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Ep 45 Batismo não é

fim da Linha
“Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem
para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o
homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”.
I Samuel 16:7

O batismo é apenas o primeiro passo do novo discípulo. É a porta de entrada, a declaração


pública de que aceitou a morte de Cristo em seu favor. Mas o processo do discipulado não termina
aí. Na verdade, é apenas o início. O grande perigo que a igreja enfrenta, hoje, é crer que a obra do
discipulado terminou quando a pessoa se batiza.
Um discípulo somente pode ser feito por outro discípulo em um processo que tem início,
mas sem fim. O evangelismo público deve fazer parte do discipulado e não pode se separar do
trabalho do discipulador, mas não é o processo todo do discipulado. O máximo que se pode
fazer é ensinar a teoria do evangelho ao novo crente, apelar, insistir e convencê-lo a aceitar o
batismo. Um discípulo faz outro discípulo ao guiar e ensinar a caminhar com Jesus. Depois vem
a proclamação pública do evangelho que ajuda a tomar a decisão dos novos discípulos, mas não
substitui o trabalho pessoal.
Apesar disso, o novo discípulo é como uma criança que precisa crescer. O ensino não é um
evento que acontece em dois ou três meses, mas é um processo que dura toda a vida, através do
qual o novo discípulo vai aprendendo a caminhar com Jesus, refletindo cada dia o caráter de seu
Mestre. Este caminhar com Jesus não acontecerá a menos que o discípulo estude todos os dias
a Palavra de Deus, aprenda a orar em todo tempo e busque outra pessoa para discipular. “Todo
verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário. Aquele que bebe da água viva,
faz-se fonte de vida. O depositário torna-se doador. A graça de Cristo na alma é uma vertente no
deserto, fluindo para refrigério de todos, e tornando os que estão prestes a perecer, ansiosos de
beber da água da vida” (Ellen G. White, Desejado de Todas as Nações, pág. 195).
Nos tempos de Jesus, os discípulos andavam com Ele fisicamente. Hoje, não podemos mais
fazer isso. Entretanto, é possível seguir caminhando com Ele através da oração, do estudo da
Bíblia e do testemunho. Além disso, é bom lembrar que o ensinamento não se limita apenas ao
aspecto teórico da doutrina. O propósito do discipulado é fazer com que o caráter de Jesus seja
reproduzido no ser humano. “Jesus ensinou homens e mulheres com o propósito de despertar o
desejo para uma compreensão das coisas de Deus, para que pudessem contemplar a excelência
do caráter divino, e solicitar a justiça de Cristo, na qual podem permanecer aceitos perante do
Senhor Jeová” (Ellen G. White, Jesus Meu Modelo, Meditações Diárias, 2009, pág. 340).
Neste sentido, o discipulado é um compromisso com Cristo. Uma ideia, um pensamento, um
simples sistema doutrinário, um conhecimento intelectual da graça e do perdão não significam
necessariamente discipulado. Pelo contrário, o simples conhecimento teórico, apesar de ser parte
do discipulado, pode se tornar um inimigo do verdadeiro desenvolvimento em Cristo. Discipulado
é relacionamento diário que sai da maravilha das ideias e dos pensamentos e entra no terreno
doloroso de reservar um tempo todos os dias para passar com Jesus. Doloroso porque a natureza
pecaminosa não aprecia estar ao lado do Mestre. Ela é especialista em teoria, na aparência, no
aspecto exterior e visível das coisas, mas Deus não vê o que está diante dos olhos. (I Sm 16:7).
Para que a igreja seja capaz de ensinar,
deve primeiro viver a experiência da unidade.
Desapegados do egoísmo, os discípulos devem
caminhar com Cristo o caminho da renúncia e
do sacrifício; fronteiras, nacionalidades, cores e
regionalismos devem desaparecer de suas vidas.
De outro modo, como poderão ensinar? E sem
ensinar, como vão cumprir a missão? “Havia, nesses
primeiros discípulos, frisante diversidade. Eles
deviam ser ensinadores do mundo e representavam
amplamente variados tipos de caracteres. Para
conduzir com êxito a obra para a qual haviam sido chamados, esses homens, diferindo em
características naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sentimento, de
pensamento e ação. Esta unidade Cristo tinha por objetivo assegurar. Para alcançar esse fim, Ele
procurou mantê-los em união consigo próprio. A responsabilidade que Ele sentia em Sua obra
por eles é expressa em Sua oração ao Pai: “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim,
e Eu em Ti; que eles também sejam um em Nós” João 17:21” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos,
pág. 20).
Ore, hoje, clamando do Pai a bênção do batismo do Espírito Santo, para que a experiência dos
primeiros apóstolos seja a sua também, viver em unidade com Jesus e com os irmãos, da igreja
local, distrital, e em todo o mundo. Juntos somos mais fortes. Clame, busque e creia que Deus
dará para sua vitória e para a glória do reino dos céus.

Pr. Alejandro Bullón

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