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patógenos
Revisão sistemática
1
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal do Piauí, Teresina 64049-550, Brasil
2
Faculdade de Medicina, Campus Altamira, Universidade Federal do Pará, Altamira 68372-040, Brasil
3
Laboratório de Estudos Funcionais e Moleculares de Fisiofarmacologia, Departamento de Biofísica e
Fisiologia, Universidade Federal do Piauí, Teresina 64049-550, Brasil
4
Departamento de Morfofisiologia Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Teresina 64049-550, Brasil
5 Centro de Pesquisa em Plantas Medicinais, Universidade Federal do Piauí, Teresina 64049-550, Brasil *
Correspondência: pquelemes@gmail.com † Endereço
Atual: Patrick Veras Quelemes, Campus Universitário Ministro Petrônio Portella, Bloco 5, Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Bairro Ininga, Teresina 64049-550, Brasil.
Resumo: A bacteremia estreptocócica que ocorre durante procedimentos odontológicos invasivos pode
levar à endocardite infecciosa (EI) em crianças com certas doenças cardíacas. Antes de tais
procedimentos, recomenda-se a profilaxia antibiótica (AP) com amoxicilina (AMPC). Contudo, a
detecção de cepas resistentes à amoxicilina (AMPC-RS) na boca de crianças com doenças cardíacas
levanta a preocupação de que elas seriam descobertas pela ação do AP padrão. Este trabalho realizou
uma revisão sistemática e meta-análise sobre o transporte de AMPC-RS na boca de crianças.
Citação: Araújo Júnior, AG; Costa, MLVA;
Consultamos bases de dados abrangendo estudos entre os anos 2000 e 2021, seguindo a declaração
Silva, PRF; Arcanjo,
PRISMA. Foi realizada uma metanálise para avaliar a prevalência de crianças portadoras de AMPC-RS
RDA; Moura, LFAD; Oliveira,
na boca. Os testes antimicrobianos foram realizados por microdiluição (46,2% dos artigos), disco-difusão (38,3%)
FAA; Soares, MJS; Quelemes, PV
Streptococcus mitis e S. sanguinis foram as bactérias com fenótipo de resistência mais encontrado,
Transporte de estreptococos resistentes
com CIM atingindo valores de 128 µg/mL. Dos 13 artigos selecionados, apenas 6 apresentaram
à amoxicilina na boca de crianças: uma
Recebido: 1º de agosto de 2022 Palavras-chave: Streptococcus spp.; resistência a antibióticos; cavidade oral; endocardite infecciosa
Aceito: 16 de setembro de 2022
Atualmente, considera-se que, além de manter uma boa higiene bucal, a medida preventiva para EI causada por
bactérias orais recomendada pela maioria dos comitês internacionais de diretrizes é o uso de antibioticoterapia antes de
procedimentos odontológicos invasivos para pacientes suscetíveis [4,7–9 ]. Nesse contexto, a amoxicilina (AMPC) ainda é
amplamente utilizada como primeira droga de escolha para profilaxia antibiótica (FA) em pacientes com doenças cardíacas,
como próteses valvares e valvopatias congênitas [7,9]. Este antibiótico é um beta-lactâmico bacteriolítico de amplo espectro
que inibe a ligação cruzada entre cadeias poliméricas de peptidoglicano na parede celular de bactérias sensíveis, agindo
em bactérias Gram-positivas e Gram-negativas [10].
Considerando que a EI continua sendo uma causa significativa de morbidade e mortalidade, principalmente em
crianças cardiopatas [11], a AHA (American Heart Association) recomenda o uso de AP na dosagem de 50 mg/kg de AMPC
em suspensão, uma hora antes procedimentos odontológicos invasivos [7,9]. No entanto, devido ao uso excessivo e/ou
indiscriminado de antibióticos desta classe, tanto para adultos como para crianças, também foram detectados estreptococos
resistentes a AMPC (AMPC RS) abrigando a cavidade oral [12–14]. Considera-se que as bactérias VGS apresentam
resistência ao AMPC (ou ampicilina) quando este antibiótico tem uma concentração inibitória mínima (CIM) > 0,25 µg/mL
nessas bactérias [15].
Estudos ainda apontam divergências sobre a presença ou prevalência de bactérias resistentes a antibióticos do
gênero Streptococcus na boca de crianças sistemicamente saudáveis [13,16,17]. Ao avaliar crianças com alterações
cardíacas, grupo de risco para EI, foi encontrada maior prevalência da presença de cepas de estreptococos de alta
resistência AMPC na boca [18], o que é motivo de preocupação, visto que na realização de procedimentos odontológicos
invasivos em essas crianças, mesmo após a administração de AP padrão, tal grupo de risco estaria exposto a um antibiótico
ineficaz [11].
Assim, devido aos dados limitados sobre a vigilância da resistência antibiótica de bactérias orais, este estudo teve
como objetivo realizar uma revisão sistemática e meta-análise da literatura sobre o transporte de AMPC-RS na boca de
crianças.
2. Resultados
De acordo com o fluxograma proposto pela declaração PRISMA 2020 [19], após o método de seleção, foram
analisados um total de 13 artigos nesta revisão sistemática (Figura 1): 9 provenientes de bases de dados e 4 provenientes
de outros métodos de busca. A Tabela 1 resume os dados coletados na análise dos artigos selecionados, que serão
A coleta de amostras da boca das crianças foi heterogênea, com biofilme dentário sendo avaliado em 76,9% (n = 10)
[13,17,18,20–26] dos estudos, saliva expectorada em 15,4% (n = 2) [ 27,28], e o material no interior dos canais radiculares
foi analisado em 7,7% (n = 1) [16]. A identificação das cepas foi realizada por meio de testes bioquímicos [16,17,21–23,26]
ou técnicas de biologia molecular [13,18,20,24,27,28]. Dois dos estudos [18,27] (18,2%) buscaram, em segundo plano,
avaliar se as cepas resistentes encontradas eram provenientes de bacteremia transitória ou faziam parte da microflora oral.
Os resultados indicaram que as cepas não desapareceram ao longo de aproximadamente 3 a 4 meses em que foi submetido
o intervalo de coletas, concluindo que as cepas eram provenientes da microflora residente.
Para avaliação da resistência aos antibióticos estreptocócicos, os métodos aplicados foram testes de difusão em ágar
(38,3% dos artigos) [16,17,23,25,26]; E-teste (15,4%) [21,22]; e microdiluição em caldo para determinação da CIM (46,2%)
[13,18,20,24,27,28]. Verificou-se que, em alguns estudos, as bactérias mais comuns relacionadas à resistência antimicrobiana
não são apenas resistentes a um único antibiótico, mas também a outros medicamentos [18,20–22,24,28]. Dos estudos que
consideraram o valor da CIM para investigar o perfil de resistência, cinco (38,4%) [13,18,23,27,28] definiram o valor da CIM
ÿ 8 µg/mL como parâmetro de definição de resistência.
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S. mitis foi observado com a maior [18,20,22,27] ou segunda maior frequência [13,21]
em relação à resistência
Pathogens 2022, 11, x FOR PEER REVIEW 3 de 13 segundos AMPC.
mais altos [20]. Da altamente
S. oralis mesma forma que
resistente foiS. sanguinis,
encontrada comcom
maiormaior [13,21,23]
frequência ou que
em um estudo
Figura 1. Fluxograma
Figura 1. Fluxogramado
doprocesso de seleção
processo de seleçãodos
dosestudos
estudos desta
desta revisão
revisão sistemática.
sistemática.
A Figura
Para 2 apresenta
avaliação umaaos
da resistência visão geral dosestreptocócicos
antibióticos artigos que determinaram
os métodos a CIM do AMPC
aplicados para
foram estreptococos
coletados da cavidade oral de crianças como objetivo principal ou secundário
testes de difusão em ágar (38,3% dos artigos) [16,17,23,25,26]; E-teste (15,4%) [21,22]; e entre outros
antibióticosem
microdiluição e/ou bactérias
caldo avaliados. Esta
para determinação da figura mostra [13,18,20,24,27,28].
CIM (46,2%) as bactérias em Verificou-se que qual o
AMPC apresentou os maiores valores de CIM (e tais valores)
em alguns estudos, as bactérias mais comuns relacionadas à resistência observados no
antimicrobiana não são os respectivos
estudos.
resistente apenas a um único antibiótico, mas também a outros medicamentos [18,20–22,24,28]. Dos estudos
que consideraram o valor da CIM para investigar o perfil de resistência, cinco (38,4%) [13,18,23,27,28]
definiram o valor da CIM ÿ 8 µg/mL como parâmetro de definição de resistência.
S. mitis foi observado com a maior [18,20,22,27] ou a segunda maior frequência [13,21] em relação à
resistência ao AMPC. Da mesma forma que S. sanguinis, com o maior [13,21,23] ou o segundo maior [20]. S.
oralis altamente resistente foi encontrada com maior frequência em estudo que verificou o conteúdo
endodôntico [24].
Dois estudos avaliaram apenas S. mutans [17,25] e um apenas S. salivarius [28], onde foi observado
um padrão fenotípico de resistência desses microrganismos não apenas aos betalactâmicos, mas também a
outros antibióticos, como o classe dos macrólidos, em particular, S. salivarius.
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Referência/ Resultados
Tamanho da amostra/ Coleta/Isolamento/Identificação
País Valor de Resistência Considerado (RVC)/ Número de crianças
Design de estudo Métodos
Índice de qualidade AMPC-RS encontrado Transportando AMPC-RS
Biofilme supra e subgengival foram coletados CVD: ÿ8 µg/mL. Bactérias resistentes foram selecionadas com
Nemoto et al. (2011) [13]
de todos os dentes. Instrumento ágar estreptocócico seletivo com 32 µg/mL de AMPC. No total,
Um total de 253 crianças, adolescentes e Um total de 14 crianças
estéril. Ágar Mitis Salivarius utilizado para foram isoladas 344 cepas; 18 cepas de estreptococos
Japão adultos jovens (2–22 anos) isolamento. Identificação através de técnicas com idades entre 3 e 9
de 14 pacientes eram altamente resistentes ao AMPC.
1:S; 2:S; 3:N; 4:S; 5:S; 6:S; 7:S; sistemicamente saudáveis. anos.
Pontuação: 6 de biologia molecular. As CIMs para essas cepas variaram de 16 a 64 µg/mL.
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Tabela 1. Cont.
Referência/ Resultados
Tamanho da amostra/ Coleta/Isolamento/Identificação
País Valor de Resistência Considerado (RVC)/ Número de crianças
Design de estudo Métodos
Índice de qualidade AMPC-RS encontrado Transportando AMPC-RS
Biofilme supra e subgengival CVD: ÿ8 µg/mL. Bactérias resistentes foram selecionadas com
Nemoto et al. (2013) [18]
foi coletado de todos os dentes. ágar estreptocócico seletivo com 32 µg/mL de AMPC. No total,
Um total de 34 crianças e Um total de 6 crianças com
Instrumento estéril. Ágar Mitis Salivarius foram encontradas 9 cepas resistentes (CIM de 16–64 µg/mL)
Japão adolescentes de 4 a 19 anos com alto risco AMPC-RS e 1
utilizado para isolamento. em 7 indivíduos, cada uma delas também resistente a
1:S; 2:S; 3:S; 4:S; 5:S; 6:S; 7:S; de desenvolver EI. indivíduo com 18 anos.
Pontuação: 7 Identificação através de técnicas de outros ATBs analisados, exceto às novas quinolonas.
biologia molecular.
Tabela 1. Cont.
Referência/ Resultados
Tamanho da amostra/ Coleta/Isolamento/Identificação
País Valor de Resistência Considerado (RVC)/ Número de crianças
Design de estudo Métodos
Índice de qualidade AMPC-RS encontrado Transportando AMPC-RS
Biofilme dentário na superfície de Não foi apresentada RCV para os ATBs avaliados.
Krzy´sciak et al. (2017) [26] Um total de 143 crianças com No total, 142 cepas de S. mutans foram divididas em quatro
molares decíduos com cárie precoce.
idade média de 4,6 anos. Coleta grupos que apresentaram diferentes perfis de sensibilidade O trabalho não
Polónia de amostras em crianças Curetas estéreis. Ágar HLR-S utilizado para
a diferentes ATBs. Observou-se que 13% dos isolados eram
com e sem cavitação por o isolamento. Identificação por meio de testes apresenta esses dados.
1:S; 2:S; 3:N; 4:S; 5:N; 6:S; 7: N; resistentes à penicilina, enquanto todos eram sensíveis à
bioquímicos
Pontuação: 4 cárie dentária. vancomicina. A maior CIM de AMPC para S. mutans encontrada
(STREPTOtest, Lachema).
foi de 0,5 µg/mL.
AMPC-RS (estreptococos resistentes à amoxicilina); CHA (anomalia cardíaca congênita); ATB (antibiótico).
, .
Machine Translated by Google bactérias nas quais o AMPC apresentou os maiores valores de CIM (e tais valores)
observados nos respectivos estudos.
Considerando a admissão de resistência precoce da VGS ao AMPC quando a CIM
atingiu >0,25 µg/mL [15], destacam-se os valores muito elevados observados na Figura 2,
Patógenos 2022, 11, 1114 com a CIM atingindo valores como 128 µg/mL [20], um concentração 512 vezes superior à 7 de 12
considerada padrão de sensibilidade.
Figura
Figura 2. 2. Estreptococos
Estreptococos resistentes
resistentes que apresentaram
que apresentaram a maior
a maior CIM CIM(ede
de AMPC AMPC
seus (e em
valores seus valores em µg/mL)
µg/mL)
encontrados
encontrada nos artigos revisados [13,18,20–22,26–28]. Nota: a resistência intermediária é considerada quando
quando
quandouma
umacepa
cepaVGS
VGStem
temuma
umaCIM
CIMpara
paraAMPC
AMPCvariando
variandoentre
entre0,5
0,5ee44µg/mL,
µg/mL,eeresistente
resistente quando tem uma
tem uma CIM ÿ 8 µg/mL [15].
CIM ÿ 8 µg/mL [15].
Apenas 38,5% (n = 5) dos estudos possuíam dados que permitiram avaliar a
prevalência Considerando a admissão de resistência precoce da VGS ao AMPC quando a CIM atingiu
de crianças portadoras de AMPC-RS na cavidade oral (Tabela 1) [13,18,23,27,28]. Neste
contexto, >0,25 µg/mL [15], destacam-se os valores muito elevados observados na Figura 2 , com MIC atingindo
A Figura 3 apresenta uma proporção da proporção do número total de crianças
avaliadas
em relação em
aos valores como 128
que carregavam µg/mL [20],
AMPC-RS concentração
na boca. o 512 vezes maior que a considerada como
padrão
Um de sensibilidade.
estudo encontrou AMPC-RS na boca de 21% das crianças e adolescentes com
Apenas
cardiopatia 38,5% (n =suscetível
congênita, 5) dos estudos tinham
à EI [18]. dados prevalência
A maior que permitiram foiavaliar a prevalência
encontrada em
crianças
estudo [28]portadoras
em que 72,7% de AMPC-RS
das crianças na(lactentes)
cavidadeavaliadas
oral (Tabela 1) [13,18,23,27,28].
tinham Nesse contexto,
a bactéria S. salivarius
Pathogens 2022, 11, x FOR PEER REVIEW 8 de 13
A Figura
com fenótipo de 3 apresenta
resistência uma
AMPC, com MICproporção da µg/mL
variando de 0,03–16 proporção
(Tabela 1). do número total de crianças avaliadas em
em relação aos que carregavam AMPC-RS na boca.
Figura 3.
Figura 3. Proporção doProporção do total de
total de crianças crianças avaliadas
avaliadas em relaçãoem às
relação às que portavam AMPC-RS na
que carregavam
AMPC-RS embocasuascoletadas dos estudos revisados.
bocas coletadas de estudos revisados.
A Figura 4 apresenta os resultados de uma meta-análise dos dados obtidos dos artigos selecionados em que foi
possível quantificar o número de crianças portadoras de AMPC-RS na boca, bem como o número total de crianças
avaliadas. O gráfico florestal mostra uma prevalência de crianças portadoras de AMPC-RS na boca de 21,3% (0,213
com intervalo de confiança de 0,036–1,267). Os cálculos mostraram um baixo valor de heterogeneidade
² = =
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A metodologia aplicada em alguns trabalhos [13,18,27] utilizou ágar seletivo com 32 µg/mL de
AMPC na busca por cepas resistentes. Esses autores encontraram um pequeno número de cepas
altamente resistentes, por exemplo, isolando 18 cepas resistentes de 14 pacientes de 253 recrutados
[13], um número relativamente pequeno de cepas isoladas, comparado ao número de participantes.
De acordo com padrões internacionais, considera-se resistência intermediária quando uma cepa
VGS apresenta CIM para AMPC variando entre 0,5 e 4 µg/mL, e resistência completa quando apresenta
CIM ÿ 8 µg/mL [15]. Assim, muito provavelmente, se a metodologia dos estudos mencionados acima
tivesse utilizado concentrações mais baixas entre 2–8 µg/mL de AMPC para isolamento, a quantidade
de cepas resistentes e a proporção de indivíduos portadores delas seriam consideravelmente maiores
e mais alarmantes.
Para avaliar a qualidade dos artigos e, consequentemente, suas evidências, aplicamos um
formulário padrão utilizado em trabalhos anteriores [31]. Salientamos desde já que, embora alguns dos
trabalhos avaliados não tenham atingido uma pontuação de qualidade elevada, temos consciência de
que os respetivos objetivos foram alcançados. Contudo, consideramos que os itens selecionados para
nos guiar em uma avaliação coerente da qualidade são relevantes para serem considerados em
estudos que visam determinar a presença (ou prevalência) de microrganismos resistentes em algum
sítio anatômico de uma determinada população.
Desta forma, destacamos que a questão que trata de verificar se os resultados do trabalho
avaliado apresentaram dados a partir dos quais se possa inferir a prevalência de indivíduos portadores
de cepas com algum grau de resistência é uma das mais importantes.
Este dado foi negligenciado pela maioria dos estudos revisados, uma vez que todos os artigos poderiam
apresentar essa informação, importante para a vigilância epidemiológica.
Devido a esta lacuna, esta revisão também realizou uma meta-análise dos resultados obtidos com
a qual foi possível calcular os dados de prevalência. Porém, nem todos os artigos possuíam os dados
necessários para uma verificação estatística mais profunda, como uma meta-análise comparativa dos
dados necessária para gerar evidências mais robustas buscadas pela questão da revisão.
Apesar disso, foi calculada uma importante prevalência de 21,3% de crianças portadoras de AMPC-RS
na boca. A baixa heterogeneidade dos dados obtidos permitiu calcular a prevalência através do modelo
de efeito fixo, o que confere um maior grau de fiabilidade dos dados [29].
4. Materiais e Métodos
4.1. Seleção de Estudos
Esta revisão sistemática seguiu a afirmação PRISMA [19] e procurou responder à seguinte
questão: Qual a prevalência do transporte de AMPC-RS na boca das crianças? O mnemônico CoCoPop
(condição, contexto e população) foi aplicado para definir a questão mencionada e os critérios de
inclusão [33]. A condição era abrigar AMPC-RS; o contexto considerado foi que o uso excessivo e/ou
indiscriminado de antibióticos pode levar à resistência antibiótica de bactérias orais; e a população a
ser analisada foi composta por crianças.
Portanto, foram consultadas as bases de dados MEDLINE via EBSCO, MEDLINE via PubMed e
Web of Science em janeiro de 2022 para artigos entre janeiro de 2000 e dezembro
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2021. Esta revisão sistemática foi registrada na base de dados PROSPERO International
Prospective Register of Systematic Reviews (CRD42022356789).
Os termos pesquisados no Medical Subject Headings (MeSH) foram combinados da seguinte forma
para a seleção inicial dos artigos: ((amoxicillin) AND (Streptococcus OR streptococci) AND (oral OR
Mouth) AND (children) NOT (pyogenes) NOT (pneumoniae) ). Paralelamente, também pesquisamos as
referências dos artigos utilizando o Google Acadêmico.
Nesta etapa, três pesquisadores independentes (AAGJ, MLVAC e PVQ) selecionaram os estudos e
analisaram os títulos e resumos. As divergências quanto à inclusão ou exclusão de trabalhos foram
decididas por consenso entre os avaliadores.
Foram incluídos na seleção artigos quando se tratavam de estudos que, em sua metodologia ,
avaliaram o perfil de suscetibilidade de estreptococos coletados na boca de crianças saudáveis ou com
comorbidades ao AMPC. Durante a seleção, foram excluídos os artigos que se referiam a pesquisas não
relacionadas à questão da revisão ou quando eram revisões de literatura, resumos, relatos de casos,
anais de congressos, editoriais ou literatura cinzenta.
A avaliação da qualidade dos artigos foi realizada por três avaliadores independentes (AAGJ,
MLVAC e FAAO) e posteriormente ratificada por mais dois (PVQ e MJSS), para consenso, por meio de
checklist adaptado [31 ] . Esta análise permitiu verificar a qualidade metodológica utilizada nos trabalhos
selecionados, sendo formulada através de sete questões (Tabela 2), que podem ser assinaladas como
“Sim” quando os dados são expressos de forma clara (marcando um ponto) ou “Não”, em casos de dados
faltantes e/ou dados pouco claros. A qualidade dos manuscritos selecionados foi avaliada como alta (>4
pontos) ou moderada/baixa (ÿ4 pontos).
5. Conclusões
Contribuições dos Autores: Conceituação e Design, AGAJ, MLVAC e PVQ; Análise e Interpretação de Dados, AGAJ, MLVAC,
FRPS, FAAO e PVQ; Redação – Preparação do Rascunho Original , AGAJ, MLVAC e PVQ; Análise Estatística, FRPS; Supervisão,
PVQ, DDRA, MJSS e LFADM; Redação – Revisão e Edição, PVQ, AGAJ, DDRA, MJSS e LFADM Todos os autores leram e
concordaram com a versão publicada do manuscrito.
Financiamento: Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI).
PROGRAMA PRIMEIROS PROJETOS-PPP/EDITAL FAPEPI/MCT/CNPq/CT-INFRA Nÿ007/2018
(PROJETO DE PESQUISA 006/2019).
Agradecimentos: Os autores agradecem aos pesquisadores que atuam na vigilância epidemiológica da resistência bacteriana.
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