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ORIENTAÇÕES

CURRICULARES PRIORITÁRIAS
DO CEARÁ - (OCPC)
educação infantil & ensino fundamental
Camilo Sobreira de Santana
Governador

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho


Vice-Governadora

Eliana Nunes Estrela


Secretária da Educação

Rogers Vasconcelos Mendes


Secretário Executivo de Ensino Médio e da Educação Profissional

Jussara Luna Batista


Secretária Executiva de Gestão Pedagógica

Márcio Pereira de Brito


Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios

Carlos Augusto da Costa Monteiro


Secretário Executivo de Planejamento e Gestão Interna

Maria Elizabete de Araújo


Assessora Especial do Gabinete

Julianna da Silva Sampaio


Coordenadora de Comunicação - ASCOM

Coordenadora de Cooperação com os Municípios (COPEM)


Maria Eliane Maciel Albuquerque

Coordenadora de Educação e Promoção Social (COEPS)


Maria Oderlânia Torquato Leite

EQUIPE GESTORA SEDUC

Articulador Regional COPEM Orientadora da Célula de Apoio e


Denylson da Silva Prado Ribeiro Desenvolvimento da Educação Infantil
Bruna Alves Leão
Orientador Cefae COPEM
Felipe Kokay Farias Gerente do Eixo de Currículo e Formação da
CADIN
Orientador Cemup COPEM Wandelcy Peres Pinto
Idelson Paiva Junior
Técnica do Eixo de Currículo e Formação da
Gerente Ciclo de Alfabetização CADIN
COPEM Aline Matos de Amorim
Rakell Leiry Cunha Brito
Coordenadoria da Diversidade e Inclusão
Gerente 4° e 5° ano COPEM Educacional
Caniggia Carneiro Pereira Tom Jones da Silva Carneiro

Gerente Anos Finais COPEM Design


Izabelle de Vasconcelos Costa Raimundo Elson Mesquita Vieira

Analista de Gestão COPEM


Caio Freire Zirlis
RESPONSÁVEIS PEDAGOGÍCOS

EDUCAÇÃO INFANTIL
Aline Matos de Amorim
Ana Maura Tavares dos Anjos Maria
Bruna Alves Leão
Elzilene Moreira Nóbrega
Wandelcy Peres Pinto

EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL

Língua Portuguesa Matemática


Ana Paula Silva Vieira Denylson da Silva Prado Ribeiro
Antônia Varele da Silva Gama Fernando Hélio dos Santos Costa
Cíntia Rodrigues Araújo Coelho Tábita Viana Cavalcante
Cintya Kelly Barroso Oliveira
Ednalva Menezes da Rocha Ciências da Natureza
Izabelle de Vasconcelos Costa Aécio de Oliveira Maia
Rafaella Fernandes de Araújo Caniggia Carneiro Pereira
Rakell Leiry Cunha Brito Galça Freire Costa de Vasconcelos Carneiro
Raquel Almeida de Carvalho
Ciências Humanas
Língua Inglesa Edinielson Figueiredo Santos (GEO)
Renata Uchoa Bezerra Kildery Amorim Maciel (HIS)

Arte Ensino Religioso


Francisca Lúcia de Jesus Bernardino Luiz Raphael Teixeira da Silva
Genivaldo Macário de Castro
Educação Física
Kessiane Fernandes Nascimento
Paula Matias Soares

Educação Escolar Indígena, Quilombola e


Educação para as Relações Étnico-Raciais
Hélia Maria Duarte Viana
João Aldenir Vieira da Silva
Kally Damasceno
Tom Jones da Silva Carneiro
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO....................................................................................................................6

EDUCAÇÃO INFANTIL..........................................................................................................8
Matriz Crianças Bem Pequenas...............................................................................................11
Matriz Crianças Pequenas.......................................................................................................17
Correlações Diretas..................................................................................................24
Matriz Correlações EI – 1º Ano.................................................................................................25

ENSINO FUNDAMENTAL......................................................................................................29
Língua Portuguesa – Anos Iniciais...........................................................................................33
Língua Portuguesa – Anos Finais.............................................................................................57
Artes – Anos Iniciais.................................................................................................................75
Artes – Anos Finais..................................................................................................................83
Educação Física – Anos Iniciais...............................................................................................89
Educação Física – Anos Finais................................................................................................95
Língua Inglesa – Anos Finais.................................................................................................101
Matemática – Anos Iniciais.....................................................................................................111
Matemática – Anos Finais......................................................................................................129
Ciências da Natureza – Anos Iniciais...................................................................143
Ciências da Natureza – Anos Finais....................................................................151
Geografia – Anos Iniciais.......................................................................................................161
Geografia – Anos Finais.........................................................................................................167
História – Anos Iniciais...........................................................................................................175
História – Anos Finais............................................................................................................181
Ensino Religioso – Anos Iniciais.............................................................................................189
Ensino Religioso – Anos Finais..............................................................................................193

REFERÊNCIAS....................................................................................................................197
APRESENTAÇÃO

O Governo do estado do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (SEDUC) e em diálogo


com representantes das Secretarias Municipais de Educação (SMEs), apresenta este
documento com o objetivo de auxiliar a reorganização das atividades pedagógicas nas redes de
ensino considerando o impacto causado pelo novo coronavírus (Covid-19). O distanciamento
social provocado pela pandemia trouxe a necessidade de repensar e replanejar o desenho
curricular anteriormente definido, considerando que este não atende mais às necessidades das
crianças e adolescentes.

Diante dessa nova realidade, a SEDUC, por meio da Coordenadoria de Cooperação com os
Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa (COPEM), da
Coordenadoria de Educação e Promoção Social (COEPS), da Célula de Apoio e
Desenvolvimento da Educação Infantil (CADIN) e da Coordenadoria da Diversidade e Inclusão
Educacional (CODIN), apresenta as Orientações Curriculares Prioritárias do Ceará
(OCPC). O documento tem como objetivo auxiliar a organização das atividades pedagógicas
nas redes de ensino e nos municípios do Estado, contemplando as escolas regulares e as
escolas diferenciadas (indígenas e quilombolas), nas etapas da Educação Infantil (creche e
pré-escola) e do Ensino Fundamental (anos iniciais e anos finais) da Educação Básica,
considerando o ano de 2020 e 2021 (ou enquanto a rede municipal achar necessário).

É necessário, nesse processo de seleção, reorganização, utilização e aplicabilidade de objetos


de aprendizagem considerados prioritários para o pleno desenvolvimento de competências e
habilidades de aprendizagem nos diversos níveis e modalidades, não perder de vista questões
fundamentais relacionadas àquilo que constitui o sujeito histórico-social, que é a nossa criança
e o nosso estudante. Destacamos aqui o que constitui o processo de construção da identidade
desse sujeito através de suas relações com sua história de vida, com sua comunidade, com seu
território, sua cultura e também sua relação com a escola onde ele vivencia e constrói afetos na
convivência saudável e respeitosa com o diferente. Assim, a(o) educadora(or) sempre precisa
ter em mente as seguintes questões: a relação entre os campos de experiências e os objetos de
aprendizagem selecionados, bem como entre as habilidades escolhidas, promove avanços na
vida da criança e do estudante respeitando sua cultura local, suas vivências, possibilitando seu
desenvolvimento integral? As abordagens de ensino vão para além dos objetos de
aprendizagens e consideram o homem como agente transformador do mundo e da sociedade,
favorecendo as aprendizagens holísticas?

A SEDUC espera, com essa ação, oferecer às escolas das redes municipais e às escolas de
educação escolar indígena e quilombola da rede estadual um instrumento orientador que
possibilite contribuir para a redução da defasagem do ensino, considerando o impacto causado
pela pandemia do novo coronavírus, e que assegure o direito de aprender a todos os
estudantes da Educação Básica das redes de ensino cearense.

“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes”


Paulo Freire

6
OCPC - EDUCAÇÃO INFANTIL

Professoras e professores,

É com satisfação que elaboramos este documento para apoiar e orientar os trabalhos
pedagógicos das escolas municipais na Etapa de Educação Infantil, em tempos de pandemia
da Covid-19. Este documento traz orientações com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil (DCNEI), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no Documento
Curricular Referencial do Ceará (DCRC) e nas Orientações Curriculares para Educação Infantil
do Ceará. Além da observância desses referenciais, para as escolas indígenas e quilombolas, é
fundamental a utilização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar
Indígena e para a Educação Escolar Quilombola, Resoluções, CNE/CEB n° 05, de 22 de j unho
de 2012 e n° 08, de 20 de novembro de 2012. A construção da presente matriz faz parte de uma
das ações da SEDUC e da COEPS/CADIN.

O Documento Curricular Referencial do Ceará (CEARÁ, 2019) e a Base Nacional


Comum Curricular (BRASIL, 2018) orientam para um arranjo curricular por campos de
experiências, que visam assegurar a articulação e a continuidade das aprendizagens das
crianças nas demais etapas da Educação Básica. As práticas pedagógicas das(os)
professoras(es) devem vincular e considerar as aprendizagens, os saberes e as experiências
das crianças, alinhadas ao conjunto de conhecimentos já sistematizados pela humanidade, ou
seja, o patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico” (BRASIL, 2010).

Os eixos norteadores da proposta pedagógica da Educação Infantil, as interações e a


brincadeira, ressaltados nas DCNEI (2009), na BNCC (2018) e no DCRC (2019) continuam
sendo reconhecidos e valorizados como eixos norteadores que favorecem à aprendizagem e
ao desenvolvimento dos bebês e das crianças. Portanto, essa organização ressalta que as
experiências concretas das crianças são elementos importantes para a seleção de novos
conhecimentos a serem agregados e para ampliação de suas vivências e suas interações e,
assim, construírem significados sobre si, sobre o outro e sobre o mundo em que vivem. Além
disso, possibilita aproximar o conhecimento sistematizado daquele expresso na vida cotidiana
delas. A figura abaixo destaca a organização curricular por campos de experiências, de forma
integrada e articulada aos direitos e aos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

Fonte: Adaptado de BARRETO (2017)

8
É de fundamental importância que a criança seja vista em sua integralidade e
indivisibilidade (nas dimensões expressivo-motoras, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética
e sociocultural) e no centro do planejamento curricular da(o) professora(or). As aprendizagens e
os conhecimentos das crianças devem ser evidenciados em atividades propostas pela(o)
professora(or), nas quais o cuidar e o educar são trabalhados de forma indissociável e a criança
é vista como protagonista de suas aprendizagens. Cabe à(ao) professora(or), sobretudo, ter
sensibilidade e uma aproximação real com elas, compreendendo-as a partir do ponto de vista
delas e do seu universo cultural e comunitário.

Para tanto, o trabalho docente realizado pelas(os) professoras(es) da Educação Infantil é


desafiador e exige compromisso para cuidar e educar de forma indissociável, além de um olhar
atento e observador para perceber as formas como as crianças se expressam através de suas
diferentes linguagens e como elas elaboram seus saberes infantis, através das interações e da
brincadeira. O acolhimento, a escuta, a observação e o registro são fundamentais para a criação
de ambientes lúdicos e significativos com melhores oportunidades para a construção de novas
aprendizagens e desenvolvimento das crianças.

Nesse sentido, a Instituição de Educação Infantil deve assumir o compromisso de


organizar espaços de reflexão, de planejamento e de organização de novas práticas e de
procedimentos para acompanhar e avaliar, de forma democrática e permanente, o percurso e o
desenvolvimento das crianças em uma perspectiva processual e participativa, buscando romper
com formas de avaliação que desconsidera o potencial educativo das crianças. Portanto, a etapa
da Educação Infantil não se utiliza de processos avaliativos para a promoção ou retenção das
crianças, nem se limita a tarefas de controle e de resultados que, muitas vezes, são orientadas
por práticas descontextualizadas, centradas em conteúdos fragmentados.

A Instituição de Educação Infantil é o lugar, por excelência, para que as crianças


aprendam e se desenvolvam, em complementaridade com a ação da família, da sua
comunidade, do seu povo, da sua etnia. Nesse contexto, a ação intersetorial, integrando
programas e secretarias, levando em consideração o cenário atípico de pandemia da Covid-19
em todo o mundo, é imprescindível para que se assegurem os direitos das crianças ao cuidado, à
proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à cultura, às artes, à
brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças.

Sendo assim, este documento tem como objetivo apresentar às escolas orientações
curriculares prioritárias para a etapa da Educação Infantil neste momento atípico em nosso
Estado. Considerando a atual conjuntura, apresentamos um documento que não é fechado em
si mesmo, uma vez que são propostas flexíveis, que podem ser ajustadas a partir do
planejamento docente. Entendemos que a professora e o professor têm autonomia para
adequá-lo à sua realidade, garantindo uma educação equânime para todas as crianças. E aqui
entendemos equidade como garantir condições de aprendizagem adequadas às realidades das
crianças de modo que todas aprendam de forma satisfatória, independente de suas condições
socioeconômicas, territoriais, físicas ou de sua identidade étnico-racial, dentre outros.
Unidades temáticas que agregam os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento aos
Temáticas Gerais vários Campos de Experiência e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento,
considerando as diferentes faixas etárias das crianças.
Desenvolvimento de práticas pedagógicas pelas(os) professoras(es), considerando a
Práticas que possibilitem
faixa etária e o planejamento de atividades
Organização curricular sugerida, tendo em vista as vivências e as experiências
Campos de Experiências
cotidianas das crianças

Objetivos de Aprendizagem Habilidades a serem mobilizadas, a partir de atividades vivenciadas pelas crianças,
e Desenvolvimento tendo em vista os Campos de Experiência.

Fonte: Adaptado de Bernardo (2020, p. 6) e Martins (2020, p. 6)


9
CRIANÇAS BEM

PEQUENAS
educação infantil
13
14
15
16
CRIANÇAS

PEQUENAS
educação infantil
20

19
20
21
22
23
CORRELAÇÕES DIRETAS
(EDUCAÇÃO INFANTIL - 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL)

Professoras e professores,

Pensando em auxiliá-las(los) no planejamento de práticas pedagógicas que


possibilitem um “processo de transição integrado e contínuo da Educação Infantil para o
Ensino Fundamental” (BRASIL, 2019, p. 169) das crianças pequenas, elaboramos a tabela
abaixo. Nela você encontrará os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento que se
correlacionam diretamente com algumas habilidades de cada área do conhecimento
referente ao 1º ano do Ensino Fundamental, presentes neste documento.

Nessa perspectiva, a organização curricular por campos de experiências integra-se à


ação de garantia dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento, articulando importantes
processos de aprendizagem, de habilidades e de formação de atitudes e de valores das
crianças, cuja presença é o cerne da proposta de currículo prioritária para a Educação Básica,
no contexto de pandemia da Covid-19.

O foco do currículo na Educação Infantil é a promoção de experiências diversificadas


de aprendizagem dos bebês às crianças pequenas, de forma que essas vivências superem as
práticas de natureza transmissiva, centradas nos conteúdos, sem espaço para a vivência de
experiências humanas. Essa concepção de currículo assegura os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças que estão nas creches e pré-escolas. Além disso, os campos
de experiências trazem uma ação integrada das aprendizagens das crianças, isto é, uma
ação interdisciplinar. Na etapa do Ensino Fundamental, tal concepção de organização
curricular também tem seus pressupostos na interdisciplinaridade, estimulando novos modos
de compreender os componentes curriculares e fortalecer as relações entre eles.

Com vistas a um trabalho integrado e cooperativo das(os) professoras(es) da


Educação Infantil e do Ensino Fundamental, este material subsidia a organização de práticas
pedagógicas integradas, articulando os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
mobilizados nas e pelas crianças da Educação Infantil às habilidades que serão construídas.
O trabalho interdisciplinar é, portanto, especialmente uma atitude pedagógica e reflexiva,
congregando as ações desde o planejamento à execução dos planos de ensino e projetos
integradores, planejados coletivamente pelas(os) professoras(es) da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental. Nosso maior objetivo é fundamentar as(os) professoras(es) para que
possam acolher as crianças, respeitando suas vivências e singularidades.

24
CORRELAÇÕES

EI - 1º ANO
educação infantil
27
28
OCPC - ENSINO FUNDAMENTAL

Professoras e Professores,

A equipe da Coordenadoria de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da


Aprendizagem na Idade Certa (Copem) da Seduc, em parceria com a Coordenadoria da
Diversidade e Inclusão Educacional (Codin), preparou este documento com objetivo de auxiliar
na reorganização dos conteúdos pedagógicos curriculares diante da pandemia do novo
coronavírus (Covid-19). A estrutura do documento contém uma breve justificativa dos critérios
considerados e ao final, traz as tabelas contendo os conteúdos curriculares sugeridos, separados
por áreas do conhecimento e componentes curriculares.

As Orientações Curriculares Prioritárias para o Ensino Fundamental tiveram como


referência principal para sua estruturação o Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC).
O DCRC foi construído, ao longo de 2018, à luz da BNCC, por meio de um grande processo
participativo e colaborativo entre o estado e os municípios, envolvendo gestores, professores e
estudiosos das redes estadual e municipais. E, a partir da homologação pelo Conselho Estadual
de Educação (Resolução CEE nº 474/2018), o DCRC passa a ser referência para as redes de
ensino e instituições das escolas públicas e privadas para condução de suas propostas
pedagógicas. Assim, além de servir de norteador para priorização do conteúdo, o presente
documento, intitulado Orientações Curriculares Prioritárias, também tem como objetivo servir de
instrumento aos municípios e às escolas indígenas do Estado para facilitar o processo de
implementação do DCRC.

O DCRC contém habilidades e competências que permitem ao professor desenvolver nos


alunos, capacidades para participar das práticas sociais diversas, porque ele oferece um
conjunto de objetos de conhecimentos que o estudante necessita em seu processo de formação
humana e escolar. (DCRC, 2019) Não obstante, o documento assegura as aprendizagens
essenciais e indispensáveis a todas as crianças e adolescentes apontando caminhos para a
garantia do direito da aprendizagem na idade certa. Desta forma, as Orientações Curriculares
Prioritárias trazem como sugestão um recorte das habilidades contidas no DCRC, considerando
especialmente aquelas que influenciam no desenvolvimento das 10 competências gerais e
específicas contidas no Referencial Curricular e alinhadas à BNCC, que são:

COMPETÊNCIA 1: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Objeto da competência: Conhecimento

COMPETÊNCIA 2: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das


ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. Objeto da
competência: Pensamento científico, crítico e criativo

COMPETÊNCIA 3: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das


locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Objeto da competência: Repertório Cultural
29
COMPETÊNCIA 4: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias
e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Objeto da competência: Comunicação
COMPETÊNCIA 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Objeto da competência: Cultura Digital

COMPETÊNCIA 6: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se


de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo
do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.Objeto da competência: Trabalho
e projeto de vida

COMPETÊNCIA 7: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para


formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta. Objeto da competência: Argumentação

COMPETÊNCIA 8: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,


compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar com elas. Objeto da competência: Autoconhecimento e
Autocuidado

COMPETÊNCIA 9: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a


cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Objeto da
competência: Empatia e Cooperação

COMPETÊNCIA 10: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,


flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Objeto da competência: Responsabilidade
e Cidadania

Dentre as Competências acima, enfatizamos o olhar que se faz necessário à/ao


professor/a sobre como essas competências e as demais competências por área se relacionam
com o acolhimento às diferenças étnicas, culturais, sociais, territoriais e às contribuições dos
diversos sujeitos na construção do conhecimento científico e escolar e da identidade cearense e
brasileira. Damos destaque ao que apresentam às competências 3, 6 e 9 por valorizarem a
diversidade, a alteridade, a empatia e a diferença, alguns dos princípios dos Povos e
Comunidades Tradicionais fundamentais à inclusão e à equidade.

As Orientações Curriculares Prioritárias estão expressas da mesma forma que o


organizador curricular apresentado no DCRC. Assim, cada área do conhecimento contém
competências específicas, a serem trabalhadas por meio de um conjunto de habilidades
relacionadas a diferentes objetos de conhecimento e organizados em unidades temáticas (ou

30
Fonte: Adaptado do DCRC (CEARÁ, 2019)

campos de atuação, no caso de LP). Tais objetos de conhecimento, compreendidos como


conteúdos, conceitos e processos, são detalhados nos objetos específicos.

Para assegurar o desenvolvimento dessas competências específicas, o estado do


Ceará incluiu no organizador curricular uma coluna referente à relação das habilidades dentro
do mesmo componente curricular: relação intracomponente, e na relação com outras
habilidades dos outros componentes curriculares: relação intercomponentes. Assim,
algumas habilidades apresentadas nas Orientações Curriculares Prioritárias, porventura farão
referência a habilidades contidas no DCRC, mas que não figuram necessariamente entre as
priorizadas. Desta forma sugerimos ao professor, com a autonomia que lhe é garantida e
assegurada para a prática do ensino, que avalie a necessidade de considerá-las ao elaborar
seu plano de aulas, sempre considerando como fonte principal de referência pedagógica, o
DCRC.

Cumpre destacar que após uma análise minuciosa das habilidades trazidas pelo
Documento Referencial Curricular do Ceará (DCRC), a equipe responsável pelo documento
das Orientações Curriculares Prioritárias, também considerou os conteúdos pedagógicos
avaliados no Spaece. De forma que foi realizada uma análise na matriz de referência do
Spaece, para as áreas do conhecimento de Matemática e Língua Portuguesa no 2º, 5º e 9º ano
do Ensino Fundamental, garantindo que o conteúdo prioritário sugerido, estivesse em
consonância com a avaliação estadual.

Além do DCRC, a Matriz Prioritária Curricular, também teve como base conceitual
importante para sua estruturação, os Mapas de Foco da BNCC, criados pelo Instituto Reúna,
construídos com o objetivo de auxiliar as redes na flexibilização curricular e escolha de
conteúdos em situações extremas como a pandemia do novo coronavírus. E, ainda, foi
considerado para elaboração do presente documento, os objetos de conhecimento basilares
esperados para cada série do Ensino Médio apresentados no documento das Matrizes de
Conhecimentos Básicos.

Destaca-se por fim, que a priorização proposta não tem como objetivo sugerir que as
habilidades recortadas são mais importantes ou relevantes que as demais, mas sim, que diante
do contexto da pandemia do novo coronavírus foi preciso pensar em habilidades prioritárias que
garantam aos professores e consequentemente aos alunos, melhores condições para o
desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento. E que estas habilidades prioritárias
sugeridas, especialmente possibilitem a manutenção do desenvolvimento das 10
competências gerais que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento ao longo da Educação Básica, definidos pela BNCC (BRASIL, 2018).

Portanto foi realizado um recorte e uma priorização de competências essenciais e


indispensáveis a todos os jovens, buscando mitigar as consequências causadas pela pandemia
para o ensino e mantendo o compromisso assumido pelo estado do Ceará que é o direito
universal à educação a todos os jovens e adolescentes.

31
LÍNGUA

PORTUGUESA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
LÍNGUA

PORTUGUESA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
ARTES
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
77
78
79
80
81
ARTES
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
85
86
87
88
EDUCAÇÃO

FÍSICA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
91
92
93
EDUCAÇÃO

FÍSICA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
97
98
99
100
LÍNGUA

INGLESA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
103
104
105
106
107
108
109
MATEMÁTICA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
MATEMÁTICA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
CIÊNCIAS DA

NATUREZA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
145
146
147
148
149
CIÊNCIAS DA

NATUREZA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
153
154
155
156
157
158
159
GEOGRAFIA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
163
164
165
166
GEOGRAFIA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
169
170
171
172
173
174
HISTÓRIA
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
177
178
179
HISTÓRIA
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
183
184
185
186
187
188
ENSINO

RELIGIOSO
(ANOS INICIAIS)

ensino fundamental
191
192
ENSINO

RELIGIOSO
(ANOS FINAIS)

ensino fundamental
195
196
REFERÊNCIAS

AmÍ COMUNICAÇÃO & DESIGN; HORIZONTES COOPERATIVA DE TECNOLOGIA. Mapas


de Foco da BNCC. Instituto Reúna, 2020. Disponível em
https://institutoreuna.org.br/projeto/mapas-de-foco-bncc/ / Acesso em 7/09/2020

BARRETO, A. R. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL. Belo


H o r i z o n t e : j u n h o d e 2 0 1 7 . D i s p o n í v e l e m
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fslideplayer .com.br%2Fslide%2F118
34583%2F&psig=AOvVaw0xMxZ_A_2xZiGscDN9osVm&ust=1602942609590000&source=i
mages&cd=vfe&ved=0CA0QjhxqFwoTCPiUktyguewCFQAAAAAdAAAAABAD / Acesso em
16/10/2020

BERNARDO, N. Objetivos de Aprendizagem e desenvolvimento prioritários para crianças


bem pequenas. Replaneje com a BNCC. Revista Nova Escola. Jun de 2020. Disponível em
https://box.novaescola.org.br/etapa/1/educacao-infantil/caixa/124/replanejar-para-criancas-
bem-pequenas-como-envolver-a-familia/conteudo/19315 / Acesso em 01/10/2020

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Base Nacional Comum Curricular: Ensino Médio.
B r a s í l i a : M E C / S E F, 2 0 1 8 . D i s p o n í v e l e m
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf /
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