2◦ Relatório: Lei de Decaimento Radioativo - Meia Vida do Bário 137m

João Victor Azevedo Goncalves 1* 1 and Alexsander Ruy Lima Passos 2†2
1,2
Universidade Federal do Amazonas - UFAM , Departamento de Física , Curso de Licenciatura em Física ,
Laboratótio de Física Moderna II

Resumo
A lei do decaimento radioativo afirma que a probabilidade por unidade de tempo de um núcleo decair é constante, independente
do tempo. Afim de representar esse fenômeno realizamos esse experimento que consiste em medir o número de pulsos a cada 10
segundos até essa razão permanecer constante, para assim medir a Meia-Vida do Bário Radioativo, compreendendo assim o fenômeno
da lei do decaimento, meia-vida e desintegração radioativa.
Palavras-chave: Meia Vida, Bário Radioativo, Decaimento Radioativo.

Abstract
The law of radioactive decay states that the probability per unit time that a nucleus will decay is constant, regardless of time. In
order to represent this phenomenon, we carried out this experiment which consists of measuring the number of pulses every 10 sec-
onds until this ratio remains constant, in order to measure the Half-Life of Radioactive Barium, thus understanding the phenomenon
of the law of decay, half-life and radioactive decay.
Keywords: Half Life, Barium, Radioactive Decay.

1 Introdução
O decaimento radioativo é um fenômeno físico pelo qual um
núcleo individualmente emite partícula e/ou radiação e se trans-
forma em outro núcleo mais estável. A meia-vida é o tempo ne-
cessário para que metade dos núcleos de uma amostra radioativa
sejam desintegrados.
O Bário é um elemento químico com número atômico 56 e
símbolo Ba. Ele tem vários isótopos, incluindo o Bário-137m,
que é um isômero nuclear de curta duração com um tempo de
vida útil de cerca de 2,552 minutos. Quando o Bário-137m sofre
decaimento, ele emite radiação gama e se transforma em outro
isótopo, o Bário-137. O tempo necessário para que metade dos
núcleos de Bário-137m se desintegrem é conhecido como a meia-
vida do Bário-137m. A meia-vida do Bário-137m é importante
em muitas aplicações, incluindo a medicina nuclear e a física de
partículas. [1]
2 Teoria e Análise
A descoberta da radioatividade ocorreu no final do século
XIX, através de experimentos realizados por vários cientistas. O
primeiro a identificar a radioatividade foi o físico francês Henri
Becquerel, em 1896. Becquerel descobriu que certos materiais
emitiam raios invisíveis que podiam atravessar objetos opacos e
impressionar placas fotográficas. Ele descobriu isso ao deixar
* azevedogoncalvesj2@gmail.com, 21950569
† alexsanderruy@gmail.com, 21950568
uma pedra de urânio em uma gaveta com uma placa fotográfica
por alguns dias e perceber que a placa foi impressionada, mesmo
sem a presença de luz.
Em seguida, outros cientistas se interessaram pelo assunto e
tentaram estudar a radioatividade em mais detalhes. Entre eles
estavam Marie e Pierre Curie, que realizaram pesquisas impor-
tantes sobre os elementos radioativos. Os Curies descobriram
dois novos elementos radioativos, o polônio e o rádio, e explica-
ram que esses elementos emitiam radiação espontaneamente.
Ao estudar a radioatividade, os pesquisadores descobriram
que ela tinha vários efeitos diferentes. Por exemplo, a radiação
concentrada pelos elementos radioativos pode causar ionização
nos materiais com os quais entram em contato, o que pode le-
var a alterações químicas e biológicas. A radiação também pode
causar danos às células e pode ser usada para matar células can-
cerosas.
Ao longo do século XX, a radioatividade continuou a ser es-
tudada e aplicada em várias áreas, incluindo a medicina, a indús-
tria e a energia. Hoje, entendemos melhor os efeitos da radiação
na saúde humana e nos ambientes, e os cientistas continuam a
trabalhar para melhorar as formas de proteção contra a exposição
à radiação.
O decaimento radioativo é um processo natural em que um
núcleo emite partículas ou radiação e se transforma em outro ele-
mento químico mais estável. A taxa de decaimento é caracteri-
zada pela meia-vida, que é o tempo necessário para que metade
dos núcleos de uma amostra radioativa se desintegrem. A desin-

Report sent to Prof. Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro May 14, 2023
tegração radioativa é um fenômeno aleatório, mas a probabili- 3 Parte Experimental
dade de um núcleo se desintegrar em um dado intervalo de tempo
é determinada pela lei do decaimento radioativo. 3.1 Material Necessário
A seguir, serão apresentados os conceitos matemáticos do de-
caimento radioativo e suas principais características: • 1 Contador de Geiger;
Lei do decaimento radioativo descreve como a quantidade • 1 Gerador de isótopos Cs − 137, 400 kBq;
de material radioativo diminui com o tempo. Suponha que uma
amostra inicialmente identificou N0 núcleos radioativos em um • 1 Suporte;
instante t = 0. Após um intervalo de tempo ∆t, uma recepção
λ∆t dos núcleos se desintegra, onde λ é a constante de decai- • 1 Tubo contador, tipo A, BNC;
mento radioativo da amostra. Portanto, a quantidade de núcleos • 1 Copo de vidro, curto, 250 ml;
remanescentes na amostra é dada por:
• 1 Cabo de conexão.
N (t + ∆t) = N (t) − λN (t)∆t (1)
3.2 Montagem e Procedimento Experimental
Reorganizando esta tolerância e tomando o limite quando ∆t O experimento ocorreu de forma presencial no Laboratório
tender a zero, obtemos a diferenciação do decaimento radioativo: de Física Moderna II no departamento de Física da Ufam – Uni-
versidade Federal do Amazonas, sendo auxilidado pelo professor
dN
= −λN (2) Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro.
dt
A montagem utilizada no experimento Decaimento radioa-
tivo do Ba-137m está ilustrado na figura 1:
Sua solução geral é dada por:
Figura 1: Montagem do experimento Decaimentp Radioa-
N (t) = N0 e−λt (3) tivo

Onde N (t) é a quantidade de núcleos radioativos remanes-

centes no instante t, e é a base do logaritmo natural. A meia-vida,
representada por t1/2 , é o tempo necessário para que metade dos
núcleos radioativos de uma amostra se desintegrem. A meia-vida
é uma medida da taxa de decaimento radioativo da amostra. A
partir da recepção do decaimento radioativo, podemos determi-
nar a meia-vida como:
N0
N (t1/2 ) = = N0 e−λt1/2 (4)
2

Tomando o logaritmo natural em ambos os lados, obtemos:

N0
ln( ) = −λt1/2 (5)
2

Rearranjando, temos: No decorrrer do experimento tivemos as seguintes etapas: Li-

gar o contador Geiger para verificar funcionamento e selecionar
ln(2) qual a faixa de tempo que o contador estará ativo. Coloque inici-
t1/2 = (6)
λ almente 10 segundos. Com a seringa que acompanha o kit sugue
3ml do líquido de Elução e acoplando esta no gerador de isó-
topos faça o líquido atravessar este para o tubo fino de plástico
Onde ln é o logaritmo natural e λ é a constante de decaimento para dentro do tubo de ensaio. Espere 3 segundos e comece as
radioativo da amostra. medidas. Programar o contador para parar a contagem a cada 10
Desintegração radioativa pode ocorrer de diferentes formas, segundos, reinicie (reset) a medição e assim começará o próximo
dependendo do tipo de partícula internada pelo núcleo. [1] ”start”.

2
4 Resultados e Discussões Gráfico 1: Raposa de nove caudas

4.1 Tratamento de Dados

Assim, foi construído a tabela 1 que contém os valores das
quantidades de núcleos radioativos restantes, N (t), após um tempo.
Como descrito na seção montagem e procedimento experimental
os dados foram registrados com uma frequência de 10 segundos.

Tabela 1: Coleta de Dados

t(s) N t(s) N t(s) N t(s) N

10 928 260 318 510 91 760 37
20 983 270 286 520 100 770 32
30 921 280 273 530 100 780 30
40 858 290 275 540 99 790 30
50 802 300 255 550 93 800 33
60 757 310 268 560 96 810 35
70 698 320 245 570 73 820 31
80 719 330 226 580 78 830 32
90 654 340 217 590 67 840 26
100 635 350 201 600 73 850 29
110 618 360 194 610 76 860 33
ln |2|
120 574 370 200 620 79 870 34 t1/2 =
130 582 380 195 630 56 880 27 λ
140 572 390 161 640 54 890 18 ln |2|
t1/2 =
150 503 400 176 650 64 900 23 0, 00445
160 486 410 174 660 47 910 21 t1/2 = 152, 3 s = 2, 539 min
170 521 420 158 670 55 920 18 Para a análise dos resultados faz-se necessário calcular o erro
180 464 430 155 680 49 930 20 relativo, pois esse método permite determinar o quão próximos
190 432 440 134 690 36 940 22 estão os valores (teórico e medido) em forma de porcentagem.
200 405 450 137 700 45 950 16 Assim, Erel é o erro relativo,
210 386 460 116 710 37 960 17
220 408 470 109 720 38 970 16 Eabs
230 356 480 122 730 57 980 17 Erel = · 100 (7)
atr
240 352 490 111 740 46 990 12
Em que Eabs , erro absoluto, atr é o valor teórico, am é o
250 367 500 117 750 31 1000 19
valor medido,

Plotando o gráfico 1, de acordo com os pontos dispostos na

Eabs = |atr − am |
tabela acima. Foi aplicado o ajuste de curva utilizando a equação
3, isso permitiu obter a constante de decaimento radioativo (λ). t 1/2 = E abs1 = |2, 539 − 2, 552| = 0, 013 min
Com a constante de decaimento radioativo (λ) obtida, foi pos-
Deste modo,
sível calcular a meia-vida (t1/2 ) do material radioativo utilizado
no experimento. Além disso, com os valores de N (t) obtidos 0, 013
experimentalmente e o ajuste de curva realizado, foi possível ve- t1/2 = Erel1 = · 100 = 0, 5%
2, 552
rificar a validade da lei do decaimento radioativo.
Como resultado, t1/2 = 2, 539 min com um erro relativo de
Além disso, N0 é a quantidade inicial de material radioativo
0, 5%.
na amostra. É importante notar que a meia-vida t1/2 de um ma-
terial radioativo é diretamente relacionada à constante de decai-
mento λ, sendo dada por t1/2 = ln 2/λ. A meia-vida é o tempo 5 Conclusão
necessário para que metade dos núcleos de uma amostra radioa-
tiva se desintegrem e é uma propriedade importante na caracteri- Portanto, a descoberta da radioatividade no final do século
zação de materiais radioativos. XIX revolucionou a nossa compreensão do mundo físico e teve
um impacto significativo em várias áreas, incluindo a medicina,
a indústria e a energia.
Com o experimento foi possível calcular o tempo de meia-
vida do Ba-137m e como resultado obteve-se um número muito

3
próximo do valor teórico, sendo atr = 2, 552 min e o valor me-
dido, am = 2, 539 min com um erro relativo de 0, 5%, ou seja,
resultado bastante significativo.
O decaimento radioativo, um fenômeno natural pelo qual os
núcleos instáveis emitem partículas e/ou radiação e se transfor-
mam em elementos mais estáveis, é um processo importante que
é caracterizado pela meia-vida, o tempo necessário para que me-
tade dos núcleos de uma amostra radioativa se desintegrem.

Referências
[1] Stéfano Araújo Novais. "césio-137"; brasil escola.
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/definicao-cesio-
137.htm. Acessado em: 12/05/2023.