Você está na página 1de 82

Resumos

Ginecologia e
Obstetrícia

LAGO 2021
Agradecimentos
Agradecemos a todos que colaboraram com realização do livro de resumos da
Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia (LAGO) da Universidade de Rio
Verde (UniRV) campus Formosa - GO.

Colaboradores
Diretores:
Jhonata Leonardo De Souza
Presidente - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Marcelo Henrique Vaz De Lima
Vice-Presidente - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Fernanda Alves dos Reis
Diretora de comunicação - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Fernando César Ribeiro De Carvalho
Diretor de ensino e extensão - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Gabriele Rodrigues Machado
Secretária - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Jéssica Araújo De Freitas
Diretora de pesquisa - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Thiago Rodrigo Soares
Tesoureiro - Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Ligantes:
Ana Carla Borges Lacerda
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Ayana Georgia Barros de Queiroz Teixeira
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Brenda de Sousa Oliveira
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Chrisna Mariana Luna Gomes
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Ellen Cristiny Ribeiro Silva
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Gabriella Alves de Lima Vieira
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Giovanna Alves de Lima Vieira
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Glória Edeni Dias Pereira Amorim
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Ítalo Corino Alves
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
João Vittor Fonseca Pio
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Letícia Freitas Machado
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Lorena Moitinho Leão Tanajura
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Mônica Alves Flor
Universidade de Rio Verde (UniRV) Formosa - GO
Sumário

Anatomia do sistema genital feminino................................................................1


Ciclo menstrual............................................................................................................2
Modificações fisiológicas da gestação..................................................................3
Sinais de Gravidez.......................................................................................................5
Anamnese ginecológica.............................................................................................6
Exame físico ginecológico.........................................................................................7
Anamnese obstétrica..................................................................................................8
Exame físico obstétrico.............................................................................................9
Gestação de alto risco..............................................................................................10
Partograma...................................................................................................................12
Tipos de parto..............................................................................................................13
Planejamento familiar..............................................................................................15
Pré-natal........................................................................................................................17
Semiologia das mamas.............................................................................................19
Câncer de mama.........................................................................................................25
Vaginismo.....................................................................................................................27
Anatomia das mamas...............................................................................................28
Covid-19 na gestação................................................................................................31
Colpocitologia.............................................................................................................38
Placenta prévia...........................................................................................................41
HPV.................................................................................................................................44
Mecanismo de parto.................................................................................................49
Amamentação.............................................................................................................50
Métodos contraceptivos..........................................................................................52
Colposcopia..................................................................................................................54
Climatério.....................................................................................................................56
Puerpério......................................................................................................................59
Endometriose..............................................................................................................62
Gravidez ectópica .....................................................................................................63
Alojamento conjunto...............................................................................................68
Tipos de pelve.............................................................................................................70
Atenção à vítima de violência sexual..................................................................72
Referências...................................................................................................................77
Anatomia do sistema
genital feminino
Pode ser dividido em: Trato genital superior - OVÁRIOS

Trato genital inferior (vulva e Tamanho e formato semelhante de uma


vagina); amêndoa
Trato genital superior (útero e Produzem os óvulos (células
cérvice, tubas uterinas e ovários). germinativas femininas)
Produzem os hormônios sexuais
Trato genital inferior - VULVA femininos

Se localiza na região externa que


inclui o monte pubiano, grandes
lábios, pequenos lábios, clitóris,
vestíbulo, bulbo vestibular e glândulas
de Bartholin.

Trato genital superior - TUBAS UTERINAS

Tem aproximadamente 10 cm de
comprimento
Conduzem o óvulo até chegar na cavidade
Trato genital inferior - VAGINA uterina
Local habitual de fertilização do óvulo

É um tubo musculomembranáceo Trato genital superior - ÚTERO


distensível
Sua extensão é do vestíbulo até o útero Órgão oco, com paredes espessas
Tamanho varia de 7 a 9 cm de
Local que o embrião e o feto se
comprimento
desenvolvem
Útero não grávido se localiza na pelve
menor
Corpo se posiciona sobre a bexiga urinária
Colo fica entre a bexiga urinária e o reto

1
Ciclo Menstrual
Conceito

As mulheres produzem os óvulos


em ciclos mensais
Duração média de 28 dias
(variação normal de 25-35 dias)
Esse ciclo é conhecido como ciclo
menstrual, pois apresenta um
período de 3 a 7 dias
sangramento uterino (conhecido Fase lútea
como menstruação) Transformação do folículo rompido em
corpo lúteo
Corpo lúteo secreta hormônios que
continuam a preparação para a gestação
Sem gestação, o corpo lúteo para de
funcionar após 2 semanas, sendo
reiniciado o ciclo ovariano

Pode ser dividido em:

Ciclo ovariano
Mudanças que ocorrem nos
folículos ovarianos
Ciclo uterino
Mudanças que ocorrem no
endométrio (revestimento
localizado no útero)
Ciclo uterino
Ciclo ovariano
Dividido em 3 fases:
Dividido em 3 fases: Menstruação
Fase folicular
Fase proliferativa
Primeira parte do ciclo
Endométrio produz nova camada de
Período de crescimento folicular no
células em antecipação a gestação
ovário
Duração variável de 10 a 21 dias
Fase secretora
Ovulação Após a ovulação, o corpo lúteo libera
Ocorre quando os folículos hormônios que transformam o endométrio
amadurecem espessado em uma camada secretora
Os ovários liberam o(s) ovócito(s) Sem gestação, as camadas superficiais
durante esse período secretoras são perdidas durante a
menstruação
2
Modificações fisiológicas
da gestação
Sistema esquelético

Relaxamento das articulações


(devido a relaxina - hormônio
produzido pela placenta)
Marcha anserina
Hiperlordose
Hipercifose
Sistema respiratório
Centro de gravidade desviado
para frente Hiperemia e edema da mucosa
nasal
Alterações anatômicas na caixa
torácica
Diminuição da amplitude de
movimento do diafragma
Diminuição da capacidade
pulmonar total

Sistema circulatório

Aumento do débito cardíaco


Aumento da volemia
Sistema digestório
Diminuição da resistência
vascular periférica
Diminuição da pressão arterial 1º trimestre: náuseas e vômitos
Início da gestação: ocorre (50 a 90%)
vasodilatação periférica Gengivas edemaciadas, com
Aumento das hemácias eritema e podendo ocorrer
Aumento dos fatores de sangramento
coagulação 1º e 2º trimestre: diminuição da
Diminuição dos níveis secreção gástrica
plaquetários TGI: fica atônico (podendo causar
20 semanas de gestação: útero constipação intestinal)
impede o retorno venoso pela Sistema endócrino
compressão da veia cava quando
está em decúbito dorsal
Diminuição dos hormônios TSH
(1º trimestre), PTH, LH e FSH 3
Aumento da Prolactina, T3 e T4 Estrias no abdome e também nas
livre, cortisol, relaxina, mamas
aldosterona, progesterona,
estrógeno, ACTH e ocitocina
(parto)
Ganho de peso
Sistema urinário

Aumento do fluxo plasmático


renal
Aumento da Taxa de Filtração
Glomerular (TFG)
Compressão da bexiga pelo útero
Rins deslocam-se para cima
Sistema tegumentar

Tubérculos de Montgomery

Linha nigra

Cloasma

Rede venosa de Haller

4
Sinais de Gravidez
Sinal de Osiander: Identificação de
Podem ser divididos em:
pulso na artéria vaginal

Sinais de presunção
Sinais de probabilidade
Sinais de certeza
Sinais de presunção

Atraso menstrual
Manifestações clínicas
Náuseas
Tonturas
Vômitos
Sonolência
Mudança de apetite
Aumento da frequência urinária Sinais de certeza
Modificações anatômicas
Aumento do volume das mamas
Presença dos batimentos
Hipersensibilidade nos mamilos
cardíacos fetais (BCF)
Tubérculos de Montgomery
Percepção dos movimentos fetais
Saída de colostro pelo mamilo
(de 18 a 20 semanas)
Coloração violácea vulvar
Ultrassonografia por via
Cianose vaginal e cervical
transvaginal: pode ser observado
Aumento do volume abdominal
o saco gestacional apenas 4 a 5
Sinais de probabilidade semanas gestacionais

Sinal de Hegar: amolecimento do


istmo uterino
Sinal de Pisckacek: Crescimento
assimétrico do útero no local da
implantação
Sinal de Nobile Budin:
Preenchimento do fundo
posterior pelo útero aumentado
de volume
Sinal de Kluge: Coloração
violácea da vagina
Sinal de Goodel: Amolecimento
do colo uterino
Sinal de Jacquemier ou
Chadwich: Coloração violácea da
vulva
Sinal de Hartmann: Sangramento
decorrente da implantação
endometrial 5
Anamnese ginecológica
Introdução Antecedentes gineco-obstétricos

A anamnese é um momento Menarca, telarca e pubarca


decisivo na consulta Início das relações sexuais
ginecológica, porque é quando DUM
começa o relacionamento Regularidade dos ciclos (duração
médico-paciente. É importante e quantidade do fluxo menstrual)
ter essa relação com a paciente Dor mamária
porque vai ser abordado sobre a Atrasos e alterações no padrão
sua intimidade. menstrual
Anticoncepção
identificação História obstétrica (número de
gestações, parto natural ou
Nome cesárea, abortos)
Idade Fluxos genitais (tipo de
Estado civil corrimento, com ou sem odor,
Grau de instituição coloração, prurido)
Naturalidade e procedência Vida sexual (atividade, libido,
Profissão dispareunia, vaginismo, DSTs)
Sintomas climatéricos (fogachos,
Queixa principal perda de libido)
Doenças (diabetes, hipertensão,
Anotar o motivo que levou a doenças cardiovasculares)
paciente a ir para a consulta (ex.: Queixas mamárias (dor, nódulos
dor pélvica, menstruação palpáveis)
irregular e entre outros) Queixas urinárias
Tratamentos ginecológicos
História da doença atual prévios (cirurgia)

Registro detalhado e cronológico


da queixa da paciente
Anotar:
Início
Características do sintoma
Fatores de melhora ou de piora
Evolução
Situação atual

Antecedentes familiares

História de câncer (mama, útero,


ovário e endométrio)
Diabetes
Hipertensão
Tromboembolismo
Osteoporose
6
Exame físico ginecológico
É importante sempre realizar o Lesões cutâneas
exame físico completo. No exame Palpação
ginecológico, é divido em três Inicio em região distante da zona
etapas sequenciais: exame das de dor
mamas, do abdome e da genitália Palpação superficial e profunda -
Exame das mamas avaliando: hiperestesia,
contratura, espessura da parede,
ruídos hidroaéreos, forma,
volume, mobilidade
Percussão
Investigar zonas de macicez e de
timpanismo
Ausculta
Inspeção estática Investigar a presença de ruídos
hidroaéreos e de sopros

Exame da genitália

Parte principal do exame


ginecológico
Inspeção estática Posição ginecológica
Inspeção: vulva, períneo e ânus
Exame especular: coletar
material para exame citológico
Toque vaginal: unidigital,
bidigital e combinado
Toque retal (é um exame
Palpação da axila opcional na avaliação dos órgãos
genitais internos)

Palpação da mama
Exame do abdome

Inspeção
Avalia:
Forma
Abaulamento
Umbigo
Pelos
Marcas e manchas
Circulação colateral
Movimentos e pulsações 7
Anamnese obstétrica
Identificação Sexualidade

Idade Início da atividade sexual


Cor Prática sexual na gestação atual
Naturalidade ou em gestações anteriores
Procedência Desejo sexual
Dispareunia
Dados sócio-econômicos Número de parceiros

Profissão/ ocupação Antecedentes obstétricos


Situação conjugal
Condições de moradia Gesta
Condições de saneamento Primigesta (primeira gestação)
Multigesta (várias gestações)
Antecedentes familiares
Para
Nulípara (nunca deu à luz)
Dando atenção para: Multípara (já deu à luz)
Hipertensão Número de abortamento
Tuberculose (espontâneo ou provocado)
Doenças congênitas
Hanseníase Antecedentes obstétricos
Diabetes
Câncer (principalmente de mama Número de filhos vivos
e de colo de útero) Intervalo entre as gestações
Intervalo entre a última gestação
Antecedentes pessoais
e a atual
Histórico de aleitamentos
Deve-se investigar: anteriores
Se fez alguma cirurgia (tipo e Idade da primeira gestação
data) Complicações nos puerpérios
Hipertensão arterial
Anemia Gestação atual
Diabetes
Alergias Hábitos: tabagismo, uso álcool ou
Cardiopatias de outras drogas
Doenças renais crônicas Data da Última Menstruação
(DUM)
Antecedentes ginecológicos Data Provável do Parto (DPP)
Gestação foi ou não desejada
DST (se realizou algum Sinais e sintomas
tratamento) Medicamentos usados na
Última colpocitologia oncótica gestação
Se fazia uso de métodos
anticoncepcionais
Cirurgias ginecológicas
Ciclos menstruais 8
Exame físico obstétrico
Inspeção

CABEÇA: Formação de lanugem,


cloasma
PESCOÇO: aumento da
circunferência do pescoço
Terceiro tempo: palpação da
(hipertrofia da tireoide)
parte inferior do abdome -
GLÂNDULA MAMÁRIA: aumento
apresentação fetal
do volume mamário, 16ª semana
- secreção de colostro, sinal de
Hunter, rede venosa de Haller e
tubérculos de Montgomery
ABDOME: globoso, linha nigra e
estrias
MEMBROS INFERIORES: comum Quarto tempo: identificar a
o aparecimento de edema no insinuação do polo cefálico
final da gestação Ausculta
APARELHO GENITAL EXTERNO:
pigmentação da pele Batimentos Cardiofetais (BCF):
Palpação Costumam ser percebidos na 20ª
semana com o uso do Pinard
Sonar Doppler - usado de 10 a 12
Altura uterina
semanas de gestação
Consistência uterina
Batimentos fetais: frequência que
Regularidade da superfície
oscila entre 110 a 160 bpm, com
uterina
média de 140 bpm
Conteúdo uterino
Palpação realizada através das Toque vaginal
manobras de Leopold-Zweifel
Manobras de Leopold Pode ser unidigital, bidigital (o
mais comum) ou manual
(realizado na mesa operatória)
Paciente - posição ginecológica
Avaliar volume uterino (quando
não é possível fazer palpação
abdominal)
Primeiro tempo: palpação do Utilizado para avaliar decurso do
fundo do útero - situação fetal trabalho de parto

Segundo tempo: palpação da


parede lateral do abdome -
orientação fetal
9
Gestação de alto risco
Definição Intervalo interpartal menor que
dois anos ou maior que cinco
Gestação de Alto Risco é “aquela anos;
na qual a vida ou a saúde da mãe Síndrome hemorrágica ou
e/ou do feto e/ou do recém- hipertensiva;
nascido têm maiores chances de Diabetes gestacional;
serem atingidas que as da média Cirurgia uterina anterior
da população considerada”. (incluindo duas ou mais cesáreas
anteriores).
Fatores de risco Condições clínicas preexistentes
Hipertensão arterial;
Características individuais e Cardiopatias;
condições sociodemográficas Pneumopatias;
Idade maior que 35 anos; Nefropatias;
Idade menor que 15 anos ou Endocrinopatias (principalmente
menarca há menos de 2 anos; diabetes e tireoidopatias);
Altura menor que 1,45m; Hemopatias;
Peso pré-gestacional menor que Epilepsia;
45kg e maior que 75kg (IMC30); - Doenças infecciosas (considerar a
Anormalidades estruturais nos situação epidemiológica local);
órgãos reprodutivos; Doenças autoimunes;
Situação conjugal insegura; Ginecopatias;
Conflitos familiares; Neoplasias.
Baixa escolaridade; Doença obstétrica na gravidez
Condições ambientais atual
desfavoráveis; Desvio quanto ao crescimento
Dependência de drogas lícitas ou uterino, número de fetos e
ilícitas; volume de líquido amniótico;
Hábitos de vida – fumo e álcool; Trabalho de parto prematuro e
Exposição a riscos ocupacionais: gravidez prolongada;
esforço físico, carga horária, Ganho ponderal inadequado;
rotatividade de horário, exposição Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
a agentes físicos, químicos e Diabetes gestacional;
biológicos nocivos, estresse. Amniorrexe prematura;
História reprodutiva anterior Hemorragias da gestação;
Abortamento habitual; Insuficiência istmo-cervical;
Morte perinatal explicada e Aloimunização;
inexplicada; Óbito fetal.
História de recém-nascido com
crescimento restrito ou Intercorrências clínicas
malformado;
Parto pré-termo anterior; Doenças infectocontagiosas
Esterilidade/infertilidade; vividas durante a presente
Nuliparidade e grande gestação (ITU, doenças do trato
multiparidade; respiratório,
toxoplasmose etc.);
rubéola,
10
Doenças clínicas diagnosticadas
pela primeira vez nessa gestação
(cardiopatias, endocrinopatias).
Qual o intuito da assistência pré-natal
de alto risco?

O intuito da assistência pré-natal


de alto risco é interferir no curso
de uma gestação que possui
maior chance de ter um
resultado desfavorável, de
maneira a diminuir o risco ao
qual estão expostos a gestante e
o feto, ou reduzir suas possíveis
consequências adversas.
A equipe de saúde que irá
realizar o seguimento das
gestações de alto risco deve levar
em consideração continuamente:
Avaliação clínica
História clínica detalhada +
avaliação de parâmetros clínicos
e laboratoriais = adequado
estabelecimento das condições
clinicas e a correta valorização de
agravos
Avaliação obstétrica
Ganho ponderal, pressão arterial
e crescimento uterino
Repercussões mútuas entre as
condições clínicas da gestante e a
gravidez
É de suma importância o
conhecimento das repercussões
da gravidez sobre as condições
clínicas da gestante
Parto
A decisão deve ser tomada de
acordo com cada caso e é
fundamental o esclarecimento da
gestante e sua família
Aspectos emocionais e
psicossociais
Há necessidade de equipe
multidisciplinar

11
Partograma
Definição

O partograma na avaliação e
documentação da evolução do
trabalho de parto é um
instrumento de importância
fundamental no diagnóstico dos
desvios da normalidade.
Para compreender a evolução do
trabalho de parto, é necessário o
conhecimento prévio da
fisiologia da dilatação cervical.
Quando bem utilizado, o
partograma permite diminuição
de intervenções desnecessárias e
contribui para melhores
desfechos obstétricos

Indicações

Acompanhar a evolução do TP
Documentar o TP
Diagnosticar alterações no TP
Indicar a tomada de condutas
apropriadas
Evitar intervenções
desnecessárias
A aplicação do partograma é
considerada parte das “boas
práticas” na assistência ao parto.
Nas cinco regiões brasileiras, o
uso do partograma ocorreu em
menos de 45% das parturientes.

Diagnóstico

Contrações uterinas regulares


que causam esvaecimento e
dilatação cervical, a partir de no
mínimo 5 cm de dilatação.
O partograma deve considerar a
fase ativa do trabalho de parto.

12
Tipos de parto
Vantagens para a mulher:
Introdução
Favorece uma recuperação mais
rápida e sem dores após o parto.
Conhecer melhor as
Permite a interação plena com o
características do parto normal e
bebê, desde o primeiro minuto
da cesariana ajuda a entender
do seu nascimento, favorecendo
quando cada um é mais indicado
a criação do vínculo.
e os benefícios e riscos
Reduz a probabilidade de repasse
envolvidos. Qualquer que seja a
de drogas para o bebê, pois,
modalidade de parto, é direito da
geralmente, a mulher não recebe
mulher que ele seja conduzido de
medicamentos no parto normal.
forma humanizada.
Vantagens para o bebê:
Todos os conceitos sobre
Ao passar pelo canal vaginal:
humanização do parto têm em
O tórax é comprimido,
comum o respeito à mulher como
favorecendo a expulsão do
protagonista do processo e o foco
líquido amniótico dos pulmões;
na saúde do bebê.
Acelera a maturidade pulmonar e
Algumas das condições para que
previne problemas respiratórios;
o parto e o nascimento sejam
Melhora o sistema neurológico;
considerados humanizados são:
Fortalece o sistema imunológico;
O ambiente deve permitir que a
O bebê nasce mais ativo e tem
mulher participe das decisões
mais chances de se alimentar
que dizem respeito a si e a seu
exclusivamente do leite materno
bebê;
sob livre demanda.
Todo o processo deve ser
colaborativo, envolvendo Cesariana
médicos obstetras, obstetrizes,
enfermeiras, doulas e outros Definição:
profissionais; É uma intervenção cirúrgica
A presença de acompanhante de realizada para retirar o feto
escolha da mulher, prevista em quando há algum fator que
lei, deve ser garantida; coloque em risco a saúde da
Os cuidados prestados pelos mulher, do bebê ou de ambos.
profissionais de saúde devem Quando optar pela cesariana?
estar baseados em evidências A cesariana deve ser realizada
científicas e serem compatíveis quando há risco de morte para a
com a cultura local. mãe, para o bebê ou para ambos,
como por exemplo, nos seguintes
Parto normal casos:
A localização da placenta impede
Definição: a saída do bebê (placenta prévia
Tem início de forma espontânea ou placenta acreta);
e o nascimento ocorre por via Mal formação genital;
vaginal. É um processo que Desproporção cefalopélvica com
respeita o momento certo de feto vivo;
nascimento da criança e acontece
da forma mais natural possível.
Prolapso de cordão umbilical;
13
Tumorações prévias (p. ex., O objetivo principal dos
miomas prévios, câncer cervical profissionais que atendem
invasivo); partos, e seguramente também
Descolamento prematuro da das mulheres que recebem seus
placenta com feto vivo; serviços, é o de se obter ao fim da
Apresentação pélvica (bebê está gestação, um recém-nascido
sentado) ou córmica (bebê está saudável, com plena
atravessado); potencialidade para o
Sofrimento fetal; desenvolvimento biológico e
Herpes genital ativo; psico-social futuro; e também
HIV com carga viral acima de uma mulher/mãe com saúde e
1.000 cópias. não traumatizada pelo processo
Vantagens e desvantagens para a de nascimento que escolheu e
mulher: que acabou de experimentar.
Em uma situação de risco, a
cesariana pode salvar a vida da
mulher.
No entanto, ela traz
consequências, que precisam
ser levadas em conta, como
por exemplo:
Dor mais intensa no pós-parto,
maior risco de infecção, maior
dificuldade e tempo de
recuperação;
Maior risco de hemorragia e
necessidade de transfusão de
sangue;
Maior chance de sequelas –
cicatrizes, aderências, lesões de
outros órgãos;
Maior chance de placenta prévia
em gestações posteriores;
Maior tempo de separação entre
mãe e bebê logo após o
nascimento;
Maior tempo de internação
hospitalar.
Vantagens e desvantagens para o
bebê:
Em uma situação de risco, a
cesariana pode salvar a vida do
bebê.
Mas, ao não passar pelo trabalho
de parto e pelo canal vaginal, ele
não tem acesso aos benefícios do
parto normal.

Lembre-se
14
Planejamento familiar
As áreas englobadas por ações
O que é planejamento familiar?
preventivas e educativas, com
garantia de acesso às
Conforme a lei federal 9.263/96, o
informações, meios, métodos e
planejamento familiar é direito
técnicas disponíveis incluem:
de todo o cidadão e se caracteriza
O auxílio à concepção e
pelo conjunto de ações de
contracepção;
regulação da fecundidade que
O atendimento pré-natal;
garanta direitos iguais de
A assistência ao parto;
constituição, limitação ou
Puerpério e ao neonato;
aumento da prole pela mulher,
O controle das doenças
pelo homem ou pelo casal.
sexualmente transmissíveis e;
Devem ser oferecidos todos os
Controle e prevenção do câncer
métodos e técnicas de concepção
de colo do útero, de mama e de
e contracepção cientificamente
pênis.
aceitos e que não coloquem em
risco a vida e a saúde das Como escolher o método contraceptivo?
pessoas, garantindo a liberdade
de opção. Na escolha do método
anticoncepcional, deve-se
A anticoncepção envolve: considerar:
A ESCOLHA DA MULHER, DO
ATIVIDADES EDUCATIVAS: HOMEM OU DO CASAL;
Oferecer os conhecimentos CARACTERÍSTICAS DOS
necessários para a escolha e MÉTODOS:
posterior utilização do método Eficácia: É a capacidade do
anticoncepcional mais adequado, método evitar gestações em
assim como propiciar o determinado período,
questionamento e reflexão sobre geralmente no decorrer de 1 (um)
os temas relacionados com a ano.
prática da anticoncepção, Efeitos secundários:
inclusive à sexualidade. Determinados métodos causam
ACONSELHAMENTO: mais efeitos adversos que outros,
Processo de escuta ativa no qual o/a usuário/a deve ser
individualizado e centrado no orientado corretamente a
indivíduo. respeito das diferenças de cada
ATIVIDADES CLÍNICAS: um. Além disso, o profissional de
Devem ser realizadas levando-se saúde deve estar capacitado para
em conta que todo e qualquer prevenir e tratar tais efeitos,
contato que a mulher venha a ter assim como avaliar o risco que o
com os serviços de saúde deve uso de determinados métodos
ser utilizado em benefício da possa acarretar à saúde.
promoção, proteção e Aceitabilidade: Aceitação,
recuperação da sua saúde. confiabilidade, motivação para o
uso e uma correta orientação do
Ações preventivas e educativas profissional de saúde são
importantes fatores para o 15
sucesso do método. Muitas vezes, FATORES INDIVIDUAIS E
a inadaptação psicológica e SITUACIONAIS RELACIONADOS
cultural de determinado método AOS USUÁRIOS DO MÉTODO:
pode ser a maior causa de Condições econômicas
desaprovação ou mudança para Estado de saúde
outro método. Características da personalidade
Disponibilidade: O acesso de da mulher e/ou do homem
forma gratuita dos métodos são Fase da vida
condições fundamentais para sua Padrão de comportamento
escolha. Isso é importante sexual
considerando que grande parte Aspirações reprodutivas
da população não tem condição Fatores outros, como medo,
de pagar pelo método. Quando a dúvidas e vergonha
oferta do método não está
Inclui esterilização cirúrgica:
disponível, é importante
considerar o seu custo, avaliando
A lei de planejamento familiar
a possibilidade do/a usuário/a
também estabelece as regras de
arcar com ele.
esterilização cirúrgica, o qual é
Facilidade de uso: Deve ser feito
um método irreversível:
um adequado suporte do
“Somente podem submeter-se a
profissional de saúde, acerca da
ela homens e mulheres com
utilização do método de escolha,
capacidade civil plena e maiores
para uma melhor efetividade de
de vinte e cinco anos de idade ou,
uso.
pelo menos, com dois filhos
Reversibilidade: O ideal é que os
vivos, desde que observado o
métodos sejam completa e
prazo mínimo de sessenta dias
imediatamente reversíveis, e que
entre a manifestação da vontade
uma vez interrompido seu uso,
e o ato cirúrgico, período no qual
haja recuperação total da
será propiciado à pessoa
fertilidade de acordo com a faixa
interessada acesso a serviço de
etária.
regulação da fecundidade,
Proteção às infecções
incluindo aconselhamento por
sexualmente transmissíveis: É
equipe multidisciplinar, visando
importante a estimulação da
desencorajar a esterilização
dupla proteção, ou seja,
precoce;”
prevenção simultânea das
As únicas formas aprovadas para
doenças sexualmente
esterilização são a laqueadura
transmissíveis, inclusive a
tubária e a vasectomia, não
infecção pelo HIV/ AIDS, e da
sendo permitida sua realização
gravidez indesejada. É de
pela retirada do útero ou dos
fundamental importância que os
ovários.
profissionais de saúde
conversem com o indivíduo ou
casal sobre DST e AIDS,
promovendo uma percepção
quanto a necessidade de sua
proteção, contribuindo a adesão
ao uso do preservativo.
16
Pré-natal
A assistência pré-natal engloba
Exames Complementares:
aplicação individualizada de
condutas clínico-obstétricas
Urina (exame simples de urina
protocolares ao longo de todo o
[EAS] e cultura para rastrear
período gestacional.
bacteriúria assintomática);
Primeira Consulta: Grupo sanguíneo e fator Rh (para
identificar a mulher Rh
A consulta inicial deve ser no 1o negativa);
trimestre; e, em virtude da grande Hemograma completo (para
quantidade de informações, pode rastrear anemia).
ser necessária outra consulta Reações sorológicas: sífilis
inicial. (VDRL), toxoplasmose, HIV,
Na primeira consulta pré-natal, é hepatite B (HBsAg);
necessário considerar: Rastreamento de clamídia e
Data da última menstruação gonococo.
(DUM), para o cálculo da idade da Consultas Subsequentes:
gravidez e da provável época do
parto Ultrassonografia de 1o As consultas subsequentes serão
trimestre (11-13+6 semanas – mensais até 32 semanas; quinzenais,
época ideal: 12 semanas). A de 32 a 36 semanas; e semanais, de
ultrassonografia de 1º trimestre 36 semanas até o parto;
pode ser transvaginal ou A cada consulta, serão avaliados:
transabdominal peso, PA, batimentos cardiofetais
No 1º trimestre, estima-se a idade (BCF) e fundo do útero;
da gravidez pela medida do 20 a 24 semanas: ultrassonografia
comprimento cabeça-nádega abdominal morfológica, para avaliar
(CCN) do embrião, com precisão as estruturas fetais, localizar a
de ± 5 a 7 dias. Após 14 semanas, a placenta e o cordão umbilical;
idade da gestação é calculada pela avaliar o Doppler das artérias
medida do diâmetro biparietal uterinas e medir a circunferência
(DBP) ou do comprimento do abdominal (CA) para rastrear o
fêmur (CF), com precisão de ± 10 a crescimento intrauterino restrito
14 dias (CIR) placentário precoce.
Teste de sexagem fetal, realizado a Aconselha-se, nessa oportunidade,
partir de 9 semanas da gravidez, é medir o colo uterino por
o teste-padrão no sangue materno ultrassonografia transvaginal,
por meio da técnica de biologia visando à predição do parto pré-
molecular (PCR). O exame baseia- termo;
se na identificação de partes do 24 a 28 semanas: teste oral de
cromossomo Y do feto tolerância à glicose de 75 g para o
Peso e pressão arterial (PA) diagnóstico de diabetes melitos
Ausculta fetal com o sonar gestacional (DMG);
Doppler é positiva entre 10 e 12 26 a 32 semanas: a grávida deve ser
semanas; com o estetoscópio de conscientizada do significado do
Pinard, somente com 20 semanas movimento fetal;
17
28 semanas: deve-se repetir a
dosagem da hemoglobina e deve-
se repetir o VDRL;
32 a 36 semanas: deve-se medir a
CA;
35 a 37 semanas: cultura
vaginorretal para estreptococo
do grupo B
36 semanas: deve-se determinar
a posição fetal; para fetos em
apresentação pélvica
(confirmada pela
ultrassonografia), é preciso
oferecer a versão externa;
41 semanas: deve-se propor o
descolamento das membranas e a
indução do parto.

Higiene no pré-natal:

Asseio corporal: A gestação não


contraindica o banho diário e
outras medidas de higiene
pessoal;
Vestuário: As roupas devem ser
folgadas, confortáveis e
compatíveis com o clima; quando
há grande desenvolvimento
mamário, o uso de sutiã é
obrigatório;
Trabalho: A atividade doméstica
ou profissional, desde que não
exagerada, é permitida. No
último mês, recomenda-se a
interrupção das atividades fora
de casa;
Atividade sexual: Nos casos de
gravidez normal, fica a critério
do casal; na ameaça de
abortamento e de parto pré-
termo, deve ser evitada.

Vacinação:

18
Semiologia das mamas
Sobre: certas patologias são mais
frequentes em jovens, enquanto
outras são apanágios de pessoas
A Semiologia Mamária compreende
mais idosas. Desta forma o sexo e a
um conjunto de procedimentos
idade são fatores de risco para o
que visam um diagnóstico do que é
câncer de mama. A etnia, local de
normal e do que é patológico, a
nascimento e nacionalidade devem
partir de interpretações de
ser anotados. Formas de se entrar
sintomas e sinais obtidos através
em contato com a paciente, tais
da anamnese e do exame físico.
como endereço, telefone e e-mail,
Apesar de a mama ser órgão de
devem ser anotadas e atualizadas
superfície, sua palpação nem
periodicamente.
sempre é fácil, exigindo do
Queixa Principal (QP): deve-se
examinador conhecimento e
caracterizar a queixa da paciente
experiência. As características do
deforma clara. Vale lembrar que
tecido glandular e do tecido
entre as queixas mais frequentes
gorduroso sofrem modificações
em mastologia estão dor, nódulos,
com a faixa etária e com o estado
fluxo papilar, alterações de
fisiológico da mulher. Diversas
desenvolvimento, presença de
situações podem alterar a relação
lesões não palpáveis, alterações na
entre estes elementos, tais como a
pele, no complexo aréolo-papilar e
gestação e o uso de medicamentos,
na cadeia linfática.
tornando mais difícil o exame
História Pregressa Da Moléstia
adequado e dificultando a
Atual: A QP deve ser muito bem
percepção de pequenos nódulos.
explorada, com determinação do
Dividimos, didaticamente, a
tempo de duração, sintomas
semiologia mamária em Exame
associados, se o motivo da queixa
Clínico e Exames Complementares.
foi percebido pela própria paciente
O Exame Clínico engloba a
ou se foi referida por outro médico.
Anamnese e o Exame Físico.
Procura-se ainda nesta fase da
consulta, investigar hábitos e estilo
Anamnese: de vida, como hábito de
vestimenta, de atividade física;
verifica-se também a repercussão
Identificação: deve-se identificar
da queixa mamária sobre o perfil
a paciente pelo nome completo,
psíquico da paciente, como o
evitando-se usar abreviações. O
relacionamento socioafetivo, o
sexo deve ser anotado, pois
medo de câncer, de mutilação e de
homens apresentam também
sofrimento, pois são fatores
alterações benignas e malignas. A
importantes para a avaliação do
data da consulta deve ser
quanto a queixa mamária possa
fielmente anotada. Do mesmo
estar influenciando o
modo, a data do nascimento e a
comportamento da paciente. As
idade da paciente devem ser
queixas mais frequentes devem ser
criteriosamente anotadas, pois
bem investigadas.
19
Algumas queixas merecem idade da telarca (início do
atenção, como: desenvolvimento mamário) e
Nódulos mamários: investigar forma de desenvolvimento.
criteriosamente a queixa, Verifica-se ainda o número de
definindo se é nódulo único ou se mamas, anotando qualquer
são múltiplos, se afeta mama referência a mama
direita ou esquerda, qual o supranumerária e local da
quadrante afetado, se apresentou mesma. Alterações de
ou não evolução (crescimento), desenvolvimento do tecido
forma de crescimento (lento ou mamário (hipotrofia) também são
rápido), se sofre ou não influência causas frequentes de consultas.
do ciclo menstrual. O tamanho Deve-se interrogar sobre a forma
deve ser muito bem definido, com das mamas e sua simetria,
mensuração de pelo menos dois lembrando que cerca de 75% das
diâmetros, bem como sua vezes as mamas esquerdas são
mobilidade ou se é fixo, podendo levemente maiores que as mamas
estar aderido a planos profundos direitas, fato muitas vezes sem
ou à pele. Os contornos mamários representação clínica alguma,
devem ser conferidos, referindo mas que quando acentuada pode
se há ou não abaulamento, ser queixa importante. Deve-se
retração ou edema cutâneo, ainda, frente à queixa de
anotando-se com cuidado o local assimetria mamária, investigar
mamário acometido no deformidades do tórax
prontuário. (articulação costo-esternal) e
Fluxo papilar: quando fora do também da coluna (escolioses).
período lactacional, deve ser vem A avaliação da pele da mama
esmiuçado, pois pode ser também deve ser feita,
manifestação clínica de patologia interrogando sobre modificações
mamária e extra mamária (tumor recentes, pois muitas vezes pode
de hipófise). Assim questiona-se representar a manifestação
se o fluxo é espontâneo ou se só é clínica mais visível de patologia
obtido após a expressão. É muito mamária. Desta forma, sinais
importante a caracterização do como manchas, hiperemia,
lado afetado (direito ou esquerdo), aumento da temperatura, edema
ou se bilateral. Da mesma forma cutâneo, aumento da pilosidade e
devemos verificar com critério o sua distribuição devem ser
número de ductos secretores verificados. Interrogamos ainda
(uniductal ou multiductal) de cada sobre o aparecimento de nódulos
mama. O volume da secreção deve cutâneos, presença de orifícios
ser verificado, bem como suas fistulosos e características da
características quanto a coloração secreção, presença de feridas e
(láctea, hialina, serosa, sero- úlceras mamária. Deve-se ainda
hemática, sanguinolenta, averiguar a vascularização e seu
purulenta, ocre, esverdeada), e padrão de distribuição.
também quanto a sua consistência Quanto ao complexo aréolo-
(espessa, fluída, caseosa, oleosa). papilar, deve-se questionar sobre
Alteração do desenvolvimento o número, forma, forma da papila
mamário: deve-se questionar a (bipartido, umbelicado),
dimensões tanto da aréola e da
20
papila, simetria com a mama contra- Antecedentes Familiares Mamários:
lateral, coloração, presença de lesões procura-se sempre identificar
como infecções descamação, patologias mamárias em parentes,
ulceração, nodulação, crostas. levando em consideração o grau de
Investigar se há queixa de dor, parentesco com a paciente em
prurido, queimação ou ardor. questão. Ter em mente que o
É necessário, também, investigar e diagnóstico de câncer da mama em
questionar possibilidade de trauma parentes de primeiro grau confere
mamário, e se presente, a data do maior risco. A caracterização da
mesmo, o tipo de trauma (contuso, patologia que afetou o parente, se
perfurante ou cortante), o local do benigno ou maligno e a idade em que
trauma, repercussões imediatas e ocorreu o evento (pré ou pós
tardias, bem como tratamentos menstrual) é fundamental,
feitos e resultados. ressaltando que quanto mais jovem a
Antecedentes Pessoais Mamários: é paciente, maior o risco relativo para
fundamental o questionamento de os parentes. Deve-se caracterizar o
exames anteriores, anotando se tipo de tratamento instituído e
possível, a data, os diagnósticos e resultados obtidos. Deve-se ainda
tipos de tratamentos realizados. investigar históricos de tumores
Anotar exames complementares benignos e malignos de outras
como mamografias, ultrassom, bem origens.
como intervenções cirúrgicas
mamárias comas respectivas datas e Exame Físico:
diagnósticos e resultados obtidos.
Deve ser realizado em ambiente
Anotar local e tipo de cicatrizes nas
adequado, confortável para a paciente
mamas. É preciso verificar, também,
e para o examinador e a boa
se a paciente tem o hábito de fazer o
iluminação é fundamental. Para a
autoexame e forma de se fazer o
realização do exame físico, a paciente
autoexame. Deve-se ainda investigar,
deve estar vestida apenas com avental
com a maior acurácia possível, o
de fácil remoção, despindo-se de sutiã,
histórico menstrual, como data da
camisa ou blusa. O exame físico
menarca, a data da menopausa, o
mamário é dividido em três etapas
padrão dos ciclos menstruais, o uso
distintas, quais sejam: inspeção
de hormônios e indicações, se
(estática e dinâmica), palpação
possível caracterizando datas e doses
(cadeias linfáticas, mamas e outras
e resultados. Por fim, deve-se
estruturas) e terminamos com a
interrogar sobre número de partos e
expressão mamária.
tipo dos mesmos, a data do primeiro
Inspeção Estática: para esta etapa do
parto, a ocorrência de abortos, a
exame físico, a paciente deverá estar
idade em que ocorreu, idade
em posição ortostática ou sentada,
gestacional na interrupção da
com os braços soltos ao longo do
gravidez. Averiguar sobre a lactação,
corpo. Lembrar que nas pacientes com
esmiuçando o número de vezes que
mamas muito volumosas, e/ou muito
lactou, as datas e duração das
flácidas, devemos elevá-las para
lactações. Investigar possíveis
melhor visualização do pólo inferior e
complicações e intercorrências, tais
sulco inframamário. Em relação às
como fissuras, estases, inflamações,
mamas, deve-se observar o número de
infecções, abscessos e fístulas.
mamas, localização, forma, volume,
contornos (abaulamentos e retrações) 21
mamários que estejam aderidos a esta
e também a simetria. Em relação à pele, estrutura.
deve-se observar a cor, brilho, presença
de cicatrizes, vascularização e
distribuição dos vasos, pêlos, edema
cutâneo e lesões (úlceras e feridas). Em
relação ao complexo aréolo-mamilar
(CAM),avalia-se a forma, dimensões,
simetria, características da pele e
retração. Devem-se observar ainda A terceira manobra utilizada implica que a
eventuais alterações do tórax(cifoses, paciente estenda os braços e flexione o
escolioses e defeitos das articulações tronco anteriormente, de modo que as
costoesternal) e da cintura escapular. mamas fiquem pêndulas .Aqui devemos
observar se há limitação da movimentação
dos membros superiores, se há edema dos
mesmos e a presença de escápula alada,
principalmente em pacientes submetidas à
cirurgia prévia. Toda e qualquer alteração
observada durante a realização desta etapa
deve ser meticulosamente anotada.

Inspeção Dinâmica: esta etapa do exame


físico é feita com a paciente na mesma
posição anteriormente descrita, e engloba
três manobras distintas que visam
mobilizar a glândula mamária sobre a
parede torácica. Primeiramente pedimos Palpação: realizamos em dois tempos
que a paciente eleve progressivamente os distintos ,quais sejam: palpação das
braços, que devem estar estendidos, com cadeias ganglionares e a palpação das
o objetivo de tornar tenso apele e mamas, sempre bilateralmente. Iniciamos
ligamentos de Cooper. a palpação pelas cadeias ganglionares
cervicais e supra-claviculares. Para a
palpação destas cadeias, preferimos nos
posicionar de frente para a paciente,
porém há quem prefira estar posicionado
atrás da mesma.

Na sequência pedimos que a paciente


coloque as mãos na cintura e faça
compressão, ou com os braços na frente
do tórax, comprima a palma da mão Na sequência, palpa-se as cadeias infra-
esquerda contra a palma da mão direita. O ganglionares e finalmente as cadeias
objetivo desta manobra é contrair o axilares.
músculo peitoral maior, o que pode
realçar eventuais nódulos
22
sistematizada, de forma suave e deve
abranger toda a extensão mamária.
Deve-se utilizar a ponta e a polpa digital
dos dedos indicadores, médios, anulares
e mínimos.

Para a palpação da cadeia linfática axilar


direita, deve-se deixar o braço direito da
paciente solto ao longo do corpo, ou
apoiado ou sustentado pelo braço
direito do examinador, enquanto com a
mão esquerda, este faz a palpação. Para Movimentos de dedilhamento, de
a cadeia linfática do lado esquerdo, massagem e de deslizamento das mãos
inverte-se o braço de apoio e a mão que podem aumentar a sensibilidade do
palpa, ou seja, mão direita palpa axila examinador, como também a pressão
esquerda e mão esquerda palpa axila variável sobre as mamas. Para a
direita. Deve-se observar a presença de descrição mais acurada do local onde a
gânglios, localização dos mesmos, alteração se encontra na mama,
tamanho, consistência, mobilidade, dividimos a mama em quatro
relação entre si, aderência a planos quadrantes, direitos ou esquerdos, quais
profundos e eventuais ulcerações. sejam: Quadrante súperolateral (QSL),
quadrante ínfero lateral (QIL),
quadrante súpero medial (QSM) e
quadrante ínfero medial (QIM). Alguns
consideram ainda um quinto quadrante
que seria o quadrante central (retro-
areolar). Além destas informações, a
descrição da lesão pode ser feita de
forma bastante precisa tomando-se
como referência um mostrador de
Na palpação das mamas, lembrar que relógio e a distância do CAM onde está a
este tempo implica no exame da região lesão
que tem como limites a clavícula, o
sulco infra-mamário, alinha axilar
posterior, a linha médio-esternal e o
prolongamento axilar.
Durante esse momento, a paciente deve
estar em decúbito dorsal, de forma que
toda a mama se distribua sobre a parede
torácica. Os braços devem estar
elevados com as mãos atrás da nuca. Expressão: terminamos a palpação com
Deve-se colocar um coxim embaixo do a expressão das mamas, bilateralmente.
dorso (espádua) correspondente à Deve-se fazer ordenha, de forma firme,
mama que se palpa. Preconizamos porém delicada. Os movimentos devem
iniciar a palpação pela mama “sadia”, ser abrangentes, estendendo-se da base
palpando a mama afetada após, e da mama até o CAM e deforma radiada.
sempre comparando os achados. A Caso ocorra a descarga papilar, devemos
palpação deve ser sempre observar sua
23
característica (líquida, oleosa ou
pastosa), coloração (hialina, leitosa,
sanguinolenta ou escura), volume,
número de ductos excretores,
bilateralidade e a presença de ponto
gatilho, ou seja, ponto que ao ser
tocado produz derrame papilar

Gravidez: durante a gravidez as


mamas sofrem considerável variação
em volume e, às vezes em forma,
devido ao grande estímulo hormonal
decorrente da gestação. Pode ocorrer
dolorimento e aumento da
consistência do parênquima mamário.
As aréolas apresentam pigmentação,
tornando-se mais escuras, sofre
alargamento de seu diâmetro e há
maior proeminência dos tubérculos de
Montgomery, que são glândulas
sebáceas presentes na aréola. A rede
venosa superficial sofre dilatação e é
chamada de rede venosa de Haller. Em
consequência do aumento de volume,
pode ocorrer o aparecimento de
estrias cutâneas. Da mesma forma, a
presença de colostro pode ser
verificada, com aumento do volume à
medida que a gravidez avança.

24
Câncer de mama
Definição Ter feito reposição hormonal pós-
menopausa, principalmente por mais
de cinco anos;
É uma doença resultante da
Genéticos
multiplicação de células anormais da
História familiar de câncer de mama e
mama, que forma um tumor com
ovário, principalmente em parentes
potencial de invadir outros órgãos. Há
de primeiro grau antes dos 50 anos
vários tipos de câncer de mama.
Alteração genética: A mulher que
Alguns se desenvolvem rapidamente e
possui esses fatores genéticos tem
outros não. A maioria dos casos tem
risco elevado para câncer de mama.
boa resposta ao tratamento,
principalmente quando diagnosticado Sinais e sintomas
e tratado no início.
Caroço (nódulo), geralmente indolor;
Epidemiologia Quais são os sinais e sintomas do
câncer de mama? Alterações no bico
O câncer de mama representa cerca de do peito (mamilo);
1/3 dos cânceres em mulheres e perde Pele da mama avermelhada, retraída
apenas para o câncer de pulmão como ou parecida com casca de laranja;
a principal causa de morte por câncer Pequenos nódulos na região embaixo
em mulheres. A taxa de incidência do dos braços (axilas) ou no pescoço;
câncer de mama é a maior de todos os Saída de líquido anormal das mamas.
tipos de câncer. O risco aumenta com OBS.: Ao identificar uma massa
uma história familiar positiva e o uso dominante na mama, deve-se cogitar
de hormonoterapia. a existência de um carcinoma e
Apesar de ser predominantemente em realizar biopsia para diagnóstico
mulheres cerca 1% dos casos ocorrem tecidual. Cerca de 30 a 40% das lesões
em homens. consideradas malignas ao exame
clínico são benignas ao exame
Fatores de risco histológico; por outro lado, 25% das
lesões com aparência clínica benigna
mostram-se malignas quando
Ambientais
biopsiadas.
Obesidade e sobrepeso
principalmente após a menopausa Rastreamento
Sedentarismo (não fazer exercícios)
Consumo de bebida alcoólica Todas as mulheres,
Exposição frequente a radiações independentemente da idade, podem
ionizantes (Raios-X) conhecer seu corpo para saber o que é
Hormonais e o que não é normal em suas mamas.
Primeira menstruação (menarca) A maior parte dos cânceres de mama é
antes de 12 anos; descoberta pelas próprias mulheres.
Não ter tido filhos;
Autoexame
Primeira gravidez após os 30 anos;
Não ter amamentado;
Atualmente não se recomenda o
Parar de menstruar (menopausa) após
autoexame das mamas como técnica a
os 55 anos;
ser ensinada às mulheres para
rastreamento do câncer de mama. 25
Grandes estudos sobre o tema Mamografia de rastreamento - exame
demonstraram baixa efetividade e de rotina em mulheres sem sinais e
possíveis danos associados a essa sintomas de câncer de mama – é
prática. Entretanto, a postura atenta recomendada na faixa etária de 50 a 69
das mulheres no conhecimento do seu anos, a cada dois anos. Fora dessa
corpo e no reconhecimento de faixa etária e dessa periodicidade, os
alterações suspeitas para procura de riscos aumentam e existe maior
um serviço de saúde o mais cedo incerteza sobre benefícios.
possível – estratégia de Permite identificar melhor as lesões
conscientização – permanece sendo mamárias em mulheres após a
importante para o diagnóstico menopausa. Antes desse período, as
precoce do câncer de mama. mamas são mais densas e a
A mulher deve ser estimulada a sensibilidade da mamografia é
conhecer o que é normal em suas reduzida, gerando maior número de
mamas e a perceber alterações resultados falso-negativos (resultado
suspeitas de câncer, por meio da negativo para câncer em pacientes
observação e palpação ocasionais de com câncer) e também de falsos-
suas mamas, em situações do positivos (resultado positivo para
cotidiano, sem periodicidade e técnica câncer em pacientes sem câncer), o
padronizadas como acontecia com o que gera exposição desnecessária à
método de autoexame. radiação e a necessidade de realização
Como pode ser feito? de mais exames.
Deitada - Coloque a mão direita atrás O Ministério da Saúde recomenda
da cabeça. Deslize os dedos indicador, contra o rastreamento com
médio e anelar da mão esquerda mamografia em mulheres com menos
suavemente em movimentos de 50 anos (recomendação contrária
circulares por toda mama direita. forte: os possíveis danos claramente
Repita o movimento utilizando a mão superam os possíveis benefícios).
direta para examinar a mama O rastreamento com mamografia,
esquerda. mesmo na faixa etária recomendada,
De pé, diante do espelho - Inspecione implica em riscos que precisam ser
as mamas com os braços abaixados ao conhecidos pelas mulheres. O
longo do corpo. Levante os braços e rastreamento pode identificar
coloque as mãos na cabeça. Fique cânceres de comportamento
atenta se ocorre alguma mudança no indolente, que não ameaçariam a vida
contorno das mamas ou nos mamilos. da mulher e que acabam sendo
Repita a observação, colocando as tratados (sobrediagnóstico e
mãos na cintura e apertando-a. sobretratamento), expondo-a a riscos
Observe se há qualquer alteração. Por e danos associados.
último, esprema o mamilo de maneira As mulheres devem ser orientadas
delicada e veja se sai secreção. sobre riscos e benefícios do
Importante que alterações na pele, no rastreamento mamográfico para que
bico do seio, a presença de nódulos possam, em conjunto com o médico,
espessamentos e de secreções decidir sobre a realização dos exames
mamárias não significam de rotina e exercer sua autonomia.
necessariamente a existência de um OBS: A mamografia para avaliar uma
tumor. alteração suspeita na mama é
chamada de mamografia diagnóstica e
Mamografia
poderá ser feita em qualquer idade.
26
Vaginismo
Pensamentos negativos em relação ao
Definição
sexo.
Ter outras causas de dispareunia.
O vaginismo é uma disfunção sexual
que assola mulheres com vida sexual Tratamento
ativa. É caracterizado por uma série
de espasmos e contrações Depende da sua origem.
involuntárias da vagina, que acabam Secura vaginal: lubrificantes,
por causar muita dor e desconforto reposição hormonal ou um maior
durante as relações sexuais que essa tempo nas preliminares pode ajudar.
mulher pode ter. Infecção ginecológica: como
Ainda não se sabe, exatamente, quais candidíase, o tratamento deve ser
são as causas do vaginismo, embora feito de forma a tratar o germe
seja dada uma ênfase aos problemas causador da inflamação.
psicológicos, como abusos e traumas Quando não existe uma causa clara
vividos no passado. para a dor durante o sexo, a origem
provavelmente está em fatores
Causas psicológicos.
Transtornos psiológicos: a educação
Não se sabe exatamente por que o sexual da paciente, medidas de
vaginismo acontece. Em geral, ele é prevenção, exercícios próprios para a
um reflexo adquirido, que costuma musculatura pélvica, modificação
estar ligado à transtornos de comportamental, apoio emocional e,
ansiedade e/ou ao medo de ter às vezes, medicamentos.
relações sexuais. Mas nem sempre fica Na maioria das vezes, a dispareunia
claro o que veio primeiro, o vaginismo tem cura, é preciso apenas paciência e
ou a ansiedade. tratamento adequado, o que costuma
Algumas mulheres têm vaginismo em ser obtido com ginecologistas
todas as situações e com qualquer especializados em problemas sexuais.
objeto que penetre a vagina, seja o
pênis do parceiro, um absorvente
interno, um supositório vaginal ou o
espéculo do ginecologista. Outras
apresentam vaginismo em algumas
circunstâncias, mas não em todas.
Geralmente, a penetração sexual e o
exame ginecológico são os fatores
mais relacionados ao vaginismo.

Algumas situações que podem


desencadear o vaginismo são:
Ter tido uma primeira relação sexual
muito dolorosa.
Achar que a vagina é muito pequena
para o pênis do parceiro.
Histórico de abuso sexual.
Medo de engravidar
27
Anatomia das mamas
O corpo da mama fica apoiado sobre
Mamas
um leito que se estende
transversalmente da margem lateral
As mamas são estruturas bilaterais
do esterno até a linha axilar média e
superficiais proeminentes na parede
verticalmente da costela II a VI. Dois
anterior do tórax, sobretudo nas
terços do leito são formados pela
mulheres. São formadas por tecido
fáscia peitoral sobre o músculo
glandular e tecido fibroso de
peitoral maior, o outro terço, pela
sustentação integrados a uma matriz
fáscia que cobre o músculo serrátil
adiposa, junto com vasos sanguíneos,
anterior.
vasos linfáticos e nervos.
Uma pequena parte da glândula pode
As glândulas mamárias são glândulas
se estender em direção a fossa axilar,
sudoríparas modificadas que se
formando um processo axilar (cauda
localizam na tela subcutânea, sobre os
de Spence).
músculos peitorais maior e menor.
A fixação da mama à derme
Cada mama apresenta uma pequena
sobrejacente é feita por condensações
projeção cônica, a papila mamária,
de tecido conectivo fibroso, os
onde os ductos lactíferos das
ligamentos suspensores da mama (de
glândulas subjacentes se abrem. A
Cooper).
papila é circundada por uma área
Na puberdade, as mamas
pigmentada e circular, a aréola. As
normalmente aumentam de tamanho,
papilas, diferentemente da aréola, não
devido o desenvolvimento glandular
possuem tecido adiposo ou glândulas
e, principalmente, pelo aumento da
sudoríparas, sendo formadas
deposição de gordura.
principalmente por fibras musculares
A mama, na gravidez, é preparada
lisas circulares.
para a amamentação sob a ação de
Nas mulheres, as glândulas mamárias
diferentes hormônios. Os mais
são as responsáveis por produzir o
importantes são o estrogênio,
leite (lactação), indispensável para o
responsável pela ramificação dos
desenvolvimento da criança. Nos
ductos lactíferos, e o progestogênio,
homens são estruturas rudimentares
pela formação dos lóbulos.
e não funcionais, pois, normalmente,
não há desenvolvimento do sistema Tecido glandular da mama
glandular.

Mamas femininas

Mulheres adultas possuem, em cada


mama, entre 15 e 25 lobos mamários,
que são glândulas túbulo-alveolares
constituídas, cada uma, por 20 a 40
28
lóbulos. Estes, por sua vez, são As veias que drenam a mama são
formados por 10 a 100 alvéolos. paralelas às artéria e drenam
Envolvendo os alvéolos, estão as principalmente para a veia axilar, mas
células mioepiteliais, responsáveis há alguma drenagem para a veia
pela ejeção láctea. O leite produzido torácica interna.
nos alvéolos é levado até o mamilo por
uma rede de ductos. Os ductos que
deixam os lóbulos convergem
formando um único ducto lactífero
para cada lobo mamário, cada ducto
tem uma parte dilatada,
profundamente à aréola, o seio
lactífero, com saída independente na
papila.

Vasculatura da mama
Sobre a drenagem linfática da mama:
A linfa passa da papila, da aréola e dos
A irrigação e drenagem da mama pode lóbulos da glândula mamária para o
ocorrer por múltiplas vias. plexo linfático subareolar, desse
A irrigação arterial da mama provém plexo:
de: A maior parte da linfa (>75%),
Ramos mamários mediais de ramos sobretudo dos quadrantes laterais,
perfurantes e ramos intercostas drena para os linfonodos axilares. A
anteriores da artéria torácica interna, linfa dos linfonodos axilares drena
originados da artéria subclávia; para os linfonodos claviculares
Artéria torácica lateral e (infraclaviculares e supraclaviculares)
toracoacromial, ramos da artéria e daí para o tronco linfático subclávio;
axilar; e A maior parte da linfa remanescente,
Artérias intercostais posteriores, sobretudo dos quadrantes mediais da
ramos da parte torácica da aorta no 2º, mama, drena para os linfonodos
3º e 4º espaços intercostais. paraesternais ou para a mama oposta,
enquanto a linfa dos quadrantes
inferiores flui profundamente para os
linfonodos abdominais.

29
Nervos da mama

Os nervos da mama derivam dos


ramos cutâneos anteriores e laterais
dos 4º – 6º nervos intercostais.
Conduzem fibras sensitivas da pele da
mama e fibras simpáticas para os
vasos sanguíneos nas mamas e
músculo liso na pele e papila mamária
sobrejacentes

30
Covid-19 na gestação
nasal ou ocular) da pessoa suscetível.
Epidemiologia
Contato indireto: quando o indivíduo
suscetível toca objetos ou superfícies
O comportamento da COVID-19 é
contaminadas por gotículas
distinto nos diversos países do
respiratórias, e em seguida, toca o
mundo;
rosto, boca, nariz ou olhos
A incidência e mortalidade são
(transmissão por fômites).
distintas nas diversas regiões do
Transmissão materno-fecal
Brasil;
A transmissão vertical pode ocorrer
O Sistema de Vigilância do Ministério
por via transplacentária, durante o
da Saúde tem monitorado óbitos de
parto e durante a amamentação. A
gestantes e puérperas em decorrência
capacidade de transmissão do SARS-
da COVID-19 no Brasil;
CoV-2 pelo sangue ainda é incerta.
De acordo com o Boletim
Viremia transitória e com baixa carga
Epidemiológico Especial, a incidência
viral em 1% dos pacientes
de síndrome respiratória aguda grave
sintomáticos, sugerindo que via
(SRAG) em gestantes foi 0,9% e
placentária de transmissão viral seja
ocorreram 199 óbitos por SRAG em
provável, mas não frequente.
gestantes. Em 135 (67,8%) desses
O aleitamento materno tem sido
óbitos, a SRAG foi causada por SARS-
discutido, em função de fragmentos
CoV-2.
encontrados de RNA viral por RT-
Destaca-se que 56,3% das gestantes
qPCR em algumas amostras de leite
que morreram estavam no 3º
em mulheres infectadas pelo SARS-
trimestre de gestação e 65 gestantes
CoV-2. Porém na etapa de isolamento
(48,1%) apresentavam pelo menos um
do vírus no leite, não foram
fator de risco ou comorbidade
encontrados vírus viáveis capazes
associada (Boletim Epidemiológico
para a replicação e capazes de causar
Especial - Doença pelo Coronavírus
infecção.
Covid-19.
A OMS compreende que os benefícios
Das gestantes que evoluíram para
do aleitamento materno superam
óbito por SRAG por Covid-19, 74
largamente o baixo risco de
(54,8%) foram internadas em UTI.
transmissão vertical.
Destas, 54 (73,0%) fizeram uso de
suporte ventilatório invasivo.
Prevenção
Formas de transmissão Baseia-se em isolamento de casos e
Saliva e secreções respiratórias: contatos, distanciamento social, uso
A transmissão pode ocorrer pelo contato de máscaras e práticas de higiene,
direto, indireto ou próximo de pessoas abrangendo etiqueta respiratória e
infectadas por meio da saliva e secreções lavagem correta das mãos com água e
respiratórias expelidas com tosse, sabão.
espirros, fala ou canto. Casos de sintomas gripais e/ou
Contato direto: secreções respiratórias respiratórios, recomenda-se o
expelidas por indivíduo infectado contêm isolamento tanto para a pessoa
gotículas e aerossóis contaminadas, que sintomática quanto para aqueles que
residem no mesmo endereço, ainda
transportadas pelo ar, podem alcançar a
mucosa (oral, que estejam assintomáticos 31
Profissionais de saúde dias. São sintomas comuns:
Higiene das mãos antes da colocação e Febre, tosse, dor de garganta, perda de
remoção dos equipamentos de olfato (anosmia) e diarreia, além de
proteção individual e do exame de coriza, perda de paladar (ageusia), dor
cada paciente muscular (mialgia), dor nas
Recomenda-se a proteção com articulações (artralgia), dor de cabeça
máscara cirúrgica dentro do ambiente (cefaleia), dor abdominal e vômitos
assistencial e hospitalar Estágio II: comprometimento
Quadro clínico e critérios de gravidade pulmonar, causando dispneia.
A minoria dos infectados evolui para
Quadro clínico essa fase
As manifestações clínicas em grávidas Essa progressão é observada entre o 7º
infectadas são variáveis, procedendo e 10º dia de evolução, sendo
de estado assintomático a quadros importante o monitoramento da
graves e potencialmente fatais gestante nesse período
Quando há presença de sintomas, eles Estágio III: pacientes que
refletem predominantemente o desenvolvem a resposta
acometimento do trato respiratório hiperinflamatória
ou a resposta sistêmica e infecção. Necessita de cuidados de unidade
Sintomas gastrointestinais também intensiva
podem serem observados Apresentam elevada taxa de
A COVID-19 pode ser dividida em três mortalidade
estágios de acordo com a evolução e Posto que a COVID-19 é uma doença
gravidade da doença polimorfa, a presença ou combinação
de um desses sintomas deve levantar
suspeita
Critérios de gravidade
A identificação precoce da gravidade
da doença em gestantes ou puérpera
possibilita o início de medidas
adequadas, de acordo com os
protocolos institucionais ou nacionais
Classificação da COVID-19 segundo a
gravidade, recomendada pelo
Ministério da Saúde

O período de incubação varia de 2 a 14


dias (média de 5 dias)
Estágio I: início dos sintomas, que
corresponde à fase de replicação viral,
se estendendo por um período de 7
32
A partir da determinação da gravidade gestantes e puérperas
do estado da gestante, o profissional Obesidade, diabetes e doença
de saúde pode utilizar o Escore de cardiovascular são as principais
Alerta Precoce, como ferramenta de comorbidade associadas à óbitos
apoio à decisão maternos, decorrente de complicações
Dois ou mais sinais de alerta amarelo cardiopulmonares e falência de
ou um ou mais sinais de alerta múltiplos órgãos relacionados à
vermelho, assim como aquelas com Covid-19
síndrome respiratória aguda grave Há poucos dados relacionados a
(SRAG), têm risco aumentado de infecção por SARS-CoV-2 no primeiro
evolução desfavorável, devendo trimestre gestacional
receber cuidado diferenciado. A hipertermia, que é frequente, pode
alterar a organogênese e aumentar o
risco de anomalias congênitas
Repercussões do Covid-19 para o feto:
Aumento da prematuridade (principal
desfecho);
Restrição fetal (entre 7% a 10%);
Há relatos de óbito fetal nas séries
descritas na literatura, porém sem
comprovação precisa de associação do
óbito com a infecção;
A maioria dos recém-nascidos (RN) de
mães infectadas é assintomática

Diagnóstico laboratorial da infecção


pela SARS-CoV-2
Morbidade obstétrica e perinatal
É importante considerar a fase clínica
Gestantes infectadas por SARS-CoV-2 da infecção em que a paciente se
têm maior chance de hospitalização, encontra, para melhor definição dos
admissão em unidade intensiva e exames.
ventilação mecânica. Teste de biologia molecular
É possível que as alterações gravídicas É utilizado para o diagnóstico o RT-
afetem a resposta imunológica. qPCR (reação em cadeia da polimerase
As taxas de parto pré-termo e mediada pela transcriptase reversa),
cesariana são elevadas em grupo de no qual detecta fragmentos de RNA do
gestantes infectadas. SARS-CoV-2
Taxas de prematuridade e de É realizado a partir da coleta de swab
cesariana variam entre 30% a 80% de nasofaringe isolado ou combinado
Febre e hipoxemia podem aumentar o com swab orofaríngeo
risco de trabalho de parto prematuro, Pode ser utilizado um único swab para
rotura prematura de membranas e as duas coletas
comprometimento de bem-estar fetal Optando-se por apenas um local de
Maior probabilidade de anestesia coleta, a preferência é a parte
geral com intubação orotraqueal, seja posterior da nasofaringe
pelo comprometimento respiratório As coletas devem ser realizadas, de
materno, seja pela indicação de parto preferência, entre o 3º e 7º dia após os
de emergência inícios dos sintomas, período de
melhor desempenho do teste
Literatura sugere maior risco de
eventos tromboembólicos nas A sensibilidade varia de 60% a 95%, e a 33
especificidade atinge 100%
Testes sorológicos
Detectam a presença de anticorpos
específicos ou de pool de anticorpos
em amostra sanguínea
IgM: marcador de fase aguda da
infecção
Exames de imagem no diagnóstico da
IgG: marcador de exposição mais
infecção pelo SARS-CoV-2
tardia
A tomografia computadorizada é
IgM é detectado após o 7º dia do início
considerada como padrão de
dos sintomas, negativando,
referência para diagnosticas as
posteriormente, em torno do 21º dia.
alterações pulmonares decorrentes da
Portanto é indicado apenas nesse
Covid-19
período
O exame radiológico simples também
Em média, a partir do 14º após o início
pode ajudar no diagnóstico do quadro
dos sintomas, as provas que aferem a
pulmonar e muitas vezes é o exame
presença da IgG ficam positivas
disponível no local de atendimento
Segundo as literaturas, a sensibilidade
Tanto para a realização do RX de tórax
dos testes sorológicos para o
como para tomografia em gestante,
diagnóstico da Covid-19 varia de 77 a
não se deve esquecer os princípios
87%, e a especificidade varia de 85 a
clássicos de radioproteção ao feto,
87%
notadamente a proteção do abdômen
Testes para identificação de antígenos
materno com avental de chumbo
Vantagem: fornecer o diagnóstico com
mais rapidez Manejo e tratamento farmacológico
Nos primeiros dias após o início dos de gestantes e puérperas com
sintomas (aproximadamente 1 a 5 COVID- 19
dias), proteínas virais (antígenos) são
O tratamento da Covid-19 durante a
produzidas e podem ser detectadas
gravidez foi pouco estudado, devido a
por diferentes testes, a exemplo do
não inclusão de gestantes em ensaios
ELISA, imunofluorescência,
clínicos por razões de segurança e,
imunocromatografia e até por testes
consequentemente, medicamentos
rápidos
que podem ser eficazes na população
No entanto, a dinâmica de produção e
em geral não podem ser usados em
secreção dessas proteínas ainda não
mulheres grávida devido ao
foi totalmente estabelecida, refletindo
desconhecimento dos efeitos
no fraco desempenho desses testes até
colaterais nesse grupo.
o momento

34
mínimo entre os exames.
Complicações específicas podem
requerer repetições em intervalos
menores, ou mesmo a adição de
outros exames laboratoriais ou de
imagem.
Gestantes internadas em enfermarias:
Repetição a cada 72 horas com exceção
do LDH (semanal), D-Dímeros
(admissão e na alta hospitalar),
ferritina (apenas na admissão) e
gasometria arterial (apenas na
admissão e repetir se houver piora
respiratória).
Gestantes internadas em UTI:
▪ Gasometria arterial: diariamente
▪ Ureia, creatinina, sódio e potássio,
TGO e TGP: a cada 48 horas
▪ Hemograma, Proteína C reativa, TP
e TTPa, LDH: a cada 72 horas
▪ D-Dímeros: apenas na admissão e
na alta hospitalar. Repetir se piora
clínica.
Exames laboratoriais: ▪ Ferritina: apenas na admissão e se
A maioria dos casos leves pode ser houver piora clínica.
manejada ambulatoriamente e não
requer a realização de exames Vigilância fetal na COVID-19
complementares rotineiramente. Para
casos moderados ou graves, admitidos O efeito da infecção na gravidez ainda não
em enfermaria ou UTI, recomenda-se está totalmente esclarecido. Em diversas
a realização dos seguintes exames na literaturas, é relatado maior risco de parto
admissão: prematuro (cerca de 25-30%) e de
▪ Hemograma resultados fetais/neonatais adversos nos
▪ Creatinina e uréia casos graves (RCIU, morte fetal/neonatal,
▪ Sódio e potássio sintomas graves ao nascer).
▪ TGO e TGP Mecanismos potenciais incluem:

▪ LDH

Alterações placentárias
▪ Proteína C reativa

Doenças respiratória maternas
▪ TP e TTPa Que podem levar à insuficiência
▪ D-dímeros placentária, oligoâmnio, RCIU e
▪ Ferritina sofrimento/ morte fetal
▪ Gasometria arterial Os critérios de vigilância fetal devem ser
▪ Rx de tórax AP no leito realizados no sentido de verificar o
crescimento fetal, o oligoâmnio e a
O monitoramento diário por exames
laboratoriais é desnecessário e a sua insuficiência placentárias, após a detecção
repetição deve ser baseado na e cura da Covid-19 em gestantes. Nos
evolução clínica e comorbidades. casos graves, a preocupação com a
De acordo com a gravidade de vitalidade fetal acompanha o quadro
gestante, internada em enfermaria ou materno.
UTI, recomenda-se um intervalo Assim, nos casos de seguimento pós-
35
Covid-19, o ideal será, quando ou que teve contato domiciliar com
disponível, a realização de US pessoa com síndrome gripal ou
obstétrico mensal, e somente se infecção respiratória comprovada por
indicará maior número de exames se SARS-CoV-2 nos últimos 10 dias
for identificada alguma alteração. ▪ Manter distância de, no mínimo, um
Quando não disponível, ressaltar a (1) metro entre o leito da mãe e berço
importância da medida manual do RN
seriada do fundo uterino. ▪ A mãe deve usar máscara cobrindo o
Nos casos de internação hospitalar, nariz e boca
pela gravidade do quadro materno, o ▪ Higienizar mãos e mamas e
estudo da vitalidade fetal deverá ser desinfetar as superfícies compartilhas
diário, lançando mão de US, Doppler e ▪ Manter o alojamento conjunto
cardiotocografia. privativo com características de
isolamento
Aleitamento materno e COVID-19
▪ Caso a mãe esteja na UTI e deseja
amamentar, recomenda-se que seu
A prática do aleitamento materno é
leite seja extraído e oferecido ao RN
fundamental na saúde e bem-estar da
por uma pessoa saudável.
criança nos primeiros anos de vida,
II. Puérperas com COVID-19 e
fortalecendo o sistema imunológico da
clinicamente estáveis com RN
criança e a protegendo diversas
assintomático
patologias, como doenças respiratórias
e gastrointestinais, além de oferecer
▪ Devem ficar em isolamento
privativo e manter distância, de no
melhor desenvolvimento cognitivo.
mínimo, um (1) metro entre o leito da
É importante ressaltar que a prática da
mãe e o berço, nos intervalos das
amamentação é fundamental para
mamadas
mãe, uma vez que reduz risco doenças
crônicas e de câncer de ovário, mama e
▪ Devem ser orientadas a realizar
higienização das mãos por, pelo
endométrio, além de garantir
menos, 20 segundos antes de pegar no
satisfação emocional.
RN ou de manipular mamadeiras e
Até o momento, a recomendação é
bombas de leite, quando for necessário
privilegiar o aleitamento natural, com
liberação da prática de amamentação,
▪ Devem usar máscaras cobrindo o
nariz e boca durante todo o tempo
sob medidas que garantam a proteção
da mãe e do RN.
▪ Podem solicitar ajuda de alguém que
esteja saudável para ofertar o leite
Medidas preventivas gerais para
materno em colher ou copinho ao RN
pacientes assintomáticos:
▪ Orientar o uso de máscara cobrindo
▪ Após a mamada, os cuidados com o
RN devem ser feitos por outra pessoa
o nariz e boca durante todo o tempo de
que não tenha sintomas ou que não
amamentação
▪ A máscara deve ser trocada em caso
esteja confirmada com Covid-19
▪ Em caso de troca de fraldas, antes ou
de espirro ou tosse ou a cada nova
após a mamada, a mãe deve usar luvas
mamada
▪ Evitar falar durante as mamadas
cirúrgicas, quando possível
▪ Evitar que o bebê toque o rosto da
III. Puérperas
clinicamente
não estáveis
mãe, especialmente boca, nariz, olhos e
cabelos
▪ Devem aguardar a melhora clínica
para proceder à amamentação
Medidas de orientação
aleitamento frente à Covid-19
para
▪ O leite deverá ser ordenhado pela
equipe assistencial
I. Parturiente com sintomas de gripe
36
Doação do leite humano
▪ Não deve ser indicada para
mulheres com sintomas de síndrome
gripal, infecção respiratória ou
confirmação de SARS-CoV-2 até 10
dias após o início dos sintomas ou
diagnóstico confirmado
▪ Mães saudáveis, com contactantes
apresentando síndrome gripal, casos
suspeitos ou confirmados de SARS-
CoV-2, não devem ser doadoras de
leite humano
▪ Assim que a mãe for considerada
curada, a doação de leite humano
poderá ser retomada.

37
Colpocitologia
É um teste realizado para detectar idade e que nunca se submeteram ao
alterações nas células do colo do exame citopatológico, deve-se realizar
útero. Este exame também pode ser dois exames com intervalo de um a
chamado de esfregaço cervicovaginal três anos. Se ambos os exames forem
e colpocitologia oncótica cervical. O negativos, essas mulheres podem ser
nome “Papanicolaou” é uma dispensadas de exames adicionais.
homenagem ao patologista grego Técnica
Georges Papanicolaou, que criou o
método no início do século. Esse Para a coleta do material, é
exame é a principal estratégia para introduzido um instrumento
detectar lesões precocemente e fazer chamado espéculo na vagina;
o diagnóstico da doença bem no início, O médico faz a inspeção visual do
antes que a mulher tenha sintomas. interior da vagina e do colo do útero;
Orientações necessárias A seguir, o profissional provoca uma
pequena escamação da superfície
Para garantir um resultado correto, a externa e interna do colo do útero
mulher não deve ter relações sexuais com uma espátula de madeira e uma
(mesmo com camisinha) nos dois dias escovinha;
anteriores ao exame; As células colhidas são colocadas
Evitar também o uso de duchas, numa lâmina para análise em
medicamentos vaginais e laboratório especializado em
anticoncepcionais locais nas 48 horas citopatologia.
anteriores à realização do exame.
É importante também que não esteja
menstruada, porque a presença de
sangue pode alterar o resultado.
Recomendações

Os dois primeiros exames devem ser


realizados com intervalo anual e, se
ambos os resultados forem negativos, os
próximos devem ser realizados a cada 3
anos.
O início da coleta deve ser aos 25 anos de
idade para as mulheres que já tiveram
ou têm atividade sexual. O rastreamento
antes dos 25 anos deve ser evitado. Os
exames periódicos devem seguir até os
64 anos de idade e, naquelas mulheres
sem história prévia de doença
neoplásica pré-invasiva, interrompidos
quando essas mulheres tiverem pelo Adequabilidade da amostra
menos dois exames negativos
consecutivos nos últimos cinco anos. Amostra insatisfatória para avaliação
Para mulheres com mais 64 anos de É considerada insatisfatória a amostra 38
cuja leitura esteja prejudicada pelas
razões expostas abaixo, algumas de Situações especiais
natureza técnica e outras de
Gestantes
amostragem celular, podendo ser
Gestantes têm o mesmo risco que não
assim classificada.
gestantes de apresentarem câncer do
1. Material acelular ou hipocelular
colo do útero ou suas lesões
(<10% do esfregaço).
precursoras. Apesar de a JEC no ciclo
2. Leitura prejudicada (>75% do
gravídico-puerperal encontrar-se
esfregaço) por presença de sangue,
exteriorizada na ectocérvice na maioria
piócitos, artefatos de dessecamento,
das vezes, o que dispensaria a coleta
contaminantes externos ou intensa
endocervical, a coleta de espécime
superposição celular.
endocervical não parece aumentar o
Recomendações:
risco sobre a gestação quando utilizada
O exame deve ser repetido em 6 a 12
uma técnica adequada.
semanas com correção, quando
Recomendações: O rastreamento em
possível, do problema que motivou o
gestantes deve seguir as
resultado insatisfatório.
recomendações de periodicidade e
Amostra satisfatória para avaliação
faixa etária como para as demais
Designa amostra que apresente
mulheres, devendo sempre ser
células em quantidade representativa,
considerada uma oportunidade a
bem distribuídas, fixadas e coradas, de
procura ao serviço de saúde para
tal modo que sua observação permita
realização de pré-natal.
uma conclusão diagnóstica.
Mulheres na pós-menopausa
Células presentes na amostra
Mulheres na pós-menopausa, sem
Podem estar presentes células
história de diagnóstico ou tratamento
representativas dos epitélios do colo
de lesões precursoras do câncer de colo
do útero:
▪ Células escamosas.
uterino, apresentam baixo risco para
▪ Células glandulares (não inclui o
desenvolvimento de câncer
Recomendações: Mulheres na pós-
epitélio endometrial).
▪ Células metaplásicas.
menopausa devem ser rastreadas de
acordo com as orientações para as
Recomendações para conduta inicial
demais mulheres. Se necessário,
frente aos resultados alterados de
proceder à estrogenização previamente
exames citopatológicos nas unidades
à realização da coleta.
de atenção básica.
Histerectomizadas
O rastreamento realizado em mulheres
sem colo do útero devido à
histerectomia por condições benignas
apresenta menos de um exame
citopatológico alterado por mil exames
realizados.
Recomendações: Mulheres submetidas
à histerectomia total por lesões
benignas, sem história prévia de
diagnóstico ou tratamento de lesões
cervicais de alto grau, podem ser
excluídas do rastreamento, desde que
apresentem exames anteriores
normais.
39
Em casos de histerectomia por lesão
precursora ou câncer do colo do útero,
a mulher deverá ser acompanhada de
acordo com a lesão tratada.
Mulheres sem história de atividade
sexual
Considerando os conhecimentos
atuais em relação ao papel do HPV na
carcinogênese do colo uterino e que a
infecção viral ocorre por transmissão
sexual, o risco de uma mulher que não
tenha iniciado atividade sexual
desenvolver essa neoplasia é
desprezível.
Recomendações: Mulheres sem
história de atividade sexual não
devem ser submetidas ao
rastreamento do câncer do colo do
útero.

40
Placenta prévia
(placentites), a ruptura de lagos
Definição: venosos e a manipulação intravaginal
ou retal. Portanto, diante da suspeita
A placenta prévia ou precedente é
ou diagnóstico de placenta prévia, são
aquela que está implantada no
contraindicados os toques vaginal e
segmento inferior do útero,
retal.
dificultando, em maior ou menor
grau, a passagem do feto pelo canal de Sintomas:
parto.
Os sintomas da placenta prévia
Epidemiologia: costumam surgir nas grávidas que
chegam à segunda metade da gravidez
É encontrada em aproximadamente 1
ainda com uma placenta com inserção
para 200 nascimentos. A incidência é
baixa. Nestes casos, até 80% das
muito maior na idade materna
gestantes apresentam pelo menos um
avançada, na multiparidade (1 para
episódio de sangramento vaginal
20nascimentos) e nas mulheres com
indolor. O sangramento vaginal
cicatrizes uterinas prévias, como as
provocado pela placenta prévia
cesarianas ou mesmo por
costuma ser vermelho vivo. O volume
traumatismos endometriais.
de sangue perdido varia de pequeno a
Fisiopatologia: grande. Em geral, o sangramento para
espontaneamente, sem a necessidade
O segmento inferior uterino, durante de nenhum tratamento específico. No
a gestação e nas primeiras eleves entanto, quase sempre ele retorna
contrações, se torna fino e alargado, dias ou semanas depois.
ao contrário da parte superior que se
Classificação:
retrai com as contrações. Quando a
superfície de adesão placentária está
Teoricamente, diferentes classificações
no segmento inferior uterino, com o
clínicas de placenta prévia já foram
início das contrações, a placenta não
propostas e todas levam em conta a
se dilata, separando-se do tecido
localização da borda placentária em
subjacente que forma sua base.
relação ao orifício cervical interno.
Durante a gestação ou mais tarde no
Praticamente, a precisa localização da
período de dilatação do parto, temos
placenta prévia tem importância na
como consequência o desprendimento
definição da via de parto. Nos dias
dessa parte da placenta, com
atuais, a ultrassonografia transvaginal
hemorragia na zona do lóbulo
nos permite a localização precisa em
desprendido pela abertura do espaço
quase 95% dos casos:
interviloso, fluindo sangue materno.
Placenta prévia total: ocorre em
Raras vezes, encontramos
aproximadamente20% dos casos,
rompimento das vilosidades
obstruindo totalmente o orifício
coriônicas com perda de sangue do
cervical interno.
feto, que pode ocasionar sua morte
por hemorragia (choque pós-
hemorrágico do recém-nascido).
Outras causas de sangramento na
placenta prévia são as infecções 41
Placenta prévia parcial: obstrui parte
do orifício cervical interno.
Conduta:
Classicamente seu diagnóstico só
É dependente do tipo de localização
poderá ser realizado com a dilatação
da placenta prévia, volume da
cervical de 3 a 4 cm.
hemorragia materna, idade
gestacional e vitalidade fetal. Toda
gestante com sangramento e suspeita
diagnóstica de placenta prévia deverá
ser hospitalizada. A conduta será
conservadora com a recomendação de
repouso e reposição das perdas
maternas, se necessário, com o intuito
de levar a gestação até o termo ou o
mais próximo possível dele.
É recomendado administrar
corticoide entre 24 e 34 semanas de
gestação. Os cuidados maternos serão
em relação a tipagem sanguínea,
Implantação baixa da placenta: a
anemia e provas de coagulação. Em
borda placentária está ao nível do
relação ao feto, os cuidados sobrea
segmento inferior do útero, distando
vitalidade e a maturidade se fazem
de 4 a 10 cm do orifício cervical
imperativos. A antecipação do parto
interno (dependendo da idade
será de acordo com os resultados
gestacional).
desses cuidados. Qualquer episódio de
sangramento pré-parto deverá ser
tratado com a administração de uma
dose de imunoglobulina Rh em
mulheres fator Rh negativo.
A via de parto dependerá das
condições maternas e fetais. A via
vaginal é preferencial nas placentas
prévias marginais ou placentas baixas,
com a indicação de amniotomia e uso
de ocitócicos, na tentativa de evitar o
descolamento da placenta (sempre
Diagnóstico: com monitorização da frequência
cardíaca fetal). Na placenta prévia
É clínico, sendo confirmado pela oclusiva parcial ou total, existe a
ultrassonografia. Clinicamente, por indicação absoluta de cesariana. Pode-
meio da anamnese, o sangramento se agendar a interrupção após 36
vaginal, não acompanhado de outra semanas, depois de comprovar a
queixa nos últimos meses de gestação, maturidade pulmonar.
sugere o diagnóstico. Sangramento Existem 2 vias de condutas que se
que surge sem causa aparente, diferenciam quanto ao momento da
contrações ou dor, mesmo em gestação, que são:
completo repouso durante o sono, ou
durante o dia ao andar. Outro achado
frequente na placenta prévia são as
apresentações fetais anormais, como a
pélvica e a córmica. 42
cesariana transplacentária, a perda
sanguínea fetal é diretamente
dependente do tempo entre a
laceração do cotilédone e a ligadura do
cordão.

Fatores de risco:

Parto cesariano prévio


Já ter tido múltiplas gestações
anteriores.
Gravidez de gêmeos.
Episódio de placenta prévia em uma
gravidez anterior.
Idade materna acima de 35 anos.
Gravidez obtida através de
tratamento para infertilidade.
Histórico de aborto prévio.
Histórico de cirurgia uterina prévia.
Tabagismo
Uso de cocaína por parte da mãe

Complicações:

Distúrbios de coagulação, perda da


função renal, choque e morte materna
podem ocorrer resultantes de
sangramento intenso no parto ou pós-
parto, por trauma operatório, infecção
ou embolia.
Quanto ao feto, a prematuridade é a
maior causa de morte (60% das
mortes perinatais). Nos casos de 43
HPV Unidos, a prevalência de infecção
O HPV genital com qualquer tipo de HPV foi
de 42,5%. Como um todo, cerca de 70%
O papilomavirus humano (HPV) é a 80% dos homens e mulheres
um DNA vírus com forma sexualmente ativos adquiriram HPV
icosaédrica, de 55 nm de diâmetro em algum tempo de suas vidas, porém
e composto por 8000 pares de a prevalência global é estimada em
base. 11,7%, embora existam diferenças
Os HPV são espécie específicas, regionais consideráveis e variações
podendo infectar anfíbios, pássaros e substanciais de estudo para estudo.
mamíferos. São epiteliotrópicos, Em todo o mundo, a infecção pelo
causando proliferação epitelial em HPV causa até 4,5% (640.000 casos)
pele e mucosas. Em seres humanos dos casos novos de câncer mundial
infectam conjuntivas, cavidade oral, (8,6% mulheres; 0,9% homens),
laringe, árvore traqueobrônquica, representando 29,5% de todos
esôfago, bexiga, ânus, canal anal e cânceres relacionados com infecção.
trato genital inferior. Localizam-se no Um estudo epidemiológico sobre a
núcleo das células do hospedeiro. prevalência de infecção pelo HPV no
Existem cerca de 200 tipos de HPV Brasil, em pessoas com idade entre 16
descritos, sendo e 25 anos, verificou a prevalência do
aproximadamente 40 habitantes HPV de 54,6% em mulheres e de 51,8%
da região anogenital. Metade dos em homens.
casos apresenta potencial
oncogênico, estes podem A infecção
promover a transformação celular,
desenvolvendo lesões precursoras A infecção pelo HPV se dá por acesso
ou mesmo o câncer. Quando existe do vírus à membrana basal do epitélio,
menos de 50% de semelhança do por meio de microtraumas que
genoma entre tipos virais, define- ocorrem na relação sexual, ou entrada
se como sendo um novo tipo de do mesmo na zona de transformação
HPV. do colo uterino. Nos HPV de baixo
Os HPV são divididos em dois risco, seu DNA se mantém na forma
grupos de acordo com o potencial circular sem ocorrer integração ao
oncogênico: baixo risco, são os DNA celular, conhecida assim a forma
tipos 6, 11, 40, 42, 43, 54, 61, 70, 72, epissomal. Ele se replica no interior do
81, CP6 108, os quais desenvolvem núcleo da célula hospedeira.
os condilomas e lesões de baixo Na infecção provocada por HPV de
grau. Os de alto risco são os tipos alto risco oncogênico, o genoma perde
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, sua forma circular e se integra ao DNA
59, 68, 73, 82. da célula hospedeira. A partir daí, o
Epidemiologia vírus passa a expressar suas
oncoproteínas, sendo que a E6 inibirá
O papilomavírus humano (HPV) é a proteína supressora de tumor p53, e
provavelmente a doença sexualmente a E7 inibirá a pRb. Isto promoverá a
transmissível mais comum. Na faixa
etária entre 18 e 59 anos, nos Estados
imortalização celular.
44
Após o início sexual, em idades jovens,
Como consequência, a depender da
há alta taxa de infecção, onde os
condição de cada indivíduo, ocorrerá
estudos mostram intensa prevalência
o aparecimento das lesões
do vírus; há relatos de que após 2 anos
precursoras ou mesmo o câncer.
do início sexual, 50% das mulheres já
O HPV na mulher apresentam teste positivo para a
presença do DNA de HPV.
Porém a maioria destas infecções
A importância principal do HPV
apresentam caráter transitório,
está na carcinogênese do colo
onde há clareamento do vírus em
uterino. Os tipos de alto risco
torno de 2 anos. Cerca de 10% das
oncogênico podem levar ao
mulheres não apresentam
aparecimento das lesões de alto
clareamento, o que torna a
grau, as conhecidas neoplasias
infecção persistente. São estes
intraepiteliais cervicais (NIC) ou
casos de infecção persistente por
mesmo ao câncer de colo uterino,
tipos oncogênicos de HPV que leva
podendo ser do tipo espinocelular
a mulher a um maior risco de
ou adenocarcinoma. Os HPV que
desenvolver lesões precursoras ou
mais estão relacionados com o
câncer de colo uterino. Em
câncer são os tipos 16 e 18,
estudos de coorte, a persistência
presentes em 70% dos carcinomas
do tipo 16 do HPV por 10 anos, leva
escamosos, seguidos pelos 31, 33,
a uma incidência cumulativa de
45, 52 e 58, totalizando 89% dos
17% em desenvolver NIC III ou
cânceres epiteliais.
câncer.
Os HPV de baixo risco, em especial
A partir do contato com o HPV
o 6 e 11, são responsáveis pela
podemos ter três formas de
manifestação dos condilomas
infecção: a latente, onde se detecta
acuminados em 90% das vezes.
o DNA do vírus, sem qualquer
Estas lesões se manifestam
alteração morfológica do epitélio;
principalmente na região vulvar,
a subclínica onde se diagnostica
podendo ter tamanhos variáveis.
alteração citológica ou histológica
As lesões de vagina, neoplasias
induzida pelo HPV; a clínica que é
intraepiteliais vaginais (NIVA) e
a presença das verrugas, onde a
vulva (NIV), menos frequentes que
própria mulher detectará a
as de colo, também são induzidas
doença.
principalmente pelos HPV de alto
risco oncogênico.
No Brasil, o câncer de colo uterino Classificação das lesões
é a terceira causa de neoplasia
entre as mulheres, com taxas As neoplasias intraepiteliais recebiam
de 15 casos/100.000 mulheres ao classificação de acordo com o grau de
ano. E 100% dos casos são de acometimento por células atípicas na
etiologia HPV-induzida. espessura epitelial. Na neoplasia grau
I, a atipia acomete 1/3 da espessura
Evolução da infecção pelo HPV na mulher epitelial, na grau II, 2/3 da espessura
epitelial e na grau III, toda a espessura
A maioria das pessoas epitelial está acometida por atipia.
sexualmente ativas terá contato Esta descrição segue o mesmo critério
com o HPV em algum momento de para colo (NIC), vagina (NIVA) e vulva
suas vidas. (NIV). 45
Hoje há uma tendência de utilizar colposcopia para identificar a lesão e
nova terminologia, LAST (lower dirigir o melhor local para a biópsia.
anogenital squamous terminology), Em mulheres que foram
onde a lesão grau I, passa a ser anteriormente tratadas com
chamada baixo grau e as lesões grau II conização por lesão de alto grau do
e III, alto grau. A lesão grau II colo uterino, também está indicada
apresenta comportamento a realização do teste. A negativação
heterogêneo, ora tem boa evolução do teste de DNA-HPV significa
com regressão espontânea, ora má clareamento da infecção e confere
evolução com progressão. Por este prognóstico melhor com alto valor
motivo nesta nova classificação, preditivo negativo. Quando
sugere-se estudo imunohistoquímico positivo, as taxas de recidiva são
da p16 nas lesões de grau II; esta maiores.
análise caracteriza o comportamento Na infecção sub-clínica: o exame que
biológico das mesmas, podendo ser identifica alteração morfológica inicial
classificada assim com baixo grau da célula é a citologia oncótica cérvico-
quando a p16 é negativa, ou alto grau vaginal (exame de Papanicolaou). As
quando positiva. alterações provocadas pela infecção do
HPV incluem coilocitose, disqueratose e
Diagnóstico da infecção pelo HPV discariose nas lesões de baixo grau,
sendo os achados agravados com
Na infecção latente: os testes alterações nucleares mais pronunciadas
biomoleculares detectam a presença e células com citoplasma escasso nas
do DNA do vírus. lesões de alto grau
Os testes comerciais existentes são A recomendação de rastreio do câncer
a captura de híbridos e o PCR. O de colo uterino segundo as Diretrizes
objetivo é identificar a mulher Brasileiras para o Rastreamento do
que seja portadora do HPV oncogênico, Câncer do Colo do Útero deve ser
pois esta apresenta risco de iniciado aos 25 anos, após dois exames
desenvolvimento das lesões de alto consecutivos anuais normais, realizar o
grau ou câncer. As mulheres que rastreio trienal e interromper aos 64
devem ser submetidas a este teste são anos desde que a mulher nunca tenha
aquelas que apresentam idade entre tido história prévia de doença pré-
25-30 anos ou mais, como exame de invasiva ou invasiva.
rastreamento; mulheres abaixo desta Frente ao achado citológico alterado a
faixa etária não devem ser submetidas mulher poderá ser submetida a
a pesquisa de DNA-HPV, pois há alta colposcopia; por meio deste exame será
prevalência de infecção por HPV nas detectada a lesão, estabelecendo sua
jovens, infecção esta que terá localização e extensão. Realiza-se a
clareamento espontâneo. biópsia com pinça saca-bocado onde
A pesquisa de DNA-HPV também teremos o grau da mesma, com
está bem indicada em mulheres estabelecimento do diagnóstico
com citologia revelando atipia de definitivo; e a partir daí, a conduta
células escamosas de significado adequada para o caso.
indeterminado (ASCUS), pois assim Realizada a biópsia, o achado
estratificam aquelas que histológico determinará o grau da
necessitam ou não da colposcopia. lesão, que hoje à semelhança das
A positividade do teste indica a alterações citológicas é chamado de
baixo e alto grau.
realização do exame de
46
Na infecção clínica: as lesões clínicas conservador. Nas lesões de alto grau em
são aquelas visíveis ao olho nu, que vagina, a vaporização a laser é método de
pode ser referida pela própria paciente. excelência, destruindo a lesão com
Geralmente localizada na região da cicatrização de forma rápida e sem fibrose
vulva, em aspecto de verruga, pode ter no local. Na vulva o laser também tem boa
tamanho e número variado. Não é aplicação. Tratamentos químicos com
necessário exames subsidiários ou aplicação de ácido tricloroacético a 70-80%
biópsia para indicar o tratamento. ou 5 fluoro-uracil a 5% para lesão vaginal e
vulvar também são possíveis; mas devem
Tratamento das lesões provocadas ser utilizados para pequenas lesões e sob
pelo HPV vigilância pois estas medicações podem
acarretar úlceras iatrogênicas de difícil
A infecção latente deverá ser seguida,
cicatrização.
não necessitando de qualquer
Uso de substância imunomoduladora como
tratamento. As mulheres portadoras da
o imiquimode, aplicado sobre a lesão
infecção, identificadas pelos testes de
determina reação inflamatória no tecido,
biologia molecular deverão ter um
com liberação de citocinas, a qual age
seguimento anual com citologia e
melhorando a imunidade local e
repetição do teste; frente a qualquer
acarretando o desaparecimento da doença.
alteração no exame de Papanicolaou,
Sua utilização em neoplasia de alto grau de
deverá ser submetida a colposcopia.
vagina e vulva é dita "off label", não
Caso o teste realizado seja específico
aprovada pela Anvisa com este fim, porém
para identificar o genotipo do HPV, e o
os trabalhos têm demonstrado boa
HPV 16 e 18 sejam os presentes, boa
resposta, com altas taxas de resolução.
avaliação do canal endocervical deve
As lesões de alto grau do colo uterino,
ser realizada, com o objetivo de
diagnosticadas em mulheres jovens, que
detecção de lesões ocultas. Citologia
inadvertidamente se submeteram ao exame
com escovado endocervical e/ou
antes da faixa etária preconizada, ou seja,
curetagem do canal são exames
abaixo dos 25 anos, hoje na maioria dos
importantes de serem realizados na
protocolos mundiais tem conduta
infecção pelo HPV 16 e 18, quando não
expectante. O risco de progressão para
se detecta lesão ectocervical.
câncer nestas jovens é muito baixo,
A infecção sub-clínica será abordada de
recomendando-se o controle a cada seis
acordo com o grau da lesão e sua
meses, só indicando conduta ativa em
localização. Em geral nas lesões de baixo
situações de persistência da neoplasia ou
grau do colo do útero, vagina e vulva, a
piora do grau histológico. Esta
conduta é expectante com seguimento
recomendação é decorrente do risco que os
sem tratamento ativo por dois anos.
tratamentos excisionais acarretam no colo
Apresentam altas taxas de regressão
uterino, em relação ao futuro obstétrico. Há
espontânea com baixo risco de
evidências de aumento do risco de
progressão, por isso, não necessitam de
prematuridade, amniorrexe prematura e
tratamento. Após dois anos de
baixo peso do recém-nascido.
seguimento e persistência de tais
A infecção clínica se traduz pela
lesões, podemos manter o
presença do condiloma que será tratado
acompanhamento ou optar por alguma
de acordo com o tamanho e número de
forma destrutiva da lesão.
lesões. Podemos utilizar o ácido
As lesões de alto grau do colo uterino
tricloroacético a 70-80% para lesões
necessitam de tratamento, sendo a
pequenas, com aplicações semanais, no
excisão da zona de transformação com
total de até quatro sessões.
eletrocirurgia o método mais
47
O imiquimode a 5% é medicação que assim ampliando a imunogenicidade para
apresenta boa resposta e excelentes mais tipos de HPV oncogênicos. As vacinas
resultados. Utiliza-se a aplicação de um são seguras, os efeitos colaterais são
sachê na lesão, três vezes na semana mínimos, e muito do que se descreve na
(segunda, quarta e sexta-feira), por 4 a 16 imprensa leiga sobre efeitos graves, não
semanas. Haverá reação local, com prurido, apresentam comprovação científica.
ardência, hiperemia e estes efeitos são No Brasil a aplicação pelo calendário
decorrentes da ação inflamatória produzida vacinal fornecido pelo governo, abrange
pelas citocinas o que é importante para o meninas de nove a 13 anos, e no ano de
resultado terapêutico. A podofilina a 20% 2017 foram incluídos os meninos de 12-
muito utilizada no passado, hoje tem pouca 13 anos. O esquema posólogico é de
aplicabilidade em decorrência dos efeitos duas doses, a segunda após 6 meses da
colaterais. A podofilotoxina, derivado primeira. Os portadores da
purificado da podofilina, apresenta bons imunodeficiência humana recebem três
resultados, porém sua comercialização no doses da vacina, a segunda dose em 60
Brasil foi interrompida. A exérese com dias e a terceira em seis meses após a
bisturi estaria reservada para lesões primeira aplicação, na faixa etária de
volumosas e necessita ser feita em centro nove a 26 anos. No sistema privado é
cirúrgico com bloqueio anestésico. A possível tomar a vacina em faixas
exérese por ondas de alta frequência etárias maiores, com aprovação da
também pode ser realizada, bem como a Anvisa, em mulheres até 45 anos para a
laserterapia excisional ou destrutiva. quadrivalente, e sem limite de idade
para a bivalente, e homens até 26 anos
Prevenção primária da infecção pelo para a quadrivalente.
HPV

O uso de condon proporciona proteção


relativa em virtude de o dispositivo
recobrir apenas a região peniana. Áreas
genitais não cobertas estariam
desprotegidas, além do que pode
ocorrer a contaminação através das
digitais e boca. Porém estimula-se o seu
uso de forma indiscriminada,
principalmente pensando na prevenção
de outras doenças sexualmente
transmissíveis.
A vacinação contra o HPV representa a
melhor forma de prevenção primária. O
ideal é que todos os indivíduos, homens
e mulheres tivessem acesso a esta
vacina antes do início sexual, onde ela
seria efetiva em 100% contra os HPV
contidos nas vacinas.
No nosso país existem duas vacinas
contra o HPV: a bivalente contra os HPV
16 e 18 e a quadrivalente contra os HPV
6, 11, 16 e 18. Em breve teremos a vacina
nonavalente que englobará nove tipos
de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52, 58, e 48
Mecanismo de Parto
1. Contrações dolorosas, rítmicas (mínimo 2
em 10 minutos), que se estendem a todo o
útero e têm duração de 50 a 60 segundos;
2. Colo apagado, nas primíparas, e dilatado
para 2 cm; nas multíparas, semiapagado e
com
3 cm de dilatação; 3. Formação da bolsa das
águas;
4. Perda do tampão mucoso, denunciando o
apagamento do colo”.
A exemplo de REZENDE & MONTENEGRO
(1980): Existem pelo menos duas contrações
uterinas em 10 minutos, rítmicas (com
intervalo inter-contrátil regular) e
dolorosas, com apagamento e dilatação do
colo uterino de 2 cm em primíparas e de 3
cm em multíparas, bem como a formação
da bolsa das águas. Consideramos ser este o
momento oportuno para a internação da
parturiente.
Fases dos mecanismos do trabalho de
parto (movimentos do feto)
1. Insinuação;
2. Descida da apresentação;
3. Flexão;
4. Rotação interna;
5. Extensão e desprendimento cefálico;
6. Rotação externa;
7. Desprendimento do ovóide córmico
(ombro).

Trabalho de parto

PARECER CREMEC N. 04/98 Os elementos que


a compõem não têm, isoladamente, valor
absoluto; e é, somente o conjunto deles, fiador
da precisão. De forma esquemática, podem ser
considerados:
49
Amamentação
Características e funções Vários estudos sugerem que a duração da
amamentação na espécie humana seja, em
Apesar de a alimentação variar enormemente média, de dois a três anos, idade em que
entre as pessoas, o leite materno, costuma ocorrer o desmame naturalmente.
surpreendentemente, apresenta composição Não há vantagens em se iniciar os
semelhante para todas as mulheres que alimentos complementares antes dos seis
amamentam do mundo. Apenas as com meses, podendo, inclusive, haver prejuízos
desnutrição grave podem ter o seu leite à saúde da criança, pois a introdução
afetado na sua qualidade e quantidade. Nos precoce de outros alimentos está associada
primeiros dias, o leite materno é chamado a: Maior número de episódios de diarreia;
colostro, que contém mais proteínas e menos Maior número de hospitalizações por
gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite doença respiratória; Risco de desnutrição
secretado a partir do sétimo ao décimo dia se os alimentos introduzidos forem
pós-parto. O leite de mães de recém-nascidos nutricionalmente inferiores ao leite
prematuros é diferente do de mães de bebês a materno, como, por exemplo, quando os
termo. Tem diferenças entre colostro e leite alimentos são muito diluídos; Menor
maduro, entre o leite de mães de prematuros e absorção de nutrientes importantes do leite
de bebês a termo e entre o leite materno e o materno, como o ferro e o zinco; Menor
leite de vaca. Esse tem muito mais proteínas eficácia da amamentação como método
que o leite humano e essas proteínas são anticoncepcional; Menor duração do
diferentes das do leite materno. A principal aleitamento materno.
proteína do leite materno é a lactoalbumina e a No segundo ano de vida, o leite materno
do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão continua sendo importante fonte de
para a espécie humana. nutrientes.
A concentração de gordura no leite aumenta
no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do Técnica de amamentação
final da mamada (chamado leite posterior) é
mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a Quando o bebê pega a mama
criança, daí a importância de a criança adequadamente – o que requer uma
esvaziar bem a mama. abertura ampla da boca, abocanhando não
apenas o mamilo, mas também parte da
Importância aréola –, forma-se um lacre perfeito entre a
boca e a mama, garantindo a formação do
1. Melhor nutrição vácuo, indispensável para que o mamilo e a
2. Efeito positivo na inteligência aréola se mantenham dentro da boca do
3. Melhor desenvolvimento da cavidade oral bebê.
4. Evita mortes infantis A língua eleva suas bordas laterais e a
5. Evita diarreia e infecções respiratórias ponta, formando uma concha
6. Diminui o risco de alergias (ao leite de (canolamento) que leva o leite até a faringe
cada, dermatite atópica, asma, etc.) posterior e esôfago, ativando o reflexo de
7. Diminui o risco de obesidade, hipertensão, deglutição. A retirada do leite (ordenha) é
colesterol alto e diabetes feita pela língua, graças a um movimento
peristáltico rítmico da ponta da língua para
Duração trás, que comprime suavemente o mamilo.
50
Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo 2. Aleitamento materno predominante:
nariz, estabelecendo o padrão normal de Quando a criança recebe, além do leite
respiração nasal. materno, água ou bebidas à base de água
O ciclo de movimentos mandibulares (para (água adocicada, chás, infusões), sucos de
baixo, para a frente, para cima e para trás) frutas e fluidos rituais.
promove o crescimento harmônico da face do 3. Aleitamento materno: Quando a criança
bebê. recebe leite materno (direto da mama ou
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê ordenhado), independentemente de receber
na amamentação dificulta o posicionamento ou não outros alimentos.
correto da boca do bebê em relação ao mamilo 4. Aleitamento materno complementado:
e à aréola, resultando no que se denomina de Quando a criança recebe, além do leite
“má pega”. Além de dificultar a retirada do materno, qualquer alimento sólido ou semi-
leite, a má pega machuca os mamilos. Quando sólido com a finalidade de complementá-lo,
o bebê tem uma boa pega, o mamilo fica em e não de substituí-lo. Nessa categoria a
uma posição dentro da boca da criança que o criança pode receber, além do leite
protege da fricção e compressão, prevenindo, materno, outro tipo de leite, mas este não é
assim, lesões mamilares. considerado alimento complementar.
5. Aleitamento materno misto ou parcial:
Quando a criança recebe leite materno e
outros tipos de leite.

Restrições

Nas seguintes situações o aleitamento


materno não deve ser recomendado:
1. Mães infectadas pelo HIV;
2. Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2;
3. Uso de medicamentos incompatíveis
com a amamentação. Alguns fármacos
são considerados contra-indicados
absolutos ou relativos ao aleitamento
materno, como por exemplo, os
antineoplásicos e radiofármacos;
4. Criança portadora de galactosemia,
doença rara em que ela não pode ingerir
leite humano ou qualquer outro que
contenha lactose

Tipos de amamentação

1. Aleitamento materno exclusivo: Quando a


criança recebe somente leite materno, direto
da mama ou ordenhado, ou leite humano de
outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos,
com exceção de gotas ou xaropes contendo
vitaminas, sais de reidratação oral,
suplementos minerais ou medicamentos.

51
Métodos Contraceptivos
Anticoncepção corresponde ao uso de métodos 1. O bebê deve ter até os SEIS MESES de
e técnicas com a finalidade de impedir que o vida;
relacionamento sexual resulte em gravidez. É 2. A nutriz deve estar em AMENORREIA; e
recurso de Planejamento Familiar, para a 3. O ALEITAMENTO deve ser EXCLUSIVO
constituição de prole desejada e programada (dia e noite) ou quase.
de forma consciente. Os métodos IMPORTANTE: a ausência de um destes
anticoncepcionais podem ser classificados de critérios descaracteriza o AM como método
várias maneiras. Os dois grupos principais são: contraceptivo
I - Reversíveis. Dispositivos intrauterinos
II - Definitivos. O dispositivo intrauterino consiste em um
Os métodos reversíveis são: objeto sólido de formato variável que é
Comportamentais. inserido através do colo uterino na
De barreira. cavidade uterina, com o objetivo de evitar a
Dispositivos intrauterinos. gestação.
Hormonais.
De emergência.
Os métodos definitivos são os cirúrgicos:
Esterilização cirúrgica feminina.
Esterilização cirúrgica masculina.

Métodos reversíveis

Comportamentais
Os métodos baseados no calendário: usa-se o
registro dos dias do ciclo menstrual em um
calendário.
Método dos dias fixos;
Método rítmico do calendário (tabelinha
ou Ogino-Knaus).
Os métodos baseados em sintomas: dependem
da observação de sinais que indicam a
fertilidade.
Secreções vaginais: método da ovulação
(também conhecido como método de
Billings ou método do muco cervical) e
método dos dois dias; e
Temperatura corporal basal.
Método que combina calendário e sintomas: Métodos de barreira
Sintotérmico. Os métodos de barreira são assim
IMPORTANTE: não protege contra doenças denominados por bloquear a ascensão dos
sexualmente transmissíveis. espermatozóides para a cavidade uterina,
Método da Lactação-Amenorreia impedindo a fecundação. Podem ser
Os critérios para o uso da LAM são 3, que classificados quanto ao seu mecanismo de
devem estar SEMPRE presentes. ação principal em barreira mecânica,
química ou mista. 52
Como exemplos de métodos de barreira sendo que a primeira deve ser tomada o
mecânica, citamos o preservativo masculino e mais próximo possível da atividade sexual
o feminino; de barreira química, os desprotegida e até 72 horas depois.
espermaticidas e as esponjas, e de barreira Contraceptivo de levonogestrel isolado:
mista, o diafragma e o capuz cervical. Todos Nesse método deve-se ingerir o
estes métodos de barreira, além do efeito levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose
contraceptivo, podem ajudar a prevenir contra única ou fracionada em duas tomadas, com
as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), intervalo de 12 horas. Ambas as formas de
mas, somente o condom feminino e o uso são igualmente eficazes.
masculino oferecem uma alta proteção contra
estas doenças, inclusive o HIV/AIDS, portanto, Métodos definitivos
devemos incentivar o seu uso independente da
escolha de outro método anticoncepcional. Contracepção cirúrgica
A contracepção cirúrgica consiste em
método considerado irreversível ou
definitivo, podendo ser masculina com a
vasectomia ou feminina com a ligadura
tubária.
A Lei 9263 de 12/01/1996, também conhecida
como Lei do planejamento familiar,
regulamenta o seu uso no Brasil, sendo
indicado somente nas seguintes situações:
Métodos hormonais Homens e mulheres com capacidade
Os contraceptivos hormonais são métodos civil plena e maiores de 25 anos de idade
extremamente difundidos e eficazes. No OU, pelo menos, com dois filhos, desde
entanto, seu índice de sucesso depende que observado o prazo mínimo de 60
fundamentalmente da paciente. Com isso, na dias entre a manifestação da vontade e
prática seu índice de falhas aumenta o ato cirúrgico.
consideravelmente decorrente do uso Risco à vida ou à saúde da mulher ou do
incorreto, chegando a taxas de gravidez no futuro concepto, desde que tenha
primeiro ano de uso entre 3 e 9 por 100 relatório escrito e assinado por dois
usuárias. Dentre esses contraceptivos os mais médicos.
conhecidos são: Além disso, é vedado a esterilização
Contraceptivos orais combinados (COCs), cirúrgica durante o parto, aborto ou até 42
Contraceptivos contendo apenas dias após o parto (ou aborto), exceto nos
progestogênio (COPs) casos de comprovada necessidade, como:
Contraceptivos com estrogênios e/ou Cesárias sucessivas anteriores (no
progestogênios de uso sistêmico por mínimo 2);
injeção, Doença de base com risco à saúde.
Adesivo transdérmico ou anel intravaginal.
De emergência
A contracepção de emergência refere-se aos
métodos que podem ser utilizados por
mulheres nos dias que se seguem após um
intercurso sexual desprotegido e que poderia
ocasionar uma gestação indesejada.
Método Yuzpe: É um contraceptivo combinado
que consiste no uso de duas doses de 100 mcg
de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel,
com intervalo de 12 horas;
53
Colposcopia
O que é e para que serve? lesões tenham sido completamente
removidas ou tratadas ou para detectar
Colposcopia é um procedimento ambulatorial, novas lesões.
que utiliza colposcópio binocular para prover A colposcopia não é indicada como teste de
iluminação e visão magnificada do colo rastreamento quando utilizada
uterino, da vagina, da vulva ou do ânus. isoladamente.
Principal objetivo: identificar lesões Não há nenhuma contraindicação absoluta
neoplásicas pré-invasivas ou invasivas para à colposcopia, porém, sempre é
biópsia direta e subsequente tratamento. aconselhável tratar processos inflamatórios
É padrão-ouro clínico para investigação de e infecciosos prévios para evitar falsos-
pacientes com citologia anormal do colo positivos.
uterino e, no passado, supunha-se que tivesse Três aspectos são relevantes durante a
sensibilidade quase perfeita. realização da colposcopia:
A sensibilidade para a detecção de neoplasia de 1. Especificar se o exame é adequado ou
alto grau do colo uterino é 70%. Este dado inadequado – se inadequado, descrever
ressalta a necessidade de manter a vigilância sua causa (inflamação, sangramento,
citológica e colposcópica permanente quando cicatriz, etc.);
a colposcopia não revela lesões classificadas 2. Descrever a visão da junção
como NIC 2 ou grau superior. escamocolunar (JEC) – completamente
visível, parcialmente visível ou não
visível;
3. Classificar a zona de transformação (ZT)
em:
Tipo 1 – É completamente ectocervical e
visível;
Tipo 2 – Tem componentes ectocervical
e endocervical, mas a ZT é totalmente
visível;
Tipo 3 – Tem componentes ectocervical
e endocervical, mas o endocervical não
é completamente visível.

Principais indicações Como é feito o exame colposcópico?

Resultados de testes de rastreamento cervical O colposcópio serve para visualizar toda a


alterado (exame citopatológico e testes de superfície do colo uterino, porém, enfatiza-
identificação do papilomavírus humano (HPV); se a área da JEC e da ZT, sítios comuns
Alteração grosseira ao exame do colo uterino. (cerca de 90%) das principais lesões pré-
Outras indicações incluem: malignas do câncer de colo uterino. A JEC,
Avaliação de anormalidades visuais ou como o próprio nome já diz, é a junção
palpáveis ao exame do colo uterino; entre o epitélio escamoso ectocervical e o
Alteração à inspeção visual do colo uterino glandular endocervical, e a ZT é uma área
com ácido acético e lugol, à cervicografia e de metaplasia escamosa que vai desde a JEC
à especuloscopia; até o epitélio escamoso remanescente.
No seguimento do tratamento de
neoplasias cervicais, para garantir que as
54
A técnica baseia-se em dois passos:
1. Aplicação de ácido acético a 3 a 5% –
Promove a desidratação das células em 30 a 60
segundos, fazendo as células escamosas com
núcleo largo ou denso com grande quantidade
de material nuclear (células displásicas)
refletirem luz e adquirirem coloração
esbranquiçada, o que se chama de alteração
acetobranca. A rapidez da reação e a
intensidade e a duração desse efeito estão
diretamente relacionadas com a gravidade da
lesão. Se necessário, o ácido acético pode ser
reaplicado após 3 a 5 minutos;
2. Aplicação de lugol – A solução de lugol ou
Schiller consiste em uma solução de 5 gramas
de iodo e 10 gramas de iodo potássico diluídos
em 100 mL de água destilada. Células ricas em
glicogênio coram e tornam-se marrom-escuras
(iodo positivo, Schiller negativo), enquanto
células desprovidas de glicogênio (células
glandulares e displásicas) não coram e tornam-
se cor de mostarda (iodo negativo, Schiller
positivo). Portanto, todo ginecologista deve
estar ciente de que áreas de ectopia não se
coram, e o método não permite fazer grandes
considerações para tecidos glandulares,
devendo sempre ser levada em conta a
avaliação realizada com ácido acético.
As biópsias são realizadas com pinças
adequadas sem a necessidade de anestesia,
visto que esta provavelmente é mais dolorosa
que a biópsia por si só, além dos riscos
inerentes à anestesia e do fato de os
anestésicos poderem alterar o epitélio cervical,
dificultando a visualização da lesão.

55
Climatério
Definição Etiopatogenia

Climatério é a fase da vida da mulher na qual A etiopatogenia do climatério é complexa e,


ocorre a transição do período reprodutivo para embora envolva todo o eixo
o não reprodutivo. Menopausa é, hipotálamohipófise-ovariano, a estrutura
simplesmente, a última menstruação. mais relevante nesse processo é o ovário.
Síndrome climatérica é o elenco de sintomas Nele ocorre progressivamente a diminuição
que se manifesta neste período. Dessa forma, a dos folículos e os remanescentes tornam-se
menopausa (última menstruação) é um fato refratários às gonadotrofinas.
que ocorre durante o climatério. Ovários – No nascimento da mulher não
No climatério há uma diminuição das funções existe mais que 2 milhões de folículos e ao
ovarianas, fazendo com que os ciclos início da puberdade, de 300 a 500.000. A
menstruais se tornem irregulares, até magnitude desse patrimônio sofre
cessarem por completo. Estatisticamente, a variações individuais, a depender de fatores
menopausa ocorre, em média, aos 50 anos. O genéticos e ambientais, tais como
climatério tem início por volta dos 40 anos e se iatrogenia, tabagismo, nutrição, infecções
estende até os 65 anos. virais e nuliparidade, que podem antecipar
Durante este período, muitas mulheres ou retardar o início do climatério. A atresia
ovulam irregularmente, devido a um declínio dos folículos ovarianos continua até a
do nível estrogênico, com consequente corpo menopausa. Durante o climatério observa-
lúteo insuficiente e déficit de progesterona ou se redução acentuada das células
resistência folicular ao estímulo ovulatório. germinativas e unidades foliculares,
Sintomas condição que evolui para o
desaparecimento completo dos folículos,
determinando a esterilidade definitiva.
Algumas mulheres nesta fase podem sentir
Dessa forma, a camada cortical e os vasos
ondas de calor, acompanhadas de
ovarianos sofrem atrofia progressiva, ao
transpiração, tonturas e palpitações; suores
passo que o estroma hipertrofia em
noturnos prejudicando o sono; depressão ou
resposta ao estímulo gonadotrófico. A
irritabilidade; alterações nos órgãos sexuais,
diminuição dos folículos ovarianos leva ao
como coceira, secura da mucosa vaginal;
declínio progressivo dos estrógenos e da
distúrbios menstruais; diminuição da libido;
inibina. Por mecanismo de retroação,
desconforto durante as relações sexuais;
observa-se elevação progressiva das
diminuição do tamanho das mamas e perda da
gonadotrofinas FSH e LH, na tentativa de
firmeza; diminuição da elasticidade da pele,
manter a foliculogênese. Estas, atuando
principalmente da face e pescoço; aumento da
sobre o estroma do ovário, fazem com que
gordura circulante no sangue; aumento da
haja maior produção de androgênios
porosidade dos ossos tornando-os mais
(testosterona e androstenediona). Esses
frágeis. Do meio para o fim do climatério é
androgênios, juntamente com os
comum, ainda, a irregularidade nos ciclos e a
produzidos pelas adrenais nos tecidos
variação do fluxo menstrual. Nessa fase de
periféricos, através da aromatase são
transição, é comum que as menstruações
convertidos em estrona, principal
fiquem mais espaçadas. Por isso, a menopausa
hormônio da mulher no climatério.
só é “diagnosticada” após a mulher passar pelo
menos 12 meses sem menstruar.
56
Hipotálamo e Hipófise – O eixo hipotálamo- As alterações menstruais, quando
hipofisário também participa desse processo, presentes, podem denunciar as
pois seu envelhecimento acarreta alterações irregularidades da maturação folicular, que
no metabolismo dopaminérgico e diminuição também aparecem, por vezes, no período da
dos receptores estrogênicos. Embora seja pré-menopausa.
inquestionável que o declínio no número de As ondas de calor se apresentam como
unidades foliculares funcionais ovarianas seja sintomas bem definidos. Ocorrem
o elemento principal da falência reprodutora inicialmente, de preferência, no período
durante o climatério, atualmente há aumento noturno. As pacientes referem que, não
de evidências de que o processo de raro, são despertadas do sono pela presença
envelhecimento está associado a alterações dos sintomas. Dessa forma, podem
dinâmicas hipotalâmicas e hipofisárias, que perturbar seriamente a qualidade do sono.
são independentes da secreção gonadal de A insônia, por seu turno, está
hormônios. Desta forma, é sugerido que a frequentemente associada às ondas de
exaustão dos folículos ovarianos possa ser calor.
acelerada por perda de sincronia dos sinais Outros sintomas podem acompanhar a
neurais. síndrome menopáusica. Entre esses, a
Atendimento depressão e os episódios de cefaléia. Os
transtornos emocionais são comumente
O atendimento à mulher climatérica deve ser pouco valorizados como indicativos de
voltado para a melhoria da sua qualidade de hipoestrogenismo e, não raro, interpretados
vida, identificando e corrigindo as alterações como de causas psicologicamente puras,
endócrinas e metabólicas comuns a essa fase originadas de conflitos do cotidiano,
da vida, e provendo a prevenção comuns nesse período da vida.
particularmente das doenças cardiovasculares, São comuns as queixas de disfunções
ósseas e neoplásicas. As alterações urogenitais, sexuais, com diminuição do interesse ou
psíquicas e vasomotoras, assim como as desejo, da satisfação e do número de
alterações de pele, são consideradas relações sexuais. Frequentemente ocorre a
decorrentes das modificações hormonais deste queixa de dispareunia, quase sempre
período e podem ser manejadas através da associada à atrofia urogenital.
terapia hormonal. Para avaliação quantitativa da síndrome
menopáusica, alguns índices, denominados
Anamnese de índices menopausais, foram criados.
Todos têm, como princípio, a somatória
Durante a anamnese deve-se levar em conta, ponderal dos sintomas menopausais.
preliminarmente, a idade da menopausa. Esta Expressam, assim, de forma numérica, a
tem importância na cronologia dos sintomas intensidade da sintomatologia, prestando-
menopáusicos, no desenvolvimento das se ao acompanhamento do quadro ao longo
doenças cardiovasculares e da osteoporose. A do tempo. São úteis na avaliação da
síndrome menopáusica é composta pelos efetividade dos tratamentos empregados
chamados, sintomas vasomotores e pelas nestas pacientes. Entre estes, um dos mais
modificações atróficas. Entre os primeiros, os comumente empregados é o de Blatt e
mais disseminados e incômodos são as ondas Kuppermann.
de calor, também denominadas de fogachos.
Tais sintomas podem ocorrer mesmo antes de
estabelecida a menopausa. Nessas
circunstâncias deixam prova inequívoca do
hipoestrogenismo reinante, dispensando
qualquer comprovação laboratorial nesse
sentido. 57
58
Puerpério
1-4º dia -> sanguinolenta, vermelha ->
Definição
lóquios rubros {fisiológico)
5-10º dia -> serosanguinolenta,
Período do ciclo gravídico puerperal em que
acastanhada - lóquis serosos
modificações locais e sistêmicas provocadas
A partir do 11º dia -> amarelo-branco-
pela gravidez e parto no organismo da mulher
indolor - lóquios alba
retornam à situação do estado pré-gravídico
Inicia-se imediatamente após o parto - de 1 a 2
horas após a dequitação - e tem seu término
imprevisto, havendo variabilidade de duração
entre as mulheres
Classificação

Imediato - 1° ao 10º dia após o parto


Tardio - do 11º ao 45º dia após o parto
Remoto - após 45º dias, com término COLO UTERINO: logo após o parto
imprevisto - depende de cada paciente consistência amolecida, hematomas,
Puerpério precoce - hora de ouro - hora edemas
logo após o parto de vigilância - no parto 􀁊 A partir do 2º dia de pós-parto ->
precoce - pode ter alterações graves, redução do seu tamanho,
principalmente quadros hemorrágicos permanecendo edemaciado e frágil
Muitos hospitais que tem maternidade, Gradativamente torna-se mais firme até
relatam que são responsáveis pela gestante a consistência original não gravídica
apenas até o puerpério tardio, pois, após 􀁱Orifício cervical interno involui
isso, é responsabilidade do posto de saúde gradualmente enquanto que o externo
Reestabelecimento de cada aparelho permanece levemente aberto
Fazer toque vaginal e tirar os restos de
ÚTERO: atrofia fisiológica lóquios para melhor avaliação
Assume a forma globosa, dura, palpável ao VAGINA, VULVA E PERÍNEO
nível da cicatriz umbilical, lateralizada após o Vagina
parto, mantendo o globo de segurança de Recuperação da forma anatômica
Pinard tubular em 3 semanas levando ate 6
Altura uterina: 1 cm a cada 24 horas meses para recuperação completa -
No 10º dia do pós-parto: nível da sínfise ação dos hormônios durante
púbica amamentação
Endométrio: volta a espessura pré- Vulva
gravídica: 5 a 6 semanas Edemaciada, congesta e discreta
Avaliação: lacerações
􀁊 Tocar a paciente Períneo
􀁊 Retirar a roupa/cinta Depende dos eventos do parto
􀁊 Palpação a nível da cicatriz 􀁲 Houve episiotomia? episiorrafia?
􀁊 Avaliação da ferida operatória - cicatriz 􀁲 Somente sutura pós laceração?
LOQUIAÇÃO 􀁲 Esgarçamento?
􀁊 Lóquios: composição -> sangue, exsudato,
transudato, restos celulares apoptóticos 59
Puerpério patológico

HEMORRAGIAS
Uma das principais causas de
mortalidade materna
Diagnóstico rápido e eficiente
Acontece principalmente nas primeiras
horas do parto
Principais causas:
Episiotomia Atonia uterina, lacerações e retenção
Ato de cortar médio lateral placentária
ATONIA UTERINA
Atonia -> ausência total de tônus do
útero
Ocorre por falha de contratilidade
uterina
RN grande
Gemelares ou poli
Tratamento imediato
Manobra de Helmton

Primeiro fecha a vagina, musculo e pele


RESPIRATÓRIO:
Reestabelecido logo após a saída do RN
Diminuição da FR para a normalidade
CARDIOVASCULAR
Volume aumentado da circulação
permanece nas primeiras horas
URINÁRIO
Pode haver desconforto durante a micção
por trauma uretra!
Aumento do volume urinário
Avaliar a sonda do paciente
MAMAS
48-73 horas após o parto - ingurgitam,
tornam-se endurecidas e doloridas
Tumefação do tecido mamário
Ocitocina -> amamentação - descida do
leite
IMPORTANTE:
Ovulação e menstruação
Quanto mais amamenta mais demora o
retorno a ovulação
Não lactantes -> a menstruação retorna
em 7 a 9 semanas após o parto e a ovulação
em até 75 dias
Lactantes -> menstruação retorna após 12
semanas juntamente com a ovulação
Minipílula -> progesterona pura -> não
afeta a descida do leite ou então a injeção 60
Trombose venosa superficial -
flebite
Trombose venosa profunda -
TVP
Embolia
Complicações mais frequentes nas
cesarianas
Clinica:
Edema unilateral, hiperemia e
dor em membro afetado
Fatores de risco
Deambulação tardia, história
precoce, obesidade, idade
materna acima de 35 anos,
diabetes
Tratamento
RETENÇÃO PLACENTÁRIA Meias elásticas, elevação do membro,
Principalmente nas placentas que anti-inflamatórios e em casos mais
demoram de dectar graves terapia do anticoagulante
Normalmente faz curetagem
Limpar bem esse útero Sinal de Homans -> dor a panturrilha
INFECÇÃO PUERPERAL durante a dorsiflexão do pe sobre a perna
Clinica: Sinal de Brancoft -> dor na musculatura da
Febre > 38ºC - exceto nas primeiras 24 panturrilha à palpação
horas -, dor abdominal/pélvica, Loquiação Sinal da Bandeira -> ao mobilizar as duas
fétida, purulenta com fluxo ausente ou panturrilhas a acometida apresenta menor
aumentada, útero doloroso a palpação, panturrilha
hipotônico, sutura com sinais flogisticos
Riscos aumentados:
Alterações na saúde mental
Excessos de toques, ruptura precoce de
membranas, lacerações, episiorrafia,
Queda dos hormônios associado as
cerariana
novas necessidades da chegada de um
Endometrite:
novo membro na família
Principal causa
Comunicação terapêutica
MASTITE
Estresse psicológico
Inicio:
Blues puerperal -> melancolia, tristeza,
Fissuras ou rachaduras nos mamilos
instabilidade emocional. Duração de no
Porta de entrada para a arvore galactófora
máximo 2 semanas; quadro leve
Staphylococcus aureus, Streptococcus do
grupo A e B
Clinica:
Febre alta - 39-40ºC -, mal estar, dor,
edema, eritema
Complicações tromboembólicas
Formação de um trombo num vaso com
reação inflamatória - vasculite
A gestação aumenta o risco pela elevação
dos fatores de coagulação
É agravada pela não deambulação no pós-
parto 61
Endometriose
Endometriose é uma doença ginecológica A suspeita clínica associada ao exame físico
crônica, benigna, estrogênio-dependente e de traz a hipótese de endometriose, mas é
natureza multifatorial que acomete necessária a utilização de ferramentas
principalmente mulheres em idade diagnósticas auxiliares. O ultrassom pélvico
reprodutiva. Pode ser definida pela presença e transvaginal com preparo intestinal e a
de tecido que se assemelha à glândula e/ou ao ressonância magnética com protocolos
estroma endometrial fora do útero, com especializados são os principais métodos
predomínio, mas não exclusivo, na pelve por imagem para detecção e estadiamento
feminina. da endometriose e deverão ser realizados
O proposto o conceito que dividiu a por profissionais com experiência nesse
endometriose em três doenças distintas: diagnóstico.
peritoneal, ovariana e endometriose profunda. A endometriose deve ser abordada como
A peritoneal caracteriza-se pela presença de uma doença crônica e merece
implantes superficiais no peritônio; a acompanhamento durante a vida
ovariana, por implantes superficiais no ovário reprodutiva da mulher, O tratamento
ou cistos (endometriomas); e endometriose clínico é eficaz no controle da dor pélvica e
profunda, que é definida como uma lesão que deve ser o tratamento de escolha na
penetra no espaço retroperitoneal ou na ausência de indicações absolutas para
parede dos órgãos pélvicos, com uma cirurgia.
profundidade de 5 mm ou mais
A fisiopatologia da endometriose ainda é tema
de discussão e apresenta várias teorias
baseadas em evidências clínicas e
experimentais. Teoria de Sampson ou da
menstruação retrógrada: foi observado que
90% das mulheres apresentam líquido livre na
pelve em época menstrual, sugerindo, assim,
que certo grau de refluxo tubário ocorra.
Células endometriais, então, implantar-se-iam
no peritônio e nos demais órgãos pélvicos,
dessa forma, iniciando a doença.
Os principais sintomas associados são:
dismenorreia, dor pélvica crônica ou dor
acíclica, dispareunia de profundidade,
alterações intestinais cíclicas (distensão
abdominal, sangramento nas fezes,
constipação, disquezia e dor anal no período
menstrual), alterações urinárias cíclicas
(disúria, hematúria, polaciúria e urgência
miccional no período menstrual) e
infertilidade. O exame físico é fundamental na
suspeita clínica da endometriose. Nódulos ou
rugosidades enegrecidas em fundo de saco
posterior ao exame especular sugerem a
doença.
62
Gravidez ectópica
O uso de dispositivo intrauterino (DIU) e a
Definição
infertilidade estão associados a maior risco
de gestação ectópica, mas essas relações são
Corresponde à nidação do ovo fora da
complexas. Em pelo menos metade das
cavidade uterina, e incide em 1,5 a 2% de todas
mulheres com gestação ectópica, não há
as gestações. A gravidez tubária responde por
fatores de risco identificáveis. Há uma fraca
95% dos casos. Fora do útero, pode se
associação entre muitos outros fatores de
desenvolver nas trompas (istmica, ampular,
risco, dentre eles tabagismo e
infundibular ou fimbriária), no peritônio
multiplicidade de parceiros sexuais ao
(abdominal), no ligamento largo
longo da vida, e gestação ectópica.
(intraligamentar) e no ovário (ovariana). No
útero, fora do seu corpo, pode se implantar no Características histológicas
colo (cervical) e no interstício tubário
(intersticial ou cornual). As vilosidades coriônicas, geralmente
encontradas na luz tubária, são
Incidência
patognomônicas de gravidez tubária.
Observam-se sinais macro ou
Os dados mais abrangentes disponíveis sobre
microscópicos de um embrião em 2/3 dos
taxas de gestação ectópica foram reunidos
casos. A gravidez tubária não rota é
pelos Centers for Disease Control and
caracterizada por dilatação irregular da
Prevention (CDC). No último século, a
tuba, com uma coloração azulada causada
incidência de gestação ectópica aumentou
por hematossalpinge. A gestação ectópica
consideravelmente; em 1992, o último ano
pode não ser notada de imediato. O
sobre o qual foram publicadas estatísticas,
sangramento associado às gestações
houve aproximadamente 108.800 gestações
tubárias é principalmente extraluminal,
ectópicas, com uma taxa de 19,7 gestações
mas pode ser intraluminal
ectópicas por 1.000 gestações notificadas.
(hematossalpinge) e extravasar pela
Esses números representam um crescimento
extremidade fimbriada. Frequentemente,
de 6 vezes em comparação com as taxas em
observa-se um hematoma circundando o
1970, o que pode representar um aumento na
segmento distal da tuba. As pacientes com
detecção e no diagnóstico, graças à maior
gestações tubárias com resolução
sensibilidade de ultrassonografia, e uma
espontânea e aquelas tratadas com
elevação das doenças sexualmente
metotrexato costumam apresentar
transmitidas e do uso de tecnologias de
aumento localizado da região em que se
reprodução assistida.
desenvolveu a gravidez ectópica, em
Etiologia e fatores de risco associação a coágulos sanguíneos e
extrusão de tecido pela extremidade
A gestação ectópica é consequência de vários fimbriada. Quase sempre há hemoperitônio,
fatores que interrompem a migração correta mas é limitado ao fundo de saco, exceto em
do concepto até o endométrio. Os fatores de caso de ruptura tubária. A evolução natural
risco mais importantes para gestação ectópica da gravidez tubária é a expulsão pela
são história de cirurgia tubária, inclusive extremidade fimbriada (aborto tubário), a
ligadura tubária, gestação ectópica prévia, involução do concepto ou a ruptura, em
exposição intrauterina ao dietilestilbestrol geral por volta da oitava semana
(DES) e história de doença inflamatória gestacional.
pélvica. 63
Algumas gestações tubárias formam uma A ruptura pode causar alívio transitório da
massa inflamatória crônica associada à dor, visto que cessa o estiramento da serosa
involução e ao restabelecimento da tubária. A dor no ombro e nas costas,
menstruação, o que dificulta o diagnóstico. considerada decorrente da irritação do
Pode ser necessária a coleta de uma amostra diafragma por hemoperitônio, pode indicar
histológica extensa para revelar algumas hemorragia intra-abdominal.
vilosidades remanescentes ditas fantasma.
Exame físico
Diagnóstico
O exame físico deve incluir a verificação
O diagnóstico da gestação ectópica é dos sinais vitais e o exame do abdome e da
dificultado pela grande variação do quadro pelve. Frequentemente, os achados antes da
clínico, desde casos assintomáticos até o ruptura e da hemorragia são inespecíficos, e
abdome agudo e o choque hemodinâmico. O os sinais vitais são normais. O abdome pode
diagnóstico e o tratamento na ruptura de uma ser indolor ou levemente doloroso, com ou
gestação ectópica são óbvios; o objetivo sem dor à descompressão; é possível que
principal é a hemostasia. Se for possível ocorra pequeno aumento do útero, com
identificar uma gestação ectópica antes que achados semelhantes aos de uma gravidez
haja ruptura ou lesão tubária irreparável, é normal,e ocorre dor ou não à mobilização
possível considerar a possibilidade de cervical. Uma massa anexial pode ser
preservar a fertilidade no futuro. Com a palpável em até 50% dos casos, mas há
apresentação mais precoce das pacientes, grande variação de tamanho, consistência e
aumentou o número de casos assintomáticos dor à palpação. É possível que uma massa
ou com sintomas mínimos. É essencial que palpável seja o corpo lúteo e não a gestação
haja alto grau de suspeita de gestação ectópica, ectópica. No caso de ruptura e hemorragia
sobretudo nas áreas de alta prevalência. A intra-abdominal, a paciente tem
anamnese e o exame físico identificam taquicardia seguida por hipotensão; os
pacientes em risco, o que aumenta a ruídos intestinais diminuem ou cessam; o
probabilidade de detecção de gestação abdome fica distendido, com dor intensa à
ectópica antes de sua ruptura. palpação e dor à descompressão súbita e há
Anamnese dor à mobilização cervical. Os achados ao
exame pélvico costumam ser inadequados
As pacientes com gestação ectópica em razão da dor e da defesa abdominal. A
apresentam anormalidade do padrão anamnese e o exame físico podem fornecer
menstrual ou percebem estar sofrendo um ou não informações úteis para o
aborto espontâneo. Os pontos importantes da diagnóstico. A acurácia da avaliação clínica
anamnese são: padrão menstrual, gravidez inicial é inferior a 50%.105 Muitas vezes, são
anterior, história de infertilidade, uso atual de necessários outros exames para diferenciar
contraceptivo, avaliação dos fatores de risco e gravidez intrauterina viável incipiente,
sintomas atuais. A tríade clássica de sintomas suspeita de gestação ectópica e gravidez
de gestação ectópica é dor, período de intrauterina anormal.
amenorreia e sangramento vaginal. Esse grupo Avaliação laboratorial
de sintomas está presente em cerca de 50% das
pacientes e é típico na ruptura de gestação A dosagem de β-gonadotrofina coriônica
ectópica. A dor abdominal é a queixa inicial humana (β-hCG) é o pilar do diagnóstico de
mais comum, mas sua intensidade e natureza gestação ectópica. O imunoensaio
variam muito. Não há dor patognomônica de enzimático para hCG, com sensibilidade de
gestação ectópica. Pode ser uni ou bilateral e 25 mUI/ml, é um teste de rastreamento
localizada na parte superior ou inferior do acurado para detecção de gestação ectópica.
abdome; pode ser vaga, aguda ou tipo cólica,
contínua ou intermitente.
64
O exame é positivo em quase todas as Embora a curetagem por sucção tradicional
gestações ectópicas documentadas. Um exame seja feita no centro cirúrgico, agora pode
negativo descarta a possibilidade de gravidez e ser um procedimento ambulatorial,
um exame positivo a con­rma, embora não realizado com anestesia local. Os métodos
determine a sua localização. A duplicação dos de coleta de amostra do endométrio (p. ex.,
níveis séricos de βHCG em 48 horas sinaliza coleta de amostra com cureta de Novak ou
uma gravidez com desenvolvimento normal. cânula de Pipelle) são acurados no
Caso tal duplicação não ocorra, trata-se de diagnóstico de sangramento uterino
falha no desenvolvimento da gestação, anormal, mas sua fidedignidade para
podendo tratar-se tanto de uma prenhez evacuação de gravidez intrauterina não foi
ectópica como de um aborto. estudada. Esses dispositivos poderiam não
Ultrassonografia retirar vilosidades intrauterinas e sugerir
falsamente o diagnóstico de gestação
Aperfeiçoamentos da ultrassonografia ectópica.
resultaram no diagnóstico precoce de Tratamento
gestações intrauterinas e ectópicas. A
sensibilidade da dosagem de β-hCG possibilita A gravidez ectópica pode ser tratada de
o diagnóstico de gravidez antes da modo eficaz por métodos clínicos ou
visualização direta por ultrassonografia. O cirúrgicos. A laparotomia exploradora com
exame completo deve incluir tanto a salpingectomia unilateral é a técnica
ultrassonografia transvaginal quanto tradicional para diagnóstico e tratamento
transabdominal. A ultrassonografia de gestações ectópicas. Com o surgimento
transvaginal é superior à transabdominal na de técnicas que possibilitam a detecção
avaliação de estruturas intrapélvicas. O precoce, inclusive dosagem sérica
diagnóstico de gravidez intrauterina pode ser quantitativa de hCG e ultrassonografia, há
feito 1 semana mais cedo por ultrassonografia mais opções de tratamento conservador. As
transvaginal que por ultrassonografia técnicas cirúrgicas minimamente invasivas
transabdominal. O primeiro achado de e o tratamento clínico com metotrexato são
gravidez intrauterina à ultrassonografia é um as opções mais usadas nas gestações
pequeno espaço de líquido e o saco ectópicas. A escolha depende das
gestacional, circundado por um espesso anel circunstâncias clínicas, do local da gravidez
ecogênico, com localização excêntrica na ectópica e dos recursos disponíveis.
cavidade endometrial. O primeiro saco
gestacional normal é observado com 5 Tratamento cirúrgico
semanas de gestação por ultrassonografia
transabdominal e com 4 semanas de gestação O tratamento operatório é o método mais
por ultrassonografia transvaginal. À medida usado na gravidez ectópica. O acesso
que o saco gestacional cresce, observa-se um cirúrgico (laparotomia ou laparoscopia) e o
saco vitelino em seu interior, seguido por um procedimento (salpingectomia ou
embrião com atividade cardíaca. salpingostomia) usado no tratamento das
gestações ectópicas dependem das
Curetagem
circunstâncias clínicas, dos recursos
A curetagem uterina é realizada quando é disponíveis e do nível de habilidade do
confirmada a inviabilidade da gravidez e não profissional. Todos os acessos e
se consegue identificar sua localização por procedimentos apresentam riscos e
ultrassonografia. A decisão de evacuar o útero benefícios, e o método empregado deve ser
no caso de um teste de gravidez positivo deve individualizado para atender melhor as
ser tomada com cuidado para evitar a ruptura necessidades da paciente e do médico.
não intencional de uma gravidez intrauterina
viável.
65
Laparotomia ou laparoscopia impede a síntese de DNA. O metotrexato
afeta ativamente as células em crescimento,
A gestação ectópica pode ser tratada por o que inclui tecidos trofoblásticos, células
laparoscopia ou laparotomia. A estabilidade malignas, medula óssea, mucosa intestinal e
hemodinâmica da paciente, o tamanho e a epitélio respiratório. O tratamento clínico
localização da massa ectópica e a experiência de gestações ectópicas com metotrexato é
do cirurgião determinam o acesso cirúrgico seguro e eficaz, mas nem todas as pacientes
apropriado. A laparotomia é indicada quando a são candidatas a ele. De acordo com as
situação hemodinâmica da paciente é instável diretrizes do American College of
e há necessidade de acesso abdominal rápido. Obstetricians and Gynecologists (ACOG),
Uma gravidez ectópica rota não exige pode-se considerar a terapia com
necessariamente laparotomia. Se não for metotrexato nas pacientes com diagnóstico
possível evacuar o hemoperitônio em tempo ou alta suspeita de gestação ectópica em
hábil, deve-se considerar a laparotomia. O condição hemodinâmica estável e sem
acesso cirúrgico é determinado pela sinais de ruptura. As contraindicações
experiência do cirurgião com a laparoscopia e absolutas à terapia com metotrexato
pela disponibilidade de equipamento incluem amamentação, distúrbios
laparoscópico. O tratamento tradicional das hepáticos, renais e hematológicos e
gestações cornuais ou intersticiais é a sensibilidade ao metotrexato.
laparotomia, embora haja relato de tratamento
laparoscópico, que está se tornando comum
entre cirurgiões experientes.174 A laparotomia
é a escolha no tratamento da maioria das
gestações abdominais; em alguns casos, a
paciente pode apresentar extensas aderências
abdominais ou pélvicas, que dificultam a
laparoscopia e tornam a laparotomia mais
viável. A laparoscopia tem vantagens sobre a
laparotomia na gravidez ectópica.

Tratamento clínico

O fármaco mais usado no tratamento clínico


da gravidez ectópica é o metotrexato, embora
outros agentes tenham sido estudados, dentre
eles o cloreto de potássio (KCl), a glicose
hiperosmolar, as prostaglandinas e o RU-486. A
administração dessas substâncias pode ser
sistêmica (intravenosa, intramuscular ou oral)
ou local (injeção direta laparoscópica, injeção
guiada por ultrassonografia transvaginal ou
salpingografia retrógrada). Apenas o
metotrexato é recomendado no tratamento da
gestação ectópica porque a segurança e a
eficácia dos outros métodos não estão bem
documentadas.
Metotrexato

O metotrexato é um análogo do ácido fólico


que inibe a di-hidrofolato redutase e, assim, 66
Figura: Algoritmo para diagnóstico não laparoscópico de gravidez ectópica. hCG = gonadotrofina
coriônica humana; GIU = gravidez intrauterina; DU = densidade específica da urina; C =
curetagem. Fonte: Berek.

67
Alojamento conjunto
Maior envolvimento dos pais e/ou de
O que é alojamento conjunto?
outras pessoas significativas no futuro
cuidado com a criança.
É um sistema hospitalar em que o recém-
Promoção do estabelecimento precoce
nascido sadio, logo após o nascimento,
do vínculo afetivo entre a mãe e o seu
permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia,
filho.
num mesmo ambiente, até a alta hospitalar.
Promoção do aleitamento materno
Na primeira hora após o parto, o estado de
(descida do leite mais rápida, melhor
consciência da mãe e do bebê favorece a
atitude em relação ao aleitamento
interação entre eles.
materno e tempo mais prolongado de
O profissional de saúde deve favorecer ao
amamentação).
máximo o contato íntimo, pele a pele,
Oportunidade para as mães, em especial
entre mãe e bebê, evitando procedimentos
as primigestas, aprenderem noções
desnecessários ou que possam ser
básicas dos cuidados com os RNs.
realizados mais tarde.
Tranquilidade para as mães que ficam
A separação da mãe e do bebê e a sedação
inseguras quanto ao atendimento
da mãe privam o binômio desse momento
prestado a seus filhos quando não estão
tão especial.
perto deles. A ansiedade pode inibir a
Após a finalização dos procedimentos de sala
produção de ocitocina, importante para
de parto, a mãe com o RN devem ir para um
a liberação do leite materno e para a
local dentro da maternidade que permita a eles
contração do útero, enquanto a
ficarem juntos 24 horas por dia até a alta
presença da criança e seu choro
hospitalar. Para isso, foi implantado o sistema
costumam estimular o reflexo de ejeção
de alojamento conjunto nas maternidades.
do leite.
Quem pode ser atendido nesse Troca de experiências com outras mães
sistema? quando compartilham o mesmo quarto,
em especial com mães mais experientes
Mães livres de condições que que também estão cuidando dos seus
impossibilitem ou contra indiquem o filhos.
contato com os RNs. Maior interação entre a mãe e sua
RN com boa vitalidade, capacidade de família e os profissionais de saúde
sucção e controle térmico. Em geral, esses responsáveis pela atenção à criança.
RNs têm mais de 2.000 g, mais de 35 Diminuição do risco de infecção
semanas de gestação e índice de Apgar hospitalar. Há vários relatos de redução
maior que seis no quinto minuto. das taxas de infecção neonatal após a
Quais são as vantagens? implantação do alojamento conjunto
em maternidades.
Humanização do atendimento do binômio Quais as atribuições da equipe de
mãe-filho e sua família. saúde no alojamento conjunto?
Convivência contínua entre mãe e bebê, o
que facilita o conhecimento mútuo e a Encorajar o aleitamento materno sob
satisfação imediata das necessidades livre demanda.
físicas e emocionais do RN. Bebês em Não dar ao RN nenhum outro alimento
alojamento conjunto choram menos e ou bebida, além do leite materno, a não
dormem mais do que quando se ser que seja indicado pelo médico. 68
encontram em berçários.
Não dar bicos artificiais ou chupetas às
crianças amamentadas no seio.
Especialmente no período de
estabelecimento da lactação, esses
artefatos podem causar “confusão de
bicos”, uma vez que os movimentos da
boca e da língua na amamentação são
muito diferentes dos utilizados para sugar
mamadeira ou chupetas. A associação
entre uso de chupeta e menor duração da
amamentação já está bem documentada.
Orientar as mães para que não
amamentem outros RNs que não os seus
(amamentação cruzada) e não permitam
que outras mães amamentem seu filho.
Essa medida visa a prevenir a
contaminação de crianças com possíveis
patógenos que podem ser encontrados no
leite materno, incluindo o HIV.
Realizar visitas diárias, esclarecendo,
orientando e dando segurança à mãe
quanto ao estado de saúde de seu filho.
Recomenda-se, sempre que possível e
desejável, que o binômio mãe-filho
permaneça no alojamento conjunto por, no
mínimo, 48 horas, haja vista a
oportunidade ímpar de aprendizagem para
as mães durante a sua permanência em
alojamento conjunto e de detecção de
complicações pós-parto e afecções
neonatais.

69
Tipos de Pelve
Anatomia Morfologia

A bacia (ou pelve) constitui o canal ósseo, Há quatro tipos fundamentais de bacia:
formado pelos dois ilíacos – o sacro e o cóccix ginecoide, antropoide, androide e
–, com as respectivas articulações (sínfise platipeloide. O elemento dominante na
púbica, sacroilíacas, sacrococcígea). Entre o determinação do tipo de bacia é fornecido
sacro e a 5a vértebra lombar, é possível pela porção posterior do estreito superior,
acrescentar a articulação lombossacra, cujo limitada pelo diâmetro transverso máximo,
vértice constitui o promontório. enquanto a região anterior tem importância
A pelve divide-se em grande e pequena bacia secundária. Os tipos puros ocorrem menos
ou escavação; a primeira apresenta reduzida frequentemente que os mistos, originados
expressão obstétrica e a última ainda requer de combinações entre os vários grupos
estudo (trajeto duro do parto). fundamentais.
Ginecóide: Arredondada, mais favorável
Dimensões
ao parto. É a mais comum entre as
mulheres.
Na grande bacia, é possível considerar
Andróide: Forma de coração. É a mais
diâmetros transversos e um anteroposterior.
comum entre os homens.
De uma espinha ilíaca anterossuperior à do
Antropóide: Alongada.
lado oposto, obtém-se o diâmetro biespinha,
Platipelóide: Achatada
que mede aproximadamente 24 cm; da parte
mais saliente, de uma crista ilíaca, à do lado
oposto, tem-se o diâmetro bicrista que mede,
em geral, 28 cm . Traça-se o diâmetro
anteroposterior da fosseta localizada abaixo da
apófise espinhosa da última vértebra lombar
Planos da bacia
(base do sacro), à borda superior da sínfise
púbica; é chamado também diâmetro
sacropúbico externo, de Baudelocque ou São imaginários, traçados na entrada, na
conjugata externa, medindo, em geral, 20 cm. saída e em várias alturas da escavação
Na pequena bacia, serão descritos, pélvica. Merecem referência os planos
sucessivamente, os diâmetros dos estreitos paralelos de Hodge: o primeiro plano
superior, médio e inferior. paralelo passa pela borda superior do púbis
No estreito superior, há um diâmetro e pelo promontório; o segundo corresponde
anteroposterior, traçado do promontório à à borda inferior do púbis; o terceiro é
borda superior da sínfise púbica, chamado traçado nas espinhas ciáticas; e o quarto
conjugata vera anatômica, medindo 11 cm. parte da ponta do cóccix e mistura-se com o
Do mesmo promontório à face posterior do assoalho pélvico.
púbis, traça-se a conjugata vera obstétrica Planos da bacia
(10,5 cm) e, ainda, a conjugata diagonalis, que
não é do estreito superior nem do inferior, Em obstetrícia, eixos são as
sendo apenas recurso clínico para avaliar os perpendiculares baixadas ao centro de cada
mencionados diâmetros anteroposteriores do plano. Há um eixo do plano do estreito
estreito superior; sua extensão é, em geral, de superior, que passa no meio da conjugata
12 cm.
70
anatômica e se prolonga, para cima e para a
frente, pela cicatriz umbilical, e, para trás e
para baixo, pelo cóccix. O eixo do plano do
estreito inferior, prolongado, passaria pela
superfície do promontório e, embaixo,
perfuraria o períneo, um pouco à frente do
ânus.

71
Atenção à vítima de
violência sexual
Geralmente, a violência sexual está especialmente de meninas e mulheres.
acompanhada de outras agressões que incluem Nesse sentido, cabe reconhecer os serviços
a violência física e psicológica. Pode acarretar de saúde como importantes portas de
lesões e traumas nem sempre visíveis, ou entrada para aqueles(as) que sofreram
mesmo gerar internações, produzir sequelas violência sexual, assegurando-lhes
físicas ou psíquicas, como a depressão e acolhimento adequado e atendimento
estresse pós-traumático ou levar à morte. imediato, a partir das demandas de cada
A violência sexual, em razão da própria pessoa.
situação e das chantagens e ameaças, que
Etapas do atendimento
humilham e intimidam quem a sofreu, pode
comumente vir acompanhada de sentimentos
Acolhimento, registro da história, exames
de culpa, vergonha e medo, sendo necessário
clínicos e ginecológicos, coleta de vestígios,
tempo, cuidado e respeito no atendimento e na
contracepção de emergência, profilaxias
escuta ofertada nos serviços de saúde e em
para HIV, IST e Hepatite B, comunicação
toda a rede. Isso significa garantir
obrigatória à autoridade de saúde em 24h
atendimento e atenção humanizada e uma
por meio da ficha de notificação da
escuta qualificada a todos(as) aqueles(as) que
violência, exames complementares,
acessarem esses serviços.
acompanhamento social e psicológico, e
O Decreto nº 7.958/2013 assegura que durante
seguimento ambulatorial.
o atendimento é preciso observar os princípios
O acompanhamento clínico, psicológico e
do “respeito da dignidade da pessoa, da não
social previsto nos serviços de saúde de
discriminação, do sigilo e da privacidade”,
referência devem se estender por um
além de aspectos como:
período posterior à realização do primeiro
O devido acolhimento em serviços de
atendimento, sendo necessário que a
referência;
equipe do serviço de saúde avalie a
A disponibilização de espaço de escuta
continuidade do seu acompanhamento e a
qualificada com privacidade, de modo a
importância de encaminhamentos para
proporcionar ambiente de confiança e
outros serviços e unidades da rede. No
respeito;
cerne da atenção integral e humanizada no
A informação prévia das pessoas em
SUS, é importante garantir, com qualidade e
situação de violência sexual, assegurada a
respeito, a escolha das mulheres que
compreensão sobre o que será realizado
sofreram violência sexual pelo abortamento
em cada etapa do atendimento e a
assegurado pela legislação brasileira.
importância das condutas profissionais,
Os serviços de saúde NÃO substituem as
respeitada sua decisão sobre a realização
funções e atribuições da segurança pública,
de qualquer procedimento;
como a medicina legal, posto que atuam de
Divulgação de informações sobre a
forma complementar e integrada. É
existência de serviços de referência para
importante registrar que não haverá
atendimento à violência sexual.
formalização de laudo pericial pelos
A violência sexual constitui um grave
profissionais do SUS, mas tão-somente a
problema de saúde pública, pois representa
realização do exame físico,
uma das principais causas de morbidade, 72
a descrição das lesões e o registro de Solicitar os exames laboratoriais
informações e a coleta de vestígios. Se a pessoa preconizados conforme Norma Técnica
em situação de violência decidir pelo registro Prevenção e Tratamento dos Agravos
policial, tais informações e materiais serão Resultantes da Violência Sexual Contra
encaminhados à autoridade policial, quando Mulheres e Adolescentes do Ministério
requisitados. da Saúde;
Atribuições Gerais para todos os Realizar a contracepção de emergência
Serviços de Saúde nos termos da Norma Técnica
Anticoncepção de Emergência:
Orientar as vítimas sobre a importância do Perguntas e Respostas para
registro do boletim de ocorrência; Profissionais de Saúde, exceto se esse
Reconhecer os sinais de violência não procedimento tenha sido realizado pelo
declarada, especialmente da violência serviço que primeiro atendeu à vítima;
doméstica, mantendo os(as) profissionais Realizar profilaxia das DST/AIDS e
sensibilizados(as) e capacitados(as); Hepatite B, com medidas específicas
Acolher as pessoas em situação de nas primeiras 72 horas;
violência de forma humanizada sem Preencher o formulário de dispensação
preconceitos e juízos de valor; de anti -retrovirais;
Garantir a necessária privacidade durante Realizar ou encaminhar para
o atendimento, estabelecendo um acompanhamento psicológico e social;
ambiente de confiança e respeito; Preencher obrigatoriamente os dados
Manter sigilo sobre as informações contidos na Ficha de Notificação
prestadas pela vítima ou pelo seu Compulsória de Violência
responsável, repassando a outro Interpessoal/Autoprovocada, de modo a
profissional ou outro serviço, apenas as possibilitar a análise das informações
informações necessárias para garantir o (Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014);
atendimento adequado; Todas as informações devem ser
Ouvir atentamente o relato da situação, de cuidadosamente registradas na Ficha de
forma a poder avaliar a possibilidade de Atendimento Multiprofissional às
risco de morte ou de repetição da violência Pessoas em Situação de Violência
sofrida. Sexual, com letra legível e sem espaços
em branco, tendo em vista que este
Atribuições Gerais para os Serviços registro poderá ser fonte oficial de
de Referência para Atenção às informações, especialmente quando o
Pessoas em Situação de Violência exame pericial não for realizado;
Sexual com Registro de Informações Constar, na Ficha de Atendimento
e Coleta Vestígios Multiprofissional, data e hora dos
atendimentos, história clínica e exame
Avaliar e tratar as condições médicas de
físico completo, incluindo o exame
emergência;
ginecológico, descrição minuciosa das
Realizar os exames clínicos e a coleta de
lesões, relatando se são recentes ou não
material com consentimento informado;
e sua localização específica, descrição
Apresentar o Termo de Consentimento
do relato da usuária, bem como das
Informado, de modo a colher assinatura
orientações fornecidas pelo(a)
para autorização da coleta e preservação
profissional e a identificação, de todos
de eventuais vestígios biológicos que
os(as) profissionais que atenderam a
possam ser identificados;
vítima;
Respeitar a todo momento a
Garantir a referência para o
confidencialidade do caso;
seguimento/acompanhamento através
de consultas pré-agendadas; 73
Realizar a interrupção legal da gestação
Coleta de Vestígios
conforme as normas técnicas do Ministério
da Saúde;
I. Material: secreção vaginal: A coleta de
Encaminhar a mulher para os serviços de
secreção vaginal para pesquisa de
saúde caso ela opte pela manutenção da
espermatozoide e exame de DNA deve ser
gestação;
feita com a vítima em posição ginecológica.
Realizar os registros necessários, não só
Deve-se priorizar a coleta de secreções e
para o acompanhamento da vítima como
não da parede mucosa. Recomenda-se a
também para prováveis finalidades legais.
utilização de espéculo, preferencialmente
No exame físico descartável, sem a presença de materiais
lubrificantes.
Explicar para a pessoa examinada a A coleta deverá ser realizada utilizando-se,
necessidade do exame e da coleta de material. pelo menos, quatro swabs esterilizados, de
Informar os passos do exame, os locais do haste longa e flexível. Se possível, os swabs
corpo a serem tocados, explicando os deverão ser passados simultaneamente, de
procedimentos que serão realizados e os dois em dois, lado a lado, a fim de que as
materiais que serão coletados. Havendo a amostras tenham maior similaridade entre
recusa, a decisão e autonomia da pessoa si.
devem ser respeitadas. Descrever as lesões em Os swabs deverão ser numerados pela
sua localização, tamanho, número e forma, ordem de coleta, sendo que o 1° e 2°
preferencialmente no sentido craniocaudal, deverão ser destinados para exame de DNA
inclusive as lesões genitais e extragenitais, e o 3° e 4° deverão ser destinados para teste
assinalando-as na Ficha de Atendimento de triagem para detecção da presença de
específica ou fotografando-as, se possível, com sêmen (PSA, Seminogelina, etc.) e pesquisa
o consentimento da pessoa. O exame deverá de espermatozoides.
ser realizado pelo(a) médico(a) com a presença II. Material: secreção anal: A coleta de
de outro(a) profissional de saúde também secreção anal pode ser feita tanto em
habilitado para o atendimento integral às posição genopeitoral ou ginecológica. Deve-
pessoas em situação de violência sexual. se atentar para a possibilidade de haver
secreção não apenas na região anal, mas
Coleta de material biológico para
também na região perianal e períneo.
exames de DNA
Para coleta de material da cavidade anal,
introduzir um ou se possível, dois swabs
A coleta de material biológico (amostra de
umedecidos com soro fisiológico 0,9% por
referência da vítima e vestígios) é
vez no canal anal, preferencialmente em
extremamente importante para a identificação
movimentos rotatórios. Os swabs deverão
do(a) agressor(a) por meio de exames de DNA.
ser numerados pela ordem de coleta, sendo
A pessoa em situação de violência, seu familiar
que o 1° e 2° deverão ser destinados para
ou responsável legal deverá consentir e assinar
exame de DNA e, caso seja possível, o 3° e 4°
o Termo de Consentimento Informado antes
deverão ser destinados para teste de
da coleta de material biológico ser realizada.
triagem para detecção da presença de
A coleta do material biológico no corpo da
sêmen (PSA, Seminogelina, etc.) e pesquisa
vítima deve ser realizada o mais rapidamente
de espermatozoides.
possível a partir do momento da agressão
III. Material: sêmen, secreções e ou fluidos
sexual. A possibilidade de se coletar vestígios
depositados na pele ou em outras regiões
biológicos em quantidade e qualidade
do corpo: Em casos de suspeita de
suficientes diminui com o passar do tempo,
deposição de sêmen, secreções ou fluidos
reduzindo significativamente após 72h da
biológicos (saliva, sêmen, sangue, etc.)
agressão
74
em outras áreas do corpo da vítima como, por
exemplo, face, lábios, tórax, abdome, coxa,
períneo ou regiões com mordida(s), esses
locais também deverão ser submetidos à
coleta. Nestas situações, o procedimento será o
mesmo anteriormente mencionado, com a
utilização de swab previamente umedecido em
soro fisiológico 0,9%. Caso a coleta ocorra na
cavidade oral, não é necessário umedecer
previamente o swab. O sêmen e o
espermatozoide tendem a se depositar entre
os dentes e a gengiva. Para a coleta neste caso,
passar o swab seco entre os dentes inferiores.
Os swabs deverão ser numerados pela ordem
de coleta, sendo que o 1° e 2° deverão ser
destinados para exame de DNA e, caso seja
possível, o 3° e 4° deverão ser destinados para
teste de triagem para detecção da presença de
sêmen (PSA, Seminogelina, etc.) e pesquisa de
espermatozoides
IV. Material: vestígio subungueal: Nos casos de
suspeita ou relato de ter havido luta corporal
entre o(a) agressor(a) e a vítima, deverá ser
coletado material subungueal (sob as unhas)
dos dedos da vítima a fim de se buscar
detectar material biológico do(a) agressor(a). A
coleta deverá ser realizada utilizando-se, pelo
menos, dois swabs esterilizados. Para facilitar
o procedimento, umedecer levemente os
swabs com água destilada e, em seguida,
proceder à coleta, passando o swab na região
subungueal de cada dedo. Deve-se utilizar um
swab para cada mão, com a respectiva
identificação de mão direita e esquerda. Em
caso de utilização de mais de um swab por
mão, numerar os swabs por ordem de coleta.
V. Material: cabelo e pelo: Se durante o exame
físico for constatada a presença de cabelo(s)
e/ou pelo(s) com características diversas aos
da vítima, o(a) médico(a) deverá coletá-lo(s)
com utilização de pinça esterilizada.
VI. Material: vestes e objetos com possível
presença de sêmen e/ou outros fluidos
biológicos: Se for constatada ou houver relato
de presença de sêmen e/ou outros fluidos
biológicos em vestes e/ou objetos trazidos pela
vítima, estes deverão ser coletados.

75
Quadro 1: Lesões corporais mais frequentemente observadas em casos de violência sexual

76
Referências
Aleitamento Materno: definições, benefícios e principais desafios enfrentados na atenção básica | Colunistas -
Sanar Medicina
Amamentação - Dicas e orientações para as mães (maternidadesantamaria.com.br)
Berek JS. Berek & Novak – Tratado de Ginecologia. 15ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014.
BEREK. Tratado de Ginecologia: Grupo GEN, 2014.
Bethesda Systen. https://bethesda.soc.wisc.edu e https://www.cytopathology.org/
BRASIL. Manual de Recomendações para a Assistência À Gestante e Puérpera frente à Pandemia de Covid-19.
Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas Ministério da
Saúde, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém nascido: guia para profissionais de saúde: cuidados
gerais. 2. ed., atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. v. 1. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v1.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. Normas básicas para
alojamento conjunto. s/l: OMS/OPAS : UNICEF, 1993. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_20.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança:
nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.
BRASÍLIA. MINISTÉRIO DA SAUDE. Assistência pré-natal: manual técnico. 2000. 3 ed. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_11.pdf. Acesso em: 25 jan. 2021.
BRASÍLIA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. 2001.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicações/cd04_13.pdf. Acesso em: 04 jun. 2021.
Carrara, HHA; Philbert,PMP. Semiologia Mamária.Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5233201/mod_resource/content/1/SEMIOLOGIA%20MAMA%CC%8
1RIA%20%281%29.pdf#:~:text=ANAMNESE%3A,a%20Ginecologia%20e%20a%20Obstetr%C3%ADcia
Climatério ou Menopausa. SOGESP, 2021. Disponível em: https://www.sogesp.com.br/canal-saude-
mulher/blog-da-mulher/climaterio-ou-menopausa/. Acesso em: 20, Setembro, 2021.
Climatério. Biblioteca Virtual em Saúde, 2009. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/climaterio/#:~:text=Climat%C3%A9rio%20%C3%A9%20o%20per%C3%ADodo%20
de,que%20ocorre%20durante%20o%20climat%C3%A9rio. Acesso em: 20, Setembro, 2021.
Climatério. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, 1995. Disponível em:
http://www.itarget.com.br/newclients/sggo.com.br/2008/extra/download/manualCLIMATERIO. Acesso em:
20, Setembro, 2021.
Climatério: o que é, fisiopatologia e alterações ovarianas. SanarFlix, 2018. Disponível em:
https://www.sanarmed.com/climaterio. Acesso em: 20, Setembro, 2021.
CUNNINGHAM, F. Gary et al. Obstetrícia de Williams-25. McGraw Hill Brasil, 2021.
Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à
Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-
exame-preventivo-de-colo-de-utero/
Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, 2a. edição revisada
www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/DDiretrizes_para_o_Rastreamento_do_cancer_do_col
o_do_utero_2016_corrigido.pdf
DRAKE, R.L.; VOGL, A.W.; MITCHELL, A.W.M. Gray’s Anatomia para Estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015.
ebook-FADC-aleitamento-materno-2020.pdf
Finotti, Marta. Manual de anticoncepção. — São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO), 2015.
FREITAS, F; et al. Rotinas em Ginecologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
http://www.as.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/MANUAL-DE-GESTA%C3%87%C3%83O-DE-
ALTO-RISCO-2011.pdf
77
Referências
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/obstetricia/placenta_previa.pdf
https://aps.bvs.br/aps/o-que-e-planejamento-familiar
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_pessoas_violencia_sexual_norma_tecni
ca.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_mama_preciso_falar_disso.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//sumario-diretrizes-deteccao-
precoce-mama-2017.pdf
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13162/material/MASTOLOGIA%20-
%20FEBRASGO%202010.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZ12Z-ZWeb.pdf
https://www.mdsaude.com/gravidez/placenta-previa/
LAST terminology. http://www.archivesofpathology.org/doi/pdf/10.5858/arpa.LGT200570?code=co ap-site.
MARTINI, F.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R.. Moore anatomia: anatomia orientada para a clínica. 7.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014
Patologia do Trato Genital Inferior - diagnóstico e tratamento, 2a. edição. São Paulo: Roca. 2014. Doenças do
Trato Genital Inferior - Coleção Febrasgo. Rio de Janeiro: Elsevier. 2016.
PORTO, C: PORTO, A. Exame Clínico. 8 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar (saude.gov.br)
SAÚDE, Ministério da. Gestação de Alto Risco, Brasília - DF, v. 1, n. 5, p. 1-304. 2010.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
STANDRING, Susan. Anatomia Gray's. 40. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Terminologia Colposcópica Rio 2011. http://www.colposcopia.org.br/laudo
Tratado de Ginecologia FEBRASGO / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá;
coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho...[et al]. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
UNICEF Brasil. Quem espera, espera. Pelo direito de nascer na hora certa. Abril, 2017. Disponível em:
https//www.unicef.org/brazil/relatorios/quem-espera-espera. Acesso em: 04 jun. 2021.
ZUGAIB, Marcelo. Zugaib obstetrícia. 3. ed. São Paulo: Manole, 2016.

78
LAGO FAMEF

Você também pode gostar