rei da cocada.
— Você contou a ele sobre a gravidez? — pergunto com esperanças
de que ele não tenha dito.
— Eu não sabia que você queria fazer uma surpresa.
— Você pode me levar até Seattle?
— Claro que posso. Faremos isso assim que ganhar alta.
Sorrio para ele, agradecida, mas bem preocupada em como Marcus
recebeu a notícia da gravidez.
Marcus Collins
— Você tem certeza que pedir para adiantarem essa audiência foi
uma boa ideia, Marcus? — Edward pergunta pela milésima vez ao meu lado
no carro a caminho do julgamento.
— Sim, e conto com a sua competência para me livrar dessa merda,
preciso ir ver a Ayla.
— Toda essa pressa para poder ir vê-la?
— Só não fugi porque você me conteve.
O carro finalmente estaciona em frente ao imenso fórum, onde uma
multidão de fotógrafos e repórteres aguarda ansiosamente. Mais uma vez,
as opiniões se dividem entre as pessoas que seguram cartazes, como se toda
a situação tivesse alguma relevância na porra da vida delas.
— Pronto? — questiona Edward.
— Eu já nasci pronto — respondo, abrindo a porta e sendo
imediatamente cercado pelos repórteres sedentos por respostas. Meus
seguranças formam um círculo protetor ao meu redor, impedindo-os de se
aproximarem ainda mais.
— O que espera do resultado de hoje, senhor Collins?
— A senhora Collins não virá à audiência que é tão importante?
— Vocês estão separados?
— O senhor Collins se pronunciará somente após o fim da audiência
— intervém Edward, enquanto cruzamos a porta de entrada.
Respiro fundo, mantendo minha postura, sabendo que cada olhar,
cada palavra dita e até mesmo meu silêncio serão julgados. Tudo o que
posso fazer nesse momento é confiar na justiça e na capacidade do sistema
de separar a verdade da mera especulação.
Aqui estou novamente, sentado entre Edward e seus auxiliares,
enquanto Tyler ocupa o lugar oposto, ao lado de Joseph. Ambos parecem
tranquilos e confiantes, ao passo que eu sinto um medo enorme de ser
condenado injustamente e não ter a chance de ouvir pessoalmente as
respostas que preciso de Ayla.
— Bom dia a todos. Sou Thomas e serei o juiz responsável por este
caso envolvendo os Collins e os Carter. Daremos início aos procedimentos
desta vara para lidar com este caso. O advogado de acusação tem a palavra.
— Obrigado. Para iniciar este julgamento, gostaria de chamar a
primeira testemunha, a senhora, Ayla Collins.
— Ah, Ayla! — O meu coração para no mesmo instante, vendo-a
entrar com um leve inchaço em sua barriga já aparente. Ela caminha
graciosamente em direção à cadeira onde vai depor, sem sequer me dirigir
um olhar. Cada parte de mim congela diante de sua presença.
— Marcus, sente-se bem? — Edward questiona me vendo afrouxar
a gravata.
— Não, peça uma pausa, eu preciso de ar.
— Meritíssimo, o meu cliente não está se sentindo bem, peço uma
pausa
— Concedido, voltamos em quinze minutos.
Levanto-me da cadeira tão rápido que sinto uma leve tontura.
— Marcus, se acalma — pede Edward em meu encalço.
— Como posso ter calma? Ela está com eles esse tempo todo — falo
arrancando a gravata que me sufoca.
— Vem, entra na sala, toma uma água, e vamos ver o que ela dirá.
— Onde ela está? Preciso falar com ela, ela tem que me explicar, eu
preciso ouvir dela, porra. — Esmurro a mesa à minha frente e sinto a mão
de Edward sobre o meu ombro.
— Eu não sei o que falar, se ela quiser nos foder, ela vai.
— Aquele filho da puta do Maxwell disse estar de olhos nela, mas
ela está aqui e aquele desgraçado não me disse nada. Isso que dá confiar em
bandido de merda.
— Senhor, o juiz retomará a audiência em três minutos — diz um
dos assistentes de Edward.
— Coloque a gravata, se recomponha, já estou trabalhando a sua
defesa em minha mente considerando o que ela disser.
— Todos podem me trair, Edward, menos ela. Acho que ela ainda
não entendeu, ela não tem outra alternativa a não ser ficar comigo, eu nunca
a deixarei ir.
Capítulo 46
Ayla Munis
Marcus Collins
Marcus Collins
Marcus Collins
Alguns dias depois...
Marcus Collins
Ayla Munis
Marcus Collins
Ouço as gargalhadas de Maitê que se arruma com a avó no quarto
enquanto tomo um uísque com Alejandro.
— O que você acha da Briana? — ele pergunta como se estivesse
visualizando-a em sua frente.
— A filha do diretor? — questiono já sabendo a resposta, noto os
olhares entre eles em todos os eventos.
— Sim, ela mesma.
— Soube que foi prometida ainda no ventre da mãe ao filho de um
CEO, mas, se a quiser muito, te coloco na empresa como vice-presidente e
algumas ações, quem sabe assim você possa entrar na disputa.
— Faria isso por mim? — Sorri enquanto fala com um tom
incrédulo.
— Claro, nada deixa a minha esposa mais feliz do que ver você
felizes, então digamos que farei por mim.
— Senhor, os convidados estão chegando — diz Peter em um tom
alto no meio da sala.
— Já estamos descendo — aviso, já caminhando para a escada.
Joseph entra ao lado de Tyler que segura uma caixa enorme.
— Alguém avisa a Maitê que passei na casa do Papai Noel e trouxe
o presente dela.
Em poucos segundos ela vem descendo ao lado de Ayla,
divinamente linda e gostosa em um vestido vermelho justo ao seu corpo.
Maitê corre para abrir o presente deixando a casa repleta de papel picado.
— Ainda não é hora de abrir os presentes — digo a repreendendo.
— Não seja tão chato, deixe ela abrir os presentes — Joseph fala
entregando mais alguns que tira de um saco vermelho imenso.
— Você não pode trazer tantos dessa forma, ela achará que você
assaltou o Papai Noel no caminho. — Gargalhamos com a piada e nos
sentamos à mesa.
Esse de fato é um Natal diferente de todos, já que nunca contei com
a presença dos meus ex-cunhados desde a morte da Júlia e da Cristina.
No fim da noite, quando todos haviam ido embora e a minha sogra e
cunhado dormiam, eu e Ayla nos deitamos sobre cobertas na varanda,
olhando o céu que está lindo nesta noite.
— Ayla, quando você descobriu que me amava? — pergunto sem
encará-la.
— Bom, aconteceu tão gradualmente que eu sequer posso afirmar o
momento exato, mas acredito que percebi o quanto estava interessada em
você quando no dia em que gritei te vendo de toalha e desejei por um
segundo que você tivesse saído do banheiro sem ela. — Gargalha.
— Nossa! Desde o primeiro momento, então? Igual a mim. — Ela
arregala os olhos com a confissão.
— Igual a você? — Sorri.
— Você me ensinou o verdadeiro significado de amor e cuidado,
ninguém nunca me entendeu como você. É como se você lesse minha mente
e soubesse exatamente em que ponto tocar. A sua voz me traz paz, o seu
sorriso renova as minhas forças, e o seu cheiro me acalma. Eu nunca
poderia ser feliz sem você ao meu lado, então, obrigado por escolher ficar e
me amar.
Ayla olha para mim com os olhos brilhando, emocionada com as
minhas palavras. Eu me inclino lentamente em sua direção, segurando seu
rosto suavemente em minhas mãos. Lentamente, nossos lábios se encontram
em um beijo cheio de amor e cumplicidade.
Eu finalmente entendi que o amor verdadeiro não se trata de ter o
controle sobre tudo, e sim sobre deixar livre sabendo que se estamos aqui é
porque escolhemos ficar. E agora, com Ayla ao meu lado, sei que encontrei
a pessoa que completará minha vida e meu coração.
Fim
Vire a página...
Cena Bônus
Que tal conhecer mais sobre Maxwel Miller? Ele se intitula um filho
da puta. Nascido em um bordel amar não está em seus planos, aliás o que é
amor? Ele se quer sabe, já que sempre teve em sua cama de prostitutas á
casadas. Monogamia não é algo que ele acredita.
Maxwell Miller
— Então de quanto é a dívida? — pergunto caminhando até bar que
fica na sala.
— Me dê um prazo para pagar a dívida — Posso sentir o cheiro do
seu desespero, da vontade que ela tem de fugir de mim.
— De quantos dias precisa? — quero saber, enquanto levo o copo de
whisky até a boca.
— Não sei, um mês? Ou o senhor poderia parcelar, o que me diz? —
o seu tom sugestivo e carregado de desespero me fez conter o riso.
— Vamos lá — ligo a tela do computador na minha frente e viro
para ela ver o quanto ela deve no cassino. — Parece que você gostou de
jogar — digo com sarcasmo.
Ela se joga no sofá o qual uso para foder as mulheres que entram, e
o meu pau reagiu aquela imagem, me imagino fodendo com ela varia
posições possíveis.
— Então, vai me manter presa aqui em trabalho escravo até que eu
pague isso?
— Escrava? — Sorrio me levantando e caminho na direção dela,
que está encolhida no sofá.
— Me acha atraente? — Estreito os olhos esperando a resposta.
— O quê? — Ela sobressalta assustada.
Eu não tenho dúvidas que ela se sente atraída por mim e toda essa
conversa está me deixando sem saco, não costumo ter conversas nesse
sofá.
— Amanhã mando um motorista buscá-la, ele te levará ao heliporto
e você vai voar até uma casa de campo, que me pertence, assim como
helicóptero e tudo isso aqui que você está vendo.
— Está achando que eu sou prostituta?
— De jeito nenhum, se esse fosse o caso, eu não estaria aqui
gastando saliva com você, nesse exato momento você estaria com o meu
cacete enfiado na sua boca, e me fazendo gozar como uma boa profissional.
Respiro com força passando a mão pelos cabelos e me aproximo
pretendo o seu corpo conta o meu.
— Emily, esse é o seu nome, não é? — Ela me encara com os olhos
arregalados, se privando da respiração. Me inclino e fico na sua altura, com
meus lábios colados a sua orelha. — Desça e se ofereça, ou aceite a minha
proposta, para mim, é indiferente como vai conseguir o dinheiro, embora eu
esteja louco para te foder. Posso facilmente esperar que você se acostume a
abrir as pernas por dinheiro e volte se oferecendo, mas lhe garanto que não
encontrara um homem mais generoso do que eu nesse cassino. Aceitar seria
algo inteligente da sua parte. Agora, saia, tenho coisas mais importe para
fazer.
Gostou? Fica ligado no meu perfil que esse será o nosso próximo
lançamento. https://www.instagram.com/autoraadriluna/
Vire a página....
A obsessão do viúvo recluso – A herdeira surpresa é o primeiro da
série “Viúvos de Seattle”
em breve o Joseph e o Tyler ganharão um livro.
Rejeitada pelo viúvo ranzinza – O livro do Tyler que será escrito por
@alicewalterautora
A vingança do viúvo arrogante – o bebê não planejado – O livro do
Joseph que será escrito por @S.d.marinho.autora. Fiquem ligadas lá no
perfil delas para não perder o lançamento
Agradecimentos
Quero expressar minha profunda gratidão a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, contribuíram de maneira significativa para que este livro
finalmente atingisse este ponto. Em especial, gostaria de estender um
agradecimento especial às minhas leitoras beta, cuja contribuição foi
excepcional. Sou grato à minha Assessora Jackeline Siqueira por todo o seu
empenho. Por último, mas definitivamente não menos importante, quero
estender meus calorosos agradecimentos às minhas valiosas leitoras, que
optaram por embarcar nesta jornada literária comigo, compartilhando não
apenas palavras, mas também sentimentos e experiências. Obrigado por
fazerem parte desta história. Sei que vocês estão ansiosas para que o nosso
viúvo ganhe o mundo e que todos descubram o quanto ele é maravilhoso.
Obrigado por me incentivarem a me dedicar cada dia mais. Vocês são
incríveis.