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Escola Paulista de Magistratura

Curso Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a


Mulher
Avaliação de Risco – Ferramenta Necessária

02 /07/201
REDES DE ANTENDIMENTO –
São Paulo na prevenção da
violência contra a mulher e o
(Cadastro Nacional de Violência
Doméstica)

Dra. Maria Sylvia de Oliveira


• Novembro de 2015 - Mapa da Violência – Homicídio de
Mulheres no Brasil, produzido pela Flacso (Faculdade Latino-
Americana de Ciências Sociais),

• O Relatório apontava um aumento de 54% na morte de


mulheres negras em 10 anos e diminuição de 9,7% para as
mulheres brancas no mesmo período (2003 e 2013).
5
• Apesar de contarmos com políticas públicas voltadas para o enfrentamento à
violência doméstica, os índices demonstram seu reduzido alcance para atuar na
proteção e direito à vida das mulheres negras”

• Com essa pesquisa buscamos ampliar a compreensão das particularidades que


envolvem a questão da violência doméstica contra mulheres negras na sociedade
brasileira, tendo em vista o crescimento significativo de sua participação nos dados
nacionais, particularmente no número de homicídios, em contraposição à queda
desse fenômeno em relação entre as não negras

• Consideramos que os CRM – Centros de Referência da Mulher; os CDCM –


Centro Defesa e de Convivência da Mulher são equipamentos fundamentais para a
redução dos números de feminicídios, por isso dirigimos a pesquisa para esses
equipamentos da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres.
• ”
• A pesquisa investiga os aspectos
que contribuem para a vitimização
das mulheres negras,
conjuntamente com a
compreensão do fenômeno da
violência contra as mulheres a
partir da interseccionalidade de
gênero, classe e raça.
Em 2016 – Secretaria Municipal de Politicas para Mulheres

20 Centros de Atendimento à Mulheres Vítimas de Violência – compostos por:

05 Centros de Referência da Mulher:

• Casa Eliane de Grammont- Vila Clementino/Zona Sul;


• Casa Brasilândia (que chamamos na região de Casa Amarela) –
Brasilândia/Zona Norte;
• CRM 25 de março – Luz/Centro;
• CRM Onóris Ferreira Dias – São Miguel Paulista/ Zona Leste;
• CRM Maria de Lourdes Rodrigues – Capão Redondo/Zona Sul
❖ 14 Centros de Defesa e de Convivência da Mulher – com capacidade para atender 1.510
mulheres, em média por mês.
Nome Bairro/Região Entidade

Pq. Novo Mundo/ ZN Núcleo Cristão Cidadania


CDCM Mariás
Liberdade/Centro Fundação Francisco Franco
CDCM Espaço Francisco
Franco
Campo Limpo/Z. Sul União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências
CDCM Mulheres Vivas

Lajeado Z. Leste Associação do Voluntários Integrados no Brasil


CDCM Casa Viviane dos
Santos
São Mateus/Z.Leste Associação Comunitária e Beneficente Padre José Augusto
CDCM Casa Cidinha Machado
Kopcak
Cidade Tiradentes/Z. Associação do Voluntários Integrados no Brasil
CDCM Casa Anastácia Leste

CDCM Casa Maria da Itaquera/Z. Leste Rede Criança de Combate à Violência Doméstica
Penha
❖ 14 Centros de Defesa e de Convivência da Mulher – com capacidade para atender 1.510
mulheres, em média por mês.
CDCM Casa Mulher Ação Guaianases/Z. Leste Instituto Social Santa Lúcia

CDCM Casa Sofia M’Boi Mirim/Z. Sul Sociedade Santos Mártires

CDCM Casa Zizi Vila Ema/Z. Leste Centro de Assistência Social e Formação Profissional São
Patrício - CIAP
CDCM Casa de Isabel - Itaim Paulista/Z. Leste Organização Social de Saúde Casa de Isabel
Projeto Nana Serafim

CDCM Casa da Mulher Cidade Ademar/ Z. Sul GFWC CRÊ-SER


CRÊ-SER

CISM I - Centro de Casa Verde/Z. Norte Associação Fala Mulher


Integração Social da Mulher
1

CISM II - Centro de Ipiranga/Z. Sul Associação Fala Mulher


Integração Social da Mulher
2
Casa Ser Dorinha Cidade Tiradentes/Z.
Leste
CRM 25 de março Luz/Centro

CDCM Mariás Pq. Novo Mundo/ ZN

CDCM Espaço Francisco Liberdade/Centro


Franco
• Foram ouvidas CDCM Casa Viviane dos Lajeado Z. Leste
as profissionais Santos
que atuavam CDCM Casa Cidinha São Mateus/Z.Leste
nos Kopcak
equipamentos CDCM Casa Anastácia Cidade Tiradentes/Z.
Leste
CDCM Casa Mulher Ação Guaianases/Z. Leste
Nesta pesquisa foram ouvidas, também, 10
(dez) mulheres negras e não negras entre 25
e 62 anos. A maior parte com ensino
fundamental incompleto. A maior
escolaridade foi ensino médio completo.
Todas de famílias de baixa renda e em
situação de vulnerabilidade e só contaram .
• No resultado final do trabalho as questões que queríamos
destacar na pesquisa estão organizadas em blocos temáticos,
com trechos selecionados das falas presente nas transcrições
das entrevistas que realizamos, e buscamos apresentar as
considerações feitas pelas entrevistadas, num esforço de
narrativa que preservasse as falas das profissionais e também as
falas das mulheres vítimas de violência que foram entrevistadas.
➢ Blocos são:

✓ Quem são as mulheres atendidas;


✓ Como elas chegam;
✓ O atendimento;
✓ Oficinas, projetos e parcerias;
✓ As mulheres negras e os CRM/CDCM;
✓ Noções de Direito e Diversidade;
✓ Quem cuida das profissionais
✓ Desafios da Política Pública no Enfrentamento à Violência
contras as mulheres.
• CONSIDERAÇÕES FINAIS
✓ Há uma diversidade de agentes que atuam na violência
doméstica contra as mulheres: machismo, conflitos
intrafamiliares, questões socioeconômicas, violências físicas e
sexuais, disputas patrimoniais, entre outros. Contudo a violência
doméstica aparece de maneira diferenciada nos relatos de
vitimização das mulheres negras, onde a cor da pele é um
importante instrumento simbólico utilizado para a manutenção
da submissão, humilhação, desumanização e preservação do
controle e poder sobre os corpos e mentes de mulheres negras.

✓ O adensamento do debate sobre o racismo como uma ação


presente nas dinâmicas da violência doméstica possibilitará que a
política pública, bem como a rede de proteção, contemple todas
as mulheres em sua diversidade e complexidade. É uma ação
urgente e necessária, que ampliará a qualidade dos serviços e
possibilitará que mais mulheres sejam beneficiadas pelos CRMs e
CDCMs
✓ Os CRMs e CDCMs são espaços estratégicos no conjunto das
políticas públicas voltadas para o enfrentamento à violência,
realizando um serviço de acolhimento e solidariedade às
mulheres que decidiram buscar o direito à uma vida sem
violências. Eles foram muito bem avaliados por todas as
usuárias entrevistadas, que destacaram a eficiência dos serviços
de orientação e encaminhamento de demandas
✓ Os CRMs e CDCMs são espaços estratégicos no conjunto das
políticas públicas voltadas para o enfrentamento à violência,
realizando um serviço de acolhimento e solidariedade às
mulheres que decidiram buscar o direito à uma vida sem
violências. Eles foram muito bem avaliados por todas as
usuárias entrevistadas, que destacaram a eficiência dos serviços
de orientação e encaminhamento de demandas

Parceria:

Geledès-Instituto da Mulher Negra

Hospital Geral de São Mateus, Zona Leste

Criação do NAVID - Núcleo de Atendimento à Mulheres


Vítimas de Violência Doméstica (hoje praticamente extinto)
A discriminação interseccional é particularmente
difícil de ser identificada em contextos onde
forças econômicas, culturais e sociais
silenciosamente moldam o pano de fundo, de
forma a colocar as mulheres em uma posição
onde acabam sendo afetadas por outros
sistemas de subordinação. Por ser tão comum, a
ponto de parecer um fato da vida, natural ou pelo
menos imutável, esse pano de fundo (estrutural)
é, muitas vezes, invisível.”
• Essa pesquisa está disponível no site de Geledès- Instituto da Mulher
Negra
• WWW.GELEDES.ORG.BR
OBRIGADA!!
MARIA SYLVIA DE OLIVEIRA
Whatsapp: (11) 96863-0420
Email: mariasylvia@geledes.org.br
@mariasylvia.oliveira (Instagram)

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