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O conceito base do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é de que se trata de um imposto

indirecto sobre a despesa. Este imposto recai sobre as transmissões de bens e/ou prestações
de serviços realizados no território nacional (incluindo as importações), em todas as fases do
circuito económico, desde a produção/importação ou aquisição até à venda pelo retalhista sem
efeitos cumulativos, como o próprio nome indica, através do seu mecanismo particular de
apuramento. De facto, cada um dos sujeitos passivos intervenientes no circuito, através do
mecanismo de apuramento, apenas entrega o imposto devido pelo valor que acrescenta ao
produto, correspondente a uma fracção do total do imposto a arrecadar pelo Estado, sendo no
fim do circuito, suportado pelo consumidor/utilizador final. O mecanismo de apuramento
considera por um lado, o direito que o sujeito passivo tem em deduzir o imposto que suportou
nas aquisições e, por outro, a obrigação de liquidar o imposto sobre o valor das vendas
realizadas no âmbito da sua actividade económica, reportados a um determinado período de
tributação. Assim, na prática, cada sujeito passivo interveniente no circuito adquire uma
posição devedora perante o Estado pelo valor do imposto facturado nas vendas que realizou
(A) e credora pelo imposto que deduziu relativamente às aquisições que efectuou (B), sendo o
imposto apurado igual à diferença entre as duas posições, podendo resultar num saldo
devedor (A maior que B) ou credor (B maior que A) perante o Estado: IVA apuramento = A
(Valor das Vendas x 16%) – B (Valor das aquisições x16%).

O Código do IVA aprovado em 31 de Dezembro de 2007 e o respectivo Regulamento aprovado


em 26 de Fevereiro de 2008 prevêem os seguintes regimes de tributação e regimes específicos
para certos sectores de actividade:

Regimes de Tributação

 Regime Normal

 Regimes Especiais:

- Regime de Isenção

- Regime de Tributação Simplificada

Regimes Específicos

Estes regimes aplicam-se a actividades que têm características particulares:

 Regime Aplicável às Agências de Viagem e Organizadores de Circuitos Turísticos;

 Regime Aplicável aos Bens em Segunda Mão;

 Regime Aplicável aos Organizadores de Vendas em Sistema de Leilão;

 Regime aplicável às Empreitadas e Subempreitadas de Obras Públicas.


Exclusão de aplicação do IVA

Chama-se a atenção para o facto de ter entrado em vigor no dia 1 de Janeiro de 2009, através
da Lei n.° 5/2009, um novo imposto designado – Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes (ISPC) com o objectivo de: “reduzir os custos de cumprimento das obrigações
tributárias e os encargos de fiscalização e controlo através da simplificação dos procedimentos,
propiciando, assim, o alargamento da base tributária”.

Este novo imposto aplica-se, com carácter opcional, às pessoas singulares e colectivas que
exercem, no território nacional, actividades agrícolas, industriais ou comerciais, incluindo a
prestação de serviços, cujo volume de negócios anual seja igual ou inferior a 2.500.000,00MT e
não sejam, para efeitos de Impostos sobre o Rendimento, obrigados a possuir contabilidade
organizada. Assim, para os sujeitos passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as
transmissões de bens e prestações de serviços que realizem não há lugar ao Imposto sobre o
Valor Acrescentado, não se aplicando o preceituado no Código e regulamento do IVA a estes
sujeitos passivos.

Incidência

 As transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional a título


oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;

 As importações de bens.

São sujeitos passivos de imposto todas as pessoas singulares ou colectivas que:

 de modo independente e com carácter de habitualidade exerçam uma actividade económica


com ou sem fim lucrativo e sejam residentes;

 de modo independente, residentes ou não, realizem qualquer operação tributável em IRPC


ou IRPS;

 se enquadram nas alíneas anteriores e adquirem os seguintes serviços a prestadores não


residentes:

- cessão ou autorização para utilização de direitos de autor, licenças, marcas de fabrico e de


comércio e outros direitos análogos;

- serviços de publicidade;

- serviços de telecomunicações;

- serviços de consultores, engenheiros, advogados, economistas e contabilistas, gabinetes de


estudo em todos os domínios, incluindo os de organização, investigação e desenvolvimento; -
tratamento de dados e fornecimento de informações;

- operações bancárias, financeiras e de seguro e resseguro;


- colocação de pessoal à disposição;

- serviços de intermediários que intervenham em nome e por conta de outrem no


fornecimento serviços enumeradas nestes pontos;

- obrigação de não exercer, mesmo a título parcial, uma actividade profissional ou um direito
mencionado nestes pontos;

- locação de bens móveis corpóreos, bem como a locação financeira dos mesmos bens.

 realizem importações de bens;

 mencionem indevidamente o IVA em factura ou documento equivalente.

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