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ESCOLA COMUNITÁRIA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO

HISTORIA 8ª CLASSE 2024

A Europa e o Mundo no inicio do sec. XV


1. Período de transição e a passagem do Feudalismo ao Capitalismo.

1.1-Diferença do Feudalismo e Capitalismo


O Feudalismo foi uma forma de produção económica em que a terra era o
principal recurso económico e pertencente aos senhores Feudais, e a
agricultura era principal actividade económica e o camponês tornava se
servo dos senhores feudais em troca duma porção de terra e proteção.

Capitalismo é uma forma de produção económica caracterizada pela


propriedade privada dos meio de produção e pela existência de mercados
livres. Neste sistema de produção, o capitalista, que e o proprietário das
terras ou de outros meios de produção (maquinas…) emprega as pessoa
pagando-lhes um salario, normalmente em dinheiro.

O Antigo Regime ou período de transição é o período da História


europeia que, no Ocidente, decorre entre o seculo XVI e a eclosão das
revoluções industrial e liberal, em finais do seculo XVIII e princípios do
seculo XIX.

1.2 Características
O Antigo Regime ficou marcado pelo mercantilismo na economia, pelo
absolutismo na política, socialmente pela divisão da sociedade em ordens.
A cultura, a arte e a mentalidade foram marcadas, num primeiro momento,
pelo estilo renascentista e depois pelo barroco.

2. Economia europeia no século XV


Após a grande crise económica e demográfica do seculo XIV, a Europa
floresceu nos meados do seculo XV, através do desenvolvimento da
agricultura e comércio. A melhoria das condições económicas potenciou o
aumento demográfico.
2.1 Agricultura
A agricultura era a actividade mais importante, pois dela provinham os
alimentos (cereais, vinho, azeite…), ocupava maior parte da população
trabalhadora, fornecia quase todas as mercadorias envolvidas no comercio
e as matérias-primas, (fibras, têxteis, couros, etc) usadas na indústria eram,
principalmente de origem agrícola.

Apesar de ser uma actividade fundamental na economia da época a


agricultura era pouco desenvoliva porqueː

 Usava instrumentos tradicionais


 Os adubos eram de origem animal ou vegetal
 A produtividade era baixa
 A maior parte das terras pertencia a minoria constituída pelo clero e
pela nobreza.

2.2 Indústria
No seculo XV, a industria encontrava-se num nível bastante primário (a
designação mais correcta seria artesanato). A sua influência na economia
era muito baixa devido ao seu baixo rendimento porque:

 Era praticada em pequenas oficinas espalhadas pelas zonas rurais


 Envolvia um reduzido numero de trabalhadores, (muitas vezes
membros da mesma família) por oficina.

2.3 Comércio
O comércio era uma actividade económica importante, pois permitia aos
europeus obter especiarias como ferro, cobre, ouro, tecidos asiáticos e
vidros.

Apesar da sua importância, o comércio enfrentava dificuldades devido a


alguns aspectos

 Mau estado das vias terrestres


 Escassez e fraca circulação da moeda
2.4 Estrutura social
A sociedade do Antigo Regime era uma socieda estratificada,
constituída por três ordens ou estados: Clero. Nobreza e o terceiro
estado ou povo.

Quadro Resumo da Sociedade do Antigo Regime

Clero Nobreza Estado


Alto clero (cardeais,  Membros da Mercadores,
bispos, arcebispos e família real financeiros, profissões,
abardes)  Nobreza de artesãos.
espada Administrativos,
Baixo-clero (curas e  Nobreza rurais, vagabundos, e
frades) provincial
mendigos.

Funções Funções Funções

 Ministrar os  Administração  Produzir para si,


cultos e ensino do território, para a nobreza e
 Fazer a funções para o clero.
administração militares.  Exercício de
Aconselhar o rei actividades
e dirigir a liberais
economia.
Privilégios Privilégios Privilégios

 Posse de terra  Posse de terra  A maioria da


 Cobrar o dízimo  Receber rendas população não
 Não pagar ou tributos tinha nenhum
impostos  Isenções privilegio
 Direito jurídicas  A alta burguesia
Canónico  Direito ao uso de gozava de
tributos privilégios de
uso com títulos
e posse de
propriedades.
3. O Desenvolvimento Socioecónomico, politico, religioso e cultural de
Africa entre os seculos XV e XVII

A população africana nesse período estava organizada em reinos, clãs,


impérios ou estados, com um dinamismo próprio e uma certa estabilidade
política, económica, social e cultural.

A principal actividade económica era agricultura, para alem da mineração


do ouro e artesanato

Na costa oriental de África, surgiram cidades-estado no sec. IX, graças às


trocas comerciais como, Mogadíscio, Mombaça, Brava e Quíloa.

A Nível Político, surgem alguns Estado e Impérios africanos como: Mali,


Gana, Songhay, Etiópia, Zimbabwe, Mwene mutapa, Massina, Mandara,
Núbia, Haúça e Congo.

Estes reinos tinham no topo o Rei, abaixo destes sacerdotes, de seguida os


guerrilheiros.

A Nível Cultural, desenvolveu se a cultura e civilização Swahili,com


aculturação das populações da costa pelos árabe persas, o que permitiu o
surgimento dos reinos afro islâmicos da costa de Moçambique tais como
Quitangonha, Sangage e Sancul.

3.1 As relações entre África e outros continentes durante os séculos XV


a XVII

Os africanos tiveram pouca possibilidade para se impor contra a


superioridade dos europeus, uma vez que estes, possuíam melhores
condições técnico científicas que lhes permitiram o domínio e controlo de
todas rotas marítimas.

Foi neste período que se desenvolveu no mundo o famoso comercio


triangular envolvendo três continentes nomeadamente, África, Europa e
Ásia. Onde o europeu trazia para África produtos de menos valor como
quinquilharias, tecidos, fardas, bebidas alcoólicas, espelhos, espingardas,
etc. para trocar com produtos africanos com mais valor como é o caso de
marfim, escravo, peles de animais para vender nas américas.

Portanto entre Africa e outros continentes do Sec. XV a XVII, possuíam


relações comerciais, onde em África levavam ouro, escravos e marfim,
trocando com produtos asiáticos como tecidos, missangas, objectos de
porcelanas, etc.

3.2 Ásia e América no Período de Transição

Ásia

Na Ásia localizam se uma das civilizações mais antigas, as HINDU E


CHINESA.

No Seculo XV, como principal actividade económica, praticavam


agricultura, cultivando principalmente arroz, pimenta moscarda, cravinho.

Também praticavam actividade industrial , onde fabricavam


principalmente, tecidos de ceda de algodão e porcelanas. Mas também
dedicavam se fortemente à actividade comercial.

Enquanto politicamente a maioria dos seus impérios encontravam se


divididos, tendo apenas os impérios da China e Golfo Pérsico organizados
e centralizados.

Quanto à religião, podemos identificar três, tais principais como: Hindu,


Budismo e Islamismo.

América

Neste continente, durante o período em análise socialmente, ainda haviam


sociedades nómadas tais como esquimós, apaches, sioux, e patagões, mas
havia também sedentária como era o caso dos Maia que para alem da
agricultura também dedicavam se na arquitectura, escultura e astronomia,
haviam igualmente civilizações Azteca e Inca nesta região.

4. Expansão europeia e comércio colonial

4.1 O comércio mediterrânico nos séculos XII-XIV

Ate seculo XIII a Europa estava envolvida num comércio prospero com a
Ásia, através da rota do Mediterrâneo, principalmente através das cidades
italianas de Veneza, Pisa e Genova. A partir destes pontos os produtos
asiáticos chegavam a outros pontos da Europa.
Os produtos mais procurados e comercializados neste caso eram as
especiarias asiáticas tais como: pimenta, canela, cravinho, etc. devido à
sua importância este comercio foi motivo de muitos conflitos entre vários
países da Europa.

4.2 Causas da expansão europeia

No seculo XV, alguns países lançaram-se num movimento expansionista


que os levou a diferentes regiões de Africa, Ásia e América. Na origem
desse movimento, que ficou conhecido como expansão europeia, estiveram
causas económicas, políticas e técnico-científicas.

4.2.1 Causas económicas

4.2.1.1 Encarecimento de produtos orientais devido ao monopólio do


comércio pelos italianos e turcos

Na baixa idade média o comércio, que até ao século XI se encontrava


paralisado, reiniciou com alguma força devido ao ressurgimento da
agricultura e ao fim das guerras.

Na baixa idade média, os produtos asiáticos começaram a chegar com


regularidade a Europa, através do Mar Mediterrâneo. Contudo, a medida
que a procura destes produtos aumentava, os países do Mediterrâneo, que
controlavam este comércio, principalmente Itália e Turquia, aplicavam
preços cada vez mais altos.

A partir do século XV, os europeus começaram a procurar novas rotas


comerciais que lhes permitissem chegar ao Oriente em busca de matéria-
prima e especiarias, dado o referido encarecimento dos produtos vindos do
Oriente.
4.2.1.2 A escassez de ouro na Europa

O crescimento das trocas comerciais exigia cada vez mais moeda,


sobretudo divisas em ouro.

Contudo, como na altura o ouro não abundava na Europa, os europeus


pretendiam chegar as regiões produtoras deste mal precioso.

4.2.2 Causas políticas

4.2.2.1 A formação de estados centralizados

A partir do seculo XIV, os regimes feudais entram em queda na Europa. Os


senhores começaram a perder o seu poder, e, portanto, o estado
descentralizado começou a dar lugar ao Estado Centralizado, no qual o
poder passaria para as mãos de um único rei em cada Estado.

4.2.2.2 como surgiram os Estados centralizados na Europa

Na sociedade feudal, o rei não tinha um poder efectivo. Quem tinha o poder
eram os senhores feudais, que controlavam cada um o seu domínio
senhorial.

Os reis não estavam satisfeitos com esta realidade, pois queriam ter um
poder real- mandar no território, de facto, (cobrar os impostos, fiscalizar as
terras de produção) e não apenas ter um poder fictício.

Por outro lado, os burgueses, que tinham acumulado muita riqueza através
da prática do comércio, viam que esta actividade poderia ser prejudicada
pelas barreiras feudais.

Portanto, a burguesia e os reis tinham em comum o interesse de eliminar o


poder dos senhores feudais, embora cada grupo tivesse as suas razoes.

Neste quadro, os reis europeus aliaram-se a burguesia e puderam utilizar o


dinheiro da burguesia e puderam utilizar o dinheiro da burguesia para
formar exércitos, pagar aos administradores das diferentes regiões.

Assim os reis europeus começaram a repor o seu poder, ou seja,


começaram a constituir estados centralizados, onde o rei era, de facto, a
autoridade máxima.
A aliança dos reis aos burgueses permitiu a formação de vários estados
centralizados.

Inglaterra- por Henrique VII (1485-1509)

França- por Luís XI (1461-1483)

Espanha – por Fernando II de Aragão e Isabel de Castela.

4.2.2.3 Como e que a centralização política contribuiu para expansão


europeia da época

Com a centralização, os estados ficaram mais fortes politicamente, pois


cada um passou a ter um exército e um corpo de administradores pagos
pelo rei, que zelavam pela administração do território. O poder económico
dos estados também aumentou, devido aos apoios prestados pela burguesia,
permitindo assim aos novos estados apoiar outros sectores da economia
com a indústria e a expansão.

4.2.3 Causas técnico-científicas

4.2.3.1 Curiosidade científica

Até no século XV, muitas eram as interrogações dos europeus sobre o


mundo. Por exemplo, interrogavam-se sobre a origem de alguns produtos
que adquiriram através do comércio e sobre a proveniência de homens com
características diferentes das deles.

4.2.3.2 Descoberta das novas técnicas e instrumentos de navegação e da


orientação

Com a descoberta e utilização de novos instrumentos de orientação, como a


bussola, o astrolábio, o quadrante e a balestilha permitiram a navegação
feita no alto mar, longe da costa. Deste modo facilitou o intercambio
comercial entre os povos da Índia e China com os povos europeus.

4.3 Objectivos da primeira expansão europeia


 Busca do caminho marítimo para a india
 A difusão do cristianismo no mundo
 A procura de novas fontes de matérias-primas
 A procura de novos mercados consumidores

4.3.1 Primazia portuguesa na expansão

Apesar de terem sido muitos os países envolvidos na expansão, a sua


entrada neste processo aconteceu em momentos diferentes.

Os primeiros países que se lançaram na expansão europeia foram Portugal


Espanha, dois países localizados na Peninsula Iberica. Portugal foi, entre
estes dois, o primeiro a expandir-se seguindo se a Espanha. Só passados
cerca de dois seculos e que outros países, como Inglaterra, Holanda, e
França entraram na expansão.

4.3.2. Factores da primazia portuguesa

4.3.2.1 Condições geográficas

Portugal esta situado na região ocidental da Europa, com uma longa orla
marítima e com bons portos naturais.

Graças a estas condições naturais Portugal foi um dos primeiros países a


envolver-se em actividades marítimas, como a pesca, o que permitiu aos
portugueses familiarizarem-se com o mar.

4.3.2.2 Condições políticas

No início do século XV, ao contrário do que acontecia com a maioria dos


estados europeus, Portugal já estava em paz. O último momento de conflito
em que o país esteve envolvido foi a revolução de 1383-1385, que permitiu
a subida da dinastia de Avis ao poder, com o rei D. João I, Mestre de Avis.

Estando em paz Portugal podia canalizar os seus recursos para expansão.


Por outro lado, o rei D. João I tomou medidas que favoreceram as
iniciativas expansionistas.
4.3.2.3. Condições técnico-científicas

 Os conhecimentos teóricos e técnicos sobre a navegação resultantes


do contacto dos portugueses com os judeus e árabes.
 A utilização da bussola, do quadrante, do astrolábio, da balestilha, da
carta náutica e da utilização da caravela com a vela triangular que
permitiu bolinar (navegar contra os ventos contrários) e do
portulano.

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