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Diretoria de Ensino

Região Itapetininga – DER ITN

Comunicado Retificado 14/2024-ESE

Assunto: Orientações Complementares Ensino Colaborativo

A- Legislação, estrutura do projeto, funções dos profissionais e carga horária:

Nos termos do Decreto nº 67.635, de 06 de abril de 2023 e da Resolução SEDUC 21, de 21 de


abril de 2023.

Esclarecemos que a Resolução SEDUC 21/2023, revogou a Resolução SEDUC 92/2021,


portanto, o Ensino Colaborativo não é mais atribuído nos moldes antigos de duas aulas para
cada sala que contasse com um estudante elegível.

1- DECRETO Nº 67.693, DE 06 DE ABRIL DE 2023 – dispõe sobre a Educação Especial na rede


estadual de ensino

Artigo 12 – Fica instituído o Projeto Ensino Colaborativo, voltado às unidades escolares da rede
estadual de ensino que tenham estudantes elegível aos serviços da Educação Especial, como forma de
atuação articulada entre a equipe escolar e os Professores Especializados.

1º - O Projeto Ensino Colaborativo visa a proporcionar suporte e acompanhamento pedagógico, sendo


desenvolvido como estratégia pedagógica voltada à inclusão do estudante elegível aos serviços da
Educação Especial, nas classes comuns do ensino regular, ao fomento da cultura inclusiva e à adoção
de práticas inclusivas nas escolas da rede pública.

§ 2º - Para o fomento da cultura inclusiva nos espaços escolares, o Professor Especializado do Projeto
Ensino Colaborativo, deverá apoiar os professores regentes das classes e aulas regulares, bem como a
equipe gestora e funcionários da unidade escolar, no atendimento ao estudante elegível da Educação
Especial e na criação de ambientes cada vez mais inclusivos e equânimes.

2- ESTRUTURA DO PROJETO ENSINO COLABORATIVO


Artigo 13 – O Projeto Ensino Colaborativo é estruturado nos seguintes eixos:
I – articulação entre professores regentes de classes comuns do ensino regular e o Professor
Especializado;
II – identificação, aperfeiçoamento e acompanhamento dos apoios, recursos e serviços para a inclusão;
III – permanência de todos os estudantes, atendidos ou não pelos serviços da Educação Especial, no
mesmo espaço físico, com o mesmo currículo, garantida a acessibilidade e a tecnologia assistiva.
IV – formação continuada dos docentes para as práticas pedagógicas em âmbito do Projeto Ensino
Colaborativo;
V – orientação e esclarecimento à comunidade escolar, proporcionando diálogo acerca da cultura
inclusiva e dos apoios, recursos e serviços da Educação Especial
VI – promoção de tempos e espaços para diálogo e planejamento das questões relativas à perspectiva
inclusiva na unidade escolar.

3- RESOLUÇÃO SEDUC 21, DE 21 DE ABRIL DE 2023 – dispõe sobre a regulamentação da Política de


Educação Especial do Estado de São Paulo e do Plano Integrado para Pessoas com Transtorno do
Espectro do Autismo – TEA.

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Artigo 18 – O Projeto Ensino Colaborativo na rede estadual, instituído pelo artigo 12 do Decreto nº
67.635/2023, se desenvolverá como forma de AEE expandido e terá sua organização e execução
efetivadas por meio da atuação dos seguintes profissionais:

I – Trio gestor da unidade escolar formado pelo Diretor de Escola, pelo Coordenador de
Organização Escolar, pelo Coordenador de Gestão Pedagógica, que deverá:
a) realizar a gestão do Projeto Ensino Colaborativo na unidade escolar;
b) proporcionar a articulação entre o Professor Especializado da Educação Especial e os Professores
Regentes das classes comuns do ensino regular, preferencialmente a cada semana, levando em
consideração as necessidades concretas do estudante e a realidade da unidade escolar;
c) criar e proporcionar espaço para diálogo e discussão das questões relativas à Educação Especial na
unidade escolar, com envolvimento de todos os profissionais da escola;
d) organizar os tempos de trabalho destinados ao atendimento do estudante elegível aos serviços da
Educação Especial;
e) observar que os horários de articulação entre os profissionais da educação devem constar na
rotina da unidade escolar, sendo possível utilizar as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC),
Atividade Pedagógica de caráter formativo e demais atividades pedagógicas;
f) manter canais de comunicação com pais, responsáveis e comunidade escolar, de modo a
esclarecer sobre a educação inclusiva e as práticas de inclusão voltadas a beneficiar o processo de
ensino e aprendizagem dos estudantes.

II – Professores regentes das classes comuns do ensino regular deverão:


a) responsabilizar-se pelo processo de ensino e aprendizagem na sua área de atuação;
b) efetivar as atividades e interações pedagógicas que sejam benéficas aos processos de ensino e
aprendizagem de todos os estudantes, com e sem deficiência;
c) realizar o Encaminhamento Pedagógico; e
d) promover a acessibilidade curricular como apoio do professor especializado.

III – Professor Especializado atuante no Projeto Ensino Colaborativo deverá:


a) apoiar a elaboração de acessibilidade curricular;
b) responsabilizar-se pela mediação das metodologias, conteúdos e técnicas da Educação Especial
para a sala de aula regular;
c) atuar na indicação, na solicitação e na adequação dos apoios, recursos e serviços necessários ao
estudante elegível aos serviços da Educação Especial;
d) acompanhar as solicitações até a efetiva disponibilização dos apoios, recursos e serviços ao
estudante;
e) atuar no acompanhamento dos apoios, recursos e serviços disponibilizados ao estudante,
adequando-os, reavaliando- -os e verificando a necessidade de continuidade, considerando que os
apoios, recursos e serviços devem convergir para a conquista da autonomia e independência do
estudante; e
f) acompanhar o Projeto Ensino Colaborativo, atualizando as informações periodicamente.

4- COMUNICADO EXTERNO CONJUNTO SUBSECRETARIA/COPED/DEMOD/CAPE E CGRH –


2023 – Nº 286, de 11 de dezembro de 2023.

O Projeto representa uma integração colaborativa entre os membros das equipes escolares,
professores regentes, familiares, profissionais envolvidos no acompanhamento do estudante,
professores especializados em Atendimento Educacional Especializado – AEE (Sala de Recurso
e/ou modalidade Itinerante) e outros participantes da comunidade escolar.

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O objetivo desse Projeto é fomentar uma educação inclusiva de qualidade nas classes comuns
do ensino regular, e perfaz-se como importante diretriz para o fomento da cultura inclusiva
nas escolas da rede pública.
O Professor especializado do Projeto Ensino Colaborativo desempenha um papel fundamental
no ambiente escolar, trabalhando para promover a cultura inclusiva e atuando como um elo
entre a Gestão Escolar, o Professor Especializado do Atendimento Educacional Especializado
– AEE e o Professor Regente, com a contribuição de:

a) Apoiar o(s) professor(es) regentes das classes comuns e aulas regulares na elaboração,
flexibilização e na acessibilidade curricular;
b) Auxiliar na definição dos apoios, recursos e serviços, conforme as características
pessoais e modo de aprender do estudante;
c) Participar da elaboração do cronograma de atendimento ao estudante;
d) Acolher e mediar a relação, também, com a família/responsáveis pelos estudantes
elegíveis aos serviços da Educação Especial matriculados na unidade escolar;
e) Elaborar Plano de Trabalho para atuação com comprometimento para direcionar as
ações do professor na sua função, além de servir como documento orientador para
atuação na unidade escolar;
f) Orientar e acompanhar o processo de ensino e aprendizagem do estudante elegível
aos serviços da Educação Especial ao longo da sua trajetória escolar, considerando o
Atendimento Educacional Especializado – AEE e o Projeto Ensino Colaborativo;
g) Observar, acompanhar e orientar o estudante, em sala de aula regular, nos
procedimentos de estudo, consultas, pesquisas e utilização de recursos de
acessibilidade.

As escolas com matrícula de estudante elegível aos serviços da Educação Especial contarão
com, ao menos um e no máximo três, Professores especializados do Projeto Ensino
Colaborativo, que deverá apoiar os professores regentes, bem como a equipe gestora e
funcionários da unidade escolar.

CARGA HORÁRIA – Segue o disposto a seguir, atentando que o professor especializado do


Projeto Ensino Colaborativo deve atuar no período que o estudante elegível frequenta.
Nº de estudantes elegíveis na SED Carga horária/ por período
Até 06 estudantes 12 horas = 9 aulas
De 07 a 12 estudantes 25 horas = 20 aulas
De 13 a 19 estudantes 30 horas = 24 aulas
20 ou mais estudantes 40 horas = 32 aulas

CABERÁ À DIREÇÃO ESCOLAR:


I – Atribuir ao docente contemplado com o Projeto Ensino Colaborativo a carga horária
prevista no quadro acima, dependendo da quantidade de estudantes elegíveis da unidade
escolar podendo, se for o caso, compatibilizar uma carga menor com a carga horária que o
docente já possua, observado o limite legal.
II – Distribuir a carga horária atribuída ao docente pelos 5 dias da semana, de acordo com o
horário de escolarização dos estudantes elegíveis respeitando, para a carga horária total do
professor, o limite máximo de 8 horas diárias de trabalho, incluídas as Aulas de Trabalho
Pedagógico Coletivo – ATPCs.
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As ações do Professor Especializado do Projeto Ensino Colaborativo são fundamentais para


garantir o aprimoramento de estratégias para o desenvolvimento das potencialidades dos
estudantes, a elaboração de recursos pedagógicos, de acessibilidade e de tecnologia assistiva
nas salas de aula regulares, direcionados aos estudantes elegíveis aos apoios, recursos e
serviços da Educação Especial nas escolas da rede pública estadual.
Além disso, a organização do Projeto Ensino Colaborativo, por sua natureza, não se realiza de
forma isolada, pois abrange a participação de toda a comunidade escolar em atribuições
específicas de um ponto de vista mais integrador e coletivo.
Para tanto, o Projeto Ensino Colaborativo garante aos estudantes o acompanhamento das
particularidades especificadas na Avaliação Pedagógica Inicial – API, que embasam a
elaboração de um Plano de Atendimento Educacional Especializado – PAEE qualificado, que
foi construída de forma colaborativa, a fim de oportunizar o acesso aos apoios, recursos e
serviços disponibilizados, considerando o nível de autonomia e independência dos estudantes,
bem como na identificação das barreiras educacionais, impeditivas ao fomento da educação
inclusiva.

Exemplo de atribuição:

Escola de Tempo parcial com três períodos:

Manhã: 03 alunos elegíveis = 01 docente com 09 aulas (12 h)


Tarde: 07 alunos elegíveis = 01 docente com 20 aulas (25h)
Noite: 13 alunos elegíveis =01 docente com 24 aulas (30h)
Obs: as aulas poderão ser atribuídas ao mesmo professor, se houver compatibilidade de
horário e carga horária
( A carga horária está contida na Resolução Seduc 55/2022- Anexo I)
Nas escolas PEI de 7h, considera-se o número de alunos por segmento.
Ex: Segmento Ensino Fundamental - 20 alunos = 1 docente com 32 aulas (40 h)
Segmento Ensino Médio – 08 alunos = 01 docente com 20 aulas (25 h)

A carga horária para atuação no Projeto Ensino Colaborativo somente poderá ser atribuída
ao Professor Especializado quando todas as cargas horárias das turmas das Salas de Recursos
ou Modalidade Itinerante da escola forem esgotadas.

Atenciosamente

Itapetininga, 23 de fevereiro de 2024.

Elizete Ribeiro Ponsi Petelinkar


Dirigente Regional de Ensino
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