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Universidade Federal do Rio Grande - FURG

19ª Mostra da Produção Universitária - MPU


Rio Grande/RS, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2020
ISSN: 2317-4420

Comparação de poemas em uma análise universitária.

GONÇALVES, Emilly Torma.

MARTINS, Cláudia Mentz


emillytorma2016@hotmail.com

Palavras-chave: Poema, Comparação, Análise literária

INTRODUÇÃO
Uma análise de poema se dá por meio de uma leitura cuidadosa, buscando
elementos fonológicos como aliterações, assonâncias e repetições; lexicais
como os verbos, os substantivos e os adjetivos; sintáticos, a estrutura e
organização frasal e semânticos, com a busca pela sua temática. Para este
trabalho, foram analisados os poemas “Azul”, de Stéphane Mallarmé, e “Vida
anterior”, de Charles Baudelaire. A análise não só se deteve em cada poema
em si, mas também em comparação de um com o outro. Além das questões da
análise poética propriamente dita, levou-se em conta a época em que foram
escritos, a forma como se deu a sua comparação e a temática desenvolvida em
cada um.
Nesse contexto, esse trabalho tem por objetivo achar as semelhanças e
dessemelhanças entre os dois poemas e poetas citados.

METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de um fragmento de um ensaio, de minha


autoria junto com um colega, apresentado à disciplina de Literatura Ocidental II
no curso de Letras–Português, no segundo semestre de 2019. Para
complementar a análise dos poemas, foi realizada uma pesquisa referente à
simbologia de palavras e imagens presentes nos poemas no Dicionário de
símbolos, de Jean Chevelier e Alain Gheerbrand, e feitas algumas buscas na
internet para conhecer um pouco sobre os poetas.
Todas essas investigações tiveram como preocupação compreender e
ampliar o significado dos poemas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Universidade Federal do Rio Grande - FURG
19ª Mostra da Produção Universitária - MPU
Rio Grande/RS, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2020
ISSN: 2317-4420

Algo importante de lembrar é de que quando se trata de análise de uma


obra literária e em especial a de poemas, precisa-se ter em mente que não
existe apenas uma análise possível. Uma obra literária, um poema, abre
diferentes possiblidades de leitura. Em o arco e a lira, Otavio Paz (2014) nos
lembra que o poema é uma mediação entre o poeta e o leitor, sendo que essa
mediação é feita pela linguagem. Desse modo, o resultado (ou seja, a
interpretação) pode ser considerado parcial ainda que concluído na perspectiva
escolhida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, quando foi executado, buscou realizar uma análise literária
que consistiu nas observações de cada poema em si e também nas
comparações entre eles, buscando seu diálogo e suas semelhanças como, por
exemplo, um ter forma fixa e o outro ser escrito em verso livre. As palavras
mais relevantes foram exaltadas buscando seu significado além do dicionário,
visando trazer um melhor conjunto de informações para uma compreensão
geral do que o poema quer dizer para o leitor.
O poema “Vida anterior” possui a forma fixa de soneto italiano, nele temos
dois quartetos e dois tercetos. No poema “Azul”, temos uma forma livre, ele
apresenta nove conjuntos de estrofes cada uma possuindo quatro versos. Nos
dois poemas, temos repetições de palavras, a palavra ‘azul’ é o título do poema
de Mallarmé e se repete até o final, já no poema “Vida anterior”, há a repetição
da palavra “mar” e ela aparece também de uma forma aproximada que seria a
palavra “ondas”. Tanto o “mar” como a cor azul nos seus significados e nos
seus sentidos mais amplos, temos o termo imensidão, pois o azul é céu, é mar
e nos dá ideia de grandeza.
Algo que também ficou evidente, nos dois poemas, foi a questão do “tédio”
da vida, e a busca pelo desconhecido a qual ficou explícita pela questão da
linguagem na qual os poetas vão desenvolvendo os versos. Na segunda
estrofe do poema "Azul” o eu lírico diz estar em fuga, na quarta estrofe diz que
o tédio sai dos pântanos profundos; e esse tédio não abandona esse eu lírico,
pois surge das profundezas.
Ambos os poemas apresentam a busca pelo desconhecido, os eu líricos
acreditavam que com a morte seus problemas seriam resolvidos. A morte é
vista como um escape da vida em que eles acreditavam que era medíocre. A
busca pelo novo, a esperança, a curiosidade de saber o que tem do outro lado
daquilo do que é conhecido nesta vida é algo em comum que aparece nesses
dois poemas.

REFERÊNCIAS

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Rio Grande/RS, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2020
ISSN: 2317-4420

BALDELIERE, Charles. As flores do mal. Tradução de Ivan Junqueira. Rio de


Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
CHEVALIER, Jean. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes,
gestos. 32.ed. Rio de janeiro: José Olympio,2019
GOLDSTAIN, Norma. Versos, sons e ritmos. São Paulo: Ática, 2001.
CAMPOS, Augusto; CAMPOS, Haroldo; PIGNATARI, Décio. Mallarmé. São
Paulo: Perspectiva, 2006.
PAZ, Octavio. O arco e a lira. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. 2.ed.
São Paulo: Cosac Naify, 2014.

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