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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

SHERON RANIELLY MATOS BARBOSA

ESTUDO DE CASO: IMPLANTAÇÃO DE UM LATICÍNIO NO ESTADO DE


RORAIMA DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO FEDERAL

Boa Vista, RR
2014
1

SHERON RANIELLY MATOS BARBOSA

ESTUDO DE CASO: IMPLANTAÇÃO DE UM LATICÍNIO NO ESTADO DE


RORAIMA DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO FEDERAL

Trabalho apresentado como pré-


requisito para conclusão do Curso de
Bacharelado em Zootecnia, da
Universidade Federal de Roraima.

Orientador: Prof. Dr. Jalison Lopes.


Co-orientadores: Profa Esp. Liziane O.
Wollmann de Cristo;
Prof. Dr. Luís Gabriel
A. Cirne.

Boa Vista, RR
2014
2

Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)


Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima

B238e Barbosa, Sheron Ranielly Matos.


Estudo de caso: implantação de um laticínio no Estado de Roraima de acordo
com a Legislação Federal / Sheron Ranielly Matos Barbosa. – Boa Vista, 2014.
111f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Jalison Lopes.


Co-orientador: Profa. Esp. Liziane O. Wollmann de Cristo.
Monografia (graduação) – Universidade Federal de Roraima, Bacharel em
Zootecnia.

1 - Agroindústria. 2 - Laticínio. 3 - SIF. I - Título. II - Lopes, Jalison


(Orientador). III – Cristo, Liziane O. Wollmann (co-orientador)

CDU – 613.87
3

SHERON RANIELLY MATOS BARBOSA

ESTUDO DE CASO: IMPLANTAÇÃO DE UM LATICÍNIO NO ESTADO DE


RORAIMA DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO FEDERAL

Trabalho apresentado como pré-requisito


para conclusão do Curso de Bacharelado
em Zootecnia da Universidade Federal de
Roraima, defendido em 07 de julho de
2014 e avaliado pela seguinte banca
examinadora:

Prof. Dr. Jalison Lopes


Curso de Zootecnia – UFRR

Profa Esp. Liziane O. Wollmann de Cristo


Engenheira de Alimentos

Prof. Dr. Luís Gabriel A. Cirne


Curso de Zootecnia – UFRR
4

AGRADECIMENTOS

É preciso saber agradecer, antes de tudo!


À Deus por nossas vidas e pelas oportunidades que nos são dadas.
Assim, aproveito este espaço para agradecer meus amados pais Lerislane
Matos e Francisco Barbosa, sempre dedicados e comprometidos com a formação
moral de seus filhos. A minha querida avó Maria Das Dores, por estar ao meu lado
desde sempre, bem como meu companheiro de todos os dias, Carlos Adriano Coêlho,
pelo carinho, paciência, conselhos e incentivos.
Agradeço a todos os professores do curso de Zootecnia; profissionais
comprometidos com a profissão que abraçaram, em especial à professora Dra Denise
Ribeiro, por sua amizade.
Aos meus co-orientadores, professores Dr. Luís Gabriel Cirne e Esp. Liziane
Wollmann, pela grande colaboração neste trabalho.
Agradeço em especial o professor Dr. Jalison Lopes, pela orientação atenciosa
não só nesta produção, mas em todos os momentos de precisão ao longo desta
graduação; pessoa a qual tenho como exemplo de grande profissional e ser humano.
Aos amigos de curso Arlecia Vilhena, Ilnara Laurindo, Jouse Sanches, Eric
Moura e Kalonny Dias pela amizade, respeito, cumplicidade, companheirismo.... Pelas
noites em claro de estudos, produção de trabalhos, pesquisas e, porque não dizer:
Pelos momentos de diversão!
Aos demais amigos de faculdade que sempre deixam sua marca em nossas
vidas.
Por fim, obrigada a todos que torceram por mim e acreditaram em meu
potencial.

Com sincera gratidão!


5

“O medo de perder, tira a vontade de ganhar.”


(Vanderlei Luxemburgo)
6

RESUMO

A organização e expansão do setor industrial do leite no estado de Roraima, ainda


representa um grande desafio para os empresários do setor de produtos lácteos, e
para aqueles que pensam em entrar na atividade. A falta de informação e fiscalização
faz com que um elevado número de pequenos empresários produza derivados do leite
sem atender a legislação vigente, estimulando o mercado informal e gerando um
problema de saúde pública em função da baixa qualidade dos produtos
comercializados. O objetivo do presente trabalho foi estabelecer um guia para a
implantação de um laticínio para processamento de leite e derivados, no município de
Boa Vista, que atenda a legislação federal e, dentre outros pontos, exemplificar, por
meio de um projeto em andamento, os passos para a obtenção do SIF em um laticínio.
Uma indústria de laticínio sifado com alta capacidade de processamento diário
ocasionará impactos positivos na pecuária de leite do estado. Apesar de Roraima
ainda não produzir leite em quantidade suficiente e na qualidade requerida para
atender a demanda de laticínios desse porte, o cenário para este setor nos próximos
anos, não só no referido estado, mas no Brasil é promissor, logo, justifica-se
investimentos nesse ramo do agronegócio.

Palavras-chave: Agroindústria. Laticínio. SIF.


7

ABSTRACT

The organization and expansion of the dairy industry in the state of Roraima, still
represents a challenge for entrepreneurs in dairy industry, and for those considering
entering the activity. The lack of information and monitoring causes a large number of
small entrepreneurs produce dairy products without regard to current legislation,
encouraging the informal market and generating a public health problem due to the low
quality of products. The aim of this study was to establish a guide for the
implementation of a dairy processing milk and dairy products, in Boa Vista, which
meets federal law and, among other things, exemplify, through an ongoing project, the
steps for obtaining a dairy product in SIF. A sifado dairy industry with high daily
processing capacity will result in positive impacts on dairy farming in the state.
Although Roraima not produce milk in sufficient quantity and quality required to meet
only the demand for dairy of this size, the setting for this sector in the coming years,
not in that state, but in Brazil is promising, therefore, justified investments in the
agribusiness sector.

Keywords: Agribusiness. Dairy. SIF.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APPCC - Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle;


Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos;
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas;
ADERR - Agência de Defesa Agropecuária de Roraima;
ADEPARÁ - Agência de Defesa Agropecuária do Pará;
BPF - Boas Práticas de Fabricação;
BPH - Boas Práticas de Higiene;
cm - Centímetro;
CPP - Contagem Padrão em Placas;
CCS - Contagem de Células Somáticas;
CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;
CRMV - Conselho Regional de Medicina Veterinária;
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
CAER - Companhia de Água e Esgoto de Roraima;
CODESAIMA - Companhia de Desenvolvimento de Roraima;
DF - Distrito Federal;
DIPOA - Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal;
DI - Distrito Industrial;
DPC - Depressão do Ponto de Congelamento;
EUA - Estados Unidos da América;
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
Fck - Resistência característica do concreto à compressão;
FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura;
FIER - Federação das Indústrias do Estado de Roraima;
GO - Goiás;
g - Grama;
h - Hora;
ha - Hectare;
IN - Instrução Normativa;
INAMB - Instituto de Preservação Ambiental;
9

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano;


Kg - Quilograma;
L - Litro;
m - Metro;
mL - Mililitro;
min - Minuto;
MS - Ministério da Saúde;
MIP - Monitoramento Integrado de Pragas;
MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário;
MAPA - Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
MDF - Medium Density Fiberboard (Fibra de Média Densidade);
MPa - Mega Pascal;
MAFIR - Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima;
OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras;
PS-Lácteos - Projeto Setorial de Promoção de Exportações de Produtos Lácteos;
PI-V - Projeto de Identidade Visual;
PIB – Produto Interno Bruto;
RG – Registro Geral;
RR - Roraima;
RO - Rondônia;
RT - Responsável Técnico;
RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal;
SP - São Paulo;
5S - Seiri (utilização), Seiton (ordenação), Seiso (limpeza), Seiketsu (higiene) e
Shitsuke (autodisciplina);
SIM - Selo de Inspeção Municipal;
SIE - Selo de Inspeção Estadual;
SIF - Selo de Inspeção Federal;
SIPOA - Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal;
SISA - Imposto que incide sobre as transmissões onerosas de imóveis;
SIFISA - Serviço de Saúde, Inspeção e Fiscalização Animal;
SFA - Superintendência Federal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
SIPA - Secretário de Inspeção de Produto Animal;
10

SDA - Secretaria de Defesa Agropecuária;


SEFAZ - Secretaria de Estado da Fazenda;
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;
SEPLAN - Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento;
UHT - Ultra High Temperature (Temperatura Utra Alta);
UF - Unidades da Federação;
UD - Unidade Demonstrativa;
VE - Venezuela.
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 15
2.1 Geral .......................................................................................................... 15
2.2 Específicos ............................................................................................... 15
2.3 Metodologia .............................................................................................. 15
3 PERSPECTIVAS PARA O AGRONEGÓCIO DE LEITE
E DERIVADOS DO BRASIL ..................................................................... 17
4 HISTÓRICO DA INDUSTRIALIZAÇÃO EM RORAIMA ............................ 20
5 SITUAÇÃO ATUAL DA INDUSTRIALIZAÇÃO DE LEITE EM
RORAIMA .................................................................................................. 22
6 EXIGÊNCIAS PARA A OBTENÇÃO DO SIM, SIE E SIF ......................... 26
6.1 Serviço de inspeção sanitária de empreendimentos de produtos
de origem animal ...................................................................................... 26
6.1.1 Serviço de Inspeção Federal – SIF ......................................................... 27
6.1.1.1 Procedimentos para obtenção do SIF .................................................... 27
6.1.1.1.1 Pedido de aprovação do terreno ............................................................. 28

6.1.1.1.2 Elaboração do projeto .............................................................................. 28

6.1.1.1.3 Entrega do Projeto ................................................................................... 30

6.1.1.1.4 Instalação do SIF ...................................................................................... 30

6.1.1.2 Alteração de razão social e cancelamento de SIF ................................ 31

7 EXIGÊNCIAS PARA A OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA DE


ACORDO COM A IN 62 ............................................................................ 32
7.1 Condições das instalações na propriedade rural para a obtenção
da matéria-prima ...................................................................................... 33
7.2 Condição das instalações para o processamento da matéria prima ... 37
8 GESTÃO DA QUALIDADE EM LATICÍNIOS ............................................ 39
8.1 Sistema de gestão da qualidade ............................................................. 40
8.2 Propostas para a gestão de qualidade em laticínios ............................ 44
9 COMPETÊNCIAS DO ZOOTECNISTA NA AGROINDÚSTRIA DE LEITE
E DERIVADOS .......................................................................................... 46
12

10 ESTUDO DE CASO ............................................................... .................... 48


10.1 Histórico da Família Portella na produção de leite em Roraima .......... 48
10.1.1 A história ................................................................................................... 48
10.1.2 Roraima em 1974 ...................................................................................... 49
10.1.3 1981: Ganhando mercado em Roraima .................................................. 49
10.1.4 1992: Transferência da fábrica ............................................................... 49
10.1.5 Projeto bovinocultura 2009-2012 ............................................................ 50
10.1.6 Estrutura da fazenda ................................................................................ 51
10.2 Programa balde cheio e leite e derivados ............................................. 52
10.3 Detalhamento do projeto do novo laticínio da Família Portella .......... 53
10.3.1 Situação da instalação do laticínio da Família Portella ........................ 53
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 63
ANEXOS .................................................................................................... 68
13

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o elevado grau de investimentos em laticínios, acelerou o ritmo de


crescimento da industrialização do setor leiteiro. As indústrias de laticínios brasileiras
fizeram com que o país ocupasse o primeiro lugar no ranking de crescimento em
industrialização entre os tradicionais países produtores de leite. No período de 2007
a 2011, o ritmo de avanço da industrialização no Brasil foi de 55%, superando os
maiores produtores mundiais: EUA (1,5%), Índia (5,1%), Rússia (1,3%), China (0,9%),
Alemanha (1,8%), França (1,6%) e Nova Zelândia (3,4%). Por conta disso, o chamado
leite formal aumentou sua participação de mercado de 61% em 2000 para 68% em
2010, enquanto o informal caiu de 39% em 2000 para 31,3% em 2011 (MILKPOINT,
2011).
É importante comemorar o crescimento da industrialização no Brasil, pois
mostra que o país está no caminho certo para reduzir a informalidade da atividade.
Porém, o fato de que ainda praticamente um terço do leite disponível para consumo
não esteja sendo devidamente processado, o famigerado leite informal, ou
clandestino, não deixa de ser uma mácula na cadeia nacional de produção leiteira. É
o lamentável reflexo, por um lado, de um setor produtivo ainda pouco
profissionalizado, muitos com carências tecnológicas de todo o tipo, e de outro lado,
de um mercado consumidor pouco informado sobre o que é leite e derivados inócuos
à saúde e com sua plena qualidade nutritiva.
Se tratando de estados brasileiros, Roraima, por sua vez, ainda possui uma
economia modesta se comparada a outros estados com setores produtivos mais
complexos, mas isso não deve servir de barreira para que o mesmo não aproveite as
oportunidades do mercado de lácteos previsto com o aumento populacional, não
somente local, mas nacional e internacional. Entre os fatores que compõem a base
produtiva do estado está a pecuária leiteira, porém, falta organização na cadeia
produtiva para que não somente os grandes, mas os pequenos produtores também
possam lucrar.
Segundo dados de uma pesquisa apresentada pelo Sebrae (2009), o comércio
do leite informal em Roraima é muito alto e a produção de leite realizada de maneira
familiar contribui para esse alto índice. O estado tem capacidade para desenvolver a
atividade leiteira na produção empresarial, e não somente no âmbito familiar como
14

ocorre atualmente na sua maioria, com produção principalmente de queijos e iogurtes.


No entanto, para isso os produtores devem buscar capacitação e tecnologias, desde
a questão sanitária à comercial para iniciar ações do beneficiamento do leite com a
produção de derivados. Sendo assim, não há dúvidas de que a crescente demanda
por produtos de maior qualidade, associada a uma fiscalização sanitária efetiva, se
encarregarão, aos poucos, da correção dessas deficiências do setor produtivo no
estado.
15

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Estabelecer um guia para a implantação de um laticínio de processamento de


leite e derivados, em Roraima, que atenda a legislação federal, visando o
desenvolvimento da indústria de lácteos no Estado.

2.2 Específicos

a) Elucidar a situação atual da industrialização em Roraima;


b) Determinar os requisitos necessários para obtenção do SIF, bem como as
implicações para se mantê-lo;
c) Explanar a importância da gestão de qualidade em agroindústria de laticínios;
d) Demonstrar o papel do profissional Zootecnista dentro de uma indústria de
lacticínios;
e) Apresentar, por meio de um projeto em andamento, os passos para a obtenção do
SIF em um laticínio.

2.3 Metodologia

Como metodologia para realização deste trabalho, primeiramente foram feitas


revisões bibliográficas relacionadas a agroindústria do leite como, a situação atual da
industrialização no Brasil e no Estado em questão (RR); os procedimentos para
obtenção de selos de inspeção em laticínios, principalmente o selo federal (SIF);
temas relacionados a gestão de qualidade de produtos de origem animal; e legislação
sanitária para obtenção da matéria prima (IN 62, 2011).
Também foi realizada a descrição de informações coletadas in loco em
instituições afins, como MAPA, ADERR, SEBRAE e ANVISA. Além de dados
adquiridos em conversações informais com pessoas envolvidas direta e indiretamente
no ramo, o que por sua vez, só enriquece de detalhes o trabalho.
Por último, houve a realização de um estudo de caso, retratando o projeto de
implantação de um laticínio no estado como exemplo prático para a obtenção do SIF,
16

detalhando todos os passos exigidos pelos órgãos responsáveis para realização da


instalação de um estabelecimento de laticínios propício ao recebimento do selo
supracitado.
17

3 PERSPECTIVAS PARA O AGRONEGÓCIO DE LEITE E DERIVADOS DO BRASIL

Até 2050 a produção mundial de alimentos deverá crescer de 70 a 100% para


conseguir suprir a população. Hoje há um bilhão de pessoas com desnutrição. No
Brasil, com o crescimento da renda da população, espera-se que a demanda interna
de produtos lácteos continue crescendo (SEBRAE, 2009). Entre os principais
produtores de alimentos, o Brasil em 2013 apareceu em terceiro lugar no ranking
mundial, produzindo anualmente cerca de 35 bilhões de litros de leite. Apesar de
dados tão expressivos, o consumo de lácteos no país ainda está aquém do
recomendado pelo Ministério da Saúde - MS (MILKPOINT, 2013). Segundo a FAO -
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o consumo de leite
no Brasil é de 172 L/pessoa/ano, estando abaixo do recomendado pela Organização
Mundial da Saúde que é de 200 L/pessoa/ano.
Promover o consumo doméstico do leite e direcionar o excedente para o
mercado internacional é certamente o melhor caminho para a expansão sustentável
do agronegócio do leite no Brasil, com melhor remuneração ao produtor, geração de
empregos permanentes e maiores investimentos no setor industrial.
Uma questão importante e que não pode ser esquecida é a do custo do leite
produzido no Brasil, que prejudica a competitividade das indústrias de laticínios, com
a alta carga tributária e as deficiências de logísticas e infraestrutura. Agregado a isso
vem os desafios específicos da cadeia que estão relacionados à melhoria no processo
de gestão tanto dos produtores quanto das indústrias de laticínios, na melhora dos
índices de produtividade e na qualidade do leite.
A importância que a atividade leiteira adquiriu no Brasil é incontestável, tanto
no desempenho econômico como na geração de empregos, isso porque, dentre
outros fatores, o leite é o único produto que está em todas as classes. Logo, todo
incentivo que se fizer para a cadeia do leite, como criação de um fundo Estadual do
leite, de isenções fiscais para o setor, de subsídios para o pequeno produtor, de
capacitação da mão de obra rural, dentre outros, vai atingir desde o pequeno ao
grande produtor.
Hoje a produção nacional é capaz de fornecer à população brasileira
aproximadamente 165 litros de leite/pessoa/ano, quantidade inferior aos 200 L
recomendados pelos órgãos de saúde nacionais e internacionais (PORTAL BRASIL,
18

2014). Como a produção nacional de leite não é suficiente para atender a demanda
interna, países como Uruguai e Argentina acabam sendo favorecidos pelas
exportação. Essas, no entanto, aviltam os preços e inviabilizam a produção nacional,
tornando ainda mais difícil a permanência dos produtores na atividade, principalmente
os pequenos, onde na maioria das vezes são obrigados a vender seus planteis e, os
grandes acabam ampliando seu rebanho. Nessas condições, a tecnificação é a única
forma de ter alguma margem de lucro com a atividade, assim, a tendência é de um
número maior de grandes produtores e o desaparecimento dos pequenos. Em 2013,
o aumento de 20% no custo de produção atribuído a alta dos insumos e a ausência
de política regulatória de importação decretou a falência de muitos produtores de leite
no Brasil. O governo federal precisa rever sua postura sobre as restrições das
importações de lácteos, pois a falta de controle sobre os volumes de leite e derivados
importados prejudica o mercado interno (PORTAL LÁCTEO, 2013).
Com a estimativa de crescimento da população brasileira até 2023, de
aproximadamente 201 milhões para 216 milhões de habitantes, o volume de leite
produzido deverá ser de 45,3 bilhões de litros/ano. As projeções indicam que em 2023
o país exportará cerca de 150 milhões de litros de leite ao ano.
A produção brasileira de leite vem crescendo a cada ano, porém grande parte
desse crescimento se deve mais ao aumento do número de vacas ordenhadas do que
ao aumento da produtividade. A produtividade do rebanho nacional cresceu
aproximadamente 23% nos últimos 10 anos, enquanto a produção total cresceu quase
50% (IBGE, 2013). Nesse aspecto, o MAPA está debatendo com as cadeias
produtivas do leite, o Plano Mais Pecuária, que terá entre outras vertentes, a
campanha Mais Leite que será lançado com o objetivo de aumentar as exportações e
produtividade do setor. A criação de uma política nacional para o leite é no sentido de
articular alternativas para os produtores que atualmente estão fragmentadas, tendo
crédito com o Plano Safra e assistência técnica com a Embrapa. O Plano Mais
Pecuária terá projetos e ações desenvolvidos dentro de quatro eixos estruturantes,
sendo eles: Genético; Ampliação de mercado; Incorporação de tecnologia; e
Segurança e qualidade dos produtos. Com atuação direta, o Plano Mais Pecuária
deverá aumentar a produção e a produtividade da pecuária de leite em 40%
(AGÊNCIA BRASIL, 2013).
Diante das possibilidades de crescimento, o referido programa buscará fazer
com que o País se torne um ator no comércio internacional de lácteos e para isso
19

projeta aumento de dez vezes no total de leite a ser exportado, alcançando a marca
de 1,5 bilhão de litros, no seu limite superior. A produtividade média do rebanho
brasileiro em 2012 foi de 1.417 kg/vaca/ano, e como o foco do programa é o aumento
de produtividade, a meta a ser alcançada deve ser de aproximadamente 2.000
kg/vaca/ano, o que totalizaria uma produção de 47 bilhões de litros ao final de 10 anos.
Essa produtividade corresponde a um aumento de aproximadamente 40% nos valores
de 2012 e praticamente ao dobro do ritmo normal de ganho de produtividade
observado nos últimos 10 anos (PORTAL BRASIL, 2014).
O governo também deve investir, articular e apoiar financeiramente ações de
marketing do leite no mercado interno e a criação de produtos com indicação
geográfica e com sinais distintivos. Além disso, está previsto o lançamento de editais
de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos lácteos com maior valor
agregado, como produtos não alergênicos e os funcionais (PORTAL BRASIL, 2014).
Além do projeto supracitado, para tentar fortalecer e alavancar ainda mais a
cadeia do leite, em fevereiro de 2013 foi assinado um acordo entre a Organização das
Cooperativas Brasileiras (OCB), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). As
três instituições agora são parceiras na execução de um projeto ambicioso, que visa
ampliar a exportação de lácteos em cerca de 30% nos próximos dois anos: o Projeto
Setorial de Promoção de Exportações de Produtos Lácteos (PS-Lácteos). Atualmente,
mais de 40% da produção brasileira de lácteos passa, de alguma maneira, por uma
cooperativa. Além disso, dentre as doze maiores captadoras de leite do país, quatro
pertencem ao setor. Dessa forma, as cooperativas tem papel fundamental nesse
cenário (BRASIL COOPERATIVO, 2013).
Aberto a cooperativas de laticínios e empresas individuais de todos os portes,
o PS-Lácteos prevê ações de fortalecimento da imagem e a melhoria da qualidade da
produção do setor. Estão previstas missões de prospecção de novos mercados, em
eventos e feiras internacionais. Também pretende-se trazer importadores, jornalistas
e formadores de opinião estrangeiros para conhecer as empresas do setor e
estabelecer negócios. Com esse projeto, o Brasil poderá recuperar seu espaço no
mercado internacional, onde até 2008 era exportador de lácteos, mas depois da crise
internacional transformou-se em importador do produto, apesar da produção ter
crescido muito (BRASIL COOPERATIVO, 2013).
20

Outra forma analisada atualmente para fortalecer o mercado nacional e


estimular a exportação de leite é a Agenda Estratégica 2010 - 2015 que é fruto de
trabalho coletivo das entidades representantes do setor privado nos diversos elos da
Cadeia Produtiva do Leite e Derivados. A estruturação de uma Agenda de Trabalho
da Cadeia Produtiva proporciona condições de ampliar as discussões além das
questões pontuais do dia a dia da referida cadeia, as chamadas questões
conjunturais. Permite, também pensar no futuro e construir planos e projetos de médio
e longo prazo que permitam o desenvolvimento da cadeia como um todo, com
competitividade e sustentabilidade, ou seja, abrange também as chamadas questões
estruturais (MAPA, 2011).

4 HISTÓRICO DA INDUSTRIALIZAÇÃO EM RORAIMA

O Estado de Roraima localiza-se ao norte da bacia Amazônica, numa região


com peculiaridades em seu espaço natural, que limitaram, durante vários séculos, a
sua ocupação. Soma-se a isso a sua localização, muito distante dos principais eixos
econômicos do Brasil, desde o século XVI. O território que hoje ocupa o Estado de
Roraima ficou isolado por séculos. Só recentemente, após a construção das rodovias
BR-174 e Perimetral Norte, que solucionaram em boa medida o crônico problema de
acessibilidade; Roraima foi efetivamente colocado no mapa. Constituindo-se na última
grande área de fronteira agrícola brasileira, é um dos Estados brasileiros com a maior
taxa de crescimento populacional anual, colocando-se entre os de maior crescimento
no Brasil, com uma taxa de 4,6%, muito superior à média nacional de 1,6% de
crescimento, porém com uma população de pouco mais de 480.000 habitantes,
segundo a estimativa populacional de 2013. É uma densidade baixíssima, 2,01
habitantes por quilômetro quadrado (FIER, 2013; IBGE, s.d.).
Roraima, desde os tempos em que ainda nem era considerado um Estado
federado, apresentava vocação agrícola, no entanto, teve que buscar com o decorrer
do tempo, vocação industrial, ao invés apenas do perfil de agroindústria. Logo,
buscou-se outro tipo de negociação, que pudesse ajudar a desenvolver um sistema
industrial no estado para complementar o da Zona Franca de Manaus (RODOVIAS E
VIAS, s.d.). Nesse sentido, pode-se dizer que dois projetos foram considerados
21

relevantes para o deslanche da industrialização em Roraima: Distrito industrial e,


especificamente voltado para a cadeia do leite, a Unidade de Produção de laticínios.
Em 27 de maio de 1980 foi criado o Distrito Industrial “Governador Aquilino da
Mota Duarte”, que está localizado no km 6 da BR-174. As principais indústrias do
Distrito são beneficiadoras de cereais, produção de refrigerantes, fabricação de
móveis e utensílios domésticos e derivados do leite. Desde sua fundação o parque
industrial de Roraima passou por transformações em suas dimensões e número de
empresas. Inicialmente eram 120 lotes na 1º etapa divididos em 9 quadras.
Atualmente são 112 empresas ocupando 40 quadras em 488 lotes divididos em
1.161,47 hectares. Este crescimento deu-se devido à implantação de novas indústrias
e a doação de lotes feita pelo governo do referido estado aos empresários e
investidores locais (SEPLAN, s.d.).
A CODESAIMA - Companhia de Desenvolvimento de Roraima, promove o
desenvolvimento rural e urbano do estado, participando da execução de projetos
voltados para a colonização, mineração, habitação, agropecuária e agroindústria
(CODESAIMA, s.d.). Tendências tecnológicas, processo produtivo, industrialização e
comercialização do leite são alguns pontos que vem sendo discutidos há tempos pela
Companhia para se tentar alavancar a produção adequada de leite e derivados em
Roraima. Observando essas e outras necessidades, a empresa (CODESAIMA) teve
a iniciativa em executar um projeto específico e voltado para a agroindústria do leite,
a Unidade de Produção de laticínios ou Usina do Leite, como também era conhecida. Este
projeto teve como objetivo auxiliar na renda dos pequenos e médios produtores de
leite, e ao mesmo tempo atender a carência nutricional de famílias carentes e
estudantes de escolas públicas. Isso, por outro lado, tornaria o leite in natura e seus
derivados, mais conhecidos, auxiliando outra vez no desenvolvimento dos pecuaristas
do ramo leiteiro e, assim, alavancando também o desenvolvimento do Estado.
A Unidade de produção foi colocada em funcionamento no ano de 1981. Por
dia eram coletados de 1.500 a 2.000 L de leite, a maior parte nos municípios de
Iracema e Caracaraí, porém, quantidade aquém da capacidade de processamento da
unidade, de 5.000 L. Além do leite in natura, eram produzidos derivados, como o
iogurte, manteiga, requeijão e queijos (muçarela, ricota e coalho).
A Usina de leite foi bem aceita na capital Boa Vista, sendo este o único
município beneficiado com os produtos. Mas durou apenas 23 anos, sendo fechada
em 31 de dezembro de 2004, o motivo até hoje não se sabe.
22

5 SITUAÇÃO ATUAL DA INDUSTRIALIZAÇÃO DE LEITE EM RORAIMA

O cenário agrícola brasileiro nos últimos 10 anos passou por mudanças


significativas. Neste período, o setor de agronegócios se transformou, cresceu e
contribuiu para a geração de saldos importantes na economia brasileira. No caso de
Roraima, pesquisas apontaram alto potencial para o agronegócio na região e, ao
mesmo tempo, indicam que os modelos de desenvolvimento propostos são, muitas
vezes, inadequados à realidade da região em foco (SEBRAE, 2009).
Os estabelecimentos agropecuários com leite nos estados brasileiro é muito
variável e no caso de Roraima são em menor número.
A atividade do leite é um negócio importante não só para os pecuaristas que
nele atuam, mas para toda a economia do Estado de Roraima. O funcionamento eficaz
do segmento pode ser melhorado, assim como os resultados produtivos (SEBRAE,
2009).
Realizado desde 1997, a Pesquisa Trimestral do Leite coleta informações de
todos os estabelecimentos que se dedicam à atividade leiteira e estão sob inspeção
federal, estadual ou municipal. No comparativo do 1º trimestre de 2013 com o 1º
trimestre de 2012, as maiores variações relativas positivas de aquisição de leite cru
ocorreram em Roraima (160,8%), Piauí (45,0%), Amazonas (35,5%) e Rio de Janeiro
(28,3%) (IBGE, 2014).
Roraima, assim como os demais estados brasileiros tem uma grande
oportunidade de mercado à vista. O consumo mundial de leite tende a crescer. Com
o desenvolvimento de hábitos alimentares mais saudáveis, o leite cresce em
importância e, essas mudanças nos hábitos criam oportunidades para a indústria
desenvolver novos alimentos e agregar valor aos produtos. Porém, ainda hoje, em
Roraima, poucos criadores utilizam alguma tecnologia e conseguem resultados nos
processos de produtividade e rentabilidade. A grande maioria emprega baixa ou
nenhuma tecnologia, e consequentemente obtém resultados desafiadores sob a ótica
do mercado.
O Sebrae (2009), realizou uma pesquisa na região central do estado de
Roraima com o objetivo de demonstrar a atual realidade da produção de leite nessa
área. Foram realizadas 114 entrevistas, tendo como público-alvo os produtores de
leite formais e informais atuantes na referida região. Os dados coletados tem como
23

referência o ano de 2008 e apresentam as perspectivas e planejamento traçados


pelos produtores para o ano de 2009.
Com a referida pesquisa pode-se constatar que o leite produzido nas
propriedades é consumido e comercializado pela maior parte dos produtores, 55,3%,
outros 43% somente comercializam o produto. A comercialização ocorre in natura em
sua maioria, o que contraria a legislação vigente (IN 62, 2011). O leite processado,
considerado como mais seguro para o consumo humano, é produzido por menos da
metade dos produtores. Dos subprodutos comercializados, o queijo coalho é mais
comum, com 33,3% das citações em pesquisa, seguido pelo queijo manteiga, 6,8%.
Destaca-se que 52,6% não produzem nenhum derivado do leite. A quantidade
produzida do queijo coalho em 2008 foi de 1.569,20 kg, em média cada produtor
produziu 38,4 kg para consumo interno e 94,2 kg para comercialização. O queijo de
manteiga teve 1.975,5 kg com, apenas, 2 kg para consumo interno e 99,8 kg para
comercialização, em média. Para o iogurte foram produzidos, apenas 100 litros,
totalmente para a comercialização, assim como do queijo minas com 100 Kg
destinados a comercialização.
Ainda relacionado a pesquisa feita pelo Sebrae (2009), as vendas são feitas
diretamente ao consumidor, sem atravessadores, para 45,1% da amostra.
Comerciantes do varejo de mercadinhos consomem 11,3%, restaurantes consomem
9,9%, outros são vendidos para feiras, supermercados e atacadistas ambos com
7,0%, bem como, fazendas e cooperativas em menor escala.
Os moradores das cidades próximas estão acostumados a comprar produtos
nas fazendas produtoras de Roraima. Não existe nenhuma estrutura complexa ou
abrangente de vendas para atendimento do consumidor final, simplesmente ele se
desloca ao estabelecimento e alguém o atende, entrega o produto e recebe o dinheiro
pela compra.
Em Roraima, o leite processado é produzido por menos da metade dos
produtores, apesar das condições climáticas favoráveis do estado em relação ao clima
para esta atividade. A abundância de chuva e elevada temperatura em, pelo menos
seis meses do ano são um dos pontos positivos que ajudam a produção do leite no
estado, isso porque as gramíneas tropicais, aqui predominantes, produzem muito bem
nessas condições, proporcionando maior quantidade de matéria verde com qualidade
para os animais e, consequentemente levando os mesmos a produzirem mais.
24

A maioria das indústrias existentes no Estado apresenta em sua administração


uma estrutura familiar, baixa produtividade e quase nenhum controle de qualidade. A
maioria das empresas utiliza procedimentos artesanais e equipamentos obsoletos,
que influem diretamente na produtividade e na qualidade dos produtos. No entanto,
algumas empresas já estão buscando melhorias em seus processos produtivos;
reflexo de um mercado cada vez mais concorrente e exigente (FIER, 2013). O baixo
nível de desenvolvimento em que se encontra a atual situação das indústrias do
estado de Roraima é indicativo de que o setor precisa crescer economicamente,
aumentando sua produção e produtividade com incremento tecnológico e de gestão,
como também, desenvolver-se nos quesitos de responsabilidade social e ambiental.
É importante comentar que, em relação ao número de estabelecimentos que
possuem o Selo de Inspeção Federal (SIF), de acordo com informações coletadas in
loco na SFA, apenas dois, na história da industrialização em Roraima, obtiveram o
referido selo; desses estabelecimentos, atualmente apenas um continua com o SIF
(MAFIR - Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima); o outro (uma empresa de
mel), obteve o SIF, porém teve este cancelado por descumprimentos relacionados a
atualizações dos dados cadastrais do projeto, que devem ser mantidos sempre em
dia, mesmo depois da obtenção do registro. Há também uma empresa no ramo de
entreposto de peixes que está tentando obter o SIF, no entanto, o processo para a
obtenção deste ainda está em andamento.
Diante de todo esse cenário, ainda há uma forte expectativa no momento atual
em que o Estado vem passando. A análise feita pelo IBGE sobre alguns índices como
o de urbanização e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) demonstraram que a
economia roraimense gerou resultados positivos e comparativamente melhores do
que a maioria dos Estados da região norte. Por outro lado sabe-se que, do ponto de
vista macroeconômico, esse crescimento e melhoria do bem estar social não são
sustentáveis. Para torná-los sustentáveis precisa mudar a dinâmica da economia de
Roraima que depende, hoje, do comportamento e da evolução dos gastos da
administração pública, o qual representa quase a metade do PIB estadual, que é de
49,5%, participação inferior apenas ao do Distrito Federal que foi de 54,4% em 2010.
Também precisamos rever os gastos públicos que são financiados na proporção de
75% em média, por transferências federais constitucionais, legais e voluntárias, onde
se evidencia que a fonte da dinâmica da economia roraimense é externa. Outro fator
importante a se considerar, é que as atividades agropecuárias e industriais
25

representam apenas 4,7% e 1,8%, respectivamente, do PIB estadual (2010),


mostrando que a base econômica de Roraima é restrita. Outro fato é que Roraima
poderia aproveitar melhor o grande mercado potencial de Manaus, do estado da
Bolívar (Venezuela - VE) e da Guiana para expandir seu comércio. Apesar de algumas
empresas estarem buscando melhorias em seu processo produtivo (reflexo de um
mercado cada vez mais concorrente e exigente), a maioria delas permanecem em
situação inferior à exigida pela corrente do comércio. Em Roraima, a maioria das
indústrias existentes apresenta em sua administração uma estrutura familiar, baixa
produtividade e quase nenhum controle de qualidade. Além disso, a maioria delas
utiliza procedimentos artesanais e equipamentos obsoletos que influem diretamente
na produtividade e na qualidade dos produtos. Isso é um indicativo de que o setor
precisa crescer economicamente, aumentando sua participação, que ainda é baixa,
nos referidos comércios por meio da ampliação da produção e da produtividade com
incremento tecnológico e de gestão como também, desenvolver-se nos quesitos de
responsabilidade social e ambiental. Só assim, o baixo nível de desenvolvimento em
que se encontra a atual situação das indústrias do Estado de Roraima poderá
prosperar (FIER, 2013).
Em face do quadro acima descrito, vislumbra-se a importância do
desenvolvimento do setor econômico industrial como parceiro irrestrito das ações de
governo, em resposta certa a necessidade extrema de mudança da dinâmica
econômica do estado de Roraima.
Visando mais informações referentes a cadeia do leite em Roraima, a empresa
Laticínios Fazenda (dados não publicados) realizou uma pesquisa de campo a qual
teve duração de pouco mais de um ano, fazendo um levantamento de dados por todo
o Estado entre os anos de 2009/2010. A mesma chegou ao resultado de que Roraima
produzia em média 16.200 L/leite/dia. Atualmente, esse valor apresentou queda de
1.500 L/leite/dia em média, devido abandono ou mudança de setor de alguns dos
grandes produtores de leite do referido Estado. Em relação a entrada de lácteos no
Estado, de acordo com dados da SEFAZ - Secretaria de Estado da Fazenda de
Roraima, por dia, do mês de janeiro à novembro de 2010, cerca de 40 mil litros de
lácteos adentraram no Estado em forma de queijos, iogurte, doces, entre outros.
26

6 EXIGÊNCIAS PARA A OBTENÇÃO DO SIM, SIE E SIF

6.1 Serviço de inspeção sanitária de empreendimentos de produtos de origem


animal

Entende-se por Agroindústria, o estabelecimento com instalação industrial de


manipulação e/ou industrialização, onde são recebidos, manipulados, beneficiados,
transformados, fracionados, conservados, armazenados, embalados, rotulados e/ou
expedidos produtos de consumo humano. Abrangem desde processos simples, como
secagem, classificação e embalagem, até processos mais complexos que incluem
operações física, química ou biológica (PREZOTTO, L. L., 2013).
Toda agroindústria que produz alimentos e bebidas para o consumo humano
deve ter sua qualidade sanitária avaliada para que os alimentos produzidos estejam
aptos ao consumo. Logo, o registro no serviço de inspeção sanitária é obrigatório. É
oportuno lembrar que são dois os registros necessários: do estabelecimento e do
produto.
A legislação define o funcionamento e o modelo de organização do serviço de
inspeção sanitária, que tem base em vários órgãos e serviços de governo nas esferas
federal, estadual e municipal. Todos esses, com responsabilidades, diretas ou
indiretas, no controle da qualidade dos alimentos e bebidas.
A inspeção dos produtos de origem animal é de competência do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e, durante o processo produtivo, quem
assume a responsabilidade são os órgãos de Agricultura. Nesse caso, tem-se,
também, uma subdivisão de responsabilidades de acordo com a área geográfica
(nacional, estadual e municipal) de comercialização dos produtos pelos
estabelecimentos (PREZOTTO, L. L., 2013), conforme descrito a seguir: a) Os
estabelecimentos que pretendem comercializar seus produtos em qualquer local do
Brasil devem ser registrados no Serviço de Inspeção Federal – SIF; b) Os
estabelecimentos que pretendem comercializar seus produtos apenas no território de
seu Estado devem ser registrados no Serviço de Inspeção Estadual – SIE ou no SIF;
c) Os estabelecimentos que pretendem comercializar seus produtos apenas no
território de seu respectivo Município, devem ser registrados no Serviço de Inspeção
Municipal – SIM, ou no SIE, ou no SIF.
27

Todos os produtos de origem animal, independente dos estabelecimentos


serem registrados no SIM, no SIE ou no SIF, após o processo produtivo (distribuição
e consumo), são fiscalizados pela Vigilância Sanitária, e cada registro é exclusivo de
cada unidade agroindustrial, não se estendendo às filiais.

6.1.1 Serviço de Inspeção Federal – SIF

O Serviço de Inspeção Federal - SIF é vinculado ao Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento – MAPA e é regido, dentre outras, pelas leis n° 1.283/50 e
7.889/89 e pelos decretos n° 30.691/52 e 1.225/62 (PREZOTTO, L. L., 2013).
Todos os estabelecimentos que queiram realizar comércio interestadual ou
internacional de produtos de origem animal deverão buscar registro no Departamento
de Inspeção de Produtos de Origem Animal - DIPOA. Ao efetivarem o cadastro no
DIPOA recebem o registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Para obtenção do registro, a localização, a construção e a qualidade da água
a ser utilizada na indústria são avaliadas pelos Médicos Veterinários – Fiscais
Federais Agropecuários que atuam no DIPOA. O objetivo é evitar a construção de
estabelecimentos não adequados à manipulação de alimentos pois, para esta
atividade é extremamente importante o fluxo das operações e condições de ambiente
visando minimizar, ao máximo, o risco de contaminação dos alimentos.
Os estabelecimentos, registrados devem manter seus dados cadastrais em dia,
devendo o DIPOA ser comunicado de quaisquer alterações. Desta forma, projetos de
reformas e alterações da estrutura da planta também devem ser encaminhadas para
análise prévia, conforme Ofício 373/GAB SDA/MAPA (Anexo K).
Para solicitar o registro do estabelecimento no SIF, se faz necessário cumprir
uma série de normas para elaboração de um processo no qual constará todas as
etapas de aprovação do estabelecimento.

6.1.1.1 Procedimentos para obtenção do SIF

Para obtenção do SIF é necessário o cumprimento das normas para a


elaboração de um processo que inclua todas as etapas de aprovação do
28

Estabelecimento. Para início de qualquer atividade se faz necessário alguns


procedimentos.

6.1.1.1.1 Pedido de aprovação do terreno

Aplicável à todas as indústrias que dependem de edificação para o seu


funcionamento (Art. 59 RIISPOA). Este pedido é feito mediante requerimento dirigido
ao (a) Sr. (a) Chefe do SIPOA, SISA ou SIFISA da SFA-UF onde será instalada a
indústria. A este serão anexados croquis da(s) área(s) a ser(em) vistoriada(s), bem
como informação sobre a quem se dirigir para fazer contatos na localidade (endereço,
telefone, etc.). O laudo de inspeção prévia do terreno (Anexo L) deverá ser preenchido
pelo SIF.

6.1.1.1.2 Elaboração projeto

Após inspecionada e aprovada a área para a finalidade proposta, cujo


comprovante é o Laudo de Inspeção de Terreno, o pretendente dará prosseguimento
ao pedido com a elaboração de um projeto detalhado, conforme as seguintes
orientações: a) Localização: Pela sua própria natureza, os estabelecimentos podem
ser autorizados dentro do perímetro urbano, suburbano ou rural, depois de ouvidas as
autoridades de saúde pública, Prefeitura Municipal e Órgão Controlador do Meio
Ambiente (Art. 47 e 48 do RIISPOA). A área do terreno deve ser compatível com o
estabelecimento, prevendo-se futuras expansões. É recomendado afastamento de 10
(dez) metros dos limites das vias públicas ou outras divisas, salvo quando se tratar de
estabelecimentos já construídos, que tenham condições fáceis de entrada e saída,
bem como circulação interna de veículos. As áreas, com pátio e vias de acesso,
devem ser pavimentadas e urbanizadas, evitando a formação de poeira e facilitando
o escoamento das águas. As demais áreas deverão receber jardinagem completa.
Outros aspectos de fundamental importância na elaboração do projeto devem ser
observados quanto à posição da indústria, a saber: Facilidade na obtenção da
matéria-prima; Localização em ponto que se oponha aos ventos dominantes que
sopram para a cidade; Terreno seco, sem acidentes, de fácil escoamento das águas
pluviais, não passíveis de inundações; Afastadas de fontes poluidoras de qualquer
29

natureza; Facilidade de acesso; Facilidade de fornecimento de energia elétrica e


meios de comunicação; Facilidade no abastecimento de água potável; Facilidade no
tratamento e escoamento das águas residuais; Preferencialmente próximo à corrente
de água à montante da cidade, caso dela esteja próximo; Facilidade na delimitação
da área; b) Instalações e Equipamentos: O complexo industrial deve ser compatível
com a capacidade de produção, variando de acordo com a classificação do
estabelecimento; c) Instrução do Projeto: O Projeto será instruído com os seguintes
documentos: 1) Requerimento do industrial pretendente, dirigido ao (à) Diretor (a) do
Departamento Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) em Brasília - DF, no
qual solicita Aprovação Prévia do Projeto; 2) Requerimento para Aprovação Prévia do
Projeto de Construção (Anexo M); 3) Memorial Descritivo da Construção (Anexo N);
4) Memorial Econômico-Sanitário do Estabelecimento (Anexo O); 5) Termo de
Compromisso (Anexo P); 6) Parecer (es) da (s) Secretaria (s) de Saúde e/ou Prefeitura
(Art. 47 RIISPOA); 7) Licença de instalação passada pelo INAMB (Instituto de
Preservação Ambiental) (Art. 47 RIISPOA); 8) A RT do engenheiro responsável pelo
projeto - CREA da região; 9) Plantas: Situação - escala 1/500, baixa - escala 1/100,
fachada - escala 1/50, cortes - escala - 1/50; Detalhes de equipamentos - escala 1/10
ou 1/100; Hidro-sanitária - escala 1/100 ou 1/500. Nas Plantas, devem ser observadas
as seguintes cores: Estabelecimentos novos (Cor preta); Estabelecimentos a
reconstruir, reformar ou ampliar: Cor preta - para partes a serem conservadas; Cor
vermelha - para partes a serem construídas; Cor amarela - para partes a serem
demolidas; Cor azul - para elementos construídos em ferro; Cor cinza - pontuado de
nanquim, para partes de concreto; Cor " terra de siene" - para partes em madeira; d)
As Plantas ou Projetos devem conter: Orientação; Posição da construção em relação
às vias públicas e alinhamento dos terrenos; Localização das partes dos prédios
vizinhos, construídos sobre as divisas dos terrenos; Perfil longitudinal e perfil
transversal do terreno em posição média, sempre de nível (Art. 55 RIISPOA). Outras
exigências poderão ser feitas, em face da localização e classificação do complexo
industrial.
30

6.1.1.1.3 Entrega do Projeto

O projeto completo será entregue no SIPOA, SISA ou SIFISA, da SFA - UF em


que estiver sendo pretendida a instalação da indústria.
Os documentos serão anexados ao pedido inicial para aprovação do terreno,
analisados e remetidos para o DIPOA para aprovação prévia. Uma vez analisado, o
processo retornará ao demandante para fins de conhecimento e início das obras, se
aprovado. Durante o desenrolar da construção o Serviço de Inspeção Federal poderá
visitar a obra para verificar os trabalhos. Nenhuma alteração poderá ser realizada no
projeto aprovado previamente, sem a devida consulta ao DIPOA.

6.1.1.1.4 Instalação do SIF

Após o término das obras deve ser solicitado ao SIPOA, SISA ou SIFISA da
SFA-UF uma visita para então ser realizado o Laudo Técnico Sanitário do
Estabelecimento, o qual também deve ser incluído no processo de pedido de Registro.
Caso o técnico verifique que todas as edificações, instalações e equipamentos
propostos no projeto inicial foram executados de acordo serão solicitadas ao industrial
mais três (03) vias do projeto original, com vistas à obtenção do registro definitivo.
Se o técnico verificar que as edificações, instalações e equipamentos não estão
concluídos ou que falhas porventura existentes não prejudicarão a manipulação do
produto, estando as obras em andamento para conclusão breve, poderá ser fornecido
ao empresário a reserva do SIF, ficando protelado o registro definitivo.
Ao proceder à vistoria do estabelecimento, o técnico solicitará análise completa
da água de abastecimento, condição básica necessária para uma indústria operar com
manipulação de produtos de origem animal. Solicitará ainda a licença de operação
emitida pelo órgão estadual do meio ambiente.
Faculta-se a autorização de formulários e demais documentos do SIF, bem
como aprovação prévia de rotulagens dos produtos a serem elaborados, após a
Reserva do SIF pelo DIPOA.
Para efeito de Reserva do SIF ou Registro, o processo deverá ser
encaminhamento ao DIPOA com o Laudo de Inspeção Final, detalhando as
31

instalações e certificando a conformidade, e com o Resultado de Análise de água nos


termos do Art. 62 do RIISPOA.
A instalação do Serviço de Inspeção Federal (SIF) se fará por ato formal,
oficializado ao interessado, designando o responsável pelo SIF e autorizando o início
das atividades, após a Inspeção Federal ser dotada dos documentos oficiais
necessários. O anexo Q ilustra o modelo de registro de estabelecimento.

6.1.1.2 Alteração de razão social e cancelamento de SIF

Com base no Art. 50 do RIISPOA, os processos devem ser instruídos com os


seguintes documentos: a) Requerimento ao Sr. (a) Diretor (a) do DIPOA; b) Termo de
Compromisso obrigando-se a acatar todas as exigências formuladas à firma
antecessora, sem prejuízo de outras que venham a ser determinadas; c) Contrato
Social da nova firma, registrado na Junta Comercial; d) Anexação do Título de Registro
da firma antecessora ou em sua falta, uma Declaração de seu extravio; e) Contrato
ou Certidão de locação, arrendamento ou de compra e venda, registrado em Cartório
e; f) Laudo de inspeção do estabelecimento, atualizado com parecer conclusivo. No
caso de transferência de registro, por alteração contratual ou da razão social, serão
dispensados os dois últimos documentos.
Paralelamente e em separado, deverão ser encaminhados os processos de
aprovação de rótulos tendo em vista o cancelamento automático da rotulagem da
firma antecessora. Faculta-se a utilização da rotulagem da firma antecessora desde
que devidamente autorizado pelo DIPOA, sob estrito controle do SIF.
A alteração da razão social e o cancelamento do SIF tem definidos os
procedimentos e modelos de formulários na Instrução de Serviço no 001/94, da Divisão
de Normas Técnicas/DIPOA de 01.02.94.
Os formulários deverão ser preenchidos e assinados por técnico responsável
do setor competente do Serviço de Inspeção Federal (SIF), observando sempre os
dispositivos legais do RIISPOA e as instruções complementares a este assunto.
O processo com a documentação exigida será retido no SIPOA, SISA ou
SIFISA da SFA - UF até que seja efetuado o procedimento de homologação e cadastro
pelo DIPOA sendo posteriormente encaminhado ao SIF para arquivamento.
32

7 EXIGÊNCIAS PARA A OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA DE ACORDO COM A


IN 62

De acordo com a instrução normativa nº 62, de 29 de dezembro de 2011,


entende-se por leite pasteurizado tipo A, o leite classificado quanto ao teor de gordura
em integral (> 3%), semidesnatado (0,6 a 2,9%) ou desnatado (até 0,5%), produzido,
beneficiado e envasado em estabelecimento denominado Granja Leiteira. A sanidade
do rebanho leiteiro, do qual é adquirido a matéria prima, deve ser atestada por médico
veterinário em relação a controle sistemático de parasitoses, de mastites, brucelose
(Brucella abortus) e tuberculose (Mycobacterium bovis).
As instalações e equipamentos devem estar em perfeitas condições de
conservação e funcionamento, de forma a assegurar a obtenção, tratamento e
conservação do produto. Além disso, alguns procedimentos específicos devem ser
tomados para controlar a qualidade da matéria prima: Contagem padrão em placas
(CPP); contagem de células somáticas (CCS); pesquisa de resíduos de antibióticos;
determinação do índice crioscópico (Depressão do Ponto de Congelamento - DPC);
determinação do teor de sólidos totais e não-gordurosos; determinação da densidade
relativa; determinação da acidez titulável; determinação do teor de gordura; e medição
da temperatura do leite cru refrigerado (IN 62, 2011).
Ainda de acordo com a IN 62, a expedição do leite pasteurizado tipo A deve ser
conduzida sob temperatura máxima de 4°C (quatro graus Celsius), mediante seu
acondicionamento adequado, e levado ao comércio distribuidor através de veículos
com carroçarias providas de isolamento térmico e dotadas de unidade frigorífica, para
alcançar os pontos de venda com temperatura não superior a 7°C (sete graus Celsius).
Aditivos e coadjuvantes de tecnologia/elaboração não é permitida a utilização. Em
relação ao transporte e distribuição do leite pasteurizado tipo A, não é permitido o
transvase do produto para outros veículos fora dos entrepostos de distribuição.
Entende-se por leite cru refrigerado, o leite refrigerado e mantido nas
temperaturas constantes (7oC na propriedade rural/tanque comunitário e 10 oC no
estabelecimento processador), transportado em carro-tanque isotérmico da
propriedade rural para um posto de refrigeração de leite ou estabelecimento industrial
adequado, para ser processado. Este deve apresentar-se isento de sabores e odores
estranhos. Além disso, assim como no leite tipo A, a sanidade do rebanho leiteiro, do
33

qual é adquirido a matéria prima, deve ser atestada por médico veterinário em relação
a controle sistemático de parasitoses, de mastites, brucelose (Brucella abortus) e
tuberculose (Mycobacterium bovis). Admite-se o transporte desse tipo de leite em
latões ou tarros e em temperatura ambiente, desde que a matéria-prima atinja os
padrões de qualidade; o leite deve ser entregue ao estabelecimento processador no
máximo até 2h (duas horas) após a conclusão da ordenha; o estabelecimento
industrial que receber leite em latões deverá realizar todas as análises exigidas para
leite de conjunto, como temperatura, teste do álcool/alizarol na concentração mínima
de 72% v/v (setenta e dois por cento volume/volume), acidez titulável, densidade
relativa, a 15/15ºC, teor de gordura, outras pesquisas que se façam necessárias. O
tempo transcorrido entre a ordenha inicial e seu recebimento no estabelecimento que
irá beneficiá-lo deve ser no máximo de 48h (quarenta e oito horas), no entanto,
recomenda-se como ideal um período de tempo não superior a 24h (vinte e quatro
horas) (IN 62, 2011).

7.1 Condições das instalações na propriedade rural para a obtenção da matéria-


prima

A infraestrutura do sistema de instalações para gado de leite deve apresentar


as seguintes funções básicas: 1) prover um ambiente saudável e confortável para as
vacas, 2) prover uma condição de trabalho favorável e confortável para o ordenhador;
3) possibilitar boa integração com os sistemas de alimentação, ordenha e manejo de
esterco; 4) obedecer os códigos sanitários vigentes; 5) otimizar a eficiência da mão-
de-obra em termos de manejo de vacas/homem e leite produzido/homem; e 6) seja
economicamente viável.
Por outro lado, baseado no grau de intensificação do sistema deve-se
considerar três tipos de instalações: a) Sistema convencional ou de baias individuais
(ties tall); b) Sistema de baias livres (loose housing e free stall); c) Sistema a pasto
(currais de alimentação e manejo e sala de ordenha).
Indiferente ao tipo de instalação adotado, componentes essenciais do sistema
precisam ser incluídos nas instalações centrais, como: 1) cocho coberto, sala de
ordenha, sala de leite e sistema de limpeza e lavagem dos equipamentos; 2) sistema
de alimentação - inclui uma ou mais áreas de alimentação, galpão para
34

armazenamento e um sistema de transporte entre os locais de: armazenamento e


alimentação; sistema de tratamento e manejo dos dejetos animais e outros efluentes;
área para descanso dos animais (currais e piquetes); área para enfermaria e
tratamento, local para realizar inseminação artificial, maternidade, etc.). Esses
componentes, frequentemente, são relegados a segundo plano, principalmente nos
sistemas de estabulação livre; 3) áreas de serviço, incluindo estradas, passagens de
pedestres, corredores para movimentação de gado e material; e 4) área para recria
de animais (EMBRAPA, 2007).
A seleção do tipo e do tamanho da sala de ordenha e o grau de automação do
equipamento de ordenha dependem do número de vacas em lactação, custos inicial
e anual (capital disponível), disponibilidade de assistência técnica e da preferência
pessoal do proprietário quanto à atenção individual por vaca e à eficiência da mão-de-
obra. Normalmente, a velocidade de ordenha desses equipamentos varia de 6 a 8
vacas/conjunto/hora (EMBRAPA, 2007).
Por outro lado, a escolha do sistema de ordenha baseia-se em dois aspectos:
econômico (custos inicial e anual) e tempo gasto para ordenha. Rebanhos pequenos
devem ser limitados a instalações e equipamentos mais baratos, pois, à medida que
o custo das instalações e equipamentos aumenta, o custo por vaca ou por quilo de
leite produzido também aumenta. Até 100 vacas em lactação, recomenda-se uma sala
de ordenha do tipo espinha-de-peixe ou tandem 3 x 3 ou 4 x 4, ou 2 x 4, com um
operador. Se houver necessidade de se diminuir o tempo gasto na ordenha para um
tempo inferior a três horas, deve-se usar unidades maiores. Quando o número de
vacas em lactação for acima de 100 (cem), o custo inicial do equipamento será
distribuído por mais vacas, e, assim, o custo por animal deve ser menor, mesmo que
o custo total seja alto.
O investimento em equipamentos varia conforme o tipo, a sua capacidade, o
grau de automação, a marca e o local. Mão-de-obra é o item de maior custo variável
na maioria dos sistemas, variando de 40 a 50% nos sistemas com grande automação
em que os equipamentos são usados poucas horas por dia e os salários são baixos;
e de 80 a 90% em que os equipamentos são usados de 10 a 12 horas por dia e os
salários são altos. O custo anual do sistema de ordenha e equipamentos pode
aumentar significativamente o custo anual por vaca em lactação, no caso de grandes
investimentos em pequenos rebanhos.
35

No caso do uso de estábulos convencionais, de fila simples ou dupla, ordenha


mecânica com balde ao pé e o leite transportado manualmente (Anexo R), utilizam-
se, normalmente, duas unidades por ordenhador, e o rendimento médio é de 15 a 20
vacas ordenhadas/homem/hora; se o equipamento é de tubulação (Pipeline) com três
conjuntos de teteiras, o rendimento é de 20 a 25 vacas/homem/hora. O uso de quatro
conjuntos aumenta o número de vacas ordenhadas de 25 a 35 por hora. O sistema
tandem (Anexo S) apresenta as seguintes vantagens: baixo custo inicial, fácil atenção
individual por vaca, além do fato de, vacas com tirada dura ou que escondem o leite,
não retardarem a saída das outras. A desvantagem é a ineficiência da mão-de-obra,
quando comparada a outros sistemas de ordenha mecânica. No sistema tandem, cada
unidade possui um portão de entrada e outro para saída dos animais, podendo, estes,
serem soltos à medida que termine a ordenha, não havendo necessidade de espera
até que todos os outros sejam ordenhados.
O tipo espinha-de-peixe (Anexo T) conduz à uma eficiência mais alta da mão-
de-obra do que o sistema tandem, por causa da pequena distância entre os úberes
dos animais, evitando que o ordenhador caminhe longas distâncias durante a
ordenha. Outra vantagem é o menor custo inicial, porque o comprimento da sala de
ordenha é menor e não há necessidade de individualização das baias. A desvantagem
é que, sendo os animais ordenhados em grupo, menor atenção individual é dada a
cada animal e há necessidade de que todos os animais tenham sido ordenhados para
que sejam soltos. Outra desvantagem desse sistema é quanto ao conforto térmico,
uma vez que os animais se colocam lado a lado aumentando a superfície de contato
e a produção de calor, obstruindo a ventilação e a perda de calor para o ambiente.
Os sistemas poligonal (Anexo U) e rotatório (Anexo V) são eficientes na
utilização da mão-de-obra e na redução do tempo gasto para ordenha; entretanto, o
alto custo inicial é a grande limitação do seu uso nos sistemas de produção de leite
em vigor no Brasil. Estes dois tipos de ordenhadeira devem ser usadas para ordenha
em sistemas com grande número de vacas em lactação, geralmente acima de 500.
Na maioria das vezes é na operação de ordenha, independentemente do tipo,
que o leite é contaminado. Sendo assim, de modo geral, o sistema e, principalmente,
a estrutura das salas de ordenha deve ser projetada de acordo com o tipo de leite que
se queira produzir, seguindo orientações da IN 62. Portanto, em relação a escolha do
tipo de sistema a ser utilizado, além de levar em consideração fatores importantes,
como o número de animais a serem ordenhados; nível de produção dos animais;
36

qualidade da mão de obra; investimentos totais a serem realizados; e custos


operacionais a serem realizados, deve-se realizar a escolha relacionando o tipo de
ordenha com a qualidade do leite, ou seja, com o tipo de leite a ser produzido. Dessa
forma, os sistemas de ordenha rotatório (ou carrossel), poligonal, tandem, espinha de
peixe e convencional, na respectiva ordem, proporcionam melhor qualidade do leite.
Em outras palavras, a medida em que o nível de mecanização, de tecnologia do
sistema aumenta, menor o contato homem/animal, consequentemente, reduz-se ao
máximo o grau de contaminação da matéria extraída, além de aumentar a eficiência
e agilidade no processo.
Em relação a sala de leite, esta deve ficar localizada junto à sala de ordenha
para facilitar o transporte do leite para o tanque de expansão ou resfriador e também
facilitar o livre acesso dos ordenhadores e ajudantes. A sala de leite e seus
equipamentos têm por finalidade resfriar e estocar, temporariamente, o leite
produzido. A sala de leite deve ter espaço suficiente para abrigar o tanque de
expansão, utensílios e equipamentos de ordenha, os quais não devem ter contato
direto com o piso. Deve dispor de pia, com uma ou duas cubas para higienização dos
utensílios e equipamentos de ordenha e, se necessário, um tanque para lavagem de
equipamentos maiores. Ela deve ser ampla, com áreas de iluminação e ventilação
suficientes, pé-direito mínimo de 3,00 m, piso impermeabilizado, paredes revestidas
até a altura mínima de 2,00 m, com azulejos ou similares, ter forro em material
impermeável e de fácil limpeza. É necessário ter um ambiente seco para melhor
higiene e maior durabilidade dos equipamentos. As janelas e basculantes deverão ser
providas de telas à prova de insetos. Detalhes de construção devem ser checados
com os fornecedores dos equipamentos. Entretanto, é importante observar detalhes
referentes à possibilidade de expansão do rebanho ou ao aumento da produção.
Permitir espaço extra, uma porta mais ampla ou facilmente alargada e adquirir, por
exemplo, um tanque com maior capacidade, podem resultar em futura economia. O
provimento de água quente e fria para higienização adequada dos equipamentos e
utensílios de ordenha deve ser observado e dimensionado.
37

7.2 Condição das instalações para o processamento da matéria prima

Todo estabelecimento precisa ter estabelecido e, também atender todos os


requisitos essenciais e de boas práticas de elaboração quando o objetivo do mesmo
for obter alimentos aptos para o consumo humano.
De acordo com a Portaria nº 368 (1997), as instalações devem estar localizadas
de preferência em zonas isentas de odores indesejáveis, fumaça, poeira e outros
contaminantes, e que também não estejam expostas a inundações. Devem ser de
construção sólida, sanitariamente adequada e todos os materiais usados na
construção e na manutenção deverão ser de natureza tal que não transmitam
nenhuma substância indesejável ao leite.
Além disso, as instalações devem ser construídas de maneira que impeçam a
entrada ou abrigo de insetos, roedores ou pragas e de contaminantes ambientais.
Também devem permitir separar, por dependência, divisória e outros meios eficazes,
as operações susceptíveis de causar contaminação cruzada. É muito importante que
os prédios das instalações garantam que as operações ali realizadas possam ser
feitas nas condições ideais de higiene, desde a chegada da matéria prima até a
obtenção do produto final assegurando, ainda, condições apropriadas para o processo
de elaboração e para o produto final. Por fim, o fluxograma do estabelecimento deve
permitir uma limpeza fácil e adequada, e facilitar a devida inspeção da higiene do leite.
Nas áreas de manipulação do leite, os pisos devem ser de materiais resistentes
ao impacto, impermeáveis, laváveis e antiderrapantes não podendo apresentar
rachaduras, e devem facilitar a limpeza e a desinfecção. Os líquidos devem escorrer
para os ralos (sifonados ou similares), impedindo a acumulação nos pisos. As paredes
devem ser construídas e revestidas com materiais não absorventes, laváveis e
apresentar cor clara. Os ângulos entre as paredes, entre as paredes e os pisos, e
entre as paredes e os tetos ou forros, devem ser de fácil limpeza. Os tetos ou forros
devem estar construídos ou acabados de modo que se impeça a acumulação de
sujidade e se reduza ao mínimo a condensação e a formação de mofo. Devem, ainda,
ser fáceis de limpar. As janelas e outras aberturas devem ser construídas de forma a
evitar o acúmulo de sujidades; aquelas que se comuniquem com o exterior do
ambiente devem estar providas de proteção contra insetos e essas devem ser de fácil
limpeza e boa conservação. As portas devem ser de material não absorvente e de
38

fácil limpeza. As escadas e estruturas auxiliares, como plataformas, escadas demão


e rampas devem estar localizadas e construídas de forma a não causarem
contaminação. Nas áreas de manipulação dos alimentos, todas as estruturas e
acessórios elevados devem estar instalados de maneira que se evite a contaminação
direta ou indireta da matéria prima e do material de embalagem por intermédio da
condensação e bem como as dificuldades nas operações de limpeza.
Os alojamentos, vestuários, sanitários e banheiros do pessoal auxiliar do
estabelecimento devem estar completamente separados das áreas de manipulação
de alimentos, sem acesso direto e nenhuma comunicação com estas. A matéria prima
e produtos finais devem ser depositados sobre estrados de madeira ou similares,
separados das paredes para permitir a correta higienização da área.
As instalações devem dispor de um sistema eficaz de evacuação de efluentes
e águas residuais, o qual deverá ser mantido, a todo momento em bom estado de
funcionamento. Todos os condutos de evacuação devem ser suficientemente grandes
para suportar cargas máximas e devem ser construídos de maneira que se evite a
contaminação do abastecimento de água potável.
Todos os estabelecimentos devem dispor de vestuários, sanitários e banheiros
adequados, convenientemente situados, garantindo a eliminação higiênica das águas
residuais. Estes locais devem estar bem iluminados ventiladas e não podem ter
comunicação direta com as áreas onde os alimentos são manipulados. Junto aos
sanitários e localizadas de tal maneira que o pessoal tenha que passar junto a elas
quando retornar em área de manipulação, devem existir pias com água fria ou fria e
quente, providas de elementos adequados à lavagem das mãos e meios higiênicos
conveniente para secá-las. Não se permite o uso de toalhas de pano. Deve-se usar
toalhas de papel, porta-toalhas e recipientes coletores.
Quando for o caso, deverá existir instalações adequadas para a limpeza e
desinfecção dos utensílios e equipamentos de trabalho. Estas instalações devem ser
construídas com matérias resistentes a corrosão, que possam ser limpos com
facilidade e deverão, ainda, estar providas de meios adequados para o fornecimento
de água fria ou fria e quente em quantidade suficiente.
As dependências industriais devem dispor de iluminação natural e/ou artificial
que possibilitem a realização das tarefas e que não comprometa a higiene do leite. As
fontes de luz artificial que estejam suspensas ou aplicadas e que se encontrem sobre
a área de manipulação de alimentos, em qualquer das fases e produção, devem ser
39

de tipo inócuo e estar protegidas contra rompimentos. A iluminação não deve alterar
as cores. As instalações elétricas devem ser embutidas ou aparentes e, neste caso,
estar perfeitamente recobertas por canos isolantes e apoiadas nas paredes e tetos,
não se permitindo cabos pendurados sobre as áreas de manipulação de alimentos.
Em relação à ventilação do local, torna-se necessário que exista ventilação
suficiente para evitar o calor excessivo, a condensação de vapor, a acumulação de
pó, para eliminar o ar contaminado. A corrente de ar nunca deve fluir de uma zona
suja para uma zona limpa. As aberturas que permitem a ventilação devem ser dotadas
de dispositivos que protejam contra a entrada de agentes contaminantes.
Além do descrito acima, nas instalações deverão existir meios para o
armazenamento dos resíduos e materiais não comestíveis, antes da sua eliminação
pelo estabelecimento, de forma que se impeça a presença de pragas nos resíduos de
matérias não comestíveis e se evite a contaminação da matéria prima, da água
potável, do equipamento, dos prédios e vias internas de acesso.

8 GESTÃO DA QUALIDADE EM LATICÍNIOS

A competitividade e a sobrevivência dos laticínios brasileiros estão ligadas à


sua gestão da qualidade. A busca incessante pela melhoria da qualidade do produto
tanto no que diz respeito à segurança alimentar quanto à satisfação do consumidor
com o alimento consumido é uma condicionante para a competitividade. Em relação
aos laticínios brasileiros, a principal condicionante para uma eficiente gestão da
qualidade é a redução de custos e desperdícios, já que grande parte dos
consumidores brasileiros ainda não considera a qualidade, mas o preço como fator
decisivo na compra de produtos lácteos (SCALCO, A. R.; TOLEDO, J. C., 2002).
A qualidade do produto pode ser observada por duas perspectivas: uma
objetiva, representada por um conjunto de características intrínsecas ao produto, ou
seja, características físicas, nutricionais e higiênicas; outra, a subjetiva: associada às
preferências do consumidor. Sendo assim, é de fundamental importância a garantia
da qualidade.
De acordo com Scalco e Toledo (2002), a empresa deve estar segura de que
seu produto está sendo distribuído no mercado sem problemas de qualidade nem de
segurança, pois ela está conforme as normas e regulamentações e mantém, no
40

tempo, um padrão de qualidade com o qual o consumidor está acostumado. No


entanto, é importantíssimo que a empresa evolua dos conceitos de garantia da
qualidade, conformidade com os padrões e manutenção da qualidade, para o conceito
de satisfação total do cliente e de superação de suas expectativas, sem agregação de
custos ao cliente, pois uma gestão da qualidade eficiente e eficaz é aquela que atua
nos aspectos básicos de garantia da qualidade e na busca pela satisfação do
consumidor, superando suas expectativas.

8.1Sistema de gestão da qualidade

A sobrevivência da agroindústria de laticínios está intimamente ligada à


segurança de quem consome seus produtos e à redução de desperdícios na cadeia
de produção. Por isso, deve estar atenta à gestão da qualidade em todas as etapas
da cadeia, bem como à busca pela satisfação total do consumidor.
Os requisitos geralmente considerados para a gestão da qualidade de uma
agroindústria de laticínios, são: 1) Perfil das empresas; 2) Forma da estrutura
organizacional das empresas e da gestão da qualidade; 3) Sistema de gestão da
qualidade, que abrange todas as etapas para a obtenção da qualidade do produto
final; 4) Utilização de indicadores de desempenho para avaliar a qualidade em todas
essas etapas; 5) Programas de gestão da qualidade; e 6) Metodologias e ferramentas
para a gestão da qualidade.
Por outro lado, as atividades básicas de um sistema de gestão da qualidade na
agroindústria de laticínios podem ser divididas em: a) Controle da qualidade da
matéria-prima; b) Controle da qualidade do processo; c) Controle da qualidade do
produto final; d) Controle da qualidade no transporte e na distribuição e; e) Controle
da qualidade do produto no ponto de venda. Essa estrutura é a compatível com o fluxo
de produção dos laticínios brasileiros (SCALCO, A. R.; TOLEDO, J. C., 2002).
A eficiência da gestão da qualidade está fortemente condicionada ao bom
desempenho do seu sistema da qualidade. Baseando-se nessa afirmação, Scalco e
Toledo (2002) realizaram uma pesquisa referente a gestão da qualidade em laticínios
do estado de São Paulo, local onde se encontram grande parte das maiores empresas
voltadas para esse ramo no país. Foi feito a aplicação de questionários, os quais foram
enviados para os 50 estabelecimentos industriais do estado de São Paulo que
41

recebiam volume diário de leite acima de 20 mil litros. Esse total correspondeu a100%
dos laticínios do referido estado nessas condições. Vinte e um (21) laticínios
responderam ao questionário, o que corresponde a uma amostra de 42% das
empresas. Baseadas nas informações coletadas, os autores chegaram ao seguinte
resultado: Dentre as ações de qualidade dos laticínios (inspeção no recebimento, por
meio de análises microbiológicas e físico-químicas; assistência técnica e orientação
aos fornecedores; transporte de leite a granel refrigerado; pagamento pela qualidade
do leite; e financiamento de tanques de expansão para resfriamento do leite),em
ordem de prioridade em relação às etapas da cadeia de produção, a matéria-prima
principal dos laticínios (o leite), foi considerado por 81% das empresas como fator
crítico primordial para a qualidade do produto, já que muitas vezes ele chega ao
laticínio com acidez alta ou adulterado, o que dificulta seu aproveitamento. Em 47,6%
das empresas, a principal ação para assegurar a qualidade do leite são as inspeções
microbiológicas e físico-químicas no recebimento do produto. Apenas 33,3% dos
laticínios utilizam a assistência técnica e a orientação aos produtores de leite como
principal ação para controlar a qualidade do leite, mesmo assim, sua atuação é mais
corretiva do que preventiva. Dentre essas empresas, estão 100% das empresas
estrangeiras e 50% das nacionais de grande porte, o que evidencia que apenas as
grandes e as multinacionais recorrem a medidas mais preventivas em relação à
matéria-prima.
O transporte de leite a granel refrigerado é a segunda prioridade em apenas
38,1% das empresas. O pagamento pela qualidade do leite é considerado como ação
prioritária, em terceira ordem, em apenas 27,8% das empresas. Percebe-se, assim,
que boa parte dos laticínios está mais preocupada em verificar os padrões do leite
(acidez, resíduos químicos, adulteração, etc.) na plataforma de recebimento(pós-
porteira), do que em agir na fonte do problema, ou seja, o produtor. Os laticínios de
capital estrangeiro enfocam com maior intensidade as atividades mais próximas da
produção rural do leite. Ainda não são significativas as atividades que promovam a
garantia da qualidade do leite recebido, como sistemáticas assistências preventivas
ao produtor, pagamento diferenciado pela qualidade do leite e financiamentos de
tanques de resfriamento ao produtor, para que ele tenha melhores condições de
produzir leite em quantidade e com qualidade.
Com o objetivo de reduzir custos, as empresas estão recorrendo ao processo
de granelização do transporte de leite cru (sob refrigeração) para as indústrias e,
42

consequentemente, melhorando a qualidade do leite recebido. No momento da


pesquisa, 25% dos laticínios estavam com o transporte de leite totalmente
granelizado. Quanto ao controle da qualidade no processo, 76,2% das empresas
priorizam as atividades de limpeza e higienização dos equipamentos e instalações no
início e no fim da produção, para controlar possíveis contaminações do leite dentro da
fábrica.
A dependência do recurso humano em laticínios é muito acentuada. A limpeza
dos equipamentos, em metade das empresas, depende fortemente da mão-de-obra.
Qualificação e capacitação dos recursos humanos são fatores relevantes, pois o risco
de contaminação do produto no processo é significativamente alto. No entanto, com a
pesquisa feita por Scalco e Toledo (2002), o treinamento para os funcionários do chão-
de-fábrica é considerado uma ação prioritária para apenas 14,3% das empresas. Na
etapa do controle da qualidade do produto final, 62% das empresas priorizam as
análises microbiológica e 71,4% consideram as análises físico-químicas como a
segunda prioridade. Pode-se notar também, que os laticínios estão mais preocupado
em controlar a qualidade do produto por meio de maciças inspeções, já que não
garantem a qualidade da matéria-prima nem a possibilidade de o produto não sofrer
contaminação ou alteração em qualquer etapa do processo industrial. A questão da
satisfação do consumidor nos aspectos sensoriais do produto são atividades não
prioritárias nessa agroindústria, uma vez que apenas 19% das empresas, contemplam
prioritariamente essa atividade.
O que também é fundamental para a manutenção da qualidade do produto são
os tipos e as condições dos transportes utilizados pelas empresas. No entanto, 47,2%
das empresas entrevistadas utilizam transporte terceirizado, passando para a
empresa contratada, toda a responsabilidade de acondicionamento do produto no
veículo de transporte. O treinamento para funcionários da própria empresa no
acondicionamento e no manuseio corretos do produto no transporte é realizado em
33,33% das empresas. Pelo menos 60% das empresas que utilizam transporte
terceirizado não garantem que o produto chegue aos pontos-de-venda em condições
adequadas para consumo e também não estão satisfeitas com o serviço das
empresas de distribuição. Dessa forma, a distribuição do produto é um gargalo
significativo na gestão da qualidade dos laticínios onde a pesquisa foi realizada.
A forma de exposição do produto nos pontos de venda (atacado/varejo)
também é relevante para a manutenção da qualidade. O levantamento realizado por
43

Scalco e Toledo (2002) mostrou que 71,4% das empresas controlam a qualidade no
ponto de venda por meio de orientações aos atacadistas ou varejistas quanto à forma
de acondicionar seus produtos nas prateleiras de exposição, como empilhamento,
manuseio e temperatura de armazenagem. Outras 14,3%, realizam vistorias em
pontos de venda escolhidos aleatoriamente, sendo essa atividade mais representativa
em laticínios que atuam no mercado local. A atividade de orientação no ponto de
venda é importante, já que os laticínios desejam que seu produto chegue aos
consumidores com as mesmas propriedades iniciais.
Pode-se identificar por meio do trabalho dos autores supracitados, vários
gargalos em toda a cadeia, desde a baixa qualidade da matéria-prima e a pouca ação
para melhorá-la, a mão-de-obra não qualificada e as poucas ações de capacitação,
até a distribuição inadequada, comprometendo significativamente a qualidade do
produto final. A fim de atenuar esses pontos fracos, e possivelmente melhorar a gestão
da qualidade em todas as etapas, algumas recomendações podem ser feitas, como:
Estimular os produtores de leite a produzir com mais qualidade e produtividade, por
meio de pagamento pela qualidade do leite, assistência técnica com atuação mais
preventiva, financiamentos de tanques de refrigeração nas unidades produtivas de
leite, participação dos produtores nos programas de gestão da qualidade nas
empresas que os possuem coleta de leite a granel; capacitação dos funcionários,
treinamento nas operações básicas de produção, implantação das metodologias e
ferramentas de apoio à gestão da qualidade, particularmente as específicas do setor
alimentício (BPF, BPH, MIP, 5S e APPCC); maior comprometimento com a qualidade
do produto na distribuição e no ponto de venda, utilizando transporte seguro e eficiente
e maior fiscalização no ponto de venda.
Dentre as principais práticas e controles do setor alimentício, as Boas Práticas
de Fabricação (BPF) e a Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC)
merecem destaque. As BPF abrangem um conjunto de medidas que devem ser
adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a
conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação
sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo
de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam
determinadas categorias de alimentos. Por sua vez, a APPCC é a plataforma principal
para a legislação internacional e as boas práticas de fabricação para todos os setores
da indústria alimentícia; forma um componente chave para algumas normas de
44

conformidade certificadas, e é reconhecida como um elemento principal para o


comércio internacional de produtos alimentícios. Além disso é uma ferramenta de
gestão de risco reconhecida internacionalmente para o uso na gestão proativa de
temas ligados à segurança de alimentos. Um sistema de APPCC ajuda a focar em
perigos que afetam a segurança de alimentos através da identificação de perigos e a
estabelecer limites críticos de controle para os pontos críticos durante o processo de
produção.
A partir do momento em que as recomendações anteriormente citadas forem
estabelecidas, serão consequências naturais, a redução significativa nas atividades
de inspeção do produto final e a possibilidade de enfoque maior na busca da
satisfação total do consumidor, atendendo os seus gostos e necessidades.

8.2 Propostas para a gestão de qualidade em laticínios

A importância da busca e manutenção da qualidade do produto além da


fronteira física de uma empresa de processamento é prática necessária e que deve
ser ressaltada, considerando-se duas situações (BANKUTI, S. M. S.; BANKUTI, F. I.;
TOLEDO, J. C., s.d.). A primeira diz respeito a procedimentos na cadeia de produção
que não façam parte do elo de processamento, ou seja, a indústria. A outra questão
diz respeito a procedimentos que, mesmo acontecendo fora dos limites da planta
produtiva, são de responsabilidade da empresa processadora. Esta segunda situação
não se refere à noção de cadeia e de gestão sistêmica da qualidade, mas sim à gestão
da qualidade em atividades que ainda sejam parte da empresa. Partindo dessa
premissa, pode-se dividir as atividades de um laticínio em três tipos principais:
captação do leite, processamento e distribuição dos produtos finais.
A gestão da qualidade na empresa deve englobar, antes da adoção de qualquer
visão sistêmica da qualidade na cadeia, a gestão de todos os processos internos, e
não somente daqueles referentes ao processamento. Para o caso do leite, esse
controle assume grande importância, dada a perecibilidade do produto, seja como
matéria-prima, seja como produto final.
Assim, duas questões merecem destaque no que diz respeito à qualidade do
produto: (1) A qualidade na captação do leite e a atuação dos carreteiros; e (2) A
qualidade na distribuição do produto e a atuação dos vendedores. Esses dois pontos
45

são críticos para a qualidade do produto até o consumidor, e devem ser tratados pela
empresa com a mesma importância dada à etapa de processamento.
Com relação ao ponto 1, a importância do papel do carreteiro na qualidade da
matéria-prima é clara e deve ser melhor abordada pelas empresas. Para tal, propõe-
se: a) Política de treinamento: a qualidade da matéria-prima que chega no laticínio
depende da atuação dos carreteiros. A conscientização do produtor rural sobre a
importância da qualidade pouco agrega se um trabalho com o mesmo intuito não for
feito com o responsável pela captação do leite. Dessa forma, assim como na planta
produtiva, os colaboradores responsáveis pela recepção do leite também devem ser
conscientizados sobre a importância da adoção de atitudes e de métodos que
contribuam para a qualidade, tais como o 5S e as BPH (BANKUTI, S. M. S.; BANKUTI,
F. I.; TOLEDO, J. C., s.d.).
Além disso, programas específicos de treinamento para os carreteiros devem
ser criados, como intuito de efetivar com eles a mesma atuação de busca da qualidade
que é realizada dentro da planta produtiva; b) Revisão da política de remuneração: a
remuneração por quilometragem incentiva os carreteiros a aumentarem o número de
propriedades captadas por eles e consequentemente a realizarem o serviço com mais
rapidez em cada produtor. Quanto maior o número de produtores rurais visitados por
um carreteiro, em tese menor o tempo disponível para captação em cada propriedade.
Isso leva à tendência de execução do serviço com menos cuidados, o que pode
comprometer a qualidade do leite. Propõe-se uma política de remuneração que leve
em conta não somente a distância percorrida pelo motorista e o volume de leite
captado por ele, como também a qualidade do leite trazido por ele. Nesse aspecto, é
proposto o pagamento de premiações por bons índices de qualidade, por tipo de
problema (adição de água, contaminação, etc.). Dessa forma, os carreteiros atuarão
também como agentes conscientizadores dos produtores rurais; c) Outras políticas de
motivação à qualidade: a introdução de prêmios monetários e não monetários aos
melhores carreteiros em qualidade, bem como a criação de concursos da qualidade
do leite entre os carreteiros, são medidas que podem estimular os carreteiros a
adotarem melhores práticas para a qualidade;
Com relação ao ponto 2, por se tratar de produto que depende de refrigeração,
o transporte até o ponto de venda merece atenção especial para garantir a qualidade
do leite e derivados. Assim, para solucionar os problemas com a entrega do produto,
uma vez que a responsabilidade pelo produto até a chegada ao consumidor é da
46

indústria, é necessário incentivar a melhoria da qualidade na distribuição. A perda de


produtos finais pela empresa, por questões de qualidade, deve ser investigada e
sanada com o intuito de construção e fortalecimento de imagem positiva da marca no
mercado e redução de custos. A proposta nesse sentido é: a) Política de treinamento:
o treinamento e conscientização dos responsáveis pelo transporte devem ser
conduzidos de forma a esclarecer a importância dessa etapa na qualidade do produto,
e do estímulo à adoção de práticas que primem pela qualidade. Aqui é importante o
realce da busca pela qualidade, principalmente porque a perda de produtos finais é
fato mais grave para a indústria; primeiro, por se tratar de produtos com valor
agregado, diferentemente da matéria-prima; em segundo lugar, pelo fato de que
problemas com a qualidade do produto acabam por comprometer a imagem da marca
no mercado, perante o consumidor, e a sobrevivência no mercado (BANKUTI, S. M.
S.; BANKUTI, F. I.; TOLEDO, J. C., s.d.).
Sendo assim, é de fundamental importância a garantia da qualidade, a
conformidade com os padrões e a manutenção dos padrões da qualidade no tempo.
A empresa deve estar segura que seu produto está sendo distribuído no mercado sem
problemas de qualidade e segurança, que está conforme as normas e
regulamentações e está mantendo um padrão de qualidade com o qual o consumidor
está acostumado.

9 COMPETÊNCIAS DO ZOOTECNISTA NA AGROINDÚSTRIA DE LEITE E


DERIVADOS

O Bacharel em Zootecnia é o profissional que atua na produção animal,


preservação da fauna, criação de animais de companhia, lazer e esporte, sendo
essencial em todas as atividades agropecuárias. O mesmo deve cumprir com suas
obrigações perante o estabelecimento em que prestarem os serviços de
responsabilidade técnica, não permitindo ingerência sobre seu trabalho, registrando
os fatos de relevância e denunciando as irregularidades ao Conselho e aos Órgãos
Públicos. Devem ser agentes de transformação sociais, buscando sempre se insurgir
contra quaisquer fatos que comprometam sua integridade profissional (CRMV, 2006).
As indústrias de laticínios, ou seja, estabelecimentos que industrializam,
manipulam, beneficiam e/ou embalam produtos ou derivados do leite, classificam-se
47

em: Usinas de beneficiamento, pasteurização e empacotamento de leite e seus


derivados; Fábricas de laticínios e; Postos de refrigeração. Nessa área de atuação,
assim como em qualquer, o Zootecnista deve estar ciente de suas responsabilidades,
deveres e procedimentos éticos e legais (CRMV, s.d.).
Quando no desempenho de suas funções nas indústrias de laticínios, o
Zootecnista deve: a) orientar a empresa na aquisição de matéria prima de boa
qualidade e boa procedência; b) orientar a empresa quando da aquisição de aditivos,
embalagens e desinfetantes aprovados e registrados pelos órgãos competentes; c)
orientar quanto às condições de higiene das instalações, equipamentos e do pessoal;
d) promover treinamento e formação de pessoal envolvido nas operações de
transformação, manipulação, embalagem, armazenamento e transporte dos produtos;
e) facilitar a operacionalização da inspeção higiênico-sanitária e garantir a execução
dos exames laboratoriais; f) orientar quanto ao emprego adequado de aditivos,
conservantes, sanitizantes, desinfetantes nos processos industriais; g) à qualidade e
quantidade da água utilizada e ao destino das águas servidas; h) ao adequado destino
dos resíduos sólidos e líquidos; i) ao controle de vetores e pragas, integrado às boas
práticas de fabricação e manipulação de alimentos; j) ao controle de qualidade dos
produtos produzidos e/ou comercializados no estabelecimento; k) à rotulagem para
informação ao consumidor e rastreabilidade do produto; l) ao cumprimento da
execução dos exames laboratoriais; m) ao cumprimento dos memoriais descritivos do
padrão de identidade e qualidade dos produtos elaborados; n) ao acompanhamento
de certificados sanitários emitidos pelo serviço oficial no transporte de todos os
produtos do estabelecimento.(CRMV, 2006; CRMV, s.d.).
Cabe ainda ao profissional em Zootecnia: a) acompanhar, sempre que possível,
as inspeções higiênico-sanitárias oficiais, prestando esclarecimentos sobre o
processo de produção, fórmulas e/ou composição dos produtos, práticas e
procedimentos adotados; b) garantir a adequada destinação dos produtos
condenados, conforme determinação do serviço oficial de inspeção; c) elaborar,
implantar e atualizar as ferramentas que compõem os sistemas de autocontrole da
qualidade e segurança, como o manual de boas práticas de fabricação, procedimentos
operacionais padronizados, análise de perigos e pontos críticos de controle e/ou
outros exigidos pela legislação que rege a atividade; d) conhecer em profundidade os
aspectos técnicos e legais a que estão sujeitos os estabelecimentos e produtos,
especialmente os regulamentos e normas específicas do ramo da atividade exercida;
48

e) manter-se atualizado quanto à legislação pertinente; f) notificar as autoridades


sanitárias quando de ocorrências de interesse da saúde pública e; g) notificar as
autoridades dos órgãos ambientais das ocorrências de impactos ao meio ambiente
(CRMV, s.d.).

10 ESTUDO DE CASO

10.1 Histórico da Família Portella na produção de leite em Roraima

A fazenda Rancho Octávio Portella fica localizada as margens da BR-174, no


município de Iracema - RR, no Km 110.
Logo na entrada da propriedade pode-se perceber que a BR corta bem ao meio
a fazenda e, que em ambos os lados a estrutura é bem feita, com 2.012 ha de terra,
sendo 1.000 ha de pastagem. Destas, 70% é formada de capim Brizantha (Brachiaria
brizantha) e 30% de capim Quicuio (Brachiaria humidicola).
O gado utilizado na propriedade é composto por mestiços de Holandês e Gir
leiteiro, frutos de inseminação artificial e adquiridos fora do estado de Roraima.

10.1.1 A história

O patriarca Octávio Portella, descendente de italiano, carpinteiro e trabalhador


foi quem almejou os maiores sonhos para família, tanto que o Rancho Portella recebe
o seu nome. O filho, Sebastião Portella quis prosseguir com os sonhos do pai. Com o
casamento de Sebastião e Zenilda Portella nasceram cinco filhos: Ângela Águida,
Sebastião Douglas, Robinson, Ana Lúcia e Octávio Rodrigo. Dos filhos, vieram os
netos, ao todo são sete, sendo quatro meninos e três meninas.
Em 1973, a família Portella migrou de Santa Catarina para Porto Velho – RO,
na época ainda território de Rondônia, sempre carregando consigo a tradição do
comércio, pois naquela época a família já trabalhava em uma pequena fábrica própria
de refrigerantes.
Com tanto tempo na lida, as oportunidades no mercado começaram a aparecer.
Logo focaram na produção de sorvetes e apostaram no produto, fabricando também
o iogurte, isso antes mesmo de migrarem para Porto Velho, pois Zenilda já havia
49

aprendido os truques para a fabricação de sorvetes ainda em Santa Catariana com


seu sogro, Octávio.

10.1.2 Roraima em 1974

A fazenda dos Portella tem 35 anos de história em Roraima e teve três


administrações. A primeira foi do próprio dono, Sebastião Portella. Depois veio a fase
de Sebastião Douglas e atualmente está sob administração de Robinson Portella.
As mais diversas aventuras e trajetórias da família Portella ocorreram em busca
de um sonho: chegar em algum lugar da Amazônia. Por meio de uma matéria sobre a
Raposa Serra do Sol, em Roraima, divulgada em uma revista, o sonho ganhou um
destino certo: Roraima.
Logo que a família chegou ao estado, começou a construir a fazenda. Antes a
estrutura da propriedade era simples: o curral não era coberto, o chão era batido de
barro e eles não tinham experiência com a lida com o gado, logo, não sabiam quais
animais comprar. Não havia energia elétrica e a estrada ainda não era asfaltada, logo,
para entregar o leite em Boa Vista – RR, demorava cerca de cinco horas.

10.1.3 1981: Ganhando mercado em Roraima

Foi em 1981 que surgiu o projeto Bacia Leiteira em Roraima, e Sebastião


apostou todas as suas fichas nisso. O mercado tinha comprador e os negócios iam
bem. O leite era produzido com técnicas escassas, mesmo assim o negócio era
promissor. Mas, em 1994 houve o encerramento do projeto e o apoio do governo
parou. Sebastião, mais uma vez teve que se adaptar. Se desfez de muitos animais
para se equilibrar financeiramente e resolveu iniciar o projeto que mais tarde iria
tornar-se “a menina dos olhos”: a fábrica de sorvetes. Desde então, levou 15 anos
para se reerguer.

10.1.4 1992: Transferência da fábrica

Em 1992, a fábrica que funcionava no município de Caracaraí – RR foi


transferida para Boa Vista porque na capital do estado, ao ver dos proprietários, tudo
50

seria mais fácil: transporte, energia elétrica segura e confiável, e em razão do mercado
que era bem maior.
Toda produção do leite do Rancho Octávio Portella vai direto para a fábrica,
transformando-se em sorvetes, iogurtes, totós e picolés, o que por sua vez tem muita
saída pelo fato de no estado fazer muito calor.

10.1.5 Projeto bovinocultura 2009-2012

Tudo estava ocorrendo dentro do esperado, mas poderia ficar muito melhor. No
primeiro momento, quando a família chegou em Roraima trabalhavam com 140
animais, ordenha manual, sendo o trabalho realizado por seis vaqueiros ordenhando
80 vacas em aproximadamente seis horas. Com a implantação da ordenha
mecanizada, apenas dois vaqueiros ordenham 80 vacas em um tempo de quatro
horas.
Depois da implantação do projeto de bovinocultura o proprietário investiu 60 mil
reais para implantar a ordenha mecanizada. Esse processo diminuiu o número de
animais; apenas 70 vacas para produzir o leite e, o número de pessoas trabalhando
também foi reduzido; o tempo de ordenha caiu para duas horas, aumentando por sua
vez a produção para 500 litros.
Para extrair o “ouro branco” todo cuidado é tomado: higienização dos bicos da
ordenhadeira mecânica; todos são lavados rotineiramente e recebem tratamento de
assepsia. O pessoal foi treinado e também houve investimento alto na estrutura do
curral. Na hora de armazenar o leite, há mais cuidados para não contaminar o produto
com sujeiras, por isso o controle é rígido e fiscalizado.
Antigamente, na propriedade era retirado leite de animais da raça Nelore, sem
expectativa de alta produtividade, em barracões sem cobertura, sem higienização
adequada. Atualmente, as vacas de genética alcançam produções de 10-12 litros, em
sistema a pasto com suplementação, com o auxílio da ordenhadeira mecânica,
resfriador de leite e alto grau de higienização. Hoje a fazenda vende não somente
leite, mas qualidade.
51

10.1.6 Estrutura da fazenda

A Fazenda Rancho Octávio Portella conta com boa estrutura, um curral bem
montado e conservado. O mesmo é bem limpo e iluminado para os animais, revelando
o cuidado com o manejo do gado.
Apesar de na fazenda existirem outros tipos de animais, como carneiros e
ovelhas da raça Dorper, peixes e equídeos, o foco da produção é o gado de leite.
Outra prática adotada na fazenda é a doma racional de equídeos. Mulas,
cavalos e pôneis passam por treinamentos.
No rancho também se pratica inseminação artificial. Todos os procedimentos
de higiene e segurança são adotados: avental, luvas e técnicas. Ao final do
procedimento, os dados são anotados rigorosamente. O gado é catalogado com
identificação e as vacas permanecem com o exame ginecológico em dia. Proveniente
de inseminação existem 50 animais, que saltam a produção de 5 Kg para 12 Kg de
leite.
Para a sanidade ficar completa, a fazenda conta com a consultoria de um
Zootecnista especializado na área de bovinocultura e pastagens e uma Médica
Veterinária.
Com a melhoria das técnicas e um horizonte ampliado da visão empresarial
dos proprietários, o resultado não poderia ser outro: um produto de qualidade. Tanto
que a sorveteria Ropo é o maior sucesso na cidade de Boa Vista, a mais de 20 anos
no ramo. A sorveteria é sinônimo de qualidade com mais de 50 sabores regionais e
ainda trabalha com o disque entrega de sorvetes em baldes.
Para o futuro, os proprietários estão estudando a expansão do negócio,
pretendem implantar a produção de queijo e construir um laticínio para dobrar a
produção. Dentre as ações a serem realizadas na fazenda no curto e médio prazos
estão previstas a intensificação da produção a pasto com uso de irrigação e maior
número de divisões dos piquetes com cerca elétrica, construção de uma sala de
ordenha com fosso em sistema fila-indiana, com sistema de ordenha canalizado,
produção de volumosos conservados (cana-de-açúcar e silagem de capim) para
suplementação dos animais no período seco do ano, recuperação progressiva das
pastagens degradas com integração lavoura-pecuária, intensificação do
melhoramento genético do rebanho com uso da inseminação artificial convencional e
52

em tempo fixo e padronização dos animais da raça girolando no grau de sangue 5/8
holandês, 3/8 gir.

10.2 Programas Balde Cheio e Leite e Derivados

Os proprietários da Fazenda Rancho Portella buscam sempre fazer parte de


projetos que auxiliem e impulsionem cada vez mais a organização e sustentabilidade
da sua propriedade, objetivando não apenas geração de renda para a empresa, mas
também para seus colaboradores, proporcionando-lhes melhora de vida.
Um melhor conhecimento da atividade leiteira é de fundamental importância,
porque a partir da sua caracterização torna-se possível traçar novos direcionamentos
e, no caso da pecuária, propiciando melhor tomada de decisão e superação de
entraves que impedem o desenvolvimento da atividade.
Buscando crescer, alcançar cada vez mais novos horizontes, a Fazenda
Portella irá fazer parte de dois projetos que estão sendo estudados e desenvolvidos
e, que serão postos em prática ainda este ano. Como produtor rural a fazenda irá
participar do Balde cheio e, como laticínio irá fazer parte do projeto de Leite e
Derivados.
O projeto Balde Cheio é um programa realizado pela Embrapa e Sebrae/RR e
que será desenvolvido no estado visando capacitar produtores e profissionais de
extensão rural, promovendo a troca de informações sobre as tecnologias aplicadas
regionalmente. O projeto aposta em uma metodologia inédita de transferência de
tecnologia que contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades
familiares por meio da instalação de Unidades Demonstrativas (UD’s), tornando-se
uma sala de aula. Além da capacitação dos técnicos, pretende-se também capacitar
produtores de leite; difundir o conhecimento junto aos demais produtores de leite;
gerar maior interação entre produtores e técnicos, bem como entre as entidades
parceiras; e contribuir para tornar disponíveis pesquisas orientadas à atividade leiteira,
buscando a otimização dos sistemas de produção de leite no Estado de Roraima.
Por sua vez, o projeto Leite e Derivados desenvolvido pelo Sebrae, visa
promover o incremento do setor de leite e derivados por meio da capacitação
tecnológica, da mesma forma como o Balde Cheio. Também objetiva o fomento ao
empreendedorismo, à visão de mercado e à melhorias das técnicas de gestão. O
53

público-alvo deste projeto são principalmente empresas de laticínios e produtores


fornecedores dos lacticínios da região central, centro sul e sul de Roraima que, por
fim, será desenvolvido nas empresas selecionadas no ano de 2014 a 2017.
Dessa forma, a participação da fazenda Portella nos projetos demostra a
vontade de intensificar o sistema de produção e de adotar novas tecnologias que irão
contribuir para aumentar a disponibilidade de leite para o laticínio da empresa, e
consequentemente, para a população.

10.3 Detalhamento do projeto do novo laticínio da Família Portella

10.3.1 Situação da instalação do laticínio da Família Portella

Para obtenção do SIF faz-se necessário cumprir as normas para a elaboração


de um processo que inclua todas as etapas de aprovação do Estabelecimento.
O primeiro ponto a ser consolidado é a aprovação do terreno, necessário para
início de qualquer atividade que dependa de edificação para o seu funcionamento (Art.
59 RIISPOA).
Para a indústria de laticínio da família Portella, denominada Ropo, o terreno
destinado para a finalidade proposta já foi inspecionado e aprovado. O pretendente
então seguiu para a próxima etapa para conseguir a inspeção junto ao SIF: a
elaboração de um projeto detalhado do futuro estabelecimento.
O projeto do laticínio Ropo foi realizado pela empresa Atuallis Consultoria &
Projeto, com experiência no mercado. O mesmo foi confeccionado seguindo
rigorosamente todos os pontos exigidos pelo Sistema de Inspeção Federal.
Inicialmente, foi desenvolvido o Memorial Descritivo do estabelecimento. O
mesmo descreve todas as características do projeto arquitetônico, especificando os
materiais que serão necessários à obra, da fundação ao acabamento. Desse modo,
expõem-se abaixo o Memorial Descritivo da indústria de laticínio Ropo.
A obra do projeto de construção da indústria de laticínio supracitada será
instalada no Distrito Industrial – Boa Vista – Roraima/RR, na Avenida DI – H. A mesma
terá uma área de terreno de 10.000,00 m2 e 825,49 m2 de área construída. A obra terá
duração prevista de seis (6) meses e constituirá o fechamento do pavilhão esportivo
com alvenaria e aberturas, bem como a construção de sanitários e vestiários.
54

Nenhuma modificação será feita no projeto ou durante a execução deste, sem


consentimento escrito e assinado do RT e, os serviços e obras serão executados em
rigorosa observância com o projeto e memoriais descritivos componentes e
específicos.
Concluída a obra, o executor, se necessário, fornecerá a Prefeitura Municipal
de Boa Vista/RR os desenhos atualizados de qualquer elemento que tenha sofrido
modificações durante a execução (que tenham sido autorizadas pelo responsável
técnico).
A execução de todos os serviços que compõem a obra objeto obedecerá as
normas da ABNT em vigor, inclusive às das Concessionárias locais. Ficará a critério
da fiscalização impugnar qualquer serviço que não satisfaça ao estabelecido neste.
A locação e desenvolvimento da obra será efetuada com extremo rigor, os
esquadros conferidos a trena e as medidas tomadas em nível. As paredes serão
locadas pelos seus eixos, a fim de compensar as diferenças entre as medidas reais
dos tijolos e aquelas consignadas em planta.
As providências correspondentes às instalações provisórias, como andaimes,
tapumes de proteção de obra, instalação da obra, instalações provisórias, galpão e
placas ficarão a cargo do executor. Durante a execução da obra, o terreno será
cercado com tapumes ou cerca provisória, mantendo um portão fechado à chave,
conforme Código de Posturas.
No que diz respeito ao movimento de terra, inicialmente será removida a
camada de solo orgânico existente no terreno (na projeção da obra a construir + 1,00
metro além dos limites deste), com 20 cm de espessura. A camada de solo removida
será substituída por uma camada de argila, compactada em duas camadas com o
auxílio de rolo pesado vibratório. Os aterros internos (0,30 m da altura das vigas de
fundações) serão executados com argila, isentos de detritos vegetais e compactados
em camadas de no máximo 20 cm de espessura.
A drenagem do terreno, por sua vez, será constituída apenas por uma camada
superficial.
Com relação as fundações, a limpeza das valas será executada até a
profundidade que o solo apresentar a resistência. Inicialmente será executado o
concreto ciclópico com largura de 50 cm e profundidade de 35 cm. A composição será
um concreto 1:3:3, com cerca de 50% de pedra de mão. Após, será executado as
paredes de alvenaria de tijolo maciço até atingir o nível da viga de baldrame.
55

O concreto armado obedecerá as normas da ABNT e, será utilizado para as


sapatas e viga de baldrame. O cimento deverá ser medido em peso, não se permitindo
o emprego em fração de saca. Também deverá se observar rigorosamente o fator
água-cimento. As formas deverão ser perfeitamente alinhadas e niveladas,
empregando-se aditivos desformantes antes da colocação das armaduras, que
permitirá fácil desmontagem. Empregar-se-á pregos de duas cabeças para fixação
das formas. Na execução das armaduras serão verificadas as posições corretas das
barras, o número de barras e suas bitolas, o cobrimento das barras (2 cm), o
dobramento a frio e as emendas com ganchos. O amassamento do concreto será
mecânico, a fim de homogeneizar a mistura de todos os elementos. As superfícies
expostas dos concretos serão mantidas úmidas durante os primeiros 7 dias após a
concretagem, para a cura do mesmo. A retirada das formas deverá proceder a
seguinte forma: 04 dias para as faces laterais da viga; e os concretos a serem
empregados terão Fck= 20 MPa. O projeto da estrutura será apresentado a
Fiscalização da Prefeitura, antes da sua execução.
Sobre as impermeabilizações, os baldrames, em suas totais extensões,
receberão duas demãos de hidroasfalto, assim como as faces internas das vigas, que
ficarão em contato com o aterro interno. Na impermeabilização das paredes, a
argamassa de assentamento das cinco (5) primeiras fiadas de tijolos que formam as
paredes do pavimento único conterá aditivo hidrofugante na proporção de 1:15 litros
de água. Já nos pisos, todos que ficarem em contato com o aterro interno terão seus
lastros e contrapisos executados com aditivo hidrofugante.
As instalações serão executadas rigorosamente de acordo com os projetos e
Memoriais Descritivos específicos e de acordo com as normas da ABNT e Legislações
vigentes. Dessa forma, as alvenarias internas e externas serão executadas com tijolos
de 6 furos, incluindo as alvenarias internas, a qual receberá reboco, revestimento
cerâmico e pintura. Serão obedecidos os alinhamentos, dimensões e espessuras
indicadas no Projeto Arquitetônico, a serem assentes com argamassa de cimento,
areia e cal – traço 1:5:0,20. As vergas sobre os vãos das janelas e portas e nas partes
inferiores das janelas serão executadas em concreto pré-moldado 10 x10 cm, Fck 20
MPa.
A cobertura será executada em forma conforme projeto, sendo que serão
utilizadas tesouras metálicas aparelhada, devidamente dimensionadas, fixadas sobre
alvenaria, com vão e altura de projeto. As terças para a fixação das telhas serão
56

metálicas e o telhamento será com telha metálica na cor natural. As calhas serão de
chapa galvanizada nº 26, dobradas com dobradeira mecânica, contendo as saídas
pluviais de 75 mm e embutidas nas alvenarias.
As portas internas da área administrativa serão em material tipo MDF, e todas
as demais em alumínio, pintadas eletrostaticamente na cor branco. As ferragens
serão do tipo cromadas e oxidadas, de boa qualidade, cujas fechaduras deverão
conter cilindro para chave estreita e maçaneta. Todos os trabalhos de serralheria
deverão ser executados com perfeição, por profissionais exímios.
Com relação ao revestimento, as superfícies internas da ampliação que não
levarem revestimentos especiais (argamassa) serão chapiscadas, emboçadas e
rebocadas; o chapisco será de cimento e areia traço 1:3 e o emboço de cimento, areia
e cal em pó traço igual a 1:5:0,20, perfeitamente prumadas para receberem o reboco.
As paredes do fechamento da indústria serão executadas com tijolos de 6 furos de
boa qualidade, assentes com massa de cimento e as paredes dos sanitários, mais
especificamente as dos chuveiros serão revestidas com azulejos, assentados com
argamassa colante, a uma altura de 2,10 m do piso, com juntas ao prumo. As demais
paredes internas receberão revestimento com reboco e pintura acrílica.
Na pavimentação do local, a camada impermeabilizadora dos contra pisos será
lançada de forma contínua sobre lastro de brita nº 1 de espessura igual a 6 cm. O
concreto deverá ter espessura mínima a 5 cm e, conter impermeabilizante. Os pisos
cerâmicos, nas dependências indicadas em planta baixa serão nas dimensões 30x30
cm, esmaltadas, PI-V, de 1ª A, assentes com juntas retas e rejuntadas com cimento e
corantes.
Logo próximo a conclusão da estrutura da indústria de laticínio, será dado início
a remoção de todo entulho existente, sendo cuidadosamente limpos todos acessos,
havendo particular cuidado em remover salpicos de argamassa e tintas.
Os vidros da obra serão lisos e transparentes, de espessura igual a 8 mm,
assentes com silicone. Os vidros dos banheiros e vestiários serão do tipo canelado,
assentes com massa de vidraceiro.
A pintura acrílica será feita na cor escolhida em duas demãos, sobre o selador
acrílico pigmentado, em todas as alvenarias rebocadas. A pintura esmalte será feita
em duas demãos sobre fundo antioxidante, na cor escolhida, em todas as superfícies
metálicas da estrutura metálica. Por outro lado, a tinta acrílica, na cor escolhida, em
duas demãos será feita sobre selador acrílico pigmentado em todas as alvenarias
57

internas e, a tinta automotiva na cor escolhida em duas demãos, será feita sobre fundo
fosfatizante, nas calhas.
Na finalização, será procedida cuidadosa verificação, por parte da Fiscalização,
das perfeitas condições de funcionamento e segurança de todas as instalações de
esgotos pluviais, elétricas, equipamentos e ferragens. Também serão procedidas as
baixas das art’s e as ligações definitivas. Além disso, a proteção contra incêndios será
atendida em todo projeto; além de serem construídas rampas de acesso nas entradas
da obra, sem rebaixos, com inclinação máxima de 8%, para servir também de acesso
aos deficientes físicos.
Posteriormente ao Memorial Descritivo, procedeu-se com a parte do Memorial
Econômico Sanitário da indústria de laticínio Ropo, também sendo necessário para o
registro do estabelecimento no SIF.
Sendo assim, o estabelecimento é identificado pela razão social de Portella &
Portella LTDA, com denominação social de Indústria de laticínios Ropo. O mesmo
será localizado Av. DI – H, quadra XL, lotes 06 e 07, bairro Distrito Industrial– Boa
Vista – Roraima/RR.
O referido laticínio tem como denominação a Fabricação de Laticínios e como
gerente e RT, o Sr. Robinson Romulo Portella e o médico veterinário Anaximandro
Soares Coimbra, respectivamente. A capacidade aproximadamente de recebimento
de leite no laticínio será de 10.000 L/dia, sendo considerada esta mesma quantidade
na estocagem estática, e o mercado consumidor visualizado pela empresa são o
municipal, estadual e interestadual.
Os produtos que a indústria de laticínios Ropo pretende produzir são: leite
liquido envasado em saco plástico ou garrafa plástica (produção de 2.000 L/dia;
unidade média de 1.000 mL); queijo de coalho (produção de 300 L/dia; unidade média
de 250 g); queijo de coalho (produção de 250 L/dia; unidade média de 250 g); queijo
de coalho (produção de 250 L/dia; unidade média de 1.000 g); queijo minas frescal
(produção de 300 L/dia; unidade média de 200 g); queijo muçarela (produção de 300
L/dia; unidade média de 3.000 g); queijo muçarela (produção de 200 L/dia; unidade
média de 1.000 g); queijo muçarela (produção de 250 L/dia; unidade média de 500 g);
ricota (produção de 200 L/dia; unidade média de 250 g); coalhada (produção de 200
L/dia; unidade média de 250 g); coalhada (produção de 200 L/dia; unidade média de
500 g); coalhada (produção de 100 L/dia; unidade média de 1.000 g); manteiga comum
(produção de 200 L/dia; unidade média de 100 g); manteiga comum (produção de 400
58

L/dia; unidade média de 200 g); manteiga comum (produção de 400 L/dia; unidade
média de 500 g); iogurte (produção de 250 L/dia; unidade média de 100 g); iogurte
(produção de 250 L/dia; unidade média de 200 g); iogurte (produção de 250 L/dia;
unidade média de 500 g); iogurte (produção de 250 L/dia; unidade média de 1.000 g);
doce de leite (produção de 250 L/dia; unidade média de 100 g); doce de leite
(produção de 250 L/dia; unidade média de 200 g).
O pré-beneficiamento e o beneficiamento dos produtos será feito por meio de
pasteurização, com uma capacidade de 10.000 L/dia. O transporte da matéria prima
será realizado em caminhão tanque refrigerado. Parte do leite utilizado será
procedente de produtores rurais participantes do projeto balde cheio e de outros
produtores da região central e sul do estado de Roraima. E parte será produzida na
fazenda da própria empresa que pratica ordenha mecânica, possuindo tanque
refrigerado para estocagem do leite até o momento de coleta.
Algo muito importante para se comentar está relacionado as máquinas e
equipamentos que serão utilizadas no estabelecimento de laticínio. Para o
processamento de todos os produtos descritos acima serão necessários: 2 tanques
de recebimento de leite cada um com capacidade de 5.000 L; 1 pasteurizador de
placas com capacidade de 5.000 L/h; 2 envasadoras de leite líquido com capacidade
de 2.000 L/h; 2 iogurteiras com capacidade de 500 L cada; 1 batedeira de manteiga
com capacidade de 200 L; 1 tacho de fundo reto com capacidade de 500 L; 1 tacho
para doce com capacidade de 500 L; 1 desnatadeira com capacidade de 500 L/h; 2
caldeiras com capacidade de 500 Kg cada; 1 banco de gelo com capacidade de 3.000
L; 2 tanques de salga com capacidade de 3 m; 1 seladora a vácuo modelo mesa com
capacidade de 2 a 3 ciclos/min; e 2 tanques de fabricação de queijo com capacidade
de 1.000 L.
O estabelecimento não possuirá dependências para elaboração de produtos
não comestíveis; estes serão adquiridos no mercado. Com relação a mão de obra
contratada, inicialmente serão 10 funcionários: cinco mulheres e cinco homens.
Nas instalações da referida indústria, o piso utilizado será do tipo Korodur com
todo o rodapé aboleado; as paredes externas e internas serão construídas em
alvenaria, rebocadas e pintadas com tinta acrílica lavável; os ralos serão com sistema
de abre e fecha; o forro será de laje pintado com tinta acrílica lavável, principalmente,
o teto das salas de elaboração dos produtos comestíveis. As salas de produção terão
aberturas de vidro para a área externa entre as salas e, estes serão vedados, ou seja,
59

não abrirão e sua função é facilitar a visualização entre as salas e melhorar a


iluminação durante o dia. As luminárias terão proteção contra queda e explosão e
todos os cantos de paredes da área de produção serão aboleados.
A elaboração do projeto foi realizada com 24 compartimentos, todos planejados
para atender as exigências do SIF, sendo: área de recepção do leite (21 m2 e
temperatura de trabalho de 30º); área de lavagem (8,97 m2 e temperatura de trabalho
de 30º); sala de pasteurização de leite – sala 1 (21 m2); sala de envase do leite em
natura e produção de iogurte – sala 2 (21 m2 e temperatura de trabalho de 20º); sala
de produção de queijo, coalhada, manteiga e doce de leite – sala 03 (35 m2 e
temperatura de trabalho de 20º); câmara – fria 01 (20 m2 e temperatura de trabalho
de 2 a 5º); câmara – fria 02 (20 m2 e temperatura de trabalho de 2 a 5º); almoxarifado
(88,75 m2 e temperatura de trabalho de 30º); sala de expedição (7,5 m2 e temperatura
de trabalho de 23º); sala de fiscalização (10,83 m2 e temperatura de trabalho de 23º);
laboratório (6,25 m2 e temperatura de trabalho de 23º); hall de entrada (10,5 m2 e
temperatura de trabalho de 30º); cozinha (8,75 m2 e temperatura de trabalho de 30º);
refeitório (48,85 m2 e temperatura de trabalho de 23º); banheiro e vestuário masculino
(18 m2 e temperatura de trabalho de 30º); banheiro e vestuário feminino (18 m2 e
temperatura de trabalho de 30º); diretoria geral (26,56 m2 e temperatura de trabalho
de 23º); recepção (22,70 m2 e temperatura de trabalho de 23º); administração (16,17
m2 e temperatura de trabalho de 23º); arquivo (7,5 m2 e temperatura de trabalho de
30º); copa (3 m2 e temperatura de trabalho de 30º); e lavabo (3,87 m2 e temperatura
de trabalho de 30º).
As mesas utilizadas nas salas de produção serão em inox num total de quatro
mesas, ficando uma mesa na sala de envase do leite in natura e produção de iogurte
(sala 02) e três mesas na sala de produção de queijos, coalhada, manteiga e doce de
leite (sala 03).
A empresa realizará análises de plataforma para controle da qualidade do leite
cru recebido. Para isto, contará com instalações destinadas ao laboratório, onde há 1
bancada em inox, 1 acedímetro Dornic, 1 analisador de leite por ultrassom e 1
equipamento chamado SNAP, que faz teste de resíduos de antibióticos no leite.
O vestiário será com tinta acrílica lavável nas paredes internas e externas, com
os cantos e rodapé aboleados; o refeitório será com tinta lavável em todas as paredes
internas e externas, com os cantos e rodapé também aboleados; e o forro destas
áreas será em laje pintado também com tinta acrílica lavável. Por outro lado, nas
60

instalações dos sanitários as paredes internas serão com tinta acrílica lavável e nos
locais destinados aos chuveiros serão com azulejo do piso ao forro. As paredes
externas dos sanitários serão com tinta acrílica lavável e o forro desta área será de
laje pintado com tinta acrílica lavável. Os cantos e rodapés serão aboleados e todas
as caixas sifonadas possuirão tela de proteção contra insetos e roedores. Todos os
banheiros possuirão caixa de inspeção independentes.
A água é outro ponto de grande importância a se comentar e deve estar
presente no Memorial para a obtenção do SIF. Desse modo, a água utilizada na
indústria será procedente de poço artesiano. Serão instalados dois reservatórios de
3.000 mL cada com sistema de cloragem independentes e, as águas servidas serão
destinadas para fossas assépticas.
Outro ponto bastante relevante é a separação entre áreas suja e limpa. Essa
separação será feita por meio de parede construída em alvenaria, rebocada e pintada
com tinta lavável.
A empresa também possuirá abertura para a área externa (janelas com sistema
abre e fecha) com telas milimétricas a prova de insetos e exaustor com tela a prova
de insetos na sala de pasteurização (sala 01). As demais salas de produção e áreas
da empresa possuirão janelas de vidro, como já comentado, sem sistema abre e
fecha, ou seja, permanecerão sempre fechadas, e portanto, não precisarão de telas
milimétrica a prova de insetos. As portas serão de alumínio com vidro, com mola de
vai-e-vem, permanecendo sempre fechadas e, as salas de produção 02 e 03 serão
climatizadas com condicionadores de ar.
Cabe destacar que a empresa não possui em suas imediações nenhum foco
ou empresa produtores de mau cheiro.
Algumas observações são necessárias, no caso, ressaltar que: a empresa
produzirá sorvetes e picolés em sala especifica (sala 04), com média de produção de
2.000 litros/dia; que o armazenamento dos produtos prontos e leite pasteurizado será
em câmaras frias independentes; que a câmara-fria 01 atenderá as salas 01
(pasteurização) e 02 (envase do leite líquido e produção de iogurte); a câmara fria 02
atenderá a sala 03 (produção de queijos, manteiga e doces de leite); já a câmara de
congelamento 03 atenderá a sala 04 (produção de sorvetes e picolés) e; a temperatura
das câmaras 01 e 02 será em torno de 1 a 5 ºC.
61

A indústria de laticínio Ropo não produzirá todos os produtos todos os dias da


semana. Será elaborado um cronograma de produção e os produtos serão produzidos
conforme sua demanda.
Por sua vez, as plantas ilustradas no projeto devem conter: orientação; posição
da construção em relação às vias públicas e alinhamento dos terrenos; localização
das partes dos prédios vizinhos, construídos sobre as divisas dos terrenos; e perfil
longitudinal e perfil transversal do terreno em posição média, sempre de nível (Art. 55
RIISPOA). Por isso, todas as plantas feitas para o projeto da Ropo seguiram à risca
tudo o que o regulamento orienta. As referidas plantas com os cortes, fachadas, fluxos
e outros do projeto podem ser observadas nos anexos X, W, Y, Z, A-1, B-1 e C-1.
A ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, juntamente com o
Ministério da Agricultura tanto desenvolvem os regulamentos técnicos, as normas e
as portarias como também fazem a fiscalização. Por isso, na elaboração do projeto
do laticínio Ropo foi cumprido cada regulamento exigido, para que não haja nenhum
tipo de problema legal com a produção.
Após a aprovação do terreno, da elaboração do projeto com o Memorial
Descritivo, Memorial Econômico Sanitário, dos Termos de Compromisso assinados,
obtido o parecer da Secretaria de Saúde e/ou Prefeitura e Licença de instalação
passada pelo INAMB (Art. 47 RIISPOA), então, é chegado o momento de enviar o
requerimento do industrial pretendente, dirigido ao Sr. Secretário de Inspeção de
Produto Animal (SIPA) em Brasília - DF, solicitando a aprovação prévia do projeto
para assim, dar-se início as obras.
62

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma indústria de laticínio sifado com capacidade para processamento de


10.000 litros de leite/dia ocasionará impactos positivos na pecuária de leite do estado
de Roraima. Isso servirá de estímulo aos criadores de bovino de leite, para que os
mesmo possam investir na produção da matéria-prima de qualidade, sem receios em
relação a sua venda, alavancando ainda mais esse seguimento no estado. Por outro
lado, a atual situação de Roraima em relação a produção de leite bovino em
quantidade e, principalmente, de qualidade está distante do ideal. Ainda é preciso
melhorar muito em todos os sentidos a pecuária leiteira no estado.
No entanto, nada é impossível. O cenário desenhado para a pecuária de leite
em Roraima para os próximos anos é bastante promissor. Projetos como, Leite e
Derivados e o Balde Cheio estão sendo desenvolvidos justamente pelo fato de se
acreditar no potencial e alavanco do referido setor no estado. Nesse sentido, a família
Portella, para não ficar com seu laticínio ocioso nesses primeiros anos de produção
terá que realizar investimentos no sentido de divulgar suas atividades não somente
na área urbana, mas principalmente na rural.
A princípio, para que a indústria de laticínio possa se consolidar no mercado
frente a concorrência local e também de outros estados, a mesma deverá trabalhar
sempre dentro da legalidade, seguindo as exigências do SIF; ser independente sobre
o leite adquirido investindo no rebanho da própria fazenda; estudar a fundo, quando
necessário, propostas como a de pagamento diferenciado por leite de melhor
qualidade; investir nas relações profissionais; estudar formas de produzir mais,
gastando menos; estudar o mercado local; ofertar produtos variados e com preços
competitivos; ter a colaboração de profissionais capacitados nas diferentes áreas da
produção; buscar sempre que possível as novas tecnologias; buscar saber sobre a
satisfação dos clientes; dentre outros.
O diferencial é o que mantém qualquer empresa no mercado, independente do
ramo, por isso, deve-se buscá-lo sempre.
63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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VALSECHI, O. A. O leite e seus derivados. São Paulo – Araras, 2001.


68

ANEXOS
69

ANEXO A - REQUERIMENTO PARA APROVAÇÃO PRÉVIA DO TERRENO

Sr.(a) Diretor (a) Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de


Roraima - ADERR, eu, ________________________________________,
representando a empresa ________________________________________, inscrita
na Junta Comercial do Estado sob Nº _________________, Inscrição Estadual sob
Nº _________________, CNPJ sob Nº ______________, vem, mui respeitosamente
por meio deste, requerer a V. Sa se digne a autorizar o setor competente desta
Agência, vistoriar o terreno, no Município de __________________________, neste
Estado de Roraima, localizado
a__________________________________________________________________
_________________________________, com a finalidade de construir
__________________________, visando cumprir a primeira etapa do processo de
obtenção do S.I.E.

Para tanto, anexo documentos necessários.

Nestes termos. Pede deferimento.

__________________________________
Assinatura e Carimbo do Requerente

__________________________________
Local e data
70

ANEXO B - REQUERIMENTO PARA APROVAÇÃO DO PROJETO DE


ESTABELECIMENTOS PARA INGRESSO NO S.I.E.

Sr.(a) Diretor (a) Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de


Roraima - ADERR, eu, ________________________________________,
representando a empresa _______________________________________,
localizada no Município de __________________________, neste Estado de
Roraima, inscrita na Junta Comercial do Estado sob Nº ________________________,
Inscrição Estadual sob Nº _________________, CNPJ sob Nº
____________________________, vem, mui respeitosamente por meio deste,
requerer a V. Sa se digne a autorizar o setor competente desta Agência, a fim de
aprovação prévia das plantas e memoriais descritivos de construção e econômico-
sanitário, em anexo, visando o registro do mesmo nesse órgão.

Para tanto, anexo plantas e demais documentos necessários.

Nestes termos, pede deferimento.

____________________________________
Assinatura e Carimbo do Requerente

___________________________________
Local e data
71

ANEXO C - MEMORIAL DESCRITIVO DA CONSTRUÇÃO

1. Nome da firma interessada no projeto;


2. Localização do estabelecimento;
3. Natureza do estabelecimento;
4. Responsável pelo projeto;
5. Área do terreno;
6. Área a ser construída;
7. Área útil;
8. Recuo do alinhamento da rua;
9. Duração provável da obra;
10. Argamassa;
11. Fundação;
12. Pé direito;
13. Madeiramento e cobertura;
14. Forros;
15. Portas (dimensões e material – especialmente das câmaras frias);
16. Revestimento geral;
17. Pavimentação;
18. Esquadrias;
19. Impermeabilização (discriminar o material a ser empregado no piso e nas paredes
das diferentes dependências);
20. Instalações de água;
21. Sistema de esgoto (detalhes sobre o modo e processo de depuração antes de ser
lançado na corrente d'água);
22. Pintura geral;
23. Custo provável da obra.

_________________________________________
Assinatura do Responsável pela obra
CREA Nº
_______________________________
Local e data
72

ANEXO D - MEMORIAL ECONÔMICO – SANITÁRIO DO ESTABELECIMENTO

1. Nome da firma, do proprietário ou do arrendatário;


2. Denominação do estabelecimento (Nome Fantasia, se existir);
3. Localização do estabelecimento;
4. Classificação do estabelecimento;
5. Capacidade máxima do estabelecimento (De abate, de beneficiamento, de
industrialização dos diferentes produtos);
6. Produtos que pretende fabricar;
7. Fluxograma de produção de cada produto;
8. Procedência da matéria-prima;
9. Mercados de consumo;
10. Número aproximado de empregados (mulheres e homens);
11. Equipamentos e aparelhos a serem instalados e meios de transporte a serem
empregados;
12. Água de abastecimento:
 Procedência e volume de vazão;
 Processo de captação;
 Sistema de tratamento;
 Depósitos e suas capacidades;
 Distribuição.
13. Destino dado às águas servidas, esgotos, meios empregados para depuração das
águas servidas antes de lançadas nos esgotos, rios, riachos, etc.
14. Ventilação e iluminação (natural e artificial) nas diversas dependências;
15. Separação entre as dependências de elaboração dos produtos comestíveis dos
não comestíveis;
16. Telas à prova de insetos nas janelas e molas de vai-e-vem nas portas das
dependências de elaboração e dos depósitos de produtos comestíveis; cortinas de
ar nas portas e em outras aberturas;
17. Natureza do piso, material de impermeabilização das paredes;
18. Teto das salas de elaboração dos produtos comestíveis;
19. Laboratório de controle;
20. Natureza e/ou revestimento das mesas e equipamentos;
73

21. Dependências para elaboração de subprodutos não comestíveis; localização,


instalações e equipamentos;
22. Informações sobre vestuário, sanitários e refeitório para funcionários;
23. Indicação de existência nas proximidades, de curtumes, fábrica de produtos
orgânicos e outros estabelecimentos industriais que por sua natureza produzam
mau cheiro;
24. Instalações frigoríficas, capacidade das câmaras, sistema de refrigeração e
capacidade dos compressores, máquinas, aparelhos e equipamentos);
25. Sede da Inspeção Estadual;
26. Atestado de Vacinação do Rebanho contra Febre Aftosa;
27. Exame de Brucelose (duas) vezes por ano, dos Animais e vacinação das fêmeas
entre 3 (três) a 8 (oito) meses.

OBS: Caso haja introdução de novos animais na propriedade, trazer os documentos


dos itens 26 e 27.

______________________________________
Assinatura do Responsável Legal da Firma

_____________________________________
Assinatura do Responsável Técnico

______________________________________
Local e data
74

ANEXO E - TERMO DE COMPROMISSO

Que faz a firma ____________________________________________ com sede


em ___________________________________, Município de ______________,
Estado de Roraima, perante ao Serviço de Inspeção Estadual (S.I.E.), concorda em
acatar as exigências contidas na Lei Estadual Nº 841, de 18 de janeiro de 2012 e no
Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal
“RIISPOA”, de acordo com o Decreto N° 30.691, de 29 de março de 1952, alterado
pelo Decreto N° 2.244, de 04 de junho de 1997, sem prejuízos de outros que venham
a ser determinados.
Ficando ainda ciente, que quaisquer obras só poderão concretizar-se após a
aprovação prévia do projeto pela Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(GPOA).

_______________________________________
Assinatura do Diretor ou Presidente da Firma

______________________________________
Local e data
75

ANEXO F - REQUERIMENTO SOLICITANDO NÚMERO DE REGISTRO JUNTO AO


SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL

Sr. (a) Diretor (a) Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de


Roraima - ADERR, eu, representando o estabelecimento
__________________________, que se localiza a
__________________________________________________, vem mui
respeitosamente requerer de V. Srª que se digne em autorizar a vistoria do
estabelecimento para fins de obtenção do S.I.E.
Para tanto, anexo termo de conclusão da obra emitido pela empresa
responsável pela construção e demais documentos necessários.

Nestes termos, pede deferimento.

_________________________________
Assinatura e Carimbo do Requerente

________________________________
Local e data
76

ANEXO G - REQUERIMENTO PARA APRECIAÇÃO DOS RÓTULOS DOS


PRODUTOS QUE SERÃO COMERCIALIZADOS

Sr.(a) Diretor (a) Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de


Roraima - ADERR, eu, ________________________________________,
representando a empresa _______________________________________,
localizada no Município de __________________________, neste Estado de
Roraima, inscrita na Junta Comercial do Estado sob Nº ________________________,
Inscrição Estadual sob Nº _________________, CNPJ sob Nº
____________________________, vem, mui respeitosamente por meio deste,
requerer a V. Sa se digne a autorizar o setor competente desta Agência, a fim de
apreciação do (s) rótulo (s), em anexo, visando o registro do (s) mesmo (s) nesse
órgão.

Para tanto, anexo o (s) rótulo (s).

Nestes termos, pede deferimento.

____________________________________
Assinatura e Carimbo do Requerente

____________________________________
Local e data
77

ANEXO H - DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA SOLICITAÇÃO DE


REGISTRO DE EMPRESA JUNTO AO SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL
(S. I. E.)

01- Requerimento dirigido ao Diretor (a) Presidente da Agência Agropecuária do


Estado de Roraima – ADERR solicitando a vistoria técnica e o registro pela Gerência
de Inspeção de Produtos de Origem Animal – GPOA.
02- Inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária de Roraima (CRMV – RR)
e cópia do contrato do Responsável Técnico.
03- Licença ambiental, expedida pelo órgão competente.
04- Planta baixa com cortes e fachadas da construção, acompanhada do memorial
descritivo, com a respectiva liberação pelo setor de obras, com a assinatura do
Responsável Técnico habilitado (Engenheiro).
05- Relação discriminada do maquinário com especificações volumétricas e
capacidade de energia elétrica, com fluxograma da produção.
06- Registro na Junta Comercial do Estado de Roraima (Fotocópia da constituição e
demais atos de alterações).
07- Documento que comprove o uso ou posse do terreno (Exemplo: Cópia da
escritura, contrato de locação, ...).
08- Registro do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ (Cópia).
09- Inscrição na Secretaria da Fazenda do Estado de Roraima (Cópia).
10- Alvará de Funcionamento.
11- Implantação de BPF (Boas Práticas de Fabricação) na Indústria.
12- Exame Físico-Químico e Microbiológico da Água de Abastecimento.
13- Carteira de Saúde dos Funcionários Atualizada.
14- Atestado de Vacinação do Rebanho contra Febre Aftosa (Indústrias de Laticínios).
15- Exame de Brucelose dos Animais Fornecedores de Leite (Indústrias de Laticínios).
78

ANEXO I - MEMORIAL ECONÔMICO-SANITÁRIO DE ESTABELECIMENTO DE


LEITE EDERIVADOS

01- Nome da firma, proprietário(s) ou arrendatário(s).


02- Classificação do estabelecimento.
03- Localização/endereço completo do estabelecimento, inclusive fone, fax e e-mail.
04- Procedência da matéria prima. (Quando tratar-se de matéria prima de produção
própria, informar a produção média diária, o número de vacas leiteiras e o sistema de
ordenha).
05- Capacidade máxima de recepção diária.
06- Produtos que pretende fabricar (leite pasteurizado tipo..., queijo tipo..., outros).
07- Regiões do Estado onde pretende comercializar a produção.
08- Número aproximado de empregados no laticínio, por sexo.
09- Equipamentos instalados ou a serem instalados (para o pasteurizador, informar
se o mesmo é do tipo rápido ou lento e a sua capacidade).
10- Meios de transporte a serem utilizados. Informar o tipo de veículo e de sua
carroceria, tanto para a coleta de leite como para a entrega de produtos fabricados.
11- Água de abastecimento:
 Procedência.
 Sistema de tratamento.
 Depósito e sua capacidade.

12- Destino dado às águas servidas, esgotos, meios empregados para depuração das
águas servidas.
13- Sistema de iluminação e ventilação (natural/artificial) nas diversas dependências.
14- Informar a natureza do material das portas e janelas, e o sistema de proteção
contra insetos.
15- Natureza do piso e material de revestimento.
16- Teto. Informar a existência ou não de forro e a natureza do material.
17- Paredes. Informar a natureza do material e o tipo de revestimento ou de
impermeabilização.
18- Laboratório de análises. Informar sobre sua existência e relacionar as análises
que serão realizadas.
19- Natureza do material das mesas e seu revestimento.
79

20- Tanques de salga para queijos. Natureza do material e de seu revestimento


interno.
21- Informar o destino dado ao soro.
22- Vestiários. Informar sobre sua existência e localização e se existe separação por
sexo.
23- Informar sobre a existência de banheiros e instalações sanitárias e sua
localização.
24- Refeitório. Informar sobre sua existência e localização.
25- Indicação da existência nas proximidades de curtumes ou de outros
estabelecimentos que por sua natureza produzam mal cheiro ou poeira.
26- Instalações frigoríficas, detalhar:
Número de câmaras existentes.
Capacidade das câmaras.
28- Caldeira – Informar se existe ou não, sua capacidade e tipo de combustível
utilizado.

___________________________________________________

Local, data e assinatura do proprietário/representante legal


80

ANEXO J - FLUXOGRAMA PARA ESTABELECIMENTO DE LEITE E DERIVADOS

OBS: Os processos de clarificação e homogenização antecedem a pasteurização.


81

ANEXO K - Ofício 373/GAB SDA/MAPA


82
83
84

ANEXO L - LAUDO DE INSPEÇÃO PRÉVIA DE TERRENO

1. Nome da firma proprietária do terreno


2. Localização do terreno: Distrito, Município, Estado
3. Área total disponível
4. Área a ser utilizada na construção
5. Perfil do terreno, assinalado os acidentes e sua natureza
6. Detalhes sobre facilidades de escoamento das águas pluviais
7. Existência de prédios limítrofes, especificando sua natureza
8. Localização urbana, suburbana ou rural e distância dos pontos de embarque
9. Existência nas proximidades, de estabelecimentos que produzam mau cheiro,
indicando natureza e distância do local
10. Distância entre o futuro estabelecimento e rios perenes para escoamento das
águas residuais
11. Existência de fonte produtora de água para abastecimento (nascente, rio, poços,
rede da cidade); especificando abundância provável e detalhes sobre possibilidade de
poluição
12. Meios de transporte que dão acesso ao local
13. Região, distância e meios de acesso da matéria prima
14. Estabelecimentos de produtos de origem animal existentes no Município,
indicando natureza e órgão de inspeção sanitária que os fiscaliza
15. Outros detalhes de importância que forem observados
16. Conclusões

______________________________
Local, data

___________________________________
Méd. Vet. Fiscal Federal Agropecuário
(Assinatura e carimbo)
85

ANEXO M - REQUERIMENTO PARA APROVAÇÃO PRÉVIA DO PROJETO DE


CONSTRUÇÃO

(Local, data)

Ilmo (a) Senhor (a) Diretor (a) do DIPOA/SDA/MAPA


(Nome)

Senhor (a) Diretor(a) do DIPOA

NOME, DADOS PESSOAIS, representando o estabelecimento denominado RAZÃO


SOCIAL, CNPJ, que se localizará à ENDEREÇO COMPLETO, vem mui
respeitosamente requerer de V. Sa. aprovação das plantas e memoriais descritivos
de construção e econômico-sanitário em anexo, visando o registro do mesmo nesse
Órgão.

Para tanto, anexo plantas e demais documentos necessários.

Nestes termos
Pede deferimento

_____________________________
Assinatura do requerente
86

ANEXO N - MEMORIAL DESCRITIVO DA CONSTRUÇÃO

1. Nome da firma interessada no projeto

2. Localização do futuro estabelecimento:

3. Natureza do estabelecimento:

4. Responsável pelo projeto:

5. Área do terreno:

6. Área a ser construída:

7. Área útil:

8. Recuo do alinhamento da rua:

9. Duração provável da obra:

10. Argamassa:

11. Fundações:

12. Pé direito:

13. Madeiramento e coberturas:

14. Forros:

15. Portas (dimensões e material - especialmente das câmaras frias):

16. Revestimento geral:

17. Pavimentação:

18. Esquadrias:

19. Impermeabilização (discriminar o material a ser empregado no piso e nas paredes


das diferentes dependências):

20. Instalações de água:

21. Sistema de esgoto (detalhes sobre o modo e processo de depuração antes de ser
lançado na corrente d’água):
87

22. Pintura geral:

23. Custo provável da obra:

_______________________________
Local, data

________________________________________________
Nome do Engenheiro responsável
CREA nº
Assinatura e carimbo do Engenheiro responsável
88

ANEXO O - Memorial Econômico-Sanitário

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
SECRETARIA DE INSPEÇÃO DE PRODUTO ANIMAL
SISTEMA DE CADASTRAMENTO DE ESTABELECIMENTO E PRODUTO
MEMORIAL ECONÔMICO SANITÁRIO
DO ESTABELECIMENTO (10)

RESERVADO A SECINF/MA
SSN015BLD110

1. CONTROLE

01. Folhas:
02. Atuação:
03. NAT.SLC:

2. IDENTIFICAÇÃO

04. Razão Social:


05. SIF do estabelecimento – DIG:

3. INDICAÇÃO DE EXISTÊNCIA NAS PROXIMIDADES DE PONTOS PRODUTORES


DE MAU CHEIRO

06. Descrição:
89

4 - DESCRIÇÕES COMPLEMENTARES

07. Descrição:

5. AUTENTIFICAÇÃO

_______________________
Data

______________________________________
Carimbo e assinatura do responsável técnico
90

ANEXO P - TERMO DE COMPROMISSO

Que faz a firma RAZÃO SOCIAL, CNPJ com sede em


ENDEREÇO COMPLETO perante o Serviço de Inspeção de
Produtos de Origem Animal (SIPOA, SISA ou SIFISA/DIPOA).

RAZÃO SOCIAL, CNPJ, firma com sede em ENDEREÇO COMPLETO, por seu
Diretor Presidente, (nome, CPF, identidade, estado civil, endereço), concorda em
acatar as exigências contidas no Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal "RIISPOA", de acordo com o Decreto n° 30.691, de março
de 1952 e alterado pelo Decreto n° 1.255, de 25 de junho de 1962, combinado com o
Decreto n° 73.116, de 08 de dezembro de 1973, sem prejuízos de outros que venham
a ser determinados, estando ciente de que quaisquer obras só poderão concretizar-
se após a aprovação prévia do projeto pelo órgão competente do Ministério da
Agricultura.

_________________________________
Diretor Presidente
91

ANEXO Q
92

ANEXO R - ESTÁBULOS CONVENCIONAIS - ORDENHA MECÂNICA COM BALDE


AO PÉ
93

ANEXO S - SALA DE ORDENHA TIPO TANDEM


94

ANEXO T - SALA DE ORDENHA TIPO ESPINHA-DE-PEIXE


95

ANEXO U - SALA DE ORDENHA TIPO POLIGONAL

Poligonal: 4 x 3.
96

ANEXO V - SALA DE ORDENHA TIPO ROTATÓRIA

Rotativa 8.
97

ANEXO X - CORTES AB / CD / EF / FG (escala 1/150)

LEGENDA:
98

ANEXO W - FACHADAS FRONTAL / POSTERIOR / LATERAIS (escala 1/150)

LEGENDA:
99

ANEXO Y - PLANTA DE INDICAÇÃO DE FLUXO (escala 1/100)


100

LEGENDA PARTE 1:
101

LEGENDA GERAL:
102

ANEXO Z - PLANTA HIDRÁULICA E SANITÁRIA (escala 1/200)

PARTE 1: PROJETO HIDRÁULICO

LEGENDA:
103
104

PARTE 2: PROJETO HIDRÁULICO

LEGENDA:
105

PARTE 1: PROJETO SANITÁRIO


106

PARTE 2: PROJETO SANITÁRIO

LEGENDA:
107

LEGENDA GERAL:
108

ANEXO A-1 - PLANTA DE COBERTURA / SITUAÇÃO / LOCAÇÃO (escala 1/500)

PARTE 1: PLANTA DE LOCAÇÃO E COBERTA (escala 1/200)


109

PARTE 2: PLANTA DE LOCALIZAÇÃO (sem escala)

PARTE 3: PLANTA DE SITUAÇÃO (escala 1/500)


110

LEGENDA:
111

ANEXO B-1 - PERSPECTIVAS (escala 1/50)

LEGENDA:
112

ANEXO C-1 - PLANTA BAIXA (escala 1/100)


113

LEGENDA PARTE 1:

LEGENDA GERAL:

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