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Administração de Produção I – Prof. Ms. Carlos Alberto Marinheiro e Profª. Ms. Bianca
Polotto Cambiaghi
E-mail: biapolotto@yahoo.com.br
ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO I
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2014 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
658.5 M289a
ISBN: 978-85-8377-170-8
CDD 658.5
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rafael Antonio Morotti
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Raquel Baptista Meneses Frata Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
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forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Conteúdo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Produção na Administração. Papel estratégico e objetivos de produção. Proje-
tos na gestão da produção. Projetos de produtos e serviços. Planejamento e
controle. Gestão de estoques. Rede de suprimentos. Sistemas de planejamento
– MRP, JIT.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossos estudos no Caderno de Referência de
Conteúdo de Administração de Produção I.
As organizações necessitam de um arsenal de ferramentas
e conhecimentos que permitam sua sobrevivência e sucesso no
mercado competitivo dos dias atuais. Com as rápidas transforma-
ções, é imprescindível que os processos e as atividades das orga-
nizações sejam administrados da melhor forma possível.
Ao longo do tempo, a Administração foi subdividindo-se em
áreas específicas, tornando, assim, seu campo de atuação bastan-
10 © Administração de Produção I
Abordagem Geral
Profª. Ms. Bianca Polotto Cambiaghi
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões
no estudo de cada unidade. Desse modo, esta Abordagem Geral
visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do
qual você possa construir um referencial teórico com base sólida
– científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua pro-
fissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e respon-
sabilidade social.
Vamos entender um pouco sobre Administração de Produção?
Introdução à Administração de Produção
Em uma empresa (organização ou instituição), a produção
caracteriza a transformação de insumos em produtos e/ou ser-
viços.
Administrar a produção é gerenciar os recursos físicos e
materiais da organização, tais como máquinas, equipamentos,
instalações, mão de obra, matéria-prima, prédios e tecnologias,
para que a produção ocorra. A Administração de Produção, ou
Gerenciamento de Produção, refere-se ao exercício das atividades
também inerentes à Administração Geral, ou seja, planejamento,
organização, liderança e controle dos recursos e das atividades
direta e indiretamente ligados à produção.
A abrangência da atividade ou função de produção é ampla,
pois necessita de informações e componentes oriundos de outras
áreas da empresa, como os departamentos de Recursos Huma-
nos, de Finanças, de Marketing, de Pesquisa e Desenvolvimento,
Objetivos de desempenho
Para uma organização ser bem-sucedida, ela deve almejar os
cinco objetivos a seguir:
1) Fazer certo suas tarefas.
2) Fazê-las com rapidez.
3) Fazê-las em tempo.
4) Estar preparada para mudar o que faz.
5) Fazer as tarefas com o menor custo possível.
© Caderno de Referência de Conteúdo 15
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de con-
hecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Con-
teúdo de Administração de Produção I. Veja, a seguir, a definição
dos principais conceitos:
1) Administração de Produção: atividade que envolve a
produção de produtos ou serviços em qualquer organi-
zação; é a área que estuda especificamente o processo
de transformação das empresas e como administrá-las
de forma eficiente.
2) Balanced Scorecard (BSC): ferramenta utilizada em Sis-
temas de Medição de Desempenho. Possui indicadores
de desempenho sob quatro perspectivas da organiza-
ção: clientes, finanças, processos internos e aprendizado
e crescimento organizacional, que circundam a estraté-
gia organizacional.
3) Benchmarking: é a busca das melhores práticas. É um
processo positivo e proativo por meio do qual uma em-
presa examina como as outras empresas do mercado
realizam uma função, atividade ou processo específi-
co, a fim de melhorar a realização dessa função ou uma
função semelhante. Benchmarking é um processo de
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
ESTRATÉGIA CORPORATIVA
Gerentes de ADMINISTRAÇÃO
produção
Adm. Tecnologia
Administração Adm. P&D Adm. Adm.
Recursos da
Mercado Financeira Qualidade
de Produção II Humanos Informação
PERT/CPM
Gráfico de Gantt
Sistema de Medição
Desempenho
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha ou abertas objetivas ou dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática profissional pode ser uma forma de
você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de
questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparan-
do para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa
é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o
estudo da unidade.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
© Caderno de Referência de Conteúdo 37
3. E-REFERÊNCIAS
FORTULAN, M. R.; GONÇALVES FILHO, E. V. Uma proposta de aplicação de business
intelligence no chão-de-fábrica. Gestão & Produção. São Carlos, v. 12, n. 1, p. 55-66, jan/
abr. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v12n1/a06v12n1.pdf>. Acesso
em: 26 jul. 2011.
GONÇALVES, J. L. Comprometimento organizacional: o formal e o informal na gestão do
voluntariado. Conscientia. Foz do Iguaçu, 10(1), 156-167 jan/mar. 2006. Disponível em:
<http://www.ceaec.org/conscientia/index.php/conscientia/article/viewFile/115/124>
Acesso em: 27 jul. 2011.
UTILIZAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NA EDUCAÇÃO. Disponível em: <http://penta2.
ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar.
2010.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de Produção e operações: manufatura e
serviços. São Paulo: Atlas, 2004.
MAXIMIANO, A. C. A. Administração de Projetos: como transformar ideias em resultados.
São Paulo: Atlas, 1997.
MENEZES, L. C. M. Gestão de Projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LUCAS FILHO, F. C.; PIO, N. S.; FERREIRA, D. R. Método QFD como ferramenta para
desenvolvimento conceitual de produtos de madeiras da Amazônia. Acta Amazonica,
Manaus, v. 40, p. 675-686, 2005..
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
EAD
Introdução à
Administração de
Produção
1
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender o processo de produção na Ad-
ministração.
• Apontar e explicar o processo de transformação da pro-
dução.
• Entender e analisar as atividades da Administração de
Produção.
• Contextualizar historicamente a Administração de Produ-
ção.
2. CONTEÚDOS
• Administração: caracterização.
• Conceito de Administração de Produção.
• Processo de transformação: modelo input-transformação-
output.
40 © Administração de Produção I
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A Administração apresenta um amplo campo de atuação,
sendo uma de suas principais atividades a de produção. Na Admi-
nistração de Produção, é possível a aplicação prática de conceitos
gerais, como controle, sequência, ordem, projeto etc., visando à
resolução de algum problema real.
Nesta unidade, iniciaremos nossos estudos com uma aven-
tura produtiva na teoria da Administração, no conceito da produ-
ção, seu processo de transformação e nas atividades relacionadas
ao gerente de produção.
Por fim, faremos uma viagem ao passado e compreendere-
mos, de forma geral, o contexto histórico da Administração.
Vamos lá?
5. ADMINISTRAÇÃO: CARACTERIZAÇÃO
Atualmente, vivemos em uma sociedade que está em cons-
tante mudança, devido, entre outros fatores, à intensa globaliza-
ção e às rápidas mudanças tecnológicas. Essas mudanças se refle-
tem no mercado, acirrando cada vez mais a competitividade entre
as organizações.
Objetivos
Segundo Slack (et al., 1999), os dois objetivos básicos e fun-
damentais da Administração de Produção são a eficiência e a efi-
cácia.
A eficiência representa a adequada utilização dos recursos
empresariais e está relacionada com os meios – métodos, normas,
procedimentos, processos e programas. Significa fazer da melhor
maneira possível.
Já a eficácia está relacionada com os objetivos, com os fins.
Resumidamente, consiste em fazer tarefas que são importantes e
relevantes para os resultados ou objetivos da empresa.
Na busca por um sistema de produção eficiente e eficaz, a
Administração de Produção necessita de alguns componentes im-
portantes, como:
7. PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
Como sabemos, uma empresa pode produzir bens ou servi-
ços ou, ainda, um misto dos dois. Esse processo é feito por meio de
um modelo de transformação. Refletindo sobre esse contexto, Sla-
ck, Chambers e Johnston (2007, p. 36) afirmam que “Em resumo,
a produção envolve um conjunto de recursos de input usado para
transformar algo ou para ser transformado em outputs de bens e
serviços”.
Para que você possa compreender isso melhor, observe o es-
quema apresentado na Figura 1.
Responsabilidades diretas
A fronteira da responsabilidade direta está vinculada à estru-
tura da organização, na qual são definidas as hierarquias. A seguir,
vamos enumerar algumas classes gerais de atividades que se apli-
cam a todos os tipos de produção. Acompanhe:
1) Entender os objetivos estratégicos da produção: impli-
ca o desenvolvimento de uma visão clara do papel exer-
cido pela produção dentro da organização.
2) Desenvolver uma estratégia de produção para a sua or-
ganização: o gerente de produção deve seguir um conjun-
to de princípios gerais que lhe permitam tomar decisões
rápidas, de acordo com as necessidades da organização.
3) Projetar produtos, serviços e processos de produção:
essa operação deve ser fácil, permitindo a definição da
forma física dos produtos, dos serviços e dos processos
e a obtenção de resultados funcionais.
4) Planejar e controlar a produção: o gerente de produção
deve estar preparado para tomar decisões sobre o em-
prego dos recursos de produção, assegurando a execu-
ção real do projeto proposto.
5) Monitorar e melhorar o desempenho da produção: o
custo é um fator importante a ser considerado em qual-
quer organização. Assim, a melhora do desempenho da
produção implica minimizar o tempo, a utilização de re-
cursos e, consequentemente, os custos.
Responsabilidades indiretas
Algumas atividades ocorrem fora das fronteiras tradicionais
da função produção, embora tenham efeito sobre a produção de
© Introdução à Administração de Produção 53
FUNÇÃO
DESENVOLVIMENTO DE
PRODUTO/SERVIÇO
Outras
funções
FUNÇÃO FUNÇÃO
PRODUÇÃO MARKETING
Função
recursos
humanos
Função
informação / tecnologia
Responsabilidades amplas
O gerente de produção também está diretamente envolvido
com algumas atividades que podem ser consideradas desafios de-
vido a sua importância. Vejamos algumas responsabilidades que o
gerente de produção tem na atualidade:
1) Globalização: estar atento às oportunidades e às dificul-
dades provocadas pela aproximação dos países e em-
presas.
2) Preocupação com meio ambiente: conciliar meio am-
biente e crescimento econômico, além de evitar os de-
sastres ambientais e a fabricação de produtos que im-
pactem negativamente o ambiente.
3) Responsabilidade social: atuar de forma consciente e
responsável na comunidade, tendo ética nas relações
com clientes e fornecedores.
4) Consciência tecnológica: identificar e compreender
quais tecnologias podem ser usadas nos diversos am-
bientes e atividades da organização.
5) Gestão do conhecimento: aprimorar o conhecimento e
estimular o aprendizado de todos da organização.
9. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
A Administração não é uma prática recente, pois há indícios
de que antigas civilizações já aplicavam conceitos hoje consolida-
dos e difundidos. Atividades básicas, como a caça, obtenção de
vestimenta e dominação de territórios, exigiam certo planejamen-
to e organização.
© Introdução à Administração de Produção 55
Histórico Mundial–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A primeira onda da Responsabilidade Social ocorreu na década de 1920, em
uma Alemanha devastada pela Primeira Guerra Mundial. Devido à penúria e à
carestia provocadas pela inflação de cinco dígitos, os cidadãos alemães deram
início a um movimento por melhores condições de bem-estar social.
Como o governo não reunia condições de suprir tais necessidades, pressionou
as companhias para que, por meio delas, a população fosse atendida em suas
carências.
Assim, as empresas alemãs iniciaram alguns movimentos compatíveis ao que
podemos hoje chamar de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho), além de atuar
em parceria com alguns sindicatos que estavam politicamente fortes naquele
momento de incerteza.
A segunda onda ocorreu entre as décadas de 1960 e 1970 nos Estados Unidos e
na Europa, e, também no Brasil, começamos a dar os primeiros passos.
Nos EUA, ocorreu o posicionamento de uma parcela significativa da sociedade
americana contrária a qualquer empresa que estivesse envolvida com a ação
militar no Vietnã. Se uma empresa têxtil, por exemplo, tivesse uma parte
expressiva do seu faturamento relacionada ao fornecimento de uniformes aos
soldados norte-americanos, ela seria boicotada em duas frentes: na compra dos
seus produtos e na compra de suas ações. O mesmo aconteceu com empresas
de diferentes segmentos.
Algumas empresas preocupadas em sofrer algum boicote começaram a
apresentar um relatório, deixando claro não ter nenhuma ligação com o conflito.
Nesse mesmo período, na Alemanha, a sociedade volta a pressionar empresas
causadoras de impactos sobre o meio ambiente. Essa questão ainda hoje
é forte na Alemanha, onde a maioria dos fundos de investimento socialmente
responsáveis são direcionados para a questão ambiental.
Na França, enquanto isso, crescia o movimento pela aplicação dos Direitos
Humanos, principalmente em relação aos imigrantes argelinos que estavam
sujeitos ao trabalho semiescravo.
Ainda hoje, na França, os fundos de investimento socialmente responsáveis são
direcionados à questão social e ao respeito aos Direitos Humanos.
12. CONSIDERAÇÕES
Estabelecer as atribuições da Administração no contexto ge-
ral e, principalmente, as do gerente, ou administrador de produ-
ção, é fundamental para a compreensão dos métodos e técnicas
expostos neste Caderno de Referência de Conteúdo.
Nesta unidade, você conheceu os conceitos fundamentais
da Administração de Produção, constatando que o planejamento
e o controle de atividades de produção são requisitos para a sobre-
vivência e o sucesso das organizações no mercado. Vimos o que é
e quais são as características do processo de transformação, bem
como aprendemos as atividades que são desempenhadas pela Ad-
ministração de Produção.
Na próxima unidade, conheceremos mais sobre a função e
as estratégias de produção.
13. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
GONZALEZ, R. Histórico Mundial. Disponível em: <http://www.crasp.gov.br/index.
asp?secao=97>. Acesso em: 3 set. 2010.
LEONARDI, S. Conceitos de sistemas produtivos e gestão da produção. Disponível em:
<http://www.busca.sebrae.com.br/search?q=Conceitos+de+sistemas+produtivos+e+
gest%C3%A3o+da+produ%C3%A7%C3%A3o&btnG.x=0&btnG.
y=0&entqr=3&getfields=*&output=xml_no dtd&sort=date%253AD%253AL%253Ad1&e
ntsp=0&client=webum&ud=1&oe=UTF-8&ie=UTF-8&proxystylesheet=sebrae2&filter=0
&lr=lang_pt&site=web_all&sitesearch>. Acesso em: 3 set. 2010.
2. CONTEÚDOS
• Função produção.
• Objetivos de desempenho.
• Estratégia de produção.
62 © Administração de Produção I
Nigel Slack
Atualmente é professor de Estratégia e Administração da Produção na Escola
de Administração da Universidade Warwick, na Inglaterra. Além disso, o autor
leciona Educação para Executivos, já tendo trabalhado em diversas empresas
de diferentes segmentos. Seu livro Administração da Produção, elaborado com
Stuart Chambers e Bob Johnston, tradução do original Operations Management,
já na 6ª edição, é o mais vendido no mercado europeu. No Brasil, a obra mais
recente é de 2009, em sua 3ª edição. A maior parte dos conteúdos expostos
neste curso se baseia neste livro, que também é muito utilizado em conceituados
cursos de Administração e Engenharia de Produção (Texto traduzido e adaptado
do site disponível em: <http://www.nigelslack.com/>. Acesso em: 3 set. 2010).
© Papel Estratégico e Objetivos da Produção 63
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O objetivo principal de qualquer empresa é a produção, seja
ela de bens, seja de serviços. No entanto, vários setores contri-
buem para a função produção de forma significativa, como, por
exemplo, o setor de marketing, o de estoque e o de engenharia.
A função produção depende do bom funcionamento dos se-
tores envolvidos, pois uma falha pode comprometer todo o pro-
cesso de produção. Por isso, o gerente de produção deve estar
sempre atento, procurando estabelecer relações formais e infor-
mais com os outros setores.
Nesta unidade, você compreenderá melhor a definição e o
papel da função produção de uma organização. Você também en-
tenderá quais são os objetivos básicos de desempenho das organi-
zações e o que é a estratégia de produção.
5. FUNÇÃO PRODUÇÃO
Uma empresa, por menor que seja, deve possuir um plano,
um projeto para o seu desempenho.
Para que a empresa alcance o sucesso, é fundamental que
ela tenha uma programação definida, com objetivos claros e con-
dições de realização.
Geralmente, utilizamos a função produção como uma fun-
ção além da denominação, ou seja, uma função que implica uma
responsabilidade geral, além de sua designação.
A função produção é considerada como central, pois consti-
tui a produção de bens e serviços, sendo essa a razão da existência
da organização. No entanto, além da função produção, há outras
duas funções centrais e, também, funções de apoio, que servem
para suprir e apoiar a função produção. Vejamos quais são essas
funções, de acordo com Slack, Chambers e Johnston (2007, p. 32):
6. OBJETIVOS DE DESEMPENHO
Quando mencionamos os objetivos de desempenho da pro-
dução, temos de pensar nas pessoas que são afetadas por todas as
atividades que a organização desempenha.
Essas pessoas ou grupos de pessoas são os stakeholders, que
influenciam as atividades da empresa ou são influenciados por
elas. Os stakeholders internos são os funcionários, e os externos,
os fornecedores, clientes, acionistas etc.
Cada grupo de stakeholder possui um interesse específico
nos resultados da organização. Da mesma forma, a organização
procura realizar suas operações, a fim de satisfazer ao interesse de
seus stakeholders, mantendo-se competitiva no mercado.
Assim, a empresa deve alinhar suas operações produtivas
com seus objetivos, buscando sempre satisfazer aos seus stakehol-
ders. Esses objetivos inicialmente são estabelecidos em nível es-
tratégico, ou seja, objetivos amplos e com perspectiva em longo
prazo, e, depois, desdobrados em objetivos mais específicos, que
serão colocados em prática no nível operacional.
De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2007), os obje-
tivos básicos de desempenho são constituídos de cinco interesses
fundamentais do gerente de produção:
1) Fazer certo as tarefas.
Objetivo qualidade
O objetivo qualidade significa “fazer certo as tarefas”, mas,
para cada operação, ele terá um significado diferente. Por exem-
plo, em um hospital, a qualidade pode significar garantir que os
pacientes recebam o tratamento adequado e que o tratamento
seja conduzido da maneira correta (SLACK; CHAMBERS; JOHNS-
TON, 2007).
Já em um banco, por exemplo, não é suficiente não haver
filas; é necessário, também, que ele ofereça taxas justas, informa-
ções claras sobre uma boa aplicação e atendimento cordial dos
funcionários aos clientes. Cada operação apresenta requisitos es-
pecíficos para se atingir a qualidade.
Assim, o objetivo qualidade é fundamental para todas as
organizações e está diretamente relacionado com a satisfação ou
insatisfação do consumidor.
Além disso, a qualidade também está relacionada com as
operações internas e, consequentemente, com os consumidores
internos da empresa. Quanto menos erros houver em um proces-
so interno, menos tempo será gasto para corrigir esses erros, e,
com isso, menos irritação e confusão ocorrerão entre os funcioná-
rios envolvidos.
© Papel Estratégico e Objetivos da Produção 67
Objetivo rapidez
O objetivo rapidez refere-se à diminuição do tempo que os
consumidores precisam esperar para receber seus produtos ou
serviços. Todo consumidor adquire um produto ou serviço e, às ve-
zes, até efetua parte do pagamento antes mesmo da sua entrega.
A demora na entrega de um produto ou serviço irá refletir
vários aspectos negativos da empresa, como a desorganização e
a falta de planejamento e controle, o que provavelmente poderá
acarretar a perda de um cliente que poderia ser fiel à empresa.
A rapidez pode ainda reduzir estoques, seja de matéria-pri-
ma, seja de produtos manufaturados.
O estoque é considerado o "vilão" da empresa, pois é onero-
so manter um estoque atualizado, abrigado de intempéries e com
seguro contra furtos. Para a empresa, estoque de produtos repre-
senta dinheiro parado.
Diante do exposto, pode-se afirmar que a rapidez também
reduz riscos, pois, com as mudanças constantes do mundo moder-
no, novos modelos são exigidos pelos consumidores e os produtos
tornam-se rapidamente obsoletos.
Apontamos dois exemplos práticos das vantagens do objeti-
vo de desempenho rapidez: em um serviço de emergência de um
hospital, a utilização de um helicóptero para agilizar os atendimen-
tos, e, em uma rede de fast-food, a disponibilização dos produtos
de maior comercialização já preparados.
Objetivo confiabilidade
O objetivo confiabilidade refere-se a fazer as tarefas em tem-
po para que os consumidores recebam seus bens ou serviços no
prazo prometido. Para que você possa compreender melhor, veja
os exemplos:
• Empresa de ônibus: fixar e cumprir os horários, ter assen-
tos disponíveis para todos os passageiros e segurança no
transporte destes.
Objetivo flexibilidade
Flexibilidade significa ser capaz de mudar a operação de al-
guma forma. Durante a operação, deparamo-nos com problemas
que nos obrigam a mudar o que se faz, como faz ou quando faz.
Portanto, quando se menciona a “tomada de decisão” em qual-
quer organização, o fator mudança é uma ideia-chave.
A maioria das operações precisa estar em condições de mu-
dar para satisfazer às exigências dos stakeholders. Slack, Chambers
e Johnston (2007) apontam que as mudanças devem atender a
quatro tipos de exigências:
1) Flexibilidade de produto/serviço: mudança de forma,
sabor, embalagem, entrega do produto/serviço etc. Um
exemplo prático é a empresa Coca-Cola, que está, a todo
momento, lançando novos produtos e utilizando divul-
gações criativas.
2) Flexibilidade de composto (mix): ampla variedade ou
composto de produtos e serviços. Podemos citar como
exemplos os hipermercados com lojas e prestadoras de
serviços e os postos de combustíveis com lojas de conve-
© Papel Estratégico e Objetivos da Produção 69
Objetivo custo
Embora seja o último, o objetivo custo é o mais importante,
pois as empresas procuram conseguir um preço baixo para a pro-
dução, o que acarretará um custo mais baixo para o preço final do
produto/serviço e, consequentemente, maior receita.
De modo genérico, a produção tem custos com funcionários,
instalações, tecnologia, equipamentos e materiais em geral. Ela é
o fator determinante da empresa, e a qualificação do seu gerente
de produção é muito importante, além de ser fundamental que ele
conheça todos os processos, decisões e tendências da empresa. O
gerente de produção deve também contribuir para o projeto do
setor de Recursos Humanos (RH), nas contratações, definições de
salários etc.
7. ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO
De acordo com Corrêa & Corrêa (2004), tradicionalmente, a
gestão estratégica de produção e operações era vista como ope-
racional, visando reagir, a posteriori, da melhor forma possível às
ocorrências e às solicitações da organização. No entanto, isso mu-
dou muito a partir dos anos 1960 no mundo ocidental.
© Papel Estratégico e Objetivos da Produção 71
8. FATORES COMPETITIVOS
Apresentamos a seguir um texto adaptado de Megliorini e
Guerreiro (2004), o qual define fatores competitivos. Acompanhe.
Fatores competitivos––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dois pesquisadores, curiosos em entender melhor como os gestores de empre-
sas lidam com os fatores competitivos de seus produtos, resolveram fazer um
estudo de campo com dez gestores de empresas fabricantes de produtos sob
encomenda do estado de São Paulo.
Estratégias de serviços
Para Ritzman & Krajewski (2004), as prioridades competiti-
vas fornecem a base para o projeto dos processos.
Ainda segundo esses autores, as estratégias de serviços
padronizados, de serviços de atendimento por encomenda e de
serviços customizados são usadas para os processos orientados à
prestação de serviços. Acompanhe a seguir a descrição de cada
uma dessas estratégias:
• Estratégia de serviços padronizados: os processos que
fornecem serviços com pouca variedade e em volumes
elevados tendem a usar essa estratégia, como, por exem-
plo, os Correios.
• Estratégia de serviços de atendimento por encomenda:
corresponde ao projeto de operações que incluem pro-
© Papel Estratégico e Objetivos da Produção 75
9. TEXTO COMPLEMENTAR
Para complementar os estudos desta unidade, leia o artigo
a seguir, que discute as estratégias adotadas por empresas de cos-
méticos para atuarem no exterior.
11. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você compreendeu as funções centrais e de
apoio das organizações e pôde aprofundar-se na função produção,
pois esta é responsável pela existência das organizações por meio
da produção de bens ou serviços.
Constatamos, também, que as estratégias propostas aos pro-
dutos/serviços ou aos processos da organização são determinan-
tes para o sucesso da empresa. Assim, associar os objetivos de de-
sempenho com as estratégias corporativas constitui um processo
fundamental para o estabelecimento da estratégia da produção.
Dependendo do produto ou do serviço, o gerente de pro-
dução deve estar atento às variações do mercado, às exigências
dos consumidores e, principalmente, à concorrência. Para isso,
existem as diferentes perspectivas de conteúdo da estratégia da
produção. Avaliamos, também, quais os critérios ganhadores de
pedidos, os qualificadores ou os menos importantes.
Na próxima unidade, vamos estudar como estabelecer as
metas da produção, se organizar e controlar essas atividades, por
meio da gestão de projetos.
12. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
FIESP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Produção mais Limpa
(P+L). Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/ambiente/perguntas/producao-limpa.
aspx>. Acesso em: 7 jan. 2011.
MUNDO SEBRAE. Sua empresa tem uma estratégia preservável ou suicida?. Disponível
em: <http://mundosebrae.wordpress.com/2010/09/27/sua-empresa-tem-uma-
estrategia-preservavel-ou-suicida/>. Acesso em: 3 set. 2010.
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Estratégias
de internacionalização do setor de cosméticos. Disponível em: <http://www.sebrae.com.
br/exibeBia?id=13681>. Acesso em: 3 set. 2010.
3
1. OBJETIVOS
• Apresentar o contexto histórico, as características e as de-
finições da gestão de projetos.
• Identificar e entender os elementos de um projeto na Ad-
ministração de Produção.
• Apontar a diferença entre projeto de produtos/serviços e
projeto de processos.
• Compreender as características e as opções na elabora-
ção de um projeto.
• Apresentar especificidades contemporâneas da gestão de
projetos.
2. CONTEÚDOS
• Gestão de projetos.
• Projetos na Administração de Produção.
80 © Administração de Produção I
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O início de um projeto de produto e serviço tem como moti-
vação e objetivo principal a satisfação do cliente.
Para a elaboração de um projeto, diversas variáveis devem
ser consideradas, como, por exemplo, o tempo, o custo e a tomada
de decisão, que deve ser embasada em conhecimentos precisos
do estoque, da capacidade de produção, da tecnologia e de outros
fatores.
Nesta unidade, vamos abordar a gestão de projetos, caracte-
rizar os projetos na gestão de produção e identificar os fatores que
influenciam e determinam a qualidade desses projetos.
© Projetos na Administração de Produção 81
5. GESTÃO DE PROJETOS
A década de 1960 foi marcada pela corrida espacial entre os
principais países do mundo. O objetivo dos Estados Unidos e da
União Soviética naquela época era mandar o homem para a Lua
(MAXIMIANO, 1997).
Como se pode constatar pelos fatos ocorridos, tal projeto foi
muito complexo e difícil. São inúmeros os eventos e os detalhes
que devemos analisar:
1) Projeção e construção de uma nave espacial que supor-
tasse altas variações de temperatura.
2) Planejamento do momento do lançamento da nave.
3) Quantidade necessária de pessoas e quais as suas res-
ponsabilidades.
4) Seleção e treinamento dos astronautas.
5) Fabricação ou compra da vestimenta e dos alimentos
dos astronautas.
6) Planejamento das responsabilidades dos astronautas na
Lua.
7) Previsão de soluções para possíveis problemas e obstá-
culos que pudessem ocorrer.
8) Planejamento da comunicação dos astronautas com a
Terra.
9) Como e quando a nave deveria retornar à Terra etc.
Citamos apenas algumas atividades que compõem a macro-
atividade de ida à Lua. Na busca por solucionar e responder às
questões levantadas, surge o conceito de projeto.
Com base nas realizações da NASA, técnicas passaram a
ser utilizadas em aplicações, como engenharia, construções, de-
senvolvimento de sistemas, fabricação de bens de capital, novos
produtos etc. (MAXIMIANO, 1997), mas algumas ferramentas e
conceitos desenvolvidos na época vêm sendo aperfeiçoados. Para
ilustrar o assunto, abordaremos parte dessas ferramentas e con-
ceitos nesta unidade.
1) É um empreendimento.
2) É uma atividade inovadora, diferente de uma atividade
rotineira.
3) Requer uma pessoa para empreendê-lo – normalmente,
o gerente de projetos, ou projetista.
4) Requer uma administração específica.
5) É único, não havendo dois projetos iguais.
6) Possui início e fim bem definidos, sendo, assim, tempo-
rário.
7) Possui objetivo(s) claro(s) e resultados exclusivos.
8) É imerso num contexto de incertezas.
9) Busca atender aos parâmetros prazo, custo e qualidade.
A diferença entre um projeto e uma atividade rotineira,
(também chamada de “operações”), é que uma atividade rotineira
é repetitiva e contínua, enquanto o projeto é temporário e exclu-
sivo (MENEZES, 2008)
Desenvolver um projeto é um processo que requer certo
planejamento e cuidado. A elaboração de um projeto para o cum-
primento de um objetivo ou solução de um problema é uma ativi-
dade que tem se tornado muito importante no meio empresarial.
Mas por que a elaboração de projetos é uma atividade fundamen-
tal nas organizações?
Porque existem algumas situações que exigem o desenvol-
vimento de um projeto por parte da organização, pois necessitam
de uma atividade planejada, organizada e controlada. Exemplifica-
mos, no Quadro 1, algumas dessas situações referentes às neces-
sidades internas das organizações.
Projeto do Projeto do
processo Projeto do Projeto do
produto produto processo
8. ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
Como já foi afirmado, um projeto não surge totalmente de-
finido. Geralmente, ele inicia-se com uma ideia mal definida, mais
geral do que poderia ser uma solução para um problema.
Após estudos, a ideia original, ou a concepção, é refinada
e mais bem detalhada, até que contenha informações suficientes
para ser transformada em um produto ou serviço. Podemos dividir
a elaboração de um projeto em etapas: da concepção à especifica-
ção do projeto.
Essas etapas são "filtragens" que fazemos nas opções defini-
das no projeto inicial, e, à medida que novas filtragens são feitas,
as opções vão diminuindo.
Podemos representar as opções e os filtros de avaliação por
meio do esquema da Figura 2.
Opção (conceito)
Filtros de avaliação
Um projeto (especificação)
Figura 3 Modelo 1.
Figura 4 Modelo 2.
Figura 5 Modelo 3.
Viabilidade
A viabilidade de uma opção de projeto indica o grau de difi-
culdade em adotá-lo. Devemos avaliar o investimento em tempo,
esforço e dinheiro. As questões-chave a serem avaliadas incluem:
• Temos as habilidades (qualidades dos recursos) para rea-
lizar essa opção?
• Temos a capacidade organizacional (quantidade de recur-
sos) para realizar essa opção?
• Temos os recursos financeiros para realizar essa opção?
Aceitabilidade
A aceitabilidade avalia a forma com que a opção leva o pro-
jeto em direção aos seus objetivos e constitui os benefícios que o
projeto obtém com a escolha da opção. As questões-chave a se-
rem avaliadas incluem:
• A opção satisfaz os critérios de desempenho que o proje-
to está tentando atingir?
• A opção dá um retorno financeiro satisfatório?
Vulnerabilidade
A vulnerabilidade indica o grau de erro que essa opção apre-
senta se for escolhida. Em resumo, é o risco que se corre escolhen-
do a opção. As questões-chave a serem avaliadas incluem:
• Compreendemos todas as consequências da adoção da
opção?
• O que poderia "dar errado" se adotássemos a opção?
Muitas vezes, é necessário que a empresa contrate consul-
torias externas e especializadas para auxiliar na elaboração de um
projeto, e o custo com essa contratação pode ser bastante eleva-
do.
No Quadro 2, listamos algumas técnicas usadas para selecio-
nar as alternativas de projeto.
Análise de custo-benefício
Custo de oportunidade
Ranking de projetos
Técnicas de parametrização
Fonte: adaptado de Menezes (2008, p. 53).
9. ESPECIFICIDADES CONTEMPORÂNEAS
Neste tópico, vamos apontar e discutir brevemente algumas
questões importantes e atuais, que têm recebido significante aten-
ção pelas organizações. O gerenciamento dessas questões só tem
a aumentar o sucesso e a competitividade da organização; dessa
forma, essas especificidades alteram a forma de fazer projetos nas
organizações.
Legislação e produto/serviço
A responsabilidade civil sobre o produto ou serviço constitui
um grande incentivo para a elaboração de um projeto com cuida-
do e critérios.
De acordo com Stevenson (2001), a responsabilidade civil
pelo produto significa que um fabricante é legalmente responsá-
vel por qualquer dano físico ou material causado por um produto
defeituoso, seja por deficiência de projeto, seja por deficiência de
fabricação.
Muitas empresas já enfrentaram processos na justiça rela-
cionados com seus produtos, como, por exemplo, a Firestone Tire
& Rubber, a Ford, a General Motors e, até mesmo, algumas fabri-
cantes de brinquedos, em razão de algum deles dispor de peças
pequenas que podem ser ingeridas pelas crianças.
Nos Estados Unidos, os fabricantes devem seguir o Uniform
Commercial Code, ou seja, o Código Comercial Uniforme, que de-
clara que os produtos têm um pressuposto implícito de serem
adequados para comercialização e utilização, o que significa que
o produto deve atingir os propósitos para os quais foi concebido.
No Brasil, temos o Código de Defesa do Consumidor (CDC),
disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Especifica-
mente, o nosso Código relata:
Artigo 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es-
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis-
Aspectos ambientais
Cada vez mais, as organizações preocupam-se com os as-
pectos ambientais de suas atividades. Estas devem levar em conta
tanto o impacto do produto/serviço a ser disponibilizado quanto
os resíduos produzidos em seus processos.
As medidas para solucionar os problemas ambientais são
resultados das pressões de fontes variadas: governos, por meio
de leis e regulamentos; Organizações não Governamentais rela-
cionadas à proteção do meio ambiente, por meio de mobilizações;
acionistas, principalmente por causa da reputação adquirida pela
empresa e, com isso, a valorização de suas ações; fornecedores
e clientes; bem como os próprios consumidores mais exigentes e
preocupados.
© Projetos na Administração de Produção 99
de como realizar esse serviço. Descreva como seriam essas três alternativas,
levando em conta questões como: como será feito o pedido pelos clientes,
como será feita a separação do pedido, como será a entrega, como será o
pagamento e outras questões que envolvem o serviço de entregas. Avalie as
opções em termos da viabilidade, aceitabilidade e vulnerabilidade. Compare
com seus amigos as respostas e possíveis soluções.
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é im-
portante que você confira o seu desempenho, a fim de que pos-
sa saber se é preciso retomar o estudo desta unidade. Como as
questões autoavaliativas propostas anteriormente são de caráter
aberto, discuta com seus amigos de curso e tutores suas respostas.
11. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, vimos que os projetos são fundamentais para
as organizações, principalmente no desenvolvimento de produtos
e serviços, pois determinam os parâmetros da produção.
Entendemos quais as diferenças entre os tipos de projetos e
que um projeto bem elaborado contém especificações fundamen-
tais para o sucesso da organização.
Por fim, abordamos algumas especificidades da atualidade
que interferem na forma como as organizações lidam com seus
projetos.
Na próxima unidade, conheceremos, detalhadamente, os
projetos de produtos e serviços e os projetos de processos.
Até lá!
12. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990. Códigos de Defesa do Consumidor.
Disponível em: <http://www.consumidorbrasil.com.br/consumidorbrasil/textos/
legislacao/cdc.htm>. Acesso em: 15 set. 2010.
© Projetos na Administração de Produção 101
4
1. OBJETIVOS
• Conceituar produtos e serviços.
• Identificar e compreender fatores relacionados ao desen-
volvimento de novos produtos e serviços.
• Conhecer e explicar as fases de desenvolvimento de um
projeto de produto.
• Identificar e compreender o projeto de processos e os ti-
pos de processos produtivos.
• Apresentar os diagramas de fluxo.
• Compreender ferramentas de melhoria de projetos.
2. CONTEÚDOS
• Geração de um conceito.
• Desenvolvimento de novos produtos e serviços.
104 © Administração de Produção I
• Projeto de processos.
• Diagrama de fluxo.
• Melhoria de projeto.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Quando os clientes procuram uma empresa, eles têm por
objetivo adquirir produtos ou serviços, e, para atender às necessi-
dades e às expectativas desses consumidores, as empresas devem
oferecer produtos e serviços de alta qualidade, que sejam moder-
nos, práticos, com preços justos e vários outros requisitos, com a
principal função de oferecer satisfação ao cliente na utilização do
produto ou serviço.
Nesta unidade, estudaremos vários aspectos relacionados
ao desenvolvimento de produtos e serviços – entre eles, as etapas
do projeto de produto e o ciclo de vida do produto.
Veremos, também, quais são os tipos de processos existen-
tes que servirão para a fabricação dos produtos ou oferecimento
dos serviços.
Para cada situação, você conhecerá importantes técnicas que
auxiliam na gestão de projetos de produtos e serviços, como a casa
da qualidade (QFD), o diagrama de fluxo e o Método de Taguchi.
Bons estudos!
5. GERAÇÃO DE UM CONCEITO
Slack, Chambers e Johnston (2009) afirmam que os gerentes
de produção nem sempre têm a responsabilidade direta pelo pro-
jeto do produto ou serviço, mas sempre têm uma responsabilida-
de indireta de fornecer as informações e recomendações das quais
depende o sucesso do desenvolvimento do produto ou serviço.
Podemos considerar que todos os produtos ou serviços pos-
suem três aspectos:
• Um conceito, que é o conjunto de benefícios esperados.
• Um pacote de produtos e serviços, que são os "compo-
nentes" que proporcionam os benefícios esperados no
conceito.
• Um processo pelo qual a operação produz o pacote de
produtos e serviços "componentes".
Solado macio
Salto resistente
3 Definir prioridades do consumidor
Pedir aos consumidores que atribuam valores aos requisitos apontados, como,
por exemplo, numa escala de 0 (baixo valor) a 10 (alto valor).
Identificar quais pontos deverão ser melhorados, qual será o plano, as melhorias
e os índices a serem focados.
Solado macio
Salto resistente
© Projetos de Produtos e Serviços 109
ETAPAS
7 Traduzir requisitos em características da qualidade
7. PROJETO DE PROCESSOS
Há um processo simultâneo entre os projetos de produtos
ou serviços e os projetos de processo.
Nas unidades anteriores, já foram dadas as definições de
“processo” e de “projeto”. De forma geral, podemos afirmar que
o projeto de processos produtivos é a atividade de decidir como
fabricar os produtos ou prestar os serviços.
VOLUME - +
+ PROJETO
JOBBING
LOTES OU BATELADAS
EM MASSA
CONTÍNUO
-
VARIEDADE
Processos de projeto
Volume baixo, variedade alta. Os processos de projeto lidam
com produtos altamente customizados, frequentemente com lon-
go período de produção, roteiros de fabricação diferenciados e re-
cursos especializados. Exemplos: construção de navios, instalação
de sistemas de máquinas e computadores, grandes operações.
Processos de jobbing
Volume baixo, variedade alta. Os processos de jobbing, ou
por tarefas, lidam com pequenos lotes de vários produtos com va-
riados roteiros de fabricação. Apesar de diferentes, os produtos
utilizam os mesmos recursos e são fisicamente menores que os
produtos dos processos de projeto. Exemplos: móveis sob enco-
menda, gráficas (impressão de documentos customizados), fabri-
cação de máquinas.
Processos de lotes
Ampla faixa de volume e variedade. Os processos de lotes,
ou bateladas, lidam com produtos similares em lotes repetitivos.
Lojas de serviço
Variedade e volume intermediários. Tanto o processo como
o produto são relativamente customizados. Exemplos: bancos, lo-
jas, restaurantes, hotéis, hospitais, academias.
Serviços de massa
Variedade baixa, volume alto. Os serviços possuem tempos
limitados de atendimento e baixa customização. O contato com o
cliente é mínimo. Exemplos: supermercados, estradas, aeroportos,
livrarias, transportes em massa, grandes refeitórios, fornecimento
de água, gás.
Vale ressaltar que os tipos de processos produtivos se ca-
racterizam pelo continuum volume-variedade, ou seja, variam de
acordo com cada organização e seus objetivos de produção e re-
cursos disponíveis. Podem, então, surgir processos com outros no-
mes, mas que também se encaixarão no continuum apresentado.
Planejamento de processos
Após a identificação do tipo de processo a ser empregado
na produção, devemos partir para uma visão sistêmica, na qual
identificaremos quais são as atividades que constam no processo
de produção, a sequência dessas atividades, quem irá executá-las,
as informações e recursos necessários etc.
No Quadro 1, vejamos alguns exemplos de processos de
produção.
8. DIAGRAMA DE FLUXO
Uma forma simples e bastante útil para visualizar os projetos
é por meio dos diagramas de fluxo, ou mapas de processo, ou, ain-
da, análise de fluxo de processo.
De acordo com Slack (et al., 1999), os diagramas de fluxo
simples são utilizados para identificar os principais elementos de
um processo. Os autores exemplificam, demonstrando a sequên-
cia de um dia de aventuras de uma pessoa que está em férias. Ob-
serve a Figura 4.
Levantar-se
Lavar-se
Vestir-se
Tomar desjejum
Almoçar
Velejar
Jantar
TRANSPORTE
Um movimento de materiais, informações ou pessoas de um lugar a
outro.
INSPEÇÃO
Uma inspeção, uma verificação ou exame de materiais, informações ou
pessoas.
ATRASO
Um atraso, uma pausa no processo.
ESTOQUE
Uma estocagem, um estoque de materiais ou arquivo de informações,
ou fila de pessoas.
9. MELHORIA DE PROJETO
Método de Taguchi
De acordo com Stevenson (2001), a abordagem do engenhei-
ro japonês Genichi Taguchi é adequada para projetos “robustos”,
ou seja, projetos de produtos ou serviços que necessitem manter
seu desempenho mesmo em condições adversas (SLACK; CHAM-
BERS; JOHNSTON, 2009).
Sua principal premissa é que, frequentemente, é mais fá-
cil projetar um produto que seja resistente a fatores ambientais,
durante sua fabricação ou utilização, do que controlar os fatores
ambientais.
A característica central do Método de Taguchi é o projeto de
parâmetros. Esse tipo de projeto envolve a determinação de espe-
cificações, tanto para o produto quanto para o processo, que resul-
tem em um projeto "robusto" em relação às variações do processo
de fabricação, fatores de deterioração do produto e condições de
utilização. O procedimento utilizado é estatístico, no qual vários
experimentos são testados para se encontrar a melhor combina-
ção de fatores que farão que o produto ou serviço tenha o melhor
desempenho.
Como mencionado, o fundamento da ideia é que o produ-
to ou serviço mantenha o seu desempenho mesmo em condições
adversas. Por exemplo, não é esperado que uma caneta caia, mas,
caso isso ocorra, é esperado que ela funcione mesmo tendo caído
no chão. Assim, o Método de Taguchi analisa a melhor combinação
de fatores (material da caneta, formato etc.) que permita que ela
seja resistente e continue funcionando mesmo após uma queda.
Segundo Slack (et al., 1999), ainda no caso das férias, mos-
trado no tópico anterior, os projetistas precisam planejar as férias
considerando contingências como: tempo ruim, falhas em equipa-
mentos, falta de pessoal, acidentes, doenças etc. Assim, no projeto
Engenharia de Valor
A Engenharia de Valor é utilizada quando se quer avaliar o
produto ou serviço antes de sua finalização, ou seja, na fase de
projeto. A análise de valor é feita quando o produto ou serviço já
está no mercado.
O objetivo principal da Engenharia de Valor é reduzir os cus-
tos desnecessários em um produto ou serviço. A melhor maneira
de aplicação é realizar uma análise rigorosa de todos os compo-
nentes existentes, sua função e seus custos, a fim de encontrar
componentes que desempenhem a mesma função ou que possam
ser trocados a um custo menor (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON,
2009).
Corrêa e Corrêa (2004, p. 330) apontam alguns questiona-
mentos que devem ser feitos para cada componente, material e
função do produto ou serviço:
• Pode ser eliminado?
• Faz mais do que deveria?
• Custa mais do que vale?
• Sua manutenção fácil?
• Algo diferente pode fazer melhor?
• Pode ser feito por um método melhor?
• Pode ser feito de outro material mais barato?
• Pode ser feito melhor ou mais barato por outra operação?
• Pode ser reutilizado/reciclado?
• Sua disposição final é ambientalmente sustentável?
© Projetos de Produtos e Serviços 123
2) O que é QFD e para que serve? Faça uma matriz da qualidade para uma
nova pasta de dente e uma cadeira para salas de aula. Pense em quatro
requisitos do cliente que devem ser transformados em características da
qualidade e os compare com seus colegas. Para obter mais informações de
como construir a matriz da qualidade, leia a bibliografia indicada e pesquise
o site apresentado nas orientações do começo desta unidade.
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é im-
portante que você confira o seu desempenho, a fim de que pos-
sa saber se é preciso retomar o estudo desta unidade. Como as
questões autoavaliativas propostas anteriormente são de caráter
aberto, discuta com seus amigos e tutores suas respostas.
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, vimos os projetos de produtos e serviços no
contexto da Administração e a geração de um conceito para que o
projeto seja trabalhado. Aprendemos como os projetos são esta-
belecidos, suas fases e algumas ferramentas que auxiliam no de-
senvolvimento do produto ou serviço, tais como a matriz da quali-
dade e a compreensão do ciclo de vida do produto.
Entendemos quais são os tipos de processo e como cada um
se caracteriza conforme o continuum volume-variedade de recur-
sos de saída. Estudamos, também, que estabelecer fluxos ou dia-
gramas de processo constitui ferramenta importante para o plane-
jamento e o controle da produção.
Por fim, aprendemos duas formas de melhoria de projeto,
sendo elas o Método de Taguchi e a Engenharia de Valor. Na próxi-
ma unidade, enfocaremos o processo de planejamento e controle
de maneira mais detalhada.
Bons estudos!
13. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
FLORES, M. Empresas precisam aumentar investimentos em práticas inovadoras
de gestão e tecnologia. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/integra_
noticia?noticia=10705130>. Acesso em: 29 set. 2010.
© Projetos de Produtos e Serviços 127
5
1. OBJETIVOS
• Entender e caracterizar o conceito de planejamento e
controle.
• Compreender as características e a importância da de-
manda e do fornecimento em planejamento e controle.
• Compreender a hierarquia do Planejamento e Controle
da Produção (PCP) e suas componentes.
• Elaborar o registro de um Plano Mestre de Produção
(PMP).
• Compreender as tarefas de planejamento e controle.
• Entender como se faz a medição e melhoria do sistema
produtivo.
2. CONTEÚDOS
• Conceito de planejamento e controle.
130 © Administração de Produção I
• Demanda e fornecimento.
• Planejamento Agregado de Produção (PAP).
• Planejamento Mestre de Produção.
• Tarefas do planejamento e controle.
• Sistemas de Medição de Desempenho (SMD).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na prática, as operações de planejamento e controle acon-
tecem simultaneamente, uma vez que não há uma divisão exa-
ta entre essas funções. Entretanto, alguns autores, como Slack,
© Planejamento e Controle 131
6. DEMANDA E FORNECIMENTO
Conciliar a demanda e o fornecimento (oferta) é o papel
principal do Planejamento e Controle da Produção. Dessa forma,
planejar e controlar uma operação produtiva vai depender, funda-
mentalmente, da natureza da demanda e do fornecimento.
A previsão de demanda é uma atividade fundamental para
a elaboração do PCP, podendo também ser classificada em longo
prazo (natureza estratégica), médio prazo e curto prazo (relativo à
produção e estoque).
De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), existem
os métodos quantitativos e os métodos qualitativos para previsão
de demanda. Entre os qualitativos, está a busca de informações e
de dados referentes ao passado por meio da previsão estatística
ou em análises pessoais mediante predição.
O fornecimento ou suprimento de materiais pode se dar pela
fabricação própria, pela terceirização de manufatura ou, ainda,
Incerteza no fornecimento
Relatam Slack, Chambers e Johnston (2009) que algumas
operações são razoavelmente previsíveis e usualmente ocorrem
conforme o planejamento traçado. Nessas condições, a necessi-
dade de controle é mínima. Podemos citar como exemplos os ser-
viços de TV a cabo, com horários definidos, tecnologia confiável e
propósito sempre cumprido.
Em contrapartida, por exemplo, em pequenas cidades do inte-
rior, os eventos típicos raramente resultam no que foi previsto. Nessas
ocasiões, as mudanças do tempo acarretam fortes chuvas, as bandas
contratadas atrasam-se, as autoridades convidadas não comparecem;
enfim, a organização desses eventos não é satisfatória.
Esses são exemplos de variáveis que dificultam o cumpri-
mento de qualquer planejamento, tornando incerto o fornecimen-
to dos produtos ou serviços.
Incerteza na demanda
Tal como ocorre com o fornecimento, a demanda também
pode ser incerta, mas não em todas as situações. No caso da de-
manda totalmente previsível, citamos como exemplo uma escola
que oferece aulas fixadas e possui número de alunos definido. É
possível delimitar, então, com exatidão, o planejamento do mate-
rial que será utilizado, sendo esse um fator importante pelo fato
de que, quando algum aluno faltar no dia da entrega, poderá rece-
bê-lo ao retornar. Essa variável não afetará a demanda.
Já em se tratando de demanda imprevisível, por exemplo,
em um quiosque de fast-food dentro de um shopping center, o
© Planejamento e Controle 139
Registro do PMP
O Plano Mestre de Produção é registrado em uma tabela,
normalmente eletrônica, a fim de que haja documentação e siste-
matização dos cálculos. O PMP recebe informações do Plano Agre-
gado de Produção, sendo mais bem detalhado no Planejamento
de Materiais e de Capacidade (MRP e MRP II), o qual veremos com
detalhes na Unidade 8.
80 – 50 = 30 unidades em estoque.
Carregamento
O carregamento é definido pela quantidade de trabalho
alocada para um determinado centro de trabalho. Por exemplo,
uma indústria possui uma máquina cuja disposição, em teoria, é
© Planejamento e Controle 147
112 horas por semana, ou seja, dois turnos de oito horas por dia,
durante sete dias. No entanto, na realidade, a máquina não pode
trabalhar por alguns períodos, como, por exemplo, nos feriados.
Desse modo, do tempo total de disponibilidade da máqui-
na, devem ser descontados os tempos em que ela não pode estar
em uso. O tempo a ser descontado inclui, também, paradas para
manutenção, limpeza, trocas de ferramentas, consertos, acidentes
ou, até mesmo, tempos ociosos (espera de produtos).
É possível afirmar que o tempo útil da máquina (tempo líqui-
do) pode ser menor que o tempo disponível da máquina (tempo
bruto). A porcentagem de tempo útil com base no tempo disponí-
vel fornece-nos o grau de utilização (u) da máquina:
u = tútil / tdisponível
Sequenciamento
Seja qual for o tipo do carregamento, finito ou infinito, quan-
do o trabalho chega, decisões devem ser tomadas sobre a ordem
em que as atividades serão executadas. Denominamos essas deci-
sões de sequenciamento.
As prioridades dadas ao trabalho são feitas com base em re-
gras ou conceitos. Destacamos, a seguir, as principais:
1) Prioridade ao consumidor: permitir que um consumidor
importante seja “processado” antes de outros (atendido
em seu pedido), independentemente da ordem de che-
gada. Por exemplo, um gerente bancário não permitirá
que um fazendeiro fique na fila esperando ser atendido
nem mesmo que algo semelhante ocorra com um alto
executivo de uma grande empresa.
2) Data prometida: dar prioridade à produção com base
na data prometida de entrega. Nesse caso, é necessário
fazer uma programação para que a data seja respeitada.
3) LIFO (Last In, First Out): esse conceito significa “último a
entrar, primeiro a sair”. Note que é um sequenciamento
utilizado por razões práticas. Como exemplo, podemos
citar a descarga de um elevador com uma porta; nesse
caso, utilizamos essa operação por ser a mais convenien-
te, pois há somente uma entrada e uma saída. Entretan-
to, esse sequenciamento não poderia ser adotado em
um Cartório de Registro de Imóveis ou em uma padaria,
porque as primeiras pessoas que chegassem ficariam es-
perando tempo demais para serem atendidas.
4) FIFO (First In, First Out): compreende as operações que
servem os consumidores na exata sequência de sua che-
gada, na forma "primeiro a entrar, primeiro a sair". Além
das filas, o atendimento em clínicas pode ser considera-
do uma operação FIFO, assim como o atendimento em
supermercados.
© Planejamento e Controle 149
Programação
Nos tópicos anteriores, determinamos o carregamento e de-
finimos a sequência em que o trabalho será desenvolvido. Para co-
locar isso em prática, agora devemos elaborar a tarefa mais com-
plexa: um cronograma da execução desse trabalho. Denominamos
essa operação de programação, e o resultado é um programa de
produção.
Os programas são declarações de volume e tempo (horários
ou datas). Para exemplificar, citamos a programação das rotas de
ônibus, em que há discriminado o volume (quantidade de ônibus)
e, também, os horários (tempo) de cada rota.
Por que a programação é uma tarefa complexa?
A programação das atividades da produção é uma tarefa
complexa, pois envolve muitas informações, como capacidade das
máquinas, disponibilidade da mão de obra, variação da demanda,
prioridades da produção etc. Além disso, as opções de programa-
ção são imensas.
Existem dois tipos básicos de programação:
• Programação para trás: caracteriza-se por fixar a data de
finalização e ir descontando as durações das atividades.
Dessa maneira, o que se quer definir é o início da opera-
ção.
• Programação para frente: é caracterizada pela fixação da
data de início da operação, e, a ela, somamos as durações
das atividades. Assim, o que é definido é a data de fim da
operação.
Mesas
Prateleiras
Unidades
de cozinha
Camas
Fonte: Slack (et al., 1999, p. 244).
Figura 2 Gráfico de Gantt.
© Planejamento e Controle 151
Perspectiva Clientes
1) Indicador: tempo de entrega do produto.
2) Frequência: mensal.
3) Motivo: mensurar e ser um incentivo à redução do tem-
po de confecção de apostilas.
4) Cálculo: data na qual a apostila está pronta para venda –
data da última aprovação do cliente.
Perspectiva Financeira
1) Indicadores: volume de vendas por título e volume de
vendas total.
2) Frequência: mensal.
© Planejamento e Controle 155
Finanças
Administrar o dinheiro de uma empresa é uma das tarefas mais importantes do
dia a dia de qualquer empresário. Com os controles financeiros, é possível ter
condições de apurar os valores a serem pagos a fornecedores, a serem recebidos
dos clientes e até mesmo prever a necessidade futura de adquirir dinheiro para
cumprir compromissos.
Outra tarefa importante é avaliar se sua empresa está dando lucro ou não. Isso
é feito com o preenchimento da planilha Demonstrativo de Resultados. Cada
empresário define a questão da periodicidade de preenchimento (mensal,
quinzenal, semanal, diário etc.) de acordo com suas necessidades. É costume ter
ao menos uma apuração mensal, até por questões legais “fisco” ou necessidade
de financiamento bancário.
© Planejamento e Controle 157
Produção
O empresário que industrializa produtos necessita fazer controles específicos
de sua indústria. Nesse caso, é importante realizar o planejamento e o controle
da produção para obter o menor custo e se tornar competitivo. O planejamento
da produção pode ser obtido por meio do Plano de Produção Diária ou Mensal.
O controle da indústria, também chamado chão-de-fábrica, é realizado por meio
da Ordem de serviço. Com esta, o empresário faz os seus pedidos para que a
indústria realize a produção.
Finalmente, com a planilha Controle de Estoques, o empresário (da indústria
ou do comércio) obtém a posição atual das mercadorias disponíveis para
comercialização (SEBRAE, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
P7: 600
Considere que P é o período. Assim, P1 corresponde ao período 1, e assim
por diante.
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é impor-
tante que você confira o seu desempenho, a fim de que possa sa-
ber se é preciso retomar o estudo desta unidade.
Repostas:
2) Seguem os PMPs para os quatro produtos:
Item: Mesa/TL:1/Tprod:1 1 2 3 4 5
Demanda 3 5 5 5 7
Recebimento programado 2 4
Estoque projetado 10 9 4 3 0 0
PMP 2 7
Item: Sorvete/TL:200/Tprod:1 1 2 3 4 5 6 7
Demanda 700 700 700 500 500 500 600
Recebimento programado 300 100
Estoque projetado
100 0 100 100 0 100 100
500
PMP 600 800 400 400 600 600
© Planejamento e Controle 159
Item: Raquete/TL:150/Tprod:2 1 2 3 4
Demanda 150 150 200 200
Recebimento programado 100 120
Estoque projetado 230 80 30 140 90
PMP 150 150
Item: Computador/TL:1/Tprod:3 1 2 3 4
Demanda 20 20 20 30
Recebimento programado 30
Estoque projetado 45 55 35 15 0
PMP 15
Para um mês: 4 ⋅ 80 =
320 horas / mês
13. CONSIDERAÇÕES
O planejamento e o controle da produção é de responsabili-
dade do gerente de produção. Ter em mãos o máximo de informa-
ções possível para a confecção do plano e estabelecer um controle
efetivo durante a realização do trabalho são fundamentais para o
sucesso da produção.
Já estudamos que a função do PCP é conciliar demanda e
fornecimento por meio do Planejamento Agregado de Produção e
do Planejamento Mestre de Produção. Além disso, vimos as fun-
ções de carregamento, sequenciamento e programação da produ-
ção, com o Gráfico de Gantt.
Por fim, concluímos que os indicadores, como base de um
Sistema de Medição de Desempenho, são fundamentais para a
concretização da estratégia empresarial.
As tarefas de planejamento e controle, além de comporem
os requisitos básicos para uma eficiente administração da produ-
ção, também podem ser consideradas um instrumento para atin-
gir o principal objetivo do trabalho, que é atender às expectativas
do cliente.
14. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
OLIVEIRA, J. J.; VASCOLCELOS, C. V. S. Programação e controle da produção em uma
empresa de palmilhas de montagem. Disponível em: <http://ged.feevale.br/bibvirtual/
Artigo/ArtigoJonasOliveira.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2011.
SALADA DE NUMEROS. Os gráficos de Henry Gantt. Disponível em: <http://
saladadenumeros.blogspot.com/2008/07/os-grficos-de-henry-gantt.html>. Acesso em:
23 set. 2010.
© Planejamento e Controle 161
6
1. OBJETIVOS
• Conhecer e caracterizar o conceito de estoque.
• Estudar o controle de estoque e suas variáveis.
• Estudar as formas de reposição dos itens do estoque.
• Identificar a composição dos custos do estoque.
• Calcular a quantidade para repor um estoque.
2. CONTEÚDOS
• Natureza e importância do estoque.
• Controle de estoque.
• Modelos de reposição de estoque.
• Custos do estoque.
• Lote Econômico (LEC).
164 © Administração de Produção I
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O estoque constitui um dos fatores mais importantes de
uma empresa. É fundamental ter estoque de matéria-prima, uma
vez que este é o insumo direto da produção, e tão relevante quan-
to ele é o estoque de produtos manufaturados (acabados), que
facilita a comercialização, disponibilizando a pronta entrega de
produtos para o cliente.
Entretanto, o estoque é capcioso, pois, além de significar di-
nheiro parado, acarreta custos relacionados ao armazenamento,
ao controle, à segurança, à perda de validade do produto, ao pro-
duto fora de linha de produção etc.
Dessa forma, a gestão de estoques torna-se essencial, visto
que ela nos auxilia a gerir de forma eficiente os estoques, evitando,
assim, os problemas que podem ocorrer no processo produtivo.
Pronto para entender a gestão de estoques? Vamos lá!
© Gestão de Estoques 165
Fonte: adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 359) e Corrêa e Corrêa (2004, p. 518).
Figura 1 Exemplo e representação geral de estoque.
6. CONTROLE DE ESTOQUE
Para Chiavenato (2005), o estoque tende a “flutuar” no de-
correr do tempo, uma vez que os materiais se transformam rapida-
© Gestão de Estoques 169
Registro de estoque
O fichário de estoque, ou banco de dados de estoque de ma-
teriais, é um conjunto de documentos ou registros que serve para
controlar e analisar a movimentação do estoque. Cada empresa
possui o seu registro e controle próprios, porém é interessante
que eles sejam elaborados pelo computador, para simplificar as
operações de controle.
Geralmente, as informações contidas nesses registros de es-
toque são:
1) Identificação do item: nome, número, código e unidade.
2) Controle do item: lote mínimo, grau de demanda, preço
unitário e fornecedores.
3) Rotação do estoque: pedidos já feitos, recebimentos e
retiradas.
4) Saldo de estoque: quantidade existente, disponível, re-
servas e encomendas.
5) Custo e valor do estoque: custo unitário, custo total e
saldo monetário do estoque.
TOTAL 1087.463
© Gestão de Estoques 173
Controle computadorizado
Os supermercados e as lojas de departamento são grandes
usuários dos sistemas de contabilização periódica dos estoques.
Os códigos de barras nas etiquetas dos produtos são ferra-
mentas de identificação e de controle de estoque, além de con-
terem os preços dos produtos. Apenas para ilustrar, o código de
barras foi criado em 1973, em Ohio, nos Estados Unidos, sendo
introduzido no Brasil em 1984. Além das funções citadas (identi-
ficação, preço e controle de estoque), o código também permite
que o produto seja rastreado desde sua saída do “chão de fábrica”
até o consumidor final.
Atualmente, a maioria das organizações que trabalham com
grande variedade e quantidade de produtos já adota um sistema
computadorizado, instalado na saída do estabelecimento, que uti-
liza uma leitora a laser (leitora de código de barras) para ler o códi-
go universal de produtos (UPC – Universal Product Code).
O controle computadorizado permite um monitoramento
simplificado e automatizado dos estoques da empresa, sendo mais
confiável do que os cálculos e baixas manuais.
Estoque máximo
Fonte: baseado em Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 373) e Corrêa e Corrêa (2004, p. 525).
Figura 3 Modelo de reposição com quantidade fixa.
quantidade
Estoque máximo
Fonte: baseado em Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 373) e Corrêa e Corrêa (2004, p. 525).
Figura 4 Modelo de reposição com quantidade fixa.
Onde:
• PR = ponto de reposição.
• d = demanda por unidade de tempo.
• t = tempo de ressuprimento.
• Qs = estoque de segurança.
Tubino (2000) relata que o tempo de ressuprimento, ou lead
time da encomenda, resulta da soma de quatro tempos:
1) Tempo de preparação da ordem de reposição.
2) Tempo de preparação da operação de compra ou pro-
dução.
3) Prazo de entrega da fabricação interna ou externa.
4) Tempo gasto com transporte e recepção da encomenda.
Quanto maior o lead time, maior deve ser o estoque de se-
gurança.
quantidade
tempo
Período fixo Período fixo Período fixo
Fonte: baseado em Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 376) e Corrêa e Corrêa (2004, p. 538).
Figura 5 Modelo de reposição periódica.
quantidade
tempo
Período fixo Período fixo Período fixo
Fonte: baseado em Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 376) e Corrêa e Corrêa (2004, p. 538).
Figura 6 Modelo de reposição periódica.
Onde:
• Q = lote de reposição.
• d = demanda por unidade de tempo.
• t = tempo de ressuprimento (lead time).
• Qf = quantidade de saldo final.
• Qp = quantidade pendente.
• Qr = demanda reprimida (pedida anteriormente e não
atendida).
• Qs = estoque de segurança.
8. CUSTOS DO ESTOQUE
De acordo com Stevenson (2001), existem três custos bási-
cos associados aos estoques:
• Manutenção do estoque.
© Gestão de Estoques 179
Onde:
• D = demanda anual do item.
• Cp = custo de pedido ou preparação.
• Ca = custo de manutenção ou armazenagem.
A fórmula do Lote Econômico é resultado da seguinte
equação:
CustoTotal custo do material + custo de preparação
=
+ custo de armazenamento do estoque
custos
Custo total
Giro de estoque
Para calcular, primeiro é preciso entender o conceito de giro dos estoques. O
giro dos estoques é a quantidade vendida, em determinado período, do estoque
mantido pela empresa.
Exemplo: o estoque médio de uma torrefadora de café é de 400 sacas, e a
empresa vende 3600 sacas ao ano. Portanto, o giro de estoques dessa empresa
é 3600 dividido por 400 = 9 giros ao ano.
Quando existem muitos produtos, é necessário ter o valor médio dos estoques a
preço de compras e os valores das vendas a preço de compras.
Exemplo: um estoque médio a preço de compra de R$50 mil e cujo volume de
vendas ao ano seja de R$700 mil a preço de compras. O número de giros do
estoque será de 700 mil divididos por 50 mil = 14 giros ao ano (SEBRAE, 2010a).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é
importante que você confira o seu desempenho, para que possa
saber se é preciso retomar o estudo desta unidade.
Respostas:
1) Questões retiradas do texto.
2) Dados:
• Qs = 0.
2 x D x Cp 2 x 6000 x 40
c) LEC
= = = 121unidades
Ca 33
12. CONSIDERAÇÕES
Vimos, nesta unidade, as vantagens e desvantagens de se
manter um estoque; por isso, podemos afirmar que o estoque é
"um mal necessário" para a maioria das organizações. Não podemos
efetuar as operações de produção sem o auxílio do estoque, e, nos
projetos, esse item sempre será considerado no seu planejamento.
Controlar e administrar o estoque faz parte das responsa-
bilidades de todo administrador, pois o seu custo pode ser alto, e
sua manutenção influencia diretamente o setor financeiro da em-
presa.
© Gestão de Estoques 187
13. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
OLIVEIRA, D. C. A gestão dos estoques. Disponível em: <http://www.busca.sebrae.
com.br/search?q=a+gest%C3%A3o+dos+estoques&btnG.x=0&btnG.y=0&entqr=3&ge
tfields=*&output=xml_no_dtd&sort=date%253AD%253AL%253Ad1&entsp=0&client
=web_um&ud=1&oe=UTF-8&ie=UTF-8&proxystylesheet=sebrae2&filter=0&lr=lang_
pt&site=web_all&sitesearch>. Acesso em: 16 dez. 2011.
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Previsão
e giro de estoque. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/momento/tenho-um-
negocio-com-menos-de-2-anos/integra_bia?ident_unico=668>. Acesso em: 25 set.
2010.
7
1. OBJETIVOS
• Compreender os conceitos de cadeia de suprimentos e de
Gestão da Cadeia de Suprimentos.
• Entender o processo de compras da cadeia de suprimen-
tos.
• Entender o processo de distribuição física da cadeia de
suprimentos.
• Compreender o que é e quais atividades compõem a Lo-
gística.
• Conhecer as práticas atuais da Gestão da Cadeia de Su-
primentos.
2. CONTEÚDOS
• Caracterização da cadeia de suprimentos.
• Gestão de Compras e Suprimento.
190 © Administração de Produção I
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
O principal motivo de existência de uma organização é a pro-
dução de bens, e os objetivos gerais são o atendimento das neces-
sidades dos clientes e o alcance de destaque no mercado. O intuito
da Gestão da Cadeia de Suprimentos é auxiliar as organizações na
obtenção desses objetivos.
A cadeia de suprimentos representa o fluxo de materiais e
informações que permeia todas as unidades produtivas relaciona-
das à determinada empresa. Ela abrange as atividades de compras,
a armazenagem, a produção e os clientes, quando da distribuição
ou do serviço de entregas.
Vamos entender melhor o que é e como funciona a cadeia
de suprimentos!
© Cadeia de Suprimentos 191
FORNECEDORES CLIENTES
Unidade
produtiva
Gestão de materiais
Logística
Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 392).
Figura 2 Partes da Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Gerenciando as compras
Os gerentes de compras devem ser capazes de identificar
as prioridades competitivas para cada produto ou serviço que a
empresa utiliza e, assim, desenvolver planos para a compra, paga-
mento e recebimento do material.
Algumas atividades importantes para os gerentes de compras
são:
• Manter um banco de dados atualizado de fornecedores,
especificando material e fornecedor.
• Negociar com os fornecedores os custos, o tempo e a ca-
pacidade.
• Desenvolver relações intermediárias entre a empresa e
os fornecedores, dando informações específicas sobre o
produto a ser adquirido.
Com base nessas informações e atividades, o gerente de
compras pode optar por contatar somente um fornecedor ou di-
versos fornecedores de um mesmo item.
Para auxiliar essas atividades, o uso de softwares de gestão
tornou-se estratégia para as organizações.
Processo de compra
Tanto o processo de compra como a localização do departa-
mento de Compras apresentam grande variação em cada empre-
sa. O departamento de Administração deve determinar a melhor
forma e a localização. Em linhas gerais, o processo de compra con-
siste em:
1) Especificação dos materiais a serem comprados.
2) Requisição de compra.
3) Quadro de cotações com vários fornecedores.
4) Aprovação pela gerência ou setor financeiro.
5) Ordem ou pedido de compra.
Armazenamento e estoque
As operações de armazenamento e o controle de estoque são
parâmetros importantes para o processo de compras. Nesse sentido,
a informatização tem contribuído muito como auxiliar de controle,
que pode ser realizado mediante a utilização de leitores óticos e pro-
gramas que informam a qualquer momento a posição do estoque.
Lembrando que os tipos de estoque a serem administrados são:
• Estoque de matérias-primas.
• Estoque de itens em processo.
• Estoque de produtos prontos.
Podemos inferir que os setores e departamentos de uma
empresa obrigatoriamente devem trocar informações entre si,
para completar as suas funções e atender, de forma eficiente e
eficaz, a função produção.
8. LOGÍSTICA
A Logística “[...] surgiu durante a Segunda Grande Guerra
Mundial, quando estava relacionada à movimentação e coordena-
ção de tropas, armamentos e munições para os locais necessários”
(SLACK et al., 1999, p. 316). O conceito expandiu-se para o mundo
dos negócios, referindo-se à movimentação e à coordenação de
produtos finais.
A atividade de Logística abrange o relacionamento da em-
presa foco com não só seus clientes imediatos, mas também com
os clientes finais dos produtos. No entanto, desde a década de
1980, essa atividade tem recebido muita atenção dos acadêmi-
cos e empresários, tornando-se um conceito mais amplo, e sendo
mais conhecida por “Logística Integrada”.
Assim, iremos considerar, neste tópico, as atividades refe-
rentes à Logística Integrada, que englobam o gerenciamento do
fluxo total de materiais e informações.
São muitas as definições de Logística, e muitas se mesclam
com as definições de Gestão de Materiais e Gestão de Distribuição
Física. Atualmente, há organizações que tratam toda a cadeia de
© Cadeia de Suprimentos 201
Canal de distribuição
Ao longo do tempo, as empresas perceberam que a atuação
em conjunto permitia a obtenção de benefícios para um sucesso
duradouro.
O tipo de relacionamento comercial entre as empresas pas-
sou por transformações, e, hoje, tem-se uma relação mais colabo-
rativa entre elas, e não uma relação com base na forte competiti-
vidade.
O estudo desse relacionamento comercial, ou até depen-
dência comercial, é chamado de “canal de distribuição”, ou, tam-
bém, “canal de marketing”, conforme relatam Bowersox, Closs e
Cooper (2007).
Transportes
Atualmente, os gerentes de Logística têm disponível um
amplo leque de alternativas de transporte dos materiais. As duas
principais funções dos transportes são a movimentação e o arma-
zenamento de produtos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
A primeira função dos transportes é a movimentação de pro-
dutos acabados ou inacabados, componentes ou matérias-primas
para destinos específicos. O transporte exige recursos de tempo,
financeiros e ambientais. Vale lembrar que o estoque que está
© Cadeia de Suprimentos 205
9. PRÁTICAS E INICIATIVAS
Vamos listar e explicar rapidamente algumas das práticas e
iniciativas usadas na Gestão da Cadeia de Suprimentos.
1) Early Supplier Involvement (ESI): envolvimento anteci-
pado do fornecedor desde a fase inicial do projeto do
produto ou serviço.
2) Contrato de manufatura: fornecedores que se especia-
lizam em fabricar produtos ou componentes que, em
muitos casos, não foram desenvolvidos por eles, e sim
pela organização.
3) In Plant Representatives: representantes de certa em-
presa trabalhando em tempo integral em uma empresa
cliente ou fornecedora.
Claretiano - Centro Universitário
208 © Administração de Produção I
Logística Reversa
Uma iniciativa que tem recebido grande destaque é a Lo-
gística Reversa. Poucas empresas adotavam essa estratégia, mas,
com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010, essa prática passou a fazer parte
da agenda de muitas organizações.
A Definição XII do Artigo 3º para a Logística Reversa é:
Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo
ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambien-
talmente adequada (BRASIL, 2010).
© Cadeia de Suprimentos 209
Efeito chicote–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O efeito chicote é uma das dificuldades enfrentadas pela Gestão da Cadeia
de Suprimentos. O termo em inglês é conhecido como bullwhip effect e foi
inicialmente cunhado por Forrester (1958).
Mas o que é efeito chicote?
É a variação ou a impossibilidade de alinhamento da demanda à oferta.
O grande desafio e principal objetivo da Gestão da Cadeia de Suprimentos
é diminuir a lacuna existente entre a produção e a demanda, para que os
consumidores obtenham seus produtos e serviços quando e onde eles quiserem
e na condição física que desejarem.
Assim, pode-se dizer que o efeito chicote é oriundo de uma expectativa de
demanda ou oferta que não se concretiza. Isso ocorre devido à “incapacidade
de prever a demanda dos clientes, e que se propaga por todas as empresas
da cadeia, influenciando os níveis de estoques, os tamanhos dos pedidos e a
produtividade” (COELHO; FOLLMANN; RODRIGUEZ, 2009, p. 571).
Identificar as forças e fatores que modelam o comportamento das empresas e
suas interações com os participantes de sua cadeia é uma forma de alcançar a
alta de eficiência na cadeia de suprimentos. Assim, uma vez modelado o sistema
empresarial, é possível simular várias situações e entender as circunstâncias e
fatores que levam a um bom ou a um mau resultado (COELHO; FOLLMANN;
RODRIGUEZ, 2009).
---------------------------------------------------------------------------------------
2) A padaria do Sr. João está crescendo muito no bairro, então, ele resolveu
contratar você para fazer um relatório sobre todas as atividades envolvidas
na cadeia de suprimentos da padaria. Explique de forma sucinta e didática as
seguintes informações, relacionando-as com as atividades da padaria:
a) Gestão de Compras e Suprimento e as atividades envolvidas nessa ges-
tão.
b) Analise como deve ser o processo de compras da padaria do Sr. João.
Quais medidas você adotaria para tornar esse processo mais eficiente?
c) O responsável de compras da padaria deseja saber qual opção é mais
interessante: possuir apenas um fornecedor de leite ou vários? O que
você diria a ele? Quais são as vantagens e desvantagens de cada opção:
apenas um ou mais fornecedores?
12. CONSIDERAÇÕES
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é essencial para
todas as empresas, sejam elas industriais, sejam de prestação de
serviços. Na realidade, os prestadores de serviços estão começan-
do a compreender o potencial de benefícios organizacionais por
meio da reengenharia dos processos da cadeia ou rede de supri-
mentos.
Uma das finalidades básicas do Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos é a administração dos fluxos de materiais desde o seu
ponto de origem até o consumidor final. A Gestão da Cadeia de
Suprimentos é dividida em partes para facilitar seu controle.
Vimos, nesta unidade, a Gestão de Compras e Suprimento,
a Gestão de Distribuição Física e a Logística. Aprendemos que a
Logística envolve a administração dos canais de distribuição e dos
transportes dos produtos.
Na próxima unidade, aprenderemos a utilizar mais ferra-
mentas que auxiliam na administração da produção.
© Cadeia de Suprimentos 211
13. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
ASLOG – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LOGÍSTICA. Disponível em: <http://www.aslog.org.
br/novo/a_aslog.php>. Acesso em: 28 set. 2010.
CSCMP – COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. Disponível em:
<http://cscmp.org/digital/glossary/glossary.asp>. Acesso em: 27 set. 2010.
8
1. OBJETIVOS
• Identificar a importância do planejamento e controle dos
recursos para produção.
• Conhecer e descrever os sistemas MRP, CRP e MRP II.
• Compreender o conceito de produção enxuta e suas fer-
ramentas.
• Compreender as principais ferramentas de desenvolvi-
mento de projetos.
2. CONTEÚDOS
• Planejamento de Recursos da Empresa (ERP).
• MRP – Material Requirements Planning.
• CRP – Capacity Requirements Planning.
• MRP II – Manufacturing Resources Planning.
214 © Administração de Produção I
• Produção enxuta.
• Relação entre MRP e JIT.
• Métodos PERT e CPM.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para produzir um bem ou um serviço com qualidade, é ne-
cessário planejar, organizar, controlar, ou seja, concentrar esforços
para direcionar esse processo.
Atender aos requisitos de eficiência e eficácia exige plane-
jamentos e controles confiáveis; são muitas as atividades a serem
"trabalhadas" durante o processo de produção. Para tanto, utilizar
ferramentas de planejamento é um requisito.
Chiavenato (2005), ao tentar descrever o processo produti-
vo, afirma que, enquanto o sistema de produção constitui o har-
© Sistemas de Planejamento: Ferramentas 215
Plano Mestre de
Produção
Planejamento Planejamento
de Capacidade de Materiais
Plano de Materiais e
Capacidade
Sistemas de Sistemas de
chão de fábrica fornecedores
Histórico
O MRP, o CRP, o MRP II e o ERP são planejamentos que envol-
vem cálculos e troca de informações. Muitas vezes, esses cálculos
são bastante complexos, considerando que algumas empresas fa-
bricam diariamente quantidades enormes de produtos e em tipo-
logias totalmente diversificadas.
Além disso, pode ser que a troca de informações (quanto
produzir, quando, quanto etc.) seja necessária entre diferentes de-
partamentos da empresa e, algumas vezes, entre seus clientes e
fornecedores. A complexidade desses fatores levou à necessidade
do uso de computadores e à criação de programas para auxiliar
tais planejamentos; por isso, podemos afirmar que as ferramentas
de planejamento e controle são programas ou sistemas.
Posto isso, o histórico e a evolução dos sistemas de plane-
jamento estão relacionados com a evolução das Tecnologias de
Informação e Comunicação. As primeiras iniciativas de criação de
sistemas de planejamento e controle foram voltadas ao controle
de estoques, por volta da década de 1950. Apesar de serem lentas
e caras, essas técnicas automatizadas já se mostravam mais efi-
cientes e rápidas do que as manuais.
Aplicativos de
Aplicativos demonstrativos
financeiros estratégicos
Aplicativos de
marketing e
Aplicativos de vendas
operações
Base de dados
integrada Aplicativos de
logística e de
Aplicativos de entrega
compras e
suprimento
Aplicativos
Aplicativos de de serviço
gestão de recursos
humanos
FAROLETE
mais uma para a descrição do item, outra para o nível, outra para
a quantidade etc. A lista de materiais deve ser continuamente
alimentada pelo pessoal da Engenharia e modificada quando há
acréscimo, retirada ou troca de algum subitem.
Controle de estoques
Possuir os itens de estoque sempre disponíveis auxilia nas
decisões do sistema. Manter um estoque de segurança é essencial
para absorver eventuais ocorrências não previstas. O controle de
estoques contém a informação da situação atual e a projeção futu-
ra de cada item em estoque.
Plano Mestre de Produção (PMP)
Como já mencionado, o PMP define a demanda a ser aten-
dida, ou seja, aponta para a produção aquilo que realmente deve
ser produzido. O plano também deve prever a possibilidade de al-
teração nas demandas previstas.
Para que você recorde o que é um PMP, apresentamos, na
Tabela 2, um PMP simples para o nosso exemplo do farolete, con-
siderando que o lote de produção é de 100.
Compras
O MRP fornece a relação dos itens a serem produzidos ou,
então, a serem adquiridos para que o departamento de Compras
possa agir com os fornecedores. Manter uma parceria com forne-
cedores e com sistemas interligados permite o reabastecimento
por meio de programas de computador.
Cálculo do MRP
A seguir, mostraremos como fazer o cálculo manual do MRP,
a fim de que você compreenda exatamente o que é o Sistema MRP.
No entanto, lembre-se de que, atualmente, existem diversos sof-
twares avançados que auxiliam nos cálculos do MRP, e, além disso,
empregamos, nesta unidade, exemplos simples para facilitar o seu
entendimento.
Basicamente, o cálculo do MRP é igual ao do PMP. As infor-
mações necessárias são similares, e a forma de cálculo também.
Vejamos o exemplo a seguir para calcularmos o MRP.
1) Dados:
Observemos a árvore do produto “A”, que fornece as quan-
tidades exigidas das peças B, C, D, E e F para a montagem de uma
unidade do produto A.
A
B (2) C (1)
4) Etapa 3:
O mesmo procedimento é feito para a peça C, e o registro
completo é o seguinte:
Item: C LT: 1 Lote: 100
1 2 3 4 5 6 7
Necessidade bruta 100
Recebimento 100
Estoque 50 50 50 50 50 50 50 50
Liberação ordens 100
5) Etapa 4:
Vamos agora analisar a situação da peça D. Veja, pela árvore
do produto, que tanto a peça B quanto a peça C necessitam da
peça D em sua montagem, e em quantidades diferentes. Assim, a
necessidade bruta de D é calculada com base nas ordens liberadas
para B e para C. Observe o registro com as informações iniciais.
Item: D LT: 1 Lote: 100
1 2 3 4 5 6 7
Necessidade bruta 400
Recebimento
Estoque 60
Liberação ordens
A necessidade bruta de D é 400, pois, para atender à ordem
de 200 unidades de B e de 100 unidades de C na semana 5, neces-
sitamos de 400 unidades de D. Para cada 1 unidade de B, será pre-
ciso 1 unidade de C, e para cada 1 unidade de C, serão necessárias
2 unidades de D.
Verifiquemos, então, o registro completo para a peça D.
Item: D LT: 1 Lote: 120
1 2 3 4 5 6 7
Necessidade bruta 400
Recebimento 360
Estoque 60 60 60 60 60 20 20 20
Liberação ordens 360
É necessário liberar uma ordem de 3 lotes da peça D na se-
mana 4 para suprir a necessidade de 400 unidades na semana 5.
6) Etapa 5:
A lógica para completar os registros de E e F é a mesma. Ve-
jamos, então, os registros completos de E e F.
Item: E LT: 1 Lote: 120
1 2 3 4 5 6 7
Necessidade bruta 200
Recebimento 240
Estoque 0 0 0 0 0 40 40 40
Liberação ordens 240
7) Conclusão:
Viu como é fácil? Para resumir todos os nossos cálculos,
apresentamos, a seguir, uma tabela, contendo as quantidades a
serem pedidas de cada peça e em que semana.
Ressaltamos que nosso objetivo é atender à necessidade de
100 unidades do produto A na semana 7 e que a técnica MRP per-
mite o cálculo de quanto e quando produzir os materiais para o
produto final.
ITEM QUANTIDADE SEMANA
A 100 6
B 200 5
C 100 5
D 360 4
E 240 4
F 120 3
© Sistemas de Planejamento: Ferramentas 229
MRP II
PARÂMETROS
É a quantidade de itens que já tenham sido
previamente comprometidos. O modelo prevê a sua
d) Comprometido consideração no primeiro período de planejamento,
ou seja, na primeira semana, no primeiro mês, e
assim por diante.
É a quantidade disponível do item quando se faz o
e) Estoque em mãos
planejamento.
Períodos consecutivos de São os períodos que dependem do produto, do
f)
planejamento sistema, e, principalmente, das semanas.
Necessidade de produção É a demanda projetada, ou seja, as quantidades que
g)
projetada (NP) devem estar disponíveis em cada semana.
São as quantidades encomendadas e cuja entrega
h) Recebimento previsto (RP)
está prevista para um período já planejado.
É o estoque que está disponível no final de cada
i) Disponível à mão (DM)
semana.
Necessidade líquida de São as quantidades que devem ser produzidas ou
j)
produção (NL) compradas.
É a quantidade que deve ser pedida, e a semana em
k) Liberação da ordem
que deve ser efetuada.
Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 358).
6. PRODUÇÃO ENXUTA
A produção enxuta, também conhecida como lean manu-
facturing, ou lean production, é uma filosofia que teve origem no
Japão, após a Segunda Guerra Mundial (CORRÊA; CORRÊA, 2004).
Just-in-Time (JIT)
Afirmam Slack et al. (1999, p. 355) que podemos definir Just-
-in-Time (JIT) considerando sua tradução literal:
Just in time significa produzir bens e serviços exatamente no mo-
mento em que são necessários – não antes para que não se trans-
formem em estoque, e não depois para que seus clientes não ten-
ham que esperar. É uma filosofia de manufatura que se baseia na
eliminação planejada de todo desperdício e na melhoria contínua
da produtividade.
A ideia JIT
O objetivo do JIT é reduzir drasticamente o estoque de pro-
dutos em processo ao longo do sistema de produção e reduzir
os tempos de produção. Ao tentar reduzir o estoque quase por
completo, o processo será influenciado e se tornará um fluxo uni-
© Sistemas de Planejamento: Ferramentas 237
O conceito de JIT II
Para aperfeiçoar o sistema JIT, foi criado o JIT II (Bose Cor-
poration), a fim de amenizar as limitações e desvantagens do JIT.
Nesse caso, o fornecedor é levado à fábrica para ser membro ativo
do departamento de compras do cliente, alterando, assim, as rela-
ções entre empresa e seus fornecedores.
O "representante da fábrica" permanece em tempo integral
nas instalações produtivas por conta do fornecedor e está autori-
zado a planejar e a programar a reposição de materiais.
Vários são os benefícios produzidos por esse sistema, e seu
objetivo principal é permitir planejamentos e controles efetivos.
Diagramas de rede
Semelhantemente a outros métodos, o PERT e o CPM apre-
sentam, entre suas características, a utilização de uma rede ou de
um diagrama de procedência para apresentar as principais ativida-
des de projetos e suas relações sequenciais.
O diagrama compõe-se de uma série de setas e nós. As setas
representam as atividades de projeto.
Convenções de redes
A interpretação dos diagramas de rede exige o conhecimen-
to da utilização das convenções de redes. Uma característica im-
portante do diagrama de redes é que ele revela a precedência e
sequência com que determinadas atividades devem ser executa-
das, a fim de realizar um projeto ou uma atividade maior.
A representação a seguir indica que a atividade a precisa ser
completada antes que a atividade b possa começar, e a atividade
b precisa ser completada antes que a atividade c possa começar.
a b c
b
a
a
c
d
b
2 4
3
5
4
6 sem 3 sem
8 sem 2 11 sem
1 sem
5 6
1
4 sem
9 sem
3
© Sistemas de Planejamento: Ferramentas 247
2- 4- 6
1 2
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Diante dos conceitos expostos nesta unidade, responda, com suas próprias
palavras, às seguintes questões:
a) O que são sistemas de planejamento?
b) O que é MRP? Quando e como foi criado o MRP? Quais são as informa-
ções/variáveis necessárias para efetuar os cálculos de MRP?
c) O que é CRP?
d) O que é MRP II? Quais são as informações/variáveis necessárias para efe-
tuar os cálculos de MRP II?
e) O que é ERP?
f) O que é a filosofia/metodologia produção enxuta e como funciona a pro-
dução JIT?
2) Um centro de trabalho funciona 7 dias por semana, em 2 turnos de 9
horas, e possui 6 máquinas com a mesma capacidade. Se as máquinas são
utilizadas em 80% do tempo, com uma eficiência de 95%, qual a capacidade
atual avaliada em horas por mês?
A :10 d 2
B :8 d 3
© Sistemas de Planejamento: Ferramentas 251
6) Com base nos conceitos desta unidade, responda qual a diferença entre o
método PERT e o método CPM. Explique o que é cada um, como eles são
utilizados, e aponte, também, as semelhanças entre os métodos.
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é impor-
tante que você confira o seu desempenho, a fim de que possa sa-
ber se é preciso retomar o estudo desta unidade.
Respostas
1) Questão retirada do texto.
2) Capacidade disponível:
• Em um dia, há 2 turnos de 9 horas, logo, 18h/dia.
• Em uma semana, há 7 dias de 18 horas, logo, 126h/semana.
• Em um mês, há 4 semanas de 126 horas, logo, 504h/mês.
• Do total de 504h/mês, as máquinas operam somente 80% do tempo, então,
0,8 x 504 = 403,2h/mês utilizadas.
• Do total de 403,2h/mês, as máquinas operam com eficiência de 95%,
então, 0,95 x 403,2 = 383h/mês.
Assim, a capacidade atual do centro de trabalho é 383 horas por mês.
CARRIOLA
PNEU (1)
C: 9d
2 4 G: 20d
A:10d
D: 15d
1 5 H: 4d
7
B: 8d E:17d
3
I: 5d
F:7d 6
Caminhos e durações:
• 1-2-4-7: 39 dias
• 1-2-5-7: 29 dias
• 1-3-5-7: 29 dias
• 1-3-6-7: 20 dias
O caminho crítico é o de maior duração, isto é, o caminho de 39 dias (1-2-4-7),
compreendendo as atividades A, C e G. Conclui-se que o esforço do projeto
deve concentrar-se nesse caminho.
6) Questão retirada do texto.
10. CONSIDERAÇÕES
Durante o estudo deda disciplina Administração de Produ-
ção I, tivemos a oportunidade de conhecer os objetivos de desem-
penho, o controle e planejamento, a gestão de projetos, os con-
troles de estoque, as cadeias de suprimento e, por fim, com esta
unidade, algumas ferramentas de planejamento e controle muito
utilizadas nas organizações.
Em várias situações, o gerente de produção deve tomar de-
cisões, e, nesse momento, o conhecimento de todos os processos,
das situações envolvidas e dos aspectos e características que en-
volvem a atividade ou o projeto é fundamental para o sucesso da
decisão.
11. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
APICS – AMERICAN PRODUCTION AND INVENTORY CONTROL SOCIETY. Disponível em:
<http://www.apics.org/default.htm>. Acesso em 21 out. 2010.
LEAN. Produção enxuta. Disponível em: <http://www.lean.org.br/>. Acesso em 18 jan.
2011.