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Meu nome é Clayton Ricardo Janoni, sou Geólogo bacharel em Geologia pelo Instituto
de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro-SP da Universidade Estadual Paulista –
UNESP e mestre em Geologia Regional pela mesma universidade. Atualmente, sou
professor efetivo do Instituto Federal do Espírito Santo - IFES, atuando no ensino,
pesquisa e extensão nas áreas de Geologia, Engenharia de Minas e Mineração.
e-mail: claytonjanoni@hotmail.com
FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
551 J36f
ISBN: 978-85-8377-079-4
CDD 551
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Você iniciará o estudo do Caderno de Referência de Conteúdo de Fundamentos de Geolo-
gia. O seu conteúdo está dividido em sete unidades, que serão, resumidamente, apresentadas
a seguir.
Na Unidade 1, serão abordados os conceitos iniciais da Ciência Geológica, as áreas que
compõem esta ciência, tanto teóricas como aplicadas, as terminologias necessárias para um
maior entendimento a respeito das dinâmicas internas e externas associadas ao nosso planeta,
assim como toda a magnitude do Tempo Geológico e a atual composição e estruturação do glo-
bo terrestre.
A Unidade 2 será uma das mais importantes unidades deste material, pois nela serão
apresentados a você os elementos constituintes da crosta terrestre - minerais e rochas. Você
conhecerá as mais importantes classes de minerais que configuram a composição das três clas-
ses genéticas de rochas: rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas metamórficas. Além disso,
identificaremos todos os processos geológicos gerais, formadores dessas rochas, que configu-
ram a crosta terrestre e a sua integração final no chamado ciclo das rochas.
Na Unidade 3, você identificará os elementos deformacionais da crosta terrestre, ou seja,
aqueles que modificam e estruturam a crosta terrestre: as dobras e as falhas e, consequente-
mente, a mais importante teoria geológica que explica a movimentação e o dinamismo do pla-
neta Terra - a Teoria da Tectônica de Placas.
8 © Fundamentos de Geologia
Já na Unidade 4, será abordado o maior bem natural que existe em nosso planeta - a água,
relacionando-a com o Ciclo Hidrológico. Você conhecerá, também, o conceito de intemperismo,
muito importante para nós que vivemos em terras tropicais. O entendimento do intemperismo
nos direcionará ao estudo integrado da Pedologia - a ciência que estuda e classifica a formação
de todos os tipos de solos que compõem a superfície terrestre.
Na Unidade 5, você compreenderá os processos da dinâmica externa do planeta e a sua
relação com os ambientes geológicos. Conhecerá toda a dinâmica geológica de formação dos
ambientes: fluvial, glacial, desértico, costeiro e de fundo oceânico e, por fim, serão apresenta-
dos os conceitos iniciais da Geomorfologia e da Neotectônica, e a influência que exercem na
estruturação dos ambientes geológicos e, especialmente, no relevo terrestre.
Na Unidade 6, você estudará os principais conceitos geológicos e geopolíticos relaciona-
dos aos recursos hídricos, minerais e energéticos, como introdução ao grande estudo dos Recur-
sos Naturais, assim como os impactos ambientais causados na exploração destes.
Por meio dos estudos da Unidade 7, você poderá conhecer os aspectos geológicos regio-
nais (composição e estruturação) de algumas localidades, bem como as técnicas necessárias
para a realização de levantamentos geológicos (mapeamentos de áreas), e, por fim, realizare-
mos o estudo de caso de alguns municípios brasileiros, analisando os aspectos geológicos do
subsolo como suporte para diversas atividades economicamente exploráveis.
Bons estudos!
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estudado neste Caderno de Refe-
rência de Conteúdo. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo
de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada
unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessá-
rio a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida - científica e cul-
tural - para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva,
ética e responsabilidade social.
A Geomorfologia e outras disciplinas estão relacionadas à Geografia Física e ao Meio Am-
biente. A Geologia é muito importante no aprendizado interdisciplinar de estudantes e profis-
sionais das ciências ambientais. Na atualidade, a busca e o entendimento relacionado aos pro-
cessos físicos e aos elementos que constituem o nosso planeta - A Terra, se fazem necessários e
imediatos frente às constantes modificações e degradações que a natureza vem sofrendo.
A Geologia como ciência tenta entender a história geral do planeta Terra, desde o momen-
to em que se formarão as rochas até os presentes dias. Em termos mais expressivos, podemos
definir a Geologia como sendo a ciência que aborda a história evolutiva do Planeta Terra, como
também sua origem, composição, estrutura, além dos fenômenos naturais ocorridos durante os
diversos períodos e eras que compõem o tempo geológico.
O planeta Terra já mudou muitas vezes ao longo de sua história. Continentes nem sempre estiveram
onde estão hoje, mares se formaram e secaram, formas de vida diversas surgiram e desapareceram. As
pistas deixadas pela natureza possibilitam que o homem procure, aos poucos, desvendar essa história.
Vestígios encontrados são como peças de um grande quebra-cabeça, que aos poucos vão se encaixando
e desvendando enigmas (JORNAL DA CIÊNCIA, 2007).
© Caderno de Referência de Conteúdo 9
Este é o papel do geólogo para as sociedades atuais: buscar pistas e desvendar a história
de nosso planeta, além de contribuir significativamente na busca de soluções e correções para
os problemas ambientais.
Da mesma forma do papel aplicado da ciência geológica, a educação profissional de es-
tudantes de diversas áreas, tais como, a Geografia, a Biologia, o Turismo, a Agronomia, enfim,
áreas que se integram na busca de soluções aplicadas ao meio ambiente, também é papel e
compromisso da Geologia. Observe esta inter-relação na Figura 1.
Figura 1.
As dobras (Figura 3) são deformações de caráter dúctil que ocorrem nas rochas devido a
esforços compressivos das porções crustais, conhecidas como placas tectônicas.
Já as falhas (Figura 4) são deformações de caráter rúptil que geram a quebra de porções
continentais, o desnivelamento das estruturas e a formação de elementos geomorfológicos (de
relevo) na superfície terrestre.
© Caderno de Referência de Conteúdo 13
Pode-se notar que a ação geológica da água se dá tanto em superfície como em subsuper-
fície, formando os chamados aquíferos, que são reservatórios naturais de água junto às forma-
ções rochosas.
Outro conceito bastante importante para o estudo é o intemperismo, pois este corres-
ponde à ação geológica conjunta da água, do vento, do clima, do relevo, da fauna e da flora que
proporciona os processos de alteração química e física dos constituintes da crosta terrestre, os
minerais e rochas, formando os diversos solos presentes na superfície terrestre.
O solo, formado pela ação do intemperismo, corresponde à última camada formadora da
crosta terrestre, sendo de caráter inconsolidado, e é resultante das rochas que foram decom-
postas para a sua formação. Além disso, o solo é constituído por estruturas responsáveis sendo
diagnósticas em sua classificação.
Dessa forma, os processos geológicos relacionados à formação do solo recebem o nome
de Pedogênese, e a ciência responsável pelo estudo, análise e classificação dos solos é chamada
de Pedologia.
Como você pode observar, são várias definições que exigirão de você interpretação dos
conceitos geológicos, químicos e físicos relacionados à dinâmica da água na superfície e subsu-
perfície terrestre, da mesma forma que a Pedologia requer o desenvolvimento de uma memória
fotográfica bastante expressiva de sua parte, no ato de caracterização dos diversos tipos de so-
los, para futuras classificações em estudos ambientais aplicados.
De acordo com a Ceplac (2012): “A conservação do solo e da água melhora o rendimento
das culturas e garante um ambiente mais saudável e produtivo, para a atual e as futuras gera-
ções”.
Ambientes geológicos
De certa forma, todos os conceitos apresentados até o momento se inter-relacionam com
a formação, a composição, a morfologia e os demais aspectos dos ambientes geológicos da su-
perfície terrestre.
Conceitualmente, nosso principal objetivo será introduzir uma série de aspectos relacio-
nados à Geomorfologia, ciência responsável pelo estudo e evolução do relevo terrestre; bem
como os conceitos relacionados à Neotectônica, segmento da Geotectônica responsável pelo
estudo das estruturas geológicas envolvidas na formação do relevo.
O ambiente fluvial e aluvial associados serão os primeiros ambientes a serem discutidos,
pois os rios correspondem aos principais agentes modificadores e transformadores das paisa-
gens terrestres (Figura 6), agindo intensamente no modelamento do relevo. Além disso, apre-
sentam grande importância para a vida humana, uma vez que o homem se utiliza dos rios ou de
seus produtos para sua sobrevivência.
Em meados da era Cenozoica, o planeta enfrentou diversas fases glaciais, com temperatu-
ras muito baixas, alternado com fases interglaciais (fases de superaquecimento global).
Ambiente eólico
Você conhecerá, também, o ambiente eólico, ou ambiente dominado por ventos. Ele está
associado à ação eólica agindo no modelamento do relevo, e está relacionado à movimentação
das massas de ar no deslocamento de partículas (sedimentos) pelo ar.
A formação do deserto (Figura 8) é o produto mais característico da ação do ambiente eó-
lico, pois a formação de mares de areia e consequente formação de dunas são produtos da ação
dos ventos agindo na movimentação de partículas.
Figura 8 Desertos.
Ao contrário dos rios, os ventos são agentes menos efetivos no modelamento do relevo.
Ambientes costeiros
A dinâmica evolutiva dos ambientes costeiros (Figura 9), por sua vez, está associada à ação
do mar, na interface oceano-continente. Em função disso, surgem as praias e outras feições
morfológicas, tais como as baias, os cabos etc. Você estudará, também, a ação das correntes da
maré, responsáveis por muitos processos formadores e modificadores da linha costeira.
Ambientes geológicos
Por fim, em relação aos ambientes geológicos que dominam a superfície terrestre, vamos
conhecer o ambiente de fundo oceânico, que, embora pouco explorado, apresenta certa impor-
tância na dinâmica externa do planeta, pelo fato de conter uma série de estruturas geológicas
formadas e associadas à movimentação das placas tectônicas, tais como a Cadeia Meso-Atlânti-
ca e uma série de ilhas e vulcões submarinos.
Os fundos oceânicos são estruturados por diversos outros ambientes menores, em escalas
diversas.
Nesse momento, já foram apresentados os processos e fatores que configuram as dinâmi-
cas internas e externas do planeta Terra, além dos aspectos gerais da ciência geomorfológica,
julgando que o entendimento integrado da evolução e formação dos ambientes geológicos seja
pré-requisito para o entendimento das formas de relevo, resultantes de tudo isso.
Após conhecer os processo e elementos gerados pelas dinâmicas interna e externa do
planeta Terra, você continuará discutindo em torno de uma questão bastante polêmica que vem
assustando uma série de nações por todo mundo, inclusive o Brasil - os recursos naturais.
A palavra “recurso” significa algo a que se possa recorrer para a obtenção de alguma coisa.
O homem recorre aos recursos naturais, isto é, aqueles que estão na Natureza, para satisfazer
suas necessidades.
No sistema-Terra ocorre uma constante troca de recursos naturais entre os seres vivos.
Contudo, os recursos naturais, após serem utilizados, podem ser renováveis, isto é, voltar a se-
rem disponíveis, ou não renováveis, isto é, nunca mais ficar disponíveis (GPCA, 2012).
A flora e a fauna são exemplos de recursos naturais renováveis. Já os minerais, como, por
exemplo, o minério de ferro e o petróleo, são classificados como recursos naturais não renová-
veis, pois, após seu uso, um dia, irão se esgotar no Planeta (GPCA, 2012).
Neste contexto, de acordo com GPCA (2012):
Conservar os recursos naturais implica em usá-los de forma econômica e racional para que, os renová-
veis não se extingam por mau uso e os não renováveis não se extingam rapidamente. Desde que, num
plano de manejo adequado, exista e se previna a ação antrópica (do homem) nociva, [a maior existência
dos] recursos naturais renováveis podem, teoricamente, acontecer.
Desde que se recicle convenientemente o recurso natural não renovável, a economia advinda possibili-
tará a dilatação do prazo de existência desse recurso na natureza.
Vale ressaltar que os bens minerais podem ser utilizados em seu estado bruto ou então
após passar pelos mais variados processos industriais, desde simples moagem, até transforma-
ções mais complexas (IGC, 2012).
Os combustíveis fósseis (petróleo – Figura 12, carvão – Figura 13 e gás natural) são recur-
sos não renováveis e se enquadram nos recursos energéticos, utilizados pelas sociedades atuais,
isto é, um dia se esgotarão completamente; eles também são muito poluidores, pois o seu uso
implica muita poluição do ar.
exploração
Por esses motivos, eles estão atualmente em declínio, em especial o petróleo. Assim, o
homem teve a necessidade de encontrar energias alternativas para suprimir as suas necessida-
des energéticas e eliminar os problemas ambientais. Das alternativas possíveis, a energia eólica,
solar, hidroelétrica, geotérmica, marés, ondas, biomassa e biogás, são as alternativas viáveis
atualmente para utilização de forma sustentável destes recursos.
Enfim, você irá conhecer as gêneses de formação destes recursos naturais, como também
as formas de utilização sustentável e os impactos causados pela má utilização destes recursos.
© Caderno de Referência de Conteúdo 23
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápida e precisa das definições con-
ceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos:
novos conceitos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar
esses conceitos nas suas já existentes estruturas cognitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da cons-
trução do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações
internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua
aprendizagem, transformando o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou
seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia
parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.
br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Águas
Subterrâneas
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma
visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar en-
tre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-apren-
dizagem. Por exemplo, o conceito de ciclo das rochas exige que você compreenda os conceitos
de minerais e que entenda que as rochas são constituídas por eles, sem o domínio conceitual
deste processo explicitado pelo esquema, pode-se ter uma visão confusa do tratamento da te-
mática da geologia proposto neste Caderno de Referência de Conteúdo.
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os
conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas
dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do
ensino de Geografia pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante
a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a
avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabarito, que lhe permitirá conferir
as suas respostas sobre as questões autoavaliativas de múltipla escolha.
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta apenas uma alternativa correta. Por
sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos
ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas
obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há
nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com
seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só
a ela. Consulte, também, as bibliografias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais
apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você
se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de co-
municação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com
outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece,
aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma
capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do
tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem
o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de
Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de
produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Co-
teje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às
videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são im-
portantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram
significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses pro-
cedimentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é parti-
cipar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de
Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
3. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
ÁRVORES BRASIL. O que são recursos hídricos e florestais. Disponível em: <http://www.arvoresbrasil.com.br/?pg=aguas_
florestas_recursos>. Acesso em: 9 fev. 2012.
CEPLAC. Conservação do solo e da água. Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/conservacaosolo.htm>. Acesso em:
8 fev. 2012.
COLA DA WEB. Ambiente estuarino. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/biologia/ambienteestuarino.htm>. Acesso
em: 26 out. 2008.
GPCA. Recursos naturais. Disponível em: <http://www.gpca.com.br/gil/art80.htm>. Acesso em: 9 fev. 2012.
IGC. Utilização de recursos minerais: argila, calcário, cimento, metais, petróleo. Disponível em: <https://docs.google.com/
viewer?a=v&q=cache:UK2rG5dKDboJ:www2.igc.usp.br/concurso/texto4.doc+Os+recursos+minerais+s%C3%A3o+todos
+os+materiais+retirados+da+crosta+terrestre+para+nosso+uso&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESh7Fgs0NuhQfk3-
j-L2aEAAdJPBP_6KWtlbR1-f0a_Z_HVGDg5AmpeGMZqlHTW4pe-lhNxssRu1aHWTPnWqtdq3iAWmqF_Rdw1Lec0Kdwe7He7Cttu
Tx74PvdG2NIlDVKg-GHicX&sig=AHIEtbREJYVOTOrY9n9X7ejWj1FvGmOdsQ&pli=1>. Acesso em: 9 fev. 2012.
JORNAL DA CIÊNCIA. Ciência e poesia explicam Geologia. 2007. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.
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UFPA. Rochas ígneas. Vicente Caputo (Org.). Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:jjFno_gQiywJ:www.
ufpa.br/larhima/Material_Didatico/Graduacao/Geologia_Geral/Rochas%2520Igneas%2520e%2520magmatismo.doc+%C3
%A9+o+material+fornecido+por+um+vulc%C3%A3o,+seja+sob+forma+de+lava+ou+de+tufos&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srci
d=ADGEESjFqHiPPiQTjlz55ZjrAXhhvVivfdfig_bbbpVywSCoSWNGtYo66xwigLM1o3zdO7p7iz4bkfhQuJE_gmfAW1yUG6gZkqJ_
hhmMy1xUpaym-B3jF1ttoupsMCL7NVv1b3vkObWx&sig=AHIEtbRFJ99oGBwti3opLRKWlQBHIqdiuw>. Acesso em: 9 fev. 2012.
UNB. Matacões. Disponível em: <http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/matacao.htm>. Acesso em: 9 fev. 2012.
_____. Saprólito. Disponível em: <http://vsites.unb.br/ig/glossario/verbete/saprolito.htm>. Acesso em: 9 fev. 2012.
UNESP. Rochas sedimentares. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/sedimentares/sedimentares.html>.
Acesso em: 9 fev. 2012.
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003.
EAD
Planeta Terra: das Origens à
Estrutura Geológica Atual
1. OBJETIVOS
• Identificar e compreender a evolução histórica e a subdivisão dos ramos que com-
põem a ciência geológica.
• Identificar e analisar os aspectos astronômicos relacionados ao planeta Terra.
• Compreender e quantificar o tempo geológico e a estruturação física do nosso plane-
ta.
2. CONTEÚDOS
• Evolução histórica do conhecimento geológico e principais ramos de atuação do geó-
logo.
• Introdução à Astronomia: o Big Bang, o Universo, a Via láctea e o sistema solar.
• Tempo geológico: o conceito de eras, períodos e épocas geológicas.
• Estrutura e composição do planeta Terra, campo gravitacional e eletromagnético e
calor interno da terra.
1) Para obter maiores informações sobre Geologia, consulte o seguinte endereço ele-
trônico: <http://www.igc.usp.br/geologia/o_que_e_a_geologia.php>. Acesso em: 15
ago. 2011.
2) Você poderá consultar o histórico completo da ciência geológica em:
• O papel da história da exploração aurífera em Ouro Preto e a formação de professo-
res em Geologia. Disponível em: <http://www.igc.usp.br/geologiausp/downloads/
geoindex655.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2012.
• História da Geologia. Disponível em: <http://www.minera-net.com.ar/detalle-noti-
cia.asp?i=2995&t=4>. Acesso em: 6 jan. 2012.
3) Conheça mais sobre os aspectos relacionados à magnitude do tempo geológico e ana-
lise-os por meio dos endereços eletrônicos:
• Cronômetros da Terra - o tempo Geológico. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/
geociencias/cporcher/Atividades%20Didaticas_arquivos/Geo02001/Tempo%20
Geologico.htm>. Acesso em: 6 jan. 2012.
• Tempo Geológico. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/geografia/
tempo-geologico.html>. Acesso em: 6 jan. 2012.
4) Ao analisar os processos geológicos, tente sempre ordená-los em uma linha do tem-
po. Isso facilitará seu entendimento sobre a evolução de todos esses processos e nas
diversas escalas de observação.
5) Os aspectos relacionados à estrutura, campo gravitacional e magnético terrestre e ao
calor interno da Terra podem ser melhor aprofundados pela consulta aos seguintes
endereços:
• Gravimetria. Disponível em: <http://www.iag.usp.br/siae98/gravimetria/gravime-
tria.htm>. Acesso em: 6 jan. 2012.
• Estrutura da Terra. Disponível em: <http://domingos.home.sapo.pt/estruterra_4.
html>. Acesso em: 6 jan. 2012.
• Magnetismo Terrestre. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/geografia/
magnetismo-terrestre.html>. Acesso em: 6 jan. 2012.
6) Para melhor compreensão do tema campo eletromagnético da Terra, observe o se-
guinte endereço eletrônico: <http://www.mporzio.astro.it/CVS/campo.JPEG>. Acesso
em: 15 ago. 2011.
7) Antes de começar seus estudos sobre os Fundamentos de Geologia, seria interessante
para você conhecer um pouco sobre a vida e a obra de alguns dos primeiros pensado-
res que discutiram a formação e a constituição da Terra e do Universo.
Tales de Mileto
Foi o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Ele é o marco inicial da filosofia ocidental. De ascendência
fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 624/625 a.C. e faleceu
aproximadamente em 556 ou 558 a.C.
Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador
da Escola Jônica. Considerado, também, o primeiro filósofo da “physis” (natureza), porque
outros, depois dele, seguiram seu caminho buscando o princípio natural das coisas.
Tales considerava a água como sendo a origem de todas as coisas. E seus seguidores, embora
discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam
com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único” para essa natureza primordial.
Entre os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes, que dizia ser o “ar” a substância
primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação (texto adaptado do site
disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto>. Acesso em: 2 fev. 2012).
Anaxímenes de Mileto (585–528 a.C.)
Concordava com Anaximandro quanto ao a-peiron, e com as características desse
princípio apontadas por Anaximandro. Mas postulou que esse a-peiron fosse o Ar.
Foi discípulo e continuador da escola Jônica e escreveu sua obra: “Sobre a Natureza”, também em prosa.
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 31
Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
Enquanto Tales sustentava a ideia de que a água é o bloco fundamental de toda a matéria, Anaxímenes dizia que
tudo provém do Ar e retorna ao Ar.
Adágio de Anaxímenes: “Exatamente como a nossa alma, o ar mantém-nos juntos, de forma que o sopro e o ar abraçam
o mundo inteiro [...]”. (texto adaptado do site disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anax%C3%ADmenes_de_
Mileto>. Acesso em: 2 fev. 2012).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade, daremos início aos nossos estudos introduzindo os conceitos bá-
sicos da ciência geológica, bem como a inter-relação desta ciência com o ensino da Geografia.
Assim, o conhecimento a respeito dos ramos que compõem a ciência geológica será enfa-
tizado de forma que você possa se situar no dialeto das ciências da terra, ou seja, compreender
a ação do geólogo juntamente com as outras áreas das geociências.
No decorrer do estudo desta unidade, você compreenderá toda a relação do sistema Terra
com os elementos e a dinâmica astronômica do Universo, do Big Bang à atual composição do
sistema solar, de forma a situar nosso planeta no tempo e no espaço.
Outro tema bastante importante a ser estudado será o tempo geológico, ou seja, o tempo
da Terra.
Por fim, você compreenderá os conceitos elementares a respeito da composição e da es-
trutura do Planeta Terra, dados estes de extrema importância para o ensino da Geografia Física.
Vamos lá?
Em outras palavras, podemos definir a ciência geológica como a ciência cujo objeto de
estudo é o Planeta Terra, suas transformações e sua história. Essas transformações geram ele-
mentos ou fenômenos naturais que atuam de forma direta e indireta em nossas vidas.
Por exemplo, foi por meio do conhecimento geológico que se chegou à determinação da
idade da Terra, 4,6 bilhões de anos, e também à criação e ao desenvolvimento de teorias como
a Tectônica de Placas, uma teoria importante, balizadora dos aspectos evolutivos e de movimen-
tação das placas tectônicas que compõem a crosta terrestre.
A Geologia apresenta uma relação intrínseca com muitas outras ciências, em especial com
a Geografia, a Biologia e a Engenharia Ambiental. Por outro lado, a Geologia fundamenta-se por
dados e ferramentas disponibilizados pelas ciências exatas, daí o enorme grau de complexidade
no entendimento de diversos processos relacionados a essa história evolutiva.
Atualmente, o geólogo tem um papel nobre nas sociedades, em consequência da frequen-
te ocorrência de problemas e contrastes ambientais catastróficos, auxiliando na compreensão
dos processos naturais e no entendimento da dinâmica evolutiva desses processos.
Vale lembrar que nenhum profissional ligado ao quadro ambiental desenvolve suas ativi-
dades e pesquisas sozinho. Ele sempre trabalha de forma interdisciplinar com as outras áreas do
conhecimento integrado ao sistema Terra.
Cabe ao geólogo, ainda, a missão de localizar e propor métodos corretivos relacionados
ao uso e à extração de recursos naturais, como o petróleo, o gás natural e o carvão e, na pros-
pecção e exploração de metais gerados na crosta terrestre, como o minério de ferro utilizado
na metalurgia e na siderurgia, da bauxita para produção do alumínio, do urânio como mineral
energético etc.
Ou seja, a Geologia relaciona-se com muitas ciências que têm como foco de atuação o
meio ambiente. Veja na Figura 1 a inter-relação das diversas ciências que utilizam o meio am-
biente na interface de atuação.
Figura 1 Inter-relação das diversas ciências que utilizam o meio ambiente na interface de atuação.
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 33
a origem da crosta terrestre. Já no século 18, surgem Giovanni Arduino, Buffon e Cuvier com as
primeiras noções sobre o tempo geológico, como afirmam Teixeira et al. (2003).
Foi no início do século 19 que Abraham G. Werner e James Hutton remodelaram a ciência
geológica, dando-lhe aspectos modernos. Werner aplicava a teoria do Netunismo, a qual propõe
que todas as rochas teriam sido formadas em um oceano espesso que cobria toda a superfície
terrestre; Hutton aplicava a teoria do Plutonismo, que propunha ser o magma o agente forma-
dor das rochas, sem desprezar a água como agente formador de outras rochas, além de estabe-
lecer o conceito de erosão.
Já Charles Lyell estabeleceu os conceitos da Geologia Física e da Estratigrafia. Eduard
Suess estabelece a história de formação da crosta terrestre, entre outros. A partir desse período,
a Geologia veio se desenvolvendo no ramo científico progressivamente.
Eicher (1996) afirma que, no Brasil, a Geologia manifesta-se no final do século 18 com as
ideias e tratados de José Bonifácio, criados a partir de suas viagens científicas pelo estado de
São Paulo. Segundo ele, também a chegada da corte portuguesa, quando vieram para o Brasil
os alemães Eschewege e Varnhagen, estabeleceu diversos estudos na área da mineração e da
metalurgia.
Já no final do século 19, foi criada a Comissão Geológica do Império do Brasil, comandada
por diversas celebridades da ciência geológica brasileira como Derby, Branner, entre outros.
Até hoje a ciência geológica caminha em ritmo acelerado diante da imensa necessidade
de investigações e criações de novas técnicas para o entendimento e a correção de problemas
ambientais, além da criação de tecnologias modernas e avançadas para o processo de correção
do meio ambiente.
Veja na Figura 2 um quadro descritivo dos ramos que compõem a ciência geológica.
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 35
6. INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA
O que você entende por Astronomia? Veja o conceito apresentado a seguir e compare
com as suas ideias.
Maciel (2001) definiu a Cosmologia como a ciência responsável pelo estudo não só da
evolução e origem do Universo, como também das maiores estruturas existentes nele. Com isso,
pertencente ao estudo maior da Cosmologia, encontra-se a Astronomia.
Teixeira et al. (2003) afirmam que Astronomia é a ciência que busca informações por meio
de investigações e análises espaciais dos fenômenos físicos relacionados à Terra e à sua atmos-
fera, estudando as origens e a evolução de todos os objetos que podem ser observados no céu,
em escala cosmológica.
Claretiano - Centro Universitário
36 © Fundamentos de Geologia
Esse fato pode ter ocorrido há 15 bilhões de anos, com um único ponto de partida no qual
toda a matéria e energia estariam reunidas, ocorrendo, assim, uma grande explosão denomina-
da Big Bang. A Figura 5 mostra a sequência de eventos no Big Bang.
Após essa grande explosão surgiram o espaço, o tempo e a energia universal e, em con-
sequência da expansão do espaço, surgiram as quatro forças fundamentais da natureza: Força
Eletromagnética, Força Nuclear Forte, Força Nuclear Fraca e Força Gravitacional (ANDERSON,
1989).
Ainda de acordo com Anderson (1989), posteriormente se deram as condições para a for-
mação de matéria e a consequente formação dos elementos químicos. As estrelas e as galáxias
formaram-se mais tarde e, devido ao resfriamento, a matéria agrupou-se em nuvens de gás,
conhecidas por nebulosas, que entraram em colapso, formando as primeiras estrelas.
A Figura 6 mostra um quadro esquemático dos eventos astronômicos com as respectivas
idades.
Sistema Solar
O Sistema Solar, com idade de 4,6 bilhões de anos, é formado pelo Sol (que pode ser con-
siderado uma estrela mediana composta por hidrogênio e hélio), planetas, satélites, asteroides
e cometas (TEIXEIRA et al., 2003).
Todos esses elementos formaram-se simultaneamente em termos de massa e volume to-
tal do Sistema Solar: o Sol corresponde a 99% da massa total, enquanto os outros corpos corres-
pondem a menos de 1%.
Veja na Figura 7 a composição do Sistema Solar.
7. TEMPO GEOLÓGICO
A Geologia é uma ciência de caráter estritamente histórico, que depende totalmente da
variável "tempo". Cabe ao geólogo não somente estudar os processos geológicos, como tam-
bém ordená-los no tempo, segundo uma cronologia própria do Planeta Terra, mediante regis-
tros em rochas e minerais.
A ordenação dos processos e eventos geológicos segue a padronização da escala do tem-
po geológico, aplicada em todos os países do mundo. A criação dessa escala foi baseada em
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 41
datações de rochas por métodos geocronológicos ou por datações de fósseis. Foram a partir
dessas datações que se chegou à idade de 4,56 bilhões de anos para o Planeta Terra.
As primeiras ideias de tempo, na Geologia, foram desenvolvidas por Nicolau Steno. Por
meio de observações feitas em rochas sedimentares, ele definiu três aspectos importantes para
o estabelecimento das idades desses materiais: o princípio da superposição, o princípio da ho-
rizontalidade original e o princípio da continuidade lateral das camadas.
No entanto, com o passar do tempo, esses princípios, que eram primordiais ao entendi-
mento evolutivo da formação das rochas, passaram a apresentar algumas incoerências. Surgiu,
então, a seguinte pergunta: onde se enquadram as rochas ígneas e metamórficas nessa ordena-
ção de eventos geológicos?
Hutton, em meados do século 18, criou o princípio das causas naturais, estabelecendo a
relação de discordâncias entre rochas, ou seja, durante a formação destas havia hiatos de tempo
na formação de uma para outra sequência de rocha, gerando novos questionamentos no pro-
cesso de constituição delas.
Atualmente, são conhecidos três tipos de discordâncias:
• Não conformidade.
• Discordância angular.
• Desconformidade.
Esses fatos são apenas exemplos da evolução do conhecimento geológico para a criação
da escala do tempo geológico. Em 2004 foi criado pela Comissão Internacional de Estratigrafia
da União Internacional das Ciências Geológicas o Quadro Estratigráfico Internacional, que apre-
senta a seguinte divisão: Eons, Eras, Períodos, Épocas e Idades.
São três Eons: Arqueozoico (4,56 b.a.), Proterozoico (2,5 b.a.) e Fanerozoico (545 m.a.).
Eon corresponde à maior subdivisão do tempo geológico, correspondendo em termos filosófi-
cos à eternidade ou ao mundo eterno.
O Eon Arqueozoico não apresenta subdivisões e corresponde ao Eon mais antigo na escala
do tempo geológico. É nesse Eon que se deu a formação das rochas graníticas mais antigas da
formação da crosta terrestre.
O Eon Proterozoico apresenta três subdivisões: Paleoproterozoico, Mesoproterozoico e
Neoproterozoico. Neste Eon ocorreram as formações das faixas móveis ou de dobramentos,
com as respectivas sequências de rochas metamórficas.
Por fim, o Eon Fanerozoico, que é o mais novo deles, dividido em três eras geológicas: Era
Paleozoica, Era Mesozoica e Era Cenozoica. Foi durante o Eon Fanerozoico que se formaram as
maiores bacias sedimentares do globo terrestre.
A Era Paleozoica é composta por seis períodos geológicos: Cambriano, Ordoviciano, Silu-
riano, Devoniano, Carbonífero (Mississipiano e Pensylvaniano) e Permiano. A Era Mesozoica,
compreende três períodos geológicos: Triássico, Jurássico e Cretáceo e a era Cenozoica é com-
posta pelo Terciário e pelo Quaternário.
O período Terciário, da Era Cenozoica, é dividido em dois subperíodos: Paleógeno (com-
posto pelas épocas Paleoceno, Eoceno e Oligoceno) e o Neógeno (composto pelas épocas Mio-
ceno e Plioceno). Por fim, o período Quaternário apresenta uma subdivisão em duas épocas:
Pleistoceno e Holoceno.
Em relação às idades, não entraremos em detalhes a respeito das subdivisões por não ser
necessário nessa escala de observação desse estudo. Observe a representação gráfica dessa
escala na Figura 8.
Crosta terrestre
A crosta terrestre corresponde à camada sólida mais externa do planeta Terra, sendo divi-
dida em duas porções: a crosta continental e a crosta oceânica.
A crosta continental apresenta espessura em torno de 30 km a 40 Km (crátons) e de 70 km
a 80 Km (cadeias montanhosas). A porção superior da crosta continental é composta por rochas
siálicas de caráter granítico e a porção inferior por rochas ferro-magnesianas de caráter básico.
Entre as duas porções da crosta continental ocorre a descontinuidade de Conrad, responsável
pela mudança de composição geral dos materiais geológicos ali presentes.
Na porção superior da crosta continental ocorrem os três grupos de rochas: ígneas, meta-
mórficas e sedimentares.
Já a crosta oceânica apresenta espessura média de 8 Km, é composta por rochas predomi-
nantemente vulcânicas máficas (ferro-manesianas) e ocorrência de delgadas camadas de sedi-
mentos inconsolidados na porção superior da região crustal.
Manto
O manto terrestre é a porção intermediária da estrutura geral do planeta, que apresenta
duas subdivisões: o manto superior e o manto inferior. Entre a crosta terrestre e o manto ocor-
re outra importante interface, a descontinuidade de Mohorovicic.
Claretiano - Centro Universitário
44 © Fundamentos de Geologia
O manto superior apresenta rochas conhecidas como ultramáficas, ou seja, rochas negras
compostas por minerais totalmente ferro-magnesianos. Essa porção mantélica ainda preserva
características de materiais sólidos, similares à composição da porção inferior da crosta conti-
nental e oceânica. A porção inferior do manto superior assume comportamento plástico dos
materiais.
O manto inferior apresenta características de uma zona composta por materiais em es-
tado plástico, ou seja, materiais não mais sólidos, e sim em estado dúctil, estado máximo de
deformação sem rompimento ou quebra de material. Além disso, apresenta características de
material pastoso quando sujeito a altas pressões e composição ferro-magnesiana.
No conjunto total apresentado até o momento, podemos agrupar as porções sólidas da
crosta terrestre com a porção superior do manto superior e denominar esse conjunto de Litos-
fera, isto é, a esfera rochosa ou sólida da Terra.
Núcleo
O núcleo terrestre também é divido em duas porções: o núcleo externo e o núcleo inter-
no. O conjunto dessas duas porções nucleares é separado das porções mantélicas, ou seja, das
porções que formam o manto como um todo, de acordo com a Descontinuidade de Gutenberg.
O núcleo externo é composto por uma liga metálica de ferro e níquel em estado de fusão
(material viscoso); já o núcleo interno apresenta caráter sólido composto pelo mesmo mate-
rial. Assim, acredita-se que, com a consolidação gradativa do núcleo externo, a tendência é o
aumento do núcleo interno. Observe a Figura 9, que traz um arranjo estrutural do Planeta Ter-
ra evidenciando as camadas principais com suas respectivas espessuras e as descontinuidades
presentes.
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 45
relativo entre a nave e os astronautas é praticamente nulo, fazendo que eles flutuem no interior
das aeronaves. Quanto mais nos afastamos da Terra, menor é a força gravitacional, ou seja, me-
nor é a ação do campo gravitacional terrestre exercida sobre o corpo.
Um conceito bastante importante no entendimento do equilíbrio geral das porções con-
tinentais siálicas sobre as porções ferro-magnesianas é o conceito de Isostasia, apoiado em
princípios hidrostáticos. A isostasia corresponde ao equilíbrio entre as porções rochosas conti-
nentais que flutuam e se apoiam nas porções mais densas do manto.
Da mesma forma que ocorre a força gravitacional na Terra, ocorre também a força eletro-
magnética. A Terra possui um campo magnético dividido em duas partes: o campo horizontal e
o campo vertical. Um exemplo bastante conhecido com relação à presença de um campo mag-
nético na Terra é o funcionamento das bússolas.
Uma das hipóteses de formação do campo eletromagnético terrestre fundamenta-se na
rotação da Terra entre as partes líquidas do núcleo e as partes sólidas do manto, compostas por
elementos químicos metálicos.
Mas qual é a finalidade do campo magnético?
O campo magnético serve como proteção contra os raios solares mais intensos, liberados
durante as erupções solares, evitando, assim, danos aos ecossistemas terrestres.
A região terrestre dominada pelo campo magnético é conhecida como Magnetosfera.
Outra ideia interessante é com relação ao paleomagnetismo, ou seja, as evidências mag-
néticas deixadas nas rochas em épocas remotas e passadas. As rochas preservam as caracte-
rísticas magnéticas em sua estrutura no momento de formação, por isso, elas servem como
ferramentas interpretativas para a remontagem da história magnética do planeta Terra.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir que tra-
tam da temática desenvolvida nesta unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho.
Se você encontrar dificuldades em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos
estudados para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que você faça uma revisão
desta unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a construção do conhecimento ocor-
re de forma cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas descobertas com os seus
colegas.
© U1 - Planeta Terra: das Origens à Estrutura Geológica Atual 47
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
3) a.
4) d.
5) a.
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você obteve conhecimentos sobre os objetivos, os ramos de atuação e por
que é necessário para você, futuro licenciado em Geografia, estudar e conhecer as Geociências.
Com isso, o desafio de situar nosso planeta numa escala de observação astronômica, co-
nhecer e saber quantificar o tempo geológico e compreender a estruturação do planeta Terra
são metas que já foram atingidas.
Por fim, vale destacar que os conceitos iniciais estudados servem de base teórica e concei-
tual para avançarmos a um entendimento em escalas menores de observação geológica.
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 5 Sequência de eventos no Big Bang. Disponíveis em: <http://www.lip.pt/~outreach/posters/9112020_3_pt.jpg>.
<http://www.vista-arts.com/media/images/immersive_images/vista_web_big_bang_1.jpg>. Acesso em: 21 out. 2011.
Figura 8 Escala do tempo Geológico. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/.../image032.jpg>. Acesso em: 25 out. 2007.
Site pesquisado
O GLOBO. Plutão perde status de planeta. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2006/08/24/285396239.asp>.
Acesso em: 21 out. 2011.