Você está na página 1de 22

17/11/2023

Transição Nutricional
2023/2024
Licenciatura em Ciências da Nutrição

Regente: Carla Gonçalves | carlagoncalves@utad.pt

Learn today…

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt

• Compreender o conceito de “transição nutricional”

• Conhecer a tendência e a magnitude dos problemas de alimentação


e nutrição relacionados com a transição nutricional

• Desafios atuais da nutrição.

1
17/11/2023

Popkin é um economista que estuda epidemiologia da nutrição.

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


Desenvolveu o conceito de "transição nutricional", o estudo das
mudanças dinâmicas na ingestão alimentar e nos padrões de
atividade física e nas tendências da obesidade e de doenças não
transmissíveis relacionadas à dieta.
Professor Barry Popkin

Transição
Mudanças na forma como o Homem demográfica
se relaciona com a natureza e com
outros Homens (economia).

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


Mudanças nas condições materiais Transição
(ambiente) e no modo de vida epidemiológica
(cultura) dos Homens.

Mudanças na magnitude da
distribuição da causalidade dos
problemas nutricionais. Transição
nutricional

Kac & Velásquez-Meléndez, 2003

2
17/11/2023

Stages of Health, Nutrition, and Demographic Change

Demographic Epidemiologic Nutrition


Transition Transition Transition

High fertility/ High prevalence High prevalence


mortality infectious disease undernutrition

Reduced mortality, Receding pestilence, poor

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


Receding famine
changing age structure environmental conditions

Focus on family planning, Focus on famine


infectious disease control alleviation/prevention

Nutrition-related
Reduced fertility, Chronic diseases
noncommunicable
aging predominate
diseases predominate

Focus on medical intervention,


Focus on healthy aging
policy initiatives,
spatial redistribution
behavioral change

Source: Popkin (2002). Pub. Health Nutr 5.

Transição Nutricional
Industrialização, crescimento económico, alterações tecnológicas no trabalho, lazer e processamento
alimentar, crescimento dos mass media

PADRÃO 1 PADRÃO 2 PADRÃO 3 PADRÃO 4 PADRÃO 5


Caçador/recoletor Fome Industrial DCNT Mudança de
comportamento

Alimentação Alimentação pouco ↓ gordura total


↓ AF ↑ fruta e hortícolas
pouco variada variada
↑HC e fibra ↑ gordura total,
↑ consciência das
Produção ↑ Amido, fruta,
↓ Gordura colesterol, açúcar escolhas alimentares
alimentar de hortícolas, proteínas
↓ PUFA e fibra
subsistência de origem animal ↑ AF

↑ ↑ Prevalência de Deficiências Deficiências Obesidade, DCNT ↓ massa gorda


doenças nutricionais nutricionais relacionadas com corporal, obesidade
infeciosas emergem emergem a alimentação ↓ DCNT

↓ Fertilidade ↑ ↑ Fertilidade ↓ Fertilidade ↑ Esperança de vida ↑ anos de vida


↑ ↑ Mortalidade ↑ ↑ Mortalidade infantil ↓ Mortalidade saudáveis
↓ Esperança de vida e materna
↓ Esperança de vida

Fonte: Popkin 2002, 2006

3
17/11/2023

Figure 1. Stages of the Nutrition Transition


Urbanization, economic growth, technological changes for work, leisure,
& food processing, mass media growth

Pattern 1 Pattern 2 Pattern 3 Pattern 4 Pattern 5


Paleolithic man/ Settlements begin/ Industrialization/ Noncommunicable Behavioral Change
Hunter-gathers Monoculture period/ Receding Famine Disease
Famine emerges

• Reduced fat, increased


• Starchy, low variety, • Increased fat, sugar,
• Wild plants & • Cereals fruit, veg, CHO, fiber
low fat, high fiber processed foods
animals dominate • Increase water, Reduce
• water • caloric beverages
• water • water caloric beverage intake
• Labor-intensive • Shift in technology
• Labor intensive • Labor-intensive • Replace sedentarianism
work job/home of work and leisure
w/ purposeful activity

Nutritional
Lean & robust, MCH deficiencies,
deficiencies Obesity emerges, Reduced body fatness,
high disease weaning disease,
emerge, stature bone density problems improved bone health
rate stunting
declines

Low fertility, High fertility, Slow mortality decline Accelerated life Extended health aging,
Low life expectancy high MCH mortality, expectancy, shift to reduced DR-NCD
low life expectancy increased DR-NCD,
increased disability
period
Source: Popkin 2002 revised 2006.

Transição Nutricional

Transição demográfica ↔ Transição epidemiológica ↔ Transição nutricional


Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt
Transição nutricional:
↓ AF
↑ gordura total, colesterol, açúcar
Transição epidemiológica: ↓ PUFA e fibra
↓ doenças infecto contagiosas (cura
ou morte).
Transição demográfica: ↑ Doenças Crónicas não Transmissíveis
↓ fecundidade e mortalidade.
↑ envelhecimento da população.
↑ expectativa de vida.

4
17/11/2023

Transição Nutricional
Algumas populações sofrem de fome (padrão 2) outras estão a superar esse
flagelo (padrão 3) outras estão em processo crescente das doenças
degenerativas (padrão 4) e, poucas apresentam mudanças comportamentais
significativas (padrão 5)

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


Neste processo, diferentes subpopulações de um país também podem
apresentar diferentes padrões e, ainda, partilhar características de mais
de um padrão.

Nos países em desenvolvimento o processo de transição ocorreu num ritmo


superior ao dos países desenvolvidos (padrão 3 para padrão 4).

Determinada por uma série de variações económicas, demográficas, ambientais e


socioculturais -> alteram o perfil de saúde dos indivíduos

Transição Nutricional

Países em desenvolvimento

• Mais ricos (↑oferta alimentos + ↑ sedentarismo) Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt

• Mais ricos ↑ obesidade e DCNT


• Mais ricos com + informação começam a mudar

• Alimentos tornam-se mais acessíveis aqueles


com menor rendimento
• Aqueles com menor rendimento ↑ obesidade e
DCNT
• Coexistência de DCNT + doenças infeciosas e
desnutrição

Em pouco tempo, países em desenvolvimento atingiram


taxas de sobrepeso e obesidade equivalentes às dos EUA e
Popkin, 1998 da Europa Ocidental.

5
17/11/2023

Transição Nutricional
Influenciam mudanças no consumo alimentar:

• Maior oferta (quantidade e variedade) de alimentos, principalmente os ultraprocessados

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


• Produtos com maior validade ( x produtos frescos e perecíveis)
• Menor compatibilidade entre trabalho e preparação das refeições no domicílio -> refeições
rápidas, prontas para comer ou cozinhar
• Aumento do consumo de bebidas açucaradas e do snacking
• Tamanho das porções aumentou
• Maior poder de compra
• Maior influência dos media
• Ambiente alimentar
• Maior utilização de bens de consumo que propiciam o sedentarismo, inclusive para preparação
dos alimentos

Remarkably Short History for Caloric Beverages:


Might the Absence of Compensation Relate to This Historical Evolution?
Earliest possible date
US Soda Intake 52/gal/capita
Definite date (2004)
US Coffee Intake 46 gal/capita
(1946)
200,000BCE - 10,000 BCE

Modern Beverage Era

Juice Concentrates (1945)


10,000 BCE - present
Pre-Homo Sapiens

Origin of Humans

US Milk Intake 45 gal/capita


(1945)

Coca Cola (1886)

Pasteurization (1860-64)

Carbonation (1760-70)

Liquor (1700-1800)

Lemonade (1500-1600)

Coffee (1300-1500)

Brandy Distilled (1000-1500)


(206 AD)
Tea (500 BCE)
Wine, Beer, Juice Wine (5400 BCE)
(8000 BCE) Beer (4000 BCE)
Milk (9000 BCE)
2000 BCE
Water, Breast Milk

200000 BCE
Homo Sapiens 100000 BCE
200000 BCE
Beginning

10000 BCE
of Time

0
BCE
AD

Popkin, 2015

6
17/11/2023

Hook consumers
early, gain a
consumer for life:

“Babies who drink soda during


their early formative period
are much more likely to fit in
during those awkward preteen
and teen years”

Popkin, 2015

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt

7
17/11/2023

Incompatibilidade: nossa biologia choca com a tecnologia moderna

Biologia Tecnologia
adoçantes calóricos baratos,
Preferência pelo doce benefícios do processamento

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


alimentar
Mecanismos da sede e da fome/
Revolução das bebidas calóricas
saciedade não relacionados
Revolução do óleo - sementes
Preferência pela gordura oleaginosas de alto rendimento,
remoção barata de óleos
Aplicação da tecnologia a todos os
Desejo de eliminar o esforço
processos do movimento/esforço

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt

Como medir?

8
17/11/2023

EVOLUÇÃO DE INDICADORES DE SAÚDE E


DEMOGRAFIA

1974 1984 1994 2004 2013


População residente em Portugal 8.754.365,0 9.996.232,5 9.991.525,5 10.483.861,5 10.457.295,5
Índice sintético de fecundidade 2,7 1,9 1,5 1,4 1,2
Taxa bruta de natalidade (‰) 19,6 14,3 10,9 10,4 7,9
Taxa de mortalidade materna(‰) sd sd 9,2 8,2 6,0
Baixo peso à nascença (%) sd sd 6,1 7,6 8,7
Taxa bruta de mortalidade Infantil (‰) 37,9 16,7 7,9 3,8 2,9

Esperança média de vida, à nascença (anos) 68,2 72,6 75,0 77,7 80,2

Esperança média de vida aos 65 anos (anos) 13,0 15,1 16,3 17,6 19,1
Número total de óbitos dos residentes em Portugal 96.928,0 96.975,0 99.232,0 102.012,0 106.545,0
Taxa bruta de mortalidade (‰) 11,1 9,7 9,9 9,7 10,2

Fonte: Elaborado a partir de OCDE Healht data, 2015 e PORDATA, 2015

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Mulheres | Homens

85+
80-84
75-79
70-74
65-69
60-64
55-59
Grupos Etários

50-54
45-49
40-44
35-39
30-34
25-29
20-24
15-19
10-14
05-09
0-04
800000 600000 400000 200000 0 200000 400000 600000 800000
População Residente em Portugal
1974 2014

Fonte elaborado a partir de


PORDATA, 2015

9
17/11/2023

CAUSAS DE MORTE EM PORTUGAL


Doenças Cardiovasculares

DCNT - 86% dos óbitos em 2014


Acidentes
4%
Doenças
Transmissiveis, A OMS estabeleceu metas para
maternais, perinatal
e condições
a redução das DCNT
Doenças
nutricionais
Cardiovasculares Doenças Respiratórias
10%
32% Crónicas

Os Governos assumiram os
Outras DCNT
15% compromissos para a prevenção
e controlo das DCNT

Cancro

Diabetes
5%

Doenças
Respiratórias
Promover políticas públicas
Crónicas paraDiabetes
uma alimentação saudável
6% Mellitus
Cancro
28%

Fonte: WHO. Global status report on noncommunicable


diseases 2014.
Fonte: adaptado de WHO: NCD Country Profile 2014

Fonte elaborado a partir de


PORDATA, 2015

TAXAS DE MORTALIDADE
DIABETES
DOENÇA CARDIOVASCULAR
250
Taxa de mortalidade padronizada pela idade por

4500
Taxa de mortalidade padronizada por 100 000 hab

4000 200
3500
150
3000
2500
100 000 hab

100
2000
1500 50
1000
0
500
0

Taxa mortalidade padronizada pela idade Diabetes Mellitus

Taxa mortalidade padronizada < 65 anos por Diabetes Mellitus


Taxa mortalidade padronizada < 65 anos por Doenças Cardiovasculares
Taxa mortalidade padronizada ≥ 65 anos Diabetes Mellitus
Taxa mortalidade padronizada pela idade por Doença Cardiovascular padronizada

Taxa mortalidade padronizada ≥65 anos por Doenças Cardiovasculares

DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÓNICA CANCRO


900 1000
Taxa de mortalidade padronizada por 100 000 hab
Taxa de mortalidade padronizada por 100 000 hab

800 900
700 800
600 700
600
500
500
400
400
300 300
200 200
100 100
0 0

Taxa mortalidade padronizada pela idade por Doenças Respiratórias Crónicas Taxa mortalidade padronizada < 65 anos por Cancro

Taxa mortalidade padronizada < 65 anos por Doenças Respiratórias Crónicas Taxa mortalidade padronizada pela idade por Cancro

Taxa mortalidade padronizada ≥ 65 anos Doenças Respiratórias Crónicas Taxa mortalidade padronizada ≥65 anos por Cancro

10
17/11/2023

ESTADO ATUAL DE SAÚDE DOS PORTUGUESES


Excesso de peso e obesidade

Prevalência de Excesso de Peso e de Obesidade Evolução da prevalência de Excesso de peso infantil

57,10%

49,70% 53,60%
51,40%

22,30%
14,40% 14,20% 10,80%

1995-1998 Carmo et al 2003-2005 Carmo et al 2009 Poinhos (2011) 2015-2016 IAN-AF


(2000) (2008)

Obesidade Excesso de peso + obesidade

Fonte: Rito, A; Graça, P; 2015 | Alimentação em Números 2015, DGS, março 2016

ESTADO ATUAL DE SAÚDE DOS PORTUGUESES


Diabetes

Prevalência de Diabetes Mellitus


13,30%
13,10%
13%
12,90%
12,70%
12,40%
12,30%

11,70%

1979 … 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Sociedade Portuguesa de Diabetologia, 2008-2014, 2016

11
17/11/2023

ESTADO ATUAL DE SAÚDE DOS PORTUGUESES


Hipertensão

Prevalência de Hipertensão

42,20%
42,10%

2003 Macedo et al 2001-2012


2011-2012Polónia et alet
Polónia
(2005) al (2014)
(2014)

ESTADO ATUAL DE SAÚDE DOS PORTUGUESES


Insegurança Alimentar

IAN-AF 2015-2016

12
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


900,0

800,0

700,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

Cereais e Tubérculos
600,0
Hortícolas
Fruta
500,0
Leite
Carne Pescado e Ovos
400,0 Leguminosas
Gorduras
300,0 Açúcar e adoçantes
Bebidas Alcoolicas

200,0

100,0

0,0

  Leite  Hortícolas   Cereais e  Leguminosas


  Carne, pescado e ovos  Gorduras tubérculos  Bebidas alcoólicas
  Fruta  Açúcares e
adoçantes

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


CEREAIS E TUBÉRCULOS
900,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

800,0
671,5
700,0

600,0 509,3
500,0

400,0

300,0

200,0

100,0

0,0

Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta

Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas

Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas

Tipologias de Cereais e Tubérculos


6 PERÍODOS – 5 PONTOS DE
MUDANÇA
1998

Trigo 1974 – 1981 -  | VA 15g/pessoa/dia


1982 – 1985 -  | VA 16g/pessoa/dia
 Batata
1986 – 1990 -  | VA 26g/pessoa/dia
1991 – 1998 -  | VA 6g/pessoa/dia
1999 – 2006 -  | VA 3g/pessoa/dia
2007 – 2011 -  | VA 18g/pessoa/dia

Fonte: Alexandra Bento, 2016

13
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


HORTÍCOLAS

900,0

800,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

700,0

600,0

500,0

371,6 428,1
400,0

300,0

200,0

100,0

0,0
1982

1995
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981

1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994

1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta 1 PERÍODOS – 0 PONTOS DE MUDANÇA
Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas

Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas 1974 – 2011 -  | Velocidade crescente →


6g/pessoa/dia

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


FRUTA

900,0

800,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

700,0

600,0

500,0

400,0
311,5

300,0
196,1
200,0

100,0

0,0

Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta Leite Carne Pescado e Ovos


4 PERÍODOS – 3 PONTOS DE MUDANÇA
Leguminosas Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas
1974 – 1978 –  | VA 21g/pessoa/dia
1979 – 1985 –  | VA 1g/pessoa/dia
1986 – 1994 –  | VA 11g/pessoa/dia
1995 – 2011 – constante | → 0g/pessoa/dia

Fonte: Alexandra Bento, 2016

14
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


CARNE, PESCADO E OVOS
900,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

800,0
700,0
6 PERÍODOS – 5 PONTOS DE MUDANÇA
600,0
428,1
500,0 1974 – 1979 –  | VA 12g/pessoa/dia
400,0 1980 – 1984 –  | VA 9g/pessoa/dia
264,8
300,0 1985 – 1994 –  | VA 12g/pessoa/dia
200,0
1996 – 1999 –  | VA 11g/pessoa/dia
2000 – 2006 – constante | → 0g/pessoa/dia
100,0
2007 – 2011 –  | VA 4g/pessoa/dia
0,0

Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta


Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas
Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas
Tipologias de Carne

 Carne de Porco
 Carne
1992  Carne de Aves

1990

Tipologias de Pescado
 Peixe
1985

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


LEITE

900,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

800,0

700,0
585,5
600,0

500,0

400,0

300,0
219,4

200,0

100,0

0,0
1984

2002
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983

1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001

2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta


Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas 5 PERÍODOS – 4 PONTOS DE MUDANÇA
Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas

1974 – 1986 –  | VA 3g/pessoa/dia


1987 – 1996 –  | VA 12g/pessoa/dia 1987 –adesão PAC
1997 – 2001 –  | VA 31g/pessoa/dia
2002 – 2006 –  | VA 6g/pessoa/dia
2007 – 2011 –  | VA 10g/pessoa/dia Crise económica –
contra-informação

Fonte: Alexandra Bento, 2016

15
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


GORDURA
900,0

Gramas de alimento por pessoa por dia


800,0

700,0

600,0

500,0

400,0

300,0

200,0
93,1
55,4
100,0

0,0

1995

2000
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994

1996
1997
1998
1999

2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
4 PERÍODOS – 3 PONTOS DE MUDANÇA
Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta

Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas 1974 – 1979 –  | VA 0,9g/pessoa/dia


Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas 1980 – 1986 –  | VA 1,4g/pessoa/dia
1987 – 1996 –  | VA 1,2 g/pessoa/dia
Tipologias de Gorduras 1997 – 2011 –  | VA 1,2g/pessoa/dia

Gorduras Animal vs Vegetal


 Óleos Vegetais
 Gorduras animais
 Azeite

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


LEGUMINOSAS

900,0

800,0
Gramas de alimento por pessoa por dia

700,0

600,0

500,0

400,0

300,0

200,0

100,0
16,3 9,3
0,0
1980

1995

2009
1974
1975
1976
1977
1978
1979

1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994

1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008

2010
2011

1 PERÍODOS – 0 PONTOS DE
MUDANÇA
Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta
Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas 1974 – 2011 –  | VA 0,2g/pessoa/dia
Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas

Fonte: Alexandra Bento, 2016

16
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


AÇÚCARES E ADOÇANTES
Gramas de alimento por pessoa por dia 900,0

800,0

700,0

600,0

500,0

400,0

300,0

200,0
76,2 77,6
100,0

0,0
1974

1994

2001
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993

1995
1996
1997
1998
1999
2000

2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta

Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas

Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas

100,0
Tipologias de açúcares e adoçantes
Disponibilidade das tipologias de açúcares e

90,0
80,0
3 PERÍODOS – 2 PONTOS DE MUDANÇA
adoçantes em g / pessoa / dia

70,0
60,0
50,0
1974 – 1985 –  | VA 0,4g/pessoa/dia
40,0 1986 – 2004 –  | VA 0,6g/pessoa/dia
30,0 2005 – 2011 –  | VA 0,g/pessoa/dia
20,0
10,0
0,0

Açúcar e adoçantes Açúcar Adoçantes Mel

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


900,0
BEBIDAS ALCÓOLICAS
Gramas de alimento por pessoa por dia

800,0

700,0

600,0

500,0

400,0 332,8
287,0
300,0

200,0

100,0

0,0
2003
2004
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002

2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Cereais e Tubérculos Hortícolas Fruta

Leite Carne Pescado e Ovos Leguminosas

Gorduras Açúcar e adoçantes Bebidas Alcoolicas

450,0 Tipologias de Bebidas alcoólicas


2 PERÍODOS – 1 PONTOS DE MUDANÇA
Gramas de bebidas alcoólicas g / pessoa / dia

400,0

350,0
1974 – 1980 –  | VA 1g/pessoa/dia
300,0
1981 – 2011 – constante | VA 0g/pessoa/dia
250,0
1988
200,0

150,0

100,0

50,0

0,0

Bebidas Alcoólicas Vinho Cerveja Outras bebidas alcoólicas


VA – Velocidade anual
Fonte: Alexandra Bento, 2016

17
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


Grupos de alimentos para as Proteínas

Cereais, derivados e tubérculos


> Contribuidor até 1989

Carne, pescado e ovos > Contribuidor a partir de 1989

Transição nutricional
Grupos de alimentos para os Lípidos
Gordura

Carne, pescado e ovos


Abrandamento nos últimos anos

Leite

Grupos de alimentos para os Hidratos de Carbono

Cereais, derivadas e tubérculos > Contribuidor

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


Transição nutricional 100%
90%
80%
70%
60%
% VET

50%
40%
30%
20%
10%
0%

VET Animal VET Vegetal

100,0
Etanol
90,0 Hidratos de Carbono - Animal
80,0

70,0 Hidratos de Carbono - Vegetal


60,0

50,0

40,0
Lípidos -Vegetal
30,0

20,0 Lípidos - Animal


10,0
Proteína - Vegetal
0,0 Proteína - Animal
1990

1996
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989

1991
1992
1993
1994
1995

1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Fonte: Alexandra Bento, 2016

18
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?

Transição nutricional
100%

90%
10,00 8,50 7,60 6,90
Etanol
80%
41,90 Hidratos de Carbono - Vegetal
70%
50,00
47,90
44,10
Hidratos
60%
de Carbono
% VET

50%
2,40
2,80 Hidratos de Carbono - Animal
40%
1,70
16,80
Lípidos - Vegetal
1,40 15,30
16,50
30% 16,10 Lípidos
20%
11,40 13,60
17,90 18,70 Lípidos - Animal
10%
6,00 5,80 5,30 5,10 Proteína - Vegetal Proteína
0% 5,00 6,00 7,40 7,90
Proteína - Animal
8354€ 11207€ 15179€ 16817€
1974-1983 1984-1993 1994-2003 2004-2011 p<0,001
PIB

Fonte: Alexandra Bento, 2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


Período I Período II Período III Período IV
Variação
Variação P I Variação P II Variação P
1974-1983 vs
1974-1983 1984-1993 vs P II 1994-2003 vs P III 2004-2011 III vs P IV
2004-2011

VET (kcal) 2887,7 3273,2  385,5 3504,4  231,2 3557,5  53,1  669,8

%VET Proteínas 11,0% 11,9%  0,8% 12,7%  0,8% 12,9%  0,3%  1,9%

%VET Lípidos 27,5% 30,2%  2,7% 33,2%  3,0% 35,5%  2,3%  8,0%

%VET Hidratos de Carbono 51,4% 49,5%  1,9% 46,5%  3,0% 44,7%  1,8%  6,7%

Recomendação
Período I Período II Período III Período IV
OMS 2003
1974-1983 1984-1993 1994-2003 2004-2011
%VET Proteína 10-15% Incluído Incluído Incluído Incluído
%VET Lípidos 15-30% Incluído 0,20% 3,20% 5,50%

%VET Hidratos de Carbono 55-75% 3,60% 5,50% 8,50% 10,30%

Fonte: Alexandra Bento, 2018 World Health Organization, Food and Agriculture Organization. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation:
Diet, Nutrition And The Prevention Of Chronic Diseases. Geneve; 2003.

19
17/11/2023

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


IAN-AF 2015-2016

COMO COMEM OS PORTUGUESES?


IAN-AF 2015-2016

Percentagem de indivíduos que não atingem os valores


diários de referência para a ingestão de FIBRA

Crianças Adolescentes
40,7% 72,7%

Adultos
83,9% Idosos
88,6%

20
17/11/2023

TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
Que se pretende?

• ↑ Consumo de gordura, com aumento da percentagem


4. O padrão
de gordura animal
das doenças
• ↑ Consumo de açúcar
degenerativa
• ↑ Esperança média de vida
s
• ↑ Prevalência de DCNT relacionadas com a alimentação
• ↓ Doenças infeciosas
• ↓ Fertilidade
• ↓ Envelhecimento

• Menor consumo de gordura


• Maior consumo de fruta e hortícolas,
5. O padrão da mudança • Aumento da consciência acerca das implicações das
de comportamento escolhas alimentares
• Aumento da atividade física durante o tempo de
lazer
• Redução da obesidade e DCNT

São necessários esforços para a implementação de políticas intersectoriais que estimulem,


apoiem e protejam padrões de alimentação saudável e a prática regular de atividade física.

Qual(is) concepção(ões) de saúde melhor responde(m) aos desafios


decorrentes da transição nutricional?

Diante desta epidemia evidente de excesso de peso e DCNT,


quais ações de saúde pública devem ser adotadas:
cura, reabilitação, prevenção ou promoção?

Qual é a importância dos indicadores de saúde frente


aos problemas de alimentação e nutrição?

21
17/11/2023

Bibliografia recomendada
• Popkin, B. M. (1998). The nutrition transition and its health implications in lower-

Epidemiologia e Saúde Pública carlagoncalves@utad.pt


income countries. Public health nutrition, 1(1), 5-21.

• Popkin, B. M. (2006). Global nutrition dynamics: the world is shifting rapidly toward a
diet linked with noncommunicable diseases–. The American journal of clinical
nutrition, 84(2), 289-298.

• Popkin, B. M. (1994). The nutrition transition in low-income countries: an emerging


crisis. Nutrition reviews, 52(9), 285-298.

• de Oliveira, M. S. R. C. (2004). A transição nutricional no contexto da transição


demográfica e epidemiológica.

• Bento, A., Gonçalves, C., Cordeiro, T., & de Almeida, M. D. V. (2018). Portugal
nutritional transition during the last 4 decades: 1974–2011. Porto biomedical
journal, 3(3).

22

Você também pode gostar